Edição 108 - Gazeta da Lagoinha - Junho 2018

GAZETA da lagoinha

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Fundada em 1997

Belo Horizonte, junho de 2018 | Circula em todo o bairro Lagoinha, Hipercentro e adjacências | ANO VIII | EDIÇÃO Nº 108 | Distribuição Gratuita

Filipe Thales

Lagoinha em seus primórdios

A Bella Época ainda existe

Apaixonados por objetos usados e tudo que remete a épocas passadas o casal Dinah e Geraldo, iniciaram sua trajetória de empreededorismo na Rua Bonfim. Página 8.

Vista parcial de Belo Horizonte (MG) tomada a partir do bairro Lagoinha. Em primeiro plano, Praça Vaz de Melo. À esquerda, bairro Floresta. À direita, centro da Capital e o edifício da Estação Rodoviária. Ao fundo, serra do Curral, na zona leste da cidade. 1927. Museu Histórico Abílio Barreto. Coleção Belo Horizonte.

Confira outras fotos magníficas nas págs. 4, 9, 10, 13 e15.

O exemplo de que o Brasil precisa Estudantes do Colégio Adventista Concórdia limpam praça e plantam mudas na Semana do Meio Ambiente Página 13.

“Lagoinhense” Wander Pirolli ganha merecida biografia

Escritor viveu os tempos áureos da boêmia no bairro Pág.14

foto: Reprodução

Meio ambiente em alta

Vale a pena conferir as colunas de Jovana Stosic sobre carros e combustíveis ecológicos e de Amanda Leite sobre hortas urbanas. Confira na pág. 3.

Paredão filosófico

Gazeta da Lagoinha abre espaço para o leitor expor suas reflexões.

Confira na pág. 2.

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GAZETA Da lagoinha

ano VIII | nº 108

EDITORIAL

PAREDÃO FILOSÓFICO

Perdoar

A missão principal

Roberto Téo

reprodução

D

Os eleitores têm uma tarefa um tanto quanto complicada nesta eleição. Avaliar qual é o projeto explícito ou implícito cada presidenciável traz consigo. Complicada, principalmente, pelo fato de que o eleitor médio, e o abaixo da média também, não detém o conhecimento e as ferramentas necessárias para uma avaliação destes projetos. E não o detém por uma série de determinações, sendo as duas mais importantes: uma educação falha e uma mídia que deliberadamente esconde as raízes das mazelas brasileiras.

Cabe-nos, portanto, revelar a situação conjuntural em que nos encontramos na busca de uma resposta que possa nos armar para avaliar criticamente o projeto de cada presidenciável.

Vivemos já há um bom tempo reféns do capital financeiro, do capital que não investe na produção e que, portanto, não gera empregos. O orçamento público sofre uma drenagem absurda de recursos que são destinados ao pagamento de dívidas de particulares, os investidores.

Atualmente mais de 50% da receita da nação é destinada ao pagamento do vencimento destas dívidas e dos seus juros.

Resolver esta equação seria resolver 75% dos problemas do país. E porque 75%, porque o restante, os 25% se resolve com o recurso financeiro que sobraria. Mas de que forma fazer sobrar?

Juros, baixar juros. Depois, limitar os gastos públicos quanto à despesa financeira, renegociando os títulos. As duas medidas retirarão os cômodos investidores do investimento público para o investimento em empresas privadas que geram empregos e criação de produtos.

Os empregos geram renda paras as famílias e consumo sustentável ao longo do tempo. Com mais renda o mercado interno se reaviva e voilá: lá está o Brasil crescendo de verdade. É preciso realinhar os capitais tirando rentabili-

dade da especulação e fazendo com que o rendimento médio dos negócios (das empresas) seja maior do que o dos investimentos públicos ou especulativos.

Somente assim, os capitais migram do investimento público (que não gera empregos nem renda, gera somente despesa pública excessiva em sua maior parte) para os investimentos nos negócios privados em suas mais diversas áreas.

A missão principal do eleitor em 2018 é descobrir qual a proposta visa nos resgatar do sequestro que sofremos do capital financeiro, que suga a receita nacional e impede o investimento público em educação, ciência e tecnologia, infraestrutura, etc. O presidenciável que desconsiderar o problema da dívida pública, certamente está comprometido com o mercado financeiro, e, por sua vez, está descomprometido com 99% da população que não é credora do governo, mas que financia um Estado grande para os banqueiros e pequenos para a saúde e a educação de seu povo.

Ficam aqui alguns apontamentos. O guru econômico de Bolsonaro chama-se Paulo Guedes, um economista que trabalhou para grandes bancos e, portanto, comprometido com o capital financeiro. A candidata Marina, na eleição passada, teve apoio contundente dos Setúbal (do Banco Itaú) e que agora não deve ser diferente. O Meirelles trabalhou no Bradesco, é a própria raposa cuidando hoje do galinheiro. Alckmin é do PSDB, partido que sempre garantiu a rentabilidade e que, com as privatizações de bancos estaduais, gerou monopólio dos cinco bancos que hoje controlam mais de 80% das transações financeiras do país. Quem sobra? Quem levanta sua voz contra o poder destas instituições nefastas que são as únicas a lucrar nesta situação tenebrosa em que vivemos? Afinem os ouvidos, a resposta virá.

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Junho de 2018

iziam os filósofos antigos :

O objeto recebido é recebido de acordo com a disposição do recipiente. A fim de receber dom maior, deve o recipiente alargar sua receptividade, o que é feito por uma permanente atitude de doação chamada de amor.

A Lei de Moisés manda vingar a ofensa – “Olho por olho, dente por dente”.

A Teologia manda perdoar. Mas o que diz perdoar prova que ainda está no plano inferior do Ego, uma vez que somente o Ego sente-se ofendido.

Melhor que vingar-se ou perdoar é

desligar-se.Ultrapassar o horizonte do Ego ofendido e subir para a vertical do Eu, que não se ofende.

Mahatma Gandhi, pelo fim da vida, foi perguntado se havia perdoado todas as injustiças cometidas por seus inimigos, e prontamente respondeu que não havia o que perdoar, porque ninguém o havia ofendido. Esta resposta mostra que ele já não se achava mais no plano do Ego - sensível a ofensa, mas sim , no plano elevado do Eu. No texto sacro, o sentido exato da palavra tradicional per”doar” significa libertar-se, desligar-se,soltar,e não, sentir-se credor de ninguém ou considerar alguém seu devedor.

Livre-se do mal de se isolar no pequeno Ego humano e perder de vista os vastos

coluna aberta Este espaço destina-se aos leitores que queiram manifestar-se sobre temas filosóficos entre em contato e envie seu texto para avaliação: reportagem@gazetadalagoinha.com.br

horizontes dos planos elevados do espírito; da infelicidade de se conformar com este mundo de egoísmo, de não participar do mundo ensinado por Jesus , e da maldição de querer ser pra sempre o que hoje és , deixando de se tornar o que poderias vir a ser no vasto horizonte que constitui a vida.

A evolução humana consiste essencialmente na expansão progressiva da sua consciência , e, por consequência, no desdobramento do seu Eu individual.

TELEFONES ÚTEIS AA Alcóolicos Anônimos (31) 3224-7744 Aeroporto Carlos Prates (31) 3462-6455 Aeroporto Confins (31) 3689-2344 Aeroporto Pampulha (31) 3490-2000 AGIT-Agência de Empregos 0800-319-020 Auxílio à Lista - 102 Bombeiros - 193 CEASA 0800-315-859 CliDEC (31) 3236-2100 CEMIG - 0800 310 196 COPASA - 195 Correios - 159 Corpo de Bombeiros - 193

CVV - CENTRO VALORIZ. DA VIDA (31) 3334-4111 e 3444-1818 ou 141 Defesa Civil - 199 DETRAN/MG (31)3236-3501/3525 Disque Direitos Humanos 0800-311119 Disque Ecologia - 1523 Disque PROCON (31)3277-4548/9503 /4547 ou 1512 Disque Turismo - 1677 GAPA/MG (31)3271-2126 MG Transplantes (31) 3274-7181 Movimento das Donas de Casa e Consumidores - (31) 3274-1033 Ibama - 0800-618-080 Polícia Civil - 197

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ARQUITETURA & CIDADANIA

JOVANA STOSIC é arquiteta e engenheira.

