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"Quando pensamos nas gelatinas sem açúcar, pensamos em Condi"
ENTREVISTA
São 29 anos de trabalho na vanguarda do mercado nacional de gelatinas, com uma gama diversificada de referências em pó e prontas a comer, que, por sua vez, se juntam aos mais de 100 SKUs comercializados em categorias tão distintas como gelatinas, mousses e pudins, entre outras propostas de valor. Sabor aliado à conveniência são as propostas da Condi Alimentar, que se apresenta ao mercado como uma referência em qualidade e inovação ao tornar-se, entre outros aspetos, na primeira marca portuguesa a fabricar gelatinas sem açúcar. João Pires, administrador da Condi Alimentar, explica o presente e o futuro da empresa por si liderada.
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TEXTO Bruno Farias FOTOS Sara Matos
Grande Consumo - A Condi Alimentar tem vindo a fazer o seu caminho no mercado. Ao fim de, praticamente, 30 anos, a empresa está, hoje, onde deveria estar? Era este o patamar onde via a empresa da sua família estar aos dias de hoje?
João Pires – Considero que temos um percurso bastante positivo, ao longo destes 29 anos, e que nos podemos orgulhar do mesmo. Desde o início da empresa que sempre tivemos a tendência para sermos diferentes e, portanto, a inovação era a palavra de ordem, desde o primeiro dia. Pois, só assim podemos conseguir dar ao consumidor algo diferente. “Porquê mudar de marca?”, pergunta-se, muitas vezes, o consumidor. Os nossos concorrentes sempre foram marcas muito fortes, que estão no mercado há imensos anos, pelo que tínhamos que apresentar ao mercado algo diferenciador. Creio que este foi o segredo para estarmos onde estamos hoje.
GC - Foi, igualmente, notório que a oferta da marca tem acompanhado as mais recentes tendências de mercado. As empresas de base familiar reagem mais rápido e melhor aos desafios que surgem? Era o único caminho a seguir?
JP – Mais do que estar atento às tendências de mercado, é importante perceber quais as necessidades dos consumidores. E, em função disso, apresentar as melhores opções para oferecer produtos inovadores e de fácil execução. No caso da Condi, fomos pioneiros ao trazer para o mercado português as gelatinas sem açúcar, por exemplo.

João Pires, administrador da Condi Alimentar
GC - Era importante ter um departamento e equipa própria de investigação e desenvolvimento para dinamizar a oferta, a inovação e promover, assim, efetivas mais-valias de produto? Esse esforço de inovação não seria possível com, por exemplo, uma equipa externa?
JP – Essa é uma das vantagens detidas pela Condi, pois, não só conseguimos responder com muito mais rapidez, como muito mais assertivamente. Ao ter criado um painel de consumidores, que avalia cada gama e cada produto, é possível aferir resultados muito mais rapidamente. Sem uma equipa interna, estaríamos dependentes de serviços externos, pelo que a sua existência permite, também, gerir de forma mais eficaz aquilo que são as prioridades internas.
GC - Quais são as mais-valias que a oferta da Condi proporciona aos clientes e aos consumidores?
JP – No decorrer do processo de desenvolvimento de novos produtos, existe uma etapa importante que determina se o projeto pode avançar ou não, que são as provas. Os produtos desenvolvidos têm que ter uma classificação superior a 90% nas degustações feitas por painéis internos e, por vezes, externos, pelo que o sabor é uma das grandes mais-valias. Outra questão prende-se com a facilidade com que qualquer produto se pode preparar; em poucos minutos, conseguimos fazer uma sobremesa deliciosa e surpreender família e amigos. Por último, sem dúvida, a portugalidade, pois, quem compra Condi, está a comprar um produto português, integralmente produzido em Portugal.
GC - Podemos dizer que “tudo começou” com o Bolo no Minuto? É uma análise correta?
JP – Não começou com o Bolo no Minuto. Originalmente, a Condi começou pelo negócio das especiarias, devido ao “background” nessa área dos seus fundadores, que detiveram a Margão. Hoje, somos uma das principais e mais inovadoras marcas no mercado de sobremesas em pó, com gelatinas e preparados para bolos, mousses e pudins. Fomos a primeira marca de gelatinas sem açúcar a entrar no mercado e esse lançamento foi um ponto de viragem na história da empresa. Hoje, estamos a verificar que essa visão estava acertada, numa altura em que, por exemplo, até as marcas próprias entram neste segmento. Criámos uma área de negócio que não existia e que, hoje, já vale quase 50% do negócio total. Fomos pioneiros, também, nessa matéria.
GC - O portfólio encontra-se fechado? Ou nunca está fechado? Prevê alargar a oferta da marca, a breve trecho?
JP – A Condi não foi só inovadora no segmento, como também nos sabores que lançou. Até então, apenas existiam alguns sabores no mercado. A Condi lançou 12, o que foi importante para atrair novos consumidores para a categoria, seduzidos por novos sabores como, por exemplo, manga. E o leque mais alargado de sabores foi, também, importante para criar mancha nas prateleiras, fruto de um maior número de referências, cativando, até, os olhares mais desatentos. Mas, de facto, o portfólio nunca está fechado, nunca vai estar fechado. Estamos sempre atentos à emergência de novos produtos, tendências e conceitos, mas tudo o que lançarmos, agora, tem que ser com certezas absolutas, pois o espaço em prateleira não é infinito.
