Família Maccari & Bona Sartor: História e Memória

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FAMÍLIA MACCARI & BONA SARTOR

IIistória & Memória

Emília de Bona Sartor


FAMร LIA MACCARI & BONA SARTOR

IIistรณria & Memรณria


EMÍLIA DE BONA SARTOR

FAMÍLIA MACCARI E BONA SARTOR: HISTÓRIA E MEMÓRIA

LAGES – SC 2015


© Emília de Bona Sartor, 2015

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Arte e diagramação: Gil Karlos Ferri | Bacharel e Licenciado em História – UFSC Revisão: Mariana de Lorensi | Acadêmica em Letras Português/Inglês – UNIPLAC

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Capa: Fotografias do casal Amadeu de Bona Sartor e Maria Antonia Maccari e filhos/as, respectivamente, de cima para baixo: Claudia, Cremilda, Ilbe, Emília, Silvestre, Vitalino, Olindo, Paulo e Olinda. Passim, s.d. Acervos diversos (cf. referências). Contracapa: Fotomontagem “Su i monti: dall’Italia al Brasile” [“Sobre as montanhas: da Itália ao Brasil”]. Imagem esquerda: © Parco Nazionale Dolomiti Bellunesi / Belluno / Vâneto / Itália. Imagem direita: © Parque Nacional de São Joaquim / Serra do Rio do Rastro / Santa Catarina / Brasil.

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Endereço da autora: E-mail: embsartor@yahoo.com.br Telefone: (48) 3242 6963 Avenida Claudio Osmar da Silva, n. 62 Ponte do Imaruim Palhoça - SC CEP: 88130-415

SARTOR, Emília de Bona. Família Maccari & Bona Sartor: História e Memória. Lages (SC), 2015.


CONTEÚDO

Página Apresentação ..................................................................................................................... 06 Famílias Maccari e Bona Sartor: Origens, Antepassados e Imigração .............................................................................. 07 Família Maccari & Bona Sartor: Amadeu de Bona Sartor................................................................................................ 10 Maria Antonia Maccari ................................................................................................ 12 Descendência: Claudia ................................................................................................................... 19 Cremilda ................................................................................................................ 26 Ilbe ......................................................................................................................... 30 Emília .................................................................................................................... 35 Silvestre ................................................................................................................. 39 Vitalino .................................................................................................................. 43 Olindo .................................................................................................................... 48 Paulo ...................................................................................................................... 52 Olinda .................................................................................................................... 56

Poesia aos Imigrantes ....................................................................................................................... 59 Referências ......................................................................................................................................... 66 Anexo | Antepassados de Amadeu de Bona Sartor e Maria Antonia Maccari .................................. 61 Post-Scriptum .................................................................................................................................... 65


APRESENTAÇÃO

Meus queridos irmãos, irmãs e familiares! É com alegria que apresento o histórico elaborado com a colaboração de cada um aqui incluído. Cada irmã e cada irmão, ou alguém da família, pôde contar a trajetória vivenciada durante os seus longos anos de vida. Foram trabalhos, lutas, sofrimentos, alegrias e muita superação. Foi emocionante escutar os relatos entre alegrias e lágrimas. Tivemos a certeza de que a história de cada família é uma história sagrada, que merece respeito, admiração e carinho. Famílias destemidas, homens e mulheres que tiveram ao seu lado parceiros e parceiras que os impulsionaram com amor para a vida. Os filhos e filhas lhes trouxeram muita satisfação, e os levaram a enfrentar todos os entraves com muita fé e esperança. O fundamento cristão herdado de nossos pais, Amadeu e Maria, foi sem dúvida o guia para toda a caminhada com Deus norteando nossas vidas. É importante guardarmos a memória da família para que os filhos, netos, bisnetos e gerações futuras aprendam também a se superar. Agradecemos especialmente ao sobrinho neto Gil Karlos Ferri que se desdobrou em esforços para pesquisar e organizar nossa Árvore Genealógica, apresentando os dados históricos das famílias Maccari e de Bona Sartor. Para tanto investiu tempo, material, conhecimento histórico, arte e muito carinho. À ele nosso reconhecimento e amizade. Nosso agradecimento a cada um e cada uma que escreveu sua história com dedicação e carinho. E, enfim, agradecemos ao Deus que caminha conosco e nos protege sempre.

Na amizade,

I. Emília de Bona Sartor Lages - Santa Catarina – Brasil Natal de 2015

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FAMÍLIAS MACCARI E BONA SARTOR: ORIGENS, ANTEPASSADOS E IMIGRAÇÃO

Gil Karlos Ferri

Os antepassados das famílias Maccari e Bona Sartor viveram e/ou tiveram origens na região do Vêneto – ao norte da Itália, e trabalhavam na agricultura, no pastoreio e, ocasionalmente, em pequenas construções. No século XIX, e antes, a Itália era dividida em diversos reinos com diferentes leis e senhores. Os privilegiados proprietários arrendavam as terras aos camponeses, que ficavam, de modo nem sempre justo, com metade do que era produzido. Os rigorosos invernos dificultavam o cultivo da terra, dificultando assim a própria sobrevivência de outrora. Conforme relatos, o esterco dos animais e a cana do milho eram secados para que fossem queimados no inverno, gerando calor para as pessoas; ou ainda, quando o frio era muito intenso, as famílias pernoitavam na estrebaria, para se aquecer entre os animais. Além da falta de recursos e a precariedade perante o clima rigoroso de uma região próxima aos Alpes, os antepassados das famílias Maccari e Bona Sartor sofreram com as sucessivas batalhas pela unificação da Itália (1859 - 1870). Os militares que passavam pela região do Vêneto, sem aviso prévio, podiam destruir o pouco que as famílias possuíam, desgastando e tornando-as ainda mais pobres. Na segunda metade do século XIX, enquanto na Itália havia poucas terras e muita gente, no Brasil, pelo contrário, o território era vasto e necessitava de povoamento. O fim do tráfico de escravos e a necessidade de pessoas para a colonização da região Sul fez com que o governo imperial incentivasse a imigração para este país. Na época, notando sua laboriosidade e valores morais, os italianos do norte da Itália foram os colonos mais indicados para a imigração, pois, dadas as situações de dificuldades e privações em que viviam, seriam mais facilmente convencidos a arriscar o pouco que tinham em uma viagem rumo ao desconhecido.

Assim, a partir de 1876, por meio de panfletos, conferências de enviados especiais e anúncios nos jornais, foi feita a divulgação do Brasil como a “Terra Prometida”, a única esperança de o agricultor ter o seu pedaço de chão ou a única esperança de ser o dono do solo por ele trabalhado, coisa com a qual a maior parte dos colonos italianos não podia nem sonhar. (MACCARI, 2010, p. 30).

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Apesar de tentadoras, as propagandas coordenadas pelo governo brasileiro omitiram a realidade da situação do Brasil no período; até porque, o real interesse do Império e, pós 1889, de República, era repor a mão de obra escrava e colonizar as áreas pouco povoadas e subaproveitadas do território meridional. Dentre as vantagens apresentadas aos colonos, destacam-se: o pagamento das despesas com a viagem; a facilitação da compra de terras por preços mínimos e prazos amplos, bem como a desburocratização destes negócios; e a garantia de serviço aos colonos em obras públicas, para que as famílias pudessem se manter até a primeira colheita. É fato que nossos ancestrais se deixaram envolver por estas propagandas e garantias, e se aventuraram em uma viagem até a América para realizar o sonho de ser proprietários de terras, fazer fortuna e garantir uma vida com mais conforto para a família. A família de Bona Sartor é oriunda da frazione de Igne, comune de Longarone, província de Belluno, região do Vêneto - Itália. De acordo com os registros civis e religiosos encontrados, os ancestrais deste clã viveram como agricultores na localidade de Igne di Longarone desde o século XVI. Giuseppe de Bona Sartor (pai de Amadeu), filho de Matteo Bona Sartor e Domenica Damiani Preve, nasceu em Igne di Longarone no ano de 1866. Emigrou para o Brasil, junto com os pais e os irmãos, em maio de 1878. A família estabeleceu-se em Urussanga - SC, onde, por volta de 1885, Giuseppe casou-se com Emília Tramontin. Em 1913 o casal teve o filho Amadeu de Bona Sartor, que, em 1932 uniu-se em matrimônio com Maria Antonia Maccari. A família Maccari tem origens na frazione di Raí, comune de San Pólo di Piave, província de Treviso, Vêneto - Itália. No século XIX, e mesmo antes, os ancestrais desta família trabalhavam como arrendatários nas terras que pertenciam ao Castelo e Fortaleza de Raí. Neste local também possuíam uma atafona e se dedicavam ao pastoreio de ovelhas. Na memória de seus descendentes, consta que os Maccari trabalharam por séculos com o beneficiamento e construção em pedras. Pietro Paolo Maccari (avô paterno de Maria Antonia), filho de Innocente Maccari e Orsola Cescon, nasceu em Raí di San Pólo di Piave em 1845. Casou-se em 1876 com Antonia Zanella. Junto com sua esposa, um filho, seu pai viúvo e seu irmão Osvaldo e família, emigraram para o Brasil em setembro de 1879. Estabeleceram-se no local denominado Rio dos Americanos, em Urussanga - SC, onde, em 1882, nasceu Antonio Maccari (pai de Maria Antonia). No ano de 1905, Antonio casou-se com Angella Tonetto, e desta união nasceu Maria Antonia Maccari em 1909 - esposa de Amadeu de Bona Sartor (1932).

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AMADEU DE BONA SARTOR & MARIA ANTONIA MACCARI

Amadeu de Bona Sartor &

Maria Antonia Maccari

Nascimento ★ 30 de outubro de 1913 ★ 18 de fevereiro de 1909 Urussanga – SC Batismo 03 de novembro de 1913

20 de fevereiro de 1909

Padrinhos Sebastino Bez Fontana Emílio Tonetto e Giovanna Tramontin e Luigia Tonetto Padre Celebrante: Luiz Gilli Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição Urussanga – SC

Matrimônio Religioso 31 de março de 1932 Pe. Celebrante: Luiz Gilli Testemunhas Alfonso Cemin e sra. e Virgínio Gastaldon e sra. Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição Urussanga – SC

Casamento Civil 23 de novembro de 1932 Urussanga – SC

Falecimento ✝16 de abril de 1979 ✝ 13 de agosto de 1999 Lages – SC

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AMADEU DE BONA SARTOR

Emília de Bona Sartor

Amadeu de Bona Sartor nasceu aos 30 de outubro de 1913, na localidade de Sant’Ana, município de Urussanga (SC). Foi o 13º e último filho do casal Giuseppe de Bona Sartor e Emilia Tramontin. Filho de família tradicional católica, foi batizado em 03 de novembro de 1913 e recebeu os sacramentos em Urussanga. Frequentou a escola e aprendeu o idioma português. Trabalhou como agricultor junto com seus pais. Casou-se com 18 anos e morou durante alguns anos na casa dos pais, conforme a tradição da época. Após 10 anos de casamento e convivência junto com a família, resolveu sair da casa dos pais e procurar outro local para morar e trabalhar. Ele tinha os seus motivos e achou melhor migrar para Bom Jardim da Serra (SC). O pai, Amadeu, sempre ansiava por situação financeira melhor, para assim poder dar melhores condições de vida à família. Era ele quem matriculava os filhos na escola e na catequese, e sempre procurava saber como estavam no seu processo educativo. Porém, em Bom Jardim da Serra os filhos não puderam estudar. As mudanças sempre exigiram da família muita adaptação e reconstrução dos pertences, já que na época não havia um transporte adequado. A mudança para Rio Rufino – na época distrito de São Joaquim (SC) –, foi uma busca por novas esperanças, onde de fato a família viveu um período de fartura. Além de trabalhar o pai frequentava a Igreja, gostava de dançar, jogar bocha, e passar os finais de semana jogando baralho nas casas dos amigos. Quando era lá em casa, a mãe fazia o brodo para a turma. O pai sempre foi alegre, divertido e não se deixava abater, apesar de às vezes sofrer algumas dores de cabeça. Em casa gostava de formar um coral com todas as vozes, a noite ele regia o coral e nós, seus filhos e filhas, cantávamos com alegria. Era bonito de se ouvir. Tinha sempre muitos amigos, gostava de política, era trabalhador, honesto e nos passou valores éticos, morais e religiosos. Ele fazia as voltas e se responsabilizava pelas contas e compras. Sempre gostava de comprar agrados para a mãe. Os dois se amavam muito e conversavam pela manhã ao redor do fogão colocando os fatos em dia. O pai e a mãe se tornaram muito amigos, assumindo mutuamente o trabalho da casa – sendo que ele até ajudava a passar cera no assoalho. A mãe era muito solícita para com ele e fazia tudo o que lhe agradava. Ambos foram exemplos para nós. Ao sofrer um acidente no galpão do Marmeleiro, em Anita Garibaldi (SC), ficou um mês no hospital de Curitiba (PR), sozinho, sem dar notícias para a família. Foi um momento de sofrimento para nós. Até que um dia soubemos pelo rádio que ele estava voltando para casa. Ficamos muito contentes.

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Quando se mudou para Lages (SC), fora prometida pela firma uma casa boa, quando a mudança chegou, a casa já tinha sido cedida à outra pessoa, o pai e a mãe foram morar em uma casa velha, numa área insalubre. Por fim o pai comprou a casa onde mora Olinda até hoje. Os filhos ajudaram a reformar a casa e ele ficou muito feliz. O pai gostava de reunir os filhos, jogar cartas e beber um vinho. O pai e a mãe viviam bem, iam juntos à missa e a algum passeio. Em Lages ficou mais perto dos filhos; apenas Claudia permaneceu em Anita Garibaldi, e Emília em Florianópolis. Certo dia deu um enfarte no pai em frente ao Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, quando fora visitar João Carlos, seu neto, que estava hospitalizado. Ainda foi para casa e lá deu outro enfarte, que o levou a óbito dia 16 de abril de 1979, em Lages. Com o falecimento, Olinda que estava estudando fora voltou a morar com a mãe. Do pai nos resta gratidão e o legado de um homem trabalhador, honesto, amoroso e responsável. Podemos dizer como o Eclesiástico (39, 13-14): “Escutem-me, filhos santos, e cresçam como a roseira plantada à beira d’água corrente. Espalhem bom perfume e entoem um canto, bendizendo ao Senhor por todas as suas obras!”

Antepassados de Amadeu de Bona Sartor (Cf. Anexo p. 61)

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MARIA ANTONIA MACCARI

Emília de Bona Sartor

Maria Antonia Maccari nasceu aos 18 de janeiro de 1909, na localidade de Sant´Ana, município de Urussanga (SC). Filha de Antonio Maccari e Angela Tonetto. A mãe, Maria Antonia, contava que teve uma infância feliz. Porém, aos 09 anos de idade ficara órfã de mãe. Frequentava a escola e teve que sair da mesma para ajudar a cuidar dos irmãozinhos menores. O pai Antonio, viúvo, casou-se então com Dorothea Zandonardi em 1920, que ajudou na criação dos filhos. Contava que Antonio era muito rigoroso para com os filhos, e a madrasta era boa para com os enteados, por isso a mãe gostava dela. A mãe sempre trabalhou muito e pouco contava sobre os momentos de lazer. Cultivou amizades com os vizinhos e os parentes. A língua falada era o vêneto, nós também o aprendemos em casa e só falávamos a língua materna. A mãe frequentava a igreja e recebeu os sacramentos, gostava muito de rezar. Na propriedade, a produção de alimentos era suficiente para a auto-sustentação e o excedente era comercializado na região. Namorou Amadeu de Bona Sartor e em 1932 se casaram. A mãe sempre foi mais caseira, ao contrário do pai que era festeiro. No começo lhe causou estranheza, mas aos poucos foi se habituando. Após um ano de casamento nasceu Claudia (1933), a primeira filha do casal. Depois de um ano nasceu a Cremilda (1934). A mãe, além de cuidar das filhas pequenas fazia o serviço da casa e ia para a roça. Os avôs, Giuseppe e Emilia – pais de Amadeu –, eram muito severos e ela não tinha liberdade. Nasceu o Ilbe (1936), depois de dois anos nasceu Emília (1938) e após dois anos nasceu Silvestre (1941); nós cinco nascemos em Sant’Ana, Urussanga. A mãe morou 10 anos com os sogros e contava que a nona Emília fora a parteira dos filhos. Passava para os filhos os valores éticos, morais e religiosos. Dotada de muito carinho e ternura não criava conflitos com os sogros. Sofria calada. Custou-lhes deixar a terra natal para migrar para outras terras de Bom Jardim da Serra (SC). Lá morava a família de seu pai, Antonio Maccari, mas ficavam distantes, pois moravam na localidade de Mantiqueira. A aculturação na serra foi complicada para a mãe, pois ocorreram fortes mudanças de clima, língua, alimentação e costumes. Os filhos Olindo (1945) e Paulo (1947) nasceram em Rio Rufino (SC), e Olinda (1952) nasceu em Bocaina do Sul (SC). O amor e a fé a faziam vencer as dificuldades. Tinha sempre novas mudanças, outras pessoas a conhecer, para ela era um constante sacrifício. A mãe gerou 13 filhos, dos quais 4 não chegaram a nascer. Isso devido ao trabalho pesado, roça, casa, pouco tratamento e acompanhamento médico não havia.

