Gazeta do Pontal de Minas

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Escolas passam a ter identidade quilombola

Treze escolas voltadas ao atendimento de comunidades quilombolas na rede pública estadual de ensino de Goiás têm, a partir de agora, novas denominações para homenagear a cultura do povo quilombola. As escolas ficam em Aparecida de Goiânia, Abadia de Goiás, Cavalcante, Cromínia, Divinópolis de Goiás, Flores de Goiás, Monte Alegre de Goiás, Palmeiras de Goiás, Pilar de Goiás, Piracanjuba, Professor Jamil, Teresina de Goiás e Uruaçu.

A mudança, por meio da Secretaria da Educação (Seduc/GO), é fruto da Lei N° 22.939, que promove a nova denominação com o objetivo de fortalecer a valorização e o reconhecimento da herança cultural quilombola no sistema público educacional de Goiás.

As escolas públicas estaduais, para além da oferta do ensino fundamental e médio, do programa GoiásTec, que proporciona o ensino regular com o uso de ferramentas tecnológicas, e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), sobretudo buscam formar os estudantes para a vida. A promoção da equidade, neste cenário, é uma linha condutora das políticas públicas da Educação estadual.

Escolas e o Projeto de lei

De iniciativa da secretária de Estado da Educação, Fátima Gavioli, a elaboração do projeto de lei teve início a partir de um levantamento que mostrou que as escolas quilombolas não tinham identificação própria em suas denominações.

A alteração dos nomes foi sendo, então, definida em conjunto com os gestores e comunidade escolar, possibilitando discussão para a mudança de forma a impactar positivamente a valorização da cultura quilombola.

A Seduc/GO, por meio das gerências de Educação do Campo, Indígena e Quilombola e de Regulação da Rede, juntamente com as coordenações regionais de Educação (CREs), fez avançar o projeto. Todo o

processo, desde a concepção até a implementação, durou cerca de dois anos.

A gerente de Educação do Campo, Indígena e Quilombola, Valéria Cavalcante, explica que, apesar de as escolas quilombolas existirem de leis anteriores, só em 2024 foi possível terem a cultura representada nos muros das instituições.

“Foi uma luta para reconhecer não só o currículo, não somente o calendário ou as especificidades, mas, também, reconhecer que as unidades escolares são pertencentes àquele povo diante de direitos muitas vezes não implementados”, disse a gerente.

Identidade e desafios São considerados remanescentes das comunidades dos quilombos, conforme o Decreto 4.887/2003, da governadoria, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.

Para o gerente de Regulação da Rede da Seduc/ GO, Osvaldo Jefferson, um dos grandes desafios durante o processo de mudança de denominação das escolas quilombolas foi o

de sensibilizar a comunidade em geral para a importância do reconhecimento das escolas para o povo quilombola.

“Por estarem em regiões de difícil acesso ou mais afastadas e por ser um grupo de minoria, geralmente, quem está de fora não valoriza a importância dessa identidade para os estudantes quilombolas. A denominação é uma conquista histórica, motivo de orgulho para eles”, afirmou.

Educação Escolar Quilombola

De acordo com a Resolução CNE/CEB N° 8, de 20 de novembro 2012, escolas quilombolas são aquelas localizadas em território, urbano ou rural, oficialmente reconhecido e ou todas as escolas, mesmo fora de território quilombola, em que a maioria dos seus estudantes é oriunda de territórios quilombolas.

As escolas devem atender à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e aos princípios que orientam a Educação Básica brasileira mesclados aos costumes da cultura quilombola.

Rita Cássia, gestora do Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Quilombola Jardim Cascata, em Aparecida de Goiânia, conta que a alteração de denominação das escolas de educação escolar quilom-

bola confirma e potencializa o trabalho que tem sido feito nas unidades, gerando o sentimento de pertencimento e empoderamento aos estudantes.

“A notícia de alteração de denominação veio como um presente, nós recebemos com muita alegria saber que agora somos reconhecidos como Cepi Quilombola. Esse reconhecimento promove a autoestima das nossas crianças e adolescentes que, por vezes, são ainda vítimas de discriminação”, explicou.

Dalmo Gomes é professor de História no Cepi Quilombola Jardim Cascata e já passou por uma situação análoga à escravidão antes de seguir carreira no ambiente escolar. Para ele, a escola, ao se declarar quilombola, passa a ser um espaço pautado na história do povo negro.

“Para nós que somos professores e alunos negros isso representa um reconhecimento de nossas histórias, nossos valores e nossa luta. Afinal, quantos de nós crescemos sem ver nossos ancestrais representados nos espaços de Educação? E essa transformação é visível, os alunos começaram a entender que o lugar deles é importante, que suas histórias fazem parte de uma luta maior”, afirmou.

Bombeiros de Ituiutaba Combatem Incêndio na Zona Rural de Canápolis

No dia 9 de setembro de 2024, uma área na zona rural do município de Canápolis, situada às margens da MG-226, no km 6, foi atingida por um incêndio de grandes proporções. O fogo teve início por volta das 13 horas e rapidamente avançou sobre áreas de canaviais, além de atingir uma reserva ambiental, queimando aproximadamente 5 hectares.

