Revista Industria Capixaba - nº 307

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FINDES : 55 ANOS – PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Publicação Oficial do Sistema Findes Julho 2013 • nº 307 Distribuição gratuita IMPRESSO

Passado, presente e futuro E mais: Marcos Guerra, Copa do Mundo, ambiente de trabalho e “Dia DE Associar-se” Findes_307_Capa_FB1.indd 1

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SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto 1º diretor administrativo: Ricardo Ribeiro Barbosa 2º diretor administrativo: Tullio Samorini 3º diretor administrativo: Luciano Raizer Moura 1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti 2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Antonio Tavares Azevedo de Brito Diretores: Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benízio Lázaro, Gibson Barcelos Reggiani, Vladimir Rossi, Wilmar Barros Barbosa, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Leonardo Souza Rogério de Castro, Mariluce Polido Dias, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Ademar Antonio Bragatto, Edvaldo Almeida Vieira, José Domingos Depollo, Ademilse Guidini, Elcio Alves, Ortêmio Locatelli Filho, Rogério Pereira dos Santos, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona, Wilmar dos Santos Barroso Filho, Evandro Simonassi Diretor-executivo: Luis Carlos de Souza Vieira Superintendente corporativo: Marcelo Ferraz Conselho Fiscal Titulares: Elder Elias Giordano Marim, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Adonias Martins da Silva Suplentes: Atílio Guidini, Sandro Varanda Abreu, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Lucas Izoton Vieira Suplentes: Manoel de Souza Pimenta Neto, Ernesto Mosaner Junior Serviço Social da Indústria – Sesi Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso Representantes das atividades industriais Titulares: Manoel de Souza Pimenta Neto, Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Mariluce Polido Dias Suplentes: Adenilson Alves da Cruz, Alejandro Duenas, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Rogério Pereira dos Santos Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Luiz Carlos Fernandes Rangel Suplente: Flaviano Rabelo Aguiar Superintendente: Solange Maria Nunes Siqueira Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, João Baptista Depizzol Neto e Ronaldo Soares Azevedo Suplentes: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Wilmar Barros Barbosa, Neviton Helmer Gasparini e Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares Suplente: Alcimar das Candeias Representante do Ministério da Educação: Ronaldo Neves Cruz Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Paulo César Borba Peres Suplente: Ari George Floriano Diretora-regional: Solange Maria Nunes Siqueira

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Centro da Indústria no Espírito Santo – Cindes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto Diretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Altamir Alves Martins, Gustavo Dalvi Comério, Elias Cucco Dias, Celso Siqueira Júnior, Gervásio Andreão Júnior, Edmar Lorencini dos Anjos, Ana Paula Tongo da Silva, Paulo Alfonso Menegueli, Helcio Rezende Dias Conselho Fiscal: Marcondes Caldeira, Elson Teixeira Gatto, Tharcicio Pedro Botti, Joaquim da Silva Maia, Renan Lima Silva, Fausto Frizzera Borges Conselho de Sindicância: Arthur Carlos Gerhardt Santos, Chrisógono Teixeira da Cruz, Hélio Moreira Dias de Rezende, Helio de Oliveira Dórea Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies Presidente da Findes e do Conselho Técnico do Ideies: Marcos Guerra Membro Representante da Diretoria Plenária da Findes: Egídio Malanquini Membro Representante do Setor Industrial: Benízio Lázaro Membro Efetivo Representante do Senai-ES: Solange Maria Nunes Siqueira Membro Efetivo Representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros Efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos Depollo Representantes do Conselho Fiscal - Membros Suplentes: José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam Pessotti Representante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo Reis Membro Representante do Sebrae/ES: Ruy Dias Diretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto Instituto Euvaldo Lodi – IEL Presidente: Marcos Guerra Conselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Alejandro Duenas, Ruy Dias de Souza, Vladimir Rossi, José Bráulio Bassini, Houberdam Pessotti, Benildo Denadai, Anilton Salles Garcia Conselho Fiscal: Egídio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir José Gaburro, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos Santos, Luciano Raizer Moura Superintendente: Fábio Ribeiro Dias Instituto Rota Imperial – IRI Diretor-geral: Marcos Guerra Diretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Vladimir Rossi Conselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Kunsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto Kautsky Suplentes: Francisco Xavier Mill, Tullio Samorini, João Felício Scárdua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Stein, Tharcicio Pedro Botti Membros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Júnior, Aristoteles Passos Costa NetoConselho Fiscal Efetivos: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos Anjos Suplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats) Coordenador-geral: Sebastião Constantino Dadalto Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Gibson Barcelos Reggiani Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam Pessotti Câmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz Rigoni Câmara Setorial da Indústria do Vestuário Presidente: Paulo Roberto Almeida Vieira

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Conselhos Temáticos Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Sergio Rogerio de Castro Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Claudio de Moraes Sandrini Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna Mameri Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Ernesto Mosaner Junior Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Vladimir Rossi Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Luiz Alberto de Souza Carvalho Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Jefferson Cabral (interino) Conselho Temático de Educação (Conedu) Presidente: Luciano Raizer Moura Conselho Temático de Política Urbana (Copurb) Presidente: Juarez Paschoal Soares Conselho Temático de Energia (Conerg) Presidente: Nélio Rodrigues Borges Diretorias regionais Diretor da Findes em Anchieta e região: Fernando Schneider Kunsch Diretor da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região: Áureo Vianna Mameri Diretor da Findes em Colatina e região: Manoel Antonio Giacomin Diretor da Findes em Linhares e região: Paulo Joaquim do Nascimento Diretor da Findes em Aracruz e região: João Baptista Depizzol Neto Núcleo da Findes em São Mateus e região Diretor: Nerzy Dalla Bernardina Junior Núcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Diretor: Ademilson Alves da Cruz Núcleo da Findes em Nova Venécia e região Diretor: Helder Nico Diretores para Assuntos Específicos Diretor para Assuntos de Segurança, Saúde e Responsabilidade Social do Sesi e Senai/ES: Alejandro Duenas Diretor para Assuntos de Educação e Cultura do Sesi e Senai/ES: Flavio Sergio Andrade Bertollo Diretor para Assuntos do IEL: Benízio Lázaro Diretor para Assuntos do Ideies: Egídio Malanquini Diretor para Assuntos do Cindes: Paulo Alfonso Menegueli Diretor para Assuntos do IRI: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egídio Malanquini Diretor para Assuntos das Micro e Pequenas Indústrias: Vladimir Rossi Diretor para Assuntos Tributários: Gibson Barcelos Reggiani Diretor para Assuntos do Meio Ambiente: Wilmar Barros Barbosa Diretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Diretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Fernando Schneider Kunsch Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Leonardo Souza Rogerio de Castro Diretor para Assuntos de Inovação Industrial: Luiz Alberto de Souza Carvalho

Sindicatos filiados à Findes e respectivos presidentes Sinduscon: Aristoteles Passos Costa Neto | Sindipães: Flavio Sergio Andrade Bertollo | Sincafé: Sergio Brambilla | Sindmadeira: José Domingos Depollo Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: João Baptista Depizzol Neto | Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi | Sindibebidas: José Angelo Mendes Rambalducci | Sindicalçados: Altamir Alves Martins Sindifer: Luiz Alberto de Souza Carvalho | Sinprocim: Houberdam Pessotti Sindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Elder Elias Giordano Marim Sindirepa: Wilmar Barros Barbosa | Sindicopes: José Carlos Chamon Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto Sindirochas: Samuel Mendonça | Sincongel: Vladimir Rossi | Sinvesco: Edvaldo Almeida Vieira | Sindimol: Almir José Gaburro | Sindmóveis: Ortêmio Locatelli Filho | Sindimassas: Emerson de Menezes Marely | Sindiquímicos: Elias Cucco Dias | Sindicer: Ednilson Caniçali | Sindinfo: Benízio Lázaro | Sindipapel: José Bráulio Bassini | Sindiplast: Neviton Helmer Gasparini | Sindibores: Silésio Resende de Barros | Sinvel: Atílio Guidinii | Sinconsul: Bruno Balarini

Publicação oficial do Sistema Findes julho – 2013 ▪ nº 307 Conselho Editorial – Marcos Guerra, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto, Ernesto Mosaner Junior, Luis Carlos de Souza Vieira, Ricardo Barbosa, Alejandro Duenas, Flavio Sergio Andrade Bertollo, Egídio Malanquini, Benízio Lázaro, Fernando Schneider Kunsch, Solange Maria Nunes Siqueira, Fábio Ribeiro Dias, Antônio Fernando Doria Porto, Lucas Izoton Vieira, Marcelo Ferraz, Cintia Dias e Breno Arêas Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES) Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins, Leonardo Nunes, Milan Salviato e Tatiana Ribeiro Gerente de Marketing: Cintia Dias Coordenação: Breno Arêas Depto. Comercial – Unirem/Findes – Simone Dttmann Sarti Tel: (27) 3334-5721 – mercado@findes.org.br

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Produção Editorial

Coordenação Editorial: Mário Fernando Souza Coordenação de Produção (interina): Cláudia Luzes Produção editorial e diagramação: Equipe Next Editorial Copidesque: Marcia Rodrigues Textos: Ana Lúcia Ayub, Anderson Cacilhas, Gustavo Costa, Jacqueline Vitória, Nadia Baptista, Vitor Taveira e Taís Hirschmann Revisão de textos: Andréia Pegoretti Fotografia: Renato Cabrini, fotos cedidas, arquivos Findes e Next Editorial

Impressão

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Nesta Edição

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ESPECIAL A Findes está comemorando os seus 55 anos de lutas pela indústria capixaba. Conheça a trajetória da entidade que mudou o Estado, suas conquistas, os atuais desafios da economia do Espírito Santo e as perspectivas de futuro da indústria.

56 SUSTENTÁVEL NO SISTEMA Um projeto da Findes que promove a interiorização do desenvolvimento. Este é o “Dia DE Associar-se”, que tem a finalidade de disseminar o associativismo e alcançar 12 mil indústrias capixabas. Veja a força e as conquistas dessa iniciativa.

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68 FATOS EM FOTOS 72 CURSOS E CIA

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ENTREVISTA Marcos Guerra completou dois anos na presidência da Findes, em uma gestão que carrega as bandeiras da interiorização e democratização. Em um balanço desse trabalho, ele fala de planos e metas alcançados e do que vislumbra para a Federação das Indústrias do Estado.

SAÚDE

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64 CASO DE SUCESSO

Através de atitudes inovadoras, empresas capixabas estão motivando colaboradores e ganhando em produtividade. Promover um ambiente de trabalho harmonioso e feliz é um desafio, mas os resultados são recompensadores para gestores, funcionários e a indústria de forma geral.

CENÁRIO Falta menos de um ano para a Copa do Mundo de Futebol no Brasil e, apesar de não ser sede de jogos da competição, o Espírito Santo se prepara para lucrar. Confira a movimentação da economia local e como o evento poderá beneficiar setores como o hoteleiro, confecções e até o de panificação.

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Editorial

Findes 55 anos Entidade celebra aniversário como protagonista na promoção do desenvolvimento econômico do Estado

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ste ano, o Sistema Findes completa o 55º aniversário e se consolida como legítimo representante da indústria e maior instituição empresarial do Espírito Santo. Cada uma de suas entidades está relacionada a um setor de interesse estratégico do industrial, oferecendo serviços diferenciados em diversas áreas de negócios. Atuamos na criação de melhores condições para a operação das empresas e para a atração de investimentos. Nossa missão é trabalhar em prol dos interesses da indústria capixaba. Nosso grande desafio estratégico é garantir a sustentabilidade do crescimento do Estado e a capacidade de transformação estrutural, de modo que possamos contar com uma indústria inovadora e competitiva, contribuindo, dessa forma, com o crescimento do Espírito Santo. A indústria capixaba, em especial, tem enfrentado enormes desafios. Boa parte da nossa produção física industrial está relacionada a commodities e depende muito de poucas e grandes empresas, que por sua vez dependem do mercado internacional. Atuar no mercado nacional é também muito importante para a sobrevivência e atualização das indústrias. Por outro lado, temos um grande número de micro, pequenos e médios estabelecimentos industriais que têm sido provocados a se reinventarem e trazerem soluções para galgar uma nova posição. Melhorar a competitividade, baixar custos e avançar rumo ao mercado internacional são fatores-chaves nessa equação e uma das ações mais importantes nesse sentido, sem dúvida, é investir em inovação. De acordo com levantamento do Ideies, as micro e pequenas indústrias capixabas somam 11.899 empresas e representam 98% do total. Além disso, são responsáveis por 83,4% do total de empregos, o que significa 196.133 empregados. O segmento é protagonista na promoção do desenvolvimento econômico e tem apresentado expressivos desempenhos na geração e manutenção de empregos e renda, o que impacta diretamente a qualidade vida da população.

Em harmonia com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entendemos que é necessário promover mais e melhores ações de qualificação profissional, capacitação empresarial, sustentabilidade, inovação, acesso a mercados e a novas tecnologias. Precisamos garantir que os recursos destinados à inovação alcancem os pequenos. O acesso ao crédito deve ser facilitado, com flexibilização da apresentação de garantias. Neste e em outros temas relevantes, o diálogo entre o setor público e o privado é fundamental para a construção de uma economia mais competitiva e justa. A agenda da indústria é parte da pauta do Brasil e do Espírito Santo. Por isso, nosso foco é desenvolver o mercado e aumentar o potencial de crescimento da economia. A indústria capixaba gera inovação, desenvolvimento tecnológico, renda e emprego de qualidade. É essencial, portanto, ao futuro dos capixabas e ao progresso do Estado do Espírito Santo. Finalizo minhas palavras enfatizando e agradecendo a todos aqueles que contribuíram para chegarmos aos 55 anos da Findes e, nesse sentido, nesta edição da Revista Indústria Capixaba, vamos relembrar algumas conquistas, ações, projetos e perspectivas para o setor. Uma boa leitura.

Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes

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No Sistema Saúde por Jacqueline Vitória

União, força e conquistas: ingredientes do sucesso do “Dia DE Associar-se” Projeto da Findes promove interiorização do desenvolvimento e fortalecimento sindical

É

preciso planejar o futuro, não só no nível das empresas, do mercado, do país, mas também dos projetos de interesse coletivo, pontuando as dificuldades para superá-las. Com essa visão, um movimento em curso desde março de 2011, vem colocando em prática os ideais e metas do associativismo. É o “Dia DE Associar-se”, que desde então já visitou 1.600 indústrias em todo o Espírito Santo. O movimento é uma convocação aos empresários capixabas para filiarem-se aos sindicatos de seus respectivos

setores, assegurando assim o apoio e a intervenção dos representantes legais de toda a categoria em prol da consecução de objetivos comuns nas esferas política, social e econômica. A Findes, por sua vez, aproveita a ocasião para apresentar às entidades patronais assim organizadas ações, projetos e programas dirigidos ao desenvolvimento das indústrias por elas representadas, às soluções de seus principais problemas e ao fortalecimento de sua competitividade. Dispondo de informações pertinentes e até privilegiadas sobre seus

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“É uma forma de chegarmos com maior velocidade junto ao empresariado, ao pessoal das regiões principalmente do interior” - Egídio Malanquini, diretor da Findes

Grupo do Programa de Desenvolvimento Associativo da CNI, formado por representantes de 26 Federações, veio ao Estado para conhecer o projeto “Dia DE Associar-se”

ramos de negócios, os sindicatos filiados à Findes garantem diversos benefícios às suas associadas, que incluem desde formação profissional e executiva até programas sociais, de saúde e segurança no trabalho, entre muitos outros itens. A função do projeto é disseminar o associativismo e alcançar as 12.169 indústrias existentes hoje no Estado, a maioria, 98%, de micro e pequeno porte, fortalecendo seu poder de reivindicação, de negociação com o poder público e de resolução das dificuldades. E os resultados são expressivos: em março do ano passado, eram 2.142 indústrias associadas, número que, no primeiro trimestre de 2013, já chegava a 3.300, segundo informações do diretor para Assuntos de Fortalecimento Sindical, Egídio Malanquini. “Temos a necessidade de atrair essas indústrias para suas representações, ou seja, aumentar o número de associados aos sindicatos. Foi nesse sentido que criamos esse projeto, que denominamos ‘Dia DE Associar-se’. É uma forma de chegarmos com maior velocidade junto ao empresariado, ao pessoal das regiões principalmente do interior, já que praticamente todas as grandes indústrias se encontram na Grande Vitória. Estamos trabalhando dentro de uma política de interiorização, abrangendo as localidades em que o Sistema Findes tem representações regionais,

como Colatina, Cachoeiro, Linhares, Nova Venécia, São Mateus, Aracruz, Anchieta e Venda Nova do Imigrante”, destacou Malanquini. De acordo com o diretor da Findes, no Espírito Santo um número considerável de empresas de porte micro e pequeno ainda não está associado ao sindicato patronal porque ainda não conhece os produtos e serviços que estão à sua disposição. Sem informações, essas empresas deixam de usufruir dos benefícios advindos da associação ao sindicato, como a oportunidade de qualificação de recursos humanos, assessorias diversas ao setor produtivo, serviços de laboratório, serviços de informação tecnológica, programas como o Indústria Segura, Indústria Saudável e outros. O projeto “Dia DE Associar-se” saiu a campo para mudar essa realidade. A ideia começou a ser desenvolvida pelo Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS) da Findes em 2012 e o objetivo inicial era a realização de uma ação, seguindo o modelo de uma mini Ação Global, com a participação dos empresários e funcionários das indústrias, em dois dias de evento. Colocado em prática, o evento foi sendo aprimorado até ganhar sua configuração atual, que levou em consideração a viabilidade e condições para a sua realização. Nas duas primeiras edições, foi realizado o modelo de palestra das entidades parceiras do evento. Num segundo momento, identificou-se a realização de um talk show como melhor estratégia para apresentar de forma interessante e eficaz aos participantes o que o Sistema Indústria tem a oferecer, por si e com o apoio de entidades parceiras. O evento inclui também a apresentação de uma peça teatral que destaca, de maneira lúdica, a importância do associativismo. Todo esse trabalho tem como foco os empresários, associados ou não a entidades de classe, e é complementado por meio de visitas à região antes e depois do “Dia DE Associar-se”. Julho 2013 ▪ 307

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Na opinião do diretor Egídio Malanquini, esse conceito, o associativismo, tem sido utilizado na promoção do desenvolvimento econômico e social, tanto local quanto regional. “Empresas unidas e imbuídas dos mesmos propósitos geram resultados quantitativos e qualitativos altamente significativos, que fortalecem ainda mais os segmentos em que atuam e a economia como um todo”, afirma ele. Após sete edições do “Dia DE Associar-se” - em Aracruz, Anchieta, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim, Linhares, São Mateus e Venda Nova do Imigrante -, o sucesso do evento ganhou reconhecimento em nível nacional, de forma inovadora. A iniciativa foi incorporada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao seu leque de projetos abrigados sob o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), de forma que todas as Federações de Indústrias poderão implementar o programa em seus respectivos estados. Até o momento, 15 delas aderiram ao projeto, realizando 18 (dezoito) workshops nacionalmente. No Espírito Santo, entre os expressivos resultados, o projeto também possibilitou, através do contato com os empresários, a identificação de novos segmentos em condições de organizarem-se sindicalmente, resultando na criação de quatro novas entidades patronais, em fase de registro para início das atividades: Sindividros, Sindipesca, Sindilates e Sindirecicle. Além disso, foi por meio das ações do “Dia DE Associar-se” que se viabilizou a filiação do Sindicato da Indústria de Confecções do Sul Espírito Santo (Sinconsul) à Findes. Outro ponto que foi considerado na concepção do projeto é que as micro e pequenas empresas dispõem de menos recursos para investir em melhorias no processo produtivo, na capacitação de mão de obra, em investimentos em desenvolvimento tecnológico e no estabelecimento de uma

“Disseminando a cultura associativista, promovemos o desenvolvimento local” - Pedro Rigo, presidente da Aderes

NÚMERO DE NOVOS ASSOCIADOS

Gráfico 1

De agosto/11 a maio/13: 522 empresas

305

113

104

2011

2012

2013

O trabalho de visitação individual às empresas aumentou o número dos associados

gestão eficiente. E nesse sentido o “Dia DE Associar-se” é o primeiro passo para que essas empresas venham se adequar a novas realidades e possam participar de programas voltados à solução de deficiências, sejam financeiras ou administrativas. Para que se possa dimensionar o êxito do “Dia DE Associar-se”, cabe destacar que, apesar do nome, o projeto, por meio de cada diretoria regional, desenvolve um trabalho muito maior e mais abrangente do que um único dia, envolvendo a participação de diversos setores do Sistema Findes, bem como de sua estrutura na região onde está sendo desenvolvido. O trabalho nas cidades começa 20 dias antes de cada evento, com visitas aos empresários locais, em que são ouvidas e identificadas suas demandas e necessidades e feitos convites pessoais a cada um deles para que participem da iniciativa. Toda uma equipe altamente qualificada é envolvida no contexto da programação e realização. Além disso, o CAS contrata dois consultores que ficam responsáveis por fazer um mapeamento das indústrias na região onde será realizado o “Dia DE Associar-se”, bem como pelas visitas e relatórios. Após o evento, as empresas que participaram do workshop são novamente visitadas pelos consultores e executivos do seu respectivo sindicato, para buscar associar esse empresário à entidade. Em cada regional onde é desenvolvido o projeto também são visitadas as prefeituras, secretarias municipais e Câmara de Vereadores, angariando apoio para o evento. Há também um grande envolvimento do diretor regional em todas as cidades nas quais o evento é realizado. Nesse dia, a diretoria regional também recebe as unidades móveis do Sistema Findes que, após o evento, oferecem um dos cursos para os empresários que estiveram presentes.

