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Gelatinas “ready to eat” trazem dinamismo
MERCADO
A categoria das gelatinas – potenciada pela preocupação dos consumidores com a redução da ingestão de açúcar – sofreu um impacto positivo durante a pandemia. Apesar dos novos hábitos de consumo que os portugueses ganharam neste contexto, o mercado das gelatinas conseguiu manter-se dinâmico, em termos do valor adquirido pelos domicílios portugueses. O formato das gelatinas prontas a comer é, particularmente, responsável pela evolução positiva que o mercado sente e continua a conquistar cada vez mais adeptos.
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TEXTO Bárbara Sousa FOTOS Shutterstock
Os portugueses compraram menos quantidade de gelatina, segundo os dados da Nielsen relativos ao ano móvel findo a 5 de julho. A categoria de gelatinas em pó assistiu a uma normalização do crescimento do seu consumo junto das famílias portuguesas. Nomeadamente, em termos de valor, foram comercializados 14,6 milhões de euros, o que representa uma variação de 0%. Relativamente ao volume, a categoria sofreu um decréscimo de 2%, sendo responsável por 14,5 milhões de unidades vendidas. Também a categoria de gelatinas “ready to eat” assistiu a uma queda nas vendas em volume. Segundo os dados da Nielsen, foram comercializadas 70 milhões de unidades, o que significa uma descida de 4%. No entanto, em termos de valor, apresenta uma dinâmica mais acentuada, com uma subida de 6%, o que equivale a vendas de 22,7 milhões de euros. A pandemia de Covid-19 e o confinamento a que, a partir de março, os portugueses foram sujeitos, durante quase dois meses, de modo a conter a propagação do vírus, vieram, de algum modo, a influenciar também a evolução deste universo. “Podemos dizer que o consumo no mercado de gelatinas (gelatinas em pó mais gelatinas prontas a comer) sofreu um impacto positivo durante a pandemia, apresentando valores superiores aos que mostrava em igual período do ano anterior. A grande diferença surge no mix de compra pois, até recentemente, o formato pronto a comer apresentava maior dinamismo (pela conveniência “on the go” que oferecia) e, este ano, fruto do confinamento, regista-se o inverso, com os consumidores a preferirem o formato em pó”, comenta Sofia Brás, Senior Brand Manager da Royal Ibéria. Efetivamente, o formato pronto a comer (“ready to eat”) tornou-se menos relevante e adequado à realidade, durante o período de confinamento. Contudo, num cenário de regresso à normalidade, a dinâmica do segmento deverá regressar ao que era, estabelecendo o formato pronto a comer como o motor do mercado. “A conveniência do formato assim o deverá ditar, alinhada com as macrotendências”, defende Sofia Brás.
Inovação
E as tendências espelham que os consumidores estão, cada vez mais, exigentes e à procura de novidades, pelo que é crucial continuar a desenvolver novos produtos, de acordo com as suas preferências. Assim como fazer crescer as marcas icónicas através da inovação, não só no lançamento de novos produtos, mas também na execução no ponto de venda e nas campanhas de comunicação. “Mesmo numa categoria madura, como as gelatinas, no caso da Royal, a inovação surge sempre para acrescentar valor e proporcionar novas experiências aos consumidores, contribuindo positivamente para a performance da marca. Se olharmos para o segmento mais maduro, as gelatinas em pó, as mais recentes inovações da Royal (gelatina Antiox, gelatina Vegetal e Mousse de gelatina) representam quase 20% da quota em valor da marca”, detalha Sofia Brás. “Não só via inovação, mas também via exploração de novos momentos e novas maneiras de consumo. Satisfazer o consumidor é o nosso objetivo máximo, em linha com o nosso propósito ‘Snacking Made Right’, o que significa oferecer aos nossos consumidores o snack certo, na hora certa, fabricado da forma certa”. O relatório “State of Snacking”, publicado pela Mondelez International, explora as tendências globais no universo dos snacks em resposta às mudanças nas necessidades. Realizado junto de mais de seis mil consumidores, o estudo confirma que o “snacking” é um comportamento crescente a nível mundial e, como tal, uma das principais tendências no sector alimentar. Especificamente, seis em cada 10 adultos dizem que preferem comer pequenas quantidades, ao longo do dia, em vez de grandes refeições. Ao mesmo tempo, 80% dos adultos inquiridos identificaram a necessidade de um equilíbrio entre lanches saudáveis e indulgentes, ao longo do dia, depen- dendo de cada momento de consumo. “Na Royal, temos trabalhado para oferecer um portfólio variado que responda às necessidades que identificámos no consumidor”, sustenta a Brand Manager.
Menos açúcar
A redução de açúcar na composição das gelatinas é, hoje, uma realidade na oferta disponível no mercado. Mesmo tratando-se de um produto que não é, normalmente, conotado, na sua versão regular, como tendo um elevado teor de açúcar, existem cada vez mais consumidores a optarem pelas gelatinas 0%, que constituem o novo standard de oferta dentro deste universo. “Neste momento, o consumo das duas gamas voltou a estar bastante equilibrado, sendo que, este ano, de acordo com os dados Nielsen para o P6 de 2020, para as gelatinas em pó, a gama de gelatinas com açúcar encontrava- -se a crescer a um ritmo mais elevado que a gama light. E é por isso que, na Royal, não descuramos nenhuma das duas gamas, apoiando ambas em televisão e no ponto de venda”, assegura a responsável. A marca tem estado focada em elevar a sua oferta neste segmento, trazendo para o mercado produtos com um menor teor de açúcar quando comparados com a média dos produtos similares. Exemplo disto mesmo são as gelatinas standard, onde se observou uma redução dos açúcares, e o mesmo se passa com a gelatina de origem vegetal. “Para além de estarmos a mudar o design dos nossos packs, agora com uma imagem mais moderna e apelativa, tendo o consumidor sempre no centro de tudo o que fazemos, decidimos relançar a nossa gama de gelatinas standard, agora com menos 30% de açúcares versus a média de produtos similares no mercado. Implementámos, também, uma mudança de nome na gama Royal 10kcal, que agora é chamada de 0% açúcares, e retirámos todos os corantes artificiais das nossas gelatinas. Procuramos, assim, dar resposta às exigências dos consumidores, que cada vez mais se preocupam com o seu bem-estar”, conclui Sofia Brás.