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A adição de ionóforos aumenta a eficiência alimentar através da eficiência seletiva dos padrões de fermentação ruminal (Santos e Sá Filho, 2006). Os ionóforos aumentam a produção de propionato total sem alterar a quantidade de ácidos graxos voláteis e diminuem a degradação de proteína no rúmen. Como ionóforos aumentam a produção de propionato no rúmen e os níveis de glicemia, espera-se que a suplementação melhore as concentrações plasmáticas de insulina e tenha um impacto sobre o desempenho reprodutivo (Santos, 2005). A suplementação com ácidos graxos aumenta a densidade energética da dieta e além disso fornece substrato na forma de acetil-CoA para a síntese de hormônios esteróides. Para que estes ácidos graxos insaturados tenham efeito benéfico na reprodução de bovinos, estes devem resistir a biohidrogenação ruminal e ser absorvidos no intestino delgado tal qual como foram fornecidos na dieta. A suplementação com fontes de gordura na dieta de vacas de leite e de corte aumenta as concentrações de colesterol e progesterona no plasma sanguíneo e crescimento do folículo ovulatório. Vacas recebendo gordura no período pós-parto têm folículo dominante com maior diâmetro e, potencialmente com maior capacidade ovulatória (Santos e Sá Filho, 2006; Santos, 2005). Um elevado percentual de perdas embrionárias no estabelecimento da prenhez inicial em bovinos coincide com o período de inibição da secreção de prostaglandina F2á (PGF2á) pelo embrião no útero (dias 15-17), o que sugere que algumas perdas podem ser devido ao fato de que determinados embriões são incapazes de inibir a secreção de PGF2á. Portanto, estratégias para potencializar a inibição da secreção PGF2á podem resultar em aumento da taxa de prenhez e da sobrevivência do embrião. A farinha de peixe contém óleo (8% de MS) com concentrações relativamente altas de ácidos graxos polinsaturados (AGPI) que no útero atuam reduzindo a síntese de PGF2á. Os AGPIs, tais como acido linoléico, linolênico, podem atuar inibindo a síntese de PGF2á no útero através de mecanismos, tais como: redução da disponibilidade precursor do ácido araquidônico; aumento na competição destes ácidos graxos com o ácido araquidônico para se ligarem à prostaglandina endoperóxido sintase (PGHS); e inibição da atividade e síntese da PGHS (Butler, 2004; Thatcher, 2005). Existem diversas fontes de gorduras inertes no rúmen, incluindo ácidos graxos hidrogenados e sais de cálcios de ácidos graxos. Estas fontes de gordura foram originalmente

formuladas para aumentar a ingestão calórica de vacas de leite com um impacto mínimo sobre a atividade microbiana no rúmen (Santos, 2005). Vacas com nitrogênio uréico acima de 19 mg/dl apresentam taxas de concepção mais baixas do que aquelas com mais baixo nitrogênio uréico sanguíneo. Foi sugerido que o excesso de proteína bruta na dieta ou de proteína degradável no rúmen poderia afetar a reprodução de vacas através de um aumento nas concentrações sanguíneas de nitrogênio uréico. O decréscimo na taxa de concepção foi atribuído a alterações em nível endometrial, já que o pH uterino é reduzido (Butler, 1998, Santos, 2005). O nível elevado de gossipol nas dietas de vacas leiteiras também é outro fator que pode reduzir a taxa de concepção, além de aumentar a perda de prenhez após 45 dias de gestação, Segundo Santos e Sá Filho, 2006. O gossipol interfere com o metabolismo da membrana celular, afeta a glicólise, influencia o metabolismo mitocondrial e energético da célula e aumenta a fragilidade das membranas celulares, como nas hemácias. Na verdade, a fragilidade eritrocitária tem sido um dos indicadores da potencial toxicidade por gossipol (Santos, 2005). O BsT e IGF-1 atuam diretamente nos tecidos reprodutivos de bovinos. Ele encontrou receptores para estes no corpo lúteo e folículos. Vacas tratadas com BsT tiveram menor número de estruturas não fertilizadas e maior taxa de embriões transferíveis. Além disso, vacas tratadas com BsT produziram embriões com grau mais avançado de desenvolvimento (Moreira et al., 2000). O BEN é um período fisiológico pelo qual toda a vaca passa. Mas este pode ser reduzido e seus efeitos podem ser diminuídos e menos alterações causarem na produção de leite e na reprodução das vacas. Para isso deve ser realizado um manejo nutricional adequado. Segundo Santos e Sá Filho (2006), o mais importante para reverter o BEN é a disponibilidade de alimento: palatável, de fácil acesso, boa qualidade e quantidade, garantindo máxima ingestão de matéria seca. Referências Bibliográficas: BUTLER, W. R. Efeito do balanço energético negativo na fertilidade de vacas leiteiras. In anais do VII curso de novos enfoques na produção e reprodução de bovinos, Uberlândia, 2004. LOZANO, J.M., NATION, D.P.,WARD, F.A., O'CALAGHAN, E.D. Effect of nutrition on oocyte developmental capacity in dairy cows. Theriogenoly 53(1):284.(Abstr.), 2000. MIYOSHI, S, PATE, J.L and PALMQUIST, D.L. Effects of propylene glycol drenching on energy balance, plasma glucose, plasma insulin, ovarian function and conception in dairy cows. Anim. Reprod. Sci. 68: p29-43, 2001. RABIEE, A.R., LEAN, I.J., GOODEN, J.M., MILLER, B.G. AND SCARAMUZZI, R.J. Na evaluation of transovariam uptake of metabolites using arterio-venous difference methods in dairy cattle. Anim. Reprod. Sci. 48: 9-25, 1997. SANTOS, J. E. P. Efeitos da nutrição e do manejo periparto na eficiência reprodutiva de vacas de leite. In anais do VIII curso de novos enfoques na produção e reprodução de bovinos. Uberlândia, p29-44, 2005. SANTOS, J. E. P., SÁ FILHO, M. F. Biotecnologia da reprodução em bovinos. 2° Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada. São Paulo. 2006.

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