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“Nessa parceria com a Findes é possível fomentar o empreendedorismo, buscando o fortalecimento e o desenvolvimento econômico sustentável do Estado, inclusive por meio de projetos de responsabilidade social” José Eugênio Vieira, superintendente do Sebrae

Foto: Bandes/Sagrilo

“O trabalho de mobilização envolve diversos setores da Federação, os sindicatos, diretorias da Findes, Sesi/Senai, IEL, Ideies e autoridades políticas da região. Sem essa mobilização ampla, o ‘Dia DE Associar-se’ não atingiria os resultados que temos hoje”, garante o diretor para Assuntos de Fortalecimento Sindical da Findes. Malanquini lembra que os parceiros são fundamentais para o sucesso do projeto. A Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes) é um desses importantes parceiros, pois realiza um trabalho de fomento ao desenvolvimento do micro e pequeno industrial. O presidente da Agência, Pedro Rigo, fala sobre a importância do projeto. “Acreditamos que, fortalecendo as associações e disseminando a cultura associativista, promovemos também o desenvolvimento local, a inclusão social e produtiva, a redução da pobreza, a diminuição da violência e caminhamos mais rápido na construção de um país mais próspero, solidário e justo”, afirma. Outro parceiro é o Sebrae, que também oferece capacitação aos pequenos negócios. De acordo com seu superintendente, José Eugênio Vieira, nessa parceria com a Findes é possível fomentar o empreendedorismo, buscando o fortalecimento e o desenvolvimento econômico sustentável do Estado, inclusive por meio de projetos de responsabilidade social. O Sebrae apoia as micro e pequenas empresas na implementação de programas de melhoria de desempenho ambiental voltados, por exemplo, à redução de desperdícios, à eficiência energética, ao uso racional de água e outros recursos naturais, à otimização das matérias-primas e ao reaproveitamento de resíduos. Vieira também destacou a importância do associativismo. “Quando trabalhadores se associam, a categoria se beneficia, pois com a união de esforços é possível gerar diversos benefícios na área de políticas públicas e setoriais. Mas não adianta apenas se associar: é preciso manter uma participação ativa, cobrar resultados, se engajar nas causas, na luta por melhorias”, disse.

“É fundamental que as empresas saibam a importância de se unir” - Guerino Balestrassi, diretor-presidente do Bandes

No “Dia DE Associar-se”, os técnicos também levam informações sobre as melhores linhas de crédito disponíveis para os empreendedores, oferecidas por instituições que apoiam o associativismo, como é o caso do Banestes, que disponibiliza crédito para capital de giro, a taxas diferenciadas. Também o apoio do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) é fundamental, pois é um banco que possui linha de crédito específica para investimentos em inovação. O diretor-presidente do Bandes, Guerino Balestrassi, manifestou sua crença na importância do evento. “O banco apoia firmemente a sua realização. É fundamental que as empresas saibam como união é importante para a conquista de benefícios. Por exemplo, para acessar o crédito oferecido pelo Bandes, uma empresa ou um participante de cooperativa pode ser avalista do outro, e os valores liberados para o financiamento produtivo e a participação do investimento podem ser maiores. Assim, ao se associar é possível construir uma estrutura coletiva de apoio mútuo, em que todos são beneficiados”, destaca. E é nesta soma de esforços que o “Dia DE Associar-se” vem ganhando adeptos de forma cada vez mais significativa. Isto tem uma explicação, segundo Egídio Malanquini, que ressalta que o associativismo no Brasil tem uma ligação direta com os projetos sociais do brasileiro. “O associativismo faz parte da vida social das pessoas. Tanto que hoje estamos vivenciando um momento ímpar, que são essas manifestações nas ruas de todo o país, onde a união faz com que as reivindicações se transformem em conquistas. Uma voz é uma voz, mas quando há muitas unidas em torno dos mesmos objetivos, eles são conquistados. Uma empresa isolada não tem êxito. Aqui na Federação, a nossa manifestação tem um coro único: #VEMPRAFINDES”, resume Malanquini. Julho 2013 ▪ 307

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Indústria em Ação

VENDAS DE ROUPAS IMPULSIONAM COMÉRCIO PELA INTERNET As vendas online de roupas estão em franca expansão no Brasil: 35% das mulheres já compraram roupas e 38% já adquiriram sapatos, bolsas e acessórios pela internet, mostra um estudo da e.Bricks Digital e da M.Sense, especializadas no mercado digital. Os números representam um aumento de 50% sobre os resultados de 2011. A pesquisa estima que mais de 50 milhões de consumidores farão compras online em 2013, movimentando R$ 28 bilhões. Para José Carlos Bergamin, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções do Espírito Santo (Sinconfec), as empresas que quiserem se dar bem nesse mercado devem investir no comportamento dos consumidores. “O que vem sendo feito é o aculturamento da sociedade quanto à praticidade e funcionalidade desse serviço, estimulando a primeira compra”, falou. Para isso, é fundamental garantir que os compradores tenham o máximo de informações e orientações ao efetuarem seus pedidos.

MATERIAL DO IEL-ES GANHA DESTAQUE NACIONAL O superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, participou do VII Encontro de Superintendentes do IEL, realizado em Brasília nos dias 25 e 26 de junho. Durante o evento, o IEL-ES foi elogiado pela elaboração do material “Programa de Qualificação de Fornecedores nível II”, que será utilizado como modelo em todo o país para a qualificação de fornecedores e para colaborar com o aumento da competitividade da indústria brasileira. Na ocasião, toda a equipe do IEL-ES envolvida com o trabalho foi parabenizada, com destaque para José Vieira Neto e Luciano Raizer. A equipe do IEL Nacional, na pessoa de Suely Lima Pereira, também recebeu os parabéns. O material teve como referência o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor).

O superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, entre o novo superintendente do IEL Nacional, Paulo Mol, e Carlos Cavalcanti, que conduziu a instituição por 10 anos

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PDF É APRESENTADO A APOIADORES O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) foi tema de evento realizado no dia 24 de junho, na Findes. O objetivo foi apresentar o programa, agora sob a coordenação executiva do IEL, e solicitar aporte de recursos para a manutenção e execução das atividades. Estiveram presentes autoridades, empresários e executivos do Sistema Findes. O presidente da Findes, Marcos Guerra, fez a abertura. “É uma grande satisfação ter trazido o PDF para o Sistema Findes, para que ele se torne ainda mais abrangente, atuando como uma ferramenta que possibilitará às nossas indústrias participarem de forma mais ativa do crescimento da economia capixaba”, disse. O coordenador executivo do PDF pelo IEL-ES, Rusdelon Rodrigues de Paula, e o secretário de Desenvolvimento do Estado, Nery de Rossi, também ressaltaram a importância da união entre o PDF e o Sistema Findes.

DIRETORA DO CINDES RECEBE CONDECORAÇÃO Em reconhecimento ao mérito de suas ações de empreendedorismo, a diretora do Cindes para Assuntos do Cindes Jovem e fundadora da Bitável Tecnologia, Ana Paula Tongo da Silva, recebeu a insígnia de Comendadora do Quadro Suplementar da Ordem Rio Branco. A cerimônia oficial de entrega da condecoração, oferecida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, aconteceu no dia 17 de junho, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. A Ordem de Rio Branco tem como objetivo estimular a prática de ações e feitos dignos de menção honrosa. “Esta condecoração mostra que os valores, atitudes pessoais e compromissos sociais assumidos por mim e por minha empresa estão no rumo certo. Espero inspirar em outros jovens capixabas persistência e motivação para realizarem seus sonhos e ajudar a criar o ambiente necessário para apoiá-los, para que se disponham a realizar ações que causem impactos positivos no Espírito Santo, no Brasil e no mundo”, falou Ana Paula.

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entrevista por Taís Hirschmann

Marcos Guerra “O Brasil precisa de um plano nacional de recuperação da indústria”

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nteriorização e democratização talvez sejam as palavras que melhor definam a marca da atual gestão da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), sob a responsabilidade do empresário colatinense Marcos Guerra. Industrial do ramo de confecções, ele completa dois anos na presidência da entidade que é a representação máxima da indústria capixaba, justamente quando esta celebra 55 anos de atuação em defesa do setor econômico. Guerra assumiu a direção da Findes num momento de instabilidade econômica mundial e vem conduzindo a rota desta que é uma das principais instituições da economia capixaba em momentos de turbulência. Nesta entrevista, ele faz um balanço desse trabalho e de sua trajetória por entre os variados desafios do caminho. Planos e metas alcançados e as perspectivas que vislumbra para a Federação das Indústrias do Estado também são revelados nesta conversa com a Revista da Indústria. Confira a seguir.

Como o senhor avalia o atual momento da indústria capixaba, comparando-o com o cenário de quando assumiu a presidência da entidade? Em 2010, o Espírito Santo teve um crescimento de 22,3% no desempenho da indústria, o maior do país. Já em 2011, ano em que assumi a Findes, o crescimento foi menor, porém positivo: a indústria cresceu 6,8%, a segunda maior alta do Brasil. Depois, experimentamos quedas, de -6,3% em 2012, e este ano, um decréscimo ainda mais significativo, de -18,5%. E a queda maior é exatamente na indústria de transformação, que é a que mais emprega no Espírito Santo. Apesar disso, continuamos otimistas. Sabemos que a economia capixaba depende muito do mercado internacional, dos resultados de grandes empresas. Mas antevejo um cenário melhor para o segundo semestre, pois o Estado está recebendo diversos investimentos importantes. Também acredito na formatação que fizemos dentro da Findes, inclusive com foco para o interior, para ajudar a reverter esse quadro.

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“O Governo tem sido parceiro da indústria, tem contribuído bastante, recebido e ouvido o setor. Ele está sensível às nossas dificuldades e sabe que um Estado que não tem uma indústria forte não tem uma identidade” Os planos e metas que o senhor tinha ao ser eleito presidente eram diferentes dos atuais? O que mudou e por quê? Preparamos um plano com 70 ações, que se transformaram em 71. Os carros-chefes da Findes são a educação profissional, o fortalecimento do associativismo, interiorização do desenvolvimento, parcerias com empresas privadas e com os governos estadual e municipais, até porque entendemos que para fazer um bom trabalho, principalmente na educação profissional, em diversos municípios, investindo menos recursos, com maior produtividade, só mesmo por meio de parcerias. As Agências de Treinamento Municipais (ATM) também são um projeto importante da nossa gestão, bem como as Unidades Móveis e Escolas Móveis. Temos metas importantes, como a construção do Centro Integrado de Anchieta, a Escola do Senai em Cachoeiro, o Instituto Senai de Tecnologia, investimentos na ampliação do Sesi/Senai em Linhares e Colatina, o Centro Vocacional da Indústria de Vestuário em Colatina, o Centromoda em Vila Velha e a Escola do Plástico na Serra, entre outras. Em nossa gestão, vamos contemplar praticamente todo o Estado com os recursos e ações do Sistema Findes. É uma verdadeira interiorização do Sistema. Nosso plano de investimento é de R$ 104 milhões até 2015. Desse total, R$ 83 milhões serão voltados para a educação.

preocupados em criar muitos sindicatos, mas sim em termos entidades fortes, que realmente representem o setor e cujas empresas associadas estejam presentes em todo o Estado. Nós fazemos e estimulamos diversos eventos, encontros e reuniões para divulgar as ações e serviços do Sistema Indústria e detalhar a importância de as empresas se filiarem aos seus sindicatos. Como o senhor avalia a colaboração dos sindicatos patronais para a conquista dos avanços contabilizados pela indústria capixaba? Essa colaboração é muito importante, pois o sindicato é o porta-voz do setor, e as empresas têm participado dos sindicatos. Na Findes, por exemplo, temos 31 sindicatos filiados e considero a filiação muito importante, tanto que estamos filiando mais quatro sindicatos – do vidro,de laticínios,de reciclagem e da pesca – e trouxemos recentemente para dentro da Findes o Sinconsul, sindicato de confecções do sul do Estado.Temos também outros trabalhos sendo realizados para trazermos outros setores para dentro da Findes, segmentos muitas vezes importantes para o Espírito Santo, mas que não têm uma representatividade adequada. Nossa meta é fortalecer todas as áreas.

Uma das marcas de sua gestão tem sido o fortalecimento do associativismo. Por que isso é importante? E como tem sido trabalhado? A entidade empresarial é uma ferramenta valiosa para o seu setor. Quando se tem uma entidade forte, um sindicato forte, o setor passa a ser mais bem representado em todas as esferas do poder constituído, inclusive na própria Findes. Quando se trabalha o associativismo, trazendo o industrial para dentro da sua própria entidade, automaticamente ele traz demandas que a Findes trata e também encaminha para entidades maiores, em nível de confederação. Então, a partir do momento em que se fortalece o associativismo, acredito que conseguimos atender melhor às demandas de cada setor. O mais importante é trazer o industrial para dentro da entidade. Um sindicato só é forte quando tem representatividade junto a diversas instituições, seja no Legislativo, no Executivo ou no Judiciário. Na Findes, nós desenvolvemos um trabalho primoroso de fortalecimento do associativismo. Não estamos Julho 2013 ▪ 307

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“Nosso desafio estratégico é garantir a sustentabilidade do crescimento do Estado e a capacidade de transformação estrutural, para que possamos contar com uma indústria inovadora e competitiva, contribuindo, dessa forma, com o desenvolvimento do Espírito Santo” O senhor também defende a importância do fortalecimento das micro e pequenas empresas (MPEs), que concentram a maior parte dos empregos. Quais ações da Findes destacaria nesta área nos últimos dois anos? Várias ações podem ser destacadas, como, por exemplo, a adoção do Supersimples, que foi resultado de uma ação direta da Findes. Desde que o Governo do Estado aderiu ao Supersimples, deu mais confiabilidade, competitividade e oportunidades para as micro e pequenas empresas crescerem. Nosso trabalho está muito focado na micro e pequena empresa porque entendemos que ela carece de mais atenção. A partir do momento em que se trabalha estas micro e pequenas em todos os aspectos, especialmente na formação e qualificação de mão de obra, estamos preparando uma base confiável para as médias e grandes empresas tomadoras de serviços e compradoras de produtos, pois as MPEs são as grandes fornecedoras de mão de obra para o Estado.

Dessa forma, também contribuímos com a melhoria em outras áreas, como saúde, educação e segurança, terminando por contribuir diretamente com o bem-estar social do Espírito Santo. Ao longo de sua história de 55 anos, a Findes tem participado de vários momentos relevantes da economia capixaba e influenciado decisivamente na formulação de políticas para o setor. Quais as conquistas mais recentes na defesa dos interesses industriais? A Findes tem trabalhado muito não só em nível de Estado, mas no Congresso Nacional, buscando agilidade nos processos de interesse da indústria, como a desoneração da folha de pagamento. Já em nível estadual, avançamos muito nos Contratos de Competitividade. Tivemos todos os nossos contratos renovados no final de 2012. Avançamos também quando conseguimos o diferimento de ICMS na compra de equipamentos industriais, o que significou uma redução da ordem de 10% nos investimentos para setores que até então não haviam sido contemplados. Contribuímos ainda para a construção do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Espírito Santo, o Proedes – desenvolvido pelo governo estadual em conjunto com a sociedade e que tem o objetivo de mostrar alternativas de desenvolvimento em níveis tecnológicos para o Estado do Espírito Santo –, bem como com vários municípios que estão em franco desenvolvimento, no encaminhamento de empresas para essas cidades. Temos feito um trabalho importante e, ao longo dos 55 anos, a Findes sempre foi uma representante legítima da indústria. Durante essas mais de cinco décadas, desenvolvemos projetos importantes, como o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores - Prodfor, o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores - PDF, a integração do Sesi com o Senai e o IEL. Com isso, tivemos redução de custos e maior produção, e quem ganha é a indústria capixaba.Também realizamos investimentos significativos nos principais polos do Estado – Linhares, Cachoeiro de Itapemirim, Aracruz, São Mateus, Nova Venécia, Anchieta, Colatina e Venda Nova do Imigrante. Criamos oito diretorias regionais como extensão do Sistema Findes, onde são discutidas as principais demandas de cada região. Hoje, a maior conquista de todos esses anos é a democracia dentro do Sistema Findes. Temos um canal aberto para o industrial, que traz suas demandas e nós retribuímos com serviços.

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e outras. Sem contar o alto-forno da ArcelorMittal, a oitava usina da Vale, a quarta usina da Samarco, e isso tudo vai estar em funcionamento daqui a pouco. Temos a cadeia de petróleo e gás também. Então, precisamos olhar o Estado daqui para a frente como um Estado que vai crescer acima da média nacional com todos os projetos que já estão em desenvolvimento. Estamos entre os estados que apresentaram as quedas mais acentuadas na produção (especialmente na indústria da transformação: -18,3%), mas vemos com otimismo o segundo semestre. O que mais o Governo do Estado deveria fazer, a curto e médio prazo, em prol do desenvolvimento da indústria capixaba? O Governo tem sido parceiro da indústria, tem contribuído bastante, recebido e ouvido o setor. Ele está sensível às nossas dificuldades e sabe que um Estado que não tem uma indústria forte não tem uma identidade. A indústria é quem leva o nome do Estado para outros estados, e esses levam para o mundo. Mas acredito que ainda podemos avançar em muitos projetos já encaminhados. Construímos uma agenda positiva com propostas da indústria para o Governo. Acreditamos que, com isso, o Estado realmente cria uma situação mais sustentável de geração de emprego e renda. É muito importante a integração do Governo com o setor produtivo. Isso é fundamental para termos um Estado maior e melhor. Estamos trabalhando intensamente na diversificação da indústria e o Governo está sendo parceiro nisso. Assim, nossa indústria ficará menos dependente das commodities. Este é o caminho para o Espírito Santo se consolidar num modelo de desenvolvimento sustentável. Falando um pouco da conjuntura, a produção industrial segue em queda e a indústria de transformação é a mais afetada. Quais as causas dessa situação? É possível reverter esse quadro? De que forma? O principal problema é o mercado internacional e nossa dependência da produção física das grandes empresas, mas acredito na inversão desse quadro. O Estado está com grandes projetos em sua pauta de investimentos, como portos, rodovias e a já consolidada duplicação da BR 101 e da BR 262. O Governo está investindo em torno de R$ 2 bilhões. Temos indústrias novas que já estão sendo inauguradas, como a Itatiaia, a Marcopolo, a Bertolini

Se não houver uma reversão, em quanto tempo poderemos ter demissões na indústria capixaba? Vai haver a reversão. O Espírito Santo está com emprego pleno. Inclusive, é o Estado com o maior aumento do custo do trabalho. Isso quer dizer que a indústria não desempregou porque está acreditando que o mercado vai reagir. Quando olhamos uma indústria de alimentos apresentando uma queda de 23%, precisamos acreditar em reação. E precisamos lembrar que o Estado trabalhou muito de forma defensiva nesses últimos dois anos, quando enfrentou perdas de receitas importantes, como royalties do petróleo e Fundap, por exemplo. A tendência é de melhorar daqui para a frente. Qual sua avaliação sobre a eficácia das iniciativas que o Governo Federal tem tomado para tentar impulsionar a indústria nacional? Tais medidas têm sido suficientes? Não são suficientes. O Governo Federal tem feito muito pouco em prol da indústria.Não é só uma simples desoneração de folha de pagamento que vai resolver o problema. Estão faltando investimentos em infraestrutura, principalmente em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos. Esses pontos são importantes para o desenvolvimento do Brasil e sua falta realmente compromete a indústria nacional. O Governo precisa usar mais as parcerias público-privadas (PPPs) para os investimentos andarem mais rápido. Precisamos avançar em reformas, como a tributária e a trabalhista e, também a reforma política do país. O Governo tem trabalhado muito como bombeiro nos últimos anos, e atendido principalmente os setores que fazem maior lobby. Então, acredito que o Brasil precisa de um plano nacional de recuperação da indústria. Na década de 80, a indústria de transformação representava 24,9% do Produto Interno Bruto (PIB), praticamente um quarto da riqueza nacional. Em 2012, fechamos o ano com 14,4% de participação no PIB nacional. Lamento profundamente que um país com 200 milhões de habitantes fale em desindustrialização. Julho 2013 ▪ 307

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Uma das palavras-chave em seus pronunciamentos tem sido a inovação, apontada como caminho para que o Estado tenha uma indústria mais competitiva. Quais são as ações da Findes nesse sentido e quais os resultados já conquistados? Temos interiorizado nossas ações, trazido empresários para dentro da Findes para discutir as demandas do setor, especialmente na área de inovação. O reaparelhamento do Sesi, Senai e IEL também tem sido importante nesta área, bem como os investimentos em formação de profissionais, de cidadãos. Também incentivamos a elaboração de projetos para a captação de recursos. Temos o Programa de Inovação na Indústria Capixaba – Inova Findes –, que é uma iniciativa de articulação e mobilização entre as instituições que compõem o Sistema Findes, as que fazem parte do Sistema Estadual de Ciência e Tecnologia e o setor produtivo, com o objetivo de estimular a cooperação e o estabelecimento de parcerias estratégicas para o desenvolvimento de projetos de inovação em favor do fortalecimento do sistema estadual de ciência, tecnologia e inovação e da competitividade da indústria capixaba. Já temos visto alguns resultados positivos, mas acreditamos que ainda temos muitos bons frutos a colher, porém precisamos avançar muito. Quais são os maiores desafios, hoje, que a indústria capixaba precisa encarar e vencer? Continuar investindo e acreditar. Mas temos que internacionalizar mais a nossa indústria. Temos boas empresas com capacidade de atuar mais no mercado internacional e precisamos incentivar essa participação.

Sabemos que as soluções para muitas das necessidades da indústria local dependem do Governo Federal, mas sabemos também que nem tudo pode ser computado ao poder público. A seu ver, os industriais capixabas têm feito tudo o que está a seu alcance para consolidar uma indústria mais forte e mais moderna para o Espírito Santo? Se não, o que falta? A indústria capixaba é muito sadia e participativa. Os industriais têm investido muito em inovação e alta tecnologia. Mas o Governo Federal precisa fazer a sua parte. Hoje, o Estado é o que menos recebe investimentos nacionais, pois mandamos para o Governo Federal mais de R$ 10 bilhões em impostos por ano e retornam menos de 40% para nosso Estado. Mas podemos afirmar que os industriais estão fazendo a parte deles e acredito que continuarão assim, investindo.

