CACT informa #9, novembro/dezembro de 2012

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CACT informa Boletim dos estudantes de Geografia da Unicamp | n. 9 | nov /dez ’12

A lista completa está em is.gd/supersalarios!

Supersalários Relatório do Tribunal de Contas do Estado aponta, mais uma vez: tem gente ganhando demais na Unicamp

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m 18/dez, o DCE e o STU prepararam protesto em frente ao CONSU pedindo explicações sobre os ganhos acima do teto remuneratório constitucional (R$ 18.725,00) relativos ao exercício 2009. No dia 3/dez, uma reportagem do portal R7 apontou a mesma irregularidade em 2011 a partir de um novo relatório do Tribunal de Contas do Estado, obtido também pela coordenação do CACT. A Unicamp, por sua vez, lançou nota oficial dizendo estar confiante com uma decisão judicial favorável à Universidade. Sobra de um lado, falta de outro A lógica parece simples: se há servidores como o reitor, que ganhou R$ 399.864,39 no ano passado (R$ 175.164,39 além do teto atual),

causa estranheza que os funcionários técnicos-administrativos encontrem dificuldade para que sejam adquiridos o aumento salarial e auxílios em isonomia com a USP. Sem falar nos trabalhadores terceirizados, cuja situação precária culminou com uma paralisação no fim de 2011, que recebeu o apoio do CACT. No IG A lista com 618 nomes entre aqueles que ganharam acima do teto está entre as folhas 77 e 92 do processo TC-196/026/11. Os ganhos relacionados não incluem vencimentos extras como auxílio-criança, o saláriofamília, o abono de permanência e o décimo terceiro salário. Entre os funcionários de nosso Instituto na época, estão dez professores (3 do DPCT, 2 do DGAE, 1 do DGEO e 4 do

DGRN) que receberam, em 2011, entre R$ 228.722,55 e R$ 303.645,48. A soma dos ganhos acima do teto é de R$ 298.745,88. Cabe dizer que o salário destes professores foi equivalente a 14,88% das despesas de folha de pagamento do IG em 2011, da ordem de R$ 17 milhões de reais que remuneraram, ao todo, 60 funcionários (11 deles aposentados) e 63 professores (14 também aposentados). Os campeões Patricia Maria Morato Lopes, coordenadora da DGRH, recebeu incríveis R$ 610.898,36 em 2011. Foi a funcionária que mais ganhou na Unicamp. Em seguida vem Octacilio Machado Ribeiro, procurador geral da Unicamp, com R$ 569.938,16. O que justifica rendimentos tão altos?

CENTRO ACADÊMICO DE GEOGRAFIA E CIÊNCIAS DA TERRA — GESTÃO LEVANTA, CACT! Anderson Cordeiro Sabino (101466), Anderson Sirini dos Santos (116106), André Lopes de Souza (080674), Carolina Leardine Zechinatto (090698), Diego Luciano do Nascimento (102018), Diogo Ronchi Negrão (081170), Everton Vinicius Valezio (091055), Frederico Zilioti Amorim (104955), Guilherme Henrique Gabriel (081542), Gustavo Henrique Beraldino Teramatsu (081566), Guilherme Rodrigues Ramos (091433), Jéssica Cecim (117337), João Paulo Marçola (081744), Luciano Pereira Duarte Silva (106127), Maico Diego Machado (083826), Rolver Bernardes Costa (120130), Stéphanie Rodrigues Panutto (092994), Thais Moreno de Barros (104166), Valderson Salomão da Silva (104238).