De origem sérvia, já morou na Lagoinha e sempre está presente no bairro. entre em contato com a coluna: jovanastosic87@ yahoo.com

A

cada dia que passa, a tecnologia é mais desenvolvida, novos carros são criados e o preço de automóveis no mercado diminui, possibilitando que uma parcela maior da população obtenha seu veículo próprio.

Como o transporte público não é eficiente e não consegue atender de forma objetiva à maioria da população, comprar um carro não é luxo para abonados, mas necessidade primária para quase qualquer trabalhador. Esses são os principais motivos para que as metrópoles tenham, literalmente dia após dia, suas ruas mais cheias de carros que poluem o meio ambiente, despejando gás carbônico e consumindo petróleo, um recurso não-renovável.

Pensando nisso, existem já no mercado alternativas de carros

G

rande parte da sociedade possui a consciência que as hortaliças são excelentes fontes de nutrientes, como vitaminas e sais minerais, e estão diretamente relacionadas a saúde da população. Mas, a cada dia, é menor a quantidade de pessoas que preferem se alimentar dessas riquezas e acabam procurando os famosos “fast foods”. Para se ter uma ideia de como o consumo de hortaliças no brasil é realmente baixo, destaca-se que os Italianos consomem 432 gramas por pessoa diariamente, os argentinos 100 gramas e os brasileiros apenas 52 gramas.

Sabe-se que uma dieta baseada em hortaliças pode ter um custo alto na renda das famílias, além disso, são alimentos que estragam rapidamente. As hortas orgânicas, individuais ou comunitárias, podem reverter este cenário, favorecendo a melhora dos hábitos alimentares, pro-

sustentáveis, ou seja, que trazem menor impacto negativo ao meio ambiente e podem gerar economia a seus proprietários com o passar do tempo.

Os carros elétricos são normalmente adaptações dos já existentes e tem um custo elevado para a transição. São movidos por motores elétricos, impulsionados por baterias recarregáveis e que dispensam a utilização de gasolina. Eles são também mais silenciosos que os carros convencionais. O marcador de combustível é igual nos dois tipos de veículos e se a bateria começa a ficar fraca, precisando de nova carga, o medidor do carro elétrico aponta para baixo, assim como a falta de gasolina, normalmente.

Porém, há de se considerar que o meio ambiente agradece a utilização de veículos ecológicos e que a tecnologia pode ainda ser mais desenvolvida, gerando menor consumo energético e tornando os carros elétricos mais interessantes também economicamente.

Existem ainda os carros movidos a biocombustíveis como cana-de-açúcar (o mais famoso), mamona, soja, mandioca e babaçu. Até mesmo montadoras de luxo como Ferrari e Lamborghini estão porcionando momentos de diversão e bem estar com os familiares, vizinhos e amigos, e transformando espaços, antes ociosos, em locais ambientalmente mais agradáveis.

O primeiro passo para implantar uma horta orgânica é definir o local.

Pode ser no quintal de uma casa, uma praça ou um lote, desde que o responsável pelo local esteja ciente e concorde com a ideia. É importante também analisar se o local tem uma boa incidência de raios solares durante o dia (aproximadamente de 4 a 6 horas diárias) e a disponibilidade de água para irrigação.

Depois é necessário organizar um grupo de trabalho, pra definir as responsabilidades, aptidões e os interesses de cada um. As hortas podem ser divididas em vários formato, desde o tradicional canteiro retangular, assim como canteiros redondos ou espiralados. Também pode ser desenvolvida em pe-

investindo na adoção de modelos sustentáveis que chegam a emitir 18% menos poluentes, no caso da Ferrari, e 35% no caso da Lamborghini.

O uso de combustível sustentável já é uma realidade, e todos deveriam pensar na possibilidade de ter essas alternativas como forma de abastecer seu automóvel. Isso porque os combustíveis tradicionais, principalmente a gasolina, poluem e são produzidos por meio da extração do petróleo.

Em outras palavras, podemos dizer que o uso de combustíveis tradicionais prejudica o meio ambiente de duas formas: por meio da extração de um bem natural e pelo aumento da poluição atmosférica e gases do efeito estufa. Por isso, buscar por alternativas sustentáveis para abastecer o seu carro é uma atitude que ajuda a diminuir os poluentes eliminados. Vale destacar, inclusive, que alguns desses combustíveis são inclusive mais eficientes que a gasolina.

Quais combustíveis sustentáveis podem ser usados no seu carro?

Eletricidade

Os carros elétricos são uma ótima alternativa àqueles movidos a

Reprodução.

Carros e combustíveis ecológicos: o futuro agradece

gasolina, pois tudo o que ele precisa para funcionar é de energia elétrica. Esse tipo de veículo resolve bem o problema da poluição, já que não emite carbono.

Para carregar, basta conectar o carro a uma tomada convencional, igual fazemos com um celular.

Biocombustível

São carros movidos por meio elementos naturais — como a cana de açúcar (mais popularmente utilizada), a mamona, a soja, a mandioca e o babaçu. Como utilizam produtos naturais e que são fáceis de repor, podendo ser produzidos em larga escala, são considerados uma alternativa interessante à gasolina. Os biocombustíveis emitem um pouco de poluentes, mas em escala bem menor que os combustíveis que utilizamos diariamente.

Etanol celulósico

Este pode ser considerado um tipo de biocombustível. No Brasil,

ainda passa por adaptações para se tornar mais eficiente, mas já vem sendo considerado o etanol de segunda geração. É produzido por meio da quebra de fibras vegetais. É considerado ainda mais sustentável pois aproveita as folhas e o bagaço da cana, que sobrariam após a produção do etanol de primeira geração. Ou seja: além de produzir um combustível sustentável ainda ajuda na reutilização de algo que seria descartado.

GNV

Conhecido como Gás Natural Veicular, o GNV é uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis. Produzido a partir do metano, proporciona uma alta redução na emissão de poluentes e pode ser instalado em qualquer veículo. Além disso, é uma opção mais em conta, tendo um preço mais baixo que a gasolina e o diesel.

aplicação do composto orgânico para a adubação e a utilização de meios de irrigação mais eficientes, como o gotejamento, que pode ser realizado com o auxilio de materiais recicláveis, como garrafas pets ou canos de PVC antigos.

Para o manejo, utiliza-se ferramentas simples, como enxadas, rastelos, mangueiras, regadores, barbantes e estacas de madeira.

O espaço da horta constitui ainda um instrumento pedagógico, para atividades de educação ambiental e de ações terapêuticas. A proposta é a de iniciar a produção de alimentos voltada para o consumo direto das famílias envolvidas, descomprimindo os gastos com esses produtos. Contudo pode-se colocar no horizonte possibilidades de

Hidrogênio

O hidrogênio também é uma alternativa de combustível sustentável e já existem veículos criados para funcionar a partir desse componente. A eletricidade motriz é produzida a partir do hidrogênio, permitindo que o carro se movimente normalmente. Outra vantagem está no fato da existência de grande quantidade desse componente na atmosfera terrestre, o que tornaria o combustível mais barato.

Não há a emissão de gases poluentes.

Ar comprimido

As delícias proporcionadas pelas hortas urbanas quenos espaços tais como o plantio em recipientes, caixotes, canteiros suspensos, muros cultivados com recipientes, como garrafas de plástico, dentre outros.

A próxima etapa é limpar a área. Capinar o mato presente no local e distribuir pelos canteiros para decomposição. Além de adubar, este material protege o solo, mantém a umidade e conserva a temperatura mais baixa. É importante também cercar o terreno para evitar a entrada de animais domésticos que podem causar contaminação dos alimentos.

A última etapa do processo de implantação de uma horta orgânica é definir quais espécies serão plantadas e iniciar o manejo contínuo. Para realizar um manejo sustentável se pode utilizar algumas técnicas, como

É uma novidade na França, sendo produzido por uma única empresa e direcionado para carros menores que transportam até três pessoas. O ar é o combustível, que permite que o carro funcione e não há nenhuma emissão de gases poluentes.

desdobramentos, como por exemplo a produção de alimentos destinados à comercialização e à geração de renda, inclusive formando uma rede de pessoas em prol do fortalecimento da agricultura urbana e ecológica. Além da saúde humana, a agricultura de base ecológica busca a sustentabilidade do meio mediante a manutenção e a melhoria da fertilidade e da vida do solo, a partir da prática de um manejo adequado. A mo-

AMANDA LEITE é engenheira ambiental, especialista em Qualidade. entre em contato com a coluna pelo email: amandacrleite@ gmail.com bilização e o empenho dos envolvidos são determinantes para garantir o sucesso e continuidade dessa atividade, que proporciona muitos benefícios para todos. Por que não tentar?