A Findes completa 55 anos em 2013. O que representa este aniversário para a própria Findes, para a sociedade e para a economia capixabas? É uma conquista muito grande a consolidação do Sistema Findes, a profissionalização e a integração do sistema, que tem um trabalho muito forte em prol da indústria capixaba, por vários fatores na busca da competitividade. A Findes completa 55 anos e se consolida como legítimo representante da indústria e maior instituição empresarial do Espírito Santo. Cada uma de suas entidades está relacionada a um setor de interesse estratégico do industrial, oferecendo serviços diferenciados em diversas áreas de negócios. Atuamos na criação de melhores condições para a operação das empresas e para a atração de investimentos. Nossa missão é defender os interesses da indústria capixaba. Nosso desafio estratégico é garantir a sustentabilidade do crescimento do Estado e a capacidade de transformação estrutural, para que possamos contar com uma indústria inovadora e competitiva, contribuindo, dessa forma, com o desenvolvimento do Espírito Santo.

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Vencedores do 2º Prêmio IAB 2013

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Adwalter Menegatti (Cachaça Santa Terezinha, ao centro) ladeado por Givaldo Vieira, Renato Casagrande, Manoel Pimenta e Gibson Reggiani

s mais inovadores produtos alimentícios e embalagens do Espírito Santo foram apontados na noite de 19 de junho, com a divulgação dos vencedores do 2º Prêmio Capixaba de Inovação em Alimentos e Bebidas (Prêmio IAB). Foram concedidas premiações nas categorias “Design de Embalagem” e “Inovação em Produto”, ambas subdivididas entre “Micro/Pequena Empresa” e “Média Empresa”, em evento realizado no Salão da Indústria. O Prêmio IAB é uma iniciativa da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), por meio da Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas e do Sebrae/ES. Para o presidente da Findes, Marcos Guerra, a inovação significa um novo fôlego para a indústria. “A inovação é o caminho para a recuperação de toda e qualquer empresa,pois a torna mais competitiva. Desta forma, ela cresce, gera mais empregos e, consequentemente, mais arrecadação”, falou. Todos os vencedores receberam certificados. A entrega dos troféus e dos prêmios foi realizada pelo governador Renato Casagrande, durante a Super Acaps Panshow 2013, considerada a maior feira do setor supermercadista e de alimentos e bebidas do Estado, que aconteceu entre os dias 9 e 11 de julho, no Centro Carapina de Eventos.

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CONFIRA OS GANHADORES MICRO/ PEQUENA EMPRESA Categoria Design de Embalagem 1º lugar: Cachaça Santa Terezinha 2º lugar: D’Itália Massas 3º lugar: Ajellso Sorvetes Categoria Inovação em Produto 1º lugar: Big Temper 2º lugar: Bombiscoito 3º lugar: Agrofruta MÉDIA EMPRESA Categoria Design de Embalagem 1º lugar: Catuaba Indústria de Bebidas 2º lugar: Café Meridiano 3º lugar: Água Pedra Azul Categoria Inovação em Produto 1º lugar: Pães Lekker 2º lugar: Cofril 3º lugar: Ledut Casa de Pães

SETOR DE MÓVEIS TERÁ CURSO TÉCNICO

ETANOL NO ESTADO É O 4º MAIS CARO DO PAÍS

Capacitar a mão de obra industrial no Espírito Santo. Com esse objetivo, o setor moveleiro está se movimentando para viabilizar as primeiras turmas do seu Curso Técnico em Móveis. O projeto beneficia o conjunto das três representações sindicais moveleiras no Espírito Santo, Sindmadeira (região Centro-Sul), Sindmóveis (região Colatina e Noroeste) e Sindimol (região Linhares e Norte), que defendem os interesses da produção sob medida, seriada, planejados, esquadrias e serrarias no Espírito Santo. As aulas da primeira turma, com 25 alunos, se iniciam no dia 29 de julho, no Centro Educacional do Sesi/Senai em Araçás, Vila Velha. O Curso Técnico em Móveis é ministrado em módulos, que favorecem o aproveitamento posterior do interesse ou habilidade de um funcionário em aperfeiçoar-se em qualificação entre empresas ou pela modalidade “in company”.

A despeito das medidas tomadas pelo Governo Federal, como reduzir a alíquota do PIS/Cofins para o etanol, o Espírito Santo continua tendo um dos combustíveis mais caros do país. Segundo dados semanais da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), colhidos entre os dias 16 e 22 de junho, o preço médio do combustível no Estado é de R$ 2,53, o 4º mais alto do país, atrás apenas do Pará, Roraima e Acre. Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias Químicas do Espírito Santo (Sindiquímicos), Elias Cucco Dias, a carga tributária no Espírito Santo é um dos principais motivos dos altos preços do produto.“No Estado,o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o etanol é de 27%, ante uma contribuição de 2% no Rio de Janeiro, 7,5% na Bahia e 9,5% em Minas Gerais. Já estamos nos articulando com o governo estadual para que também haja a redução do ICMS, fundamental para que o consumidor sinta a diferença no preço final”, destacou.

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ESTADO REGISTRA CRESCIMENTO DO MERCADO CALÇADISTA Ações desenvolvidas pelo Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo (Sindicalçados), como a Escola de Corte e Costura de Cachoeiro de Itapemirim e a participação em todas as feiras regionais e nacionais do setor de calçados, começam a dar frutos. Em 2012, o Sindicalçados fechou o ano com expansão de 9% no número de empresas filiadas, chegando a 159 indústrias. “Os resultados foram obtidos com o esforço de toda a diretoria e o suporte do Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS) da Findes, tornando-se mais positivos pelo fato de não ter havido nenhum desligamento”, frisou o presidente do sindicato, Altamir Martins.

FINDES PRESTIGIA POSSE DO NOVO PRESIDENTE DO BANESTES Aconteceu no dia 28 de maio, no Palácio Anchieta, em Vitória, a solenidade de posse do novo presidente do Banestes, Guilherme Dias. Representando o presidente Marcos Guerra, o vice-presidente do Sistema Findes, Constantino Dadalto, esteve presente no evento, que recebeu 120 convidados. Na ocasião, o governador Renato Casagrande deu as boas-vindas a Dias, destacando que a tarefa do novo dirigente será fazer uma boa gestão, para tornar o banco ainda mais competivo no mercado. Já no dia 11 de junho, Marcos Guerra recebeu Guilherme Dias. Foi a primeira visita desde que o economista assumiu a presidência do banco. Além de parcerias institucionais, a pauta tratou de linhas de créditos especiais para a modernização do parque industrial do Estado. O Banestes pretende continuar a expandir seletivamente sua carteira de crédito a pequenas e médias indústrias, focando nas oportunidades de grandes rendimentos.

IEL REALIZA PÓS-GRADUAÇÃO INÉDITA NO ESTADO O IEL lançou a pós-graduação inédita “Gestão de Obras da Indústria da Construção”. O curso, em parceria com o Sinduscon e o CRA, oferecerá conhecimentos e habilidades necessárias à execução e ao gerenciamento das obras, preparando profissionais para a gestão dos canteiros. A pós-graduação é voltada para bacharéis em qualquer área de conhecimento. Os participantes poderão desenvolver as competências necessárias para o planejamento do empreendimento, acompanhamento de sua execução, medição e análise de resultados, visando à melhoria dos processos. Entre as disciplinas ministradas estão Arquitetura e Urbanismo, Planejamento e Controle das Construções e Formação de Preços na Construção. O curso tem duração de 12 meses, carga horária de 440h, com aulas às segundas, terças e quartasfeiras, no período noturno e, excepcionalmente, às quintas-feiras. As atividades serão realizadas no Centro de Pós-Graduação da Faesa. As informações estão disponíveis no site www.iel-es.org.br ou pelo telefone (27) 3334-5747.

SINCAFÉ QUER CRIAR CAFETEIRA CAPIXABA Em breve, os apreciadores de café no Estado poderão produzi-lo numa cafeteira capixaba. É isso o que almeja a comitiva do Sindicato da Indústria de Café do Espírito Santo (Sincafé), que realizou uma missão técnica composta por seis empresários para Parma, na Itália, entre os dias 17 e 23 de maio. Na ocasião, eles conferiram as instalações da empresa Opem, especializada em equipamentos para o setor, e conheceram uma máquina de café em cápsulas. Sérgio Brambilla, presidente do sindicato, afirmou que o interesse é criar a cafeteira capixaba por meio de um consórcio entre os empresários. “Após a aquisição da máquina, a intenção é criar uma marca capixaba de cápsulas de café e, futuramente, desenvolver também um protótipo de uma cafeteira”, destacou. O café em cápsulas está revolucionando o mercado de cafeterias, possibilitando ao consumidor escolher a dose exata e até mesmo o sabor do café. Julho 2013 ▪ 307

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ARTIGO

Menos café

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expectativa de colhermos uma safra recorde de café superando à anterior, no momento de auge da colheita, apresenta, segundo relato dos agricultores, uma dura realidade: a quebra acentuada de produção. O clima não confirmou as estimativas originais, tendo havido excesso de chuvas por ocasião da florada do café, em agosto, e falta na época de sua granação, em fevereiro. Os depoimentos apontam quebra de produção da ordem de 30%. O déficit hídrico no momento crucial da formação dos grãos resultou em grãos mais leves e queimados, que comprometem o resultado da colheita, demandando a repactuação das dívidas dos produtores. Estranhamos observar que a expectativa da colheita menor deveria provocar uma tendência de alta, o que não se verifica. Como a quase totalidade dos cafeicultores constitui-se de mini e pequenos (quase 90%), apelamos para que os bancos tenham a necessária sensibilidade na contemplação dos compromissos desses produtores. Atenção especial os produtores devem ter para atender à exigência de realização do seguro agrícola, porque têm

o direito de optar pela modalidade do Proagro, que é de 3% ao ano, e que pode ser reduzido para 1% ao ano, se o cafeicultor faz irrigação. O recolhimento de ICMS do café cru em grãos ou em coco, antes de se proceder à sua expedição e sem considerar quaisquer créditos para a sua quitação, deverá evitar a sonegação fiscal; quanto à entrada desse mesmo tipo de café oriundo dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, deverá ser respaldada por nota fiscal eletrônica e outros documentos, como preceitua o Decreto nº 3314-R, assinado pelo governador Renato Casagrande, em vigor desde 24/05/2013, com o mesmo objetivo de impedir a sonegação. O Decreto nº 3314-R é um estimulo e resgate da prática da sadia concorrência e assegura a manutenção das empresas idôneas e de centenas de postos de trabalho, que já amargavam sucessivas perdas. A mobilização dos produtores, dos sindicatos rurais, das cooperativas, do Centro do Comércio do Café de Vitória e dos técnicos da Secretaria da Fazenda permitiu a criação de um instrumento que previne e resguarda os interesses do Estado e de toda sociedade, que poderá ser aperfeiçoado sempre. Acreditamos que a precaução de recolhimento antecipado de impostos à remessa de café para os estados do Rio de janeiro e de Minas Gerais precisa urgentemente ser ampliada para os demais estados, como São Paulo, por exemplo, que é destino forte de grande parte de nossa produção. Estratégias eficazes e eficientes devem ser implementadas para se controlar a evasão de receita em outros segmentos; a análise comparativa de arrecadação entre empresas de porte assemelhado pode indicar a necessidade urgente desse trabalho, que será determinante para se alcançar a soberania financeira de nosso Estado, pela garantia crescente da ética, da seriedade, da valorização das empresas idôneas e da justiça social. Júlio da Silva Rocha Júnior é presidente da Faes (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do ES)

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EMPRESAS BRASILEIRAS INVESTEM EM TI As empresas brasileiras investiram 7,2% de suas receitas em tecnologia da informação no último ano, aponta levantamento da Fundação Getulio Vargas. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Espírito Santo (Sindinfo), Benízio Lázaro, atividades do ramo de serviço, datacenter e segurança da informação foram as que mais cresceram com os investimentos feitos no setor de TI no Estado. “Entre esses se destacam as empresas de datacenter, que têm conseguido um crescimento significativo nos últimos anos, além dos serviços terceirizados, por serem contratos renováveis”, falou. Entretanto, nem todos os segmentos de TI tiveram o mesmo êxito. “O mercado se encontra retraído e isso afeta as empresas, porque FINDES RECEBE A PREFEITA DE o setor é sensível ao comportamento da economia como um todo. PRESIDENTE KENNEDY Se as empresas de outros setores crescem, investem mais em TI, O presidente da Findes, Marcos Guerra, recebeu no dia mas se estão em dificuldade o investimento também é menor e 11 de junho, na sede da entidade, em Vitória, a visita da o segmento tem queda”, explicou o presidente. prefeita de Presidente Kennedy, Amanda Quinta. O encontro teve o objetivo de iniciar negociações para a instalação de uma Agência de Treinamento Municipal (ATM), além de parcerias para fortalecer o desenvolvimento econômico da região, por meio de qualificação de mão de obra.

CIN PROMOVE CURSOS PARA PÚBLICO EXTERNO

6ª CORRIDA DO TRABALHADOR CELEBRA O ESPORTE EM VITÓRIA A 6ª edição da Corrida do Trabalhador comemorou o esporte e a qualidade de vida no dia 30 de junho, em Vitória. Cerca de dois mil competidores, entre atletas profissionais, trabalhadores da indústria, funcionários da Findes e público em geral, participaram da competição. A prova teve largada em frente ao Edifício Findes, na Reta da Penha, e chegada próxima ao final da Praia de Camburi. O dia marcou ainda o aniversário dos 62 anos do Sesi-ES, entidade promotora do evento. O vencedor na categoria “Masculino Geral” foi o atleta Gilmar Silvestre Lopes, da equipe Pé de Vento Caixa, com o tempo de 27min12seg nos 10 km de percurso da prova. Na categoria “Feminino Geral”, a ganhadora foi a atleta Kleidiane Barbosa Jardim, da equipe Gran Cursos Caixa, com o tempo de 33min13seg. Ambos receberam prêmios de R$ 2,5 mil. No segmento “Atleta Amador”, ocorreram disputas nas seguintes categorias: “Masculino” e “Feminino” (subdivididos por faixa etária), “Portador de Necessidade Especial”, “Trabalhador da Indústria Masculino”, “Trabalhador da Indústria Feminino”, “Findes Masculino” e “Findes Feminino”.

O Centro Internacional de Negócios da Findes (CIN) realizou, no dia 21 de junho, o Seminário Normas de Origem para a apresentação do Sistema de Certificação de Origem Digital Brasil (COD). O curso foi ministrado pelo coordenador de Certificação de Origem da CNI, Ronnie Sá Pimentel. O evento foi voltado para empresários, profissionais e estudantes da área. O CIN-ES também promoveu o Curso de Regimes Aduaneiros Especiais, em sequência à série de capacitações em Comércio Exterior voltadas para as indústrias capixabas. O curso foi ministrado pelo professor universitário de Comércio Exterior e Logística, e também despachante aduaneiro em Vitória, Carlos Araújo.

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Especial por Nádia Baptista

Passado Presente e Futuro

A fundação da Findes, há cinco décadas e meia, foi responsável não só por fortalecer a indústria capixaba, mas também por mudar os rumos da economia do Espírito Santo 26 Indústria Capixaba – Findes

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A

colonização do Espírito Santo já soma quase cinco séculos, mas foi somente nas últimas cinco décadas que o Estado passou por uma grande transformação em termos econômicos, deixando para trás um perfil totalmente agrícola e construindo uma economia variada, onde a indústria e os serviços passaram a ser alternativas de geração de emprego e renda. Embora nesse período o agronegócio não tenha sido deixado totalmente de lado pelos capixabas – tanto assim que o Estado ainda se destaca na produção de várias culturas –, o Espírito Santo foi aos poucos descobrindo outras potencialidades, principalmente no setor industrial. Contribuiu para essa descoberta a fundação, 55 anos atrás, da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), entidade que desde então tem trabalhado não só pelo fortalecimento da indústria em território capixaba, mas também por melhores condições para o desenvolvimento do Estado como um todo. A trajetória dos 55 anos da Federação das Indústrias pode ser comparada, muitas vezes, com o próprio percurso do desenvolvimento da economia capixaba,já que,até a metade do século XX,o Espírito Santo tinha uma economia muito pouco significativa em relação à média nacional e vivia, basicamente, da monocultura do café. Na década de 1950, o grau de industrialização

“A Findes está se preparando para dar suporte tecnológico, de representação, e também na formação de profissionais para a indústria capixaba na próxima década” Luis Carlos de Souza Vieira, diretor-executivo do Sistema Findes

da economia capixaba era extremamente baixo, registrando-se o predomínio amplo de pequenos empreendimentos transformadores de matérias-primas provenientes do setor primário (beneficiamento de cereais, madeira, mobiliários, bebidas, minerais não metálicos). Enquanto em 1950 a agricultura representava 50,3% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba, a indústria era responsável por uma pequena parcela do que era produzido no Estado: apenas 7,1%. Ao final da década de 50, época da criação da Findes, iniciava-se no Espírito Santo a crise cafeeira, que se intensificaria na década seguinte. Houve um descompasso entre a política desenvolvida pelo presidente Juscelino Kubitscheck (1956-1960), voltada para a industrialização, e a economia capixaba, fortemente assentada na agricultura. Todavia, a crise cafeeira e o otimismo gerado no país nos anos JK criaram um ambiente propício para uma conjunção de forças políticas que, identificadas com o setor industrial, propunham inserir o Espírito Santo na economia nacional, pela industrialização e pela exportação, com o seu importante complexo portuário, o que veio realmente a ocorrer com a implantação dos grandes projetos industriais, na década de 70. Desde a fundação da Findes, que interferiu diretamente no crescimento e no desenvolvimento industrial local, o Espírito Santo transformou-se de um Estado agrícola e dependente da cultura do café em uma das maiores potências industriais do país. Pequenas e grandes indústrias capixabas têm sido beneficiadas pelas ações da Findes desde a sua criação. Uma delas é a Buaiz Alimentos. O atual presidente do Grupo Buaiz, Américo Buaiz Filho, destaca a relevância da Federação para o fortalecimento das indústrias capixabas. “Quando a Buaiz Alimentos foi fundada, num processo embrionário de industrialização do Espírito Santo, já se percebia a necessidade de termos uma entidade de classe que representasse os empresários, pois as dificuldades macroeconômicas eram muitas. Desde então, a Federação das Indústrias tem cumprido um papel importante para estruturar a representatividade da indústria capixaba, atuando de Julho 2013 ▪ 307

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Diretores do Sistema Findes em entrega de equipamento odontológico na Colônia de Pescadores de Vila Velha

maneira muito importante em favor das propostas da classe em relação ao Governo e na defesa dos interesses que são comuns a todos os industriais”, afirma. A Chocolates Garoto, outra das mais tradicionais indústrias capixabas, também reconhece o protagonismo da Federação no crescimento do setor nesses 55 anos de história. “Com a experiência de quem atua no Espírito Santo há mais de cinco décadas – já são 84 anos desde a sua fundação –, a Chocolates Garoto reconhece e valoriza os constantes e importantes esforços empreendidos pela Findes, cuja atuação tem sido fundamental para alavancar o setor industrial no Estado e para a promoção do desenvolvimento sustentável da economia capixaba”, reitera o gerente-executivo de Recursos Humanos e Comunicação Corporativa da Garoto, Fábio Letieri. “A Findes é uma entidade que fez a sua história no Espírito Santo, pela relação que tem com a atividade industrial, com os empresários, com a Confederação Nacional da Indústria. Isso permite que a Findes traga para o Estado debates de nosso interesse, mas com a visão nacional e internacional.

MARCOS GUERRA

Permite que ela faça a análise de conjuntura econômica para orientar os empresários, e que ela, com o respeito que tem, vá aos órgãos públicos, instituições, aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e à sociedade, defender os seus interesses de forma legítima. São 55 anos de serviços prestados a um setor econômico importante, tornando a indústria capixaba mais protegida e forte. A sua história dá à Findes a legitimidade e a credibilidade para seguir com o trabalho de destaque”, avalia o governador do Estado do Espírito Santo, Renato Casagrande.

Indústria capixaba: muita história para contar A história da Findes teve início no dia 12 de fevereiro de 1958, quando representantes de cinco sindicatos reuniram-se na sede da Federação do Comércio do Estado do Espírito Santo, em Vitória. Aquele era o número mínimo necessário para constituir a Federação das Indústrias,que em pouco tempo se consolidaria – alcançando, hoje, a marca de 31 sindicatos, que representam mais de 12 mil indústrias capixabas, com participação maior que 36% no PIB do Estado. (Presidente 2011-2014) Conforme depoimento do idealizador da Federação e também seu primeiro presi“A Findes completa 55 anos e dente, Américo Buaiz, dado se consolida como legítimo à revista Indústria Capixaba representante da indústria e em 1988, “a Federação das maior instituição empresarial Indústrias nasceu de uma do Espírito Santo. Cada vontade enorme que as pessoas uma de suas entidades está tinham de ver este Estado relacionada a um setor de industrializado. Formamos a interesse estratégico do Federação forte pelas ideias industrial, oferecendo serviços e fraca pela representatividiferenciados em diversas áreas dade. [...] Hoje, tem um peso de negócios” muito grande, porque tem indústria para representar.

