Requalificação 25 de Março: Largo Tamanduateí

Centro Universitário Belas Artes de São Paulo Arquitetura e Urbanismo

Requalificação 25 de Março:

Largo Tamanduateí

Giovane Paiva Lourenço Trabalho Final de Graduação 2021.2

Requalificação 25 de Março: Largo Tamanduateí

Autor GIOVANE PAIVA LOURENCO Orientador MARIO BISELLI CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO ARQUITETURA E URBANISMO TFG 2021.2

Largo Tamanduateí

SUMÁRIO 1.

TEMA 6 2.

CONCEITOS 6 2.1 REQUALIFICAÇÃO URBANA 6 2.1 ESPAÇO PÚBLICO 7 3.

HISTÓRICO 8 4.

LOCAL 10 4.1 ESCALA MACRO 10 4.2 HIDROGRAFIA 11 4.3 FLUXO VIÁRIO 11 4.3 EQUIPAMENTOS 12 4.5 PATRIMÔNIO 16 5.

PROBLEMÁTICA 18 6.

LOCAL 22 6.1 ÍNDICES URBANÍSTICOS 22 6.1 OPERAÇÃO URBANA CENTRO 23 7.

MASTERPLAN 25 8.

DIRETRIZES 26 9.

PROJETO URBANO 28 9.

EDIFÍCIO - MODELO DE INTERVENÇÃO ARQUITETÔNICA

36

9.

REFERÊNCIAS 46

1. TEMA Projeto de Requalificação Urbana na região envoltória a Rua 25 de Março, no Centro histórico de São Paulo. Serão propostas algumas sugestões de adequações urbanas e diretrizes para melhor integração, segurança e conforto do usuário com a região selecionada, chegando assim em um projeto urbano piloto colocando em prática essas modificações e alterações urbanas, respeitando tanto o espaço e escala do pedestre, dos veículos, equipamentos públicos e dos patrimônios existentes. Porém não de maneira destrutiva, mas sim, tendo consciência de que a área se encontra completamente consolidada a anos e que seus princípios e tradições serão mantidos.

Largo Tamanduateí

2. CONCEITOS

2.1 REQUALIFICAÇÃO URBANA Como apresentado no documento VALIS – Valorização de Lisboa em 1990, temos o início do conceito de requalificação urbana pelo seguinte trecho: Recuperar o sentido da ubicação residencial das populações, através de múltiplas ações e medidas, que vão da infra-estruturação à valorização da imagem interna e externa, passando pela provisão dos adequados serviços e pela equidade no acesso ao emprego.

Todos os caminhos, da nova rua ou da nova aldeia deverão levar à Metrópole, sem traumas de regresso(s). A estratégia deve levar a ações que permitam descobrir e qualificar a alma dos lugares, pela nossa memória, pela vivência, pelo património – o que se herdou e importa valorizar, como também o que se deve construir no espírito do tempo.” (CEDRU,1990)

Ou seja, temos relatado desde 1990 são apresentadas algumas problemáticas, porém com soluções urbanísticas simples, que vão de recuperação da infraestrutura local até mesmo a valorização da linguagem previamente estabelecida. Sendo essa uma das fundamentais diretrizes abordadas nesse projeto.

6

2.1 ESPAÇO PÚBLICO Para adentrarmos no conceito de Espaço Público em si precisara-se discutir o que primeiramente é público e logo o que é caracterizado como espaço. Entretanto seria tópico para uma abordagem a qual não é o foco completo deste projeto, logo uma síntese desse assunto baseada em artigos via Encontros Nacionais da Associação Nacional de PósGraduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ENANPUR) fornece um panorama necessário para o entendimento e utilização do conceito.

Dentro da esfera material o espaço público que será trabalhado consta sobre a responsabilidade do Governo Municipal de São Paulo e seria ele o âmbito viário, de infraestrutura urbana, de transporte, sanitário, fundiário dentre outros. Dentro dessa mesma esfera, sua outra face seria o âmbito privado a qual a responsabilidade seria majoritariamente do setor da propriedade privada, caracterizada seja por empreendimentos de serviços, institucionais, comerciais ou residenciais.

Logo o espaço público imaterial dá-se por conta da utilização do local pelos usuários, e essa é a vertente que será explorada.

Prover o espaço dedicado ao usuário para que ele usufrua de maneira respeitosa com os outros usuários em um senso de coletivismo e de espaço público o qual o próprio usuário também pode se intitular pertencente ao local.

IMAGEM 01: Rua Carlos de Souza Nazaré Sábado de manhã Foto: Giovane Paiva - 13/11/20

7

3. HISTÓRICO 1780-1850 Intensifica-se a importância de um dos maiores Portos da história de São Paulo localizado nas margens do Rio Tamanduateí, ao final de onde hoje fica a Ladeira Porto Geral. Importante ponto de carga e descarga de mercadorias que chegavam do interior por via fluvial. Tornando o entorno do Porto um importante centro comercial por mais de 70 anos. Além de prover certa infraestrutura para a região, garantia o emprego de lavandeiras, pescadores e abrigava o Mercado dos Caipiras.

