Perspectiva 4

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Impresso Especial 580/2004-DR/GT UFG Correios

Publicação do Curso de Relações Públicas da UFG

UFG forma mais 30 Relações Públicas

A UFG formou neste início de 2013 mais 30 profissionais de Relações públicas, aptos a atuar em diversas áreas no campo da comunicação. Na primeira semana de fevereiro eles apresentaram seus TCCs (trabalho de conclusão de final de curso). Quatro deles obtiveram nota máxima. O resumo deles está na pág.16

Reeleição na FACOMB Páginas 4 e 5

Direitos Humanos Página 13

• CONRERP • Visita à UNB • Cultura no Campus • Mudança no DACOM • Crônicas • Mercado de trabalho

p. 7 p. 11 p. 12 p. 12 p. 14 p. 15

Divina Marque

Elimara Oliveira

N° 4/ 1° Semestre de 2013

Simetria expõe trabalhos A 1ª Mostra de Trabalhos da Simetria – Agência Experimental de Relações públicas – expôs os trabalhos desenvolvidos pela agência em outras unidades (pág. 2). Sobre as ações de reestruturação da agência, como isso afeta a vida do graduando e as expectativas futuras, veja na pág. 3


OPINIÃO/EXPEDIENTE

AGÊNCIA JÚNIOR

EDITORIAL

Respeito à vida, à terra, ao outro

1ª Mostra de trabalhos da Simetria A primeira Mostra de Trabalhos da Simetria – Agência Experimental de Relações Públicas – realizada no dia 27 de fevereiro nas dependências da FACOMB, foi uma demonstração de que a prática é fundamental para o entendimento da teoria. No auditório estavam os representantes das unidades onde os projetos foram desenvolvidos, os autores dos trabalhos (todos os formandos e alguns alunos e alunas de outros períodos), o Diretor da FACOMB, Magno Medeiros, o Coordenador do curso, Claudomilson Fernandes Braga, o assessor de Relações Públicas da UFG, Venerando de Freitas, professores do curso e convidados. Lutiana Casaroli, uma das coordenadoras da Simetria, disse na abertura que o que se quer com o projeto é o

estabelecimento de políticas de relações públicas com padrão de qualidade e eficiência, ao mesmo tempo em que prepara melhor cada um dos alunos para a realidade da profissão. Flávia Martins, a outra coordenadora do Projeto, elogiou a dedicação dos alunos e destacou a expectativa que se criou em torno do planejamento. Segundo ela, a experiência exigiu paciência e compreensão tanto das unidades, quanto dos alunos e isto também foi um aprendizado proveitoso. Das conclusões a que se chegou, uma delas é que o planejamento é fundamental para as Relações Públicas. Magno Medeiros cumprimentou toda a equipe e todos os alunos participantes pela realização dos trabalhos que foram apresentados em banners e expostos no corredor da unidade.

Fotos: Carlos Siqueira

Nesta edição do Perspectiva, apresentamos temas que movimentaram o ano de 2012. Um assunto que gerou inúmeras especulações foi o possível fim do mundo, no dia 21 de dezembro de 2012, data apontada a partir de indicações do Calendário Maia. O ano passou e o mundo não acabou... Mas o assunto foi bem aproveitado pelo mercado, que lucrou com as especulações imobiliárias, como no caso da cidade de Alto Paraíso, em Goiás. As indústrias cinematográficas, as redes de televisão, supostos videntes, cientistas, dentre outros, também tiraram proveito da exploração do tema. O mundo não acabou em 2012, mas está sendo destruído gradativamente devido à exploração inapropriada dos recursos naturais e dos danos causados, principalmente, em consequência da ação do homem. As futuras gerações estão com suas vidas comprometidas diante do descaso, da falta de ética e da irresponsabilidade com o próximo e com a nossa Casa maior - o planeta. Ressaltamos, portanto, a importância do cuidado com a vida em seu sentido pleno. Apresentamos, ainda, neste Perspectiva, assuntos que movimentaram a FACOMB em 2012: a reeleição da Direção da faculdade; a discussão do respeito à diversidade e contra a homofobia; as novidades do Curso de Relações Públicas para 2013; a reestruturação da Simetria - Agência Júnior de RP; a atuação do Conselho Regional de Relações Públicas em Goiás; os Trabalhos de Conclusão do Curso de Relações Públicas que foram destaque no último semestre, as eleições do DACOM - Diretório Acadêmico de Comunicação Social, as novidades do Projeto Música no Campus, dentre vários outros assuntos. Esta edição do Perspectiva é fruto da dedicação e produção prática dos alunos da Disciplina “Produção de Texto Jornalístico II”, do 4º período de Relações Públicas da UFG. Boa leitura!

