Neste livro, encontramos Merleau-Ponty em dois momentos distintos. Primeiramente, aos 25-26 anos, quando elabora e realiza o seu projeto de pesquisa sobre a natureza da percepção. Em 1933-1934, ele se volta para as noções correntes de consciência e de sensação, interroga a fisiologia, a patologia e a psicologia da percepção – concebe, de modo original, a clivagem entre a consciência das coisas e uma consciência imanente. O jovem fenomenólogo revisita a Gestaltpsychologie na delimitação de seu objeto e nos seus métodos de análise, acompanha a percepção de mundo da criança e toma distância perante as fórmulas representadas por Piaget, mas não se dá por satisfeito com as consequências filosóficas que é preciso extrair das investigações científicas.