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Lagoinha Antiga

Avenida Antônio Carlos - década de 70 Rua Itapecerica com Antônio Carlos. (na verdade este trecho já é a Rua Formiga quase esquina da avenida).

Fonte: Flick/Rogério Machado

Chácara do Cel. Thibau - 1910 Chácara do Coronel Thibau na Rua Itapecerica, 1910.

Fonte: Grupo Fotos Antigas de Belo Horizonte

Junho de 2018

Junho de 2018

Imagens meramente ilustrativas.

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Voluntários transformam canteiro abandonado em plantação na capital

À

s margens da avenida Antônio Carlos, um dos principais corredores de tráfego de Belo Horizonte, por onde circulam cerca de 90 mil veículos por dia, um canteiro com plantações de flores, hortaliças, verduras, temperos e ervas medicinais e para chás está sendo construído por voluntários. O espaço fica no Lagoinha, na região Noroeste, e surgiu com a duplicação da pista que corta o bairro, iniciada em 2005.

Até o começo deste ano o terreno não tinha qualquer utilização. Em março, um grupo de vizinhos e estudantes foi até o local e decidiu ocupá-lo, criando uma horta comunitária.

Lá, são implantados os conceitos e técnicas da agroecologia, sem o uso de agrotóxicos e pesticidas. Segundo eles, foi preciso capinar a grama alta e preparar a terra para receber alimentos e outras espécies de plantas.

“Nós queríamos transformar essa área que é hostil, conhecida por ser violenta e concentrar usuários de drogas, em um espaço da cidade em que queremos viver e utilizar. A ideia é que os moradores da Lagoinha possam se sentir mais pertencentes ao local”, explica a atriz Cida Barcelos, integrante da equipe.

Ela, que tem 59 anos e vive no bairro há seis, já havia tentado cultivar flores e plantas ornamentais no canteiro,

mas queria investir em algo que “reunisse a comunidade”.

O grupo, formado por uma dezena de pessoas, adotou o nome Hortelões da Lagoinha.

Já foram cultivados pés de boldo, cebolinha e tomate, além de plantas ornamentais. Todos os sábados, às 7h30, os membros se reúnem para cuidar do espaço e acompanhar o desenvolvimento da plantação. A proposta é que os produtos possam, depois, ser utilizados pelos moradores do bairro ou integrantes do projeto.

O mutirão é aberto a qualquer pessoa que queira aprender sobre agroecologia e participar da implementação da horta comunitária. A proposta é que os interessados possam expandir a prática para outras regiões.

“Todo mundo que passar pelos viadutos ou pela Antônio Carlos vai acabar vendo a horta. Queremos que as pessoas tenham protagonismo e levem isso para outros locais. A proposta da ocupação é disseminar o ato de plantar em meio à cidade, ao ambiente urbano, naturalmente”, diz o artista plástico Pierre Fonseca.

Apropriação de áreas verdes também ajuda a combater a insegurança nesses espaços

Belo Horizonte tem, além deste, outros tantos canteiros e espaços abandonados, sem função prática para a cidade, que poderiam ser apropriados por moradores e ganhar uma nova função. A afirmação é da professora da Escola de

Arquitetura e Urbanismo da UFMG Luciana Bragança.

“Essas áreas remanescentes, abundantes na capital, não são praças. Normalmente, não são nem cuidadas, geram insegurança, ficam sujas e podem muito bem receber esse tipo de ação”, diz.

A urbanista, coordenadora do projeto Jardins Possíveis, que investiga a relação da natureza com o homem em espaços urbanos, acredita que experiências como a dos Hortelões mostram a importância da gestão compartilhada da cidade entre o poder público e a sociedade. Porém, ela lembra que é preciso garantir condições para que essas iniciativas sejam bem sucedidas.

“O município deve investir em uma política de reconhecimento e de financiamento, com transferência de recursos de manutenção, porque é bom para as duas partes.

A comunidade se reúne, retoma o espaço público e cuida do local”, observa.

Atualmente, a metrópole conta com o projeto Adote o Verde, em que qualquer cidadão, associação de bairro, escola, empresa ou ONG pode se tornar responsável por um jardim ou outras áreas verdes. O adotante deve manter o local limpo e cuidado.

Em contrapartida, a prefeitura deve pagar contas de água e luz e fornecer apoio técnico.

Para participar, é necessário procurar a regional responsável pelo espaço pretendido. foto: Lucas Prates/ N/A

Malú Damázio Hoje em Dia

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foto: Lucas Prates/ N/A

Instituto Pedra Viva e Jornal Gazeta da Lagoinha valorizando a Leitura e a Escrita O Instituto Pedra Viva e o Jornal Gazeta da Lagoinha continuam trabalhando juntos na valorização das crianças e adolescentes de nossas comunidades e incentivando o hábito de ler e escrever.

pois são formas de que dispomos para interagirmos e compreendermos melhor o mundo e desenvolvermos em todos os aspectos. A leitura e a escrita despertam diferentes habilidades, como a linguagem, a ampliação do vocabulário e a criatividade.

Sabemos que lendo e escrevendo as nossas crianças e adolescentes terão novas perspectivas de vida,

Sabendo da importância de incentivarmos e valorizarmos as nossas crianças e adolescentes, continua-

por Instituto Pedra Viva

mos divulgando os textos escritos por elas no Concurso realizado no mês de março/2018, quando todos os atendidos pela Instituição escreveram textos com o tema: “A Importância do Instituto Pedra Viva em minha vida”.

D i v u l ga m o s aqui os textos de Júlia Borges de Souza de 08 anos e de Maria Gabriela das Dores de Jesus de 13 anos.

“A IMPORTÂNCIA DO INSTITUTO PEDRA VIVA EM MINHA VIDA.” Quando eu cheguei aqui no Instituto achei muito legal.

Tinha muitas coisas interessantes como o muay thai, inglês, violão, dança, percussão, informática e artesanato.

Além das oficinas eu estudo e faço os deveres de casa, o que me faz aprender muito mais.

O Instituto é muito importante para a minha vida porque me ajuda muito.

Aqui também aprendo a respeitar as pessoas.

Júlia Borges de Souza

“A IMPORTÂNCIA DO INSTITUTO PEDRA VIVA EM MINHA VIDA.” Eu estou no Instituto Pedra viva há 06 anos.

Antes de entrar no Instituto eu ficava na Escola Integrada, mas tive que sair, porque aprontava muito. Então, a minha mãe me tirou e veio procurar a Graça e explicar o que estava acontecendo. Daí a Graça falou para a minha mãe me deixar no Instituto e que em dois meses eu iria melhorar.

Eu não sabia ler e nem escrever direito, mas a Graça me ensinou tudo com paciência.

Eu considero a Graça como a minha segunda mãe.

O Instituto Pedra Viva mudou a minha vida.

Eu já escrevi um livro e tiro sempre 10 nas provas e nas atividades da escola onde estudo.

Quando eu crescer quero trabalhar em uma ONG para ajudar outras crianças, como a Graça faz.

A importância do Instituto Pedra Viva na minha vida é que tudo mudou para melhor, me levou para o caminho do bem e por isso quero levar outras pessoas também.

Maria Gabriela da Dores de Jesus (13 anos)

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OPINIÃO

Ver é viver ricardo teixeira de salles é colunista de opinião. entre em contato com a coluna: ricardotsalles@ gmail.com

D

izem aqueles que estudam a filosofia analítica, Wittgestein à frente, que a “única função da linguagem é representar a realidade: as palavras referem; as sentenças descrevem.” Bem, quero acreditar que tudo começa no olhar, no ver, no enxergar e no discernir, visualmente, para chegarmos, então, à “função da linguagem”, etc.

Arrisco mais. O olhar é a linguagem do entendimento do indivíduo.

