Sarah Everard, a regra e não a exceção O rapto e a morte de Sarah Everard principiaram uma conversa há muito necessária para a sociedade moderna sobre a segurança das mulheres na rua. Face a este quebra-gelo, mulheres de todos os cantos do globo começaram a divulgar as suas experiências e inseguranças sobre o seu bem-estar. De acordo com a UN Women, mais de 35% das mulheres já experienciaram algum tipo de violência física ou sexual de um
desconhecido.
Alguns
países
têm
números
estatísticos
a
ultrapassarem os 70%. Em média há cerca de 25 mortes em Portugal de mulheres às mãos dos seus parceiros. Para além disto, há que ter em atenção que estes são apenas números reportados, deixando espaço para a imaginação do número efetivo, que entendo que seja bastante superior. No entanto, apesar destas estatísticas quando Sarah Everard morreu, este não foi o cerne da questão, mas sim a sua roupa - como se o consentimento de uma mulher fosse atribuído ao que ela veste. Mas mais tarde foram divulgadas fotografias da noite do homicídio, e aí essas mesmas vozes ao verem Sarah completamente vestida e discreta, não puderam simplesmente continuar a colocar o ónus nas mulheres, sendo obrigados a reconhecer que independentemente da roupa as mulheres não estão seguras. Este foi um ponto de viragem para muitos homens começarem a refletir sobre como podem eles mesmos serem aliados das mulheres, e preservar a segurança das mesmas na rua. Organizações como a CHANGE dedicaram alguns estudos para o efeito, mas o que me chamou mais à atenção foi o discurso feito por Daniel Sloss. Neste discurso, Daniel apontou algumas medidas de forma a que esta cumplicidade se possa concretizar, nomeadamente, em vez de homens