Largo Tamanduateí IMAGEM 02: Rio Tamanduateí no fim do século 19: entrada da cidade Foto: arquivo/AE

1894 Com mais de 240mil habitantes e novos planos políticos para a cidade de São Paulo, o Plano Carlos Bresser dá início as obras de retificação do rio Tamanduateí. Iniciando o fim da origem de seu próprio nome “Rio de Muitas Voltas” em Tupi, por conta da ocupação de suas várseas e a disputa por território privilegiado na cidade.

8

IMAGEM 03: Curso do Rio Tamanduateí em 1894 Foto: Grupo Hímaco/Unifesp/Arquivo Público do Estado de São Paulo

IMAGEM 04: Curso Rio Tamanduateí em 1905 Foto: Grupo Hímaco/Unifesp/Arquivo Público do Estado de São Paulo

IMAGEM 05: Curso do Rio Tamanduateí em IMAGEM 06: Esquema Teórico do Plano de 1928 Avenidas de Prestes Maia.

Foto:Grupo Hímaco/Unifesp/Arquivo Público Foto: Via - São Paulo in Foco do Estado de São Paulo

1930 O rio encontra-se completamente canalizado e retilíneo, agora gerando novos problemas fora do controle do plano inicial.

Dentre eles temos a poluição causada pelos investimentos em automóveis que passam diariamente por suas margens depositando poluição na atmofesra e diretamente no Rio; devido a retificação, suas curvas que duminuiam a velocidade das águas se foram, intensificando demasiadamente o ritmo de fluição, gerando enchentes e alagamentos no entorno; além de receber constantemente esgoto vindo de grande parte da cidade e poucas vezes tratado.

Nessa mesma época é implantantado o Plano de Avenidas de São Paulo, propondo novas circulações urbanas e decentralizando o polo comercial que havia na região central.

1960 A imensa especulação imobiliária acontecendo no espigão da Paulista, fortalece a decentralização da região do Tamanduateí, contribuíndo ainda mais para o “abandono” da região.

9

4. LOCAL

4.1 ESCALA MACRO

Largo Tamanduateí

Estudo e contextualização da região Central de São Paulo, voltado para a Subprefeitura da Sé. Com área de 26,20Km² e totalizando 8 distritos. De acordo com a Projeção da população para o ano de 2018, com base em dados do Censo demográfico de 2010, a população dos distritos respectivamente seria de: Santa Cecília 88.170 hab./ Bela Vista 72.925 hab./ Liberdade 72.503 hab/ República 61.478 hab./ Consolação 57.421 hab/ Cambuci 40.357 hab./ Bom Retiro 38.449 hab./ Sé 26.423. Totalizando aproximadamente 457.726 habitantes na subprefeitura Sé, equivalente a 2,15% da população total da RM de São Paulo (de acordo com a Fundação SEADE - IMP (2021), a população total da RM de São Paulo totaliza 21.252.384 habitantes).

10

IMAGEM 07: Município de São Paulo e recorte da Subprefeitura Sé Foto: Elaborado pelo autor com base no GeoSampa

4.2 HIDROGRAFIA Importante salientar que a base hidrográfica (linhas azuis na Imagem 08) foi de fundamental importância pra o desenvolvimento histórico da região, através de portos e comércio fluvial para chegada e/ou distribuição de mercadoria.

Como apresentado na Imagem 08, temos, da esquerda para a direita, o Córrego Anhanguera, Córrego Augusta, Córrego Saracura, Córrego Itororó, Rio Tamanduateí. Além de ressaltar a área hachurada, onde em relação ao bioma original, pouco se foi preservado além do atual Parque dom Pedro II e algumas outras pequenas áreas remanescentes, tais como a Praça da República e Parque Augusta.

IMAGEM 08: Hidrografia do recorte da Subprefeitura Sé Foto: Elaborado pelo autor com base no GeoSampa

11

4.3 FLUXO VIÁRIO Seguindo basicamente o que foi proposto pelo Plano de Avenidas Prestes Maia de 1930, temos na região o anel viário central formado principalmente pelas VRT - Vias de Trânsito Rápido (em magenta) as quais seriam Av. Radial Leste Oeste, Av. Vinte e Três de Maio e Elevado João Goulart. As Vias Arteriais (em azul) cujas mais relevantes encontram-se Av. Prestes Maia, Av. do Estado, Av. Senador Queirós, Av. Nove de Julho, Rua da Consolação, Av. Ipiranga, Av. Parque Dom Pedro, dentre outras. E em as Vias de Pedestres (em rosa claro) majoritariamente no Centro Histórico de São Paulo, dentre elas temos a Rua São Bento, Rua Direita, Rua Barão de Itapetininga etc.