ige.unicamp.br/cact

fb.com/geocact

cact@ige.unicamp.br


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gia no IG. Também foram aprovados, respectivamente, Andrés Bustamente Londoño, Maria José Maluf de Eleita com 65 votos numa eleição em Mesquita, que já é professora do que votaram 67 estudantes, foi eleiDGAE, e Fábio Braz Machado. ta a chapa “Por um CACT ativo”, que representa a continuidade do trabaMerecido descanso lho que o CACT vem fazendo desde A dona Luzia Aparecida Bergo, res- 2010. Embora um pouco abaixo do ponsável pela copa do IG, aposentou quórum definido pelo Estatuto, as -se no mês passado. No último ano, eleições foram legitimadas pela Coela era vista sentada na entrada do missão Eleitoral, composta pelos prédio fazendo suas leituras. estudantes Maico Machado, Hugo de Abreu e Jéssica Cecim. Os trabalhos Prêmio Zefa não param e, no início de 2013, já Em 2012, o professor Celso Dal Ré começam a preparação para a recepCarneiro, que ministrou as disciplinas ção aos calouros e para a IX Semana de Ciência do Sistema Terra aos in- de Geografia. O desafio é consolidar gressantes do curso noturno, rece- um CACT propositivo, que consiga beu o Prêmio Zeferino Vaz, além de dialogar com diversas entidades e 30 mil reais. instâncias da Unicamp em favor da ciência geográfica e dos estudantes Corrida ao dropbox de Geografia da Unicamp. A nova Acabou a corrida das faculdades por gestão terá a participação dos estuespaço online grátis. No Brasil, a Uni- dantes Anderson Sabino (101466), camp ficou em terceiro lugar, atrás André Souza (080674), Carlos Espínde USP e UFRJ, com 7724 pontos. dola (139356), Diogo Negrão (081170), Everton Valezio (091055), Dedetização Gustavo Teramatsu (081566), Iago Estrategicamente marcada para o Vernek (136105), Jonathas Paghi dia 21/dez, a dedetização de 2012 (117427), Lincoln Medeiros encerra as atividades do ano — e os (141953), Lucas Peters (136665), insetos — no IG. Luciano Duarte (106127) , Lucinei Cordeiro (117781), Marcos Lourenço Voltamos em fevereiro (141759), Paulo Schink (141986), Após as merecidas férias, as ativida- Rafael Rigamonte (137337), Rolver des retornam com as matrículas de Costa (120130), Stéphanie Panutto primeira e segunda chamada nos (092994), Thiago Zanini (137714) e dias 18 e 21/fev— e com a colação Valderson Salomão (104238). Como de grau, na mesma semana, na noite sempre, os colegas podem se sentir do dia 22, no auditório 5 da FCM. à vontade para participar conosco!

POR UM CACT ATIVO!

CACTadas do guaxinim Bem a tempo Apenas no dia 13 de dezembro, já com o pé nas férias, é o que um dos arcondicionados do LEI velho foi consertado. O outro continua quebrado. Novo site Está prevista a elaboração de um novo site para o IG para o ano que vem, quando o atual, ultrapassado, feito pela jec design, completa uma década no ar. Para tal, serão dedicados R$44.391,66, 10 mil reais apenas para a tradução do conteúdo para o inglês. Vice-chefe Indicado pela nova chefe do DGEO, professora Regina Célia de Oliveira, Rafael Straforini será o vice-chefe do departamento até novembro de 2014. Na Fuvest A questão 67 da primeira fase da Fuvest deste ano traz um mapa elaborado pelo novo vice-chefe do DGEO. Novo professor do DGRN Wagner da Silva Amaral passou em primeiro lugar no concurso realizado pelo DGRN. Orientado pelo professor Ticiano no mestrado e doutorado, Wagner também se formou em Geolo-

!?

Quem projetou o novo IG?

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projeto do novo edifício do Instituto de Geociências é do arquiteto Dácio Araújo Benedicto Ottoni (1936-), que na época era professor doutor do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), onde se formou em 1960. Ele obteve o primeiro lugar em um concurso realizado entre 1987 e 1988. Irmão mais novo de David Ottoni (1927-2004), ambos compunham o escritório Ottoni Arquitetos Associados, em São Paulo. O projeto, contudo, seria retomado apenas no começo desta década e, desde então, sua construção tem sido marca-

da por uma sucessão de infortúnios. O projeto original foi alterado para a inauguração do bloco de laboratórios, em 2009. Na Unicamp, Dácio também foi responsável pelo projeto do Museu de Zoologia do Instituto de Biologia. Na revista Téchne n. 132, de março de 2008, o arquiteto destaca o novo IG entre seus projetos mais marcantes. E comenta outros de seus edifícios em que “as fachadas foram projetadas para funcionar como um bloqueio contra a incidência direta de raios solares sem prejudicar a visão do exterior (...). Isso gerou uma grande redução da quantidade de ar condicionado utilizado nos prédios”. Não é o caso do IG novo...

arqbacana.com.br

Dácio Ottoni na FAU-USP, em 2007


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Adivinha, doutor, quem tá de volta na praça?

