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Molhos e Temperos são o (grande) pormenor que faz toda a diferença

Aquele toque especial e uma distinção que não vem só no paladar, “comer com os olhos” é, certamente, uma expressão familiar para a maioria de nós. Tendemos a apreciar a comida e as bebidas pela sua apresentação, pelo seu aspeto, e facilmente nos rendemos a alimentos que despertam deliciosamente os nossos sentidos. Desde as ervas aromáticas (frescas ou secas), ao sal, especiarias, passando pela maionese, ketchup, mostarda, molhos refrigerados, entre tantos outros, falamos de uma aventura de paladares para todos os gostos. E propósitos. Por isso, é dos universos mais relevantes.

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Um mercado maduro, presente em praticamente todos os lares em Portugal, mais de 98% dos portugueses compram a categoria, ultrapassando outras que são tão basilares à mesa (e ao seu uso), como massas, arroz ou, até, ovos. A competição dentro desta categoria é um desafio constante. Principalmente, quando as máximas de saúde, bem-estar e prazer continuam a reger o comprador e o consumidor atuais. Em tempos de Covid (análise incontornável nesta altura), não deixou de reforçar o seu posicionamento. E foi das que mais desenvolveu pontos de contacto com os compradores, das mais escolhidas no ponto de venda no primeiro semestre do ano.

% Evolução dos CRP’s – Consumer Reach Point YTD P7’ 2020 (12-jul-20) Vs. Homólogo

Ainda assim, o seu crescimento foi ultrapassado por categorias mais pequenas, como, por exemplo, farinhas e legumes secos, como resultado da conjuntura: primeiramente, em estado de emergência e, depois, no confinamento. O estar mais em casa, com mais predisposição (ou necessidade) para cozinhar e mais momentos de consumo “in home”, alavancou toda uma dedicação e imaginação. E, por isso, vimos crescer, sem exceção, todos os segmentos no auxílio da inovação e criatividade dentro de casa. Desde os pratos às bebidas e, até, sobremesas e bolos. Naturalmente, existiu também uma maior duplicação destes produtos – a convivência, cada vez maior, nos frigoríficos, nas despensas, nas prateleiras e na mesa dos portugueses.

Contudo, Molhos e Temperos manteve a consistência de 2019 e conseguiu, simultaneamente, incrementar (ainda) mais compradores e desenvolver o seu principal “driver” de crescimento: a frequência de compra. Que registou o seu máximo histórico de 13,8 ocasiões de compra (+8,6% a MAT P6’2020 e +16,2% a YTD P7’2020), passando a constar no top 3 de mercearia salgada com mais hábito de compra. Esta rotina estimulou não só o volume da categoria, como, principalmente, o seu gasto, elevando os crescimentos de valor para dois dígitos. Em média, cada português gasta, hoje, 23,5 euros ao ano nesta categoria, mais 12,1% que no ano passado. Molhos refrigerados, especiarias e ervas aromáticas foram os que mais contribuíram para este aumento. A proximidade ao comprador e consumidor é mais do que nunca imperativa. Conhecê-los a ambos, compra e uso do nosso produto/da nossa marca, pois são muitas vezes diferentes – o que procuram, o que esperam do produto - é, cada vez mais, importante e irá determinar a capacidade e sucesso das marcas. Desde os mais saudáveis e frescos, aos mais indulgentes. A título de exemplo, temos uma marca portuguesa que lançou o Xaminhas, o primeiro Piri-Piri para crianças produzido no mundo, ideia de uma mãe que inspirou a Piri-Piri & Co. para que os pequenos possam acompanhar as refeições com um molho picante, tal e qual como os seus pais. Aqui, teremos certamente um comprador muito diferente do consumidor. De uma forma global, sabemos hoje que os lares mais jovens e famílias são a grande força do mercado. Enquanto que os lares mais maduros são e vão continuar a ser o grande repto de molhos (e temperos)!

Os hábitos e o estado da saúde dos consumidores condicionam as suas escolhas. A elevada prevalência de patologias, como colesterol, diabetes e tensão alta, dita as suas escolhas, de onde resultam novas formas e necessidades de consumo. Dada a sua importância crescente - os “seniores” (com mais de 65 anos de idade) representam cerca de 22% da população atual, em 2048, estima-se que representem cerca de 35% -, deixo a reflexão para este “target” no e do futuro.

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