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“A indústria não pode ser o sustentáculo da
agricultura distribuição moderna”
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TEXTO Bruno Farias FOTOS Sara Matos
Há 30 anos em Portugal, a Arrozeiras Mundiarroz destaca-se pelas marcas detidas, assim como por uma presença noutros segmentos de mercado, caso das massas premium e orientais. Cigala, Saludães, Garofalo e Banzai são hoje marcas presentes no “top of mind” do consumidor, cada uma com o seu posicionamento e consequente preço. Diferenciar pela diversificação, uma premissa defendida por João Potier, diretor geral da Arrozeiras Mundiarroz, que em entrevista à Grande Consumo aborda a fileira, a conjuntura económica, as dificuldades e oportunidades deste produto que junta tantos portugueses à mesa.
Grande Consumo - A Mundiarroz tem um historial de 30 anos no mercado português. Como analisa o percurso da empresa e os desafios do sector ao longo destas três décadas? João Potier – Quando iniciámos esta aventura em Portugal, reconhecíamos que o país tinha muita potencialidade para atrair investimento estrangeiro em todas as áreas da agroindústria, dada a sua insuficiência em termos de produção agrícola, que se mantém até aos dias de hoje, nomeadamente na produção orizícola. Coincidindo com a liberalização dos mercados decorrente da nossa entrada na então Comunidade Económica Europeia, o grupo entrou no país com a constituição não de uma sucursal, mas de uma empresa portuguesa, com trabalhadores nacionais, indo buscar
quadros de topo a outras empresas portuguesas. A pouco e pouco, começou-se a escrever esta história. Não querendo entrar no mercado em concorrência direta com as empresas que já cá estavam, porque nada consolidaria, logo de início, a não ser uma “guerra”, a aposta recaiu no trabalho daquelas áreas que estavam menos aproveitadas em Portugal, com a exploração do negócio do arroz Agulha. Os portugueses já começavam a consumir este arroz, pelo que detetámos aqui um nicho de oportunidade, que em 10 anos se transformou na variedade de arroz mais utilizada em Portugal, quer pelo nosso trabalho, quer pela preferência dos consumidores. Temos sempre de estar muito atentos aos hábitos de consumo, que há 20 anos variavam a cada década, mas que agora evoluem a cada quatro anos. Tivemos a possibilidade de apostar no