Largo Tamanduateí IMAGEM 09: Esquema de fluxos viários Foto: Elaborado pelo autor com base no GeoSampa

4.3 EQUIPAMENTOS Em relação a transporte e mobilidade, a região apresenta bons índices se comparado à média da RM de São Paulo em todos os aspectos citados, isso devido a relativa baixa área em comparação com o adensamento (em horário comercial) que ela sofre, além de apresentar vários modais de transporte público em massa como algumas das principais estações de metrô de SP das linhas azul, verde, amarela e vermelha totalizando 21 delas e contando com 4 estações de CPTM.

12

Habitação de baixíssima vulnerabilidade segundo dados da SEHAB em 2018, apresenta apenas uma favela no Bom Retiro e no restante da sub, esse número é nulo. O que se comparado com a média dos outros distritos de 9,7 favelas por distrito, acaba sendo um dos melhores índices encontrados na cidade.

O que não significa que todos da região tem acesso a moradia digna e de qualidade, como no distrito da Sé por exemplo: por ser majoritariamente uma Zona de Centralidade, tornase praticamente vazia e deserta fora de horário comercial apontando uma heterogeneidade nas manchas habitacionais.

Também apresentando inúmeras ocupações, até mesmo uma que virou símbolo de ocupação na América Latina, o Edifício Prestes Maia.

Por outro lado, é um ponto fora da curva quando se trata de equipamentos culturais, casas e espaços de cultura e equipamentos públicos de esporte, demonstrando em prática alguns dos incentivos governamentais para incentivo dos mesmos e pela abundância de memória histórica na região central da cidade.

IMAGEM 10: Pinacoteca de São Paulo Foto: @NelsonKon 26/09/2020

IMAGEM 11: Theatro Municipal Foto: Via site do Theatro Municipal

IMAGEM 12: Centro Cultural Banco do Brasil Foto: Via site do CCBB

IMAGEM 13: Sesc 25 de Maio Foto: @NelsonKon

13

ÍNDICE

PARÂMETRO

Largo Tamanduateí

Bom Retiro

Santa Cecília

Acesso a Transporte em Massa

Proporção (%) da população que reside em um raio de até 1 km de estações de sistemas de transporte público de alta capacidade (trem, metrô e monotrilho), por distrito

58,70%

73,20%

88%

Famílias sem automóvel

Percentual (%) de famílias sem automóvel, por distrito

64,50%

58,20%

78,70%

Acesso a infraestrutura cicloviária

Proporção (%) da população que reside em um raio de até 300 metros de distância de infraestruturas cicloviárias (ciclovias e ciclofaixas), por Zona OD e por distrito

86,40%

95,70%

98,70%

Favelas

Proporção (%) de domicílios em favelas em relação ao total de domicílios, por distrito

3

0

0

Índice do Nível Socioeconômico das Escolas (INSE)

Índice do Nível Socioeconômico das Escolas (INSE)

51,9

53,7

49,6

Equipamentos públicos de cultura

Proporção de equipamentos públicos de cultura (municipais e estaduais), para cada cem mil habitantes, por distrito

23,41

3,4

16,27

Centros culturais, casas e espaços de cultura

Proporção de centros culturais, espaços e casas de cultura (municipais e estaduais), para cada dez mil habitantes, por distrito

0

0

0,49

Equipamentos públicos de esporte

Número de equipamentos públicos municipais de esporte para cada dez mil habitantes, por distrito

1,04

0,23

0,33

Oferta de emprego formal

Taxa de oferta de emprego formal, por dez habitantes participantes da população em idade ativa (PIA), por distrito

22,4

9,31

22

TABELA 01: Índices, parâmetros, equipamentos e dados sobre a Subprefeitura Sé Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados do Mapa de Desigualdade 2020

14

Repúbli

ica

DISTRITO

FONTE

ANO BASE

Sé

Consolação

Bela vista

Liberdade

Cambuci

Média SP

86,40%

65,20%

54,70%

41,60%

5,50%

18,10%

Pesquisa OD 2017

2019

%

78,60%

44,40%

57,10%

47,70%

46,30%

45,50%

Pesquisa OD 2018

2019

%

55,50%

88,90%

54%

50,50%

80,60%

41,00%

Pesquisa OD 2017

2019

0

0

0

0

0

9,7

SEHAB

2019

54,7

64,8

62,1

57

61,8

56

INSE por escola

2018

22,71

5,22

2,74

2,76

0

2,09

SMC; Seade

2019

0

0

0,14

0

0

0,03

SMC; Seade

2019

1,51

0,17

0

0,14

0,5

0,29

SMC; Seade

2019

4,8

MTE; RAIS Microdados; IBGE; Seade

2018

7

113,8

19,2

22,8

6,66

12,5

15

4.5 PATRIMÔNIO Dentro do recorte apresentado na imagem 16, temos 108 edifícios com grau de tombamento a nível de CONPRESP e CONDEPHAAT, e suas devidas peculiaridades serão respeitadas de acordo com o grau de patrimônio. Quanto às áreas envoltóreas, as intervenções tenderão a encontrar alguns impasses legais, porém sendo justificadas como intervenções benéficas e acrescentando novos usos e valorização do existente, sem interferir na linha de visão do patrimônio e não retirando a importância do mesmo no meio em que se encontra.

