A ponte 63

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Ano 26 • Nº 63 • Agosto / 2014

Impresso Especial

DEVOLUÇÃO

9912265158 - DR/MG GARANTIDA CORREIOS Associação dos Ex-Alunos da Escola de Eng. UFMG ENVELOPE FECHADO CORREIOS PODE SER ABERTO PELA ECT

A PONTE

Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG - Gestora do Centro da Memória da Engenharia Engenheiro Jobson Nogueira Andrade, presindente do CREA-MG, recebe a 50ª Medalha Conselheiro Christiano Ottoni das mãos do Engenheiro Fabrício Torres Sampaio

Foto: Foca

103º Aniversário da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais Uma manhã de homenagens às turmas com Jubileu de Diamante, Ouro e Prata. E 50ª

Medalha Conselheiro Chistiano Ottoni, ao Engº Jobson Nogueira Andrade, Presidente

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Índice

- Quem foi Christiano Benedicto Ottoni?

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- Falta Discutir o PROJETO Brasil - por José Carlos Laender Castro

centromemoriaengenharia@gmail.com

do CREA-MG

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- O Centro de Memória da Engenharia

(31) 3273-3023

Endereço: Rua da Bahia, 52 - 2º Andar - Centro - Belo Horizonte / MG - CEP 30.160-010


Caro leitor, nossa edição de agosto do jornal A Ponte está imperdível! Temos a cobertura do Aniversário da Escola de Engenharia da UFMG, com a entrega da Medalha Christiano Ottoni ao Presidente do CREA-MG Jobson Nogueira Andrade. Temos também a comemoração dos Jubileus de Prata, Ouro e Diamante das turmas formadas na Escola. Temos ainda o nosso jantar de confraternização pelo Dia das Mães que aconteceu no Restaurante do Minas I; o artigo do José Carlos Laender Castro : Falta Discutir o Projeto Brasil; uma matéria sobre o patrono da Engenharia: Christiano Benedicto Ottoni. Nossas notícias, cursos e demais temas relacionados à nossa Associação, também se encontram no jornal. Ao preencher sua ART-CREA indique a Associação dos Ex-Alunos, código 0159, no campo “Entidade de Classe” de sua ART-CREA-MG. Quer um artigo em nossa publicação? Faça contato. Contamos com sua participação. Queremos saber o que está achando do nosso jornal, receber sugestões e críticas. Nosso e-mail: associacaoaponte@gmail.com Contamos com a sua participação!

Para participar

envie sugestões ou críticas para:

associacaoaponte@gmail.com

expediente

Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais

Presidente Fábio B. Simoni 1°Vice- Presidente Danilo Amaral 2° Vice- Presidente Geraldo Dirceu de Oliveira Secretário-Geral André de Oliveira Pinto 1° Secretário Carlos Márcio de Oliveira 1° Tesoureiro Salomão Jorge Netto 2° Tesoureiro Maria Consuelo B. Cardoso Máximo Diretores Técnicos Adir José Freitas e Silvio Piroli Diretor Cultural Guilherme Brandão Federman Diretora Social Maeli Estrela Borges Diretores Adjuntos Bernardo Abrãao Lopes da Silva, Clóvis Vaz da Costa, Delmiro Schimidt de Andrade, Emilio Mouchereek, José Carlos Laender Castro, Solange Montezuma, Waldir de Castro Drumond Superintendente do ITPD Euler Magalhaes da Rocha Conselho Deliberativo - Presidente de Honra Levínio da Cunha Castilho Presidente Márcio Damázio Trindade VicePresidente Hilton Homem de Castro Membros Ederson Bustamante, José Ignácio Brum Ribeiro, Gilson de Carvalho Queiroz Filho, Onofre Resende, Marita Areas de Souza Tavares, Benjamim Rodrigues de Menezes, Alessandro Fernandes Moreira, Edson Durao Judice Conselho Fiscal José Antônio Melo Saraiva, Milton Pinto Lodi, Carlos Augusto Muniz Jornalista Responsável Daniela Mendonça 0018591/MG Projeto Gráfico Gilson de Souza Diagramação e Arte Gilson de Souza (31) 3462-0515 / 9975-4210 Edição Digital • Os artigos e anúncios publicados são de inteira responsabilidade de seus autores Publicação Centro de Memória da Engenharia e Associação dos Ex- Alunos da Escola de Engenharia da UFMG • Rua da Bahia, 52 - 2° andar - Centro. Belo Horizonte / MG- Cep: 30160-010 • Tel (31) 3273-3023 • centromemoriaengenharia@gmail.com Apoio:

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homenagens

103º Aniversário da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais Foto: Foca Lisboa

Uma manhã de homenagens às turmas com Jubileu de Diamante, Ouro e Prata. E 50ª Medalha Conselheiro Chistiano Ottoni, ao Engº Jobson Nogueira Andrade, Presidente do CREA-MG

por Daniela Mendonça

No último dia 24 de maio de 2014, no Anfiteatro da Escola de Engenharia da UFMG foi comemorado o seu 103º Aniversário. Dando início às festividades, aconteceu um café da manhã para as autoridades presentes, turmas homenageadas e demais convidados. Após este momento de confraternização teve-se início uma belíssima missa, como se tem costume há muitos anos na Escola. No momento de ação de graças o então Diretor Benjamim Rodrigues de Menezes e o Vice-Diretor e atual diretor da entidade Alessandro Fernandes Moreira fizeram uma homenagem póstuma

ao nosso saudoso Engenheiro Civil Tárcio Primo Belém Barbosa. A senhora Maria Regina Assis Fonseca Barbosa, viúva do nosso querido Tárcio recebeu os cumprimentos e um arranjo de flores dos diretores. Após este momento, o Padre encerrou a missa e o mestre de Cerimônias deu por aberta a solenidade. Estiveram presentes e foram convidados para compor a mesa: o Diretor da Escola de Engenharia da UFMG, Professor Benjamim Rodrigues de Menezes e o Vice- Diretor, o Professor Alessandro Fernandes Moreira; o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas de Mi-

nas Gerais, Engº Fabrício Torres Sampaio, representando Excelentíssimo Governador do Estado, Dr. Alberto Pinto Coelho; o Diretor Técnico da Associação dos Ex-Alunos da EEUFMG, Engº Adir José de Freitas, representando seu Presidente Eng° Fábio Belgrano Simoni; o Eng° Jobson Nogueira de Andrade, Presidente do CREA-Minas; o Professor Ricardo Nicolau Nassar Koury, representando os Ex- Diretores da Escola; o Eng° e Deputado Paulo Lamac, representando o Presidente da Assembleia do Estado de Minas Gerais, Sr. Diniz Pinheiro; o Eng° e Vereador José Tarcísio Caixeta, representando

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o Presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, o Sr. Leo Burguês de Castro e o O Srº José Lauro Nogueira Terror, representando o Prefeito da Capital, Dr. Márcio Lacerda. Na plateia estavam vários Engenheiros, Professores, ex-Professores, familiares e amigos. Foram homenageados os Engenheiros diplomados pela Escola em 1954 (60 anos de formatura); Engenheiros diplomados em 1964 (50 anos de formatura) e Engenheiros diplomados em 1989 (25 anos de

formatura). Da nossa Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG estavam presentes os diretores: Os engenheiros Delmiro Schmidt de Andrade, Silvio Piroli, Geraldo Dirceu de Oliveira, Danilo Amaral, Maria Consuelo Bethônico Cardoso Máximo, Bernardo Abraão Lopes da Silva e Carlos Márcio de Oliveira. Iniciando as homenagens, foi dada a palavra para o Eng° Gabriel Lustosa de Andrade, representando a turma

de 1954 (60 anos de formatura, jubileu de Diamante), que fez uma memorável e divertida recordação de seus colegas presentes, citando os apelidos de todos eles. Com oratória vibrante o engenheiro arrancou intensas palmas da plateia que prestava atenção em cada palavra por ele dita. o Engº Paulo Chiabi Saliba discursou, representando os formandos no ano 1964 (50 anos de formatura) e o Engº Jurandir Teotônio Lima, representando seus colegas de Fotos: Foca Lisboa

Entregue pelas mãos do diretor da Escola de Engenharia da UFMG, Prof. Alessandro Fernandes Moreira e do diretor da Fundação Cristiano Otoni, Prof. Benjamin Rodrigues de Menezes, o Eng. Jobson Andrade recebe a 50ª Medalha Conselheiro Chistiano Ottoni