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A mãe era muito sábia, quando o pai alterava voz porque os negócios não davam certos, ela calava e só falava para ajudá-lo na calma. Assim, com paciência, meu pai mudava de atitude. Ela disciplinava os filhos, mas logo o carinho e o amor venciam. Manifestava muito afeto e ternura por todos nós. Gostava de visitar os parentes e vizinhos nas dificuldades e doenças. Passou para nós o gosto pela oração, rezava três terços por dia e nele incluía todas as intenções dos filhos e para quem precisasse. Também passou o valor do trabalho e da honestidade. O perdão foi a palavra que sempre pronunciou nos seus lábios. Sabia expressar o carinho através de gestos, ela era muito acolhedora. A mãe soube respeitar as escolhas das vocações dos filhos sempre. E os apoiava. Acolhia os netos com amor e carinho. Gostava de partilhar com quem necessitasse. A mãe herdou também algumas crendices, uma delas era de que no 1º dia do ano um homem deveria visitar a família. No final da vida teve duas doenças, trombose e depois AVC, sofria noite e dia, mas se resignava. Fez cirurgia, teve que amputar uma perna e a outra ficou petrificada. Veio a falecer em 13 de agosto de 1999. O que devemos a nossa mãe é a gratidão por ela nos ter passado um legado de fé, fidelidade, amor e ternura por cada um de nós. Sobre sua vida podemos dizer conforme Eclesiástico (26, 1-3): “Feliz o marido que tem mulher virtuosa; a duração de sua vida será o dobro; mulher habilidosa é a alegria para o marido, que viverá em paz por toda a vida. Uma boa mulher é a sorte grande que será dada aos que temem ao Senhor.” Antepassados de Maria Antonia Maccari (Cf. Anexo p. 61)

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DESCENDENTES DE MARIA MACCARI & AMADEU DE BONA SARTOR

Legenda:

* Nascimento

| oo

Casamento

| ✝ Óbito

1. Claudia de Bona Sartor da Silva (* 14 abr. 1933, Urussanga - SC oo Izidoro Oliveira da Silva (* 26 mar. 1924, Barracão - RS ✝23 mar. 2012, Anita Garibaldi - SC) 1.1 Elias Oliveira da Silva (* 14 mar. 1959, Anita Garibaldi - SC) oo Maria Clementina Macedo (* 28 nov. 1963, Anita Garibaldi - SC) 1.1.1 Cristiano Dionil da Silva (* 09 abr. 1981, Anita Garibaldi - SC) 1.1.2 Eliane da Silva (* 13 jan. 1983, Anita Garibaldi - SC) oo Roni Chaves (* 07 dez. 1975, Anita Garibaldi - SC) 1.1.3 Ana Paula da Silva (* 11 jun. 1985, Anita Garibaldi - SC) 1.2 João Carlos da Silva (* 17 maio 1961, Cerro Negro – SC) o-o Eliete do Amaral (* 14 abr. 1966, Lages – SC) 1.2.1 Renata do Amaral ((*) 25 jun. 1990, Lages - SC) oo Davi Bruder (* 19 jun. 1988, Bom Retiro – SC) 1.2.1.1 Beatriz do Amaral Bruder (* 08 jun. 2009, Lages - SC) 1.2.1.2 Arthur do Amaral Bruder (* 01 abr. 2013, Lages - SC) 1.2.2 João Vitor da Silva (* 08 jun. 1998, Lages - SC) 1.3 Maria de Fátima Silva do Amaral (* 31 ago. 1963, Barracão - RS) oo Noel do Amaral (* 11 nov. 1928, Lages ✝03 jul. 1992, Lages - SC) 1.3.1 Claudia Vanessa da Silva (* 28 nov.1981, Anita Garibaldi - SC) oo Fernando Muniz Correia (*04 fev. 1980, Celso Ramos - SC) 1.3.1.1 Fernando Lucas da Silva Correia (* 02 jul. 2004, Lages - SC) 1.3.1.2 Rafaela da Silva Correia (* 16 mar. 2008, Celso Ramos - SC) 1.3.2 Leandro do Amaral (*02 jul. 1986, Lages - SC) oo Fernanda Xavier (* 16 mar. 1990, Lages -SC) 1.3.2.1 Mateus do Amaral (* 13 mar. 2007, Lages - SC) 1.3.3 Bruno José do Amaral (* 23 abr. 1990, Lages - SC) 1.4 Clemilda da Silva Henkemeier (* 19 fev. 1967, Barracão - RS) oo Veroni Henkemeier (* 17 fev.1967, Taió - SC) 1.4.1 Fabíola Henkemeier (* 06 jan. 1992, Balneário Camboriú - SC) 1.4.2 Michele Henkemeier (* 22 dez. 1997, Camboriú - SC) 1.5 Claudete Oliveira da Silva Ferri (* 17 jul. 1971, Anita Garibaldi - SC) oo Gildaci Ferri (* 18 jan. 1967, Celso Ramos - SC) 1.5.1 Francinny Ferri Dutra (*13 maio 1988, Anita Garibaldi - SC) oo Michelangelo Dutra (*15 fev. 1982, Anita Garibaldi - SC) 1.5.1.1 Bárbara Sofia Ferri Dutra (* 28 dez. 2014, Lages - SC) 1.5.2 Gil Karlos Ferri (* 31 ago. 1991, Anita Garibaldi – SC) 1.6 Paulo Izidoro da Silva (* 28 ago. 1977, Anita Garibaldi – SC) 14


oo Josemara Pires da Silva (* 08 Jul. 1975, Campo Belo do Sul - SC) 1.6.1 Valdiney Branco ((*) 28 dez. 1990, Lages - SC) 1.6.2 Luana Pires ((*) 27 mar. 1995, Lages - SC) 1.6.3 Paulo Henrique da Silva (* 13 ago. 2006, Lages - SC) 2. Cremilda de Bona Sartor (* 30 jul. 1934, Urussanga - SC ✝ 21 nov. 2002, Lages - SC) oo Arcindo Moraes de Souza (* 22 jul. 1938, Lages - SC ✝ 15 nov. 2011, Lages - SC) 2.1 Antonio Sérgio Souza (* 03 abr. 1961, Cerro Negro - SC) oo Inaura Branco Souza (* 23 set. 1968, Lages - SC) 2.1.1 Gabriel Branco Souza (*17 maio 1995, Lages - SC) 2.1.2 Betuel Branco Souza (* 02 jun. 2002, Lages - SC) 2.2 Célio Aurizoli de Souza (* 06 jan. 1963, Anita Garibaldi – SC) oo Inocência do Patrocínio de Souza (* 09 nov. 1960, Capão Alto – SC) 2.2.1 Deyse Varela de Souza (* 09 nov. 1986, Lages - SC) oo James da Silva Ronson (* 16 jul. 1976, Lages - SC) 2.2.1.1 Nicolas de Souza Ronson (* 05 out. 2010, Lages - SC) 2.2.2 Desianny Varela de Souza (* 09 maio 1988, Lages - SC) 2.2.3 Douglas Varela de Souza (* 27 ago. 1998, Lages - SC) 2.3 José Silmar Moraes de Souza (* 26 dez. 1964, Anita Garibaldi – SC) oo Angela Correa de Liz (* 12 out. 1968, São José do Cerrito – SC) 2.3.1 Amabile Ricardo Souza (* 18 nov. 1997, Lages - SC) 2.3.2 Sebastião Coelho Vieira Júnior ((*) 17 nov. 1996, Urupema - SC) 2.4 Sirlei Moraes de Souza (* 17 maio 1967, Catanduvas – SC) oo Carlos Alberto Moreira da Silva (* 02 abr. 1971, Lages - SC) 2.4.1 Rafael Souza da Silva (* 09 nov. 1990, Lages - SC) 2.4.2 Samuel Henrique Souza da Silva (* 20 out. 1998, Lages - SC) 2.5 Servilio Morais de Souza (* 07 nov. 1971, Lages - SC) oo Simone Souza (* 09 out. 1972, Lages - SC) 2.5.1 Michelle Cristina de Paula Moraes de Souza [Filha de Servilio] ((*) 13 maio 1990, Lages - SC) 2.5.1.1 Gabriel Souza (* 05 mar. 2007, Lages - SC) 2.5.1.2 Hendryus (* 15 dez. 2011, Lages - SC) 2.5.1.3 Vitoria (* 04 jul. 2015, Lages - SC) 2.5.2 Stephane Souza (* 06 set. 1992, Lages - SC) 2.5.3 Djonathan Souza (* 01 nov. 1995, Lages - SC) 2.5.4 Johnny Souza (* 19 out. 1997, Lages - SC) 2.5.5 Jennifer Gabrielly Souza (* 27 set. 2010, Lages - SC) 2.6 Selmir Moraes de Souza (* 06 jan. 1976, Curitiba – PR) oo Luciany Ferreira Felicio Moraes de Souza (* 08 jan. 1978, Lages – SC) 2.6.1 Matheus Felicio de Souza (* 20 jan. 2011, Lages - SC)

3. Ilbe de Bona Sartor (* 31 maio 1936, Urussanga - SC) oo Maria Domingas da Silva Maia (* 20 jul. ✝ 01 ago. 1990, Lages - SC) 3.1 Itamar de Bona Sartor (* 10 jan. 1960, Anita Garibaldi – SC) oo Eliana 15


3.1.1 Juliano Mariano Sartor (* 26 dez. 1981, Lages - SC) oo Cristina de Fátima da Luz Vargas (* 28 abr. 1985, Lages - SC) 3.1.1.1 Mariana Vargas Sartor (* 22 set. 2002, Lages - SC) 3.1.1.2 Julia Vargas Sartor (* 21 dez. 2012, Lages - SC) 3.1.1.3 Davi Vargas Sartor (* 22 set. 2014, Lages - SC) 3.1.2 Gregori 3.2 Icemar de Bona Sartor (* 19 abr. 1961) oo Nelci Terezinha Oliveira 3.2.1 Fábio de Bona Sartor 3.3 Estelita de Bona Sartor (* 20 abr. 1962) oo Sebastião Geraldo Chaves 3.3.1 Patrícia de Bona Sartor (* 29 jul. 1982) oo Juarez da Cruz (* 10 jan. 1970) 3.3.2 Caroline de Bona Sartor (* 13 mar. 1985, Lages - SC) oo Maycon Farias (* 16 ago. 1983, Lages - SC) 3.3.2.1 Isaque Farias (* 08 out. 2010, Lages - SC) 3.3.2.2 Ismael Farias (* 08 out. 2010, Lages - SC) 3.3.3 Felipe de Bona Sartor (* 08 abr. 1985, Lages - SC) 3.3.4 Camila Sartor da Rosa (* 31 jan. 1991, Lages - SC) oo Cleiton da Luz Vargas (* 29 jun. 1988, Lages - SC) 3.3.4.1 Lucca Rosa (* 25 jul. 2013, Lages - SC) 3.3.4.2 Yasmim Rosa (* 03 maio 2015, Lages - SC) 3.3.5 João Guilherme Sartor da Rosa (* 11 maio 1996, Lages - SC) 3.3.6 Gabriela Sartor da Rosa (* 24 nov. 1994, Lages - SC) 3.3.6.1 Lorena Gabriela Rosa (* 26 jan. 2014, Lages - SC) 3.4 Olindo de Bona Sartor (* 13 mar. 1963) 3.5 Ivonete de Bona Sartor (* 05 jun. 1964) oo Aldori da Silva (* 07 jun. 1969, Lages - SC) 3.5.1 Mateus da Silva (* 03 mar. 1995, Lages - SC) 3.5.2 Nicolas da Silva (* 11 dez. 1993, Lages - SC) 3.6 Sônia de Bona Sartor (* 06 jul. 1969) oo Edson Chaves (* 25 fev. 1967) 3.6.1 Michael Douglas de Bona Sartor Chaves (* 13 ago. 1988, Lages - SC) oo Vanessa Lopes (25 set. 1983, Lagoa Vermelha – RS) 3.6.1.1 Rafaela (* 25 set. 2005, Lages - SC) 3.6.1.2 Maria Clara (* 15 jul. 2015, Lages - SC) 3.6.1.3 Vitória (filha de Vanessa) 3.6.2 Sônia Michelle Sartor Chaves (* 02 dez. 1993, Lages - SC) 3.6.3 Edson Matheus Sartor Chaves (* 12 mar. 1995, Lages - SC) 4. Emília de Bona Sartor (* 24 nov. 1938, Urussanga - SC) Religiosa. 5. Silvestre de Bona Sartor (* 22 jun. 1941, Urussanga - SC) oo Antonia Maria Mistura (* 22 out. 1943, Erechim - RS) 5.1 Mariza Sartor Farias (* 27 nov. 1964, Anita Garibaldi - SC) oo Sebatião Eliseu Rosa de Farias (* 20 jun. 1962, Otacílio Costa - SC) 5.1.1 Eduardo Farias (* 04 maio 1985, Lages - SC) 16