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Quando foi fundada, não tinha nem indústrias propriamente ditas, pois foi fundada mais como uma atitude desbravadora”, explicou Buaiz. Na época da fundação, embora a Federação fosse formada por poucas pessoas, não faltava disposição para mudar os rumos da indústria capixaba. “Eram pessoas muito motivadas para elevar o grau de cultura, de capacidade econômica, de representatividade na Federação brasileira, muitas voltadas para dar ao Espírito Santo um lugar de destaque”, definiu Américo, em 1988. Os sindicatos pioneiros na fundação da Findes foram o da Indústria da Mecânica do Estado do Espírito Santo, representado por seu presidente, Américo Buaiz; o da Indústria de Torrefação e Moagem de Café de Vitória, cujo representante era Jerônimo Zanandréa Netto; o das Indústrias de Marcenaria, Serraria, Carpintarias e Tanoarias, representado por Carlos Moreira Lima; o da Indústria da Construção Civil, representado por José Meira Quadros; e o da Indústria de Panificação e Confeitaria de Gêneros Alimentícios e Biscoitos de Vitória, cujo representante foi Manoel Jair Gonçalves. Na época, os potenciais econômicos da capital capixaba estavam ligados ao café e à madeira. Porém, já começava a exportação de minério de ferro pelo Espírito Santo. Inicialmente,a Federação das Indústrias teve um forte elo com a Federação do Comércio, funcionando juntas, com objetivos definidos e espaços conjugados, atrelados ao perfil comercial e industrial de Américo Buaiz, cabeça das duas instituições. No primeiro ano de sua criação, a Diretoria da Findes buscou o reconhecimento oficial da entidade, o que ocorreu em 29 de julho de 1958, por carta sindical assinada pelo então ministro dos Negócios do Trabalho da Indústria e do Comércio, Fernando Nóbrega.

LUCAS IZOTON

“São 55 anos de serviços prestados a um setor econômico importante, tornando a indústria capixaba mais protegida e forte” Renato Casagrande, governador do Estado do Espírito Santo

Buaiz esteve à frente da Findes por dez anos (1958-1968), período em que trabalhou fundamentalmente para alicerçar a Federação e formar o seu perfil ideológico, estabelecendo relações políticas com o Estado e a sociedade.

Administração Jones Filho Américo Buaiz foi substituído na presidência da Findes por Jones Santos Neves Filho, cuja administração (1968-1977), de quase uma década, foi fundamental para a consolidação da Federação, numa época decisiva para o crescimento e desenvolvimento econômico e industrial do Espírito Santo, apesar da crise mundial do petróleo, deflagrada em 1973. Quando Jones Filho assumiu a presidência da Findes, em 1968, havia poucas e pequenas indústrias no Estado. Por isso, seu programa de metas explicitava a necessidade de apoiar integralmente as médias e pequenas empresas, ( Ex-presidente 2004-2011) que eram a maioria dos filiados. Outra meta era a de participar ativamente da “A trajetória percorrida na gestão discussão e da implantação enquanto presidente da Federação dos projetos industriais fededas Indústrias foi repleta de rais que viriam parao Espírito responsabilidades e desafios, que Santo na década de 1970 foram divididos com pessoas e – Vale do Rio Doce, hoje organizações em um período muito apenas Vale, e Companhia especial de investimentos e de Siderúrgica de Tubarão, retomada do desenvolvimento no hoje ArcelorMittal Tubarão. Espírito Santo. E a indústria se fez Uma das primeiras medidas ainda mais presente no Estado” da nova administração, antenada com o progresso que se fazia sentir, foi a aquisição de Julho 2013 ▪ 307

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uma sede própria para a Federação, pois até então a Findes compartilhava a sede da Federação do Comércio, no Edifício Alexandre Buaiz. Assim, em 12 de outubro de 1969 foi inaugurada a nova sede, no 12º andardo Edifício Caparaó, no Centro de Vitória, dotada dedependências capazes de oferecer maior espaço e conforto para as reuniões, que contavam com um número crescente de industriais. O plano de metas de Jones Filho incentivava a atuação dos sindicatos filiados à Findes, daí o estímulo à sua criação. Também se acreditava na necessidade da instalação de um setor específico para assessorar o processo de fundação dos sindicatos empresariais e de lutar por suas causas. Foi, então, criado o Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), em 1969. Em depoimento dado à revista Indústria Capixaba, em 1988, Jones Santos Neves Filho destacou ainda outros aspectos importantes de sua administração, além da aquisição da sede própria da Federação: ampliação e dinamicidade do quadro de associados, passando de seis para 15 sindicatos; e aumento da contribuição sindical em função de duas variáveis, o salário mínimo e o capital da empresa.

construção da sede própria da Federação das Indústrias, já modesta para sua crescente atuação. Oswaldo destaca entre as realizações de sua administração a incorporação de 35 mil metros quadrados de obras físicas ao patrimônio do Sistema Findes. Desse total, 20 mil couberam ao Sesi; dois mil, à sede administrativa, o Edifício Findes, inaugurado no dia 12 de setembro de 1983, no último dia de seu segundo mandato; inauguração de dois Centros de Atividades do Sesi, totalizando 11; além de vários investimentos no Sesi, como a duplicação de unidades volantes, passando de cinco para 11. A partir da gestão de Marques e por influência de Jones Santos Neves Filho, ocorreu uma salutar mudança política no processo eleitoral da Findes: não podia haver mais de Os anos de Vieira Marques à frente da Federação dois mandatos para um mesmo presidente, o que provocou a No dia 13 de setembro de 1977, assumiu a presidência necessária renovação administrativa da Federação. “Foi uma época de florescimento para o setor industrial, da Findes Oswaldo Vieira Marques, que seria reeleito em 1980, permanecendo no cargo até o dia 13 de setembro principalmente com a implantação das grandes plantas industriais, que já se instalavam no Espírito Santo. Atentos a de 1983. Voltada para o desenvolvimento e o crescimento da essa realidade, ampliamos as atividades do Sesi e do Senai, com Findes, a gestão de Oswaldo Vieira Marques buscou o objetivo de melhorar a mão de obra específica para trabalhar a expansão da área física, sendo seu maior desafio a nesses novos projetos”, lembra Oswaldo. O ex-presidente acredita que sua gestão não teve uma marca específica, mas destaca (Ex-presidente 2000-2004) FERNANDO ANTÔNIO VAZ a construção do Edifício Findes. “Minha gestão não “Foi um privilégio dirigir os tem uma grande marca. destinos da Findes nos primeiros Cada um que chega faz anos do terceiro milênio, quando a uma parte, sobe um degrau. indústria capixaba se destacou no As necessidades do momento cenário brasileiro e surpreendeu eram aquelas e procuramos as expectativas mais pessimistas, os meios para solucioná-las, alcançando índices de desempenho apoiando e desenvolvendo a acima da média nacional, alavancados indústria capixaba. Mas foi pelas empresas exportadoras durante os anos em que instaladas em nosso Estado” ocupei a Presidência que foi construída a atual sede da Findes”, recorda Marques. 30 Indústria Capixaba – Findes

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À esquerda Gerson Camata, governador da época, e Oswaldo Vieira Marques, então presidente da Findes, em visita à obra do Edifício Findes (1983)

A trajetória de Helcio Rezende Dias Oswaldo Vieira Marques foi sucedido na presidência da Findes pelo empresário da área de panificação Helcio Rezende Dias, cujo mandato iniciou-se no dia 13 de setembro de 1983, sendo reconduzido, ao final, para um período de mais três anos, até o dia 12 de setembro de 1989. As primeiras providências da gestão Rezende Dias foram mobiliar o Edifício Findes e equipá-lo para seu funcionamento. Além disso, já no início de sua administração Helcio conseguiu aumentar em 50% os recursos iniciais do Fundo de Recuperação Econômica do Estado do Espírito Santo (Funres) para o Programa de Modernização e Capitalização da Pequena e Média Empresa. Durante a sua gestão, houve alteração nos estatutos da Federação, a fim de possibilitar a participação dos suplentes no Conselho, o que dobrou a representatividade dos sindicatos, permitindo-lhes maior atuação junto ao Sistema. Mas Rezende considera que um dos pontos mais fortes de sua administração foi a atuação do Cindes, com as reuniões mensais das diretorias conjuntas e as diversas palestras que foram feitas com autoridades e políticos de dentro e fora do Estado – em 72 meses de gestão, foram 38 palestrantes.

JOSÉ BRÁULIO BASSINI

Helcio Dias também foi um “tocador de obras”, pois, na sua administração, foram construídos centros integrados do Sesi em Colatina, Vila Velha e Cachoeiro de Itapemirim; centro médico-odontológico no CAT Oswaldo Marques; o Clube do Trabalhador em Cachoeiro, Linhares e Vila Velha, com ginásio de esportes, campo de futebol com arquibancadas cobertas e piscinas. Enquanto presidente da Findes, procurou incentivar os empresários a participar dos CATs, juntamente com seus empregados, obtendo grande adesão em Linhares e em Cachoeiro de Itapemirim, no CAT Camilo Cola. Também foram feitos importantes investimentos no Senai, sobretudo na criação do Centro Tecnológico, em parceria com o governo japonês. “Entrei na Federação, em 1983, num momento muito feliz para a industrialização capixaba, pois estavam sendo inauguradas grandes indústrias, como a Aracruz Celulose e a CST. Foi um período muito bom, em que o Espírito Santo começou a crescer muito. O papel da Federação, naquele momento, era apoiar as empresas já existentes e consolidar o que já tinha sido implantado. Foi nesse sentido que eu trabalhei na Findes”, recorda-se o ex-presidente.

Da panificação de Dias para a engenharia de Castro Substituto de Helcio Rezende Dias, o engenheiro mecânico Sergio Rogerio de Castro assumiu a presidência da Findes no dia 12 de setembro de 1989, ficando no cargo até o dia 29 de julho de 1992. O quinto presidente eleito da Federação foi o único a não ser reeleito para um segundo mandato, por decisão própria, visto que o país atravessava a grave crise política e econômica do governo (Ex-presidente 1992-2000) Collor de Melo (1990-1993) e, segundo ele, se tivesse optado por permanecer no “Da fundação da Findes até os dias cargo, poderia prejudicar atuais, a indústria capixaba, que sua empresa, a Fibrasa. Seus era muito pequena 55 anos atrás, três anos de administração, deslanchou. Apesar de muitos no entanto, foram essenciais desafios de natureza econômica e para definir objetivos, metas até mesmo política, enfrentados pelo e ações do Sistema Findes. setor, certos acontecimentos, como Sergio Rogerio lembra a chegada dos grandes projetos ao que, quando assumiu a Estado, foram de grande relevância Presidência da Findes, para o desenvolvimento industrial do “o momento da Federação Espírito Santo” era muito bom, com grandes obras concluídas e outras em Julho 2013 ▪ 307

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Foto oficial da diretoria da Findes para a gestão 2011-2014

Nos três anos em que esteve à frente da Federação, consolidou-se também o conceito de integração do Sistema Findes, a partir da elaboração do Planejamento Estratégico, conforme o modelo atual. Para Sergio Rogerio, a maior realização de seu período administrativo, que veio a se transformar em modelo nacional, foi a proposta e execução de racionalização das atividades-meio. Essa racionalização gerou economia para o sistema e maior tempo dos executivos para a realização das atividades-fim. Apesar da reação negativa dos próprios funcionários, que temiam o desemprego, houve mais admissão, visto que cresceu a demanda por serviços. Hoje, esse modelo, criado e fortemente implementado na Findes, está disseminado nas Federações de Indústrias do país e também na CNI. A gestão Sergio Rogerio de Castro, embora tenha sido a de mais curta duração da Findes, ainda estreitou os laços da entidade tanto com as indústrias como com o governo do Estado. “Trabalhei também intensamente pela interiorização do Sistema Findes, criando Conselhos Regionais, e pelo fortalecimento do associativismo, visitando os sindi(Ex-presidente 1989-1992) catos, conhecendo melhor suas demandas e aspirações. Durante o período da dire“Desde a fundação da Findes, a evolução toria que presidi, inovamos do setor industrial capixaba foi grande. também na relação com o Sua participação no PIB estadual cresceu Executivo estadual, transe mesmo nas crises o setor continua vital formando as eventuais e para nossa economia. Passamos pelo esporádicas reuniões com ciclos dos grandes projetos industriais o governador em reuniões e da era de petróleo e gás com grande programadas, com uma evolução da nossa indústria. Sua agenda de assuntos previacomplexidade, sua exigência maior de mente discutida, o que fez competência e capacitação, dão ao Brasil com que este relacionaa sua real capacidade de se tornar e se mento fosse mais rico e manter como potência mundial” produtivo”, destaca Castro.

andamento”. Entretanto, a economia brasileira passava por um de seus piores momentos históricos. “Foram tempos muito difíceis para a indústria do Espírito Santo os anos em que presidi o Sistema Findes. A economia enfrentava grandes problemas, como a inflação galopante do governo José Sarney e depois o absurdo congelamento dos depósitos e aplicações financeiras nos bancos promovido pelo presidente Fernando Collor. Cheguei mesmo a confessar que minha decisão de não me candidatar à reeleição tinha, além da minha sólida crença na necessidade de renovação, um motivo econômico muito forte, pois o momento era de tanta turbulência que, se tivesse continuado a dividir o meu tempo de empresário com o de dirigente sindical, a empresa da qual sou sócio poderia ter quebrado”, justifica Castro. Na sua gestão, um dos destaques foi a instalação dos Conselhos Temáticos, iniciativa criada na gestão anterior, mas por inspiração sua. O ex-presidente deu muita importância aos Conselhos Temáticos, pois traziam uma proposta de geração de conteúdo tanto para o desenvolvimento industrial do Espírito Santo quanto para o posicionamento da Findes nos temas que iriam surgir.

SERGIO ROGERIO DE CASTRO

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Crise política nacional e nova diretoria em 1992 No dia 29 de julho de 1992, Sergio Rogerio de Castro despedia-se e assumia a presidência da Findes José Bráulio Bassini - o sexto a comandar a federação desde Américo Buaiz -, em meio a uma crise política nacional sem precedentes, que levou ao impeachment do presidente da República, Fernando Collor de Melo, em dezembro de 1992. Bassini foi reeleito em 1995 e teve o mandato prorrogado em 1998 por mais dois anos, permanecendo no cargo por oito anos. O momento era complicado e os industriais capixabas enfrentavam grandes desafios, como os efeitos do Plano Collor, as privatizações e a baixa do PIB, o que levou a uma perda de receita muito grande. Nesse mesmo período, o setor de transportes, que até então fazia parte do Sistema Findes, decidiu se separar, e as micro e pequenas empresas, em grande parte, deixaram de recolher suas contribuições, sendo necessário o socorro da CNI para pagar a folha de pessoal da Federação. A principal ação de Bassini, em seu primeiro mandato, foi, seguindo o Planejamento Estratégico elaborado na gestão anterior, lutar pela unificação das atividades-meio. Havia um problema, pois 67% dos recursos do Senai e 63% do que era recolhido pelo Sesi eram destinados a atividades-meio, o que gerava distorção salarial, já que estas eram mais valorizadas do que as atividades-fim. “A marca principal de nossa gestão foi a integração do Sistema. Tanto o Sesi como o Senai tinham administrações próprias, o que gerava uma despesa muito grande na atividade-meio. Conseguimos unificar a atividade-meio, com um só sistema administrativo para as casas”, explica Bassini. Com a implantação do Programa de Qualidade, buscou-se a melhoria da produção, que foi obtida, já que o orçamento do Sistema Findes passou de US$ 10 milhões, em 1992,

HELCIO REZENDE DIAS

para US$ 40 milhões, em 2000. E, apesar de todo o enxugamento que foi feito no quadro de funcionários, seu número cresceu de 1,18 mil, em 1992, para mais de 1,3 mil colaboradores, em 2000. O maior crescimento na gestão Bassini foi verificado na área educacional, passando os alunos atendidos pelo Sesi na Educação Infantil e no ensino fundamental de 2,3 mil, em 1992, para mais de 11 mil, em 2000. Apoiando-se no Plano Estratégico e de Ação elaborado na gestão anterior, Bassini seguiu os passos prioritários para o desenvolvimento da Findes, fazendo com que essa retomasse o processo de desenvolvimento da indústria capixaba, superasse a crise e abrisse novas frentes e perspectivas. Dois programas lançados em sua gestão têm continuidade até os dias atuais: o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor) e o Ranking das Maiores Empresas.

O começo do século XXI e a gestão Vaz Em 29 de julho de 2000, José Bráulio Bassini passou o cargo de presidente da Federação para Fernando Antonio Vaz. Focando suas ações no crescimento industrial, que levaria ao desenvolvimento do Espírito Santo, a gestão Fernando Antonio Vaz adotou como metas para o Sistema Findes: “Integração, Qualidade e Parceria”, tornadas palavras-chave para se alcançar o objetivo pretendido. Os números da época comprovavam que a indústria poderia sim, como acreditava o presidente da Findes, ser o caminho que alavancaria o desenvolvimento da economia capixaba. O Guia Industrial para Negócios-Espírito Santo 2000, organizado pelo IEL/Ideies, revela, no texto de apresentação de Fernando Vaz, que o parque industrial capixaba, às portas do terceiro milênio, compunha-se de quase 6,4 mil estabelecimentos indus(Ex-presidente 1983-1989) triais, empregando mais de 111,4 mil pessoas. As micro e pequenas empresas represen“A Findes foi o grande idealizador tavam 97,67% dos estabelecidas indústrias que se instalaram mentos cadastrados, gerando no Espírito Santo. E até hoje, todo 56,24% dos empregos diretos. empresário que tem intenção de vir As médias e grandes empresas, para o Estado, procura primeiro a embora em minoria, com Federação e o governo estadual. apenas 2,33% do total, forneA Federação é o grande alavancador ciam 43,76% dos empregos das indústrias capixabas. E junto com gerados diretamente pelo setor a indústria, fortalecem-se também industrial do Espírito Santo. o comércio e os serviços, gerando Apesar da crise econômica, um grande ciclo de riqueza para o já no primeiro mandato a Espírito Santo” diretoria Fernando Antonio Julho 2013 ▪ 307

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“A Chocolates Garoto reconhece e valoriza os constantes e importantes esforços empreendidos pela Findes, cuja atuação tem sido fundamental para alavancar o setor industrial no Estado e para a promoção do desenvolvimento sustentável da economia capixaba” Fábio Letieri, gerente-executivo de Recursos Humanos e Comunicação Corporativa da Garoto

Vaz alcançou resultados significativos para o fortalecimento do setor industrial, como a correção de distorções de concorrência, graças à concessão de créditos presumidos; a participação em órgãos representativos; a presença nas discussões de assuntos políticos e econômicos; além de projetos de educação, qualificação profissional e desenvolvimento empresarial. “Foi um privilégio dirigir os destinos da Findes nos primeiros anos do terceiro milênio, quando a indústria capixaba se destacou no cenário brasileiro e surpreendeu as expectativas mais pessimistas, alcançando índices de desempenho acima da média nacional, alavancados pelas empresas exportadoras instaladas em nosso Estado”, afirmou Fernando Vaz.

Lucas Izoton: empreendedorismo e dinamismo à frente da Findes Lucas Izoton, o presidente da Findes empossado no dia 29 de julho de 2004, destacou-se por seu perfil de empreendedor e seu dinamismo. Suas principais metas de gestão eram: planejamento estratégico, que incluía o desenvolvimento de um plano de ações de curto, médio e longo prazos voltadas para os interesses da classe industrial do Espírito Santo; direcionar o trabalho para os segmentos potenciais, visando a manter o crescimento dos setores voltados para a exportação; reavaliar

OSWALDO VIEIRA MARQUES

os procedimentos para reverter o quadro de estagnação do mercado interno; e agrupar os sindicatos em câmaras setoriais. O bom desempenho da indústria capixaba nos seis anos da gestão Izoton pode ser medido pelos números do setor no período: entre 2004 e 2011, a produção industrial do Espírito Santo registrou uma expansão de 38,1%, valor muito acima da média brasileira, de 18,9%. Esse crescimento foi influenciado tanto pela indústria extrativa como pela indústria de transformação do Estado, cujas altas acumuladas foram de 99,2% e 13,3%, respectivamente. Nesse período, observou-se também um avanço de 51,3% na taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo, impulsionado pela indústria extrativa e de transformação e também superior à taxa de crescimento do PIB do Brasil, de 31,7%. Lucas destaca aquelas que considera suas principais realizações à frente da Federação. “A Findes conseguiu ampliar a interiorização do desenvolvimento industrial e inserir as micro e pequenas empresas em um momento de crescimento do Estado, fazendo com que a indústria pudesse crescer acima da média nacional. O número de empregos diretos e indiretos dobrou nesses sete anos (2004-2011). Foram também criadas as diretorias e núcleos regionais da Findes, de forma que todo o Estado pudesse ser atendido pelo Sistema Indústria,catalisando o processo de desenvolvimento industrial nos 78 municípios capixabas. Quando assumimos, a Findes investia menos de R$ 1 milhão por ano. Nos últimos anos, a Federação investiu mais de R$ 20 milhões anuais que incluíram, entre outros itens, a criação de novas unidades de capacitação profissional, além de reformas, ampliações e modernizações de todas as unidades já existentes. Batemos recordes de investimento”, ressalta.

A gestão Marcos Guerra Desde o dia 28 de julho de 2011, a Presidência do Sistema Findes é ocupada pelo empresário e dirigente industrial Marcos Guerra. Nesses doisprimeiros anos de seu mandato, Guerra tem focado suas ações no fortalecimento da indústria capi(Ex-presidente 1977-1983) xaba, através, principalmente, de iniciativas que visam à “Depois que houve a implantação interiorização do desenvoldos grandes projetos, a vocação vimento no Espírito Santo. industrial do Espírito Santo se Empreendendo ações como manifestou. Os portos, a exportação o “Dia DE Associar-se”, de minério e tudo o mais trouxeram a gestão Guerra, em parcepara cá uma série de empresas, riacom as diretorias regioque foram significativas para o nais da Findes, tem buscado desenvolvimento, principalmente, fortalecer o associativismo, do setor de metalomecânico” apresentando aos industriais de todo o Estado as vantagens de se fazer parte dos sindicatos e também da Findes.