1989 ( 25 anos de formatura). Nos seus discursos os representantes mostravam-se contentes de rever os amigos e colegas de profissão. O nosso Diretor da Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG, Eng° Adir José de Freitas, ficou incumbido de apresentar a todos

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o Eng° Jobson Nogueira Andrade, Presidente do CREA-MG, que foi escolhido pela nossa Associação para receber a 50ª medalha Conselheiro Chistiano Ottoni, por seus méritos cívicos e sua ligação extremamente forte com a Engenharia. O Eng° Adir José de Freitas discursou sobre a criação da Escola de Engenharia

em 21/05/1911, no Centenário do Conselheiro Chistiano Ottoni, patrono da Engenharia Brasileira. Mencionou a seguir, o fato do Eng° Jobson Nogueira Andrade, o homenageado do dia, nascer em Teófilo Ottoni, cidade que tem o nome do irmão de Chistiano Ottoni e que, por isto, jovem, esteve ligado, indiretamente, a


Fotos: Foca Lisboa

Discursaram na ocasião, os engenheiros Jobson Nogueira Andrade, o Engº Adir José de Freitas, o Engº Jurandir Teotônio Lima,o Engº Paulo Chiabi Saliba e o Engº Gabriel Lustosa de Andrade.

fatos que remontam à família do Patrono da Engenharia Brasileira. Diplomado pela Escola de Engenharia de Governador Valadares como Eng° Civil aos 21 anos de idade. Após sua formatura compôs um excepcional currículo e serviços prestados, dentre eles, a Presidência do CREA-MG, bem como no campo social, dentro de sua formação profissional da Engenharia. Em seu desempenho como Presidente do CREA-MG conseguiu completar o trabalho de seus ex- Presidentes tendo este Conselho obtido, recentemente a distinção de ter sido considerado como modelo no qual se baseou a Engenharia de Angola na África que por aqui, mandou

sua equipe de Profissionais de Engenharia para a adoção do novo modelo, a ser implantado naquele país irmão. O Engº Adir José de Freitas, ainda em seu belíssimo discurso, enalteceu comentários sobre o falecimento do nosso saudoso Presidente Tárcio Primo Belém Barbosa, o qual foi por ele considerado como imortal, bem como profissional dotado de inigualáveis sentimentos de trabalho, de desenvolvimento e o n° 1 em pontualidade, além de outras qualidades. Com a palavra, o homenageado Jobson Nogueira Andrade agradeceu a todos pela Comenda por ele recebida e fez comentários sobre seu trabalho

e a esperança que tem de continuar lutando pelos princípios por ele cultivados. A seguir o Presidente da solenidade Professor Benjamim Rodrigues de Menezes, cumprimentou a todos pelo comparecimento à solenidade, tendo a oportunidade de referir-se ao trabalho por ele desempenhado, com a colaboração de seu Vice-Diretor que, como candidato único nas eleições na Escola de Engenharia da UFMG de 2014, foi eleito seu Diretor. Após os discursos foi encerrada a cerimônia da entrega da 50ª medalha Conselheiro Chistiano Ottoni, para o Engº Jobson Nogueira Andrade, Presidente do CREA-MG.

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Quem foi Christiano Benedicto Ottoni? O Patrono da Engenharia Brasileira

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fazendo uma cronologia sobre o assunto. No Brasil Colonial, em 17/12/1792, o Vice-Rei D. Luiz de Castro criou a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, sendo esta a Primeira Escola de Engenharia Militar do Brasil. Antes, tudo relativo à Engenharia no Brasil Colonial vinda da Escola de Risco, de Lisboa, ou seja: todos os Projetos (Riscos como eram chamados na época) vinham de um dos países mais evoluídos em Ilustração: Divulgação

