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Comissão da Alerj discute avanço da violência na zona norte

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Ufrj Reunir Pesquisadores Para Discutir Desigualdades

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) promove, no próximo dia 12, no Museu do Amanhã, no Rio, o evento “Internacionaliza UFRJ 2030”, que reunirá pesquisadores da instituição que desenvolveram trabalhos no exterior e, também, cientistas internacionais para discutir temas como sustentabilidade e desigualdades.

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Será das 9h às 18h. A entrada é gratuita. Haverá tradução simultânea.

Falando à Agência Brasil, a arquiteta, urbanista e professora da UFRJ, Ethel Pinheiro, integrante da comissão organizadora da iniciativa, disse que os dez pesquisadores da instituição que participarão do encontro, entre docentes e doutorandos, vão mostrar o que fizeram quando foram beneficiados por uma bolsa de mobilidade acadêmica - “uma pesquisa desenvolvida através de uma parceria internacional”. Um dos relatos de experiências vividas na pesquisa internacional será o do editor-executivo da MIT Techno -

Alogy Review Brasil, Rafael Coimbra, que observou os impactos da Inteligência Artificial e do metaverso na saúde mental.

O Internacionaliza UFRJ 2030 celebra a internacionalização da universidade por meio de bolsas de mobilidade e auxílio pelo Programa Capes-Print, criado em 2017 e destinado a doutorandos, docentes e técnicos de pós-graduações das universidades públicas do Brasil. A promoção debaterá duas grandes áreas ligadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Áreas de interesse

Ethel Pinheiro informou que as áreas de interesse selecionadas pela UFRJ no Capes-Print foram combate às desigualdades e a proteção à vida. Esclareceu que, embora os palestrantes estrangeiros tenham quatro áreas temáticas diferentes, “as quatro falam de desigualdades ou de proteção à vida”.

A pediatra Ruth Etzel, da Milken Institute School of Public Health, dos Estados Unidos, por exemplo, falará sobre os efeitos da exposição à poluição do ar na incidência de doenças em crianças. A especialista é reconhecida por investigar esses impactos em diferentes cidades do planeta. “Ela fala sobre como lidar com viroses, inclusive em países latino-americanos e saúde da criança”, disse. Outro professor, Niels Albertsen, da Aarhus School of Architectures, da Dinamarca, referência sobre urbanismo e ciências sociais nos países da Escandinávia e Europa, apresentará sua visão de como modernizar e “ecologizar” cidades contemporâneas para superar os dilemas urbanos. Ethel admitiu que os dois temas selecionados pela UFRJ abrangem outras áreas, como saúde, segurança alimentar e poluição, entre outras. “Na verdade, abrangem tantas áreas que são as faculdades que nós temos: arquitetura, urbanismo, sociologia, psicologia, bioquímica, medicina e geografia. São muitas”, esclareceu.

Micro palestras

Apesar de ser realizado em um único dia, Ethel informou que os palestrantes estrangeiros permanecerão no Rio e realizarão micro pa- lestras para a comunidade acadêmica de pós-graduação da UFRJ, nos dias 15 e 16 de maio. “Eles estarão circulando pela UFRJ, falando do que sabem e construindo conhecimento”. O roteiro está no Instagram da UFRJ. Será possível também assistir às palestras internacionais após o evento, neste endereço. Estarão também entre os palestrantes estrangeiros o diretor do Departamento de Contabilidade e Finanças da Universidade de Granada, na Espanha, Manuel Bolivar, que falará sobre “Transparência governamental e participação cidadã para alcançar cidades mais inclusivas”; e o presidente do Comitê Internacional de Microbiologia Alimentar e professor da Universidade de Gante, na Bélgica, Andreja Rajkovic, que abordará os riscos para a segurança alimentar causados pelo acúmulo de plástico em ecossistemas, o que cria uma comunidade complexa de microrganismos, chamada plastisfera. A programação do evento pode ser acessada aqui: https://print.ufrj.br/index. php/pt/destaque/noticias/ 141-saiba-mais-sobre-o-internacionaliza-ufrj2030

Preconceito atinge 3 em cada 4 pessoas com deficiência ao se deslocar pela cidade

Por Ana Cristina Campos

Pesquisa mostrou que 77% das pessoas com deficiência (PCDs) já passaram por pelo menos uma situação de preconceito durante seus deslocamentos pela cidade. Oitenta e seis por cento dos entrevistados também afirmaram ter algum medo relacionado à segurança, como ser furtado ou assaltado, ser agredido fisicamente ou sofrer um acidente de trânsito ao se deslocarem.

O estudo realizado pelo Instituto Locomotiva, com o apoio da Uber, foi divulgado ontem (2).

A pesquisa traça ainda um panorama sobre o perfil de deslocamento dessa popu- lação. Dos entrevistados que utilizam transporte público, 45% afirmaram ter algum tipo de restrição na região onde moram. Setenta e nove por cento dos entrevistados disseram que já chegaram atrasados ou até mesmo perderam algum compromisso por conta da falta de acessibilidade nos trajetos que fazem. O número representa cerca de 13 milhões de pessoas. Ir a pé ou se deslocar com cadeira de rodas (50%) e carro particular (47%) são as formas de deslocamento mais populares entre a população PCD. Quarenta e três por cento também declararam utilizar transporte por aplicativo, 34% utilizam ônibus ou van municipal e 14% metrô. Dentre as pessoas com deficiência visual, as opções mais populares de deslocamento são os aplicativos de mobilidade e caminhar, com 54% dos entrevistados. De acordo com os entrevistados, 67% se deslocam por razões relacionadas a atendimentos de saúde para a própria pessoa, 36% para visitas a familiares e amigos e 34% para tratar de assuntos pessoais.