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Foto meramente ilustrativa

e Jimi Hendrix fosse brasileiro, e funcionário público, teria atingido a aposentadoria compulsória no último 27 de novembro. Um respeitável septuagenário. Como homenagem ao aniversário, a Riva Rock, tradicional loja de discos de Campinas na Luzitana com a Barreto Leme, e o CACT, em parceria, promoveram no dia 29 o show a banda Jezztroy Trio, que reuniu bom público no Teatro de Arena. O encontro encerrou o calendário cultural alternativo do campus, opção de eventos ao ar livre, gratuitos — e, sobretudo, de ótima qualidade —, cada vez mais cercados e perserguidos na Universidade, que lembram que o espaço público é o lugar do encontro. Se você perdeu, procure por renatopo8 no YouTube, que registrou toda a ação.

Praça, ainda inacabada, é inaugurada

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a tarde de 3 de dezembro, uma segunda-feira, inauguraram a primeira etapa da reforma da praça do Ciclo Básico — obra que está fazendo aniversário — o reitor Fernando Costa, o coordenador geral da Unicamp Edgard De Decca e o pró-reitor Marcelo Knobel, que almeja ser o próximo vice-reitor. Como qualquer transeunte nota, as obras da praça estão ainda longe do fim, mas a inauguração antes do fim do ano letivo veio a calhar. Pipoca e algodão doce foram distribuídos aos presentes, que apreciaram apresentações musicais. O reitor e os pró-reitores apresentaram um discurso palatável, de valorização das atividades culturais

Antonio Scarpinetti

Reitor caminha sobre as águas na inauguração. Logo depois, obra é interditada

no campus, mas certamente apenas aquelas ocorridas durante o horário comercial. Na mesma semana, entretanto, o novo deck foi novamente interditado pois as chapas metálicas da passarela sobre o espelho d’água ainda não haviam sido galvanizadas.

Anatel determina fechamento da Rádio Muda

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onto de referência na Praça, a Rádio Muda Livre foi alvo de uma operação da Polícia Federal na noite do dia 15 para o dia 16 de dezembro. Levaram o transmissor. Mensagem enviada há meses por Thomaz Honma Ishida, fiscal da Anatel, a Felipe Tojeiro, da Advocacia Geral da União, que vazou

Wagner Nabarro

nas redes sociais, já comentava o plano de realizar a ação nas primeiras horas da manhã de um domingo ou feriado, como forma de evitar que “os responsáveis utilizem de sua ‘rede de contatos’” e avaliação o caso como “muitíssimo complicado”. Episódios semelhantes já ocorreram, mas a resistência deve continuar.

Os blocos de granito do antigo calçamento continuam jogados num canto da praça e o tráfego de veículos na Rua Sérgio Buarque de Holanda ainda não foi liberado entre o Ginásio e o SAE. De fato, parece ter sido inaugurada apenas a iluminação: a densidade de postes na nova praça e em frente ao bandejão é incrível e até desnecessária. O projeto ambicioso de “revitalização” da praça prevê ainda a reforma do Teatro de Arena e a construção do Ciclo Básico 3, a Biblioteca de Obras Raras e o Museu de Artes Visuais da Unicamp, que devem ter início em breve. O Ciclo Básico 2 também está sendo reformado desde o ano passado.


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Fátima Juliana

Fátima Julia

Marsula

na Marsula

Momentos das finais: Cisco e bixos 012 posam após a partida; atletas da Pahoehoe, da Geologia 011, comemoram no fim da partida

s Campeonatos Interanos de 2012, que tiveram início em 17 de abril, com a categoria masculina, finalmente tiveram fim no dia 22 de novembro. Foram três jogos que reuniram estudantes dos dois cursos nas quadras da FEF: na categoria masculina, a equipe Cisco (09 noturno) foi bicampeã, vencendo os bixos 012 do curso noturno por 9x2. Na final feminina, o time Pahoehoe (010 diurno) venceu as Absolutamente Distintas (011 diurno) por 2x1. Em clima de festa, houve também o duelo dos “melhores do campeonato”: Chapa na caveira (09 diurno) e Renegados do diabo (08 diurno) empataram em

3x3, sendo que a turma 09 levou a melhor na prorrogação. As artilheiras são Nádia Borges (Absolutamente Distintas), com 7 gols, e Daniele Zangrossi (Pahoehoe), com 6. Na artilharia masculina está Felipe Facci Inguaggiato (012 D) com 15 gols, e os viceartilheiros são Marcel Bueno (Cisco) e Daniel Bagagli (PA FC), com 12 gols cada. Depois, houve ainda confraternização, mantendo o espírito esportivo, na sede das entidades, com música e cerveja. O CACT parabeniza a organização da Atlética, que realizou um campeonato divertido e que conseguiu integrar os dois cursos!