Nº 4/1º Semestre de 2013

No auditório, as atenções se voltam para as explicações do Projeto. À frente dos banners, os alunos trocam idéias, dão explicações, se confraternizam.

Profª. Drª Divina Marques e Profª Ms. Gardene Leão.

EXPEDIENTE UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFG Reitor: Edward Madureira Brasil Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia - FACOMB Diretor: Magno Medeiros Vice-diretora: Eliany Alvarenga Coordenador do curso de RP: Claudomilson Fernandes Braga

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PUBLICAÇÃO DO CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS -

Perspectiva

Endereço para correspondência: Caixa Postal: 131 Campus II – Samambaia rpufg@hotmail.com CEP : 74.001-970 – Goiânia-GO

Disciplinas: Produção de Texto Jornalístico II Projeto Gráfico: Caroline Magalhães Diagramação: Cleomar Nogueira Editoras: Divina Marques e Gardene Leão Redação: alunos da disciplina PTJ II.


TEORIA/PRÁTICA

Nº 4/1º Semestre de 2013

Divina Marques

AGÊNCIA JÚNIOR

Depois da reestruturação, foi feita a 1º Mostra para apresentação dos trabalhos, com as presenças do coordenador do curso, Claudomilson Braga, diretor da unidade, Magno Medeiros, professoras Lutiana e Flávia, alunos e convidados

Reestruturação da Simetria

Conheça a nova proposta da Agência Júnior de Relações Públicas da UFG Caroline Fernandes e Leiliane Souza

ção da Agência Júnior de Relações Públicas, quais as expectativas com a nova proposta e como isto afeta a vida do discente de RP.

Arquivo pessoal

A SIMETRIA - Agência Júnior de Relações Públicas da Universidade Federal de Goiás- tem como objetivo dar oportunidade Como a coordenação de Relações Públicas ao graduando para colocar em prática as teocolaborou na reestruturação da SIMErias do curso de Relações Públicas. TRIA? Atualmente coordenada pelas profesNa verdade fui só o mentor, não desoras de Relações Públicas Lutiana Casaroli cidi nada sozinho. Existe um núcleo que e Flávia Martins, com o se chama NDE (Núcleo apoio do Núcleo de DocenDocente Estruturante), te Estruturante (NDE), a formado pelos profesSIMETRIA trabalha para sores do curso, que são que a agência se torne reconvidados a pensar os conhecida não só na Faprojetos pedagógicos e culdade de Comunicação projetos acadêmicos de Social e Biblioteconomia Relações Públicas. (FACOMB), como em ouApresentei a protras faculdades da UFG, posta para que a SIMEatendendo ao público inTRIA tivesse um novo terno da universidade. formato, o NDE amaduSegundo Tauane receu e eu convidei a proCaldas, monitora da Agênfessora Lutiana Casaroli cia Júnior de Relações, as para que, em sua viagem unidades da UFG estão ao sul, visitasse universireagindo bem diante do dades com agências funnovo formato da SIMEcionando para ver boas TRIA. “Fomos muito bem Tauane Caldas, monitora da Simetria, ideias e aplicá-las aqui na recebidos. As 11 unidades UFG. Ela visitou algumas aluna do 4º período de RP da UFG, desde o primeiro universidades e trouxe a contato, se mostraram interessadas no projesugestão da SIMETRIA virar uma disciplina to. Sabem da importância da agência, já que durante um ano. Diante da proposta, decidié um espaço onde o aluno, sob orientação das mos montar o projeto, que agora está associaprofessoras, coloca em prática toda teoria do a uma disciplina específica: SIMETRIA I aprendida em sala de aula”. e SIMETRIA II. Para falar sobre a SIMETRIA, enQuais são as mudanças da SIMETRIA? trevistamos o professor Dr. Claudomilson A SIMETRIA é reestruturada em um Fernandes Braga, coordenador do curso de Relações Públicas da UFG. Nesta edição do bom período do curso, porque ela foi pensaPerspectivas, ele nos fala sobre a reestruturada em um novo formato, em um momento em

