A Construção de um Novo Olhar sobre o Ensino de Arquitetura e Urbanismo no Brasil: 40 anos da ABEA

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professores das áreas de estrutura, de conforto, de história da arquitetura e teorização e de projeto. Promoveu o Curso de Atualização de Docentes de Conforto Ambiental. Em geral, as recomendações apontaram a necessidade de novos encontros e a criação de laboratórios e oucentros de informação e documentação. Neste ano de 1975, o professor Eduardo Corona da FAU/USP e da FAU/Braz Cubas de Mogi das Cruzes foi eleito presidente. Por mais um gestão, até 1979, continuou na liderança da Associação. Foram anos de intensas atividades. Em 1976, mudou a metodologia de trabalho. No lugar dos encontros entre os professores das áreas de conhecimento os eventos passaram a ser regionalizados. Localmente, todos os assuntos eram discutidos, aprovados e às recomendações das áreas, debatidas anteriormente, agregadas. Desta maneira, nas 30 escolas em funcionamento naquele ano, conseguiram colocar frente a frente a organização didática, a metodologia de ensino, o elenco de disciplinas e seus conteúdos Mesmo assim, assuntos específicos, como desenho industrial, comunicação visual e paisagismo participaram da pauta. Ressaltaram a importância do paisagismo e alertaram para o risco de criação de nova categoria profissional. Quer dizer, a ABEA manteve a idéia da formação generalista. As deliberações foram firmando posições. Adicionaram questões nacionais. Por exemplo, em relação ao conforto, chamaram a atenção para a situação da pesquisa teórica e experimental, corria‐se o perigo de transplantação pura e simples dos achados internacionais. Para o projeto e planejamento, vincularam a importância das questões urbanas e ambientais. Trataram da indissociabilidade entre arquitetura e urbanismo e sugeriram a substituição dos temas de arquitetura isolada para os voltados às necessidades coletivas. Propuseram o debate dos problemas da prática profissional e das formas de ação do arquiteto na sociedade. Em conseqüência, começaram as críticas à conjuntura do país. No caso da história e teorização, apontaram para a participação da universidade na preservação da memória e da consciência nacional. Recomendaram que as disciplinas tratassem da problemática da realidade nacional. No sentido do estudo e da pesquisa dos exemplos de soluções contidas em nossa arquitetura tradicional, estimularam plano de cooperação entre as disciplinas de Teoria e História e de Conforto Ambiental; integração das disciplinas de teoria e história entre si, bem como com as de projeto. Sobre a teoria e história três reflexões foram publicadas nos boletins. Os textos tiveram autoria dos professores Silva Teles, Edgar Graeff e Elvan Silva. O primeiro sugeriu análises 50


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