Christiano Benedicto Ottoni nasceu na Vila do Príncipe, em 1811, Serro (MG). Era filho de Jorge Benedicto Ottoni e Rosália Benedicta Ottoni e irmão de Teófilo Ottoni. Estudou Latim e Português, e aprendeu com seu irmão algumas coisas de Francês, que posteriormente passou a dominar perfeitamente o idioma. Aos 17 anos foi para o Rio de Janeiro, numa caravana de tropeiros, juntamente com seu outro irmão Jorge. Partia do Serro para conhecer o “outro mundo”, tão distante e diferente era a Corte do II Império. No Rio encontrou seus irmãos Teófilo e Honório, que vieram para a Corte 1826 e moravam na casa do seu Tio José Eloi Ottoni. Seus irmãos já eram Aspirantes, no 2° ano da Academia da Marinha. Christiano e Jorge prestaram concurso para entrarem para a Academia; compreendendo Tradução de Francês e Rudimentos de Aritmética. A procura de estudar na Academia era por ser a mais barata e também serem os Oficiais da Marinha bem pagos pelo Império. Do posto de Aspirante (cadete) foram providos a Guarda-Marinha. E durante os anos 1828, 1829 e 1830 estudaram Aritmética, Álgebra, Geometria, Trigonometria, Álgebra superior, Geometria Analítica, Cálculo Diferencial e Integral, Mecânica, Trigonometria Esférica, Astronomia Náutica, Navegação e aulas especiais como Aparelhos Náuticos, Desenho e Artilharia. Entendemos o porquê Christiano Benedicto Ottoni, não tinha o “diploma de Engenheiro”,

engenharia do mundo, Portugal. Era Brilhante Engenharia Militar Portuguesa. Não há mais qualquer antiga Colônia Portuguesa. Não há mais uma antiga Colônia Portuguesa que não seja pontilhada em pontos, estradas e curva de rios importantes, onde houvesse riquezas. Assim sendo, a partir de 1972, passamos a ter nossa 1ª

Escola de Traços. Caminhando até 1810 quando D. João VI, já em terras tupiniquins, foragido de Napoleão, fato que os portugueses comemoravam. D. João VI substituiu a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, pela Academia Real Militar, que vigorou até 1822, ano de nossa Independência. Passando por reformas e a se chamar Academia Militar da Corte, admitindo civis. O ensino da Engenharia era precário mas era o existente e estritamente ligado à Engenharia Militar. Nesse tempo as construções de prédios, aquedutos, chafarizes, pontilhões e estradas eram executados por mestre de obras, chamados condutores, com mão-de-obra escrava. No segundo Império, em 1858, onde as Escolas Militares tiveram novas organizações e a escola Militar da Corte passou a ser Escola Central, onde se ensinava: Matemática, Ciências Físicas e Naturais e Matérias próprias de Engenharia Civil. Em 1855, quando Christiano Ottoni, cria e assume a direção da Estrada de Ferro D. Pedro II, não havia Escola de Engenharia Civil, propriamente dita, e só em 1874 é que foi criada a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, sucessora da Escola Central; em 1876, a Escola Politécnica de São Paulo; em 1895 a Escola de Engenharia de Pernambuco; em 1896 a Escola de Engenharia Mackenzie e a Escola de Engenharia de Porto Alegre, em 1897 e em 1911, a nossa Centenária Escola.


Christiano Ottoni teve atuações favoráveis às implantações de Escolas de Engenharia no Brasil, no II Império. O nosso Imperador D.Pedro II nomeou Chistiano Otoni como Presidente e Fundador da Estrada de Ferro D.Pedro II (hoje Central do Brasil), para ligar Rio- São Paulo, depois de vencer a Mantiqueira e chegar aos sertões de Minas Gerais. Podemos dizer que Christiano Ottoni foi e é o pai das ferrovias brasileiras. Ele próprio dizia assim: “Que poderia dizer de novo ou útil na questão técnica, (eu que não sou engenheiro) e nem vi ainda estradas de ferro, se não o pequeno ensaio de Mauá e a 1ªseção da de D. Pedro II? Engenheiro-Amador chamou-me alguém e eu aceito designação, como simplesmente justa em quanto exprime deficiência de conhecimentos especiais, mas muito honrosa, representando o grande zelo e gosto com que me entrego ao assunto, forcejando tornar-me digno da posição oficial, em que me acho colocado” Dizeres do próprio Christiano Ottoni do tratado escrito por ele sobre o Futuro das Estradas de Ferro no Brasil. Ele era um matemático, professor e escritor dos primeiros livros didáticos da matéria no Brasil Imperial, na década de 1850. Livros de Aritmética (6.000 exemplares) , Álgebra (5.000 exemplares), Geometria (7.000 exemplares) e Trigonometria (5.600 exemplares). Chistiano Ottoni era conhecedor de matemática, homem observador da Geografia e Topografia e suas andanças a cavalo, do Serro ao Rio. Sabendo Francês, estudou engenharia, principalmente o assunto ferroviário, novo na época, pois em, 1855 a estrada de ferro tinha 25 anos de vida; nascida na Inglaterra, não foi difícil para sua inteligência assimilar e aprender engenharia por si só. O nosso patrono teve atuações favoráveis às implantações de