5.1.2 Juliane Farias (* 01 fev. 1990, Lages - SC) 5.1.3 Fábio Farias (* 09 fev. 1995, Lages - SC) 5.1.4 Fabiano Farias (* 09 fev. 1995, Lages - SC) 5.2 Marcos Antônio Sartor (* 06 abr. 1966, Anita Garibaldi - SC) oo Samara Gerber Rodrigues Sartor (* 23 nov. 1969, Lages - SC) 5.2.1 Marcos Antônio Rodrigues Sartor (* 20 fev. 1994, Lages - SC) 5.2.2 Carlos Eduardo Rodrigues Sartor (* 08 dez. 1997, Lages - SC) 5.3 Marlene Sartor Mendes (* 19 set. 1970, São Joaquim - SC) oo José Maria Mendes (* 18 set. 1965, Anita Garibaldi - SC) 5.3.1 José Ricardo Sartor Mendes (* 24 maio 1993, Lages - SC) 5.3.2 Guilherme Sartor Mendes (* 13 out. 1994, Lages - SC) 6. Vitalino de Bona Sartor (* 25 set. 1943, Rio Rufino - SC) oo Maria de Lurdes da Silva (* 01 out. 1946, Cerro Negro - SC) 6.1 Clóvis de Bona Sartor (* 11 maio 1963, Anita Garibaldi - SC) oo Zulmira Sartor (* 26 ago. 1967, Ponte Alta – SC) 6.1.1 Greice de Bona Sartor (* 23 jun. 1984, Lages - SC) oo João Márcio Borges de Souza (* 15 mar. 1980, Lages – SC) 6.1.1.1 Isadora de B. S. de Souza (* 30 jul. 2008, Lages – SC) 6.1.1.2 Laura de B. S. de Souza (* 30 jul. 2015, Lages - SC) 6.1.2 Lucas de Bona Sartor (* 18 jan. 1997, Lages - SC) 6.1.3 Gabriel de Bona Sartor (* 10 dez. 1999, Lages - SC) 6.2 Cleonice de Bona Sartor (* 07 ago. 1964, Anita Garibaldi - SC) oo Dalton Califante (* 19 ago. 1968, Londrina – PR) 6.2.1 Ariadner Sartor Califante (* 18 jun. 1992, Bal. Camboriú – SC) 6.2.2 João Vitor Sartor Califante (* 06 abr. 2006, Porto Alegre – RS) 6.3 Claudio Sartor (* 21 mar. 1966, Anita Garibaldi – SC✝30 mar. 2003, Porto Alegre – RS) 6.3.1 Felipe Sartor (* 18 nov. 1989, Lages - SC) 6.3.2 Fernanda Sartor (* 24 abr. 2003, Porto Alegre – RS) 6.4 Claudemiro de Bona Sartor (* 27 set. 1967, Anita Garibaldi - SC) oo Ana Ruthe Ribeiro (* 15 jun. 1969, Lages - SC) 6.4.1 Thiago Ribeiro de Bona Sartor (* 02 fev. 1990, Lages - SC) 6.4.2 Letícia Ribeiro de Bona Sartor (* 12 out. 2000, Lages - SC) 6.5 Cleusa Aparecida Sartor Pessoa (* 25 abr. 1970, Anita Garibaldi - SC) oo Jaime Vanderlei Pessoa (* 15 jul. 1966, Lages - SC) 6.5.1 Bruno Sartor Pessoa (* 13 out. 1997, Lages- SC) 6.5.2 Giulia Sartor Pessoa (* 05 fev. 2014, Lages - SC) 7. Olindo de Bona Sartor (* 16 nov. 1945, Rio Rufino ✝ 10 out. 2014, Lages – SC) oo Maria Ondina Pozenatto (* 16 jun. 1947, Lagoa Vermelha – RS) 7.1 Lucia de Bona Sartor Basquerotti (* 15 abr. 1968, Anita Garibaldi - SC) 17


oo Antonio Basquerotti (* 17 abr. 1963, Bocaina do Sul - SC) 7.1.1 Caroline Sartor Basquerotti (* 13 jul. 1988, Lages - SC) oo João Paulo Oliveira (* 20 jan. 1982, Rio Rufino - SC) 7.1.2 Leonardo Sartor Basquerotti (* 29 maio 1991, Lages - SC) 7.1.3 Natalia Sartor Basquerotti (* 06 dez. 1995, Lages - SC) 7.2 André Roberto de Bona Sartor (* 28 nov. 1976, Lages - SC ✝ 13 set. 2015, Lages - SC) oo Elisandra Furtado Rabelo (* 02 out. 1976, Lages - SC) 7.2.1 Pedro Henrique de Bona Sartor (* 30 out. 2000, Lages - SC) 7.2.2 Ana Gabriela de Bona Sartor (* 23 jul. 2009, Lages - SC) 7.3 Alexandre de Bona Sartor (* 18 jun. 1978, Lages - SC) oo Gabrielle Perdoná (* 12 jul. 1989, Lages - SC) 7.4 Ana Paula de Bona Sartor (* 24 nov. 1979, Lages - SC) oo Deângeles Batista de Oliveira (* 03 jan. 1982, Lages - SC) 7.5 Felipe Reinaldo de Bona Sartor (* 01 jun. 1983, Lages - SC) oo Fabiana de Lourdes Gonçalves (* 15 ago. 1971, Lages - SC) 7.5.1 Luis Felipe Gonçalves de Bona Sartor (* 04 jun. 2006, Lages - SC) 7.6 Nelson de Bona Sartor (* 13 mar. 1985, Lages - SC) oo Aline Ribeiro (* 13 jun. 1986, Lages - SC) 8. Paulo de Bona Sartor (* 07 fev. 1947, São Joaquim - SC) oo Marlene Rodrigues Sartor (* 16 nov. 1952, Vacaria – RS) 8.1 Roberto de Bona Sartor (*14 dez. 1973, Lages - SC) oo Franciele Ferreira Flores de Bona Sartor (* 19 set. 1981, Lages - SC) 8.1.1 Vinícius Flores ((*) 14 fev. 1999, Lages - SC) 8.1.2 Igor Flores de Bona Sartor (* 12 dez. 2006, Lages - SC) 8.1.3 Yuri Flores de Bona Sartor (* 10 set. 2010, Lages - SC) 8.2 Andréia de Bona Sartor Westphal (* 29 mar. 1977, Lages - SC) oo Fabiano Westphal (* 26 dez. 1975, Lages - SC) 8.2.1 Gabriel Westphal (* 16 fev. 2008, Lages - SC) 8.3 Mateus de Bona Sartor (* 25 out. 1980, Lages - SC) oo Jussara Aparecida Fachini de Bona Sartor (* 29 jun. 1979, Lages - SC) 8.3.1 Thiago de Bona Sartor (* 09 jul. 1999, Lages - SC) 8.3.2 Milena de Bona Sartor (* 18 set. 2005, Lages - SC) 9. Olinda de Bona Sartor (* 21 maio 1952, Bocaina do Sul - SC) oo Evaldo Hampel de Souza (* 27 set. 1963, Lages - SC) 9.1 Priscila de Bona Sartor de Souza (* 24 set. 1991, Lages - SC) 9.1.1 Maria Clara

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CLAUDIA DE BONA SARTOR

Claudia de Bona Sartor, filha de Amadeu de Bona Sartor e Maria Antonia Maccari, nasceu e viveu a infância morando com seus pais e avós paternos nas proximidades da capela de Santaninha, interior do município de Urussanga – SC. Seu padrinho e sua madrinha de batismo foram Matteo de Bona Sartor e Hermínia Zanelatto, e, na crisma, foi amadrinhada por sua tia materna Emma Maccari Silvestrini (1915 – 2014). A residência de seu nonno Giuseppe de Bona Sartor e de sua nonna Emília Tramontin era uma grande casa de madeira, tendo em anexo uma cozinha de tijolos, onde havia uma prateleira e baldes esmaltados, em tons de vermelho, azul e branco. A família era, por excelência, de agricultores. Faziam roças queimando a vegetação e lavrando a terra com um arado puxado por bois, para plantar milho, cana-de-açúcar, batata-doce, aipim, e diversas variedades de feijão. A produção era transportada em carros de bois e comercializada na própria região. Também produziam vinho para o consumo. Criavam animais como bois, vacas, porcos, galinhas e gansos. Dentre tantos relatos de seus avós, ouvia contar quem Belluno, na Itália, os espíritos vagavam a cavalo pelas montanhas, até que estas foram abençoadas e as aparições cessaram; imaginário e crendices de uma cultura rural, transmitida através das gerações. Neste período, na década de 1930 e início da década de 1940, a rotina noturna da família ficou na lembrança. De costume, jantavam minestra [sopa de feijão], formai [queijo] com polenta e alguma salada. Depois do jantar comiam cana-de-açúcar, bergamota, melancia, uva, ou qualquer outra fruta disponível conforme a época do ano; porém, a cada dia se comia apenas um tipo de fruta, pois, conforme o que se dizia, a mistura de frutas diferentes poderia fazer mal. Unidos em família, o dia encerrava-se com a reza do terço em latim. Claudia lembra com orgulho a determinação de sua mãe, Maria Antonia Maccari de Bona Sartor, trabalhava arduamente na colônia possuía fé inabalável. Quando pequena, a acompanhava à localidade de Rio América para venderem ovos e galinhas. Quando era necessário, a família ia com um carro de boi para a localidade de Rio Maior fazer compras no armazém dos Mazzucos. Na localidade de Sant’Ana, enquanto a família de Amadeu e Maria ali viveu, a população era exclusivamente de italianos e seus descendentes. Alguns dos vizinhos eram: Defende Mariot e Eliza Vendramini; João de Bona Sartor; João Irinaldo Gastaldon e Rosina Maccari Gastaldon (1905 – 2009), sua tia materna; e Antonio Maccari (1882 – 1970) e Dorothea Zandonardi Maccari (1889 – 1974), seu avô materno e sua segunda esposa. No começo da linha Sant’Ana também moravam as famílias Bonotti, Pio e Sacchet.

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Até o final da década de 1930 a família de Bona Sartor e vizinhos falavam em dialeto Vêneto, porém, na escola as crianças eram ensinadas no idioma português, que aos poucos – por determinação do governo - foi sendo utilizado por todos. Por volta de 1940, Claudia estudou em uma velha escola de madeira com as professoras Romana e Antonia Baldin. Neste período, boa parte dos colegas de aula eram nossos parentes. De forma fragmentada, eis mais algumas lembranças da infância em Urussanga: inticava com os ocche [gansos] por diversão; na roça, gostava de ver os caetés fazendo o barulho de uma sineta com o vento; tinha bambus grandes, e uma árvore que dava uma frutinha vermelha e preta que caia no chão e descascava, fazia-se colares desta frutinha para brincar; em dias de festa jogava-se bòccia [bocha] e assavam-se carnes em fornos; não existia o lixo que se vê hoje, existia capricho no interior. Por volta de 1942, Amadeu de Bona Sartor e família decidiram migrar para a região serrana de Santa Catarina. Primeiro, o vizinho e parente João de Bona Sartor subiu a Serra. Com isso, Amadeu e família também compraram terras e migraram para Bom Jardim da Serra, pois poderiam viver perto de Antonio Maccari e Dorothea; porém, pouco se visitaram. A família estabeleceu propriedade em uma localidade banhada pelo rio Capivara, em Bom Jardim da Serra. Nos primeiros meses que haviam chegado ocorreu uma grande nevasca na região. Nesta época, Claudia, Cremilda, Ilbe e Emília eram crianças, menores de 10 anos de idade, e Silvestre ainda era criança de colo. Habitavam uma casa simples, com cobertura de tabuinhas. Na frente desta casa havia um monte de pedras, local onde as crianças brincavam. Amadeu derrubou alguns pinheiros e, com os rachões de madeira, cercou alguns porcos para engordá-los. Na propriedade, cultivavam o trigo que no moinho era transformado em farinha para fazerem massas, principalmente pães. Plantavam feijão e batatinha, que rendiam em grande quantidade. Os tropeiros buscavam os produtos na propriedade para fazer a comercialização, o que causava certo medo nas crianças por serem homens estranhos. Claudia recorda que, juntos com os irmãos, tinham que passar por uns porcos para coletarem pinhões, e, em algumas ocasiões, tiveram que correr destes animais que ficavam bravos. Vivendo em uma região aparentemente sem leis, em certa ocasião Amadeu castrou um porco alçado que andava em sua propriedade e, ao que o dono do animal soube, fez pagar pelo prejuízo causado. Angelo de Bona Sartor e sua família eram uns dos vizinhos mais próximos. Claudia lembra com alegria deste tio, inclusive da ocasião em que seu pai e o tio construíram um forno para que as mulheres de ambas as famílias assassem os pães e os demais alimentos. Amadeu, Maria e família permaneceram em Bom Jardim da Serra por cerca de 2 anos. Através do parente João de Bona Sartor, Amadeu negociou e comprou novas terras na região de Rio Rufino. De Bom Jardim da Serra, a família se deslocou passando pela localidade de Cruzeiro e pernoitou na localidade de Pericó, em uma casa de família cabocla; o cardápio da janta foi polenta, morcilha e couve. Continuaram a viagem até chegarem ao rio Canoas, onde Amadeu precisou insistir

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para que Maria aceitasse a fazer a travessia, que segundo ela era arriscada. Passando o rio, seguiram até as localidades de Santa Catarina e Consolação (onde morava a família Ghizoni) e, enfim, chegaram em Rio Rufino. Na vila, na primeira noite que ali chegaram, pernoitaram na casa de João de Bona Sartor. Assim, estabeleceram-se na nova propriedade, no interior. Possuíam a propriedade cercada por matas que eram povoadas por bugios. Conforme o costume da época, Amadeu caçava alguns pequenos animais - fazendo inclusive passarinhadas -, porém, caçava pouco. Certa vez, Maria contratou uma moça cabocla, chamada Dorvina, para ajudar na colheita do feijão. Em uma determinada noite, essa moça fugiu com um rapaz para viverem juntos, o que causou admiração de todos na família, pois este era um costume estranho ao ideal de matrimônio estabelecido pela etnia italiana. Claudia e seus irmãos frequentavam a escola que ficava na sede de Rio Rufino, a cerca de 5 quilômetros de onde moravam, e faziam esse trajeto a pé com os demais colegas. Entre os alunos deste período, lembra de ter estudado com o filho de João de Bona Sartor, que, mais tarde, se tornaria prefeito de Rio Rufino. No percurso até a escola, Claudia, Cremilda e Ilbe tinham que passar com cuidado próximo a residência dos Coan, pois estes vizinhos tinham cães da raça buldogue e, piorando a situação, eram seus desafetos. Eram tempos de travessuras, ou, em dialeto vêneto, dispetti [provocações]. A família de Amadeu e Maria participava ativamente na Igreja, fazendo parte inclusive do coral. Claudia se lembra de uma missa que participou, rezada pelo padre Blévio Oselame, que usava uma charrete para se deslocar pelas Igrejas e capelas da paróquia. Fez a 1ª comunhão com cerca de 12 anos, provavelmente em 06 de agosto de 1946. Em 1945, um triste momento marcou a história da família. Maria foi acometida por fortes dores de cabeça, suor e febre, diziam ser uma recaída. A doença foi se intensificando e foi preciso levá-la para o hospital em Lages. Nesta mesma época, Amadeu também adoeceu com uma forte febre, e também precisou de cuidados médicos. Enquanto o casal estava no hospital, os filhos ficaram em casa com uma vizinha para acompanhá-los, sendo Olindo um recém-nascido. A situação se agravou ainda mais devido uma peste que se abateu na propriedade, impedindo as vacas de produzirem leite e causando a morte de muitos animais. As despesas com as doenças obrigaram a família a vender uma parte das terras que possuíam para que, assim, pudessem pagar a assistência médica e hospitalar. A crise fez com que Amadeu tivesse que trabalhar como assalariado em uma fábrica de papel. Quando Claudia tinha cerca de 16 anos,a família comprou outro terreno em Rio Rufino, e Amadeu trabalhava então em uma olaria.Neste período foi construída a atual Igreja Matriz da cidade, que contou com os trabalhos em pedra de Defende Mariot – antigo vizinho de Urussanga, que ficou hospedado na casa de Amadeu enquanto executava os trabalhos para a construção da Igreja.