que o aluno já tem uma maturidade acadêmica, com um número mínimo de informações obtidas. Existe um pré-requisito para fazer a SIMETRIA, que são 12 disciplinas de núcleo comum. Neste momento, o aluno já viu quase todas as matérias da área de comunicação e chega para trabalhar com uma bagagem de conhecimento elevada. Como a nova proposta está organizada na grade do curso? Quero esclarecer que não houve mudança de grade e sim uma readequação no fluxo; ou seja, não foi criada nenhuma disciplina nova. A agência entra na grade em um momento importante, nos 6° e 7° períodos, quando o estudante inclusive está tomando a decisão de que área quer seguir. Dentro da SIMETRIA, ele pode escolher um assunto de interesse. Ela está em um lugar estratégico do curso porque o aluno decide “o que quer ser quando crescer”. Quais os resultados esperados com a reestruturação da SIMETRIA? Esperamos que estas mudanças melhorem a performance dos alunos em termos de aprendizagem prática, já que a Simetria tem essa vocação - proporcionar ao aluno o contato com a realidade do mercado. Para isso, nesta primeira fase, a SIMETRIA vai atender a determinadas unidades da UFG. Os alunos terão experiência com a prestação de serviços em 11 unidades que se aproximam da realidade de médias empresas, pois possuem toda uma estrutura organizacional, burocrática e hierárquica. Desejamos que o resultado seja importante para o curso e, principalmente, para os alunos. 3


ENTREVISTA

Nº 4/1º Semestre de 2013

MAGNO MEDEIROS

Reeleito, diretor faz balanço e anuncia planos Naiara, Brenda, Késia e Bianca. Após quatro anos no comando da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia, Magno Medeiros foi reeleito em novembro passado com 83% dos votos válidos dos professores e técnicosadministrativos e 71% dos estudantes. Um mês após sua reeleição, conversamos com ele para saber mais sobre seus objetivos com o novo mandato e fazer um balanço geral dos últimos 4 anos em que ele esteve no comando da FACOMB. Eis a entrevista.

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Que razões o levaram a buscar a reeleição? A gente vem desenvolvendo, nos últimos quatro anos, uma série de projetos, que acabaram mudando a cara da Facomb. Conseguimos implementar várias reformas no espaço físico e construir o prédio do LABcom. O número de professores praticamente dobrou, saímos de 33 para 62 professores em 2012. O numero de alunos aumentou de 560 para cerca de 800 e o numero de servidores de 10 para 13. Os indicadores de extensão e pesquisa e de ensino também melhoraram bastante e fizeram com que a Facomb se posicionasse num patamar melhor do que nos anos anteriores. Fora isto, nós conseguimos vários avanços, em termos de infraestrutura, construção do estacionamento, reforma, redimensionamento do espaço físico, redimensionamos os espaços das coordenações de curso, direção e secretaria administrativa. Acho que a postura do diálogo e o crescimento ocorrido fizeram com que eu me sentisse incentivado a prosseguir nesse trabalho.

Você tem algum recado, alguma mensagem, um desejo de que ela faça algo diferente do que a Professora Maria de Fátima fez? Não, são perfis diferentes, não dá para comparar, porque cada pessoa tem um perfil diferente. A profª Fátima tem um perfil mais discreto, um perfil mais sereno, já a Prof. Eliany tem um perfil mais extrovertido, mais comunicativo, mais agitado. As duas tem perfis diferentes, os dois perfis são igualmente importantes. Você diria que o perfil da Prof. Eliany é o indicado para esse momento em que vive a Facomb? Eu acho bastante adequado porque nós vamos ter que desenvolver uma série de ações com bastante serenidade e com processos de discussão muito fortes e a vice diretora tem essa capacidade muito forte de comunicação, de negociação. Então acho que a contribuição deve ser fundamental.