Largo Tamanduateí

IMAGEM 14: Mosteiro São Bento Foto: Retirada do site https://www.ondevimparar.com.br/ mosteiro-de-sao-bento/

IMAGEM 15: Mercado Municipal Foto: Retirado de https://www.mercadomunicipalsp.com

16

IMAGEM 16: Patrimônios históricos dentro do recorte de estudos Foto: Elaborado pelo autor com base no GeoSampa

Trata-se de uma área em volta do bem tombado, sujeita a restrições de ocupação e intervenção. Para os tombamentos realizados até 8 de outubro de 2003, vale o artigo 137 do Decreto Estadual 13 426, de 16.03.1979: “Nenhuma obra poderá ser executada na área compreendida num raio de 300 (trezentos) metros em torno de qualquer edificação ou sítio tombado, sem que o respectivo projeto seja previamente aprovado pelo Conselho, para evitar prejuízo à visibilidade ou destaque do referido sítio ou edificação”. (São Paulo (SP), Decreto 48.137, de 07/10/03).

17

5. PROBLEMÁTICA O objetivo central desse piloto é proporcionar mais conforto para os usuários do espaço seja ele comerciante, consumidor, provedor de serviço, motorista, vendedor ambulante etc. Cenário que atualmente encontra-se caótico e sem ordem, listando algumas de suas problemáticas, pode-se apontar principalmente: superlotação de pessoas por metro quadrado; espaço de circulação para pedestres e veículos não é bem distribuída, ficando estreita e limitante para ambos; sistema de drenagem de águas pluviais causando enchentes; questões sanitárias; defasagem de paisagismo arbóreo urbano; dentre outros.

As perspectivas positivas para o fim de semana contrastam com

Largo Tamanduateí

números de outros tempos. Antes das restrições de circulação impostas pela Covid, o comércio local recebia entre 700 mil e 1 milhão de pessoas em média ao dia neste período do ano.

G1 São Paulo (30/10/2021)

IMAGEM 17: Movimentação de consumidores na região da 25 de Março, região de comércio popular no centro da capital paulista, neste sábado Foto: Cris Faga/Fox Press/Estadão Conteúdo

18

Atualmente passamos por um momento de pandemia causada pela COVID onde 50 ou 100 pessoas no mesmo lugar, mesmo que aberto, é considerado aglomeração. A 25 de Março recebeu 100 mil usuários nas vésperas do Halloween de 2021 isso por conta das limitações e riscos devido a COVID. Entretanto sobre condições não adversas o local receberia por volta de 1 milhão de usuários diários na mesma época, além das outras datas comemorativas como natal, ano novo, carnaval, festa junina etc. Isso em uma região que podemos sintetizar como um principal eixo de 750m corridos e 18m de largura. E por conta da defasagem de cuidados e falta de incentivo público a infraestrutura acaba não sendo suficiente para atender todo o público, tornando assim a experiencia do usuário exaustiva e não prazerosa, porém muitas vezes necessária.

IMAGEM 18: Chuva alaga ruas de São Paulo Foto: Dani Blashkauer – 16/01/2020

Em épocas chuvosas São Paulo já não é modelo para drenagem urbana de águas pluviais, ainda mais em uma região como a estudada onde, além de fazer parte da Várzea do Rio Tamanduateí que foi canalizado, é um fundo de vale recebendo águas de todos os espigões ao seu redor. Em consequência disso, enchentes e falta de drenagem acabam por interferir diretamente no local, além disso, interferem na economia seja por usuários não saírem para fazer compras, funcionários impossibilitados de chegarem aos comércios ou até mesmo alagamento dos empreendimentos.

