Cultivar 203

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Mariposa de Spodoptera albula

Vista superior de lagartas de Spodoptera albula (Querência MT, Jan. 2016)

milho, algodão ou sorgo, provavelmente, tem favorecido o desenvolvimento e adaptação dessa praga, ocasionando surtos populacionais. Dessa forma, gradativamente, S. albula vem ganhando espaço e aparecendo com mais frequência, sendo crucial para o controle, sua correta identificação. Na safra de verão de 2016, lagartas de S. albula foram encontradas atacando a cultura da soja, nos municípios de Rio Verde e Santo Antônio da Barra, em Goiás e Querência, no Mato Grosso, sendo necessário efetuar controle químico do inseto nessa última área. Foram encontradas lagartas ativas no período diurno e em "reboleiras" de diâmetro de aproximadamente 12 metros, formando ilhas de infestação não homogêneas na lavoura, causando desfolha nos terços superiores das plantas, preservando as nervuras centrais do limbo foliar. Foram amostradas, em média, 10 indivíduos (3o instar a 5o instar) por metro de pano de batida, que foram identificados pelo pesquisador Alexandre Specht (Embrapa Cerrados, Planaltina DF).

Rocha e Carmo alertam para potencial nocivo de Spodoptera albula no Brasil

S. albula possui tolerância a diversos inseticidas químicos como observado no município de Querência na Fazenda São Cristóvão (BR242), 12°46’10.82” S e 52°13'43.62" O, onde houve necessidade de duas aplicações com diferentes princípios ativos (espinosina e diamida, respectivamente) em intervalo de 7 dias. Assim como as demais espécies do gênero Spodoptera, albula possui resistência ao gene Cry1Ac de Bacillus thuringiensis. Fica evidente, portanto, a realização de estudos, associados ao Manejo Integrado de Pragas, como importante ferramenta para efetivar um melhor manejo contra essa praga. Por exemplo, o monitoramento com utilização de armadilhas para capturar adultos, como forma de averiguar a

presença da praga, época de infestação, local e nível populacional. Com isso a base para a tomada de decisão para controlar S. albula pode ser definida pelo produtor. A associação e rotação de inseticidas pode evitar que esta praga proporcione prejuízos à lavoura e prevenir que princípios ativos percam sua eficiência. A eliminação de plantas voluntárias e restos culturais são importantes para evitar ou reduzir o potencial de ataque e reinfestação desta praga para a próxima safra ou a nova cultura a ser implementada. Ainda, existem poucos estudos relacionados ao nível de controle de S. albula, de plantas daninhas hospedeiras e eficiência de princípios ativos, o que mostra a necessidade de se conhecer mais sobre essa espécie, que pode se tornar parte do principal grupo do complexo de lagartas C do gênero Spodoptera. Antonio Germano C. Rocha e Eduardo Lima do Carmo, Universidade de Rio Verde

C

Spodoptera albula na cultura da soja (Querência, MT, jan. 2016)

www.revistacultivar.com.br • Abril 2016

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