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Após algum tempo, a família se estabeleceu em Bocaina do Sul, em uma localidade para além do cemitério da vila. Possuíam moinho e torrefação de café. Participavam dos ofícios religiosos na Igreja Matriz, aonde iam às missas, cantavam, faziam novenas e rezavam o terço. No ano de 1956, a família soube que uma madeireira havia sido instalada na localidade de Marmeleiro, interior de Anita Garibaldi – SC. Em busca de trabalho, decidiram então migrar para o local. Claudia, que neste momento tinha 23 anos, admite que seu pai, conforme o racismo da época, tinha certo preconceito para com os caboclos da região, chamados de brasiliani [brasileiros] em diferenciação a eles, oriundi [que tem origem]. A família vivia em regime de comodato nas terras da serraria, cujo proprietário era Laurindo Paese e o gerente Augusto Langer. Em anexo a moradia mantinha uma pensão, onde ofereciam refeições aos trabalhadores da serraria. A vila no entorno da madeireira possuía cerca de 100 habitações, além de uma república onde muitos trabalhadores solteiros moravam – inclusive o gaúcho Izidoro Oliveira da Silva, que, pouco tempo depois, se casaria com Claudia. Na vizinhança da família de Bona Sartor havia a família Varela – que também tinham uma pensão, e um descendente de alemães chamado Apolinário– mais conhecido como Polito – e sua esposa Eugênia. Como ainda não havia Igreja no local, as missas eram realizadas na escolinha da localidade pelo padre Elias Bordignon – o primeiro filho do casal Izidoro e Claudia, Elias Oliveira da Silva, recebeu este nome em homenagem ao religioso. Izidoro Oliveira da Silva, que trabalhava na serraria, conheceu Claudia de Bona Sartor na localidade do Marmeleiro, ambos estavam ali atraídos pelo ciclo econômico que a indústria madeireira representou para Anita Garibaldi e toda a região serrana. O casal namorou por cerca de um ano, decidiram então noivar e, em 07 de junho de 1958, se casaram. Depois do matrimônio, moraram um tempo com Amadeu e Maria; e, após nove meses e sete dias de casados, tiveram o primeiro filho: Elias Oliveira da Silva (★14 de março de 1959, Anita Garibaldi – SC). Em meados de 1959, quando Elias tinha cerca de 3 meses de idade, Izidoro e Claudia foram morar em Cerro Negro – SC para trabalhar na firma dos Paese. Nesta época, o irmão de Izidoro, Pedro, morava junto com a família em uma casa cedida pela firma, onde também funcionava o escritório da empresa. Claudia lembra um poço que existia próximo a casa, de onde retirava água para o uso doméstico. O segundo filho do casal nasceu neste local: João Carlos da Silva (★ 17 de maio de 1961, Cerro Negro – SC). Permaneceram em Cerro Negro cerca de 3 anos, até que Izidoro resolveu migrar para a localidade de Arroio Mariano, em Barracão – RS, para trabalhar com a agricultura nas terras do seus pais João Rodrigues da Silva (1896 – 1986) e Elizária Silveira da Silva (1900 – 1985).Primeiramente, a família morou junto com os pais de Izidoro, e, mais tarde, com a vinda da família de Cremilda, irmã de Claudia, ambas as famílias alugaram uma casa em Arroio Mariano e

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viveram juntos por algum tempo. Aí, Claudia recorda que lavava roupas em um lajeado. Nesta fase nasceu a primeira filha do casal: Maria de Fátima da Silva (★ 31 de agosto de 1963, Barracão – RS). Ainda em Barracão, Izidoro e Claudia trabalharam com o cultivo de mandiocas nas terras do compadre Alberto Vinck, o qual também cedeu uma casa para que a família morasse em sua propriedade. Produziam muito aipim na roça, que eram transportados com carro de boi, e, por sua vez, Claudia fazia polvilho e roscas deste produto. Neste local, entre as divisas de São José do Ouro, Machadinho e Barracão, nasceu a segunda filha: Clemilda Aparecida da Silva (★19 de fevereiro de 1967, Barracão – RS). Permaneceram cerca de 5 anos no Rio Grande do Sul, até que, após o casamento de Conceição com Alcides Manera – sendo ela irmã de Izidoro, voltaram para Santa Catarina. Paulo de Bona Sartor, irmão da Claudia, foi buscar a mudança de caminhão. Vieram para a localidade de Santo Antônio, que atualmente pertence ao município de Celso Ramos – SC, ficando ali por aproximadamente 6 meses. No final da década de 1960, Amadeu, Maria e os filhos compraram um terreno na localidade de Olaria, interior de Anita Garibaldi. A família de Izidoro e Claudia foi então morar nestas terras. Nesta época, possuíam vaca de leite, possibilitando até a produção de queijos para o consumo. Na lavoura, plantavam de tudo, e também criavam diversos animais, como galinhas e porcos. Claudia lembra com alegria deste tempo, pois, de costume, às sextas-feiras sua mãe Maria e sua irmã Olinda visitavam a família, sempre trazendo pães e outros agrados. Neste contexto nasceu a terceira filha do casal: Claudete Oliveira da Silva (★ 17 de julho de 1971, Anita Garibaldi – SC). Com a venda do terreno onde moravam, a família foi morar e trabalhar na olaria de Cassemiro Ambrósio. Izidoro trabalhava de carpinteiro nas tubulações de água da TABA Engenharia. Ficaram nesta olaria por cerca de 3 anos. Por volta do ano de 1975, a família comprou um lote no Bairro Borges, e mudou-se para a área urbana de Anita Garibaldi. A casa foi construída por Izidoro com a ajuda de seus filhos, sendo melhorada com o passar dos anos. Os filhos e as filhas estudavam e trabalhavam. Nasceu então o terceiro e último filho de Izidoro e Claudia: Paulo Izidoro da Silva (★28 de agosto de 1977, Anita Garibaldi – SC). A partir de quando a família de Izidoro Oliveira da Silva e Claudia de Bona Sartor se estabeleceu no Bairro Borges, a situação econômica foi melhorando. Na década de 1970, momento em que a família mudou-se para o local, ainda não havia Igreja no bairro. O padre realizava celebrações nas residências, conforme a possibilidade do religioso e a disponibilidade dos fiéis. Na época, alguns dos vizinhos eram: João e Izolina Pacheco; Vili e Angelina Gracietti; Irma Stefenon e “Nego” Borges; “Véio Julinho”;Manoel Antunes Branco, conhecido como “Véio Maneco”; Antenor e Angélica Inácio; Luciano e Eva Borges (evangélicos); “Daga” e Ivonete Furtado Silva; Fernando e Salete Ambrósio,e, após estes venderem a residência, tiveram como vizinhos o casal Naziozeno e Oralina Salmória.

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Sobre a construção da Igreja de São José do Bairro Borges, Claudia conta que o padre Luiz Vantulini tinha um irmão na Itália que doou uma quantia em dinheiro para a construção da Igreja. São José foi escolhido como padroeiro por ser um santo protetor das famílias, e também, porque fazia alusão aos nomes de: Giuseppe Vantulini, irmão do padre Luiz; José Andrade Matos Sobrinho, doador do terreno em que a Igreja foi construída; e José Afonso Zanoni, que ajudava na comissão da Igreja. Assim, por volta do ano de 1988 a Igreja foi concluída, sendo suas chaves entregues pelo padre Luiz ao casal Izidoro e Claudia, para que zelassem por este templo religioso tão almejado pela comunidade do Bairro Borges. O casal Izidoro e Claudia sempre foi envolvido com as atividades da Igreja Católica. Na década de 1990, Claudia foi ordenada ministra da eucaristia. E antes, para além das ações religiosas, na década de 1970 já havia iniciado seu envolvimento em diversas ações sociais. Claudia participa ativamente – e ainda hoje participa – do Clube de Mães, da Pastoral da Saúde e da Pastoral da Criança, organizando e ajudando na execução de projetos e ações voltadas a comunidade. Juntos em família, mas principalmente o casal participava de reuniões comunitárias, festas, bailes e demais eventos. Em 07 de junho de 2008, Izidoro e Claudia comemoraram suas Bodas de Ouro. Os 50 anos de matrimônio foram celebrados e festejados com os amigos e familiares na Igreja e no salão de eventos da comunidade de São José do Bairro Borges. Em 2011, no contexto das comemorações do cinquentenário de emancipação política do município, dona Claudia foi homenageada pela administração municipal pelos relevantes trabalhos prestados a sociedade de Anita Garibaldi. Em 23 de fevereiro de 2012 seu companheiro Izidoro faleceu, deixando saudosismo por uma vida inteira de dedicação ao bom convívio familiar. Claudia de Bona Sartor segue com fé e alegria suas atividades pelo bem da família, dos amigos e vizinhos e, principalmente, da proposta cristã por uma sociedade mais justa visando um mundo melhor.

Descendentes de Claudia de Bona Sartor

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CREMILDA DE BONA SARTOR

Cremilda de Bona Sartor, nasceu aos 31 de julho de 1934, na localidade de Sant’Ana, Urussanga - SC. Viveu a infância com seus pais Amadeu de Bona Sartor e Maria Antonia Maccari na casa dos avós paternos em Sant’Ana. Foi batizada e crismada em Urussanga. Assimilou os costumes e a cultura italiana, através da língua, alimentação e religião; na escola passou a ter contato com o idioma português. Desde pequena frequentava a Igreja Católica. Em casa tinha o costume de rezar o terço em latim todos os dias, de joelhos. Frequentava a mesma escola que sua irmã Claudia, pois ambas tinham apenas um ano de diferença. Brincavam muito juntas e eram sempre amigas. A amizade e as brincadeiras se estendiam aos outros parentes. Em Urussanga, a natureza era exuberante, muito verde entre montanhas e várzeas. No quintal cultivavam muitas verduras e legumes, e havia muitas árvores frutíferas como laranjeiras, bananeiras e bergamoteiras. Predominavam as culturas de milho, arroz, feijão, mandioca, abóbora, cana-de-açúcar e batata-doce. Possuíam vacas de leite, porcos e galinhas. A alimentação era sadia e natural. Cremilda sempre tinha muito carinho com os irmãozinhos menores e a mãe os confiava aos seus cuidados. A permanência na casa dos avós paternos durou por aproximadamente 10 anos. Por ser o mais novo e seguindo a tradição, o pai – Amadeu – ficou responsável por cuidar de seus pais. Porém, por mais liberdade e melhores condições de vida para a família, resolveu deixar a casa dos pais e buscar outra terra. Na Serra, no início não foi possível frequentar a escola. Somente mais tarde, em Rio Rufino, foi possível retornar aos estudos. Claudia, Cremilda e Ilbe frequentavam a escola na sede de Rio Rufino, a cerca de 5 quilômetros de distância de casa. A família participava assiduamente da igreja no Rio Rufino. Naquela localidade o pai, a mãe e as crianças maiores fizeram roças de milho, trigo, centeio, batatas, feijão, abóboras, e tudo davam com fartura. Plantaram pomares, parreirais, tinham vacas de leite, juntas de boi, cavalo, porcos, galinhas, gansos e patos. Em 1945, o pai e a mãe sofreram com fortes enfermidades, logo após o nascimento de Olindo, ele a as outras crianças ficaram sob os cuidados de Claudia, Cremilda e uma vizinha. Olindo sempre foi para Cremilda muito especial, ela dispensava-lhe cuidados com muito carinho.

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Cremilda sempre foi muito ativa, trabalhadora e prendada com os dons culinários. Sempre foi mais voltada para os trabalhos da casa e aos cuidados com as crianças. Começou a namorar aos 17 anos. Gostava de frequentar as “domingueiras” com sua irmã Claudia. Em Bocaina do Sul Cremilda atuava em casa, por pouco tempo, em duas ocasiões, trabalhou fora. Ela sofria sempre de fortes dores de cabeça, mas apesar disso nada lhe tirava a alegria. Em Anita Garibaldi, continuava com a família a frequentar a igreja na localidade do Marmeleiro. Na pensão da família, Cremilda ajudava a cozinhar para os trabalhadores da serraria. Aí começou o namoro com Arcindo Moraes de Souza. Arcindo andava cerca de 15 quilômetros para se encontrar com Cremilda. Frequentavam as danças aos domingos. Os dois dançavam muito, especialmente o tango, ambos ficavam dançando no meio do salão e sendo aplaudidos pelos espectadores. Os dois se casaram em 1960, aproximadamente, e moravam no Marmeleiro. Neste local nasceu o primeiro filho do casal, Sérgio, aos 03 de abril de 1961. Célio nasceu também no Marmeleiro, aos 06 de janeiro de 1963. Mais tarde foram morar em Arroio Mariano (RS), e moraram por um tempo com Claudia e Izidoro. Voltaram para Santa Catarina, e Silmar nasceu em Anita Garibaldi aos 26 de dezembro de 1964. Depois a família foi para Catanduvas, Arcindo trabalhou na firma Celulose Irani. Nesse período nasceu Sirlei, aos 17 de maio de 1957. Foi acolhida com muito carinho por ser a primeira filha mulher. Em Catanduvas permaneceram por 4 anos. De lá a família foi para Painel, isso entre 1969 e 1970. Em 1970 foram para Lages, no Bairro Centenário, onde permaneceram por cerca de 5 anos. Arcindo começou a trabalhar na construção civil. Nasce então Servílio, aos 07 de novembro de 1971. Neste mesmo ano o casal decide se tornar evangélico da Igreja Assembleia de Deus. Educaram seus filhos nesta religião. Os filhos cresceram e estudaram. Posteriormente foi morar em Curitiba, onde nasceu Selmir aos 06 de janeiro de 1976. A família passou por muita dificuldade por não ter casa própria e chegou a morar em um terreno da prefeitura, onde construíram um barraco em que o chão era de terra batida. Ali moraram por dois anos. Arcindo tinha começado a construção de uma casa de madeira, veio ordem de despejo para desapropriar aquela área, onde a madeira foi retirada pela prefeitura e os barracos foram demolidos. Assim, tiveram que sair do local perdendo toda a casa que estava sendo construída. Com o acontecido, Cremilda teve uma crise depressiva muito forte. Com o auxílio dos irmãos da igreja conseguiu superar essa situação. A família sofreu a perda e resolveu voltar para o Rio Grande do Sul trabalhar na agricultura, mas não deu certo, porque trabalhavam em terras alheias e sem salário.

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Sérgio aos 17 anos resolveu sair de casa sem avisar, não deixou endereço nem notícias, a família ficou muito aflita. Cremilda sempre orou, e com muita fé, nunca perdeu a esperança que um dia ele voltasse com vida. Ele conta que trabalhou de carteira assinada com os amigos num posto de combustível. Foram cinco anos de espera. Felizmente, voltou e integrou-se novamente à família. Célio ficou com a função de ajudar á mãe nas tarefas da casa. E na criação dos irmãos mais novos, o que fez com muita dedicação e carinho. Ainda adolescentes, Sérgio, Célio e Servílio trabalhavam como engraxates, vendedores de picolés, pastéis e bananinhas. Mais tarde, Célio e Servílio faziam jardinagem e cortavam lenha para sustentar a família. A família sofreu com a ausência de Arcindo que trabalhava fora e Cremilda ficava sempre cuidando dos filhos. Ela foi sempre uma mãe dedicada, tanto na família, quanto na igreja. Ainda com saúde saia do Bairro Vila Maria e ia caminhando visitar sua mãe, Maria Antonia, na Várzea; também acompanhava sua mãe até o banco para receber a aposentadoria. Os filhos foram crescendo e constituindo suas famílias. Aos 58 anos Cremilda fora acometida de um AVC, limitando sua fala e os movimentos dos membros. Com a fisioterapia conseguiu restabelecer os movimentos dos membros. Ficou 12 anos sem falar, isso lhe custava muito. Ainda conseguia fazer as atividades da casa. Selmir ainda adolescente estudava e trabalhava e ajudava nos cuidados dela. Aos 18 anos serviu o exército e se engajou continuando a trabalhar, o que foi uma benção para a família. Cremilda foi aos poucos reaprendendo as atividades. Foi sempre muito amorosa para com os filhos. Na doença sumiram os “amigos e vizinhos”, aí se pode constatar quem eram os amigos de fato. A Igreja manteve contínuo apoio, visitando-a e motivando-a na fé. Durante sua doença a família passou por uma escola de fé e perseverança. Cremilda sempre manteve a família unida. A felicidade dela era ver os filhos unidos no amor e na fé. Veio a falecer de enfarte aos 21 de novembro de 2002. Arcindo também faleceu de enfarte aos 73 anos, no dia 15 de novembro de 2011. Cremilda e família “Por meio da fé subjugaram as adversidades da vida, praticaram a justiça, o amor, a esperança e obtiveram promessas, extinguiram a violência do mal, escaparam do fio da injustiça, da fraqueza tiraram força, unidos no amor.” Hebreus 11, 33-34 “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.” 3 Tim,7.