Para Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, o estudo revela inúmeros desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência em seus deslocamentos pelas cidades, onde a maioria dos entrevistados concorda que faltam opções de transporte seguro e confortável, evidenciando a carência de acessibilidade e a discriminação enfrentadas por essa população em seus trajetos.

"A escassez de informação é apontada pelos entrevistados como uma das principais causas para o preconceito, que acarreta uma série de restrições em seus deslocamentos pelas cidades. Para combater o preconceito e promover uma sociedade mais inclusiva, é necessário educar a população para a inclusão de pessoas com deficiência. Empresas e governos precisam trabalhar juntos para implementar soluções efetivas e sustentáveis que garantam o direito de ir e vir, assegurando às pessoas com deficiência mais oportunidades de mobilidade pelas cidades", afirmou Meirelles, em nota.

AComissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizou audiência pública nesta terça-feira (02/05) para debater o avanço da violência em bairros da Zona Norte da capital fluminense. Entre os principais problemas apontados durante o debate estão, por exemplo, o crescimento exponencial do número de roubos de veículos na área de Rocha Miranda e o aumento na quantidade de barricadas para impedir a entrada da polícia em comunidades como Quitungo e Cinco Bocas (Complexo de Israel), ambas em Brás de Pina, entre outras situações que têm gerado forte sensação de insegurança dos moradores dessa região da cidade do Rio.Comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Rocha Miranda, o tenente-coronel Bruno Xavier disse que há evidências de aumento de roubo de veículos e que a falta de registro de ocorrência dificulta a análise criminal. “Temos realmente uma situação de roubo de veículos, e, além disso, enfrentamos um problema nos Complexos do Fubá e do Campinho, onde temos feito monitoramento para sanar isso. Intensificamos o patrulhamento e percebemos que muitas pessoas ainda não fazem o registro de ocorrência, o que não nos permite traçar uma real mancha criminal, e também focamos nas abordagens e no trabalho de inteligência”, apontou o comandante, contando que o batalhão bateu recorde em apreensões de fuzis, chegando a 25 armas desse tipo retiradas das ruas.Já o tenente-coronel Lourival do Nascimento, comandante do 16º BPM, disse que desde que assumiu o batalhão, em fevereiro deste ano, percebeu um aumento das barricadas, principalmente no Quitungo e Cinco Bocas. "De imediato, começamos várias ações para remover essas barricadas. Já conseguimos, até o último fim de semana, retirar mais de 200 toneladas em barricadas”, comentou. Titular do 1º Departamento de Polícia de Área (DPA), Gabriel Ferrando pontuou agravantes sobre a colocação de barricadas em áreas do tráfico. “Eu acho que é uma estratégia da criminalidade tornar aquela uma região conflagrada e evitar o policiamento ordinário”, pontuou o delegado.“Este é um debate muito importante. Momento em que as autoridades e a população podem falar, ouvir, debater, dialogar, convergir ou divergir. Nesta primeira audiência, os problemas são expostos e vamos acompanhar agora os desdobramentos das ações para que esses problemas sejam sanados”, disse o deputado Márcio Gualberto (PL), presidente da comissão da Alerj, acrescentando que várias ações policiais ocorreram em Jacarepaguá após audiência pública anterior a essa na qual se discutiu o problema da violência na região. “Espero que isso se repita agora na Zona Norte”, concluiu, referindo-se a bairros como Brás de Pina, Cordovil, Penha e adjacências. Para a deputada Martha Rocha (PDT), os números e estatísticas apresentados não resolvem o problema. “O que está acontecendo em Brás de Pina é a questão ostensiva do aumento da presença do Complexo de Israel nas ruas. Eu posso repassar aqui onde estão os traficantes com radinho e fuzil. O problema de Brás de Pina não se resolve apenas com a redução do roubo de carga e veículo. Hoje, eles colocam barricadas nas ruas de maior circulação”, disse a parlamentar, que revelou ainda ter recebido denúncias de moradores relatando invasões de casas para ponto de monitoramento do tráfico e também de igrejas no local. Relato dos moradoresO advogado André Rio, morador da Zona Norte, apontou agravantes na sensação de segurança da população. “A população da região está sofrendo com o avanço da comunidade para o asfalto. Antes, a violência se concentrava dentro das áreas ditas zonas vermelhas. Hoje em dia é muito comum em ruas residenciais terem barricadas”, contou, observando que isso tem afastado moradores e impactado diretamente o comércio local e depreciado o valor dos imóveis.O deputado Rodrigo Amorim (PTB) fez questão de pontuar a ausência dos secretários estaduais de Polícia Civil e de Polícia Militar. “Muito meritório eles estarem numa reunião tratando da Segurança Pública, aliás é obrigação dos secretários fazerem isso. Mas essa reunião deles poderia ter sido marcada um dia antes ou um dia depois da nossa audiência”, lamentou o parlamentar.

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