Ao vermos o indivíduo, enxergamos quem ele é. E ao discernirmos o semblante desse indiví-

duo, sabemos do que ele é capaz.

Existe uma expressão, “a visão do paraíso”, inserida na história, seja literária ou social, que revela toda a força do sentimento humano: o desejo. Tudo o que sentimos, cultivamos e elegemos, está contido na visão do outro. Atrelada a nós mesmos. Visão do desejar. E desejar, é desejar possuir. Ter! Aí está outro verbo absolutamente integrado na lógica da visão.

Ver é excluir ou querer. Não existe uma visão cega, incolor ou inexpressiva. (Aliás, o cego não vê, mas percebe. Quase sempre mais do que todos nós, que procuramos viver com os olhos bem abertos).

Quando vemos, selecionamos. E, ao selecionar, descartamos, ou exercemos uma opção. E queremos, invariavelmente, muito. Porque querer pouco, parece inexistir na mente da raça humana, pois não!?

PROGRAMAÇÃO CCLAO O CENTRO CULTURAL LIBERALIRNO ALVES DE OLIVEIRa (CCLAO) é um instrumento de implementação de políticas públicas que visa democratizar a criação, difusão e circulação dos bens culturais. Tem como missão ser referência para as expressividades locais, fomentando os grupos e viabilizando a participação da comunidade na construção das políticas públicas de cultura. Está situado dentro do Mercado da Lagoinha e oferece atividades artísticas e culturais gratuitamente a toda população.

ARTES VISUAIS Exposição “Daniel Jack” Artista mineiro, de BH, é formado em design e pratica graffiti / muralismo há dez anos. Suas obras consistem em pinturas vibrantes compostas por fragmentos de linguagens gráficas achadas na rua, em revistas, livros e outras coisas que o influenciaram ao longo da vida.

Ao justapor todas essas linguagens gráficas diferentes (muitas vezes conflitantes), o artista busca chegar a uma espécie de retrato psicológico de nossas próprias sensibilidades gráficas.

De 04 a 29, segunda a sexta, das 8 às 17h.

OFICINAS E CURSOS Fuxico e suas aplicações Descubra como transformar objetos e roupas aplicando o fuxico tradicional.

Com Edir Machado.

Segundas, às 9h.

Oficina de Bainha Aberta Revelando a delicadeza e a beleza do artesanato mineiro.

Com Ana Reis. Vagas limitadas.

Terças, às 9h.

Oficina De Criação De Chaveiros Com Miçangas Venha criar chaveirinhos delicados com uma técnica muito fácil.

Inscrições e lista de materiais pelo e-mail: cclao.fmc@

Quando olhamos e realmente vemos, estamos nos prometendo. Concedendo. Não só a nós mesmos, mas ao outro. Qualquer outro, desde que ligado ao nosso olhar. Um médico, por exemplo, muito mais do que a percepção sensível do ouvido para auscultar o peito tuberculoso do paciente, ele tem, certamente, no aguçar o olhar sobre o semblante do outro, a melhor fonte para a precisão do diagnóstico.

Existe ainda, se nos permitem, a visão intemporal que é infinita. Como, por exemplo, quando vejo o rosto da atriz Paolla Oliveira, em close up, na televisão. La Paolla é intemporal, infinita. Pois ela é o estado do amor, premissa primeira de todos nós. A visão de seu rosto no vídeo é um hino de bem-aventurança feito para apaziguar os primatas que somos.

Quando e como alguém pode perpetrar atrocidades depois de ver, fruir e assistir ao rosto, em primeiro plano, da perfeição

do amor redivivo em Paolla Oliveira? O olho da câmera, cinematográfica ou da TV, sem dúvida, é pródigo com sua objetiva tecnológica, pois criadora da fantasia que nos possibilita, integrada às nossas retinas, a tal “visão do paraíso”.

O prazer de ver é, provavelmente, a maior alegria do homem.

Do vivente, seja lá onde for que a vida seja passada, ou vista. Ou posta.

Mas, contraditoriamente, ver também pode nos criar muitos problemas.

Porque vendo é que nos inserimos no discurso da

pbh.gov.br ou pelo telefone 3277 – 6077. Com Cristina Célia de Oliveira. 10 vagas.

Dia 19, terça, às 14h.

LITERATURA Oficina Literária “Vai dar namoro” Leitura compartilhada do livro “Leo e Albertina”, de Christine Davenier, seguida de conversa sobre histórias de amor aparentemente incomuns.

Com Wander Ferreira.

Dia 25, segunda, 9h30.

Portal da Poesia Neste mês apresenta o poeta, escritor e padre Valtenir Lima, que é Padre da Diocese de Leopoldina-MG. Bacharel Licenciado em Filosofia e Bacharel em Teologia, pelo CES/JF e PUC/MG. Tem formação em Psicanalise, pela Sociedade de Estudos em Psicanálise de Juiz de Fora – Núcleo Juiz de Fora, do Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos. Autor dos livros: “O meu Deus tem coração” e “Poesia & Vida”.

De 04 a 29, segunda a sexta, das 8h às 17h.

Sarau da Metamorfose Neste mês o público será convidado a conhecer, apreciar e realizar leitura dos poemas do mineiro Estevão Machado. Formado em design gráfico, em 2002, uma correção de prumo, como descreve o artista. Ele decide dar ênfase total à sua atividade artística, explorando linguagens como a pintura, performance e instalações urbanas, mas definitivamente fora do circuito convencional/comercial. O livro “O Rio no Bolso e o Quintal Amarelo”, explora uma nova faceta de seu labor criativo, retomando os caminhos da palavra. Com referências carregadas da infância, o artista busca no imaginário de suas memórias afetivas o norte para o conjunto de poesias e desenhos que compõe a obra. Com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, por meio da Fundação Municipal de Cultura, o livro foi editado e lançado em 2017 pela Scriptum.

Coordenação: Márcia Araújo.

vida. Vendo é que constatamos o despropósito das diferenças, que revelam os profundos absurdos. Aí, mais do que nunca, o papel do olhar, do ver, do discernir e enxergar as verdades nuas e cruas que nos sedimentam e embalam, é o de que a visão assume seu primordial papel. Porque ver é sentir e estar. E, em estando, temos todos nós de nos qualificar para seguirmos o curso da vida.

E a substância da vida é a convivência, necessária e cartesiana, pois somos o reflexo de tudo aquilo que, conscientemente, ou

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não, assumimos, ou elaboramos para o convívio com os outros.

Através de nossa visão. Isto entendido como nossas disposições para o convívio. Que pode ser puro e construtivo, espúrio ou predador. A nós cumpre olhar e, se possível, ver, para estabelecermos a ação que nos faz mover e reagir entre os paradoxos humanos. Ou mesmo desumanos. Por outro lado, ao vermos, nos tornamos atores, também, para nós mesmos. Surge então o pronome EU, como semente da vaidade, que uma querida amiga, filosoficamente, enxerga em todos os atos do homem.

Será? Diz ela, com uma convicção pétrea que, por trás de tudo o que fazemos, existe uma monumental vaidade. Nesse momento, nos resta não só revermos todos os nossos conceitos sobre o olhar, mas, sempre e principalmente, reaprendermos a ver. Porque saber ver pode nos levar a uma consciência melhor e mais afeita à verdade, na decifração dos enigmas do mundo.

Dia 06, quarta, às 10h.

ARTES CÊNICAS Dança de Salão (Iniciantes) Aprenda os diversos tipos de dança que são executados por um par de dançarinos. Com Gil e Denise.

Segundas, às 18h.

MULTIÁREAS Festa junina do CCLAO Venha dançar quadrilha com a gente! Parceria com a Academia da Cidade Lagoinha.

Dia 29, sexta, às 9h.

Hatha Yoga O Hatha yoga é a busca do equilíbrio entre as forças solar e lunar, respectivamente masculina e feminina, através da união da mente com a alma.

Com Maria do Carmo. Vagas limitadas.

Sextas, às 8h.

Oficina Construindo sua horta Nesta oficina você aprenderá a construir uma horta vertical a partir de garrafas pet. Com Sherazade. Vagas limitadas. Inscrições e lista de materiais pelo e-mail: cclao.fmc@pbh.gov.br ou pelo telefone 3277 – 6077.

Dia 12, terça, 14h.