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Descendentes de Cremilda de Bona Sartor

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ILBE DE BONA SARTOR

Nasci aos 31 de junho de 1936 em Sant’Ana, Urussanga-SC. O pai alegrou-se muito com o meu nascimento por ser um filho homem após duas mulheres. Fui batizado em Urussanga tendo como padrinho João Trento. Vivi uma infância feliz, como filho de agricultores, onde a natureza era muito linda e favorecia muitas formas de lazer. Gostava de brincar e deslizar no gramado com as cascas das folhas dos coqueiros. Lembro que a mudança da família para a serra fora feita até o pé da serra de carro de boi, depois ao subir a “Serra do Doze” foi com uma tropa de mulas. Havia uma égua madrinha que ia à frente conduzindo a tropa. O pai levava ao colo Emília, e a mãe, montada no celin, levava o Silvestre pequenino. Claudia, Cremilda e eu íamos dentro de cargueiros. Subir a serra levou um longo dia de viagem. Ao chegar ao rio Capivara tivemos que atravessar com os animais a nado, causando muito medo, especialmente à mãe. Chegando ao local havia uma casa de madeira, coberta de taboinhas, sem móveis que precisou ser construídos, o fogo de chão, panelas penduradas nos ganchos presos ao teto. O pão era assado numa caçarola nas brasas. Quando nevava raspava-se o telhado com rodo de madeira. Para ir buscar água na fonte precisava-se abrir caminho na neve com a pá. A água era cristalina e corria entre as pedras. No verão brincávamos na água, muito divertido. O pai derrubou pinheiros para fazer roça e plantou milho, feijão, batatinha. A mãe fez um quintal e plantou legumes e verduras. E no inverno era uma diversão colher pinhões, sapecar, cozinhar e saborear. Gostava muito de brincar com Alberto, primo da mesma idade, filho do tio Ângelo de Bona Sartor. Após dois anos de permanência em Bom Jardim da Serra, o pai resolveu comprar um terreno no Rio Rufino. Lá o clima era melhor, podíamos ir para a escola e para a igreja. A mudança foi feita de Bom Jardim da Serra fomos até Urubici de carreta, de lá até o Rufino fomos de carro de boi. Chegando ao rio Rufino ficamos uns dias na família de João de Bona Sartor até desocupar a casa que fora comprada, que ficava cerca de 5 quilômetros distante da vila.

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Claudia, Cremilda e eu frequentávamos a escola. Também frequentávamos a igreja e a catequese, e lá fiz minha primeira comunhão. Naquele tempo o vigário era o Padre João, que vinha de Urubici, e mais tarde era o Padre Blévio Oselame. Nós rezávamos todos os dias o terço em latim, de joelhos. A mãe rezava conosco ao preparar o café da manhã, Santo Anjo, Ave Maria e o sinal da cruz. O pai contava fatos sobre a História Sagrada. Fui crismado numa localidade de Irapuá, às margens do Rio Canoas. Meu padrinho foi Itálico de Bona Sartor. Uma brincadeira de criança: acontecia que o pai e a mãe iam ao terço no Rufino, nós três encilhávamos o porcos e montávamos neles. Era muito divertido. Vitalino nasce, no Rio Rufino. Com a doença da mãe já relatada por Claudia, bem cedo, quando criança trabalhei na roça e ajudava o pai na atração de madeira perto do Rio Rufino. Muitas noites o pai ficava na praça e eu tive que conduzir o carro de boi para casa no escuro. Frequentei a escola, mas o estudo não foi o meu forte. Estudei até a 3ª série. Acompanhei sempre os trabalhos do pai. Trabalhava com a carpideira na roça, ainda como criança, também carregava pedras de carreta do Rufino até Canoas. Jovem ainda trabalhava na olaria, carregando barro e tijolos para a construção da Igreja Matriz local. Ao mesmo tempo a mãe tocava a roça na várzea do Rufino. Aqui já estávamos morando perto da vila do Rufino. O fato foi escrito na história do Olindo. Aí nasce o Paulo. Novamente o pai fez nova mudança para trabalhar na fábrica de papelão. Lá nós quatro mais velhos trabalhamos na fábrica e colocávamos as folhas de papelão nos cabinhos para a secagem. Aí permanecemos por um ano. O pai sempre buscava novas oportunidades para melhorar a situação da família e se estabeleceu em Bocaina do Sul. Lá arrendou um terreno com uma tafona e montou uma torrefação de café. Nós filhos todos ajudávamos na moagem e embalagem do café. Havia um sócio que vendia o café, ia de carroça para as diferentes localidades. A matéria prima vinha de Serra-abaixo. Acontecia que o dinheiro não aparecia e o sócio dizia que os fregueses compravam fiado. Assim a torrefação foi à falência. O pai, eu e Silvestre fomos trabalhar fora. A mãe tocava a tafona com as crianças dia e noite. Os fregueses mandavam moer o milho e pagavam pela moagem ou pagavam em produto. Trabalhei na construção da casa paroquial de Bocaina, na época tinha então 17 anos. Lá tive minha primeira namorada. Acompanhei depois o pai para Lebon Régis e Santa Cecília, para lá construir estrada à picareta. Paramos acampados no mato por 8 meses. De Santa Cecília fomos para Anita Garibaldi trabalhar no mato.

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O pai então arrendou um moinho em Arrozal em Anita Garibaldi. Depois achou melhor ir para o Marmeleiro com a família em setembro de 1956. Na localidade do Arrozal namorei a Maria Domingues da Silva e nos casamos. O casamento foi algo de curioso. Até a ponte daquele local a comitiva foi de caminhão, de lá para frente até a igreja foi em cavalgada. O casamento realizou-se na capela Nossa Senhora de Lourdes, em Santo Antônio, em 1957. Fomos morar no marmeleiro por 3 anos. De lá voltei com Maria para Arrozal, e trabalhei arrastando tora. Maria teve a primeira filha, Margarete, nasceu fraca e veio a falecer. Mais tarde nasceu Itamar, aos 10 de janeiro de 1960, no hospital Frei Rogério de Anita Garibaldi. Icemar nasceu aos 19 de abril de 1961, também no hospital de Anita Garibaldi. Estelita nasceu aos 20 de abril de 1962. Morávamos em Marmeleiro. Do Marmeleiro mudamos para o Pandolfo, e trabalhei também na extração e transporte de toras. Do Pandolfo viemos para Anita Garibaldi. Aí nasceu Olindo, aos 13 de março de 1963. Esteve muito doente com meningite. Ivonete nasceu aos 5 de junho de 1964, em Anita Garibaldi. Sônia nasceu em Anita Garibaldi, aos 07 de julho de 1969. Nós geramos 15 filhos, dos quais 06 sobreviveram. Entende-se que naquele tempo não havia políticas públicas e os meios que se tem hoje. De Anita Garibaldi a firma me mandou para Barra Grande na firma Ouro Verde, e fui com a família com a mesma firma para São Joaquim. Depois nos mudamos para Ronda na firma Dall Pizzol por dois anos. Voltamos para Anita novamente na praça, de lá viemos para Lages no Bairro da Penha, e, em 1979 com a morte do pai viemos morar no Bairro da Várzea. Moramos nos fundo da casa da mãe. Depois adquiri uma casa pela Caixa Econômica Federal, onde moro até hoje. Posso afirmar que Maria foi uma mulher muito sofrida tanto física, como afetivamente. Foi uma mulher muito dedicada para com os filhos. Sempre sofria de fortes dores de cabeça Apesar das muitas mudanças que a firma exigia da família, nunca lhes faltou comida. Cedo os filhos começaram a trabalhar e a estudar. Maria fora acometida por um AVC que sofreu por muito tempo e veio a ficar numa cadeira de roda, carecendo de cuidados especiais. Por fim a doença se agravou e foi preciso interná-la no hospital vindo a falecer a 1º de agosto de 1990. Fiquei viúvo e vivo com Sônia e Edson e os filhos.

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Sou feliz. Eu sempre fui alegre, descontraído, homem de fé, porém, uma fé não explícita. Além de tudo o que sofri e trabalhei gosto de me divertir, especialmente dançar, participo dos bailes da 3ª idade. Gosto muito de crianças, dos meus netos e bisnetos e todos me tratam com carinho. Não guardo mágoas. Sou carpinteiro, trabalho no capricho. Uma das habilidades que gosto é de cozinhar, fazer comida bem saborosa. Apesar de uma vida cheia de mudanças e tribulações não perdi a esperança e posso dizer como São Paulo: “O Espírito vem em socorro de nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito, pois é de acordo com Deus que ele intercede em favor dos santos”.

Descendentes de Ilbe de Bona Sartor

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EMÍLIA DE BONA SARTOR

Emília de Bona Sartor, nascida em 24 de novembro de 1938 em Sant’Ana, Urussanga. Filha de Amadeu de Bona Sartor e Maria Antonia Maccari. Fui batizada aos 04 de dezembro de 1938, sendo madrinha Rita Martignago e João de Bona Sartor. Aos 5 anos de idade foi crismada e a madrinha foi Maria de Bona Sartor. Os pais, descendentes de imigrantes italianos, ao desbravar as matas cultivaram, entre outros produtos, milho, feijão e videiras, além de criarem animais para o sustento da família e comercialização. Desenvolveram e criaram meios de produção como: cerâmica, moinhos, habilidades na transformação da madeira e construções. Famílias numerosas e patriarcais de ambas as partes. Eram racistas, lutavam contra os índios e não se davam conta que eles haviam invadido o habitat dos nativos e destruíram suas culturas. Acostumados a trabalhar, eram criativos, alegres e festeiros. De tradição religiosa católica, cultivavam a oração em família e o terço - que era em latim. Na localidade de Sant’Ana, frequentavam a igreja por eles construída. Proporcionavam a iniciação dos Sacramentos aos filhos e eram testemunhas fiéis. Ingressei na escola aos 7 anos. Gostava muito de estudar e ajudar nas pequenas tarefas da casa e na roça. Nosso relacionamento em família era bom, nos amávamos muito. Meu pai era enérgico, mas amoroso; um homem trabalhador, honesto, alegre e bem relacionado com as pessoas; que gostava de política e esportes. Minha mãe era mais submissa, totalmente voltada para a família; uma mulher acolhedora, amável e tendo o perdão sempre como sua prática. Devido à educação rígida de outrora, o afeto era menos explícito. Porém, nossos pais eram muito amados por nós e nos sentíamos amados por eles. Fomos educados para o trabalho, a honestidade e o amor entre nós, respeitar as pessoas e o alheio. Não faltava comida, mas o dinheiro era pouco. Sempre lutamos pela sobrevivência. Houve também briguinhas entre nós, mas tudo se resolvia. Ora apanhando, ora batendo, e sempre se perdoando. Sou a 4ª filha e optei pela vida religiosa consagrada. Aos 14 anos senti-me empolgada a sair de casa e continuar os estudos e me emancipar, foi o que pensei na época. Morávamos em Bocaina do Sul. A vocação surgiu na convivência com as Irmãs da Divina Providência, em Lages, onde fui estudar e trabalhar. Depois fui para Florianópolis no Juvenato. O 35


Provincialado ficava no Colégio Coração de Jesus. No início tive um choque cultural, senti-me presa e havia muita descriminação, mas conquistei meu espaço pelo estudo, trabalho, oração e adequação ao meio. Na família meus irmãos foram se casando e houve muita mudança nos costumes e culturas diferentes. Aos 18 anos entrei no Postulantado e aos 19 anos no Noviciado, aos 20 anos iniciei minha missão, como jovem noviça noutra cidade, Jaraguá do Sul. Continuei os estudos. A vida religiosa consagrada na época era muito estruturada; centra-se muito em normas, autopunição. Nas orações, além das devocionais, tinha o Ofício Divino, sempre gostei. O recinto fechado das Irmãs era a Clausura só nós tínhamos acesso. Era um ambiente austero e bem simples. De Jaraguá do Sul fui enviada à Münster - Alemanha, cidade que fora o berço da Divina Providência e lá fiz um curso durante dois anos. Lá emiti meus votos perpétuos. Aprendi a língua e ao voltar assumi a Escola de Economia Doméstica no Colégio Sagrada Família de Blumenau, onde se formavam as jovens para o lar. Na Igreja Católica, com o Concílio Vaticano II (1962 – 1965) vivia as grandes mudanças. Com 28 anos fui exercer a missão de coordenadora do Provincialado. Levei em frente à missão. Íamos passando de uma estrutura piramidal para outra circular dentro da Congregação. Nós Irmãs jovens estudamos os documentos conciliares e reciclamos todas as Irmãs proporcionando cursos, retiros para todas as idades. Introduzimos novas metodologias e estudamos a fundo nosso Carisma. Houve mudança de hábito, pesquisamos que a veste usada por nós era a das camponesas da época quando a congregação fora fundada na Europa. Criaram-se muitos conflitos com as mudanças propostas. Em 1970 fui escolhida para o Conselho Provincial. Aí participei efetivamente das mudanças. Promovemos cursos sobre a realidade da Igreja e da sociedade, ministrados por especialistas nos diferentes assuntos. A Conferência dos Religiosos do Brasil e a Conferência dos Bispos do Brasil ofereciam cursos. Era tempo da ditadura e a Igreja caminhava a pleno vapor na conscientização do povo.

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Aprendemos a fazer análise da conjuntura da realidade e da Igreja. Definimos a filosofia da Província. Pois o sistema capitalista com a ditadura era violento e não respeitava a pessoa humana. Estabelecemos prioridades na Província, um grupo abriu frentes nas periferias, como missão fundante, nas Missões da Bahia e Acre. Outro grupo radicalizou-se no passado e nas obras, optou por conservar a tradição e outro grupo ficou no meio. Desde os anos 70 os grupos foram se radicalizando até que houve a separação. Houve muitas buscas de reflexão de retomada de nossa parte, mas foi em vão. Foi uma trajetória sofrida para ambas as partes. No sofrimento aprendemos a resistência do Servo Sofredor. Rezamos muito e refletimos. Buscamos ajuda na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Aloísio e Dom Ivo, teólogos da libertação, advogados e canonistas. A partir do Capítulo Geral (Assembleia) de agosto de 1978 definimos nossa posição. Aconselhadas, achamos melhor sentar forças no projeto libertador do que em desgastes. Em grupo, reunido em Assembleia no dia 03 de setembro de 1978, fundamos a Fraternidade Esperança. Elaboramos nosso Projeto de Vida da Fraternidade Esperança. A certeza da fé, um amor grande ao Projeto de Jesus no meio dos pobres, uma esperança ilimitada nos fez ser corajosas. Construir Fraternidade e ser Esperança junto aos empobrecidos da sociedade. Ressurgimos para uma vida nova, sem bens, sem posição social. A força interior e propulsora do Espírito que sopra quando e como quer, a coesão e fidelidade grupal, o apoio das instituições acima citadas, de religiosos, leigos e amigos, assumiram em nossas vidas como um corpo novo, para de forma coletiva exercermos nossa missão, esse corpo é a Fraternidade Esperança. Atuamos nas periferias em Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraíba, Ceará e Mato Grosso. Atuei em educação no Centro de Desenvolvimento Infantil, criado por nós, Educação Popular, formação de lideranças e nas Comunidades Eclesiais de Base. Na favela, hoje Vila Aparecida. Senti o apelo missionário e fui para Crateús, Ceará, em 1986. Lá fui aculturando ouvindo o povo do alto sertão da seca. Aprendi muito com o povo, a solidariedade, a partilha do necessário, a espiritualidade, acolhida e o viver do provisório.

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Atuei nas comunidades Eclesiais de Base da cidade e do interior, na Comissão Pastoral da Terra, criamos Escolas Populares para formar lideranças. Após 10 anos voltei para o Sul por opção. Por 3 anos ajudei a cuidar da minha mãe enferma como missão. Depois disso as minhas energias ficaram comprometidas por um stress e consegui me recuperar, fui às causas através de terapias e ajuda das Irmãs. Hoje sou feliz, saudável. Levo a sério e cultivo minha Espiritualidade. Busco ajuda das pessoas. Também ajudo o povo e aprendo muito dele. Trabalho na formação da Fraternidade, nas Comunidades de Base, na redação do material para Grupos Bíblicos e outros. Procuro viver bem comigo mesma e com as pessoas. Vivo na periferia da Ponte do Imaruim, Palhoça, Santa Catarina, levando e vivendo a proposta de Jesus (Lc 4,18-20). Assumo viver o quotidiano da vida imbuída do Espírito trinitário e acredito que outra vida é possível. Luto e vivo o perdão, o despojamento junto aos excluídos. Como discípula, aprendo todos os dias pela meditação e contemplação na ação de ser solidário como sinal do Reino. Deus que é fiel me conserve vigilante para ser sempre mais vida para todos.