Caso o mundo não acabe No último mês, foi eleita a gestão para o próximo ano à frente da Atlética. O presidente será Henry Shigueru Tanaka (Azteca); a vice-presidente. Nádia Borges; na tesouraria estarão Igor de Camargo e Rafaela Santeiro; na divulgação, Thiago Zanini e João Ponte; os responsáveis pelo produtos serão Jéssica Cecim e Tales de Almeida. Cezar Barros (Fralda), será o diretor de esportes. À frente do futsal feminino estarão Nádia Borges e Luiza Mendes; do vôlei, Lays Mengal; do basquete, também Azteca; do futsal masculino, o artilheiro Felipe Facci; do futebol de campo, Guilherme Menna e Cezar Barros; e, dos esportes individuais, Daniel Alencar.

Curso da Cetesb

Anais das Semanas

Nova edição do BCG

Finalmente, as finais dos Interanos

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curso gratuito Proteção das águas subterrâneas no estado de São Paulo foi realizado na EB nos dias 26 e 27/nov. Organizado com apoio do CACT, foi oferecido por Amélia João Fernandes, do Instituto Geológico, e Mara Magalhães Gaeta Lemos, da Cetesb. A parceria firmada entre CACT e Cetesb vai garantir, durante os próximos anos, cursos temáticos envolvendo práticas e atuações profissionais. O próximo curso, sobre EIA/RIMAs, acontecerá no início do próximo semestre.

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té o fim do mês — e do ano —, devem estar disponíveis online os anais da VII e VIII Semana de Geografia, com os resumos expandidos dos trabalhos apresentados nos Espaços de Diálogo Geográfico. São quase uma centena de trabalhos de boa qualidade discutidos nas duas edições do evento. Além de diversas pesquisas realizadas do IG, a participação de colegas de outras universidades tem sido cada vez maior, o que atesta também a qualidade do evento organizado no IG.

A

nova edição do Boletim Campineiro de Geografia (v. 2, n. 2), publicada pela AGBCampinas, traz a conferência realizada em ocasião do dia do geógrafo, em maio, por María Laura Silveira, e o texto da aula magna da professora Catia Antonia da Silva, ocorrida em março. Os dois eventos tiveram participação do CACT. Também podem ser destacadas as entrevistas com Neil Smith, já falecido, e Jamie Peck, realizada por estudantes do IG. Os professores Vicente e Castillo também contribuíram com artigos, disponíveis em agbcampinas.com.br/bcg.


CACT informa | n. 9, nov/dez ’12| 5 Lincoln Medeiro

A Unicamp no EREGEO-SE

s

E

ntre 15 e 18 de novembro, feriado prolongado, aconteceu na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF-UERJ), em Duque de Caxias, o XV Encontro Regional dos Estudantes de Geografia do Sudeste, que teve o tema “Periferias: território (re)produzido mediante conflitos socioambientais”. Com as novas possibilidades de locação de ônibus permitidas pelo esquema de repasse financeiro inaugurado neste ano, o CACT organizou uma caravana como havia sido feito para o ENG. Foi contratado um microônibus da Exclusiva para 22 estudantes: 8 da turma 2010; 3 da turma 2011; Ismane, intercambista haitiano; uma colega da UFScarSorocaba e outra da PUC-Campinas; e 8 alunos ingressantes. As emoções, contudo, não esperaram a chegada ao evento para aflorarem. Por volta das seis da manhã do feriado, na Via Dutra, à altura de Barra Mansa (RJ), um acidente de trânsito pegou de surpresa os estudantes, que dormiam. Segundo o motorista, uma carreta — que fugiu do local — fechou o ônibus e não foi possível evitar a colisão. O microônibus foi destruído e oito estudantes, com ferimentos leves, foram levados para o hospital para inspeção médica. A viagem atrasou cerca de três