SERVIÇOS Biblioteca A nossa biblioteca dispõe de um acervo de títulos diversos, infantil e adulto, com livros para consulta local e empréstimo domiciliar. Procura algum livro específico?

Acesse nosso catálogo online através do link https:// goo.gl/SZ4PQN ou entre em contato pelo telefone (31) 3277 - 6091.

De segunda a sexta, das 8h às 17h.

Cessão de Espaço O CCLAO disponibiliza seus espaços à comunidade local para ensaios e reuniões.

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ano VIII | nº 108

A Bella Época ainda existe

DIREITO DO CONSUMIDOR

ANTÔNIO josé VITAL é advogado especialista em Direito do Consumidor, morador do bairro e colaborador da Gazeta da Lagoinha. entre em contato com a coluna: vitalprof@gmail. com | (31) 996485643 whatsapp foto: Filipe Thales

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Filipe Thales

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paixonados por objetos usados e tudo que remete a épocas passadas o casal Dinah e Geraldo, iniciaram sua trajetória de empreededorismo na Rua Bonfim, após presenciarem a implosão da saudosa Galeria do Comércio e o enorme movimento de pessoas vendendo materiais recicláveis. Naquela ocasião os dois não pensaram duas vezes, Geraldo saiu da Fiat Automóveis onde trabalhava como projetista e Dinah recém formada em artes plásticas começaram com um antiquário e outros ramos.

Há muitos anos fornecendo roupas no atacado e no varejo em diversos bairros de Belo Horizonte e na cidade de Curvelo, Dinah e Geraldo, a três anos voltaram para a Lagoinha e abri-

foto: Filipe Thales

ram o Brechó Bella Época, popularmente conhecido como “Beco da Bella Época”.

Acreditando que é possível a Lagoinha voltar a ter um comércio mais ativo, Dinah acredita que os comerciantes que ainda resistem por aqui, deveriam se unir mais numa tentativa de retomar o comércio como era antes, com mais movimento durante o dia e principalmente a noite.

“Ser comerciante na Rua Itapecerica é ser um herói. Eu não trocaria a Itapecerica pela Rua Antônio de Albuquerque, pela Savassi, pelo bairro de Lourdes.

Porque aqui tem autenticidade, não tem maquiagem.” afirma Geraldo.

Com foco nas pessoas e muito amor no atendimento, essa dupla

de vida e Lagoinha, que a mais de quarenta anos ressignifica o uso dos objetos e das roupas, está de portas abertas para a comunidade no seu humilde mas aconchegante beco, numa tentativa de viver e reviver a Bella Época da Lagoinha.

O Brechó Bella Época fica na Rua Itapecerica, nº 382, Lagoinha e funciona de segunda a sábado de 8 às 18h e aos sábados de 8 às 14h aos sábados.

Maiores informações: (31) 99998-3833 - Dinah

Lei 8078 o conhecido Código de Defesa do Consumidor (CDC) , inaugurou uma era de direitos difusos importantes em nossa legislação, e, mais do que isso, permitiu ao cidadão a inserção em conceito de cidadania que despertou os brasileiros para outros direitos individuais e coletivos.

Entretanto, por falta de conhecimento ou desconfiança de estar sendo enganado no mercado de consumo leva muitas vezes ao exercício , ou pelo menos a tentativa de exercício de direitos que NÃO TEMOS . A falta de informações de fornecedores e consumidores colabora para esta desarmonia no mercado.

O artigo deste mês pretende trazer alguns direitos que o consumidor “acha que tem” mas, na verdade não tem: 1. Comprou, mas não gostou? Nada de troca!

O consumidor só tem o direito de trocar produto em compras feitas fora do estabelecimento comercial (por telefone ou internet por exemplo). Neste caso ele pode exercer o ‘direito ao arrependimento’ em ate’7 dias. Se comprar um produto numa loja, por exemplo, e se arrepender infelizmente o consumidor não poderá exigir a sua troca imotivada.

2. O consumidor não pode escolher como pagar.

O consumidor muitas vezes acha que tem o direito de escolher qual forma de pagamento o comerciante irá exigir, mas é direito do fornecedor decidir as formas que ele aceita, ou não.

foto: Filipe Thales

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7 direitos que o consumidor não tem A única forma de pagamento que o fornecedor não pode ser recusado é por moeda corrente.

3. Valor anunciado está errado? Consumidor deve pagar o correto!

Quando no anúncio vem um preço muito abaixo do valor de mercado e o consumidor exige pagar o preço divulgado, ele está errado. Quando o preço é impossível – obviamente errado – o consumidor não pode exigir que o comerciante lhe venda o bem por este valor. Por exemplo, exigir que venda “toda a loja” por R$ 99,99 por anúncio veiculado em publicidade de forma equivocada . Obviamente que o consumidor não conseguirá comprar “todo o estoque” da loja pelo preço. A lei existe para equilibrar as relações e não para conceder uma vantagem excessiva a uma parte. Nem o fornecedor, nem o consumidor podem obter vantagens indevidas.

4. Reclamações no PROCON só quando existir relação de consumo!

Muitos consumidores confundem as relações de consumos. Relações de consumo acontecem quando uma pessoa ou empresa compra um bem ou serviço para uso e consumo próprio.

Assim, uma pessoa que compra uma carro, por exemplo, de outra pessoa, não tem configurado uma relação de consumo. Bem como uma empresa quando compra matéria prima para sua produção. Aluguel, condomínio não são relações de consumo tratados em órgãos de defesa do consumidor. A legislação que dita os direitos dos consumidores e alguns entendimentos da Justiça, no entanto, têm mostrado que essa afirmação nem sempre é verdadeira. Exigir a troca de uma roupa só porque ela não serviu ou o presenteado não gostou, por exemplo, é uma prática baseada num direito que não existe. O Código de Defesa do Consumidor não obriga as lojas a fa-

zerem a troca em casos assim. “Na tentativa de fidelizar os clientes, comerciantes permitem a realização da troca, mas como cortesia”.

5. Troca imediata de produto com defeito.

O fabricante não é obrigado a fazer a troca imediata de um produto com defeito. A empresa tem um prazo de 30 dias para resolver o problema. Só depois é que o cliente pode exigir a troca, a devolução do dinheiro ou um abatimento no preço. A troca imediata só precisa ser feita se o defeito afetar uma parte essencial do produto (se for no motor do carro, por exemplo) 6. Pagar compra com cheque em todas as lojas Não existe nenhuma lei que obrigue o lojista a aceitar cheque como forma de pagamento.

Se o comerciante optar por não aceitar, porém, precisa deixar a informação clara. Além disso, a restrição deve valer para todas as situações.

O lojista não pode, por exemplo, aceitar pagamento com cheque só a partir de determinado valor.

7. Danos morais e materiais Dano material que é aquele que repercute no patrimônio do lesado.

E este é avaliado, tendo em vista a diminuição sofrida no patrimônio. O seu ressarcimento objetiva a recomposição do patrimônio lesado, caso seja possível, restaurando o statu quo ante, isto é, devolvendo a vitima o estado em que se encontrava antes do acontecimento do ato ilícito.

Assim, como na maioria dos casos se torna impossível tal desiderato, busca-se a compensação em forma de pagamento de uma indenização monetária. Já o dano moral é necessário uma lesão a honra incontestável o simples aborrecimento não é motivo para a indenização.

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CRÔNICA

Livros revelam um pouco o que somos e nossos interesses

Reprodução.

rogério faria tavares é jornalista e membro da Academia Mineira de Letras. entre em contato com a coluna: rfariatavares@ gmail.com

C

orro os olhos pela sala do apartamento. Uma das paredes parece de papel, completamente tomada por livros. Acoplada à imensa estante, uma escada me ajuda a alcançar os que estão na prateleira mais próxima ao teto. O conjunto parece ter vida própria, já que cresce misteriosamente, sob os protestos de Sabrina e de Sandra. Sorrateiro, faço como Sérgio Buarque de Holanda, que entrava em casa com livros novos escondidos sob o paletó (e pelos fundos) para evitar as repreensões de dona

Maria Amélia.

Compro as novidades sempre discretamente e as incorporo ao seu ninho quando não tem ninguém olhando... Em pilhas desordenadas, meus livros revelam um pouco do que eu sou e dos vários interesses que disputam a minha atenção: prosa de ficção, história, jornalismo.