Congregação das Irmãs da Divina Providência 1958 - 1978

Congregação das Irmãs da Fraternidade Esperança 1978 – Atualmente

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SILVESTRE DE BONA SARTOR

Nasci em Sant’Ana, Urussanga, aos 22 de junho de 1941. Fui batizado em Urussanga pelo Padre Luigi Gilli. Meses após o meu nascimento, a família migrou para Bom Jardim da Serra. A viagem foi feita de carro de boi, e o trajeto de subida da serra foi feita com uma tropa de mulas. Vim no colo da mãe. A mãe sentada no selin, à cavalo. A Serra do Doze (Serra do Rio do Rastro) era só um carreiro, onde o gado passava para ser comercializado no litoral. Nos cargueiros trouxemos mantimentos, roupas, louças, panela, roupa de cama e o mais necessário, contava a mãe. Ao chegar a Bom Jardim ainda tinha que atravessar o rio Capivara, (já contado na história de Ilbe). A casa que chegamos para morar estava vazia. As camas, prateleiras e armários foram feitos com a madeira extraída dos pinheiros da região. A casa ficava em meio à mata, havia um riacho com pedras. Pouco lembro, pois eu era pequeno. Fui crescendo e conhecendo melhor a paisagem. Lembro que fizemos nova mudança para Rio Rufino. Lá o terreno era grande. Já havia um arvoredo com frutas, como pessegueiros, ameixeiras, macieiras, pereiras.

Tínhamos vacas de leite, porcos, galinhas, gansos, patos, um

burro, duas juntas e um carro de boi. Tínhamos roça de trigo, milho, cana-deaçúcar, centeio, abóbora, batata-doce, cebola de cabeça e caixas de abelha, que produziam mel. Depois de um tempo nasceu o Vitalino. Eu brincava com Ilbe, Emília e os vizinhos. Ora brincávamos de bolinha de gude, bola, esconder, ora de casinha com as meninas. Foi uma infância alegre e sadia. Com o nascimento do Olindo e a doença dos pais tivemos que vender o terreno e comprar outro menor, perto da Praça de Rio Rufino. No local onde fomos morar era muito lindo. O pai fez benfeitorias, tinha gado, porcos, angolistas, galinhas, gansos, patos e um grande quintal. O pai cavou um poço de 8 metros e a água era puxada do fundo do poço com uma corrente presa a uma manivela. Mais tarde o pai abriu uma valeta de um quilômetro de distância e conseguiu desviar a água de uma cachoeira para um tanque perto da casa. O pai passou a trabalhar com o Ilbe na olaria e no mato.

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Brincava muito com os vizinhos e colegas de escola. Gostávamos de ir mata adentro procurar e colher frutas silvestres para comer, eram muito gostosas, como: ingá, guabiroba e goiaba. Quando era época, catávamos pinhão; depois que as gralhas passavam havia muito pinhão pelo chão. Comecei frequentar a escola com 7 anos, e na igreja fiz minha Primeira Comunhão. Após alguns anos o pai decidiu ir morar e trabalhar na fábrica de papelão, isso foi só por um ano. De Rio Rufino o pai arrendou um terreno em Bocaina do Sul, que pertencia ao senhor Aldo Assink, e montou uma tafona e uma torrefação de café. Continuei a ir para a escola até o 4º ano. A professora foi a dona Juventina Assink. Fiz a crisma presidida pelo Bispo Dom Daniel Hostin. Em casa ajudava a mãe a cuidar do moinho e também na torrefação de café. Nós irmãos brincávamos e ás vezes brigávamos, mas logo passava

e

novamente tornava a amizade. Em 1957 fomos morar no Marmeleiro, em Anita Garibaldi. Aos 15 anos comecei a trabalhar na serraria em refilar cabinhos, trabalhei com carteira assinada. Tive algumas namoradas. Em 1961 servi o exército em Lages. Ao voltar, encontrei-me com Antonieta Maria Mistura e começamos a namorar. Após um ano e meio noivamos e casamos em Paim Filho, no Rio Grande do Sul, na Igreja Nossa Senhora do Caravaggio, em 1964. No mesmo dia viajamos para Santa Catarina, Marmeleiro. Ali moramos durante 6 meses com os meus pais. Depois fomos morar em Anita Garibaldi. Mariza nasceu após 9 meses e 18 dias de casados, aos 27 de novembro de 1964 no Hospital Frei Rogério de Anita Garibaldi. Em Lages trabalhei de tratorista. Marcos nasceu dia 06 de abril de 1966. No Hospital Frei Rogério de Anita Garibaldi. Marcos já andava, mas aos 9 meses foi acometido de paralisia infantil, pois ainda não havia vacina na época. Foi muito triste. Precisou submeter-se à cirurgia para a correção dos pés e das pernas, e assim poder usar o aparelho e muletas. Na fase de crescimento foram 13 cirurgias ao todo, isso até aos 17 anos. Foi uma dura via sacra. Naquele tempo não havia seguridade social para esse tipo de tratamento. O médico atendeu ao pedido de Irmã Edélcia (falecida) que não deixasse a criança sem cirurgia. As cirurgias realizaram-se no Hospital de

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Caridade, em Florianópolis. Ele se compadeceu e daí fez o acompanhamento graciosamente. Enquanto fazia as fisioterapias Antonieta ficou por um tempo com as crianças em Florianópolis, no Provincialado. As fisioterapias eram feitas no Hospital de Reabilitação. Marcos começou a estudar a 1ª Série no Colégio Coração de Jesus. A firma nos mandou para a localidade de Pericó. Lá nasceu a Marlene, no Hospital de São Joaquim, aos 19 de setembro de 1970. Lá permanecemos por um ano. Do Pericó viemos para Lages, moramos de aluguel durante um ano. Depois adquirimos um lote e construímos uma casa. Mariza trabalhou desde jovem, com 13 anos, e estudou. Namorou e casouse com Eliseu Farias, tem 04 filhos. Compramos o armazém para Marcos poder trabalhar. Marcos estudou, fez o 2º grau e iniciou o 3º grau. Marcos trabalhou 30 anos no mercado. Casou-se aos 27 com Samara Gerber Rodrigues. Tem dois filhos. Marlene também estudou, trabalhou e casou-se aos 18 anos com José Maria Mendes. Tem dois filhos. Antonieta, além do trabalho de casa e cuidado dos filhos, trabalhou sempre como costureira durante 27 anos. E no armazém durante 13 anos. Eu trabalhei 23 anos na firma Novo Sul, e 28 anos e meio na empresa Reunidas. Parei de trabalhar fora porque me submeti a uma cirurgia do coração, fiz três pontes de safena e uma mamária. Além do trabalho profissional e da casa, trabalhamos na igreja muitos anos, ajudando na construção da capela e salão da comunidade e participando das celebrações e eventos da comunidade. Até hoje, mesmo com dificuldade, participamos do grupo da terceira idade. Antonieta hoje se encontra com a saúde debilitada. Sofre da coluna, dos joelhos, trombose e diabetes. Mesmo assim nós dois nos ajudamos nos afazeres domésticos, preparando alimentos, arrumando a cozinha, lavando as roupas. Eu cuido do jardim, da horta e faço as voltas e compras. Uma vez por semana vou à Florianópolis no CEASA buscar frutas e verduras para um mercado, e gosto muito. Gostamos de jogar canastra, de sair a passear, gostamos de visitas. Nós dois estamos nos purificando e santificando na paciência e no amor sem medidas. Hoje queremos dar graças a Deus pelos anos vividos com muito amor, dedicação e esforço. “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome.” ( Lc 1,47). “Só em Deus repousa a minha alma; dele vem minha salvação.” ( Sl 62,2).

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Descendentes de Silvestre de Bona Sartor

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VITALINO DE BONA SARTOR

Vitalino de Bona Sartor. Nasci aos 25 de setembro de 1943 em Rio Rufino, na época município de São Joaquim. Filho de Amadeu de Bona Sartor e Maria Antonia Maccari. No contexto da realidade mundial, foi durante a Segunda Guerra Mundial que nasci. Vivi até a idade de 7 anos em Rio Rufino. Frequentei um tempo a escola da professora Bernadete, que era muita brava. Como criança brincava muito, construía carrinhos, caminhõezinhos e a gente se largava morro abaixo. Nós crianças levávamos o almoço para o pai que trabalhava numa olaria. Fazia tijolos para a construção da igreja de Rio Rufino. Como crianças nós puxávamos tijolos para a fornalha para serem queimados. O pai e a mãe também trabalhavam na lavoura. De Rio Rufino, fomos para Bocaina do Sul. O pai arrendou a terra com uma tafona que moía milho e nós trabalhávamos na roça. Nós quatro irmãos mais novos íamos para a escola municipal na praça há dois quilômetros de distância. Depois estudei no grupo Campos Sales com a professora Juventina Kauling. Logo o pai comprou uma torrefação de café com outro sócio. Depois do almoço nós íamos trabalhar na torrefação de café, e só de noite fazíamos os deveres. Nos finais de semana ia estudar o catecismo para fazer a Primeira Comunhão. A Emília me ensinava em casa e dona Juventina ensinava na Igreja Matriz. Depois meu pai vendeu a torrefação de café e ficamos só com a tafona, a renda era pouca. Enquanto a mãe tocava a tafona conosco, o pai e o Ilbe foram trabalhar em Lebon Régis, Santa Cecília. Depois o pai resolveu mudar-se com a família para Anita Garibaldi, no Marmeleiro. Saímos de Bocaina do Sul aos 23 de setembro de 1956. Fomos morar numa casa de madeira. A Empresa onde trabalhávamos era Agroindustrial e mais tarde mudou o nome para Novo Sul. O Ilbe trabalhava de boiadeiro. Eu trabalhava nos cabinhos, depois fui trabalhar de serrador, o trabalho era pesado. Meu irmão Silvestre também trabalhava dentro da serraria. Olindo e Paulo no carregamento dos caminhões. O

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pai trabalhava de carpinteiro. Nós trabalhávamos como escravos. Com o ganho da firma dava somente para vestir e comer muito mal. Comecei a frequentar os bailes da região do Marmeleiro. Aí conheci a minha namorada, Maria de Lourdes da Silva. Namoramos por 4 anos, e casamos na Igreja Santa Bárbara de Anita Garibaldi aos 23 de fevereiro de 1963. Ainda morávamos no Marmeleiro, e nasce o nosso primeiro filho: Clóvis de Bona Sartor, no hospital de Anita Garibaldi. Em 1954 a matéria prima foi se acabando, e nos mudamos para Anita Garibaldi. Trabalhei na mesma empresa como tratorista. Aí nasce nossa filha Cleonice de Bona Sartor. Depois trabalhei como ajudante de caminhão aprendi a dirigir e voltei a trabalhar de serrador. Após um ano e quatro meses nasce Cláudio de Bona Sartor. Em seguida, após um ano e três meses nasce outro filho, Claudemiro de Bona Sartor. Em 1970 veio a nascer nossa filha Cleusa de Bona Sartor. Ao todo temos 5 filhos/as. Aprendi a afiar serra, cuja profissão é laminador. Quando estava um pouco estabilizado pedi a conta na empresa Novo Sul. Com cinco crianças pequenas, a Novo Sul não liberou o fundo de garantia por tempo de serviço prestado naquela empresa. Só saí com o acerto do mês. Só deu para pagar as contas. Consegui emprego com o senhor Ernesto Dal Pizzol na Ronda, em São Joaquim. Saímos de Anita Garibaldi com três mudanças num F-600, na carretinha. Saímos ás 5 horas da manhã e chegamos à ronda às 4 horas da tarde, com muita tristeza e arrependimento de ir morar naquele lugar. Deus nos deu muita força e trabalho. Isso foi aos 15 de abril de 1971; durou até 15 de agosto de 1973. De Ronda vim morar com a família e trabalhar em Lages, na mesma firma. Comprei uma casa no Bairro São Miguel, e moramos lá por 27 anos. Trabalhei na serraria no Bairro Conta Dinheiro. Levava a panelinha de comida na garupa da bicicleta ou ia a pé. Meu irmão Olindo era o serrador e eu o afiador da madeireira. Nós trabalhávamos o mês inteiro, mas o salário era pouco. Um dia Olindo e eu tivemos uma boa ideia: construir casas juntos nos finais de semana para ajudar na renda familiar.

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Trabalhamos uns doze anos juntos na serraria do Dal Pizzol e construindo casas. Um tempo antes de terminar a firma Olindo saiu da mesma e eu fiquei até me aposentar. Comprei uma máquina de afiar serra e foi aumentando a produção. Dia 24 de dezembro de 2000 nos mudamos para o apartamento comprado e a mão de obra foi terminada por mim. Fica no Bairro Sagrado Coração de Jesus. Os filhos todos foram educados na religião Católica e receberam os primeiros sacramentos. Nosso filho Cláudio de Bona Sartor morava em Porta Alegre, e trabalhava numa distribuidora de CDs. Certo dia, num domingo, foi assaltado à mão armada e assassinado. Foi uma grande tristeza para a família. Mas superamos aos poucos com a graça de Deus. Acreditamos que ele está junto de Deus. Outra tragédia aconteceu com meu neto Thiago, que sofreu um acidente de moto e ficou tetraplégico. Isso causou muito sofrimento a ele, nos pais e em todos nós. Claudemiro, o pai, sofreu muito e teve que pedir licença do emprego para cuidar do filho e o fez com muito carinho. Exigiu deles várias viagens à Brasília para o tratamento. Graças a Deus, Thiago, com muita força de vontade, assumiu e superou a limitação. Estudou, se formou, e hoje vive de modo independente. No dia 09 de fevereiro de 2012 festejamos as nossas Bodas de Ouro, com a presença dos filhos, netos, irmãos, cunhados e amigos. Foi um momento de ação de graças pelos 50 anos vividos na fidelidade conjugal. Hoje tenho uma microempresa, cujo nome é VSBC. Na afiação serra fita trabalho há 26 anos e continuo trabalhando. Estou com 71 anos, graças a Deus que me dá saúde e vontade de trabalhar. Essa é uma breve história de minha vida. Frequento sempre a igreja com minha esposa e acredito em Deus que caminha conosco. “Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, ensina-me tuas veredas.” (Sl 25,4). “Espera no Senhor, se forte, firme-se teu coração e espera no Senhor.” (Sl 27, 14). Moro à Rua Monteiro Lobato nº 118 CEP 88.508,550 Bairro Sagrado Coração de Jesus Lages – SC

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Descendentes de Vitalino de Bona Sartor

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OLINDO DE BONA SARTOR

Olindo de Bona Sartor nasceu aos 14 dias de novembro de 1945, mas foi registrado no dia 16 de novembro, na localidade de Rio Rufino, distrito de São Joaquim - SC. Nasceu de parto normal, cuja parteira foi dona “Bilica”. No cenário mundial, este período marca o fim da sangrenta II Guerra Mundial. Tio Vergínio Maccari, irmão da mãe - Maria Antonia -, participou da guerra com a Força Expedicionária Brasileira, e voltou vitorioso. A mãe se alegrou muito com seu retorno, e nos relatava com emoção. Na época do nascimento do Olindo a família vivia uma situação bastante próspera e nada lhe faltava. A mãe possuía galinhas na seva, quantidade que dava para passar os 40 dias de dieta. Fez bolachas, pães de trigo, engordava porcos, dos quais extraiu várias latas de banha, carne e salame. Tinha vaca de leite e fazia queijo. O pai possuía mula, juntas e carro de boi. A família era proprietária de meio milhão de terra (cerca de 500 mil m²). Produzia milho, batata-doce, trigo, centeio, cebola de cabeça, batatinha, cana-de-açúcar. Havia um pomar com árvores frutíferas e um quintal com muitas verduras. Com a doença da mãe e do pai, através do Irio de Bona Sartor, foi chamado o médico de Lages, doutor Armando, que veio de “limusine” para atender os doentes. Vendo a gravidade da doença teve que removê-los para Lages. A mãe foi para o Hospital e Maternidade Tereza Ramos e o pai para o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres. Ficaram hospitalizados durante 15 dias. Olindo, recém nascido, ficou sob os cuidados de Claudia, Cremilda e uma vizinha. Foi alimentado com leite de vaca e aveia. Porém não lhe faltou carinho. Olindo foi batizado na igreja de Rio Rufino, cujos padrinhos foram João de Bona Sartor e Rita Martignago. Com a venda da terra, o pai comprou outra propriedade às margens do rio Rufino, próximo a vila. Olindo sempre contou que teve uma infância muito feliz, de muita amizade, carinho dos irmãos e dos pais. Os brinquedos eram construídos por eles mesmos. Brincavam com carrinhos de correr, de bola, bolica, esconde-esconde, pega-pega, peteca, balanço, nadar e caçar. No Natal, esperavam o Menino Jesus e buscavam pasto para o burrinho, isso as crianças faziam com muita alegria. Montavam o presépio, arrumavam a casa, faziam bolachas enfeitadas e iam à Missa do Galo. Por ocasião das festas de igreja a família