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Com o formato de um talk show, o “Dia DE Associar-se” visa ao fortalecimento sindical e incentivo ao associativismo

Ao mesmo tempo, a gestão tem sido marcada por grandes desafios, advindos da queda da competitividade da indústria capixaba, que tem ameaçado de desindustrialização alguns setores, principalmente a indústria de transformação. Por isso, apesar das circunstâncias, tanto nacionais quanto internacionais, que tendem a tornar a situação da indústria capixaba ainda mais complicada, Guerra tem trabalhado com afinco em questões que podem ser decisivas para mudar esse cenário, como a infraestrutura. “Atuamos na criação de melhores condições para a operação das empresas e para a atração de novos investimentos. Nossa missão é trabalhar em prol dos interesses da indústria capixaba. Nosso desafio estratégico é garantir a sustentabilidade do crescimento do Estado e a capacidade de transformação estrutural, de modo que possamos contar com uma indústria inovadora e competitiva,de maior valor agregado,contribuindo, dessa forma, com o crescimento do Espírito Santo”, destaca o atual presidente da Federação das Indústrias.

Desafios do presente e do futuro Nos próximos anos, a Findes deve enfrentar desafios relacionados ao aumento da competitividade da indústria capixaba, como explica o diretor-executivo do Sistema Findes, Luis Carlos de Souza Vieira. “A indústria tem que buscar elevar o seu nível de competitividade, e isso passa por gestão eficaz, inovação, e também pela compreensão adequada do cenário político, econômico e social que nosso país está atravessando. Em nossa economia, o dinheiro é cada vez mais escasso e caro para quem pretende investir, como é o caso da indústria. Também enfrentamos um cenário de instabilidade econômica, com a inflação voltando, baixa produção e dificuldade de exportação de nossos produtos. Recentemente,

tivemos a inserção de 30 milhões de pessoas como consumidores na economia brasileira, mas é preciso lembrar que esse acontecimento não deve se repetir. Além disso, é essencial que a indústria faça as alianças políticas corretas, essenciais em questões que vão desde assuntos burocráticos até financiamento para os projetos industriais”, esclarece. Por isso, o Sistema Findes tem trabalhado para reforçar sua relação com os governos estadual e federal, atuando através de parceiros temáticos. Paralelamente a isso, investe na educação profissional e em tecnologia, preparando o suporte adequado ao crescimento do setor industrial nos próximos anos. “O Sistema Findes ultrapassou o número de 100 mil matrículas em todas as modalidades de educação ofertadas. O Senai, por exemplo, está investindo tanto na questão social, através de instrumentos como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), quanto na vertente tecnológica, através do Instituto Senai de Tecnologia, modernizando equipamentos e laboratórios. Até 2015, o Sistema Findes deve investir R$ 104 milhões, sendo que 82% desse total será voltado para a educação. A Findes está se preparando para dar suporte tecnológico, de representação, e também na formação de profissionais para a indústria capixaba na próxima década”, destaca o executivo. Através da dedicação de seus membros, nesses 55 anos de história a Findes não só criou as bases para a industrialização capixaba, como também tem trabalhado para que o Estado esteja inserido no processo de globalização da economia mundial, atuando conjuntamente com empresários e poder público. Essa grande parceria, que mudou os rumos do Espírito Santo, promete continuar trazendo frutos para os capixabas por outros muitos anos mais. Julho 2013 ▪ 307

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Saúde Cenário por Anderson Cacilhas e Sérgio Rodrigo Ferreira

Copa do Mundo já começa a movimentar a economia capixaba Hotéis, confecções e até sorveterias no Espírito Santo investem em estrutura e qualificação profissional para produzir mais, atender melhor e faturar durante a Copa de 2014

C

om a proximidade da Copa do Mundo, diversos setores da economia do Espírito Santo se preparam para um possível aumento de suas atividades durante o torneio que acontece no Brasil em 2014. O setor hoteleiro já tem se preparado e investido, por conta da Copa, tanto em infraestrutura, quanto na qualidade dos serviços oferecidos. Para Dionísio Corteletti, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Espírito Santo (ABIH-ES), a rede hoteleira capixaba está preparada, pois está dentro dos padrões exigidos pela Fifa. Dionísio destacou o fato de muitos empreendedores já estarem fazendo investimentos em seus hotéis, voltados à modernização das unidades habitacionais, redecoração de ambientes, infraestrutura de redes de comunicação e qualificação profissional, entre outros aspectos. O Parque do China, hotel fazenda localizado no município de Domingos Martins, saiu na frente com intenção de abraçar

as oportunidades. O empreendimento, que foi escolhido pela Fifa como potencial centro de treinamento e hospedagem, já investiu R$ 9 milhões na modernização e adequação de estruturas, como o centro de treinamento poliesportivo, com quadras e campo de futebol dentro das especificações exigidas, centro de evento e novas suítes.“Independentemente da Copa, o investimento na estrutura esportiva nos coloca permanentemente como opção para receber quaisquer equipes esportivas em outros momentos”, afirmou Valdeir Nunes, diretor-presidente do Parque do China. Além do Parque do China, outros dois pontos foram escolhidos no Espírito Santo pela Fifa e o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo (COL) para receberem delegações durante a competição. Trata-se do Centro de Treinamento (CT) Aest com Hotel Senac Ilha do Boi e do Centro de Treinamento Kleber Andrade com Hotel Sheraton.

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Foto: ME/ Portal da Copa/ Junho de 2013

“Independentemente da Copa, o investimento na estrutura esportiva nos coloca permanentemente como opção para receber quaisquer equipes esportivas em outros momentos” Valdeir Nunes, diretor-presidente do Hotel Fazenda Parque do China

atendimento ao turista. Outras cadeias de negócios ligadas aos hotéis também serão beneficiadas, como construção civil, tecnologia da informação, alimentos e bebidas, vestuário e os prestadores de serviços que têm atuação e produção diretamente ligadas ao turismo.

Novo Maracanã foi palco do encerramento da Copa das Confederações

O presidente da ABIH-ES enfatizou também a importância da qualificação profissional para a boa recepção aos turistas, e destacou o programa de qualificação e capacitação profissional que está sendo realizado pela Secretaria de Estado de Turismo (Setur), em convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o “Qualifica ES – Turismo”, que oferece cursos específicos de

“A expectativa de aumento na taxa de ocupação dos hotéis vai depender muito do porte da seleção que estaremos recebendo em nosso Estado” Dionísio Corteletti, presidente da ABIH-ES

Mais sorvete, gelo e pães para torcer na Copa No setor de sorvetes e de fábricas de gelo, há uma retração natural nas vendas no meio do ano, devido ao inverno. Mas com eventos realizados ao ar livre há aumento do consumo dos produtos. Por isso os empresários dessa área esperam que a redução sazonal seja bem menor em 2014, em decorrência da Copa do Mundo. No setor de panificação, o aumento na atividade deve ser da ordem de 20%. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria Alimentar de Congelados, Supercongelados, Sorvetes, Concentrados e Liofilizados do Estado do Espírito Santo (Sincongel), Vladimir Rossi, na indústria do sorvete a queda nas vendas, que no inverno chega a 30%, deve ser de apenas 15% em 2014 devido à Copa. No setor de fabricação de gelo, o recuo chega a 40% nesta época do ano, e em 2014 não deve passar dos 10%. “O setor no Espírito Santo é representado 100% por micro e pequenas empresas. Já conversamos com os empresários (sorveterias) e eles estão se preparando para ações de marketing com os produtos, como novas embalagens, uniformes e carrinhos com temas referentes à Copa. Já ganhamos com competições de menor porte, como a Copa das Confederações. Se as pessoas vão para a rua, elas consomem sorvetes e bebidas geladas”, disse. Ele acrescentou que não deve haver demissões no setor em 2014, como sempre ocorre no inverno. Essas empresas, juntas, reúnem cerca de 5 mil empregados diretos, além de uma cadeia de revendedores. No setor de panificação, também há otimismo: as empresas esperam fornecer mais produtos, com maior valor agregado, Julho 2013 ▪ 307

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para que os hotéis atendam a um turista com maior padrão de exigência. De acordo o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Espírito Santo (Sindipães), Flavio Bertollo, espera-se aquecimento com a venda de uma grande variedade de pães para cafés da manhã. Além disso, os torcedores brasileiros locais também consomem mais produtos de padaria para assistirem aos jogos, como já aconteceu durante a Copa das Confederações, quando houve aumento de até 10% nas vendas. Em jogos da Copa do Mundo, este número pode chegar a 20% de crescimento. “Em especial, se tivermos alguma seleção treinando aqui no Estado, teremos um aumento grande na ocupação dos hotéis por turistas e crescimento na venda para estes estabelecimentos. Esse turista tem maior poder aquisitivo e um padrão de consumo mais elevado”, disse. Para preparar o setor para a demanda mais exigente que será criada com os turistas que devem chegar ao Estado, ainda este ano será trazido um profissional da França, para um curso de 20 a 30 dias para treinamento de padeiros de todas as padarias do Estado, com o objetivo de prepará-los para a produção de pães mais elaborados ou mais rústicos.

Vendas de chocolates devem aumentar até 30% em 2014 O consumo de chocolate é bastante influenciado por eventos. É o que garante o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos de Cacau, Balas, Doces e Conservas Alimentícias do Estado do Espírito Santo (Sindicacau-ES), Gibson Barcelos Reggiani. Por isso, o setor aposta em um aumento de até 30% nas vendas das pequenas e médias empresas do mercado de chocolates em 2014.

“Já conversamos com os empresários (sorveterias) e eles estão se preparando para ações de marketing com os produtos, como novas embalagens, uniformes e carrinhos com temas referentes à Copa” - Vladimir Rossi, presidente do Sincongel

Na Garoto, marcas que são pilares da empresa, como Baton, Serenata de Amor, Talento e Caixa Amarela, ganharam “roupagens” novas com temáticas dos eventos, como explica André Barros, gerente-executivo de Marketing da Chocolates Garoto. “Também lançamos um novo chocolate da linha Talento na versão chocolate branco com castanha-do-pará e coco e que foi o primeiro chocolate da marca ‘vestido’ com a embalagem oficial do patrocínio à Seleção Brasileira. Vamos lançar o Chocolate da Copa, feito em cocriação com os fãs da fan page da Garoto, no Facebook. Ao todo, mais de 200 mil pessoas votaram no sabor e na embalagem, e puderam escolher o chocolate oficial do evento”, disse. Na produção de balas e doces, o crescimento esperado é da ordem de 15%. Já no ramo de condimentos também deve haver uma ampliação nas vendas, por conta do aumento da demanda. “As empresas já estão se preparando para inovações nos designs das embalagens de seus produtos, mas como são pequenas e médias, com exceção da Garoto, o planejamento efetivo dessas ações começa a ser realizado no final deste ano e no início de 2014”, disse. A Garoto é a exceção. Ela desenvolveu recentemente novas embalagens tematizadas para produtos tradicionais, para marcar seu patrocínio à Copa das Confederações e à Copa do Mundo. A empresa espera se consolidar como a marca número um de chocolates no Brasil, ampliando sua posição de liderança, já consolidada no Nordeste, em Minas Gerais e no Espírito Santo, com crescimento de pelo menos 10% nas vendas, até o final de 2014.

Roupas e acessórios verde-amarelos são aposta no setor de vestuário A Copa do Mundo de 2104 também vai aquecer as vendas de roupas, tecidos e estamparia no Espírito Santo. As empresas do setor apostam, em especial, no público feminino para vender mais. Os produtos para o evento vão desde as tradicionais camisas até acessórios, lenços, shorts, sandálias e bandanas, passando ainda por mochilas, bolsas, bonés e agasalhos, todos estilizados com as cores e seus diversos tons possíveis, da bandeira brasileira. O vice-presidente do Sindicato da Indústria de Alfaiataria e Confecções de Roupas em Geral do Estado do Espírito Santo (Sinconfec), José Carlos Bergamin, explicou que, com base em outras Copas, quando já ocorre um avanço natural das vendas, espera-se aumento de até 10% da atividade em junho de 2014. Quando a competição é fora do Brasil, este aumento não passa de 5%. “Os estilistas já decidiram que a coleção de inverno, produzida a partir de outubro, vem com muita brasilidade. Após o carnaval, será lançada uma coleção especial para a Copa, que será criada após o Natal. Aplicaremos o design

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brasileiro, com cores da bandeira em várias tonalidades, com muito estilismo e criatividade”, disse. E a expansão se refletirá, segundo Bergamin, na contratação de profissionais em toda a cadeia. “Não tem como aumentar a produção ligando apenas uma máquina. Cada uma delas precisa de um trabalhador. Além disso, o segmento de estamparia, tecidos e tintas deve ter crescimento de até 7%”, disse, lembrando que o setor emprega cerca de 23 mil pessoas no Espírito Santo. As empresas que vendem malharia, jeans, tecelagem e estamparia também esperam elevação nas vendas. A presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem, Estamparia e Beneficiamento de Fibras Artificiais e Sintéticas e do Vestuário do Estado Espírito Santo (Sindutex), Mariluce Polido Dias, explicou que as vendas de uniformes, roupas de cama e toalhas para hotéis, além de uniformes para shoppings, lojas e restaurantes, serão aquecidas. Além disso, as empresas estão investindo na compra de novos equipamentos e na qualificação dos profissionais.

Governo anuncia ações para atrair turistas durante a Copa do Mundo O Governo do Estado planeja tirar do papel projetos importantes para receber os turistas no Estado, já vislumbrando o fluxo de visitantes que pode ser atraído por conta da Copa do Mundo de 2014, e também o aquecimento dessa atividade após a Copa. Entre eles estão parcerias com os estados vizinhos do Sudeste para atrair os torcedores, dois terminais de cruzeiros marítimos em Vitória e Guarapari, e a construção de um Centro de Eventos na Capital. A Secretaria de Estado do Turismo (Setur) fez parcerias com Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo para a criação de roteiros atraentes. Duas rotas já fazem parte do programa Viaje Sudeste: o “Roteiro do Caparaó” e o “Café do Brasil – da História aos Sabores”. O primeiro integra os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais e é voltado para turistas de aventura e natureza. O segundo passa por Rio de Janeiro,

“As empresas já estão se preparando para inovações nos designs das embalagens de seus produtos, mas o planejamento efetivo dessas ações começa a ser realizado no final deste ano e no início de 2014” Gibson Barcelos Reggiani, presidente do Sindicacau-ES

“Juntando a torcida local e os turistas, e com o bom desempenho da Seleção Brasileira na Copa das Confederações, o público estará motivado e as vendas tendem a aumentar” José Carlos Bergamin, vice-presidente do Sinconfec

São Paulo e Minas Gerais e alia o turismo histórico e cultural ao agroturismo. Também já estão sendo formatados outros roteiros, como Trem Vitória-Minas (ES/MG), Santuários do Sudeste e Rotas Religiosas (ES/MG/RJ/SP).

Depois da Copa O edital para execução da obra do Centro de Eventos de Vitória já foi lançado, numa parceria entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Vitória. A previsão é de que o processo licitatório seja concluído e a obra iniciada ainda este ano. O investimento na construção do empreendimento será de R$ 98,5 milhões com prazo de 24 meses para conclusão, ou seja, após a Copa do Mundo. O Centro de Eventos de Vitória será o maior espaço para a realização de feiras, shows, congressos e seminários da capital, com capacidade para acomodar até 15 mil pessoas e em eventos simultâneos. Localizado entre a Praia de Camburi e o futuro terminal de passageiros do Aeroporto de Vitória, ele terá uma área total de 41 mil metros quadrados e será construído em um terreno de 100 mil metros quadrados cedido pela Infraero. O futuro Centro de Eventos é inspirado em empreendimentos similares implantados em Fortaleza (CE) e Belo Horizonte (MG), dotado de conforto térmico, acústico e acessibilidade. Além disso, dois projetos de terminais de cruzeiros marítimos para os turistas que chegarem por via marítima (barcos, veleiros, lanchas, navios) estão sendo desenvolvidos para Vitória e Guarapari. A capital já recebe várias escalas e o Terminal de Passageiros de Cruzeiros Marítimos deve ser instalado na área da Praça do Papa, junto com uma Marina pública. O projeto executivo está sendo desenvolvido. Julho 2013 ▪ 307

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ARTIGO

Um novo capítulo na história do setor de transportes e do Direito do Trabalho

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impossível desassociar a história do Direito do Trabalho e as lutas trabalhistas de duas palavras: jornada e salário. No entanto, sem querer minimizar a importância do salário, a jornada de trabalho ganhou importância mais notável nas últimas décadas e, com mais realce no ano passado, para o setor de transportes, com a criação da Lei nº 12.619, que regulamentou a profissão de motorista. Antes da lei, o setor vivenciava uma insegurança jurídica grande no que se relacionava à definição e ao controle da jornada de trabalho, e ainda pela inexistência de norma definindo os limites de tempo de direção. Ela veio justamente preencher esses hiatos: cria jornada de trabalho especial ao motorista empregado e regula o tempo de direção e descanso de todos os motoristas. E organizou um setor que não tinha regulamentação adequada e se baseava apenas na Consolidação das Leis Trabalhistas, criada nos anos 40 e que não regrava de forma específica essa função. A Lei nº 12.619 atendeu a uma reivindicação antiga do setor, estabelecendo um marco regulatório justo nas relações que disciplina. Mas, como ela resultou de um esforço conjunto de todas as entidades do setor e teve participação, inclusive, do Ministério Público do Trabalho – e agradar a

todos esses atores é um desafio praticamente impossível! –, a norma continua sendo personagem de debates. De tudo o que se fala, as maiores discussões giram em torno de sua aplicabilidade, até porque a lei sofreu vetos do Governo Federal que dificultaram sua implantação. Representantes de vários setores de produção argumentam que para garanti-la são necessárias modificações estruturais no país. Como já é de nosso conhecimento, tal realidade motivou a criação de uma comissão especial da Câmara dos Deputados para revisar e propor alterações na lei, bem como para interromper, por enquanto, as ações de fiscalização, principalmente em relação ao tempo de direção, a fim de permitir que os setores envolvidos tenham mais tempo para se adequar. Num trabalho paralelo ao da comissão, a Federação das Indústrias de São Paulo, a Confederação Nacional da Agricultura e grandes embarcadores de São Paulo e da região Centro-Oeste estão construindo, com o apoio da Fetcesp e da NTC&Logística, novas propostas que sejam consenso entre os envolvidos. A ideia é levá-las ao Congresso para serem analisadas e agilizar o processo de votação. Neste momento, o que temos de novo é o parecer do relator da Comissão Especial instituída na Câmara para debater e propor modificações. As propostas que integram o referido parecer inovam positivamente em relação às atuais disposições da lei, indo, aliás, muito além do que a presente norma dispõe. Apesar de alguns equívocos conceituais, as novas regras que incidem sobre as relações de trabalho ganharam um enquadramento que têm mais a ver com a realidade do setor e as responsabilidades do poder público também estão melhor evidenciadas. Nossas perspectivas para este ano são de um setor mais profissional, pautado por uma lei que veio com muitos objetivos, sendo um dos principais, levar mais segurança às estradas. A única coisa que não pode acontecer é retardar as decisões, pois essa lei veio para disciplinar ainda mais a atividade de nossa principal mão de obra. José Antonio Fiorot é presidente da Fetransportes (Federação das Empresas de Transportes - ES)

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Indústria em Ação

Conferência da Anpei debate inovação para melhorar competitividade

O presidente da Findes, Marcos Guerra, participou do painel “Desafios da Inovação no Brasil: Perspectiva Pública”

Palestras, debates, apresentação de cases e workshop integraram a programação do evento nacional realizado em Vitória

I

novação é a palavra da vez, e o Espírito Santo foi o centro deste debate em junho. As discussões sobre o assunto foram ampliadas durante a XIII Conferência Anpei de Inovação, que se realizou pela primeira vez em Vitória, com o tema “Inovação Competitiva e Aberta Transformando o Brasil”. A conferência aconteceu entre os dias 3 e 5 de junho, no Centro de Convenções de Vitória.

“É hora de aumentarmos significativamente nossa capacidade de gerar inovações para o mercado e tornar o Brasil um protagonista mundial no campo da inovação” - Marco Antonio Raupp, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação

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O evento foi promovido pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) e contou com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, do governador Renato Casagrande e do presidente da Findes, Marcos Guerra, entre outras autoridades capixabas e nacionais. “O Brasil é inovador. Temos empresas que conseguem através da inovação manter uma posição inclusive no cenário nacional. Mas temos que reconhecer que ainda é pouco, podemos e devemos fazer muito mais. Mais da metade das empresas brasileiras não tem nenhuma atividade inovativa”, informou o presidente da Anpei, Carlos Calmanovici, na abertura da conferência, destacando que o país começou a apresentar uma nova dinâmica em relação à inovação com o Plano Inova Brasil, a criação da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia) e a discussão do novo Código de Ciência, Tecnologia e Inovação. “É hora de aumentarmos significativamente nossa capacidade de gerar inovações para o mercado e tornar o Brasil um protagonista mundial no campo da inovação”, disse o ministro Raupp, destacando o crescimento do investimento do Governo Federal nesta área. “O setor público está disposto a compartilhar com as empresas os riscos da inovação”, afirmou.

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Em parceria com a Anpei, o Sebrae realizou um workshop para pequenas e médias empresas na manhã do dia 3. A programação também teve debates sobre os desafios da inovação, com um painel sobre as perspectivas públicas, que contou com participação de Marcos Guerra, e outro sobre as perspectivas privadas, com presença de representantes da Vale, Samarco e Fibria. Entre os palestrantes internacionais esteve Chris Anderson, autor do best seller “A Cauda Longa”. Outro momento importante do evento foi a apresentação de mais de 30 casos de sucesso em inovação, mostrados por empresas de diferentes setores,incluindo projetos desenvolvidos no Espírito Santo. Durante a conferência, foi realizada ainda uma assembleia dos associados da Anpei, que elegeu sete diretores, que compõem metade do quadro da diretoria da associação. No último dia foi apresentada a Carta de Vitória, documento coletivo com uma série de propostas para o desenvolvimento da atividade inovadora e da economia, fruto dos debates

“Mais da metade das empresas brasileiras não tem nenhuma atividade inovativa” - Carlos Calmanovici, presidente da Anpei

realizados ao longo dos três dias. As propostas se dividem em quatro eixos: Desenvolvimento econômico e Inovação; Adensamento das Cadeias Produtivas; Modernização dos Instrumentos de Apoio à Inovação e das Agências de Fomento; e Gestão da Propriedade Intelectual.