Escolas de Engenharia no Brasil do II Império. Um pouco sobre a vida política de nosso patrono, de 1836 a 1848 não foi homem politico, senão passageiramente de 1842 a 1844, desde a Rebelião de Minas (vencida em 1842 por Caxias que tomou o reduto revolucionário em Santa Luizia/MG). Os revoltosos foram, por ato bondoso de D. Pedro II, anistiados em 1844, e tiveram por chefe: Teófilo Ottoni, que lutava pela liberdade de ação dos legisladores da época. Christiano obteve em 1834, a cadeira de substituto da Academia da Marinha, e cursou três anos o Curso de Engenharia Militar, mas não foi diplomado. Avaliações sobre a visão extraordinária do Imperador D. Pedro II e Christiano B. Ottoni sobre as Ferrovias no Brasil: (Texto transcrito da obra do Engenheiro Geraldo Dirceu de Oliveira sobre a vida do Engenheiro e patrono da Engenharia Christiano Ottoni) Para entendermos a percepção de nossas duas figuras históricas da engenharia, temos que apresentar dados cronológicos sobre: Locomotivas e Estradas de Ferro. 1 - A 1ª locomotiva foi inventada em 1803, pelo mecânico inglês Richard Trevithick, que era filho do engenheiro Richard Trevithick Sênior, na época “engenheiro e capitão de minas” (esse era o título de um engenheiro de minas) chefe de uma mina de carvão, onde seu filho trabalhava. O inventor da locomotiva trabalhava para a Siderúgica Coalbrockdale e seu invento foi chamado Trevithick Coalbrockdale Locomotive. Trevithick aproveitou a máquina a vapor de Watt, nela introduzido um cilindro, com êmbolos, movimentados pela alta-pressão e por um sistema me-

cânico de paralelogramo de forças, transformava o vai-e-vem dos cilindros, movidos pela energia cinética dos vapores, em movimentos roto-traslatórios das rodas. Já existiam os trilhos para condução das rodas, cuja cronologia apresentamos. 2 - Foram os alemães, em suas minas de carvão os primeiros a elaborarem trilhos de madeira, sobre os quais corriam carrinhos de madeira, nas usinas de carvão, os quais eram cintados por correias de chapas de ferro e com rodas de ferro maciças, isto por volta de 1550 e 1600. Em 1602 os ingleses adotaram o sistema, e um século depois, em 1763, Richard Reynolds, industrial em Coalbrockdale, empregou pela 1ª vez o “Trilho de ferro”! Tal fato deveu-se a grave crise na indústria siderúrgica inglesa, e Richard refundiu o ferro que não fora vendido em laminas finas para revestir os trilhos de madeira de sua mina. Daí nasceu o Trilho de ferro! 3 - Em 1815, George Stephenson, melhou a locomotiva de Trevithick, construindo a Blucker, de 7 ton, com importantes inovações, que tornaram possível e melhor a tração, com cilindros verticais. Em 1826-1830, construíram ( ele e o filho) a 1ª estrada de ferro técnica do mundo, 48 km ligando Liverpool – Manchester com rampas de 1% a 2% e curvas de raio maior, 250m. Nessa estrada, trajetou seu melhor invento de locomotivas a The Rocket ( O Foguete). Acha-se que desenvolvia 30 km/h. 4 - A estrada de ferro tinha 25 anos de idade, quando nosso Imperador D.Pedro II, nomeia Christiano Ottoni como Presidente e fundador da Estrada de Ferro D.Pedro II ( hoje Central do Brasil), para ligar Rio- São Paulo, depois de vencer a Mantiqueira e chegar aos sertões das Minas Gerais. 5 - Christiano Ottoni, pai das ferrovias brasileiras, funda a Companhia e escreve um tratado.