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sempre doava algo para ajudar. Alegrou-se com o nascimento de Paulo, pois era mais um irmãozinho. Mais tarde a família mudou-se para Bocaina do Sul - SC. O pai montou uma torrefação de café e tinha um moinho. As crianças ajudavam a socar o café para depois ser moído. Quando Olindo estava mais crescido ajudava também a cuidar do moinho. Olindo foi sempre obediente ao pai e à mãe. Em Bocaina do Sul frequentou a escola, a igreja e a catequese, e fez a Primeira Comunhão. Fez muitas amizades com os colegas e os vizinhos. Em 1956 a família estabeleceu-se no Marmeleiro, município de Anita Garibaldi. Na época Olindo tinha 11 anos e iniciou a trabalhar na madeireira com carteira assinada. O primeiro trabalho foi gradeando madeira. Depois encarregou-se de carregar os caminhões. Junto com os amigos e vizinhos brincavam e se divertiam, jogando bola e dançando nos bailes e festas. A família ficou no Marmeleiro até terminar a serraria, e desmontou o barracão. De lá foram para a localidade dos Pandolfo. Em 1965, em um casamento, Olindo conheceu Ondina e começaram a namorar. Namoraram durante 2 anos e casaram aos 15 de junho de 1967 na igreja Santa Bárbara, em Anita Garibaldi. No início, o casal foi morar na serraria, em Anita Garibaldi. Em maio de 1967 a serraria queimou, e Olindo ajudou na reconstrução da mesma. Aos 15 de abril de 1968 nasceu a primeira filha do casal, Lúcia. Quando Lúcia tinha 3 anos a família mudou-se para Bom Jesus - RS. Ilbe conta emocionado que em uma ocasião seu irmão Olindo foi à pé visitar ele e Vitalino na localidade de Ronda, em São Joaquim. A família permaneceu em Bom Jesus por 3 meses. De Bom Jesus a família foi para Lages, em 28 de outubro de 1971. Morava em uma casa alugada em frente ao senhor Domingo Gotardo. Aí permaneceram por três meses. Neste período, a família de Ondina Pozenatto veio de Lagoa Vermelha (RS) para Anita Garibaldi (SC). Olindo, então, comprou um lote próximo a Ferrovia, onde viveram por três anos. Vendeu o lote, e logo comprou outro, onde a família mora até hoje. Após sair da firma dos Paese, foi para a madeireira Dall Pizzol, onde trabalhou por 12 anos como serrador. Em 1976 nasceu André Roberto, que se casou com Elisandra Furtado Rabelo. André estudou e ocupou-se como técnico em química, sendo funcionário na SEMASA. Sua esposa é educadora. Tiveram dois filhos: Pedro Henrique e Ana Gabriela. Alexandre nasceu aos 18 de junho de 1978. Casado com Gabriele Perdoná. É policial militar, formado em advocacia. Ana Paula nasceu em 24 de novembro de 1979. Formada e pós-graduada em Pedagogia. Casada com Deângelis Batista de Oliveira, eletricista.

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Felipe Reinaldo nasceu aos 1º de junho de 1983. De profissão pedreiro. É casado com Fabiana de Lourdes Gonçalves, recepcionista. O casal tem um filho. Nelson nasceu aos 13 de março de 1985. É técnico especialista e estudante universitário. Casado com Aline Ribeiro. Olindo faleceu em 10 de outubro de 2014, em consequência de um acidente de trabalho na construção civil. Foi um momento de muita dor para a família, que tinha ainda muitos sonhos. Ele completaria 69 anos dia 16 de novembro de 2014. Ele era uma pessoa trabalhadora, alegre, leve, amigo, gostava muito de música. Anotava em uma agenda todas as atividades que fazia diariamente, inclusive o nome das músicas, seus compositores e cantores. Era trovador, gostava muito de cantar e dançar. Visitava sempre as pessoas, os irmãos e parentes, especialmente os doentes. Quando as pessoas necessitavam, lá ele se fazia presente. Amou sem reservas a sua família, seus netos e especialmente as crianças. Foi um homem simples, sem ambição, pois não visava lucro nem fortuna. Obrigada por tão grande exemplo de pai, irmão, esposo e avô. Que Deus o tenha na sua paz. E podemos dizer como o salmista: “Tu que estás sob a proteção do Altíssimo e moras à sombra do onipotente, dize ao Senhor: ‘Meu refúgio, minha fortaleza meu Deus em quem eu confio.” (Sl 91, 1-2).

Descendentes de Olindo de Bona Sartor

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PAULO DE BONA SARTOR

Eu, Paulo de Bona Sartor, nasci aos 07 de fevereiro de 1947, em Rio Rufino, na época pertencente ao município de São Joaquim. Dista meio quilômetro da praça. Fui batizado na igreja do Rio Rufino. Fui crescendo e tive uma infância muito feliz junto à minha família. Nesse tempo o Pai comprou outro terreno maior, da família Souza. Lá já havia arvoredo e o pai construiu muitas benfeitorias. A casa era grande, tinha paiol para os mantimentos com um espaço no porão para o gado. Construiu chiqueiro, galpão, quintal. Ficou uma morada bem boa e vivíamos felizes. Tinha muitos colegas e vizinhos. Com os irmãos brincávamos muito de bola, de bolica, de peteca, de pular corda, de balanço, de cozinhadinho, íamos ao mato colher ingá, ariticum, guabiroba, guaramirim, praticávamos a pesca e a caça, gostávamos de construir carrinhos e correr morro abaixo. Frequentávamos a igreja aos domingos. A família mudou-se para a Fábrica, onde permaneceu por cerca de um ano. Depois fomos morar em Bocaina do Sul. Comecei a estudar, o calçado era o tamanquinho, a escola distava a três quilômetros de nossa casa. Eu não gostava de estudar e apanhava da professora. Para faltar à escola levantava de madrugada e fugia para o mato, mesmo com neve. Às 8 horas voltava para casa e dizia para a mãe que não tinha aula. Estudei durante três anos. Fiz a catequese e a primeira comunhão em Bocaina do Sul. À tarde ajudava na torrefação de café, no moinho e debulhava milho. Certa vez, precisávamos cortar o cabelo e não tínhamos dinheiro, tivemos então que trocar uma porca pelos três cortes de cabelo que precisávamos. Aí o pai decidiu ir para o Marmeleiro, município de Anita Garibaldi. Carregamos a mudança e ficamos três dias aguardando parar de chover. Não tinha lona para cobrir os pertences. Na época eu tinha 10 anos. Seguimos viagem. Descarregamos a mudança e fomos conhecendo o local. Foi um desafio recomeçar tudo. Comecei a trabalhar na Agroindustrial de Marmeleiro. Meio dia estudava e meio dia trabalhava. Logo surgiu uma epidemia na região, paratifo, que atingiu a família. Fiquei um mês internado no hospital de Anita Garibaldi. E o pai me cuidando. Para poder pagar alimentação e as despesas do hospital o pai

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trabalhava na construção da Igreja Santa Bárbara. Voltei para a casa e recaí. Aí fomos os três para o hospital, eu, o pai e a mãe - que também deu paratifo. O pai teve que vender tudo o que adquiriu para pagar as dívidas do hospital. Lá no Marmeleiro fui crismado pelo Bispo Dom Daniel Hostin. Aos 18 anos fui operado de apendicite. Mudamos então para os Pandolfo, interior de Anita Garibaldi. Lá chegando, Olindo e eu tivemos que cavar um poço. Trabalhamos honestamente e comecei a evoluir e pude pegar o trator para trabalhar. Trabalhei uns seis meses. Comecei a trabalhar na empilhadeira e mais tarde comecei a trabalhar com o caminhão. Trabalhei um ano com o caminhão na firma, Madeireira Novo Sul. Certo dia queimou a serraria. A firma fez acordo com os trabalhadores. O pai então comprou um caminhão, que trocou por 6 alqueires de terra. Continuei trabalhando com o caminhão da firma até aos 24 anos e entregava todo o dinheiro para o pai. Na juventude, namorei várias moças. Com Marlene namorei durante um ano. Noivamos e dentro de dois meses nos casamos em 1973. E viemos com a mudança para Lages. Moramos num lote ao lado da casa do Olindo. Aí nasce Paulo Roberto aos 14 de dezembro de 1973. Depois compramos outro lote e nos mudamos para o Bairro Popular. Nasceu Andréia, aos 29 de março de 1977. Mateus nasceu em 25 de outubro de 1980. Todos nasceram na Maternidade Tereza Ramos. Trabalhei na firma dos Paese por 34 anos, depois comprei um caminhão e comecei a trabalhar por conta própria. Com o tempo comprei um caminhão para Roberto, meu filho, trabalhar comigo. Mais tarde comprei também um caminhão para meu filho Mateus, todos trabalhavam junto comigo, carregando mercadorias diversas para o Sul, Norte e Nordeste, e inclusive para o exterior – Paraguai, Argentina e Uruguai. Conhecemos muito da outras culturas e aprendemos a respeitar o jeito próprio de cada povo e o que eles têm a nos ensinar. Educamos nossos filhos na religião católica e receberam os sacramentos. Todos se casaram. Roberto casou-se com Franciele, Andréia com Fabiano e Matheus com Jussara. Todos moram em Lages. Cada família possui sua casa. Festejamos nossas bodas de prata, onde houve uma missa muito bonita celebrada pelo padre João. Nossos irmãos e parentes participaram e depois servimos um coquetel aqui em casa.

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Apesar de gostar muito da minha profissão passei por várias dificuldades, uma delas foi em 2007, quando fui sequestrado no Piauí e fiquei à mira do revolver dos sequestradores durante 12 horas. O dia inteiro supliquei a Deus e à Nossa Senhora Aparecida. Tive dúvidas e perguntei: “se tu existes, mostra-me tua graça e me liberte”. O sequestrador dormiu do meu lado e deixou a arma cair, onde eu poderia ter sacado da mesma e ter atirado nele. “Mas, eu não vim para me vingar, eu vim para perdoar. Dentro de mim eu só perdoava, perdoava, e fui conversando como sequestrador sobre o perdão e ele me deixou viver. Os sequestradores me soltaram no meio do asfalto e eu de joelhos pedi a proteção e a força da Mãe e não deu um minuto para aparecer uma ambulância, que me socorreu e me levou até policia rodoviária. Aí aumentou a minha fé e agradeço a Deus pela vida. Estive morto e ressuscitei. Depois de 50 anos na estrada, em 2015 vendi o meu caminhão, e agora me dedico mais a esposa ficando mais tempo ao lado dela, dos filhos e dos netos. No entanto me sinto muito feliz e realizado por fazer parte desta história de tantas conquistas, aprendizados e felicidade. A minha vida foi sempre voltada para Deus. Tenho uma fé profunda e nada me abala e posso dizer como o salmista: “Tu que estás sob a proteção do Altíssimo e moras na sombra do onipotente, dize ao Senhor: meu refúgio, minha fortaleza, meu Deus em quem eu confio. Ele te livrará do laço do caçador, e da peste funesta: pois teu refúgio é o Senhor: não poderá te fazer mal a desgraça, nenhuma praga cairá na tua tenda. Pois ele dará ordens a seus anjos para te guardarem em todos os seus passos. Em suas mãos te levarão para que teu pé não tropece em nenhuma pedra.” (Sl. 91, 1, 2, 3, 9, 10, 11 e 12). Descendentes de Paulo de Bona Sartor

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OLINDA DE BONA SARTOR

Eu, Olinda de Bona Sartor, nasci aos 21 de maio de 1952 em Bocaina do Sul, então distrito de Lages. Foi madrinha e padrinho de batismo Hilda e Aldo Assink. Vivi durante 4 anos em Bocaina do Sul. A família se dedicava na torrefação de café. Eu gostava de comer as balinhas de açúcar que se torrava para misturar com os grãos de café. Eu era muito acariciada pelos irmãos, sendo a criança caçula da casa. Ainda criança, aprendi as orações e gostava de cantar. Aos cinco anos fui com a família morar na localidade de Marmeleiro, em Anita Garibaldi. Lá, junto com toda a família, tivemos de nos aculturar, pois a maioria das pessoas do lugar era gaúchos, gente com costumes diferentes. Frequentei a catequese, que era numa escola e fiz a 1ª comunhão. Fui para a escola. Morei no Marmeleiro por 7 anos. O professor seguia o regime antigo da palmada e do castigo. Por qualquer motivo os alunos eram obrigados a se ajoelhar em cima de grãos de milho e com 4 chapéus na cabeça, em frente à porta da escola, ou ainda num quartinho escuro – tudo como castigo. Na escola eu me saí bem. Estudei até a 5ª série. Havia missa mensal, o padre vinha de Anita Garibaldi, era celebrada na escola. Sempre ia á Missa com meus pais. Aos domingos se rezava o terço na escola. Mais tarde foi demolida a escola e construídas tanto a capela quanto a escola de alvenaria. Enquanto criança estive muitas amizades e brincava muito de boneca, de casinha, cozinhadinha, peteca, pular corda e balanço, feito pelo pai. Os móveis da casa eram rústicos feitos pelo pai e por meus irmãos, os colchões de palha e coberta e travesseiros de penas, tiradas no verão dos gansos que criávamos. Costumava bordar panos de parede bem bonitos. Lembro quando o barracão da firma do Marmeleiro foi desmanchado, foi construído um andaime para desmanchar a chaminé. O pai estava em cima trabalhando quando caiu lá do alto e chegando em terra quebrou um braço. Não havendo recursos em Anita Garibaldi o levaram para Curitiba. Foi operado no hospital e lá permaneceu por um mês sozinho sem contato com a família. Para nós foi um momento muito difícil, mas graças a Deus voltou melhor, mas com sequela no braço. Outra vez o pai foi acometido de um tumor na região serviçal e sofreu uma intervenção cirúrgica em Lages, mas não foi maligno. Sua recuperação e saúde foi motivo de dar graças ao Senhor da vida. Aos 12 anos mudamos para Santo Antônio - Pandolfo. Lá eu ajudava a mãe nos trabalhos da casa e frequentava a igreja. Visitava com a mãe a família do Ilbe e os vizinhos. 56


Aos 14 anos mudamos para Anita Garibaldi. Continuei a estudar no colégio até a 7ª série e a 8ª série noutro colégio. Em Anita Garibaldi tive meu 1º namorado e por causa do racismo não foi possível continuar. Senti muito. Aos 20 anos decidi ir para o colégio e pensei em ser religiosa. Lá estudei a1ª e 2ª séries do 2º grau. Tive formação nos diferentes assuntos e acompanhamento vocacional. Permaneci durante 4 anos estudando e trabalhando. Com a crise da divina Providência saí e fui para Gaspar, município de Blumenau, onde lecionei como professora substituta. Com a morte do pai meus irmãos e a mãe pediram para eu ficar em casa em companhia da mãe. Isto me custou muito, pois eu já tinha me acostumado fora de casa. Foi muito difícil com a ausência do pai. Ele assumia tudo fora de casa, compras, banco e ajudava a mãe em casa e era para ela uma companhia muito carinhosa. Quando fez um ano do falecimento do pai, fui pedir emprego no Colégio Diocesano. Consegui e ali continuei a 2ª e 3ª séries do 2º grau. Fora do período de aula trabalhava para pagar os estudos. Nos finais de semana passava com a mãe em casa. Assim, formei-me no 2º grau. Depois da morte do pai eu senti a necessidade de trabalhar e fui como voluntária, limpar a Igreja uma vez por semana. Saindo do colégio, Paulo conseguiu emprego para mim na Novo Sul. Lá trabalhei 4 anos. Neste tempo a mãe ficou bem doente e eu decidi sair do emprego para cuidar dela. Sempre assumi os grupos de família, cobrei o dízimo e a responsabilidade pela capelinha que passa pelas casas. Além disso, tive sempre atenção com as pessoas que passam necessidades básicas para que sejam atendidas. Tenho cuidado com as pessoas idosas e doentes prestando-lhes ajuda e visitando-as. Certo dia numa festinha, eu encontrei o Evaldo e ele veio aqui em casa e pediu para meu pai seu eu poderia namorar ele. As famílias começaram a se conhecer e a se entrosar. Namoramos 8 meses e noivamos. Após 9 meses de noivado, casamos em 08 de setembro de 1990 na Igreja Matriz do Bairro Popular. Permaneci em casa, Evaldo veio morar aqui. Após um ano de casados nasceu Priscila aos 24 de setembro de 1991. Foi uma grande alegria para nós e a mãe retomou ânimo e se alegrou muito, dispensava muito carinho a sua mais nova neta. A menina cresceu muito saudável e com alegria. Padre Pedro me procurou e perguntou se eu queria ir trabalhar na igreja, comecei a trabalhar então como assalariada e permaneço até hoje. Faz ao todo 12 anos. Escutava com carinho muitas histórias da mãe de outros tempos. Lembro que ela contava que quando nascia um filho depois de 40 dias ela ia à igreja acompanhada de uma comadre para o Rito de Purificação. Essa comadre lhe oferecia água benta para a mãe fazer sobre si e a criança o sinal da cruz.