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Encontro debate cooperação entre Brasil e Alemanha

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om o tema “Cooperação Brasil-Alemanha para a Competitividade”, foi realizada, entre os dias 13 e 14 de maio, a 31ª edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA). O Centro de Convenções do World Trade Center (WTC) São Paulo, na capital paulista, recebeu autoridades governamentais e lideranças empresariais para discutir a ampliação de investimentos e novas formas de cooperação entre os dois países. O encontro englobou a realização da 40ª edição da “Comissão Mista de Cooperação Econômica Brasil-Alemanha”. A programação contou com painéis sobre a parceria entre o setor público e privado e workshops para discutir os desafios relacionados às grandes cidades, à gestão de projetos e à questão do setor de energia. Também foram debatidos assuntos relativos a inovação e pesquisa, cooperação na área de Saúde e à interação entre pequenas e médias empresas brasileiras e alemãs. Os presidentes dos dois países, Dilma Rousseff e Joachim Gauck, estiveram presentes. O governador Renato Casagrande representou o Espírito Santo, em companhia de outras autoridades capixabas. O presidente da Findes, Marcos Guerra, que esteve no evento no dia 13, explicou que a Alemanha é considerada a maior potência econômica e tecnológica da Europa, ocupando o quinto lugar em nível mundial e a segunda posição no comércio internacional. “O setor de sustentação é a indústria, que ocupa em torno de 6,2 milhões de pessoas em 44.500 fábricas. No Espírito Santo temos forte influência das relações internacionais e estabelecer contatos para a indústria capixaba é uma importante ação estratégica”, destaca Guerra. O empresário capixaba e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Lucas Izoton, que também

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Capixabas marcam presença no EEBA: o governador Renato Casagrande, entre o vice-governador Givaldo Vieira e o presidente da Findes, Marcos Guerra

já presidiu a Findes, esteve no evento e gostou muito da interação entre empreendedores e autoridades dos dois países. “Tivemos a participação de dois mil empresários, executivos e autoridades de ambos os países, o que contribuiu bastante para o debate sobre como ampliar as relações bilaterais tanto pelos governos e órgãos públicos, como pelas empresas privadas. Após conhecermos melhor as características das organizações brasileiras e alemãs, foram estimuladas parcerias, fornecimentos e inclusive joint ventures. Atualmente, existem cerca de 1.600 empresas alemãs no Brasil, a maioria em São Paulo, e também formalizamos acordos para qualificação de fornecedores brasileiros junto a grandes empresas alemãs. No aspecto infraestrutura, os alemães mostraram todo o seu conhecimento, que pode ser muito útil para melhorarmos a nossa logística, principalmente nas grandes cidades”, frisou. Izoton, aliás, apresentou no encontro um workshop a respeito de micro e pequenas empresas, área temática cujo Conselho ele preside na CNI. “É necessário que o Brasil adote o conceito europeu ‘pense nas pequenas primeiro’ e tenhamos tratamento diferenciado, em todos os sentidos, para os micro e pequenos negócios de nosso país. A Alemanha tem uma grande cultura de comércio internacional entre as suas empresas de pequeno porte, ao contrário do Brasil, e por isso temos muito o que aprender com eles, principalmente na obtenção de novas tecnologias e capacitação profissional para nossos trabalhadores”, destacou. O evento foi resultado da parceria entre a CNI, a Federação das Indústrias Alemãs (BDI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com apoio da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK).

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EVENTO MOVELEIRO ACONTECE EM VITÓRIA Após conquistar cidades como Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande Cuiabá, Curitiba, Goiânia, Rio de Janeiro e Salvador, a mostra “Morar Mais por Menos” foi realizada em Vitória entre 22 de maio e 30 de junho, em uma residência de dois andares e aproximadamente mil m², localizada em Bento Ferreira. Dois grupos de associados ao Sindicato da Indústria de Madeiras e Atividades Correlatas da Região Centro-Sul do Espírito Santo (Sindmadeira) exibiram ambientes residenciais com muito conforto, beleza e praticidade, características que o mobiliário sob medida pode oferecer ao cliente mais exigente. A Agência de Negócios da Marcenaria Capixaba, em parceria com o Sebrae/ES, revelou a força da tradição italiana, aliando o lado artesanal com a inovação na fabricação dos produtos. E a movelaria também se fez presente, com a participação das empresas JM Móveis Personalizados, Rudinho Marcenaria e Inove Marcenaria. Os ambientes montados pelas marcenarias exibiram muita qualidade e um alto padrão do mobiliário produzido no Estado.

POSSE DA NOVA DIRETORIA DO ESPÍRITO SANTO EM AÇÃO Os vice-presidentes da Findes Manoel Pimenta e Constantino Dadalto participaram da cerimônia de posse da nova diretoria do Espírito Santo em Ação. O evento aconteceu no dia 24 de junho, no Itamaraty Hall. Luiz Wagner Chieppe e Adilson Martinelli assumiram os cargos de presidente e vice-presidente da entidade, respectivamente. O evento contou com a presença do governador Renato Casagrande e de empresários do Estado. O Espírito Santo em Ação tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento sustentável capixaba.

PDF PROMOVE ENCONTRO EMPRESARIAL O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) realizou, no dia 5 de junho, na sede do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), um encontro empresarial entre fornecedores capixabas e as empresas Shell e Schlumberger, além do BNDES e da Finep. O evento foi voltado para as áreas de fabricação do setor metalmecânico; engenharia básica, detalhada e gerenciamento de projetos; manutenção industrial - elétrica e automação; aluguel de compressores e geradores; fabricantes de máquinas e equipamentos, além de serviços especializados. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, fez a abertura do evento. Coordenado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), o PDF foi criado para ampliar a competitividade das cadeias produtivas,promovendo a interação entre empresas de grande e médio porte e seus fornecedores, além de preparar as pequenas companhias para atender às exigências das compradoras.

SINDUTEX MARCA PRESENÇA EM EVENTO INTERNACIONAL O Espírito Santo estará representado no The Magic, um dos principais eventos de moda do mundo e que acontecerá em Las Vegas (EUA) entre 19 e 21 de agosto. Uma caravana com cinco associados do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Tinturaria, Estamparia do Espirito Santo (Sindutex) participará da feira, que acontece reunindo os lançamentos e tendências em moda masculina, feminina e infantil. De Las Vegas o grupo irá para Nova Iorque, onde ficará até o dia 23 para fazer pesquisas de rua. Segundo Mariluce Polido Dias, presidente do sindicato, a viagem deve trazer novas ideias para as indústrias capixabas. “O objetivo é conhecer as tendências e novidades em design que possam ser repassadas em forma de conhecimento para que o setor se mantenha atualizado com o que acontece nos principais polos mundiais de moda”, disse. Julho 2013 ▪ 307

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Indústria em Ação

QUEDA NOS ÍNDICES DO SETOR METALMECÂNICO

SINDINFO LEVA EMPRESÁRIOS A FEIRA NO SUL Em uma parceria com o Sebrae-ES, o Sindicato das Empresas de Informática do Espírito Santo (Sindinfo-ES) levou um grupo de oito empresários para a Bits South America 2013, um dos eventos mais importantes do setor de Tecnologia da Informação (TI) da América Latina, que aconteceu nos dias 15 e 16 de maio em Porto Alegre (RS). A programação teve como foco os segmentos de finanças, governo, indústria, varejo e telecomunicações. Uma das tendências apresentadas na Bits foi a utilização do cloud computing, ou computação em nuvem, que é o uso da memória e das capacidades de armazenamento de computadores e servidores compartilhados e interligados por meio da rede mundial. Estudo realizado pela Frost&Sullivan estima que o setor de cloud computing vai crescer 74% no Brasil em 2013, gerando uma receita de US$ 302 milhões. “Os empresários capixabas que integraram a missão tiveram a oportunidade de buscar novidades sobre a área de software, hardware e comunicação, além de parcerias e realização de negócios”, afirma o presidente do Sindinfo-ES, Benízio Lázaro. A Bits 2013 expôs soluções para business e infraestrutura de TI; bancos e finanças; comunicações B2B; internet 2.0; navegação, transportes e logística; setor público; conferências; distribuição e revendas; telecom e mobile; software e serviços.

Uma queda acentuada referente ao mês de abril foi registrada pelo setor metalmecânico na pesquisa do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies). Os índices de Produção Física Industrial, Horas trabalhadas e Faturamento apontaram quedas de 41%, 2,4% e 12,8%, respectivamente, comparadas a abril de 2012. Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Luiz Alberto de Souza Carvalho, trata-se de uma tendência para os próximos meses. “Os índices do setor têm decrescido mês a mês e continuaremos amargando índices de produção descendentes sem medidas mais drásticas do Governo. As ações governamentais na busca de desoneração da carga tributaria e folha de pagamento ainda não foram suficientes para garantir uma efetiva retomada de mercado para o setor metalmecânico. A desaceleração chinesa também tem contribuído para a crise no setor”, destacou ele.

DIRETORIA DO INSTITUTO LÍDERES DO AMANHÃ TOMA POSSE O vice-presidente da Findes, Constantino Dadalto, e o diretor para Assuntos do Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), Paulo Menegueli, representaram os interesses da indústria durante posse da nova diretoria do Instituto Líderes do Amanhã. A posse da diretoria para o biênio 2013/2014 da entidade aconteceu no dia 11 de maio, no Four Towers Hotel, em Vitória, e contou com a presença do fundador e presidente do Conselho de Administração da Localiza, Salim Mattar. O evento oficializou a posse de Pedro Henrique Coutinho, presidente do Instituto, e dos diretores Orlando Bolsanelo Caliman, Cristiane Lazzaro, Renato Miguez de Menezes e José Carlos Buffon Junior. O Líderes do Amanhã tem o objetivo de apoiar o amadurecimento da classe empresarial capixaba, através de um espaço para discussão de diversos temas, proporcionando aos empreendedores locais formação política, filosófica, econômica, ética e gerencial. 46

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Saúde Saúde por Jacqueline Vitória

Trabalhador feliz, empresa produtiva Promover um ambiente de trabalho saudável física e emocionalmente ainda é um grande desafio para empresas e trabalhadores, mas os resultados mostram que vale a pena 48 Indústria Capixaba – Findes

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Foto: Rafaella Reis

“A empresa deve fazer esforços para melhorar a condição de trabalho e o bem-estar coletivo de seus colaboradores” Alejandro Duenas, diretor da Findes

Na empresa wine.com.br, todos podem trabalhar descalços e usar roupas informais

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empresa inteligente, que visa a um futuro promissor no competitivo mercado de hoje em dia, tende a conquistar os corações e mentes dos trabalhadores e torná-los felizes, criativos e engajados em suas atividades. Essa novidade já vem sendo experimentada em diversas empresas, que estão comprovando que empregado feliz é mais produtivo. Trabalhar num local onde o ambiente é alegre e o serviço dá prazer significa encontrar um antídoto para o estresse e uma ajuda importante para o empregado equilibrar a sua vida pessoal e profissional. “A empresa deve fazer esforços para melhorar a condição de trabalho e o bem-estar coletivo de

seus colaboradores. Com certeza ela terá retorno positivo, com as pessoas tornando-se mais proativas em suas funções e papel profissional”, afirma Alejandro Duenas, diretor para Assuntos de Segurança, Saúde e Responsabilidade Social do Sesi/Senai do Espírito Santo. Com postura e atitudes inovadoras, várias empresas estão dando adeus ao tempo em que o trabalho era sinônimo de sacrifício, que tinha que ser suportado para assegurar o sustento e a sobrevivência. Duenas é firme ao dizer que o trabalho hoje tem que se traduzir em uma relação saudável, de estímulos e segurança, pois assim é possível proporcionar ao trabalhador a felicidade de cada dia e a consequente criatividade no dia seguinte. E é fato. Um estudo global da empresa Regus, publicado em junho de 2012 e realizado com 16 mil profissionais em mais de 80 nações, coloca o Brasil numa posição privilegiada. Na comparação com outros, o país teve alguns dos números mais positivos e foi o que mais avançou no índice de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, saltando de 45 pontos em 2010 para 151 em 2011 e ficando atrás apenas do México, que alcançou 153 pontos, ambos bem acima da média global, que é 124. A pesquisa da Regus revelou que 81% dos brasileiros gostam do que fazem e 83% acreditam que alcançaram mais resultados positivos em 2011 do que em 2010. Mais da metade também afirma ter passado mais tempo trabalhando em 2011 do que em 2010. Mesmo assim, o número de brasileiros que considera que passou mais tempo longe da família na comparação entre os dois períodos é um dos menores do mundo, aproximadamente 15%, e metade dos profissionais se diz satisfeita com o tempo que tem para ficar em casa e cuidar de assuntos pessoais. “Existe um tabu muito grande que impera nas empresas na relação entre o subordinado e o chefe. Ou seja, a hierarquia predomina, e o ambiente é bastante fechado. Esse é um caminho para a desmotivação do funcionário. O ambiente de trabalho tem que ser aberto, as pessoas têm que estar voltadas para a honestidade, sinceridade, objetivos claros de ambas as partes (funcionários e patrão)”, destaca o diretor para Assuntos de Educação e Cultura do Sesi/Senai, Flavio Bertollo. Ele considera que um clima de autoestima do trabalhador favorece a própria empresa, proporcionando uma reação em cadeia. “Isto se reflete na produção, nas vendas e incentiva, inclusive, a própria criatividade dos colaboradores”, garante Bertollo. Julho 2013 ▪ 307

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Saúde aúde

A Giran funciona em uma grande casa em Jardim da Penha, onde os ambientes foram montados gerando um clima de total descontração para o trabalho

Saindo das estatísticas para o mundo real, a empresa Giran Soluções e e-Commerce é um exemplo de como é possível melhorar o clima interno da organização e aumentar a produtividade dos contratados. A Giran é uma empresa focada em desenvolvimento de software de ponta e consultoria especializada em comércio eletrônico. Atualmente, emprega 19 funcionários. “Aqui temos flexibilidade de horário e não há aquela hierarquia verticalizada de uma empresa convencional. Nós não temos o papel do chefe, mas temos os líderes, que participam do trabalho e tomam decisões junto com os demais funcionários. Essas características no nosso próprio trabalho o tornam flexível”, revela o diretor de Desenvolvimento da Giran, Gabriel Bend. O ambiente de trabalho na Giran é por si só interessante e muito familiar. A empresa funciona em uma grande casa em Jardim da Penha, onde os ambientes foram montados gerando um clima de total descontração para o trabalho. “Nós temos uma sala de jogos, uma sala de reflexão, sala de reunião, uma cozinha bem montada, equipada com aparelhos eletrônicos, cafeteira elétrica, geladeira etc. É uma estrutura que é a extensão do nosso lar. Não parece que estamos no trabalho, e sim nas nossas casas”, destacou Bend.

“Aqui temos flexibilidade de horário e não há aquela hierarquia verticalizada de uma empresa convencional” Gabriel Bend, diretor de Desenvolvimento da Giran

O resultado é uma empresa em ascensão. “Na gestão de uma empresa é possível agradar aos funcionários sem descumprir os prazos dos clientes. Funcionários mais felizes conseguem equilibrar melhor as pressões do local de trabalho e se desenvolver de forma mais eficaz”, analisa o diretor da Giran. A clientela, na sua maioria, é composta por empresas do Estado, mas também de todo o país, como a Catus Pneus, com sede na Região Sul, e a wine.com.br, que é a maior webstore de vinhos da América Latina, criada por dois amigos: Rogério Salume e Anselmo Endlich. A empresa foi lançada na internet em novembro de 2008 e oferece hoje mais de dois mil rótulos de vinhos das principais regiões vitivinícolas do mundo. A wine pratica a gestão do clima organizacional, com os gerentes e diretores ficando responsáveis por analisar questões relacionadas à satisfação dos funcionários e o setor de RH orientando sobre as melhores práticas. Esse modelo permite que os funcionários da dividam suas horas de trabalho com outras atividades diferenciadas, como degustações, atividades físicas e alongamentos. Todos podem trabalhar descalços e usar roupas informais. A cultura interna da empresa é baseada na felicidade de seus colaboradores (“wineanos”). A transparência também é muito presente nos valores da wine, por isso o trabalho da comunicação interna é para que todos os “wineanos”estejam sempre cientes de tudo o que acontece na organização. O lema é a colaboração. Acredita-se que um profissional feliz atenderá melhor seus clientes. A empresa trabalha sempre como família, conhecendo bem uns aos outros, promovendo treinamentos e dias especiais, como o Dia do Abraço (sempre no último dia

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do mês, ocasião em que todos os funcionários se reúnem e os abraços são prioridade). Essa simples ferramenta, a felicidade, não é uma receita pronta, que pode ser implantada em série, de uma forma única, nas diferentes empresas. De acordo com o diretor da Findes, Alejandro Duenas, o importante é verificar a possibilidade de melhorar o ambiente de trabalho para os funcionários. “Cada caso é um caso, cada empresa é uma empresa, cada função é uma função. Isso significa que são situações Colaboradoras da particularizadas e que não podemos generalizar. wine no Dia do Abraço Se uma empresa oferece determinada condição de trabalho, isto não quer dizer que outra empresa, de um outro ramo, consiga oferecer exatamente O diretor da Findes acredita que ao experimentar esses a mesma coisa”, pondera. novos modelos, essas organizações estão encontrando uma Flexibilizar o horário de trabalho a ponto de o funcionário nova forma de relacionamento entre empresa e funcionário. poder resolver questões pessoais, ou até mesmo ter um O objetivo é reduzir o que se chama presenteísmo, que é convívio um pouco maior com a família, almoçando em casa quando uma pessoa está fisicamente presente na empresa, e voltando, ou mesmo desempenhando uma parte do seu mas com a cabeça longe, pensando em outros problemas, trabalho em casa, pode trazer um retorno positivo. e não no trabalho. Nessa situação, ela não desempenha Em contrapartida, na opinião de Alejandro Duenas, suas tarefas de forma eficaz. é preciso observar o nível de comprometimento do Apesar de esses conceitos, assim como a preocupação em funcionário, de forma a garantir que este dê o retorno melhorar a vida do trabalhador em geral, serem variáveis esperado pela empresa, sem que esta tenha que fiscalizar relativamente recentes no universo do trabalho, numerosas se ele está trabalhando ou não. “A medição passa a ser por instituições já realizam ações, estudos e pesquisas sobre o resultado, e não por tempo de trabalho. Se o funcionário tem tema, entre elas o Sesi-ES. “Estamos buscando a elaboração uma tarefa a cumprir e a empresa, dentro da sua metodologia, de um indicador de qualidade de vida em geral para os consegue o resultado esperado daquele funcionário, funcionários das empresas”, revelou Duenas. Uma das a avaliação do desempenho deste funcionário deve ser sobre métricas para isso envolve o acompanhamento da saúde o tempo de entrega do trabalho, e não sobre o tempo de do trabalhador, aspecto em que o Sesi possui variadas dedicação do mesmo”, explica Duenas. iniciativas bem-sucedidas. Um bom exemplo é o programa piloto chamado “Desafio Mais Saúde”, ora em execução, que vem colocar dentro da empresa, à disposição do funcionário, um professor de Educação Física e uma nutricionista, que oferecem um programa específico para ele e para sua família. “Assim podemos promover mais saúde e mais satisfação no trabalho, ao mesmo tempo aumentando a sua produtividade”, destaca. O Sesi busca, completa Duenas, com base nesse amplo “O ambiente de trabalho tem que ser aberto, conceito de qualidade de vida, auxiliar as empresas a as pessoas têm que adotarem práticas que venham a aumentar não só sua estar voltadas para a competitividade, mas o bem-estar integral de seus honestidade, sinceridade, objetivos claros de funcionários, com ações que não apenas satisfaçam as ambas as partes obrigações legais estipuladas nas normas de saúde e (funcionários e patrão)” segurança do trabalho, mas avancem por meio de programas Flavio Bertollo, diretor para Assuntos de que mostrem para o trabalhador da indústria que a Educação e Cultura do preocupação da empresa em buscar a melhoria da sua Sesi/Senai qualidade de vida é real e vale a pena, para ambos os lados. Julho 2013 ▪ 307

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Indústria em Ação

Representantes do Espírito Santo estiveram em Brasília, conferindo a aprovação do PL 200/2012

Capixabas comemoram o fim da contribuição extra de FGTS

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ma comitiva da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) esteve em Brasília, nos dias 2 e 3 de julho, em uma mobilização para a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 200/2012, que extingue a contribuição extra ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A votação, realizada no dia 3 de julho, na Câmara dos Deputados, teve início às 18h50 e foi encerrada às 19h20, com 315 votos favoráveis e 95 contra. Além da aprovação do PLC 200/2012, os deputados votaram contra o requerimento de urgência do Projeto de Lei nº 5.844/2013, do deputado Arthur Lira, que estipulava que os recursos da contribuição adicional de 10% ao FGTS fossem concedidos à pessoa física beneficiária do programa “Minha Casa Minha Vida”. Liderado pelo membro da diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente do Conselho Temático de Assuntos Legislativos da Findes, Sergio Rogerio de Castro, o grupo capixaba presente em Brasília foi formado pelo presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt), Haroldo Massa, e pelos diretores para Assuntos Específicos, Wilmar Barbosa e Emerson de Menezes Marely. Segundo Sergio Rogerio de Castro, a indústria brasileira permaneceu unida pelo fim do adicional de 10% do FGTS, e agora pode celebrar os frutos.Houve uma mobilização nacional para sensibilizar a Câmara dos Deputados para a aprovação do projeto, de autoria do então senador Renato Casagrande. Informações da CNI apontam que as empresas do país já desembolsaram R$ 2,7 bilhões de forma indevida.