Lado a lado, os autores que amo moram comigo. Íntimos, testemunham o meu dia a dia

na sua plenitude, com seus momentos felizes e suas horas difíceis. Machado, Graciliano, Jorge Amado, Nava e Darcy Ribeiro, com certeza, se divertem com as travessuras das crianças e se entretêm com as conversas dos adultos.

Peco sempre pelo excesso. Todo dia a família cresce. O pai dessa prole sem fim é irresponsável (ou compulsivo, já que não consegue parar...). O consolo é saber que não sou o único. Entre os vá-

Lagoinha Antiga

Lagoinha (foto aérea) - década de 70 Lagoinha com toda sua plenitude. Oiapoque, Antônio Carlos, Mauá, Itapecerica, Além Paraiba, Diamantina, a abertura do túnel e o fim da Vaz de Melo.

Observe o campinho na praça das lavadeiras.Fonte: Grupo Fotos Antigas de Belo Horizonte

rios amigos que portam a mesma patologia, há os que querem ser cremados agarrados a alguns de seus volumes. Dizem: levarei comigo os que fazem parte de meu corpo (ouvi esse relato hoje pela manhã, de uma brilhante professora de francês).

Há os que assumidamente não conseguem

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se desfazer de nenhum, nem daqueles que jamais abriram. E há, ainda, os que se dizem desapegados, embora raramente façam algo que comprove tal qualidade. Conferindo a memória, até que já exercitei a arte da doação. E foi bom.

Sinto-me bem quando vou à Biblioteca Pública Estadual, na Praça da Liberdade, e nela deixo aquilo que já me serviu e alegrou por um tempo, e que agora pode ser útil a outros, sobretudo aos que moram nas cidades menores, em que o acesso aos livros é mais complicado. Outra experiência positiva foi a de doar livros para a Biblioteca Central da UFMG, que é excelente e primorosamente organizada.

O fato é que meus filhos já se acostumaram a viver nesse ambiente.

Vez por outra tiram um exemplar da estante e começam a folheá-lo, despretensiosamente, como se fosse um brinquedo (só agora Carlos chegou

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à idade da alfabetização e Gabriela é ainda um bebê...) Cultivo a ideia de que esse é um hábito bom. Acredito que talvez o manuseio constante dos livros possa convidar à leitura. Creio, no entanto, que o exemplo dos mais velhos é o fator preponderante para formar na criança o gosto pelas palavras impressas.

Das inúmeras lembranças que guardo de meu pai, várias são cenas em que ele aparece, com os olhos brilhando, colado a seus autores mais queridos, como Montaigne, Teilhard de Chardin, Alexandre Herculano, Eça de Queiroz e Josué Montello. A relação com os livros é sobretudo afetiva. É por isso que gosto de presentear os amigos com livros. Vou à livraria seduzido pela possibilidade de oferecer uma boa história a alguém de quem gosto. Afinal, o que é a vida da gente senão uma história a ser contada?

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Projeto pode isentar de IPTU as vítimas das chuvas Ascom do Vereador Catatau

J

á dá pra sentir que o inverno que se aproxima vai fazer frio. O ano vai passando em alta velocidade. E os versos da música, as famosas águas de março fechando o verão, já ficaram para trás.

Hoje quero falar das águas. Mais especificamente, das chuvas.

Assim como as estações do ano, elas também cumprem ciclos. Vão e voltam. Passaram, mas em breve estarão aí novamente.

Tem gente que gosta de negar o aquecimento global porque de vez em quando faz frio.

Uma grande bobagem.

As alterações do clima são reais, principalmente os transtornos que causam. Chove cada vez menos vezes ao longo do ano, mas cada chuva vem com cada vez mais força.

Ou seja, ao longo do ano falta água por causa da seca e, quando a ela vem, causa destruição e prejuízos. Tente se lembrar dos últimos anos e observe se o cli-

ma não vem seguindo um padrão que nunca foi o da nossa capital.

Não me entendam mal. A chuva é abençoada e precisamos muito dela. Ela é fundamental para a agricultura e para os nossos reservatórios. Ninguém vive sem água. Mas a cidade não suporta esse volume de água que cai de uma só vez, índice que vem aumentando nas últimas décadas.

Pensar à frente

Por isso volto às estações. As chuvas virão novamente ano que vem. E acho importante falar disso agora, enquanto os problemas que elas causaram em 2018 ainda estão bem vivos na memória de todos nós. Gente presa na enchente, carros sendo arrastados pelas avenidas da nossa capital e águas entrando na casa das pessoas.

Quero falar especificamente da dor das pessoas atingidas pelas águas. Do desespero de ver a enchente arruinar seu pertences, do trans-

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Lagoinha Antiga

CATATAU é vereador por Belo Horizonte (MG) e radialista. entre em contato: pelo (31) 3555-1147.

torno de limpar a lama que fica e do risco de doenças que invadiram a sua casa de uma hora para outra. Tudo isso é muito triste.

É pensando nisso que venho desde o início do ano defendendo uma ideia: a isenção do IPTU para quem tiver perdas materiais com as chuvas. Dar às pessoas a oportunidade de usar o dinheiro do imposto em algo muito mais urgente.

Sabemos que alguns danos são irreversíveis. Mas penso que é possível amenizar o sofrimento e ajudar as pessoas na reconstrução

Uma esquina qualquer da Lagoinha - sem data conhecida.

Embaixo a Rua Itapecerica e do lado a Rua Além Paraíba. À direita, ao fundo, o telhado do Cine São Geraldo; o telhado claro era o Cine Mauá; a rua que tem uma kombi na esquina é a Além Paraíba.Fonte: Grupo Fotos Antigas de Belo

Horizonte.

de casas e, muitas vezes, no recomeço da própria vida.

Sabemos também que as obras necessárias para combater as enchentes demoram (apesar das chuvas não esperarem), que elas são caras (para uma cidade que, como todo o país, vive uma crise financei-

ra) e que foram negligenciadas por décadas de gestões anteriores (que preferiam construir viadutos que não fazem falta se caírem).

Por isso, acredito que a isenção também serve à Prefeitura, que ganha tempo para buscar os recursos que precisa e realizar as obras neces-

sárias. Parece contraditório, mas não é. O valor do IPTU de algumas casas é muito pouco para a Prefeitura, mas faz uma enorme diferença para as pessoas que precisam dele para recomeçar.

Vamos pensar nas pessoas!

SEGURANÇA PÚBLICA

Crise no país faz crescer preocupação com o setor da segurança pública

Com quase 60 mil homicídios em um ano, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, Congresso aposta em unificação das polícias e leis mais rígidas

Edson moreira é deputado federal pelo Partido da República (MG). entre em contato: é dep. delegadoedsonmoreira@camara.leg.br ou pelo (61) 3215-5933.

O

Brasil tem sangrado mais a cada ano. Apenas em 2017 foram registradas 59.103 vítimas assassinadas – uma a cada 9 minutos, em média. Com a crise de segurança atingindo níveis jamais imaginados, o Congresso Nacional vem apresentando possíveis soluções para combater a criminalida-

de no país.

Uma destas tentativas é a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que teve seu projeto aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, e que agora aguarda a sanção presidencial.

O projeto de lei 3734/12, que cria o Susp, tem como objetivo integrar os órgãos de segurança pública, como as polícias federal e estaduais, as secretarias de segurança e as guardas municipais, para que atuem de forma cooperativa, sistêmica e harmônica repassando informações ao Ministério da Segu-

rança Pública.

Outro projeto que vem sendo analisado pela Câmara dos Deputados é o de Unificação das Polícias Civil e Militar, cujo presidente da comissão especial é o deputado federal Delegado Edson Moreira (PR-MG), que levanta a bandeira da segurança no Congresso.

De acordo com o parlamentar, o Seminário Internacional de Unificação das Polícias Civil e Militar, que reuniu representantes da Alemanha, Áustria, França e Chile, propôs uma única força que faça o policiamento ostensivo e as investigações cri-

minais. “Estudamos os índices de criminalidade em países onde houve a unificação recentemente e pudemos perceber que a iniciativa foi um sucesso “, afirmou.

O relatório final da Comissão de Unificação deve ser entregue até o próximo mês de julho e o relator da Comissão, deputado Vinicius Carvalho (PRB-SP), informou que vai apresentar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) com normas genéricas que permitirão a cada estado, individualmente, decidir se fará a mudança de imediato ou não.