Os estudantes posam em Copacabana ao lado da estátua de Drummond, poeta que foi também professor de Geografia e se filiou à AGB em 1942

horas. Após os trâmites necessários para registrar o acidente, 4 pessoas, chateadas com o ocorrido, decidiram voltar a Campinas. Apesar do susto, dá pra dizer que o grupo ficou ainda mais coeso e animado. Apesar de o lado acadêmica dos encontros de estudantes deixar um pouco a desejar, isto é compensado por ótimas atividades culturais e trabalhos de campo. Também foi uma oportunidade de o grupo de estudantes de Geografia da Unicamp, em sua maioria calouros, conhecer a cidade do Rio de Janeiro, desde o Centro histórico até as praias da Zona Sul. Vale mencionar a distância destas para o alojamento, em

Duque de Caxias – mais de uma hora entre ônibus intermunicipais, trens metropolitanos e metrô. No domingo, o grupo retornou um pouco aflitos com a possibilidade de um novo acidente, mas não houve problema algum. Além das festas e passeios, ficou do evento a certeza de que o movimento dos estudantes de Geografia da Unicamp também é capaz de comparecer em peso nos encontros que acontecem Brasil afora, com especial atenção ao entusiasmo daqueles que estão começando o curso. Em 2013 haverá mais, desta vez na UFScar de Sorocaba. Já é bom ir se preparando!

Fernanda Peixoto

L

E o cartel?

ia Osorio, quando participou da Semana de Geografia da Unicamp em 2008, comentou que as companhias de ônibus — segundo ela, um negócio de duplo propósito, legal e ilegal — são um meio eficiente para viabilizar a lavagem de dinheiro. Desde 2009, a Exclusiva (ou Recpaz) domina os contratos de licitação de transporte fretado da Unicamp, incluindo todos os trabalhos de campo do IG. O escândalo estourou em outubro de 2011, quando o Gaeco e a Polícia Civil prendeu donos de empresas de ônibus devido às suspeitas de fraudes no processo licitatório e ameaças pessoais aos concorrentes. A Poppi havia feito a denúncia há anos à PRDU, que nada fez. No fim do último mês de novembro, o assunto voltou ao noticiário e está sendo investigado Apesar da aparente gravidade, o acidente não teve consequências sérias pelo CADE.


Wellington Marchesin

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Por água abaixo

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erca de três milhões de reais. É o orçamento dos brises necessários para a fachada do novo prédio, quase o dobro dos recursos destinados à construção da nova biblioteca (1,6 milhão). Isto explica porque ainda

não foi identificada no momento. Mas nem bem os avaliadores, Denise Elias, da UECE, e Leonardo José Cordeiro Santos, da UFPR, deixaram o IG novo ao lado do professor Lindon, uma das caixas d’água transbordou e a água começou a vazar com força pelo teto. O forro do corredor do último andar, em frente à impressora, cedeu. Alguns laboratórios foram

alagados e o vazamento demorou a ser contido. Estudantes que estavam no edifício filmaram e ajudaram, com rodos, a evitar que a água invadisse outros laboratórios. No Facebook, a notícia rapidamente se espalhou. As faxineiras da Centro fizeram mutirão até à noite para secar todo o prédio. A boia responsável pelo vazamento foi trocada na semana seguinte.

não foi feita sua substituição, passados dois anos desde que uma tempestade os derrubou. O temporal do fim da tarde de 13 de dezembro de 2010 teve ventos de 68 km/h, como registrou o Cepagri, embora a extensão dos es-

tragos permitisse afirmar que atingiram velocidades maiores em outros bairros da cidade, como o Bonfim. Na Unicamp, além de danificar os brises do IG, os ventos também derrubaram árvores na Casa do Lago, Correios, IA e bandejão.