Ficou alguma coisa pendente do seu mandato anterior que você pretende realizar agora ou por ser outro começa com tudo novo? Acho que é impossívEssas ações foram realel zerar totalmente as nossas izadas ao lado da profª Magno Medeiros demandas, necessidades e Maria de Fátima. Qual realizações, porque na verfoi sua reação ao receber dade a administração, a gestão, é um processo, vamos pegar, o anuncio dela de que não pretendia disputar um novo por exemplo, a questão laboratorial. Na nossa gestão nós copleito? locamos laboratórios como uma das prioridades e a gente Normal. A professora Fátima teve uma contriconseguiu avanços nesta área de laboratórios, mas a luta é buição muito importante, nós trabalhamos juntos nos muito grande e a gente precisa ainda de desenvolver um esúltimos quatro anos e ela o tempo todo esteve conosco, forço para poder incrementar os laboratórios. Então a luta é dialogando, conversando, contribuindo com suas ideias e permanente, ela não acaba nunca. Daqui a quatro anos, dacom a sua postura ética. Então, ela teve um papel fundaqui a oito anos, daqui a 12 anos a questão dos laboratórios mental. Por uma questão pessoal, ela preferiu não se canvai continuar sempre na pauta como uma ação prioritária. didatar, nós respeitamos essa decisão, o que é próprio da É uma questão estrutural, envolve material de consumo, democracia. A pessoa num certo momento se sente moequipamentos, produção dos professores, dos alunos, sempre tivada a participar de maneira mais próxima e em outro vai ter uma demanda muito forte nesta área, então eu acho momento de maneira mais indireta. que a questão dos laboratórios foi e continua sendo uma das prioridades e ela não vai se esgotar nunca. Como foi a escolha da nova vice diretora da Facomb? Foi um processo quase natural porque a professora Quais os momentos mais difíceis na gestão anterior? Eliany já vinha participando de uma serie de projetos conO momento inicial que nos assumimos foi um moosco. O convite foi algo espontâneo na medida em que ela mento em que a Facomb vivia uma tensão muito grande já estava engajada em uma serie de ações de gestão. Então por conta do processo de transição ocorrido em 2008, nós formulamos oficialmente o convite e felizmente ela com a saída do diretor antes do vencimento do mandato. aceitou estar conosco nessa batalha.


Nº 4/1º Semestre de 2013

ENTREVISTA MAGNO MEDEIROS

Nos tínhamos um clima muito tenso e essa tensão teve que ser trabalhada com muita calma, equilíbrio, dialogo, para que os ânimos fossem apaziguados e os diálogos fossem restabelecidos. Foi muito complicado e a casa estava muito bagunçada, no sentido de que os projetos estavam todos parados, estavam aguardando um posicionamento, aguardando a eleição de um novo diretor, os recursos financeiros também estavam parados. Fora isso, nós tivemos momentos de conflito pontuais que foram resolvidos no momento certo. É próprio de uma unidade acadêmica grande, é próprio da democracia esse tipo de conflito: a gente encara o conflito como algo positivo também, na medida em que o ele pode gerar uma discussão e essa discussão pode gerar novas demandas, e um processo de negociação pode ser salutar. Então, eu não vejo o conflito como algo negativo não, isso faz parte da democracia. O ruim é quando o conflito descamba para o lado pessoal, para as rixas de ordem particular, então isso é muito negativo e a gente se esforça para que não ocorra. Fora isso, nós tivemos um momento de greve, a última greve foi muito complicada, foi uma greve longa, que prejudica a Universidade como um todo. Acho isso extremamente complicado porque os nossos projetos, a nossa rotina produtiva fica paralisada em função da greve. A greve é um mal necessário, ela precisa ocorrer, os professores, os técnicos e depois os estudante entraram nisso, ela entra como um instrumento de pressão, faz parte também da democracia. Mas é extremamente prejudicial, principalmente para o aluno que tem ai um período de três meses sem aulas e depois uma reposição dessas aulas em janeiro e fevereiro. Então, a greve traz muitas consequências que complicam a rotina da universidade. Como a diretoria da Facomb lidou com o Projeto Ocupa? A nossa postura foi de respeito aos movimentos de protesto, nós não permitimos nenhuma ação truculenta em cima daquelas pessoas que organizavam aquela manifestação. Mas, infelizmente, o movimento se excedeu e começou a praticar atos de vandalismo como, por exemplo, pichar muros e paredes, arrombar a porta do auditório. Então a diretoria se viu obrigada a tomar algumas medidas administrativas, disciplinares, para evitar que essas ações pudessem prosperar. Nós podemos, nos próximos anos, esperar por uma sede nova, já que o LABcom é um laboratório enorme e nós ficamos divididos entre a sede administrativa e os centros de aula?

