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PLANEJAMENTO E EFICIÊNCIA NO CAMPO

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EDITORIAL

EDITORIAL

GESTÃO

Bruno Guimarães, Médico-veterinário, Técnico da equipe Rehagro Leite

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Pecuária leiteira: dicas importantes para a condução da atividade

Descubra qual a melhor forma de realizar o processo da atividade na pecuária leiteira e obtenha os melhores resultados para a sua propriedade.

Ao iniciar um negócio, uma das principais preocupações consiste na sua rentabilidade, para que todo o investimento feito seja retornado com margem de lucro significativa. Com a pecuária leiteira não é diferente: é preciso identificar os principais pontos do negócio, antes mesmo de iniciá-lo.

Dessa forma, aumentam-se as chances de o planejamento traçado ser certeiro, prevenindo imprevistos e surpresas desagradáveis.

Conhecendo o negócio leite

Independente do status da propriedade leiteira – se ela já se encontra em atividade, se iniciou a produção de leite há pouco tempo ou se ainda está apenas no papel – é importante conhecer de forma profunda e detalhada os pontos que a permeiam e que influenciam no seu resultado.

Esses pontos devem abranger não somente a propriedade de forma específica, mas também as pessoas envolvidas, a região onde ela está localizada e o mercado comprador/consumidor.

A melhor forma de conhecer a fazenda é por meio da ferramenta de Diagnóstico da Propriedade. Com ela é possível entender melhor o projeto, identificando as oportunidades, os riscos, alinhando as ações e atuando para melhorias.

Construindo o diagnóstico da propriedade

Conforme já mencionado, o diagnóstico deve compreender fatores internos e externos da propriedade. O diagnóstico nada mais é do que um re-

trato da propriedade em um momento específico do tempo, relatando de forma detalhada todo o perfil da fazenda e da região.

Para organizar o raciocínio, podemos dividir os fatores em cinco grandes grupos:

1. Caracterização do mercado e do perfil da região

Avaliar qual a aptidão econômica da região, se há facilidade de obtenção de mão de obra qualificada, quais são os compradores de leite, se existe mercado de compra e venda de animais, quais os possíveis fornecedores de insumos, qual a facilidade de acesso e escoamento da produção etc.

Tais fatores permitem reconhecer se a propriedade está/estará inserida em algum determinado polo leiteiro que a beneficie, até mesmo agregue valor à produção de leite.

2. Geografia do terreno

Diz respeito à localização da propriedade, ao clima da região com as médias históricas de temperatura e pluviosidade ao longo do ano, ao relevo, ao tipo de solo, à disponibilidade de água, etc.

O conhecimento dessas variáveis permite, por exemplo, que saibamos qual o potencial agrícola da propriedade para a produção de comida dos animais.

3. Áreas, instalações e maquinários

Não basta apenas conhecer o relevo e o clima da propriedade: é necessário mensurar sua área total e descrever a ocupação de cada divisão, como a extensão destinada à área de preservação permanente (APP), reserva legal, área mecanizável, área de manejo extensivo etc.

Compreender a divisão das áreas auxilia, por exemplo, na determinação de quantos hectares estão disponíveis para o plantio de milho para silagem ou então, quantos hectares podem ser trabalhados com pasto.

Além das áreas, devemos caracterizar também as instalações e os maquinários presentes na propriedade. • Qual a vida útil e o estado de conservação de cada um dos itens? • É possível trabalhar com o galpão de ordenha atual por mais 15 ou 20 anos? • O trator utilizado para a distribuição da dieta dos animais consegue realizar esta tarefa por mais quanto tempo?

Essas informações fazem a diferença quando pensamos na depreciação e na necessidade de aquisição/construção de novas unidades.

4. Perfil do proprietário e dos colaboradores

Conhecer o perfil daqueles que lidam diretamente e diariamente com a propriedade faz toda a diferença. • Qual o perfil cultural e socioeconômico do proprietário? • Ele já possui experiências na pecuária leiteira? • Qual é o objetivo do produtor com a atividade pensando em volume de produção de leite, sistema de criação dos animais, remuneração, venda de genética, fabricação de produtos (laticínios, por exemplo)? • A atividade será conduzida pelo produtor mais como hobby ou terá a importância de ser a sua principal fonte de renda? • Há capital para investimento no negócio e/ou facilidade de obtenção de crédito?

Em relação aos colaboradores, qual é a mão de obra envolvida atualmente na propriedade com a produção de leite? Elaborar um organograma descrevendo o número de envolvidos com suas respectivas funções e remuneração recebida é uma excelente ideia!

Isto vale tanto para os colaboradores fixos quanto para aqueles esporádicos, como técnicos/consultores ou prestadores de serviço, por exemplo.

Esta etapa é de fundamental importância, assim como as demais já citadas. Por meio dela, podemos ter uma noção se os objetivos do proprietário e dos colaboradores estão alinhados com aquilo que a propriedade está retornando e com o potencial que ela pode entregar.

5. Sistema de produção, composição do rebanho e manejos realizados

Enfim, daremos foco específico aos animais e às rotinas. Categorizar o rebanho em grupos é o ideal, quantificando o número de vacas em lactação, vacas secas, recria de 0 a 12 meses, recria de 12 a 24 meses e recria acima de 24 meses, por exemplo.

