Transtornos Alimentares

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Um GUIA para pacientes, familiares, professores e profissionais de saúde

APRENDENDO A VIVER

TRANSTORNOS

ALIMENTARES

n O que são transtornos alimentares e como reconhecer os sintomas

n Obesidade, bulimia, anorexia e outros transtornos alimentares

n Causas, prevenção e tratamentos para o corpo e a mente

TRANSTORNOS ALIMENTARES

Copyright © 2017 Oxford University Press

Copyright desta edição © 2025 Autêntica Editora

Publicado mediante acordo com a Oxford University Press, 198 Madison Avenue, New York, NY 10016, EUA.

Este livro foi anteriormente publicado por Pearson Education, Inc.

Título original: Eating Disorders

Todos os direitos reservados pela Autêntica Editora Ltda. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem a autorização prévia da Editora.

A editora não se responsabiliza pelo conteúdo, funcionamento, manutenção ou atualização de links ou outros recursos apresentados pelo autor neste livro.

editor

Marcelo Amaral de Moraes

assistente editorial

Julia Sousa

preparador de texto

Marcelo Barbão

revisão técnica

Prof. Dr. Amanda Márcia

dos Santos Reinaldo

Doutora em Psiquiatria – 78605-ENF

revisão Luiza Cordiviola

projeto gráfico de capa e miolo

Diogo Droschi

capa

Alberto Bittencourt (sobre imagem de Motortion / Adobe Stock)

diagramação

Guilherme Fagundes

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Keel, Pamela K. Transtornos alimentares / Pamela K. Keel ; [tradução Luis Reyes Gil]. -- 1. ed. -- Belo Horizonte, MG : Autêntica Editora, 2025. (Coleção Aprendendo a Viver , v. 5)

Título original: Eating Disorders

Bibliografia.

ISBN 978-65-5928-609-6

1. Distúrbios alimentares 2. Transtornos alimentares 3. Anorexia nervosa 4. Bulimia nervosa 5. Transtorno da compulsão alimentar periódica (CAP) 6. Outros transtornos especificados de alimentação ou ingestão de alimentos 7. Imagem corporal 8. Saúde mental I. Título II. Série.

25-282622

CDD-616.8526

Índices para catálogo sistemático: 1. Distúrbios alimentares : Tratamento : Promoção da saúde 616.8526

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

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Dra. Pamela K. Keel, PhD

TRANSTORNOS

ALIMENTARES

n O que são transtornos alimentares e como reconhecer os sintomas

n Obesidade, bulimia, anorexia e outros transtornos alimentares

n Causas, prevenção e tratamentos para o corpo e a mente

tradução : Luis Reyes Gil

APRENDENDO A VIVER

SUMÁRIO

Modelo de sistemas familiares na influência familiar 175

Modelo de aprendizagem social na influência familiar 179

Influência da modelagem parental versus comentários diretos dos pais ......................................................... 182

Influência dos pares na patologia alimentar

CAPÍTU LO 7

CAPÍTU LO 8

BASES BIOLÓGICAS, CORRELATOS

PREVENÇÃO

SOBRE A COLEÇÃO “APRENDENDO

A VIVER”

Todos nós sonhamos, fazemos planos e, de repente, somos interpelados pelo imperativo da realidade da vida, que nos revela surpresas diversas. Então somos impactados, ficamos atônitos e muitas vezes nos imobilizamos diante do desconhecido.

Os transtornos e as doenças mentais são elementos que mudam definitivamente as nossas vidas e a de todos que estão por perto. Pode ser uma filha com TDAH, o amigo com depressão, a avó com doença de Alzheimer, o tio com esquizofrenia, o colega autista, o cônjuge bipolar, o pai alcoólatra ou o neto viciado em drogas. Não importa onde você nasceu, sua classe social, etnia ou gênero; fatalmente você ou alguém próximo será acometido por algum desses (ou outros) transtornos, e isso o afetará.

Diante de fatos como esses, cada pessoa reage de uma forma. Muitas simplesmente ignoram ou negam o problema, postergando a intervenção, o que contribui para o aumento dos desafios e do sofrimento. Outras se afastam, rejeitam ou discriminam, se recusando a ajudar ou a participar dos cuidados e da promoção de uma convivência social mais harmônica. Algumas, mesmo bem-intencionadas e sensíveis em relação ao outro, se imobilizam por não saberem o que está acontecendo e como podem ajudar. E, claro, há aquelas que, diante dos desafios, arregaçam as mangas e dão o melhor de si para aliviar a dor e o sofrimento, tanto daqueles que sofrem do transtorno quanto dos que fazem parte do contexto em que o portador está inserido.