19

Largo Tamanduateí

O Centro de São Paulo desde a migração de centralidade para o espigão da paulista e outras localidades, sofreu com uma defasagem de usuários em dias e horários específicos e tal fenômeno vinha se revertendo nos últimos 5 anos. Durante horário comercial existe uma efervescência que chega a ser caótica nos mais diversos lugares do Centro, seja por parte de comércio, serviços, instituições, escritórios ou até mesmo turismo, a 25 de Março está totalmente inclusa nisso. Ou seja, tanto consumidores quanto comerciantes ou prestadores de serviço, todo o público em geral, tende a passar parte da manhã e tarde realizando as atividades no Centro, e com o baixar da noite o público se esvai por consequência de: Falta de atividades noturnas como bares, restaurantes, faculdades, cultura etc; Baixa densidade habitacional para fazer movimento na rua, como a volta para moradia por exemplo; A falta de uso misto das edificações; Falta de auxílio por parte do governo às pessoas em situação de rua, que por causa disso acabam fazendo de algum toldo ou cobertura seu abrigo temporário; Falta de segurança e luminosidade; Dentre outros inúmeros fatores que fazem com que o Centro tenha essa realidade de tornar-se inóspito após horário comercial.

IMAGEM 19: Virada Cultural de São Paulo é adiada para setembro Foto: Blog – A Vida no Centro – 14/12/2018

20

IMAGEM 20: Videomapping no Pateo do Colegio Foto: Agência Brasil

IMAGEM 21: Movimento afirma não ter conseguido dialogar com secretário de Cultura Foto: TIAGO QUEIROZ/ ESTADÃO CONTEÚDO

Como mencionado, nos últimos 5 anos, houve um esforço significativo do governo para atrair público ao Centro utilizando de diversas atividades, algumas delas até noturnas as quais tive oportunidade de participar como Virada Cultural, noites de cinema ao ar livre e até mesmo em épocas festivas como Natal. Mas devido a COVID-19 esses pequenos avanços de trazer mais vida noturna e notoriedade ao Centro foram atrasados por tempo indeterminado.

21

6. LOCAL

6.1 ÍNDICES URBANÍSTICOS

IMAGEM 22: Diagrama de Zoneamento Foto: Mapa retirado do GeoSampa

Largo Tamanduateí

Estudo e contextualização da região Central de São Paulo, voltado para a Subprefeitura da Sé. Com área de 26,20Km² e totalizando 8 distritos. De acordo com a Projeção da população para o ano de 2018, com base em dados do Censo demográfico de 2010, a população dos distritos respectivamente seria de: Santa Cecília 88.170 hab./ Bela Vista 72.925 hab./ Liberdade 72.503 hab/ República 61.478 hab./ Consolação 57.421 hab/ Cambuci 40.357 hab./ Bom Retiro 38.449 hab./ Sé 26.423. Totalizando aproximadamente 457.726 habitantes na subprefeitura Sé, equivalente a 2,15% da população total da RM de São Paulo (de acordo com a Fundação SEADE - IMP (2021), a população total da RM de São Paulo totaliza 21.252.384 habitantes).

ÍNDICES

ZC

ZEIS-3

ZEIS-5

0,3

0,5

0,5

CA bas

1

1

1

CA max

2

4

4

TO < 500m²

0,85

0,85

0,85

TO > 500m²

0,7

0,7

0,7

H max

28

NA

NA

Recuo Frontal

5

5

5

H < 10

NA

3 (h)

3 (h)

H > 10

3 (h)

3 (h)

3 (h)

ZONA CA min

22

TABELA 02: Índices Urbanísticos Fonte: Elaborado pelo autor a partir do Plano de Zoneamento

6.1 OPERAÇÃO URBANA CENTRO A área apresentada encontra-se dentro do perímetro delimitado da Operação Urbana Centro – OU Centro (instrumento urbanístico público, previsto no PDE, utilizado para requalificar uma área da cidade (Lei Municipal 11.090/91) cujo mecanismo parte dos princípios de ação nos espaços públicos, no adensamento populacional e recuperação e valorização do patrimônio histórico. Algumas exceções são feitas nas leis de zoneamento, construção, regularização e no próprio Código de Obras e Edificação (Art. 15°, inciso I) quando trata-se de operações urbanas, como demonstradas a seguir: • Exceções à legislação de uso e ocupação do solo, que podem ser realizada mediante outorga onerosa ou sem contrapartida, dependendo dos susos a serem instalados e da área onde se localiza o terreno; • Regularização de construções, reforma e ampliações sempre mediante outorga onerosa; • Transferência de potencial construtivo de edifícios classificados como Z8-200 (Art. 7°) ou de áreas doadas à Prefeitura (Art. 6°), que poderiam ser feitas para terrenos na Operação Urbana ou em outras regiões da cidade; • Cessão onerosa do espaço público aéreo e subterrâneo, mediante a contrapartida financeira; • Incentivo ao uso residencial: coeficiente de aproveitamento (CA) igual a 6; dispensa da obrigatoriedade de vagas para estacionamento; as áreas de estacionamento quando contruídas, não serão computadas para fins de cálculo do coeficiente de aproveitamento (Art. 3°, inciso I) • Incentivo ao uso misto residencial/ estacionamento: em caso de edifícios com uso misto desse tipo, permite-se um coeficiente de aproveitamento 6 para a área construída com residências e igualmente 6 para a área destinada a garagem, perfazendo um CA total igual a 12, desde que com entradas independentes (Art. 3, inciso II);