Se, porventura, a propriedade possuir touro ou criação de machos leiteiros, estes também devem ser contabilizados na composição do rebanho em uma categoria específica. Junto com a composição do rebanho devemos informar qual o padrão racial dos animais e qual a distribuição de grau sanguíneo em casos de animais mestiços no rebanho.

Qual o sistema de produção adotado pela fazenda? Extensivo, semi-intensivo ou intensivo? A pasto, semiconfinamento ou confinamento total? Essa informação é básica e essencial para o diagnóstico!

A verificação e a descrição dos manejos realizados na propriedade devem ser muito bem-feitas, possibilitando compreender, de forma clara, quais ações são feitas na rotina. • Como é a reprodução das vacas e das novilhas? • É utilizada inseminação artificial? Se sim, com quais critérios? • Como ocorre a liberação das novilhas para reprodução? • Os animais em lactação são divididos em lotes? Se sim, com base em quais critérios? • Qual a produção de leite por lote? • Como é o manejo alimentar dos animais? • Quais alimentos compõem a dieta? • A dieta sofre variação entre as estações de chuva e seca?

Como as bezerras são criadas?

Qual o programa alimentar durante o aleitamento e após a desmama?

Quais as principais doenças que acometem os animais?

Existem protocolos de tratamento e calendário sanitário?

A fazenda realiza gestão financeira?

Todas estas perguntas relacionadas ao manejo, além de várias outras, estão atreladas aos indicadores da propriedade. Sendo assim, o recomendado é que, caso a fazenda trabalhe com indicadores, eles sejam mencionados junto aos respectivos manejos, de modo a entender em que nível está a eficiência dos processos.

Considerações

Para ter sucesso na atividade leiteira é necessário, primeiramente, conhecer a fundo a realidade local e regional onde a propriedade será instalada, detalhando as oportunidades e os pontos de ameaça. Após ter conhecido bem a realidade, é hora de traçar o objetivo do sistema de produção com muita clareza e coerência a sua realidade. Por fim, para que esse objetivo seja alcançado com eficiência, é necessário estabelecer processos adequados na rotina de cada setor da fazenda que permitam a obtenção de resultados lucrativos.

GESTÃO

Planejamento e eficiência no campo

Gestão correta de compras como fator diferencial para a produtividade

A gestão de compras é o coração de toda a cadeia de suprimentos e é integrada às áreas de produção, manutenção e logística, influenciando desde a operação ao relacionamento com os clientes. A implementação de uma boa política de gestão de compras dentro de uma empresa, seja ela do ramo que for, evita a falta de produtos, erros no controle de insumos e fornece previsibilidade na gestão dos custos.

No agronegócio, especialmente para os produtores de leite, isso não acontece de forma diferente. Com um planejamento bem feito do lado de fora da porteira, o sucesso na produção é certeiro; afinal, aproximadamente 50% do custo do produtor é com a alimentação do rebanho.

A Embaré, considerada a sexta maior empresa de laticínios do Brasil, presente em todos os continentes do mundo com sua linha de lácteos, preza sempre por oferecer produtos de extrema qualidade, com inovação, respeito ao meio ambiente e ao bem-estar animal, mas principalmente atuando em parceria com toda a cadeia produtiva. A qualidade dos produtos começa no campo, com o trabalho competente e incansável de diversos produtores rurais. São eles quem garantem a qualidade e a pureza do leite, a principal matéria-prima de tantos produtos.

Para garantir o patamar de qualidade desse importante insumo é preciso ter atenção especial com os fornecedores. Dito isso, a Embaré atua de forma assertiva na rotina dos produtores rurais parceiros com a oferta de programas de assistência técnica, gerencial e de capacitação, que buscam colaborar

para o aumento da eficiência produtiva e a maximização dos lucros dos produtores

Para auxiliar no trabalho de gestão de compras, a empresa disponibiliza para os seus mais de 1.500 fornecedores de leite e 12 cooperativas virtuais parceiras o programa de consultoria técnica e gerencial Embaré Assist.

Com a assistência, os técnicos da Embaré fazem um levantamento individualizado e constante das principais demandas dos seus fornecedores de leite e vão ao mercado buscar as melhores oportunidades, ofertas e negociações.

Cada produtor tem suas características próprias, mas todos têm em comum o desejo e a necessidade de produzir mais e melhor. Esse trabalho começa na raiz do negócio: os consultores analisam aspectos que vão desde o controle de estoque, o histórico de compras do produtor, o orçamento, a capacidade de estocagem, até a previsão de entrega de insumos, quantidades mínimas, entre outros. Cada produtor é único, portanto, o trabalho de diagnóstico busca apontar exatamente onde é preciso agir e os pontos a serem melhorados.

Com o levantamento feito, as equipes do Embaré Assist vão atrás dos produtos, que podem ser: fertilizantes, serragem, farelos diversos, milho em grão, açúcar, DDG (dried distillers grains, ou grãos secos de destilaria), entre outros, que as fazendas têm grande demanda ao longo de todo ano. Então, o time de compras da Embaré vai em busca dos melhores fornecedores e das melhores ofertas e negocia os preços para médio e longo prazos, garantindo as melhores oportunidades de negócios, antecipando-se até mesmo às safras.

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