Foi pensando em tornar a vida mais leve e mais equilibrada para todas as pessoas que sofrem, direta ou indiretamente, com transtornos

e doenças mentais que nós, do Grupo Editorial Autêntica, idealizamos a coleção “Aprendendo a Viver”. Acreditamos que os conhecimentos e as informações que você encontrará nas publicações dessa coleção o ajudarão a lidar com as surpresas da vida de uma maneira mais assertiva e produtiva. Cremos que é possível ter qualidade de vida e satisfação, apesar das dificuldades, limitações e decorrências que cada um desses transtornos traz para seus portadores, seus familiares e outras pessoas com as quais convivem.

A coleção “Aprendendo a Viver” tem a pretensão de aliviar o sofrimento e a dor causados pela falta de conhecimento, pela ignorância, pelo preconceito e pela segregação que quase sempre acompanham aqueles que já sofrem demasiadamente com seu próprio transtorno ou doença. “Aprendendo a Viver” é um soro de lucidez para que você aprenda a lidar com todos os desafios que um transtorno acarreta e a ter a maior qualidade de vida possível.

Leia, aprenda, aplique e compartilhe.

PREFÁCIO

Escrevi a primeira edição de Transtornos alimentares para resolver um problema que enfrentei ao ministrar um curso de formação sobre o tema. Depois de dois anos utilizando um livro de referência revisado por pares com artigos de revistas, constatei que meus alunos, antes de avançarem para uma literatura básica, precisavam de um texto que resumisse e sintetizasse a pesquisa existente. O problema é que não havia um texto assim. Minha solução foi escrever o livro que eu precisava e esperar que fosse útil a outros professores e estudantes que enfrentassem o mesmo problema. Isso significa que sou ao mesmo tempo a autora deste livro e uma professora que o utiliza em seus cursos. Conforme o tempo passou, fui ganhando mais consciência (e às vezes ficando desconfortável) com a lacuna entre o que a primeira edição cobria e o que já se sabia no momento sobre transtornos alimentares. De início, essa lacuna me deu a oportunidade de apresentar novas e estimulantes descobertas nas minhas palestras, a fim de suplementar a leitura. No entanto, à medida que o tempo foi passando e a lacuna cresceu, decidi que a única maneira de efetivamente ensinar meus alunos era escrever uma segunda edição.

Desde a publicação da primeira edição deste livro em 2005, surgiram na área muitas descobertas novas e importantes. A nova edição de 2005 do DSM, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, alterou as definições dos transtornos alimentares existentes e incluiu novos. Na realidade, meu próprio programa de pesquisa tem focado definir e caracterizar a nova síndrome do transtorno purgativo – uma condição que sequer foi mencionada na primeira edição deste livro!

Para incorporar esse e outros avanços na área, foram acrescentadas à segunda edição as informações sobre a síndrome do transtorno purgativo e a síndrome do comer noturno, junto com novos estudos de caso para cada uma, e incluí novo capítulo para tratar das condições relacionadas a transtornos de ingestão e obesidade. O livro foi também atualizado com novas descobertas sobre a epidemiologia dos transtornos alimentares, para refletir a replicação da Pesquisa Nacional de Comorbidade e vários estudos epidemiológicos focados em transtornos alimentares em grupos raciais e étnicos minoritários. Outras mudanças são um foco maior nos transtornos alimentares em garotos e homens, uma discussão mais ampla sobre a influência dos pares e das mídias sociais no risco de desenvolver um transtorno alimentar e descrições de novas descobertas a partir de estudos de neuroimagem. Um dos aspectos mais estimulantes de trabalhar na segunda edição foi a oportunidade de revisar novos estudos de programas de prevenção para reduzir o risco de transtornos alimentares em sua fase precoce, pois tais estudos alteram de modo fundamental as conclusões sobre o sucesso dos esforços de prevenção nessa área.

Embora a esta edição tenha atualizado totalmente o que há de mais atual sobre transtornos alimentares, o tópico dos transtornos alimentares continua relevante pelas mesmas razões apresentadas na edição anterior. Transtornos alimentares oferecem uma ótima oportunidade para examinar as intersecções entre cultura, mente e corpo. Para poder apreciar de fato as causas e consequências desses transtornos, é preciso se dispor a considerar tópicos que abrangem humanidades (história, arte e literatura), ciências sociais (psicologia, antropologia, estudos sobre a mulher e economia) e ciências naturais (anatomia, fisiologia, farmacologia e genética). Consequentemente, há algo para todos no estudo dos transtornos alimentares. Poucos tópicos de investigação permitem aos indivíduos envolvidos em tantas disciplinas darem contribuições significativas.

Transtornos alimentares estão presentes à nossa volta. Quase todo mundo que escolhe ler este livro conhece alguém que sofre de transtorno alimentar. Ao contrário de outros temas de estudo acadêmico, os transtornos alimentares costumam fazer parte de nossas vidas pessoais. Mesmo indivíduos que felizmente não tiveram um transtorno

alimentar ou convivido com um familiar afetado por isso provavelmente conhecem alguém nessa situação.