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“O objetivo dessa contribuição já tinha sido atendido e já havia passado da hora de ela ser eliminada” Sergio Rogerio de Castro, presidente do Conselho Temático de Assuntos Legislativos da Findes

De acordo com Castro, foi uma luta não só pelo desenvolvimento das empresas, mas pela manutenção dos empregos dos brasileiros. “Visitamos os gabinetes de lideranças de partidos e fomos ouvidos pela bancada capixaba. Não queríamos um novo imposto no país, servindo de obstáculo para o crescimento das empresas. O objetivo dessa contribuição já tinha sido atendido e já havia passado da hora de ela ser eliminada. Com a aprovação, ganham também os trabalhadores, já que não existe emprego sem empresa. Representantes das indústrias de todo o Brasil vieram pedir aos parlamentares de seus estados a urgência na aprovação do projeto, e nós, do Espírito Santo, não poderíamos ficar de fora. Foi algo necessário para aumentar a competitividade”, falou. Instituída pela Lei Complementar nº 110/2001, na época de sua aprovação pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso,a multa visava a compensar as perdas do FGTS relativas aos períodos dos Planos Collor e Verão. A justificativa é que essas medidas teriam aumentado o passivo do FGTS em cerca de R$ 42 bilhões. Desde então, calcula-se que o ressarcimento ao FGTS tenha custado R$ 55 bilhões. Segundo levantamento da Caixa Econômica Federal, responsável por administrar os recursos do FGTS, a contribuição de 10% já teria cumprido o seu objetivo, em termos financeiros. O presidente da Findes, Marcos Guerra, que também atuou como vice-presidente do Conselho Temático de Assuntos Legislativos da CNI, tem acompanhado todos os desdobramentos da tramitação desse projeto desde seu início e comemora esta conquista.

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FINDES ANUNCIA AGÊNCIA DE TREINAMENTO NA SERRA O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, divulgou a instalação de uma Agência de Treinamento Municipal (ATM) no município da Serra. O anúncio foi feito durante reunião com representantes da prefeitura municipal, Governo do Estado e classe empresarial, no dia 25 de junho. “Vamos instalar uma ATM para qualificar a mão de obra na região. Os tipos de cursos ofertados e o número de vagas disponibilizadas serão definidos em parceria com o município, mas há uma expectativa de atuação nas áreas da construção civil e metalomecânica, com a disponibilização de aproximadamente duas mil vagas por ano”, falou.

ESPÍRITO SANTO NA FEIRA INTERNACIONAL DA CONSTRUÇÃO Hoberdam Pessotti, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Espírito Santo (Sinprocim-ES), participou da 10ª edição da Feira Internacional da Construção (Construir Minas), entre os dias 19 e 22 de junho, em Belo Horizonte (MG). O evento integra as principais feiras do setor em uma plataforma única de negócios. Profissionais e empresas de renome apresentaram seus lançamentos e serviços, pautando as novas tendências do segmento. Para Pessotti, a feira permite o contato com temas atuais do setor. “É uma ótima oportunidade de relacionamento, além de ser uma forma de manter os empresários atualizados. É importante o Espírito Santo participar desses momentos, pois precisamos dialogar e saber como lidar com essa crise, tão forte no setor”.

SALÃO DE CAFÉS ACONTECE EM EVENTO DO VAREJO A Super Acaps Panshow, evento promovido pela Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) e pelo Sindipães entre 9 e 11 de julho, abriu mais uma vez espaço para as novidades do café capixaba. O 4º Salão de Cafés Especiais do Espírito Santo contou com concurso para escolher o melhor barista do Estado e apresentou receitas que podem ser preparadas a partir dos grãos diversos desde as variedades especiais ao tradicional. “O foco continuará nos cafés especiais, mas também daremos destaque para a variedade consumida diariamente por 95% dos brasileiros”, falou Sérgio Brambilla, presidente do Sindicato da Indústria de Café do Espírito Santo (Sincafé).

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Indústria em Ação Foto: Thomas Wolf

Findes busca parceria tecnológica na Alemanha

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presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, esteve na Alemanha entre 28 de junho a 12 de julho com o objetivo de buscar parcerias com institutos de inovação alemães para debater estratégias para a cooperação industrial e produção de pesquisas para o setor capixaba.Guerra integrou a comitiva empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI),que cumpriu intensa agenda de visita a centros de pesquisa naquele país europeu. Na viagem, eles participaram do encontro e visita técnica às instalações do Instituto Fraunhofer,em Berlim,quando o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Instituto anunciaram parceria que vai resultar na criação de 24 institutos de inovação no Brasil, com previsão de funcionamento até 2015. O acordo permite que o país importe o sistema de inovação alemão,que é fortemente baseado em aplicação de pesquisa para a indústria. O Fraunhofer atua no mercado há mais de 60 anos e conta com 86 institutos espalhados pelo mundo. O presidente da Findes destacou que está em negociação a instalação do Instituto Senai de Inovação (ISI) também no

Ex-presidente Lula e Marcos Guerra se encontraram na 42ª edição do World Skills International

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Em Berlim está a sede do Instituto Fraunhofer, um dos parceiros do acordo entre Brasil e Alemanha

Espírito Santo. “Estamos articulando para viabilizar a criação de um IST, Instituto Senai de Tecnologia, para em seguida avançarmos para o ISI. As novas unidades são importantes para agregar valor e qualidade aos produtos industriais e, consequentemente, mais competitividade para a indústria capixaba”, explica Guerra. Os investimentos para a criação das unidades fazem parte das ações do Programa Senai de Apoio à Competitividade da Indústria, que receberá recursos da ordem de R$ 3 bilhões. Desse total, R$ 1,5 bilhão vem de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a outra parte, de recursos próprios da indústria. Aproveitando a presença no país, a comitiva da CNI prestigiou a 42ª edição do World Skills International, maior torneio de educação profissional do mundo, que foi realizado na cidade de Leipzig. O ex-presidente Lula participou da reunião do Fórum de Líderes do evento (04/07) e falou sobre a importância da educação profissional para a economia dos países, afirmando que a educação técnica é o caminho para os jovens alcançarem a cidadania plena por meio do trabalho. Cerca de mil jovens de 53 países disputaram medalhas em 46 ocupações. O Brasil participou com 41 competidores em 37 ocupações: 37 estudantes do Senai e quatro do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), conquistando 12 medalhas e 15 diplomas de excelência, um recorde para o país, com quatro de ouro, cinco de prata e três de bronze. Empresários de diferentes segmentos e países costumam acompanhar as competições, interessados nos novos talentos e potencialidade de negócios. Segundo Guerra, o evento foi uma oportunidade, por meio de encontros paralelos, para discutir novas parcerias com investidores internacionais. “Mais de 50% de nossa economia é altamente dependente das atividades de comércio exterior, portanto, foi importante a presença da indústria capixaba no evento, que pode gerar boas parcerias comerciais e institucionais”, afirmou o presidente da Findes.

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Sustentável por Heliomara Mullulo

Senai desenvolve projeto inovador para a Marcopolo O projeto da cabine de pintura pretende diminuir em 99% as emissões de particulados e gases gerados no processo de pintura industrial

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necessidade de adequação de processos industriais, com o objetivo de manter o foco empresarial na sustentabilidade e no atendimento às exigências ambientais federais, motivou a Vitoriamar Distribuidora de Peças e Serviços, que representa no Estado a empresa Marcopolo, a buscar o auxílio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Espírito Santo (Senai-ES) para elaboração de um projeto inédito no Brasil: a cabine de pintura. A iniciativa faz parte

da estratégia de gestão ambiental desenvolvida pela empresa, que pretende gerar uma produção mais limpa, com menos emissões de particulados na atmosfera. O diretor da empresa, Robson Copeti, explica que buscou o Senai-ES há cerca de três meses, em função de uma demanda de licenciamento ambiental. “Precisávamos desenvolver uma tecnologia que atendesse às normas de legislação trabalhista e ambiental proporcionando maior controle da emissão de partículas espessas no ar durante nosso processo industrial.

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Marcopolo quer produção mais limpa, com menos resíduos na atmosfera

Cabine de Pintura: tecnologia reduz emissões de partículas

Conversando com a equipe e com o engenheiro do Senai-ES Damião Devens, chegamos a um formato grande e ousado, pioneiro no Brasil, que deve ficar pronto nos próximos três meses”, conta. De acordo com Robson, as expectativas quanto ao resultado do projeto, ainda em execução, são as melhores possíveis. “Temos expectativas altamente positivas, pois pesquisamos e vimos que pelo Brasil há muitas iniciativas, porém nenhuma tão completa quanto a que estamos desenvolvendo. O engenheiro do Senai-ES, ao elaborar o projeto da cabine de pintura buscou a precisão nos mínimos detalhes, para evitar contratempos. Acredito que este será o primeiro de muitos projetos”, relatou o diretor da Vitoriamar/Marcopolo.

Equipamento visa à sustentabilidade Diferente das concepções existentes no mercado, o projeto elaborado pelo Senai-ES para a cabine de pintura reúne vários componentes mecânicos, com finalidades diferentes, que realizam juntos um mesmo objetivo: o de reduzir materiais potencialmente poluidores, que poderiam causar modificações aos ecossistemas e à saúde do trabalhador, prejudicando-os. Trata-se de um conjunto de inovações capaz de reduzir, em aproximadamente 99%, as emissões de particulados e gases gerados no processo de pintura industrial. Damião Devens revela que, para se chegar ao projeto final, foi necessário buscar modelos matemáticos que pudessem dar parâmetros ao equacionamento das variáveis em estudo e que, por ser inovador, o projeto tem sido bem aceito no meio empresarial e acadêmico. “A sustentabilidade é a base da visão de todos os projetos ambientais, considerando que são desenvolvidos com o objetivo maior de reduzir as alterações negativas ao meio ambiente, sem comprometer os ecossistemas”, pontua o engenheiro.

“Por ser inovador, o projeto tem sido bem aceito no meio empresarial e acadêmico” Damião Devens, engenheiro do Senai-ES

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Sustentável

Como serão as atividades da Cabine de Pintura O engenheiro do Senai-ES Damião Devens explica que as atividades desenvolvidas pela cabine de pintura, que já está sendo patenteada, ocorrerão em duas fases: • A primeira consiste no processo de preparação da superfície para aplicação da pintura (uma fase anterior à aplicação da tinta). “Ocorre com a remoção de material depositado sobre a peça, por processo de atrito, havendo geração de particulados (poeira), que pode ir para o ambiente externo, causando interferências aos ecossistemas e à saúde do ser humano, e, no ambiente interno, representando risco à saúde do pintor. O projeto realiza a captura desse

O que diz a legislação ambiental federal sobre particulados no ar A fixação de parâmetros para a emissão de poluentes gasosos e materiais particulados (materiais sólidos pulverizados) por fontes fixas começou a ser efetuada por meio da Resolução do Conama nº 005/1989, que dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar – Pronar. As Resoluções Conama nº 003/1990 e nº 008/1990 complementam o Pronar estabelecendo limites para a concentração de determinados poluentes no ar. Esses limites tiveram como base normas (ou recomendações) da Organização Mundial da Saúde, que levam em conta limites de concentração compatíveis com a saúde e o bem-estar humano. Em seu art. 1º, a Resolução nº 003/1990 define como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: I impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; II inconveniente ao bem-estar público; III danoso aos materiais, à fauna e flora; IV prejudicial à segurança. ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade

“Precisávamos desenvolver uma tecnologia que atendesse às normas de legislação trabalhista e ambiental proporcionando maior controle da emissão de partículas espessas no ar durante nosso processo industrial” Robson Copeti, diretor da Vitoriamar/Marcopolo

“A cabine de pintura automotiva projetada melhora a qualidade do ambiente de trabalho do profissional de pintura e atende às normas trabalhistas e ambientais” Giovana Espíndula Borgo, analista técnica do Setor de Meio Ambiente do Senai-ES

material, pelo piso, depositando-o em vasilhames fechados que serão destinado a aterros licenciados”. • A segunda fase é o processo de pintura propriamente dito. É quando ocorre a geração de gases solúveis e não solúveis em água. “Esses são capturados juntamente com os particulados gerados na fase anterior; em seguida, são separados e direcionados para o processo de absorção (aqueles solúveis em água) ou para o processo de adsorção (os que não são solúveis em água)”.

Senai é parceiro de projetos sustentáveis Algo que a equipe de Meio Ambiente do Senai-ES prioriza é a interação com o cliente para a melhor definição possível do projeto e apoio à sua execução. A analista técnica do Setor de Meio Ambiente, Giovana Espíndula Borgo, relata que esse trabalho se dá por meio de consultoria, assessoria e desenvolvimento tecnológico no processo de licenciamento ambiental e adequação do processo industrial às normas ambientais, possibilitando que as empresas atendam aos requisitos legais vigentes. Giovana conta que o atendimento à empresa Marcopolo/ Vitoriamar se deu por uma demanda da própria companhia. “A Vitoriamar entrou em contato conosco para elaborar projeto da cabine de pintura com o fim de atender aos requisitos ambientais inerentes à atividade. Criamos um projeto sustentável. A cabine projetada realiza a captura e tratamento de emissões atmosféricas geradas durante o processo de pintura automotiva (industrial), permitindo a redução do lançamento de hidrocarbonetos aromáticos na atmosfera, melhorando a qualidade do ambiente de trabalho do profissional de pintura e atendendo às normas trabalhistas e ambientais. O projeto também buscou a eficiência energética ao adequar o processo de pintura às normas de produção mais limpa”, destacou. As empresas que desejarem buscar apoio do Senai-ES para a solução de suas demandas podem fazer contato pelo telefone: 3334-5217.

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ARTIGO

Transparência fiscal

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s questionamentos e reclamações mais comuns de consumidores e empresários estão relacionados à elevada carga tributária do país, que incide sobre produtos e serviços, tornando-os caros e pouco competitivos no mercado brasileiro, se comparados com os de outros países. Nos Estados Unidos, é possível que o consumidor tenha ideia de quanto está pagando de tributo por cada produto adquirido. Lá, o preço das mercadorias é divulgado sem o valor do imposto, que só é computado ao efetuar o pagamento da compra. E foi com o objetivo de expor aos consumidores o quanto os tributos influenciam na formação do preçodos produtos e serviço adquiridos que foi publicada, em dezembro de 2012, a Lei nº 12.741/2012. Ela estabelece que seja esclarecido na nota fiscal ou documento equivalente, fornecido ao consumidor, o valor dos tributos federais, estaduais e municipais incidentes. A medida é válida e vai permitir ao consumidor saber quanto o Governo recolhe com os impostos, e ao lojista informar detalhadamente e com maior transparência o valor do produto. A questão é que, ainda que o consumidor tenha conhecimento do valor total cobrado em imposto na compra, ele não terá exposto o valor referente a cada produto ou tributo em seu cupom fiscal. No Espírito Santo, os empresários do comércio estão fazendo sua parte neste novo modelo de transparência fiscal, e a ampliação do prazo em um ano vai permitir

um tempo maior para cumprir o que é exigido. Isso, no que se refere à informatização do processo para gerar a nota, reduzindo as horas a mais de serviços e gente qualificada para alimentar o sistema, principalmente dos micro e pequenos. No Estado, os empreendimentos comerciais de pequeno porte representam 96% das empresas, e são os que detêm maior dificuldade na hora de se adequar. Assim como nas demais empresas, as complicações aparecem diante dos diversos valores de alíquotas em uma gama ainda maior de produtos, resultado da complexidade no sistema tributário, que dificulta na hora de calcular o valor pago em impostos em cada produto. Aliado ao detalhamento e seu respectivo custo de adequação do sistema de automação utilizado pelo empresário, está a qualificação de profissionais para desempenhar o novo processo, dificuldade que não deve ser descartada. Contudo, neste momento não é o mais relevante e oscilará em função do software utilizado pelo empresário. A questão é que o maior custo será o de interpretação, análise dos tributos e contribuições incidentes e parametrizações do sistema tributário, o que para o pequeno e médio empresário vai exigir medidas administrativas internas de análise de cada produto comercializado para aplicação da norma, resultando em custo adicional de gestão. Por enquanto, a norma vigora apenas com cunho educativo. Até o momento ainda não foram definidos os valores das multas e penalidades aos estabelecimentos comerciais que não discriminarem os impostos. Mas, é bom o empresário ficar atento ao prazo, buscar adaptar-se à norma e verificar, na prática, como será seu funcionamento, para aos poucos aprimorar o processo. Percebe-se que o objetivo da medida é dar transparência ao consumidor sobre a carga tributária incidente nas mercadorias e fazer com que o brasileiro tenha educação e conscientização tributária, o que representa um avanço. É uma forma de instigar a população a exercer sua cidadania de forma mais plena, ao exigir o retorno do que paga. José Lino Sepulcri é presidente da Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo)

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SINDICOPES PROMOVE AÇÃO VOLTADA PARA SAÚDE E SEGURANÇA O ciclo de capacitações gerenciais para 2013 do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Espírito Santo (Sindicopes) teve continuidade no dia 19 de junho, com a realização do seminário “Saúde e Segurança no Trabalho”, em parceria com a assessoria jurídica Cheim Jorge & Abelha Rodrigues. O evento aconteceu no 9º andar do Edifício Findes, em Vitória, e contou com uma palestra do juiz do Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES), Cássio Ariel Moro, além da presença de representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Delegacia Regional do Trabalho (DRT).

O presidente do Sindicopes, José Carlos Chamon, prestigiou o seminário

DORMENTE METÁLICO CAPIXABA É OPÇÃO SUSTENTÁVEL PARA FERROVIAS A malha ferroviária brasileira, que possui hoje pouco mais de 29 mil quilômetros de extensão, foi construída com base em dormentes de madeira (estacas que assentam os trilhos). Com o final da vida útil dessa opção, chegou-se ao dormente de aço como alternativa mais sustentável para reestruturar as ferrovias do país. O Plano de Investimentos em Logística (PIL), anunciado pelo Governo Federal no ano passado, irá acrescentar 10 mil quilômetros à malha ferroviária nacional. O primeiro lote, um trecho de 477 km entre Açailândia (MA) e Porto de Vila do Conde (PA), já está com o edital aberto para consulta. Segundo a fabricante capixaba Hidremec, o dormente metálico tem todos os requisitos para atender com sucesso esse e outros 11 lotes que serão licitados até o final do programa. O produto já está sendo usado com êxito em ferrovias como a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), para a qual a fabricante completou a entrega de um milhão desses dormentes em março.

MARCOS GUERRA VISITA FÁBRICA EM SOORETAMA O presidente da Findes, Marcos Guerra, realizou uma visita técnica no dia 13 de maio às instalações da fábrica Itatiaia, em Sooretama. Com um investimento aproximado de R$ 209 milhões, o projeto movimentará a economia do município, gerando durante o período de obras em torno de 110 empregos e outros 1,3 mil empregos, aproximadamente, quando em operação. Para Guerra, a vinda da Itatiaia representa uma grande conquista para a Indústria no norte capixaba. “Durante a visita técnica à fábrica, firmamos parcerias importantes com a Itatiaia, como por exemplo, capacitação de mão de obra, mercado e outros assuntos que interessam à indústria do nosso Estado”, disse.

Troféu entregue aos vencedores

SIGES REALIZA 3º ENCONTRO DA INDÚSTRIA GRÁFICA Integrar e qualificar a cadeia produtiva do setor gráfico. Com essa premissa, o Sindicato da Indústria Gráfica do Espírito Santo (Siges) promoveu, entre os dias 25 de junho e 4 de julho, o 3º Encontro da Indústria Gráfica do Espírito Santo. A programação foi palco do lançamento do Anuário das Indústrias Gráficas do Espírito Santo, exposição de peças, palestras, fórum e encontro com fornecedores. Avanços tecnológicos, sustentabilidade, qualidade e perspectivas de novos negócios foram alguns dos temas abordados e discutidos. A programação do encontro foi encerrada com a cerimônia de entrega do 5º Prêmio Excelência Gráfica Padre José de Anchieta, realizada no MS Buffet, em Vitória. Ao todo, 271 trabalhos de 12 empresas associadas concorreram em 28 categorias. A gráfica GSA levou a melhor e conquistou 10 troféus. A Grafitusa levou para casa sete troféus, seguida da gráfica JEP, que conquistou quatro troféus, Scribo e a Ingral com dois cada, e as gráficas Aymores, Melotti e Lisboa, com um troféu cada. Os cinco primeiros colocados em cada uma estão automaticamente classificados para o mais importante evento do setor no Brasil, o Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini, marcado para acontecer em 26 de novembro, em São Paulo.

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Indústria em Ação

FINDES PRESTIGIA O PRÊMIO ADEMI 2013 O vice-presidente da Findes, Constantino Dadalto, prestigiou o Prêmio Destaque Associação Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES) 2013, considerado o “Oscar”do mercado imobiliário. O evento foi realizado no cerimonial Le Buffet, no dia 25 de junho, em Jardim Camburi, e contou com a presença do presidente da Ademi, Juarez Gustavo Soares, do governador Renato Casagrande e demais autoridades. O Prêmio Destaque Ademi-ES é uma ferramenta de reconhecimento do mercado, concedendo aos seus vencedores visibilidade, credibilidade e novas oportunidades de negócios.

SINDUTEX REALIZA PALESTRA SOBRE DESAFIOS DE MARCAS Aconteceu no dia 9 de maio, no edifício Findes, em Vitória, a palestra “O Mercado de Vestuário no Brasil: Tendências E Desafios para as Marcas Brasileiras”. O evento foi realizado pelo Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Tinturaria, Estamparia e Beneficiamento de Fibras Artificiais e Sintéticas e do Vestuário do Espírito Santo (Sindutex) e contou com ministração de Marcelo Villin Prado, economista, especialista em Marketing e sócio-diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi). A palestra apresentou aos participantes dados do mercado e uma visão sobre o seu desempenho nos últimos anos. Entre os itens apontados por Prado para receberem melhorias estão a gestão comercial, o marketing e a logística, essenciais para a implantação de sistema de distribuição multicanal. “A prática possibilita às empresas capitalizarem para si a maior parcela possível do crescimento da demanda interna”, frisou.