Gustavo Teramatsu

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egunda-feira, 3 de dezembro. Dia de avaliação da pósgraduação pela CAPES. Alguns docentes convocaram seus grupos de pesquisa para ocupar os laboratórios, que, como sabemos, passam a maior parte do tempo fechados. Na manhã daquele dia, foram percebidas em alguns deles poças d’água misteriosas, cuja origem

Desastre com brises completa dois anos

Waldemar Padovani

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8 de novembro de 1995. Ventos entre 140 e 180 km/ h atingiram o Ginásio da Unicamp. Em poucos minutos, a cobertura metálica de 200 toneladas foi retorcida e dobrada. A correção do vestibular 1996 começaria ali no dia seguinte, porém, não houve feridos. A cobertura atual foi construída em parceria com a iniciativa privada.

Relembrando o tornado de 1995


CACT informa | n. 9, nov/dez ’12| 7 Reprodução/Facebook Chapa Pra Fazer Diferente

Eleições do DCE

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m pleito disputado, a chapa Viramundo, ligada ao PSOL, foi eleita para a próxima gestão do DCE com quase 52% dos votos válidos. O resultado indica a continuidade do grupo político que está há anos na representação estudantil da Unicamp. A chapa Pra Fazer Diferente — Oposição teve pouco mais de 44% dos votos válidos e venceu em metade das urnas e também no campus de Barão Geraldo. Foram os votos da FCA que decidiram a eleição. No IG, a chapa Viramundo teve mais que o dobro de votos que a chapa Pra Fazer Diferente. Também foram realizadas as eleições na Moradia, e os dois grupos políticos novamente indicaram suas chapas. Melhor para a oposição — a chapa Movimenta Moras venceu a Sempre Presente no conselho deliberativo por 133 a 62 votos, com 9 nulos.

Pesquisa do IG é premiada no Congresso de Iniciação Científica

M

elissa Steda, colega do quarto ano do curso, foi agraciada com o prêmio de mérito científico no Congresso de Iniciação Científica realizado anualmente na Unicamp. Sua pesquisa — Universalização da internet de banda larga no Brasil: análise da situação atual e o Plano Nacional de Banda Larga do Governo Federal, orientada pelo professor Ricardo Castillo e com financiamento da FAPESP — investigou os principais agentes na difusão da banda larga no território brasileiro: o Estado, os pequenos provedores e as grandes empresas do setor de telecomunicações, além de analisar a abrangência territorial e o alcance social da rede de internet de banda larga no Brasil. Considerou-se, para esta análise, que a ampliação do acesso à informação e a conectividade, por meio das redes telemáticas, são elementos de inclusão social e redução das desigualdades sociais, econômicas e geográficas. O projeto também deu origem à monografia de conclusão de curso Políticas do Estado e políticas das empresas: um estudo sobre a internet de banda larga no Brasil, que será publicada online em breve.

Acesso à banda larga em 2008 e o plano nacional de banda larga: presente e futuro na difusão da internet de alta velocidade no território brasileiro

Fonte: Senado (2011)

A pesquisa constatou que a implantação de macrossistemas técnicos para a integração eletrônica do território podem significar, ao mesmo tempo, a redução das desiguldades sociais, geográficas e econômicas e a integração competitiva aos espaços da globalização


Divulgação

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A

quela foto descreve um momento no qual estávamos arrumando o espaço do nosso Centro Acadêmico. Não vou descrever aqui o fato, o momento. Farei mesmo um depoimento, em primeira pessoa. Serão mais impressões, sentimentos. Não lembro de muita coisa. Passaram-se dez anos, talvez onze, doze? Sabíamos que era um dia diferente. Eu, Luisinho e Z tínhamos acabado de chegar. Era o ano 2000 (então faz doze anos que aquele momento aconteceu). Estávamos dando seguimento a um início, uma introdução, que se tinha se iniciado em 1998, com a primeira turma. Pablo, Virna, Lise, Ricardo – presentes na foto – eram da primeira turma. Um entreato: acredito que o fato da Unicamp estar distante dos nossos lugares de origem (?), das nossas cidades primordiais (risadas), empresta-nos uma autonomia e uma vontade, uma intensidade. Em Campinas, a maior parte de nós não era da cidade, estávamos distantes de alguns referenciais importantes que balizavam nossos respectivos cotidianos. Na Unicamp tínhamos que criar novos cotidianos, novos referenciais, com uma autonomia outra, que não julgo prudente hierarquizar. Uma autonomia outra. Então estávamos ali. Acho que era um sábado, pois durante a semana não seria possível fazer aquela arrumação. Afinal aquele prédio era o nosso prédio de aulas. Estávamos bastante motivados. Eu, e acho que até certo ponto posso falar pelos outros, sentia que estava participando de algo. Sempre gostei de participar da construção de coisas, de realizar projetos. Ali estava participando da construção de um centro acadêmico, de um curso e de um coletivo político. Lembrem-se nosso curso estava no início. Tudo era novo, e não somente para mim e meus colegas que tínhamos entrado naquele ano. O sentimento empreendedor tomava conta de parte significativa dos alunos e professores do curso. Verdade que não tomava conta de todos, nem sei se da maior parte, mas com certeza de parte visível, parte barulhenta. A vida nossa de cada dia corria em torno da universi-