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artigo

Falta Discutir o Projeto Brasil Foto: Arquivo Pessoal

Arq. José Carlos Laender Castro Membro Fundador do PSDB Presidente IAB_MG (80/81) Presidente URBEL (90/91) VICE-PRESIDENTE SOM (Sociedade Ornitológica Mineira)

As três dezenas de Partidos Políticos existentes no Brasil se assemelham em ideais, programas e princípios, mas na realidade não diferem muito uns dos outros, com raras exceções. Alguns meses antes das eleições é que começam a se preparar para as campanhas convidando personagens para participarem no processo eleitoral para definir as candidaturas aos vários cargos. Somente a partir daí, é que se reúnem para discussão das metas, principalmente as imagens e mensagens que os comunicadores destinam à conquista dos eleitores. Na realidade, estes partidos deveriam possuir cursos variados, permanentes e periódicos para preparar estes candi-

datos a adquirirem conhecimento sócio-econômico- ambientais de seus bairros, cidades, regiões, para poderem participar ativamente da discussão do PROJETO de seus estados finalizando com o Projeto Global. O Projeto Brasil inserido na América Latina. O que se observa é que a maioria dos candidatos são escolhidos por sua expertise em algum assunto que está em voga na atualidade, sem uma visão conectada com a realidade local,regional ou nacional. Daí a falta de debates e posições diferenciais entre os diversos candidatos que apenas buscam slogans sugeridos pela mídia eleitoral através de sua assessoria publicitária, como se fosse a venda de um produto

comercial, como um sabonete, mas sem nenhuma qualidade dermatológica eficaz que melhore a pele. Alguns candidatos não possuem uma cultura mais profunda da realidade onde se inserem, daí não conseguem discutir os grandes problemas e soluções da localidade em que vivem e trabalham, muito menos, em projetos regionais e nacional. Faltam debates para discutir as grandes causas deste país continental e diversificado, cheio de contrastes, diferenças e contradições. Um país enorme em que o clima é ditado pelos diferentes biomas que constituem nossa diversidade, com sotaques linguísticos regionais, com costumes diversificados que se unem de uma forma mui-


to grosseira principalmente pela região e pelo futebol. Deveria ter como princípio a discussão do PROJETO NACIONAL acima de interesses de facções e grupos. Os grandes objetivos nacionais devem orientar o destino do país, de modo que sua caminhada respeite a liberdade de escolha e a busca de ideias e de ideais que possam caminhar em uma mesma direção. Do contrário, acontece a dispersão permanente de forças e energias, criando um círculo vicioso que impede qualquer plano e projeto progressista. Qualquer semelhança com o que vem

acontecendo com o Brasil nestas últimas décadas não é mera coincidência. Falta realmente um PLANO NACIONAL, neste atual momento para ser implementado e é urgente. Observando a realidade brasileira, cabe aos verdadeiros partidos políticos brasileiros, através de seus membros preparados através da nossa realidade brasileira, apresentar um PROJETO BRASIL para ser democraticamente discutido e aplicado futuramente para o bem do nosso Brasil. Mas pior que tudo isto é o analfabeto político na visão do dramaturgo alemão Bertold Brecht “O pior

analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio, dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

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curtas Aconteceu

Foto: Foca Lisboa

Em nossa reunião da diretoria no dia 20 de maio de 2014 o presidente do CREA-MG Jobson Nogueira Andrade esteve presente para falar de nossa parceria com o CREA-MG e agradeceu a indicação para receber a outorga Medalha Engenheiro Christiano Benedicto Ottoni, que aconteceu no dia 24 de maio de 2014 na Escola de Engenharia da UFMG em uma bela cerimônia.

Semestralidade

Estimados Associados, a nossa semestralidade teve um pequeno reajuste neste ano, a qual estava congelada há quatro anos. O valor é R$ O nosso auditório está aberto para 75,00 . Caso os seeventos. Dispomos de uma sala com 80 nhores não tenham lugares para palestras, cursos, seminários, contribuído entre reuniões, etc. Entre em contato com nossa em contato conosSecretaria para saber datas disponíveis co, 3273-3023 ou . Maiores informações 3273-3023 ou centromemoriaencentromemoriaengenharia@gmail.com

