Para quê comprar se podemos partilhar? Um pouco por todo o mundo, uma nova vaga de negócios baseados na colaboração e partilha entre pares está a agitar categorias estabelecidas. Seja através do empréstimo de bens, do aluguer de casas e automóveis, da oferta de serviços, os consumidores estão a mostrar um crescente entusiasmo pela chamada economia da partilha. Confiança, conveniência e um certo sentido de comunidade estão a catalisar a adoção deste modelo económico e, graças à vontade dos consumidores em usar mais apps móveis, existem cada vez menos barreiras à entrada de novos negócios e à construção das marcas.
TENDÊNCIAS TEXTO Carina Rodrigues FOTOS Sara Matos e D.R.
14 Grande Consumo
V
iajamos para a Bélgica, onde a Nestlé combinou partes da sua cadeia de abastecimento de produtos frescos e refrigerados com a PepsiCo. Partilharam o armazenamento, o embalamento e a distribuição, sincronizando as entregas de modo a aproveitar ao máximo o espaço dos camiões. O resultado? Uma redução de 44% nos custos de transporte, 55% nas emissões de carbono e níveis mais elevados de satisfação do consumidor. Da Bélgica para a Índia e para o Paquistão. A iniciativa foi da Coca-Cola e permitiu a partilha do sentido de comunidade. Através da plataforma “Partilha uma Coca-Cola”, a gigante das bebidas quis transmitir a ideia de que a partilha e as ligações são o que nos torna humanos. Através de máquinas de vending “high tech”, convidava os indianos e paquistaneses a colocarem de lado as suas diferenças e a partilharem um momento. Em torno de uma Coca-Cola. Um dos momentos mais marcantes foi quando uma rapariga indiana deu as mãos a uma idosa paquistanesa. Ao mesmo tempo, a campanha encorajava a colaboração entre as equipas da Coca-Cola dos dois países, de modo a mostrar o poder e o valor das ligações na transposição de barreiras que parecem difíceis de ultrapassar. Regressemos a Portugal, onde os consumidores se renderam às autocaravanas. Mas isso não significa que as suas vendas tenham disparado. Conhecida como “Airbnb de autocaravanas”, a Yescapa já conquistou o mercado, tendo, nos primeiros cinco meses, gerado meio milhão de euros aos proprietários portugueses. Esta plataforma une proprietários de autocaravanas a pessoas que queiram ter umas férias diferentes, geralmente com maior contacto com a natureza e liberdade. Chegada a