“Geógrafo é muito fofoqueiro” Shanti Marengo, professor da UFBA formado em nosso curso em 2005, comenta a reportagem de capa do CACT informa 7, de setembro

dade. Quando voltávamos para casa no final do dia, voltávamos para a Moradia Universitária, ou para uma república, ou uma pensão. Comíamos na universidade. Nosso lazer, pelo menos durante a semana, era na universidade, ou nas repúblicas. Para mim, que vinha de Salvador, essa imersão no ambiente universitário foi quase total. Então estávamos falando, a todo momento, dos problemas do nosso curso, das possíveis soluções, do futuro. O grupo, político, de amigos, que se constituía, sem notar, notando, se reunia muito, em qualquer lugar. Conversávamos no Su ji n h o (a p e li d o c ari n h o so que tínhamos dado ao restaurante próximo ao IG), no bandejão, nas festas, nas praças da universidade. Fofocávamos muito. Geógrafo é muito fofoqueiro. Todos nos sentíamos parte do projeto, que se realizava no cotidiano de todos nós. Era um projeto em ação. Constantemente alimentado, constantemente inspirado. Eu pessoalmente tive várias fontes de inspiração, professores entre elas. Posso dizer que a professora Maria Adélia [de Souza] era um “norte” importante para a maior parte de nós. Ela era a direção. Todos ou eram contra, ou a favor. Não conheci na época aluno, ou professor, que fosse indiferente a professora Maria Adélia. Eu aprendi a fazer política ao longo da minha graduação, no ambiente da universidade, com uma contribuição significativa do ambiente no Instituto de Geociências. Acredito que vários de meus colegas também. Algo curioso: nunca fiz parte oficialmente do centro acadêmico, e assim como eu vários outros. Entre-

tanto, todos nos sentíamos, efetivamente, parte do CACT. Nos momentos mais interessantes da minha vivência política, no IG, quando o coletivo político estava suficientemente constituído e amadurecido, tinha-se criado uma massa crítica, era comum os comunicados da direção do instituto para o centro acadêmico irem para as mãos de qualquer aluno do curso de Geografia. Sabia-se que o comunicado chegaria ao CACT, no caso aquele coletivo de estudantes engajados, bastante maior que o conjunto de alunos oficialmente eleitos. Outro ponto interessante: qualquer coisa que fizéssemos no instituto com um caráter mais coletivo – uma festa, um evento acadêmico – assinávamos CACT, mesmo que a diretoria oficialmente eleita não estivesse diretamente envolvida. De fato, o CACT-entidade era um instrumento de representação, constituído para fazer encaminhamentos legais do interesse do coletivo, mas o CACT-cotidiano éramos todos nós alunos de geografia do Instituto de Geociências. Nunca tinha visto um fenômeno como esse acontecer antes e creio que somente foi possível em virtude da apropriação profunda que fizemos da universidade e da disciplina – Geografia – realizado por conta de um cotidiano – da maior parte de nós – imerso na vida acadêmica. É isso. Ainda existem outras coisas possíveis de serem comentadas: o jornal que fizemos, o panelaço... Se quiserem, poderei comentar sobre estas outras coisas, em outro momento. Abraços e boa sorte a todos vocês, Shanti

CACT informa — Boletim informativo dos estudantes de Geografia da Unicamp editado pelo CACT, de periodicidade mensal, publicado na primeira quinzena de cada mês. Diagramação, edição e textos: Gustavo Teramatsu, Valderson Salomão. Contribuíram Filippo Cecilio, Henry Tanaka, Melissa Steda, Maico Machado.


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