Espaço

genharia@gmail.com. Ajude a Associação dos Ex- Alunos da Escola de Engenharia da UFMG e o Centro da Memória da Engenharia a preservar a nossa história! Contamos com os senhores. Caso prefira depositar: Caixa Econômica Federal Agência 0843 Conta: 0018-1

Cursos Curso de Aplicação dos anexos VI e VII da NR12, com o Professor Marcos Ribeiro Bote-

lho. Nos dias 22,23 e 24 de setembro de 2014, das 18h30min às 22h, no CREA-MG à Av. Álva-

res Cabral,1600- 7° andar. Belo Horizonte/MG. Informações e inscrições (31) 3273-3023

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diversos temas ligados à Engenharia: matérias, artigos, cursos, etc. O jornal tem veiculação bimensal e será enviado para seus associados por e-mail. Entre em contato pelo e-mail: associacaoaponte@gmail.com e saiba os valores.

Reuniões

Associado, venha participar de nossas reuniões, que acontecem todas as terças- feiras, às 15 horas na Associação de Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG – Gestora do Centro da Memória da Engenharia. Rua da Bahia, 52, 2° andar – Centro. Belo Horizonte/MG. Telefone: 32733023. Será um prazer tê-lo em nossa reunião. Traga suas ideias.


Engenheiro Fabrício Torres Sampaio O Vice-Presidente da AEAEEUFMG tem a satisfação de escrever sobre nosso Ilustre Colega Fabrício, natural de nossa legendária Itabira (pedra marrom na linhagem indígena) e também terra de rocha geológica matriz de nossa hematita (Fe2O3), a melhor rocha férrea do planeta. Faço-o, devo declarar, com conhecimento de cau-

sa, pois tive em tempos idos, a ventura de trabalhar como empreiteiro, sob a Chefia do Notável Engenheiro, daí minha profunda admiração pelo colega que engloba em seu emérito curriculum: honestidade, competência profissional, realizações várias na nossa Engenharia e uma modéstia que só a tem os grandes vultos da humanidade!

Portador destas qualidades, é também um educado colega no trato para com as pessoas de todos os matizes. Por estes títulos e virtudes nós, seus colegas, sentimo-nos orgulhosos de vê-lo ser escolhido como Engenheiro do Ano de 2014! Parabéns Engenheiro Fabrício! Geraldo Dirceu Oliveira Engenheiro Civil Vice-Presidente da AEAEEUFMG

A Anotação de Responsabilidade Técnica (A.R.T) é um instrumento de valorização profissional. Ela define os responsáveis técnicos pela execução de obras ou prestação de serviços profissionais referentes à Engenharia e Agronomia, identifican-

do os serviços contratados. Ao anotar o código 159, são repassados 16% do valor da A.R.T. para a AEAEEUFMG. Sem pagar a mais por isso, você fortalece a luta em defesa da categoria, e garante recursos para que sejam realizados eventos

ART

de capacitação e promovidas ações de valorização profissional, como a inserção no mercado de trabalho, ampliando os espaços de discussão sobre temas relevantes para a região e contribuindo para o seu desenvolvimento.

Saiba mais: Nome da Entidade: Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG • Código: 159 Contatos: centromemoriaengenharia@gmail.com

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O Centro da Memória da Engenharia O nosso Museu tem aproximadamente 1500 peças, de diversas áreas da Engenharia. O Centro da Memória da Engenharia tem o objetivo de promover referências da Engenharia Mineira, sua história, seus acervos bibliográficos e instrumentais. O Centro da Memória da Engenharia foi criado pela Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia junto à Universidade Federal de Minas Gerais, instalado na Rua da Bahia 52, no coração da Capital Mineira. Em um prédio que integrava o complexo de imóveis da Escola de Engenharia da UFMG, inserido no conjunto arquitetônico da Praça Rui Barbosa, prédio este tombado pelo IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e inserido no Circuito Cultural Praça da Estação. O acervo técnico- cientifico e cultural já reunido da Escola de Engenharia tem sido recuperado com objetivo primordial de preservar a memória da instituição em seu contexto histórico e divulgar, com exposição e apresentações programadas, a profissão e sua participação na