GC - Depois das gelatinas Light, as Zero... E depois? As gelatinas prontas a comer foram um “game changer” na vossa oferta? O seu lançamento dá-se aquando da maturidade da empresa e da marca?
JP – Era um sonho antigo. Sabíamos que era um segmento que também estava a crescer, pois o quotidiano é exigente, pese embora o facto de ser uma sobremesa muito fácil de concretizar. Mas o consumidor requer produtos prontos a comer e, daí, a aposta na entrada também nesta área de negócio. E fomos, igualmente, a primeira empresa portuguesa a estar em ambos os segmentos (gelatinas em pó e prontas a comer), pelo que resta-nos continuar a trabalhar e fazer das gelatinas prontas a comer o mesmo sucesso que são, felizmente, as gelatinas em pó.
GC - O ano de 2020, apesar da sua complexidade, continua a ser de inovação para a marca, com algumas novidades. A gelatina +Proteína é um desses bons exemplos? A que se deve a sua aposta?
JP – Era uma tendência, uma vez mais, da procura por produtos com proteína. Sabemos que é um segmento de mercado restrito, mas também sabemos que, devido à pouca oferta existente neste âmbito, podemos chegar longe com o mesmo. É uma novidade deste ano, já temos clientes fidelizados, o produto é muito agradável e constitui uma das gamas que, dentro da extensa oferta da Condi, pode vir a ser mais desenvolvida.

GC - Qual é a área de negócio com maior peso na faturação da marca?
JP – As gelatinas. Nomeadamente, as gelatinas sem açúcar, com stevia, light e zero, em suma, toda a gama sem açúcar, que representa 50% da faturação.
GC - Sente, de algum modo, que o facto de ser uma empresa e uma marca portuguesa ajuda a abrir portas, sobretudo no mercado interno, ou nem por isso? A portugalidade, os sabores e as marcas portuguesas serão privilegiadas pelos consumidores nacionais no contexto de pandemia?
JP – Sentimos isso, de facto. Inclusive, alguns dos parceiros do retalho fizeram ações comerciais única e exclusivamente para produtos portugueses, o que demonstra esse compromisso.
GC - A que se deve a aposta em ter um espaço dedicado na Kidzania? O que é que o mesmo acarreta à marca e ao seu imaginário?
JP – A Condi é uma marca para toda a família e, nesse sentido, acreditamos que é importante, e valorizador, para a marca que as crianças cresçam com a mes- ma presente nas suas mentes. A Kidzania é um local por excelência da promoção da experimentação e permite que quem visita o nosso espaço possa mergulhar no espírito e conceito da marca, através da possibilidade de fazer, por exemplo, a sua própria gelatina. Razão pela qual, e de olhos postos no futuro, estamos presentes na Kidzania com um espaço próprio.
GC - A Condi Alimentar é a “prova” de que é possível inovar com produtos feitos em Portugal?
JP – Penso que sim. A prova disso mesmo é que, quando pensamos nas gelatinas sem açúcar, que, como mencionei anteriormente, são o nosso principal produto, e continua a crescer, pensamos em Condi. A título ilustrativo, lançámos essa mesma gama em Espanha, numa determinada cadeia retalhista e, em pouco tempo, tivemos outras cadeias a tomar a iniciativa de nos contactar.
GC - A exportação é importante para a empresa?
JP – A exportação é, naturalmente, importante para a Condi. À imagem de muitas outras empresas portuguesas do ramo alimentar, a Condi iniciou a sua atividade exportadora nos PALOP, destino no qual chegámos a ter volumes muito interessantes. Entretanto, migrámos para outros mercados mais maduros, com Espanha e França a apresentarem-se como os principais mercados de exportação para a Condi, que marca presença num conjunto muito alargado e diversificado de países. Em termos práticos, a exportação representa 30% para a empresa, pelo que é uma dimensão importante da nossa atividade.
GC - O que é ainda falta “inventar” para a marca?
JP – Já demos provas de que a nossa capacidade de concretização não tem fim. E que somos uma empresa atenta às necessidades do mercado, pelo que, ao ir por esse caminho, as ideias vão surgir muito naturalmente.
Novidade Duo Pack
A Condi Alimentar comercializa a sua gama de gelatinas prontas a comer, disponível na versão Tradicional, Zero e +Proteína, em 4 pack, mas também em duo pack (duas unidades), composto por duas gelatinas de sabores diferentes, de modo a dar resposta à crescente procura de produtos “on the go” e, assim, evitar o desperdício alimentar. Recorde-se que os diferentes formatos de embalagem têm menos 20% de plástico, face às existentes no mercado. Formato no qual é possível encontrar na Condi a novidade +Proteína para acompanhar nas aventuras que requerem um maior esforço físico, como treinos, grandes caminhadas, corridas ou trails. Especialmente pensadas para quem pratica exercício físico, as gelatinas prontas +Proteína são uma inovação no mercado e verdadeiras aliadas na recuperação do glicogénio muscular. Destacando-se pelas 10 gramas de proteína por copo, com apenas 40 quilocalorias e sem açúcares adicionados, são uma opção válida para variar entre o pré e pós treino. Com vitamina C e sem glúten, estão disponíveis em packs de duas e quatro unidades nos sabores de frutos vermelhos e manga/limão.