23

Largo Tamanduateí

• Incentivo a hotéis: coeficiente de aproveitamento igual a 6 para as instalações hoteleiras, 2 para serviços, e 4 para garagem, perfazendo um CA total igual a 12 (Art. 3°, inciso III); • Incentivo a atividades culturais e de lazer: dispensa de vagas para estacionamento e não considerando da área construída para efeito de cálculo do coeficiente de aproveitamento total – mesmo quando associadas a outros usos – das áreas destinadas a salões de festas; cinemasm teatros, salas de espetáculos, anfiteatros e aduditórios; museus. Creches e atividades educacionais e culturais em geral (Art 3°, inciso IV); • Incentivo aos espaços particulares de uso público: no interior das edificações, no pavimento térreo, as áreas destinadas à circulação de pedestres não serão computadas para efeito do cálculo do coeficiente de aproveitamento (Art. 3°, inciso V) • Incentivo ao remembramento de lotes: para o remembramento de três ou mais lotes que resultem em lote com 1.000 m2 ou mais, a lei autoriza uma área construída adicional, livre de contrapartida, correspondente a 10% da área resultante por lote remembrado, até o limite de 100% (Art 3°, inciso VI) • Incentivo à doação de terrenos para implantação de espaços públicos e áreas verdes: permissão de transferência de potencial construtivo pelo seu valor equivalente para um ou mais imóveis localizados dentro ou fora do perímetro da Operação Urbana Centro (Art 6°) (CÂMARA MUNICIPAL DA CIDADE DE SÃO PAULO, Projeto de Lei 901/93, Operação Urbana Centro, Exposição de Motivos, p.3)

24

7. MASTERPLAN A partir dos dados apresentados a cima juntamente a problemática da desigualdade de usos e desertificação regional em período não comercial, o recorte para intervenção urbana abrange uma área de aproximadamente 40km² e perímetro de 900m sendo delimitado pelas Rua Comendador Afonso Kharlakian; Rua Comendador Abdo Schahin; Rua Cavalheiro Basílio Jafet; Avenida Parque Dom Pedro II. Dentro do distrito da Sé, e com zoneamento predominantemente ZC aliado aos novos índices propostos pela OU – Centro, as possibilidades de propostas/ modelos de intervenções tendem a se adaptar a eles, moldando assim tanto volumetrias quanto programas de necessidades e usos que serão designados para cada local de trabalho se usando os CAs de 6 ou até mesmo 12 como em alguns casos. Como visto na Imagem 23 a região é predominantemente horizontal sem muitos pontos verticalizados, algo a ser explorado ainda mais pelos inúmeros imóveis notificados por estarem subutilizados, tais como edifícios garagem de 1 pavimento apenas ou até mesmo lotes que não atingem nem mesmo CA 1.

IMAGEM 23: Recorte selecionado para Projeto Urbano Foto: Elaborado pelo autor via Google Earth

25

8. DIRETRIZES Um dos pontos principais da requalificação é alcançar a segurança e atratividade ao pedestre, consumidores, lojistas, varejistas, vendedores ambulantes, usuários da região como um todo; Qualidade para o viário que sempre esteve presente e é fundamental para o funcionamento da região; Pontos de drenagem urbana; Proposição para novos instrumentos e usos em lotes subutilizados.

Tais diretrizes são propostas com base em estudos da região e no GUIA DE BOAS PRÁTICAS PARA OS ESPAÇOS PÚBLICOS DA CIDADE DE SÃO PAULO – 2016

Largo Tamanduateí 26

• Extensões ao longo do passeio, sem interromper a faixa livre de trânsito provendo estrutura necessária para diversos usos como: Suportar travessia em rampa para acessibilidade, implantação de vegetação, suporte ao transporte público, implantação de área de permanência.

• Alargamento das calçadas para no mínimo 2,5m. Sendo 0,25m entre os equipamentos e o viário. 0,50m para apoio de equipamento de infraestrutura pública como: postes de iluminação, postes de logística, vegetação urbana etc. E 1,75m para o trânsito de pedestres, contemplando uma faixa que comporta ao menos 3 pessoas lado a lado.

• Implantação de mobiliário urbano seguindo as regras de acessibilidade definidas pela ABNT 9050/2015 e na Legislação Municipal, sendo alguns exemplos de Mobiliário Urbano Básico - MUB: bancos, lixeiras, balizadores, guarda-corpo, bebedouro, paraciclo etc. Existe também a possibilidade de mobiliário de médio e grande porte em locais mais amplos (calçadas maiores de 5,00m de largura), como: abrigo de ônibus, abrigo de táxi, quiosque de apoio, bicicletário, acesso a metrô, sanitário público.