A presidente do Sindutex, Mariluce Polido Dias, e o palestrante, Marcelo Villin Prado

FINDES E BANDES FIRMAM PARCERIAS INSTITUCIONAIS O presidente da Findes, Marcos Guerra, e o diretor-presidente do Bandes, Guerino Balestrassi, encontraram-se na sede do Bandes, em Vitória, no dia 10 de junho, para discutir parcerias entre as duas instituições. A reunião foi realizada com o objetivo de fomentar o desenvolvimento sustentável do Espírito Santo e tratou sobre as linhas de investimentos e soluções financeiras, com estratégias para geração de emprego, renda e competitividade econômica para as indústrias, em especial as pequenas e médias empresas do Espírito Santo.

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Caso de Sucesso Entrevista

FHF Pneus

“Com muitos sacrifícios e retirando os recursos da própria empresa para honrar os compromissos, conseguimos superar os obstáculos” Valkinéria Cristina Meirelles Bussular, diretora da FHF Pneus

Superando obstáculos e desafios, empresa familiar da região de Colatina hoje é referência em pneus recapados com uso destinado a caminhões

A

empresária Valkinéria Cristina Meirelles Bussular, 45 anos, é uma das poucas mulheres que entraram em um mercado que há muitos anos era exclusividade dos homens: o de recauchutagem de pneus. Com 15 anos, ela já circulava pelas áreas de recapagem e borracharia. “Meu pai (Fernando Meirelles) tinha uma pequena borracharia em Colatina e eu vivia ao lado dele, vivenciando aquele mercado”, diz ela. Aos 20, veio a oportunidade para se fixar definitivamente no ramo, quando um empresário ofereceu ao seu pai, em 1988, uma pequena participação acionária de 5% para ficar à frente da empresa FHF Pneus, na mesma cidade. “Para meu pai, era a chance de realizar seu grande sonho, mas ele só aceitou com a condição de que os quatro filhos também trabalhassem na empresa”, explicou. Proposta aceita, Valkinéria e seus três irmãos foram trabalhar na loja. Ela, que já tinha formação técnica em Contabilidade, começou atuando no setor financeiro da empresa. Após sete anos, novos desafios seriam enfrentados. Desejoso de investir em outro segmento, o empresário que detinha os 95% das ações resolveu colocar o negócio à venda, mas tinha preferência pela continuidade da família Meirelles à frente do empreendimento. “Ele acreditava em nosso potencial, mas a dificuldade financeira era grande. Não queríamos perder a oportunidade e, por isso, com muitos sacrifícios e retirando os recursos da própria empresa para honrar os compromissos, conseguimos superar os obstáculos e nos tornamos os acionistas majoritários”, relembra a empresária.

Naquela mesma ocasião, Valkinéria, então com 27 anos, e atuando no setor de Contabilidade, foi designada pela família para assumir a direção da empresa, posição que ocupa até hoje. O sucesso foi consolidado em 1998, três anos após a família assumir a empresa, quando dobrou a produção de serviços de reforma de pneus. Sua representatividade no ramo a fez conquistar também cargos em sindicatos e instituições empresariais. Presidiu o Sindicato da Indústria da Borracha e da Recauchutagem de Pneus do Espírito Santo (Sindibores) na gestão 2005/2007 e atualmente ocupa o cargo de conselheira efetiva de representantes na Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), pelo Sindibores, além de atuar no Conselho Fiscal da atual gestão do sindicato. Também é conselheira consultiva do Sesi/Senai na região de Colatina e atua no Conselho Deliberativo da Associação dos Revendedores Bridgestone/Bandag do Brasil, representando a Região Sudeste. Em 2013, a FHF Pneus completará 25 anos. Quando foi fundada, atendia ao segmento de reforma de pneus tanto para carros de passeio quanto de carga. Após três anos, a empresa mudou o foco do negócio e passou a atender apenas à recapagem de pneus para caminhões, quando assinou um contrato de exclusividade com a Bandag do Brasil, marca que hoje pertence à Bridgestone, que possui uma linha completa de produtos novos e recapados com uso destinado a caminhões. A unidade de Colatina recapa 60 pneus de carga por dia e atende a toda a região noroeste do Estado e parte de Minas Gerais. Também vende acessórios para carros e presta serviços de alinhamento a laser, balanceamento e desempeno de eixos. Emprega 40 funcionários, entre os quais sete mulheres.

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Indicadores

SONDAGEM INDUSTRIAL NO ESPÍRITO SANTO Desempenho em junho de 2013

A

Sondagem Industrial no Espírito Santo, produzida mensalmente pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria - CNI registrou em junho de 2013, em relação ao mês anterior, decréscimo no indicador de evolução da produção (-6,6 pontos) e acréscimo no indicador de evolução do número de empregados (+1,9 ponto). Somente o segundo se manteve acima da linha divisória de 50 pontos.

ATIVIDADE INDICADORES

Jun/12

Mai/13

Evolução da produção

46,9

50,3

Evolução do número de empregados

49,0

49,8

Utilização da capacidade instalada (%)

73,0

76,0

UCI efetiva em relação ao usual

45,7

46,3

Estoque efetivo em relação ao planejado

51,0

52,0

Evolução de estoques de produtos finais

49,5

50,1

O nível médio de utilização da capacidade instalada caiu 3,0 pontos se situando em 73% em junho de 2013, em relação ao mês anterior. A capacidade efetiva em relação ao usual recuou (-4,0 pontos), mostrando que a indústria capixaba está operando com uma capacidade inferior ao nível usual para o mês, já que se posicionou na faixa inferior a 50 pontos (42,3 pontos). O indicador de evolução de estoques de produtos finais cresceu 2,8 pontos e se posicionou acima da linha divisória de 50 pontos (52,9 pontos). O indicador de estoque efetivo em relação Tabela 1 ao planejado avançou 0,2 ponto e também ficou acima de 50 pontos (52,2 pontos), Jun/13 sinalizando que as empresas estão com estoques indesejados. 43,7 Junho de 2013, comparado a junho de 2012, 51,7 mostrou queda nos indicadores de evolução da produção (-3,2 pontos) e UCI efetiva em 73,0 relação ao usual (-3,4 pontos). Os acréscimos ocorreram nos indicadores de evolução do 42,3 número de empregados (+2,7 pontos), estoque 52,2 efetivo em relação ao planejado (+1,2 ponto) e evolução de estoques de produtos finais (+3,4 52,9 pontos). Já a utilização da capacidade instalada se manteve estável.

Expectativas em julho de 2013 para os próximos seis meses Em julho de 2013, os empresários da indústria do Espírito Santo estão menos otimistas em relação aos próximos seis meses, já que a maioria dos indicadores de expectativa recuou: expectativa de demanda (-1,6 ponto), quantidade 66

exportada (-0,6 ponto) e número de empregados (-2,8 pontos). A exceção foi o indicador de compras de matériaprima que aumentou (+1,6 ponto). Todos os indicadores se posicionaram acima da linha divisória de 50 pontos.

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EXPECTIVAS INDICADORES

Os resultados de julho de 2013 em relação aos de julho de 2012, sinalizaram queda nos indicadores de demanda (-2,6 pontos), compras de matéria-prima (-0,8 ponto) e número de empregados (-1,0 ponto). Houve aumento no indicador de quantidade exportada (+6,0 pontos).

Tabela 2

Jul/12

Jun/13

Jul/13

Demanda

60,7

59,7

58,1

Quantidade exportada

56,5

63,1

62,5

Compras de matéria-prima

57,4

55,0

56,6

Número de empregados

52,7

54,5

51,7

Notas • A partir de janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações www.cni.org.br/icei) e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010. • Os indicadores variam no intervalo de 0 a 100, sendo que valores acima de 50 pontos indicam aumento, atividade acima do usual ou expectativa positiva e abaixo de 50 pontos, queda, atividade abaixo do usual ou expectativa negativa. • A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 84 empresas capixabas (24 pequenas, 43 médias e 17 grandes).

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Fatos em Fotos

Cindes lança livro “Contando Histórias” Histórias e “causos” do Espírito Santo, do ponto de vista de profissionais que marcaram as esferas empresarial, política e social do Estado. Essa é a matéria-prima do livro “Contando Histórias”, lançado em uma cerimônia no Cinemark, no Shopping Vitória, no dia 11 de junho. A obra, composta por mais de 200 páginas, é o resultado dos depoimentos de 10 personalidades capixabas: Arthur Carlos Gerhardt Santos, Chrisógono Teixeira da Cruz, Cacau Monjardim, Gerson Camata, Camilo Cola, Cariê Lindenberg, Elcio Alvares, Helcio Rezende Dias, José Armando de Figueiredo Campos, Cecília Milanez Milaneze. Eles dividiram suas experiências de vida com o público e foram homenageados com uma estatueta de bronze criada pelo artista Penithencia. O lançamento do livro foi prestigiado por diversas autoridades. O evento “Contando Histórias” acontece desde 2010 na sede da Findes e foi criado com o objetivo de resgatar a história e a contribuição de personalidades que tiveram atuação relevante para o desenvolvimento capixaba. 1 - O presidente da Findes, Marcos Guerra, fala sobre o livro de depoimentos 2 - Público prestigia o evento 3 - O vice-governador Givaldo Vieira, Cacau Monjardim e Marcos Guerra 4- Chrisógono Teixeira da Cruz, Gerson Camata e Cacau Monjardim recebem homenagem 5 - Elcio Alvares, Camilo Cola, Arthur Carlos Gerhardt Santos, Marcos Guerra, Chrisógono Teixeira da Cruz, Cariê Lindenberg e Cacau Monjardim 6 - Marcos Guerra, Cecília Milanez Milaneze e Chrisógono Teixeira da Cruz 7 - José Armando de Figueiredo Campos; Givaldo Vieira e Marcos Guerra 8 - O vice-presidente da CNI, Lucas Izoton, Camilo Cola e Marcos Guerra

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9 - O presidente da Findes entre os 10 contadores de histórias – José Armando de Figueiredo Campos, Chrisógono Teixeira da Cruz, Gerson Camata, Arthur Carlos Gerhardt Santos, Cariê Lindenberg, Elcio Alvares, Cecília Milanez Milaneze, Cacau Monjardim, Helcio Rezende Dias e Camilo Cola 10 - O diretor de Atendimento do Sebrae-ES, Rui Dias; o diretor-superintendente do Sebrae-ES, José Eugênio Vieira; Letícia Lindenberg e José Carlos Corrêa 11 - Cariê Lindenberg, Cacau Monjardim e Arthur Gehardt 12 - As três gerações da família Cola prestigiaram o evento 13 - Abdo Chequer, Cintia Dias e André Hees 14 - Elcio Alvares e Luiz Buaiz 15 – Eugênio Fonseca, Luiz Soresini e José Armando de Figueiredo Campos 16 - Arthur Carlos Gerhardt Santos e sua esposa, Maria Clementina Vellozo Santos 17 - Cristhine Samorini e Clara Orlandi 18 - O presidente da Findes, Marcos Guerra, e sua esposa, Giane 19 - Gerson Camata e o diretor da Findes Egídio Malanquini 20 - Maria Sanz Martins foi a mestre de cerimônia do lançamento

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Fatos em Fotos

Rota Imperial inicia novo ciclo na indústria do turismo capixaba Um passo rumo a um novo ciclo de desenvolvimento da indústria do turismo no Espírito Santo foi dado no dia 8 de junho, com o lançamento do Marco Zero da Rota Imperial, que vai de Vitória a Ouro Preto (MG), percorrendo 14 municípios capixabas e 17 mineiros. A Praça João Clímaco, em frente ao Palácio Anchieta, foi escolhida como Marco Zero do trajeto. O presidente da Findes, Marcos Guerra, abriu a solenidade realizada no Palácio, e destacou a importância do projeto, que dá visibilidade aos municípios inseridos na Rota Imperial, além de fortalecer a indústria capixaba como um todo. A partir do turismo, setores como alimentos e bebidas, vestuário, construção pesada, moveleiro, entre outros, serão beneficiados. Após os pronunciamentos das autoridades, aconteceu um passeio pela Rota Imperial, com grupos de veículos off road. 1 - O vice-presidente da CNI, Lucas Izoton; a deputada Iriny Lopes; o secretário de Turismo de Vitória, Paulo Fonseca; o secretário estadual de Turismo, Alexandre Passos; o proprietário do Parque do China, Valdeir Nunes dos Santos; o prefeito de Santa Teresa, Claumir Antônio Zamprogno, o vice-governador Givaldo Vieira; o presidente da Findes, Marcos Guerra; o membro da diretoria da CNI Sergio Rogerio de Castro; e o diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba, Leonardo de Castro 2 - Lucia Dornellas, deputada estadual e presidente da Comissão de Turismo da Ales; o diretor da Findes para Assuntos do Instituto Rota Imperial (IRI), Paulo Teodoro; Alexandre Passos; Givaldo Vieira; o governador Renato Casagrande; a deputada Luzia Toledo; o empresário Paulo Rocha; Lucas Izoton; e Marcos Guerra 3 - Marcos Guerra e Renato Casagrande 4 - Renato Casagrande e o prefeito de Vitória, Luciano Rezende 5 - Autoridades reunidas para lançamento do Marco Zero da Rota Imperial 6 - A senadora Ana Rita fala ao público 7- Luciano Rezende, em discurso sobre o lançamento 8 - A comitiva reunida para o passeio

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Cursos e Cia

Sesi usa o Lego como ferramenta didática Com o projeto que utiliza o Lego, o Sesi-ES desenvolve a criatividade de 10 mil alunos

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uito mais que um brinquedo de encaixe,o tradicional e internacionalmente conhecido Lego tem se mostrado uma grande ferramenta pedagógica que pode ser adaptada para transmitir conhecimento e melhorar o aprendizado em diversas disciplinas escolares. Os bons resultados dessa metodologia têm sido comprovados a cada dia pelos alunos das unidades do Sesi no Espírito Santo, onde o Programa Lego Zoom está implantado desde 2006, revelando-se uma inovadora solução de aprendizagem para o ensino fundamental e médio. Trata-se de uma iniciativa que desperta e desenvolve a criatividade de crianças e adolescentes. Da 1ª a 3ª séries, o uso é mais mecânico, com o brinquedo de encaixe auxiliando o conteúdo passado de praticamente todas as disciplinas. A partir da 4ª série, começa a ser utilizado o brinquedo com pilha e da 5ª série ao ensino médio, entra o conceito do Lego Robótica, desenvolvendo competências e autonomia para o entendimento e enfrentamento de situações reais. Nesta fase, com o uso de computadores, a ferramenta trabalha a questão de movimentos inteligentes e desenvolve programação e lógica, em áreas Como Ciências, Geografia, Matemática, Física, Português, Química e Empreendedorismo. Os professores de Física, Matemática e Informática do Sesi-ES foram, inclusive, capacitados no uso da ferramenta em treinamento ministrado na sede da Findes, em Vitória. Ferramenta pedagógica pode ser adaptada para transmitir conhecimento e melhorar o aprendizado

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Programação de Cursos IEL Curso

Período

Gestão dos Recursos e Prestação de Contas de Projetos de Inovação

07/08/2013 a 09/08/2013

Logística Integrada de Materiais e Compra

12/08/2013 a 15/08/2013

Qualidade no Atendimento ao Cliente como Diferencial Competitivo

12/08/2013 a 16/08/2013

Formação de Auditor Interno da Qualidade

12/08/2013 a 16/08/2013

Negociando com Resultados em Compras

13/08/2013 a 16/08/2013

Excelência em Vendas

19/08/2013 a 22/08/2013

Técnicas de Apresentação e Oratória

19/08/2013 a 23/08/2013

Gestão de Custos Empresariais

19/08/2013 a 23/08/2013

Interpretação da NBR ISO 9001:2008

23/08/2013 e 24/08/2013

Gestão da Qualidade Técnicas de Elaboração de Documentos e Procedimentos Operacionais

26/08/2013 a 29/08/2013

Programa de Imersão em Finanças

26/08/2013 a 30/08/2013

Gestão da Inovação

28/08/2013 a 30/08/2013

Excelência no Atendimento ao Cliente

02/09/2013 a 05/09/2013

Cálculos Trabalhistas

02/09/2013 a 06/09/2013

Elaboração de Projetos de Inovação para Captação de Recursos

04/09/2013 a 06/09/2013

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Programação de Cursos SENAI Vila Velha Curso Cronoanálise

Programação de Cursos IEL

Período em matrícula

Boas Práticas de Fabricação-BPF

03/08/2013 a 31/08/2013

NR-10 Segurança para Eletricista

03/08/2013 a 31/08/2013

Curso

Período

Formação de Representante da Direção para Sistemas de Gestão

09/09/2013 a 12/09/2013

Operador de Movimentação e Armazenagem de Cargas

03/08/2013 a 24/08/2013

Gestão de Pessoas

09/09/2013 a 12/09/2013

Leitura e Interpretação de Projetos de Edificações

10/08/2013 a 26/10/2013

Gestão dos Recursos e Prestação de Contas de Projetos de Inovação

11/09/2013 a 13/09/2013

NR-10 Segurança para Eletricista (Reciclagem)

10/08/2013 a 31/08/2013

Inteligência Comercial Internacional

12/09/2013 e 13/09/2013

Operador de Computador

10/08/2013 a 11/01/2014

Padeiro

10/08/2013 a 11/01/2014

Mídias Sociais Aplicada a Realidade e Necessidades das Empresas

16/09/2013 a 19/09/2013

Operador de Elevador de Obras

12/08/2013 a 16/08/2013

Gestão Financeira

16/09/2013 a 20/09/2013

20/07/2013 a 14/09/2013

Técnicas de Negociação

23/09/2013 a 26/09/2013

Normas Técnicas para Trabalhos Acadêmicos

Desenvolvendo as Habilidades do Líder nas Relações Interpessoais

20/07/2013 a 21/12/2013

23/09/2013 a 26/09/2013

Instalador Hidráulico-Amanco Auto CAD 2D

24/08/2013 a 28/09/2013

A capacitação foi realizada pelos consultores da empresa Edacom , Marcos Pollo e Nicole Capalbo, acompanhados pela representante do Departamento Nacional, Daniella Patricia Alves de Abreu. Segundo Olívia Costa de Oliveira, interlocutora do projeto Lego no Espírito Santo, o método veio para ficar. “Com os bons resultados, a partir de 2008 a experiência se expandiu para o Brasil inteiro. É uma forma dinâmica de praticar conceitos que são ensinados em sala de aula. Por exemplo, em Geografia, com o Lego podemos fazer um mapa do Brasil, analisando pontos específicos que o

professor queira abordar. Já no primeiro ano, os pequenos podem trabalhar a inclusão social. Eles podem montar uma cadeira de rodas e ver os desafios de quem a usa, como a questão da mobilidade. É algo benéfico para as mais diversas matérias. E agora vamos começar a trabalhar com torneios, dando foco no trabalho em equipe e no empreendedorismo. Com o Lego, você não está brincando, e sim praticando, de forma lúdica. Ele estimula a solução de problemas com criatividade”, disse ela, que termina lembrando que 10 mil dos 11 alunos do Sesi-ES são atendidos pelo projeto.

Informações e inscrições: E difício Findes – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • Inscrições e informações também pelo site www.iel–es.org.br Senai Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br

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ARTIGO

Elevação do patamar da inovação no Brasil

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assamos os últimos anos discutindo a importância da inovação para a competitividade de nossas empresas e, por consequência, da economia brasileira. Essa discussão precisa avançar, no sentido de se transformar em ações concretas e abrangentes. O Brasil acumula experiências modelares em inovação (vide os reconhecidos exemplos da Embraer, Embrapa e Petrobras), nossas empresas já sabem do caráter estratégico das atividades inovativas, e um amplo espectro de nossas lideranças tem consciência da importância da inovação para o desenvolvimento do país. Portanto, já passamos da hora de somente discutir inovação. A hora, agora, é de fazer inovação, de aumentarmos de maneira significativa e rápida nossa capacidade de gerar inovações para o mercado. Foi com esse espírito pragmático que a presidente Dilma Rousseff liderou a elaboração do Plano Inova Empresa, que ela mesma lançou em meados de março, no valor total de R$ 32,9 bilhões. São mais recursos para crédito, com juros subsidiados; mais recursos para subvenção econômica à inovação, e também para projetos em parceira entre empresas e instituições de ciência e tecnologia. Ainda mais, há disposição do Governo em aumentar sua participação acionária em empresas inovadoras.

Além desse esforço explícito e direto do Governo em incrementar as atividades inovativas nas empresas, há outros elementos que reforçam a existência de um ambiente francamente favorável à inovação em nosso país. Por exemplo, as agendas de inovação do governo, das entidades do setor industrial e das instituições de ciência e tecnologia têm objetivos comuns. Essa coincidência, não casual, é de extrema relevância, pois nos colocamos todos no mesmo barco, remando na mesma direção. Um capítulo de destaque nessa agenda comum entre setor industrial, governo e ICTs é a nossa Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, a Embrapii, que está em fase de registro nas repartições públicas competentes e deverá entrar em operação nos próximos meses. Ao aliar a demanda empresarial com a capacidade de nossas instituições de pesquisa, o papel da Embrapii será trabalhar para a inovação no setor industrial. Outro ponto de destaque se refere à formação de recursos humanos, área em que o programa Ciência sem Fronteiras será uma alavanca para o esforço inovador de nossas empresas. Quarenta mil bolsas já foram concedidas. Por fim, apresento mais um dado inexorável da disposição do Governo Federal em colocar a tríade ciência, tecnologia e inovação como eixo do desenvolvimento sustentado do Brasil: o MCTI é um dos quatro ministérios (junto com Educação, Saúde e Desenvolvimento Social) que ficaram fora do contingenciamento no Orçamento federal deste ano. Somadas aos incentivos fiscais à inovação da Lei do Bem, as iniciativas aqui relatadas deixam clara a disposição do Governo Federal em dar um impulso vigoroso e definitivo na inovação no Brasil. Os números iniciais do Plano Inova Empresa são altamente animadores: nos editais lançados pela Finep, o valor das propostas apresentadas pelas empresas supera em algumas vezes os valores disponibilizados. É um sinal de que nossas empresas estão respondendo positivamente ao chamamento do Governo Federal por mais inovação em nosso país. Marco Antonio Raupp é ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação

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