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A mãe foi acometida por um AVC e trombose que a deixaram paralisada. Isso por 3 anos e um mês. Precisou ficar deitada num colchão de ar e dependia de tudo, banho e alimentação. Ficou o tempo todo sem falar. Sofreu muito, e seu sofrimento causava dor aos que cuidavam dela, pois se sentia incapaz perante a fragilidade de sua saúde. De minha parte, cuidei dela com muito carinho e com a ajuda dos irmãos. Foi para mim uma grande escola que serviu para o resto da vida. Os gastos com a doença da mãe foram partilhados entre os irmãos, pessoas amigas da Alemanha e da Fraternidade Esperança. Para mim vale muito mais o que sou do que tenho. O que importa é que eu vivo segundo o Evangelho de Jesus Cristo. Amo a simplicidade de vida e gosto de acolher bem as pessoas aqui em casa e fora dela. Gosto de estar por dentro da conjuntura política, religiosa e da realidade como tal. Sou consciente da responsabilidade em construir uma sociedade justa, fraterna e igualitária, luto por isso. Contudo, necessito dizer como Maria: “A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus meu Salvador. Porque o Poderoso fez em mim coisas grandiosas, o Seu nome é santo.” (Lc1,47- 49).

Descendentes de Olinda de Bona Sartor

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POESIA AO IMIGRANTE Emília de Bona Sartor

A Itália dividida e em recessão, Os agricultores viviam na miséria, Buscando nova saída Na América da promissão. Num jogo entre governos Os agricultores iludidos pelas promessas, De encontrar a terra dos seus sonhos, Decidiram com muita pressa Emigrar para o Novo Mundo E fugir da fome perversa. A viagem pelo Oceano Atlântico Custou-lhes um amargo preço, Aqui chegando nada do prometido Foi-lhe oferecido como sustento, Tendo que cavar o próprio destino Derrubando a mata e fazendo caminho Casas não havia só mata a ser desbravada, Com vontade e valentia Homens, mulheres, jovens e crianças, todos em ação, As serras se movimentavam, martelo a pancadão. Casas não havia, só mata a ser desbravada Roças são plantadas, animais em criação, Alegria vem chegando, enchendo o coração Do povo ressurge a esperança da libertação. As rezas do povo são animadas pela fé Que mantém acesa a chama da esperança, Multiplicando-se as famílias Com amor e confiança. Hoje nós, descendentes dessas famílias desbravadoras Que se chamam de Bona Sartor e Maccari Aqui estamos reunidos Para festejar nossa irmandade. Ao Pai seja dada a glória Ao filho Jesus também, Ao Espírito Santo da vida. Amém.

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REFERÊNCIAS

MACCARI, Idê Maria Salvan. Da Itália noi siamo partiti. Urussanga, 2010.

Acervos: - Família Maccari & Bona Sartor, Lages e Urussanga – SC; Pesquisas Genealógicas: - Frei Juarez de Bona, Curitiba – PR; - Edson João Mariot, Urussanga – SC; - Gil Karlos Ferri, Anita Garibaldi – SC; - Eusébio Pasini Tonetto, Tubarão – SC; - Idê Maria Salvan Maccari, Urussanga – SC; - Angelino João de Bona Sartor Feltrin, Criciúma – SC. Registros Civis / Cartórios: - Lages - SC; - Urussanga - SC; - Anita Garibaldi - SC. Registros religiosos: - Paróquia Santa Bárbara, Anita Garibaldi – SC; - Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, Lages – SC; - Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Urussanga – SC; - Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, Urubici – SC.

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ANEXO Antepassados de Amadeu de Bona Sartor e Maria Antonia Maccari 1a. Geração 1 Amadeu de Bona Sartor nasceu em 30 out. 1913 em Urussanga - SC e morreu em 16 abr. 1979 em Lages - SC. Ele casou com Maria Antonia Maccari de Bona Sartor em 23 nov. 1932 em Urussanga - SC. Pai: 4. Mãe: 5.

2 Maria Antonia Maccari de Bona Sartor nasceu em 18 fev. 1909 em Rio Carvão Urussanga - SC e morreu em 13 ago. 1999 em Lages - SC. Pai: 6. Mãe: 7.

2a. Geração (Pais) 4 Giuseppe de Bona Sartor nasceu em 17 nov. 1866 em Igne di Longarone - Belluno Vêneto - Itália e morreu em 28 ago. 1950 em Santana - Urussanga - Santa Catarina - Brasil. Ele casou com Emília Tramontin de Bona Sartor em 1885 em Urussanga - Santa Catarina Brasil. Pai: 8. Mãe: 9.

5 Emília Tramontin de Bona Sartor nasceu em Treviso - Vêneto - Itália e morreu após 1950 em Urussanga - Santa Catarina - Brasil. Pai: 10. Mãe: 11.

6 Antonio Maccari nasceu em 16 dez. 1882 em Urussanga - SC e morreu em 17 jun. 1970 em São Joaquim - SC. Ele casou com Angela Tonetto Maccari em 28 abr. 1905 em Urussanga - SC. Pai: 12. Mãe: 13.

7 Angela Tonetto Maccari nasceu em 02 jan. 1884 em Urussanga - SC e morreu em 01 jul. 1920 em Urussanga - SC. Pai: 14. Mãe: 15.

3ª. Geração (Avós) 8 Matteo de Bona Sartor nasceu em 18 abr. 1843 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto Itália e morreu em 04 jun. 1921 em Rio Maior - Urussanga - Santa Catarina - Brasil. Ele casou com Domenica Damiani Preve de Bona Sartor em 09 abr. 1866 em Igne di Longarone Belluno - Vêneto - Itália. Pai: 16. Mãe: 17.

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Domenica Damiani Preve de Bona Sartor nasceu em 02 ago. 1844 em Igne di Longarone Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Urussanga - Santa Catarina - Brasil. Pai: 18. Mãe: 19.

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Giovanni Maria Tramontin nasceu em Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Urussanga - Santa Catarina - Brasil. Ele casou com Elisabetta Tramontin em Treviso - Vêneto - Itália.

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Elisabetta Tramontin nasceu em Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Urussanga - Santa Catarina - Brasil.

12

Pietro Paolo Maccari nasceu em 06 jul. 1845 em Rai di San Polo di Piave - Treviso - Vêneto Itália e morreu em 04 jul. 1933 em Urussanga - Santa Catarina - Brasil. Ele casou com Antonia Zanella Maccari em 21 fev. 1876 em Fontanelle - Treviso - Vêneto - Itália. Pai: 20. Mãe: 21.

13

Antonia Zanella Maccari nasceu em 1856 em Fontanelle - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Urussanga - Santa Catarina - Brasil. Pai: 22. Mãe: 23.

14

Antonio Tonetto nasceu em 07 fev. 1848 em San Floriano di Castelfranco - Treviso - Vêneto Itália e morreu em Urussanga - Santa Catarina - Brasil. Ele casou com Rosa Angela Bernardi Tonetto em 08 abr. 1873 em San Floriano di Castelfranco - Treviso - Vêneto - Itália. Pai: 24. Mãe: 25.

15

Rosa Angela Bernardi Tonetto nasceu em 19 mar. 1851 em San Floriano di Castelfranco - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Urussanga - Santa Catarina - Brasil. Pai: 26. Mãe: 27.

4a Geração (Bisavós) 16

Antonio de Bona Sartor nasceu em 18 mai. 1805 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto Itália e morreu em 06 nov. 1874 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Ele casou com Maria Bratti de Bona Sartor em 22 abr. 1835 em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Pai: 28. Mãe: 29.

17

Maria Bratti de Bona Sartor nasceu em 22 nov. 1804 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Pai: 30. Mãe: 31.

18

Antonio Damiani Preve nasceu em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Ele casou com Elisabetta Mariot Damiani Preve em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália.

19

Elisabetta Mariot Damiani Preve nasceu em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália.

20

Innoccente Maccari nasceu em 1804 em Rai di San Polo di Piave - Treviso - Vêneto e morreu em 1880 em Urussanga - Santa Catarina - Brasil. Ele casou com Orsola Cescon Maccari em Rai di San Polo di Piave - Treviso - Vêneto. Pai: 32.

21

Orsola Cescon Maccari nasceu em Rai di San Polo di Piave - Treviso - Vêneto e morreu em Rai di San Polo di Piave - Treviso - Vêneto.

22

Angelo Zanella nasceu em Fontanelle - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Fontanelle Treviso - Vêneto - Itália. Ele casou com Maria Giacomin Zanella em Fontanelle - Treviso Vêneto - Itália. Maria Giacomin Zanella nasceu em Fontanelle - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Fontanelle - Treviso - Vêneto - Itália.

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62


24

Angelo Tonetto nasceu em 23 jun. 1811 em San Floriano di Castelfranco - Treviso - Vêneto Itália e morreu em Treviso - Vêneto - Itália. Ele casou com Rosa Baldin Tonetto em 27 set. 1833 em San Floriano di Castelfranco - Treviso - Vêneto - Itália.

25

Rosa Baldin Tonetto nasceu em 27 set. 1812 em San Floriano di Castelfranco - Treviso Vêneto - Itália e morreu em Treviso - Vêneto - Itália. Pai: 33. Mãe: 34.

26

Giovanni Francesco Bernardi nasceu em Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Treviso Vêneto - Itália. Ele casou com Maria Serafim Bernardi.

27

Maria Serafim Bernardi nasceu em Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Treviso - Vêneto Itália.

5a. Geração (Trisavós) 28

Francesco de Bona Sartor nasceu em 04 dez. 1766 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto Itália e morreu em 07 dez. 1841 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Ele casou com Bona de Bona de Bona Sartor em 10 ago. 1793 em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Pai: 35. Mãe: 36.

29

Bona de Bona de Bona Sartor nasceu em 17 jul. 1772 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em 14 abr. 1851 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Pai: 37. Mãe: 38.

30

Girolamo Bratti nasceu em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Longarone Belluno - Vêneto - Itália. Ele casou com Giacoma Bratti.

31

Giacoma Bratti nasceu em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Longarone Belluno - Vêneto - Itália.

32

Giacomo Maccari nasceu em Rai di San Polo di Piave - Treviso - Vêneto e morreu em Rai di San Polo di Piave - Treviso - Vêneto.

33

Adamo Baldin nasceu em 1780 em Riese - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Riese - Treviso - Vêneto - Itália. Ele casou com Maria Casonato Baldin em Riese - Treviso - Vêneto - Itália. Pai: 39. Mãe: 40.

34

Maria Casonato Baldin nasceu em Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Treviso - Vêneto Itália.

6a. Geração (Tataravós) (Tatara(2)-avós) 35

Bernardo de Bona Sartor nasceu em 05 jan. 1738 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto Itália e morreu em31 mar. 1774 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Ele casou com Pellegrina Pierina Olivier de Bona Sartor em 07 nov. 1765 em Longarone - Belluno - Vêneto Itália. Pai: 41. Mãe: 42.

36

Pellegrina Pierina Olivier de Bona Sartor nasceu em 1746 em Igne di Longarone - Belluno Vêneto - Itália e morreu em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália.

37

Tomazzo de Bona nasceu em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Longarone Belluno - Vêneto - Itália. Ele casou com Domenica de Bona em Longarone - Belluno - Vêneto Itália. Domenica de Bona nasceu em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Longarone Belluno - Vêneto - Itália.

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39

Gasparo Baldin nasceu em 31 out. 1751 em Riese - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Riese - Treviso - Vêneto - Itália. Ele casou com Margaritta Dametto Baldin em 1778 em Riese Treviso - Vêneto - Itália. Pai: 43. Mãe: 44.

40

Margaritta Dametto Baldin nasceu em Riese - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Riese - Treviso - Vêneto - Itália.

7a. Geração (Tatara(2)-avós) 41

Francesco de Bona Sartor nasceu em 26 out. 1708 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto Itália e morreu em 01 jul. 1765 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Ele casou com Maria Sacchet de Bona Sartor em 06 fev. 1736 em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Pai: 45. Mãe: 46.

42

Maria Sacchet de Bona Sartor nasceu em 1716 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto Itália e morreu em 18 jul. 1760 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália.

43

Vincenzo Baldin nasceu em 1731 em Riese - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Riese Treviso - Vêneto - Itália. Ele casou com Giovanna Baldin em Riese - Treviso - Vêneto - Itália. Pai: 47. Mãe: 48.

44

Giovanna Baldin nasceu em Riese - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Riese - Treviso - Vêneto - Itália.

8a. Geração (Tatara(3)-avós) 45

Bernardin de Bona Sartor nasceu em 01 jul. 1671 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto Itália e morreu em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Ele casou com Lucia Sacchet de Bona Sartor em 1690 em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Pai: 49. Mãe: 50.

46

Lucia Sacchet de Bona Sartor nasceu em 1671 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto Itália e morreu em 02 nov. 1736 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália.

47

Oswaldo Baldin nasceu em 1709 em Riese - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Riese Treviso - Vêneto - Itália. Ele casou com Giovanna Zanoretto Baldin em Riese - Treviso - Vêneto - Itália. Pai: 51. Mãe: 52.

48

Giovanna Zanoretto Baldin nasceu em Riese - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Riese Treviso - Vêneto - Itália.

9a. Geração (Tatara(4)-avós) 49

Matteo de Bona Sartor nasceu em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Ele casou com Pasqua Talamin de Bona Sartor em 01 jun. 1660 em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Pai: 53. Mãe: 54.

50

Pasqua Talamin de Bona Sartor nasceu em 1643 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto Itália e morreu em 09 jan. 1713 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália.

51

Antonio Baldin nasceu em 1683 em Riese - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Riese Treviso - Vêneto - Itália. Ele casou com Pellegrina Baldin em Riese - Treviso - Vêneto - Itália.

52

Pellegrina Baldin nasceu em Riese - Treviso - Vêneto - Itália e morreu em Riese - Treviso Vêneto - Itália.

64


10a. Geração (Tatara(5)-avós) 53

Bernardin de Bona Sartor nasceu em 13 nov. 1605 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto Itália e morreu em 18 jan. 1655 em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Ele casou com Domenica di Bittio de Bona Sartor em 27 abr. 1634 em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Pai: 55. Mãe: 56.

54

Domenica di Bittio de Bona Sartor nasceu em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Igne di Longarone - Belluno - Vêneto - Itália.

11a. Geração (Tatara(6)-avós) 55

Matteo de Bona Sartor nasceu em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Ele casou com Maria Lugali de Bona Sartor em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália. Pai: 57.

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Maria Lugali de Bona Sartor nasceu em 1569 em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em 1639 em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália.

12a Geração (Tatara(7)-avós) 57

Bernardin de Bona Sartor nasceu em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália e morreu em Longarone - Belluno - Vêneto - Itália.

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