• Extensão das esquinas sem conversão de ônibus, para 3,00m de raio. Facilitando o giro do veículo e a segurança do pedestre.

• Extensão das esquinas com conversão de ônibus, para 6,00m de raio. Sendo tal medida necessária para conversão de veículos de médio/grande porte como caminhões, ônibus e vans.

• Instalação de novo piso uniforme por toda a área de requalificação, sendo de concreto e modular, dividido em partes de 2,00x2,00m ou 4,00x4,00m. Em intervalos determinados para cada caso de rua. Serão instalados módulos modificados a fim de drenarem o excesso de água pluvial, comportando vegetação de médio porte.

• Plantio de vegetação de médio porte, provendo sombra e maior conforto para a circulação. Sendo em corredor verde em calçadas com módulos drenantes, que tenham largura maior que 4,50m ou, em área de extensão do passeio, ou em praças em terrenos residuais formados pela implantação de sistema viário.

• Instalação de jardins de chuvas no largo, próximo a empenas e/ou nas extensões de passeio.

27

9. PROJETO URBANO

Largo Tamanduateí

Área escolhida com base em um resíduo urbano entre as ruas Barão de Duprat e Cantareira, que atualmente é usada como estacionamento irregular, praça para barracas de feira livre provindas do Mercado Municipal, local para foodtrucks, feira de artesanato etc. Com base nos usos atuais do local, a ampla área disponível, o projeto pretende dar resgate de um elemento urbano que veio a desuso e requalificar o sistema viário e de calçadas utilizando os tópicos apresentados nas diretrizes.

Com isso chegamos a um desenho único do LARGO TAMANDUATEÍ Desenhado exclusivamente para esse local, o amplo espaço criado por calçadões abre um panorama de organização e respiro em meio ao caos da 25 de Março. O nome oriundo do histórico da região, em homenagem ao Rio Tamanduateí que em um momento de sua história passou por ali, deixando sua marca e dando origem ao que a região é atualmente, e que fora esquecido com o passar do tempo em decorrência de sua canalização, poluição e desuso.

O viário inspirado nas sinuosidades do Tamanduateí, tem por objetivo a diminuição da velocidade dos automóveis, garantindo assim mais segurança ao pedestre e reduzindo a chance de acidentes.

O amplo largo remetendo a várzea e ao uso atual, servirá de palco para o usuário aproveitar o uso do espaço público. Seja montando barraquinha de artesanato, ou como pista de skate, como palco para apresentações ao ar livre ou até mesmo como feira gastronômica com o famoso paladar arábico presente no local. O uso fica livre assim como outras diversas praças e largos de São Paulo.

IMAGEM 24: Rua Barão de Duprat Foto: Giovane Paiva - 13/11/2021

28

IMAGEM 25 Rua Barão de Duprat Foto: Giovane Paiva - 13/11/2021

IMAGEM 26: Recorte selecionado para Projeto Urbano Foto: Elaborado pelo autor com base no GeoSampa

IMAGEM 27: Rua Cantareira Foto: Giovane Paiva - 13/11/2021

IMAGEM 28: Rua Barão de Duprat Foto: Giovane Paiva - 13/11/2021

29

Largo Tamanduateí 30

IMPLANTAÇÃO - P

PROJETO URBANO

31

Largo Tamanduateí

PERSPECTIVA ESQUEMÁTI

32

ICA LARGO TAMANDUATEÍ

33

Largo Tamanduateí

PERSPECTIVA ESQUEMÁTI

34

ICA LARGO TAMANDUATEÍ

35

9. EDIFÍCIO - MODELO DE INTERVENÇÃO ARQUITETÔNICA

Largo Tamanduateí

O público majoritário da região, são os consumidores que vem das mais diversas áreas da macro-região metropolitana de São Paulo visando a compra de varejo. É comum dentro dessa prática passar mais de um dia na área garimpando produtos e pesquisando por preços mais acessíveis. Logo a necessidade de um lugar para pernoitar. Pequenos hoteis/ pousadas/ hosteis/ albergues são improvisados nas sobrelojas da 25 e entorno muitas vezes não provendo infraestrutura necessária e acomodações descentes para os usuários.

Sendo assim, não somente um hostel que pode oferecer conforto, mas também oferece uma interligação entre as ruas Barão de Duprat (novo Largo Tamanduateí) com a Rua Comend. Abdo Schahin por uma viela, passando pelo restaurante instalado no entre quadras.