O relator lembrou que

Seminário internacional de unificação. FOTO Antônio Cruz / Agência Brasil

a Constituição Federal permite a cada estado definir como será o seu sistema de segurança pública, mas disse acreditar que as unidades da Federação se convencerão da necessidade da unificação.

Além de defender a integração, o Delegado Edson Moreira apresenta projetos que visam leis mais duras contra a criminalidade, tais como: - PL 1354/15: extingue benefícios dos presos que cometerem alguma infração durante o cumprimento da pena, como

tentativa de fuga ou rebeliões; - PL 1033/15: altera o Código Penal e institui que, após o criminoso ser condenado, caso o advogado solicite recurso e seja comprovada a culpa do réu, a pena seja aumentada; - PL 5065/16: transforma em terrorismo e aumenta a pena para os crimes cometidos com uso de armamento pesado, bombas e explosivos, como tem ocorrido constantemente em ataques a caixas eletrônicos e carros-fortes.

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Corvinas

RECICLAGEM

A

s corvinas pertencem à classe dos sienideos, isto é, peixes que produzem um ruído pela passagem do ar na entrada da bexiga natatória. Alguns pescadores passam os dedos pela linha, procurando produzir um chiado semelhante ao desses peixes, o que geralmente os atrai.

Pesqueiro: as corvinas são mais frequentes nas barras dos ribeirões de águas turvas ou claras onde esperam os peixinhos que não conseguem vê-las na água turva.

tunay é cabeleireiro e amante da pesca entre em contato com a coluna: tunayas365@gmail. com

Chumbadas: de 10 a 25 gramas.

Linhas: 0,30 a 0,50.

Varas: de um metro e trinta e flexibilidade média.

Anzóis: 1/0 sem encastoamento.

Carretilhas e molinetes: pequenos.

Iscas: piabas vivas iscadas pelo dorso ou esporadicamente spining.

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CLASSIFICADOS

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CONHEÇA O BOM COMÉRCIO DA RUA PITANGUI

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Aqui você encontra de tudo um pouco: supermercado, mercearia, padaria, lanchonetes, bares, restaurantes, pizzarias, tralleres de sanduíches, farmácia, salão de beleza masculino e feminino, chaveiros, academia de musculação, academia de hidroginástica, escolinha de futebol e aluguel de campo society, consultório dentário, escritório de advocacia, a escola Instituto Recrear com bercário, maternal, 1º e 2º períodos do ensino fundamental .

A Lanchonete Casa Estrela, há mais de 50 anos fazendo parte do bairro Lagoinha e do comércio local. Conhecida como Lanchonete da Dona Lourdes.

Fica na Rua Formiga 66 / Bairro Lagoinha

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Estudantes limpam praça e plantam mudas na Semana do Meio Ambiente Da redação

G

ilson Castro trabalhava, como de costume, em sua casa quando ouviu da esposa que um grupo de estudantes estava limpando a praça do bairro Concórdia, em Belo Horizonte. Ele saiu imediatamente em direção ao espaço para constatar as palavras da mulher enquanto lembrava dos esforços que fez para cuidar da praça. “Logo quando eu e cheguei aqui, procurei a prefeitura para adotar a praça a fim de que pudesse cuidar, mas havia muita regulamentação urbana e acabei desistindo da ideia”, lembra. Ele parabenizou a iniciativa porque, segundo ele, os cuidados com a praça são escassos e dependem da boa vontade dos moradores.

Depois de se deparar com a realidade narrada por Castro, a diretora Sheila Sima decidiu mobilizar os estudantes do Colégio Adventista da Concórdia para limpar a praça, que fica próxima à escola e também para plantar al-

gumas mudas de flores no local. A ação ocorreu na manhã desta quinta-feira (7), por volta das 10h. A atividade faz parte do calendário escolar na Semana do Meio Ambiente.

“A gente começou a trabalhar com eles na segunda-feira. Explicamos a importância de manter nosso ambiente sempre limpo e conservado. E hoje foi o dia de colocarmos em prática o que vinha sendo discutido em sala de aula”, explica a diretora.

Ao chegar no local, os estudantes e professores colocaram uma luva e começaram a desempenhar cuidadosamente a atividade.

Varreram e juntaram os entulhos que se espalhavam pelo chão. Folhas e galhos agora não mais tomavam conta do espaço após a chegada dos alunos.

Um corredor de terra havia sido previamente tratado para que os pequenos pudessem desempenhar a atividade com a ajuda dos educadores.

“Quando os alunos participam de maneira prática no processo de aprendizado, que vem sendo trabalhado nas escolas, eles captam mais e entendem exatamente o motivo de querermos criar um planeta mais sustentável. Eles vivenciam a aprendizagem”, observa o líder responsável pela Educação Adventista na Associação Mineira Central (AMC), professor Ozéias Batista.

Ele explica que ações

Lagoinha Antiga

Rua Formiga - 1929 Rua Formiga no trecho correspondente ao início da estrada municipal para Venda Nova. Detalhes: ao fundo a baixada correspondente ao córrego da Lagoinha e uma bomba de gasolina..Fonte: MHAB.

voltadas ao estudo ambiental estão sendo desenvolvidas em todas as unidades que estão sob responsabilidade da AMC.

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Ansiedade e reparação

Em Copas do Mundo, sistema tático de equipes muda; verdades iniciais são frágeis e pantanosas

N

nar a ideia de colocar Fernandinho contra as grandes seleções, nos jogos mata-mata?

Durante as Copas do Mundo, mudam muito as escalações e o sistema tático das equipes. As verdades iniciais, ditas pelos apressados, geralmente, são frágeis e pantanosas.

Os atletas, de todas as seleções, já estão ansiosos. A ansiedade é um sentimento comum, frequente, diante de um perigo, real ou fantasioso. São demais os perigos desta vida.

TOSTÃO é médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa de 1970.

este domingo, o Brasil enfrenta a Áustria, que dizem jogar igual à Suíça. São diferentes. Dias atrás, falaram que Costa Rica escolheu a Inglaterra para o amistoso porque o time inglês é parecido com o Brasil.

Nada a ver. No jogo da seleção contra a Croácia, disseram que os croatas eram idênticos à Sérvia.

Não são. A Croácia gosta

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de jogar com a bola no chão, enquanto a Sérvia prefere cruzamentos na área.

Parece que todos os amistosos de todas as seleções foram organizados por causa da proximidade técnica e tática dos adversários da

foto: Oli Scarff - 3.jun.2018/AFP

primeira fase. Deturpam a geografia e o estilo de jogar de cada país. Várias equipes têm o mesmo sistema tático, mas possuem estratégias bem diferentes.

Contra a Áustria, joga Coutinho pelo

centro, e sai Fernandinho. Deve ser a equipe da estreia. Coutinho tem de participar também da marcação, para que Paulinho possa chegar à frente, sua principal qualidade. Se o Brasil for muito bem na primeira fase, Tite vai abando-

A ansiedade é, geralmente, benéfica, pois aumenta a produção de substâncias químicas. O jogador fica mais esperto, atento, vibrante, corajoso. É o doping psicológico. Porém, se ultrapassar certos limites, a mente perde o controle do corpo, e o atleta comete erros bisonhos. Fica mais confuso,

agressivo, em pânico. É uma das razões de muitas derrotas.

O ser humano convive também com uma ansiedade de percepção, uma dependência do afeto e da aprovação do outro. Por causa dessa fragilidade emocional, tenta sempre reparar pequenas e grandes coisas.

Muitas vezes, isso é positivo. Além do talento individual e coletivo da seleção, há um grande desejo dos jogadores de reparar os 7 a 1 e recuperar o prestígio do futebol brasileiro, independentemente se o atleta esteve ou não presente em 2014.

Essa foi uma das razões da conquista da Copa de 1970, depois do fracasso de 1966.

Como dizia o magistral e exagerado Nelson Rodrigues, “quem ganha as partidas é a alma”. E também Neymar.