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qualidade de vida dos cidadãos. A nossa Biblioteca Prof. Olavo Aurélio Lacerda Pires de Albuquerque possui, aproximadamente, 30.000 volumes, incluindo obras raras. O Centro da Memória da Engenharia tem como gestora a Associação dos Ex- Alunos da Escola de Engenharia da UFMG. A Associação é uma entidade voltada para a integração entre a Engenharia e a sociedade. Composta de professores formados pela Escola de Engenharia da UFMG e demais Escolas de Engenharia tem, na sua experiência, um compromisso com o bem- estar da população e o desenvolvimento da Engenharia. A premissa de buscar alternativas para os temas da atualidade, visando um equilíbrio entre o homem e seu habitat, manifesta-se nas reuniões semanais com debates onde a diversidade de ramificações da Engenharia dita o tom das decisões que ali são tomadas. A busca pelo conhecimento da Engenharia se faz presente com os encontros, palestras e seminários. A espontaneidade de inú-

meras doações de livros e equipamentos de valor histórico inestimável tornou possível a criação de um Museu e da Biblioteca para a preservação da memória da Engenharia de Minas Gerais, do Brasil e do mundo. Tudo isso não poderia ficar apenas entre as paredes da atual sede, que há algum tempo serve de invólucro para as iniciativas. Foi, então, criado um veículo de comunicação denominado “A Ponte”, que atinge um público seleto e estas informações hoje fazem jus à visão de sua Diretoria. A nossa Diretoria se reúne às terças-feiras às 15h, na sua sede da rua da Bahia 52. Venha, participe, traga suas ideias e ajude a nossa Associação. Sua presença será muito bem-vinda. Em breve nosso elevador (doação de um dos nossos associados) estará atendendo ao Museu do Centro da Memória da Engenharia, bem como, sua Biblioteca e a Associação dos ExAlunos da Escola de Engenharia da UFMG. Nosso horário de funcionamento é das 09h às 17h. Traga novos associados, fortaleça a nossa Associação!


comemoração

Noite para as Mães

Em uma noite agradável, a diretoria da Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da Ufmg comemorou o Dia das Mães, junto com seus familiares em grande estilo no Restaurante do Minas I

Nossa diretoria e seus familiares em nosso jantar de confraternização pelo Dia das Mães no Restaurante do Minas I.

No dia 13 de maio de 2014 aconteceu, no Restaurante do Minas I, situado à rua da Bahia 2.244, às 20h, o nosso jantar de confraternização pelo dia das Mães da Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG. Em um ambiente agradável e muito aconchegante os Diretores e convidados celebraram essa data tão importante em nosso calendário. Participaram o Presidente Fábio Belgrano Simoni e os Diretores Maeli Estrela Borges, Euler Magalhães da Rocha, Silvio Piroli, Maria Consuelo B. Cardoso Máximo, Bernardo Abraão Lopes da Silva, Danilo Amaral e Delmiro Schimidt de Andrade. Entre os convidados, estiveram presentes a viúva do nosso saudoso Tárcio Primo Belém Barbosa e sua filha Magui Hazan, Dora Aparecida da Silva, João Batista de Mendonça, Izabelle Cristina Rocha Morais Pessoa, Edel Piroli, Jacob

Máximo, Maria Emília Borges, Édson Durão Júdice, Maria Helena N. Júdice, Daniela Rosa de Mendonça e Silva, Alessandra Silva e Suzana M. Schimidt Andrade. O Presidente Fábio Belgrano Simoni discursou a respeito do jantar falando da importância desses nossos encontros, onde os Diretores e seus respectivos familiares poderiam conversar, trocar ideias e se confraternizarem. Em uma parte do seu discurso citou o nosso saudoso Tárcio Primo Belém Barbosa que estaria muito feliz com nosso encontro e nossa dedicação à Associação dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG . E, ao final de seu discurso, cumprimentou as mães pelo seu dia. Após este momento, foi realizado um sorteio dos brindes trazidos pelos presentes. Ao final do evento, o Presidente agradeceu a presença de todos.

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Nossa diretoria e seus familiares em nosso jantar de confraternização pelo Dia das Mães no Restaurante do Minas I

Jantar de confraternização pelo Dia das Mães no Restaurante do Minas I

Nosso Presidente Fábio Belgrano Simoni discursando em nosso jantar de confraternização pelo Dia das Mães no Restaurante do Minas I

Nossa diretoria e seus familiares em nosso jantar de confraternização pelo Dia das Mães, no Restaurante do Minas I

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