Transtornos alimentares são muito comuns. Muitas pessoas famosas reconheceram o impacto deles em suas vidas. Assim, mesmo quem não conhece pessoalmente alguém com um transtorno alimentar tem a sensação de familiaridade com o problema. Essa presença tem duas consequências. Primeiro, as pessoas sabem mais a respeito de transtornos alimentares do que sobre muitos outros assuntos que poderiam ser cobertos por um texto de referência. Segundo, provavelmente têm mais informações incorretas sobre transtornos alimentares do que a respeito de outros tópicos de manuais. Assim, os transtornos alimentares podem ao mesmo tempo ser familiares e desafiadores (em vez das combinações mais comuns entre algo ao mesmo tempo familiar e tedioso ou desafiador e intimidante).

O campo de transtornos alimentares ainda é jovem. Algumas seções deste livro foram difíceis de escrever porque ainda resta muita coisa que simplesmente não conhecemos a respeito desses transtornos. Essa limitação, porém, representa também uma oportunidade. Pelo fato de haver ainda muito a aprender, existem várias maneiras pelas quais as pessoas podem dar uma importante contribuição ao conhecimento de base desses transtornos. Jovens pesquisadores têm realizado estudos fascinantes e esclarecedores na área de transtornos alimentares. Este livro inclui vários estudos realizados por alunos de graduação, em razão das importantes conclusões que podemos extrair deles.

ESTUDOS DE CASO

Como a maioria dos livros sobre psicopatologia, este usa estudos de caso para ajudar a dar vida ao assunto. Estudos de caso são particularmente importantes para ilustrar transtornos alimentares, pois estes nunca existem no vácuo, ocorrem no contexto de vida do indivíduo. Para equilibrar as demandas concorrentes de amplitude e profundidade, são acompanhados ao longo do livro cinco estudos de caso. Em vez de apresentar 25 casos distintos de maneira breve, o livro integra os tópicos dos diferentes capítulos às vidas desses cinco indivíduos, fornecendo um insight adicional em cada um. Por esse motivo, é melhor

que os capítulos sejam vistos na sequência apresentada. Ler primeiro o Capítulo 1 valerá a pena mesmo para indivíduos que estejam intimamente familiarizados com as definições de transtornos alimentares, pois é onde apresento os casos que guiarão o leitor ao longo do texto. Da mesma forma, mesmo que as restrições de tempo, sempre presentes em todos os cursos, signifiquem que os capítulos finais não são parte da leitura obrigatória, ainda assim vale a pena lê-los para ver como as coisas aconteceram para os indivíduos apresentados no Capítulo 1.

RECURSOS PARA ESTUDANTES

Termos que são novos para estudantes estão definidos dentro dos capítulos e incluídos num glossário no final do livro. Os termos do glossário aparecem em negrito no texto e são listados no final do capítulo em que desempenham papel-chave. O itálico é usado para outros termos importantes, chamando a atenção dos alunos para tópicos cruciais nos capítulos. Quadros e figuras também foram incluídos como apoio ao estudo. Enquanto as figuras reforçam as informações descritas no texto, os quadros costumam oferecer informações adicionais. Assim, as figuras são ilustrativas, e os quadros mostram revisões concisas de informações que muitas vezes não foram apresentadas em outras partes do livro. Cada capítulo é acompanhado por uma breve conclusão. A conclusão não tem a intenção de servir como um resumo do capítulo inteiro. Busca fornecer os pontos principais, como apoio empírico, sobre o assunto do capítulo (quando tais conclusões são possíveis).

Este livro inclui um capítulo dedicado à metodologia de pesquisa (Capítulo 4), com exemplos de estudos de transtornos alimentares. O capítulo busca permitir que estudantes que não completaram sua formação em métodos de pesquisa avaliem criticamente os pontos fortes e fracos das conclusões extraídas da literatura empírica. O capítulo também serve como um recordatório para estudantes de cursos de psicologia avançada que já tenham concluído sua formação em métodos de pesquisa.

AGRADECIMENTOS

Quero começar agradecendo aos professores e alunos que usaram a edição anterior de Transtornos Alimentares. Escrever só é uma forma importante de comunicação quando alguém lê o que você escreveu.

Sem esses leitores, não haveria uma nova edição. Quero agradecer aos revisores dos esboços dos capítulos, que me deram um feedback excepcionalmente útil quanto às oportunidades de melhorar a cobertura dessa área em expansão, de modo que o livro permanecesse útil a um público amplo. Quero agradecer também aos alunos que assistiram às minhas aulas sobre transtornos alimentares, porque me deram um feedback valioso (tanto positivo quanto negativo).

Sou profundamente grata aos esforços de vários membros da equipe da Oxford University Press, entre eles Sarah Harrington e Andrea Zekus.

Finalmente, quero agradecer a você pelo seu interesse por esse assunto.

Dra. Pamela K. Keel, PhD

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