O Segundo Pelotão de Bombeiros Militares de Ituiutaba foi acionado e mobilizaram rapidamente uma guarnição que foi encaminhada ao local com o objetivo de conter o avanço das chamas e minimizar os danos. Além do Corpo de Bombeiros, brigadistas de usinas sucroalcooleiras da região também foram mobilizados para ajudar no combate ao incêndio. A ação conjunta entre todos foi essencial

para o sucesso da operação, que se prolongou até por volta das 17 horas. No local as equipes realizaram o combate direto às chamas e também proteção de áreas ao redor para evitar que o fogo se espalhasse ainda mais. O incêndio atingiu áreas de canaviais e uma reserva ambiental. O impacto ecológico do incêndio ainda está sendo avaliado, mas a recuperação da área afetada exigirá um esforço considerável das autoridades ambientais e da comunidade local. A atuação rápida e eficaz dos Bombeiros Militares, juntamente com o apoio dos brigistas locais, foi fundamental para evitar consequências ainda mais graves. Em caso de emergência ligue 193! Bombeiro: o amigo certo nas horas incertas.

Vice-governador destaca importância da mineração para o estado na abertura da Exposibram 2024

Belo Horizonte recebe uma das maiores feitas de mineração da América Latina, a Exposibram 2024. A expectativa é a de que a feira, que ocorre no Expominas, receba mais de 70 mil pessoas durante os quatro dias. A cerimônia de abertura, realizada nessa segunda-feira (9/9), contou com a presença do vice-governador, Professor Mateus. Além de ser palco para a apresentação das principais inovações e tendências do setor mineral, a feira também contou com uma homenagem especial à AngloGold Ashanti pelos 190 anos de atuação no Brasil.

“A mineração faz parte da identidade do estado, está no coração e na história de Minas. A trajetória começou com a exploração do ouro, evoluiu para o diamante, passando pelo ferro e, hoje, o estado é produtor de quase todos os minérios imagináveis”, disse o vice-governador.

“Minas Gerais tem um papel fundamental na transição energética mundial, especialmente no contexto da descarbonização, que envolve a exploração de lítio e sílica, feita de forma responsável”, destacou.

“É motivo de grande orgulho estar presente na Exposibram, especialmente porque os expositores são, em grande parte, fornecedores da indústria mineradora trazendo tecnologia para garantir mais segurança e eficiência neste processo, gerando emprego, renda e desenvolvimento para Minas”, acrescentou Professor Mateus.

Também entre os homenageados esteve a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, que recebeu reconhecimento pelo trabalho realizado pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) na promoção do desenvolvimento sustentável do setor mineral em Minas Gerais.

Exposibram

Com mais de 500 estandes e cinco palcos simultâneos, o evento reúne mineradoras globais e fornecedores de produtos e serviços, oferecendo aos visitantes uma ampla visão das inovações tecnológicas, equipamentos, softwares e outros produtos relacionados à indústria mineral.

Com a participação de mais de 20 mineradoras e 460 fornecedores nacionais e internacionais, a Exposibram 2024 será oportunidade única para o setor discutir novos investimentos, firmar parcerias comerciais e impulsionar o crescimento da mineração no Brasil e no mundo.

“Hoje, a mineração brasileira é um artífice do futuro. E aqui, me refiro principalmente à grande questão de toda a humanidade, que deve ser também uma preocupação nossa: o legado que deixaremos para nossos filhos e netos. Nosso compromisso com as futuras gerações, e estamos integralmente empenhados nisso”, comentou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann.

Acordo de cooperação

Durante a cerimônia o Ibram celebrou um acordo de cooperação técnica com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec).

O acordo prevê que a Cedec apoie cursos e treinamentos voltados à gestão de risco e desastres no setor mineral.

A colaboração vai incluir a atuação como coautora em cursos, palestras e exposições, tanto em âmbito nacional quanto internacional, onde o Ibram for organizador ou convidado.

A participação dos militares ou servidores civis lotados no Gabinete Militar do Governador será conforme a disponibilidade e conveniência.

Congresso

O congresso, que ocorre simultaneamente à exposição, será palco de discussões entre especialistas, representantes do setor produtivo, governamental e organizações da sociedade civil, abordando o cenário atual da mineração mundial.

O evento deve contar com a participação de 2 mil congressistas, representando diversos países, incluindo Itália, Estados Unidos, China, Canadá, Alemanha, Chile, Irlanda, Holanda, Inglaterra e Peru.

AngloGold Ashanti Durante a Exposibram, o vice-governador também participou da Homenagem pelos 190 anos da AngloGold Ashanti, uma das mais tradicionais mineradoras do mundo, com forte atuação em Minas Gerais.

A ocasião foi um reconhecimento à trajetória histórica da empresa e sua contribuição ao setor mineral no estado.

“A Anglo acredita na transformação das pessoas e isso acontece com dedicação, força, perseverança e com o potencial de cada uma delas, especialmente aquelas que se dedicam à mineração. E é assim que impulsionaremos a transformação do setor”, disse a presidente do Conselho do Ibram e CEO da Anglo American no Brasil, Ana Sanches.

O vice-governador felicitou a empresa pela celebração. “É um orgulho ter uma empresa com 190 anos de história em nosso estado. Uma empresa que carrega a mineração no coração e nas suas práticas, que nunca esqueceu da comunidade em que está inserida, do cuidado com seus empregados e do entorno onde atua. Mesmo após 190 anos, continua cuidando do que começou a construir”, finalizou.

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