Estando também previsto no plano de incentivo a novos usos e reusos na Operação Urbana Centro, entretanto para manter o gabarito da via que será instalado, optou-se por um CA mais baixo seguindo a skyline do pré existente. Área Terreno 2685m² Área Projetada 1210m² Área Construída 540m² Área Permeável 670m² CA 1.90 TO 35%

Programa resumido: - Lotação máxima 400 hóspedes - Restaurante sobre o Largo - Viela de ligação entre ruas Comendador Abdo Schahin e Largo Tamanduateí - Bar da viela - Rooftop panorâmico - Piscina no térreo - Depósito de bagagem - Recepção 36

IMAGEM 29: Recorte selecionado para Edifício modelo Foto: Elaborado pelo autor via GeoSampa

IMAGENS 30, 31, 32: Terreno da intervenção Foto: Giovane Paiva - 13/11/2021

37

Largo Tamanduateí 38

IMPLANTAÇÃO TÉRREO

PLANTA MEZANINO

39

Largo Tamanduateí

1º PAVIMENTO

40

TIPOLOGIA 2º, 3º, 4º PAVIMENTOS

41

Largo Tamanduateí

ROOFTOP

42

CORTE LONGITUDINAL PELA VIELA

CORTE ESQUEMÁTICO RUA COMENDADOR ABDO SCHAHIN

43

Largo Tamanduateí CORTE ESQUEMÁTICO LARGO TAMANDUATEÍ

44

45

9. REFERÊNCIAS CASTRO, Luiz Guilherme. OPERAÇÕES URBANAS EM SÃO PAULO: interesse público ou construção especulativa no lugar. 2006. Tese doutorado – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/ disponiveis/16/16131/tde-20092007-104947/publico/Op_urb_ Castro_2006.pdf>. Acesso em 10 Jun. 2021.

CEDRU. Valorização de Lisboa - VALIS. 1990. CEDRU, Lisboa.

Largo Tamanduateí

FOLHA DE SÃO PAULO. Chuva alaga ruas e causa estragos na capital paulista. Disponível em:<https://agora.folha.uol.com.br/ sao-paulo/2020/01/chuva-deixa-capital-paulista-em-estado-deatencao.shtml>. Acesso em 24 Ago. 2021.

FOLHA DE SÃO PAULO. Chuva em SP prejudica comércio, alaga Ceagesp e pode encarecer alimentos. Disponível em: <https://www1. folha.uol.com.br/mercado/2020/02/chuva-em-sp-prejudicacomercio-alaga-a-ceagesp-e-pode-encarecer-alimentos.shtml>.

Acesso em: 25 Ago. 2021.

G1 SÃO PAULO. 25 de Março tem lojas cheias no 1º fim de semana sem restrições de funcionamento. Disponível em: https://g1.globo. com/sp/sao-paulo/noticia/2021/10/30/25-de-marco-tem-lojascheias-no-1o-fim-de-semana-sem-restricoes-de-funcionamento. ghtml. Acesso em: 15 Nov. 2021.

G1 SÃO PAULO. 25 de Março vira ‘formigueiro humano’ no último fim de semana antes do Natal. Disponível em: <https://g1.globo. com/sao-paulo/noticia/rua-25-de-marco-vira-formigueirohumano-no-ultimo-fim-de-semana-antes-do-natal.ghtml>. Acesso em: 24 Ago. 2021.

46

GERALDELLI, Gabriela. TFG – REGIÃO DA RUA 25 DE MARÇO: Requalificação e conexão. TFG – Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, São Paulo, 2019. Disponível em: <https://issuu.com/ gabrielageraldelli/docs/caderno_tfg_final_issuu>. Acesso em 23 Mai. 2021.

NOSSA SÃO PAULO. MAPA DE DESIGUALDADE, Nossa São Paulo, Out 2020. Disponível em: <https://www.nossasaopaulo.org. br/wp-content/uploads/2020/10/Mapa-da-Desigualdade-2020TABELAS-1.pdf>. Acesso em 10 Jun. 2021.

OLIVEIRA, Lineu. O CONGLOMERADO COMERCIAL DA RUA 25 DE MARÇO, EM SÃO PAULO: Uma região socialmente construída.

REVISTA DE ESTUDOS SOCIAIS, São Paulo, 2011. Disponível em: <https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/res/article/ view/455>. Acesso em 18 Mai. 2021.

PONTES, Jose. O caminho das praias para São Paulo. Disponível em: <http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0102r.htm>. Acesso em 12 Jun. 2021.

SÃO PAULO IN FOCO. Uma Ideia de Prestes Maia: O Plano de Avenidas de São Paulo. Disponível em: <https://www. saopauloinfoco.com.br/plano-avenidas/>. Acesso em 16 Jun. 2021.

SOUZA, Maria. 25 DE MARÇO: Um convite à rua. Trabalho Final de Graduação – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em: <https://issuu.com/ mariabeatrizsouza/docs/tcc_mbeatriz_2017_e34f96a8f38b6f>.

Acesso em 25 Mai. 2021.

47