Poeta Fabrício Marques lança biografia de Wander Piroli “A Lagoinha, onde viveu até os 27 anos, foi essencial para o escritor”, afirma seu biógrafo Pablo Pires Fernandes Portal UAI/EM

A

ssim como incontáveis trabalhadores, bêbados, prostitutas, malandros e tipos peculiares que circulavam na boêmia Lagoinha das décadas de 1940 e 1950, o personagem Wander Piroli (1931-2006) estava lá. O menino cresceu e virou homem nas ruas do bairro. Foi lá, sempre afirmou, onde aprendeu a vida na base do olho no olho com os outros.

E viver e conviver com as pessoas, toda a gente, tornou-se seu maior tesouro.

Ser escritor, ganhar concursos e prêmios literários, advogar e se iludir numa possível justeza, reinventar-se como jornalista, para Wander, tudo isso era menor do que a rua, a vivacidade da experiência de estar diante das pessoas. Seu interesse era o outro, era compartilhar

pedaços de histórias. O papo-furado do malandro, a felicidade do mendigo, o olhar do filho à beira da lagoa, a mulher assassinada pelo marido e as miudezas dos pobres coitados eram prato cheio para Wander.

Finalmente, esse personagem belo-horizontino tem sua vida registrada por escrito. Wander Piroli – Uma manada de búfalos dentro do peito é uma cuidadosa biografia realizada pelo poeta Fabrício Marques, que será lançada na noite de quinta-feira, dia 21, na Galeria de Arte BDMG, em Belo Horizonte.

Em 256 páginas, obviamente, é impossível apreender Wander Piroli. A personalidade, a vida, as histórias e sua literatura não cabem em páginas. Diante do desafio, Fabrício Marques optou por dar voz ao próprio Wander. Esse é o grande mérito da biografia, que integra

a coleção Perfis de BH, da Conceito Editorial.

O resultado é um texto delicioso. Com sensibilidade e discrição, o autor oferece ao leitor a(s) história(s) de um sujeito fascinante.

Marques também se fascinou. Leu todos os livros do autor, vasculhou vários arquivos, o acervo da família, entrevistou 55 pessoas e criou um blog em que compartilhou parte de suas descobertas (wanderpiroli.wordpress. com). O biógrafo quis iniciar o volume com 30 trechos de depoimentos concedidos pelo escritor em distintas épocas – material extraído da inédita compilação de entrevistas Todo amor é marginal. Nas sete primeiras páginas, a contundente franqueza já expõe a singularidade do biografado. O leitor, dificilmente, poderá evitar ser seduzido pelo personagem.

O livro de Fabrício Marques deixa evidente a grandeza literária de Wander Piroli, cuja obra ainda não alcançou o devido reconhecimento.

Publicou cinco livros de contos, um romance, sete infantojuvenis (um deles reconhecido com o Jabuti), uma coletânea de crônica e um volume de casos de pescaria. E há material inédito. Wander Piroli – Uma manada de búfalos dentro do peito aborda a relação desse ser inquieto com a literatura, com o jornalismo, resgata casos peculiares de uma outra Belo Horizonte e revela sua apaixonada e intensa dedicação à conversa, à troca, à rua, enfim, à vida.

Nestas páginas, Fabrício Marques fala sobre o personagem e como foi capturá-lo em livro, e o jornalista Arnaldo Viana, discípulo de Piroli e mestre de tantos, escreve um testemunho sobre o amigo. De brin-

de, um conto inédito do escritor, concedido gentilmente por sua família ao Pensar.

A rua sempre foi grande matéria-prima da literatura de Wander.

Podemos atribuir esta característica à relação dele com a Lagoinha?

A Lagoinha, onde viveu até os 27 anos, foi essencial para Wander. Era o bairro mais barra-pesada da cidade, basicamente operário e marginal, com uma dúzia de famílias de classe média. Ali, Wander teve contato com a boemia, com seus botequins, bêbados, prostitutas, a fina flor da malandragem, tudo quanto é náufrago da noite. Mas também com operários, carpinteiros, pedreiros.

Da convivência e da observação desses personagens Wander extraiu grande parte de seus contos. Ele chegou a dizer: “A Lagoinha está em tudo. A minha visão do mundo é a visão da Lagoinha”. É claro que,

WANDER PIROLI – UMA MANADA DE BÚFALOS DENTRO O PEITO • De Fabrício Marques • Conceito Editorial • 256 páginas • R$ 32,50 LANÇAMENTO Dia 21 de junho, das 19h às 22h. Galeria de Arte BDMG Cultural (Rua Bernardo Guimarães, 1.600, Lourdes).

física e geograficamente, a Lagoinha virou outra coisa. Mas a do Wander permanece viva em sua literatura. É importante ressaltar que, não obstante esse lado de “homem de rua”, Wander conseguia conciliar a família e a rua, a casa e vida boêmia. Um boêmio que não abria mão da família; um homem de família que não abdicava dos amigos e da noite.

Junho de 2018

Pra frente Brasil!

FLÁVIO DOMÊNICO é jornalista e ama o futebol. acompanhe o twitter dele: @flaviodomenico. entre em contato com a coluna pelo email: fl av i o d o m e n i c o @ gmail.com.

Olá amigos e amigas do Gazeta da Lagoinha!

Há 36 anos, um garoto acordava assustado e ansioso. Tudo porque na alvorada de 1982 ele abriu os olhos e percebeu que seu bairro, sua cidade, seu país, o mundo estavam parados. Parados para assistir Brasil x Itália. Valia vaga na semifinal para a Copa do Mundo da Espanha.

Férias das escolas, era uma segunda-feira especial e as quadras do conjunto IAPI vazias.

Era tudo para aguardar

o desfile em campo dos jogadores mineiros Éder, Paulo Isidoro, Luizinho e Cerezzo. Seleção canarinho de Telê Santana, mestre que, há 11 anos havia sido coroado o primeiro campeão brasileiro comandando o Atlético!

E tínhamos ainda Zico, Sócrates, Falcão, Leandro, Júnior, Oscar.

Ansiedade era para ouvir um único som: o apito em Barcelona para o inicio do jogo. Um segredo: mesmo com toda alegria havia para aquele garoto um incomodo e uma tristeza imensa por não ter o gênio Reinaldo, seu ídolo, entre os convocados e titular absoluto. Seria tudo ainda mais certeiro com ele. Mas o menino teve de se contentar em ficar na torcida por alguns lampejos de Chulapa.

Fato é que, ao findar daquele dia, a alegria e ansiedade deste garoto, deu lugar a um choro contido que se derramaria em lágrimas pelo açoite de uma bandeira italiana.

Como o futebol mexia com a gente!!!

Ficou de herança a alegria de conhecer o futebol arte. Futebol era paixão. E o Brasil foi uma fábrica de jogadores talentosos até a geração de Ronaldinho Gaúcho...

Estamos agora às vésperas de mais uma Copa do Mundo. Do famoso futebol moderno e de resultado. De toquinho de lado e bolas para trás!

Do futebol possessivo, porque o importante é ter a posse de bola! Mas aqueles craques de outrora e aquelas jogadas cinematográficas devem aparecer em momentos raros. Quem dera se os craques de antes pudessem desfilar suas jogadas nestes televisores de hoje!

Não há mais aquela mobilização do povo brasileiro. Aquela ansiedade e alegria.

Aquela vontade de ver os jogos e esperar por jogadas espetaculares. Pelos gênios canarinhos!

Caro leitor, aquele garoto cresceu.

E a última lembrança dele agora é um fatídico e vergonhoso 7x1 para Alemanha em cima do Brasil no Mineirão. Hoje temos Tite que deu uma boa ajeitada nos comandados. Novamente a história de Neymar e uma

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Lagoinha Antiga

Praça Vaz de Melo. Loja do Badi - sem data conhecida. .Fonte: Grupo Fotos Antigas de Belo Horizonte. contusão... A seleção brasileira começa a Copa do Rússia devendo futebol, organização e um show de bola para o brasileiro.

Fica a nossa torcida para que o Brasil marque seus gols e quem sabe, conquiste novamente o caneco. Fica a esperança para que o nós brasileiros resgatemos o brilho do futebol arte um dia.

Mas hoje, a maior esperança daquele garotinho lá de 82 é que tenhamos em Brasília uma seleção brasileira de homens e mulheres dig-

nos e de caráter. Dispostos a resgatar nosso país das mãos de quem faz o Brasil perder por goleadas todos os dias.

sil!

Pra frente Bra-

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