Eu acho que a gente vai sempre ter em meta a possibilidade de expansão, a gente vai batalhar recursos do CT-INFRA (Programa da FINEP que destina apoio aos projetos de modernização e ampliação da infra estrutura de pesquisas nas IFES). Buscar recursos na reitoria, recursos complementares do MEC para tentar ampliar o nosso espaço físico e também uma ampla reforma do nosso atual prédio, este aqui, que precisa sofrer uma reforma e existem problemas elétricos, hidráulicos, que a gente conserta hoje e mês que vem tem que consertar novamente. Então pretendemos fazer uma reforma ampla no atual prédio. Isto não exclui a possibilidade de desenvolver projetos de novas construções. E se o Jornalismo conseguir a autonomia não para se tornar faculdade, mas pelo menos um curso, qual a possibilidade legal de as demais habilitações se tornarem cursos também. O que você diz disso? Eu acredito que existe a possibilidade de as habilitações se transformarem em curso, no MEC já existem algumas diretrizes que contam, já existem alguns cursos de jornalismo e também está sendo pleiteado pela área de RP e de PP também para se transformar em curso e não ficar apenas em habilitações de comunicação social. Na medida em que a abertura foi colocada e foi aprovada, embora preliminarmente pelo MEC eu acho que esta possibilidade é real, eu acho que existe esta possibilidade, e esta iniciativa depende principalmente da área que deve discutir em profundidade sobre isto. Então das três áreas que compõem a comunicação social, Jornalismo já iniciou esta discussão, PP e RP vão entrar nesta discussão também, acho que cabe discutir em profundidade esse tema na área. Sendo aprovado na área, isto vai pro conselho diretor, sendo aprovado, sobe para as instancias superiores, a câmara de graduação, o Cegesp e depois o CONSUNI. Esta é uma possibilidade? É. Existem chances? Existem. Existem vantagens? Existem também. Acho que é possível? É sim. Não é uma coisa automática, mas tem que ser discutida sim. Se as habilitações virarem curso, a Facomb deixará de existir? Não. São coisas diferentes, uma coisa é a estruturação das habilitações em cursos outra coisa diferente é criação de novas unidades. Uma unidade como a Facomb pode abrigar vários cursos, então se a habilitação transformar em curso continuará numa unidade chamada Facomb. Pode ser que este nome sofra alguma al-

teração, mas do ponto de vista estrutural e institucional não muda, teremos habilitação ou curso de RP, habilitação ou curso de PP, habilitação ou curso de Jornalismo. E temos o curso de biblioteconomia e agora recentemente o curso de Gestão de Informação. A questão da unidade não muda tão facilmente quanto mudaria a transformação de habilitação para curso, pois a questão da unidade envolve o regimento da UFG, as normas e o estatuto da UFG, que estão em processo de reformulação, então são coisas diferenciadas e que tem critérios diferentes. Qual o projeto mais importante da sua gestão, aquele que você tratará com carinho em 2013? A gente poderia enumerar em 2013 alguns ações prioritárias, vou começar pelo LabCom, este já concluido. Segundo, nós vamos desenvolver projetos e vamos colocar na mesa do CEGESP um projeto de reforma do prédio. Não é uma coisa que a gente consiga da noite pro dia, mas quanto mais cedo a gente pedir, quanto mais cedo a gente conseguir desenvolver esse projeto, mais cedo a gente conseguirá implementá-lo. Terceira, reformular o site da Facomb, adicionando, atualizando o conteúdo, melhorando o layout, e também aprimorando o design. O que você fez no mandato anterior que você deseja não repetir, ou seja, o que você deseja mudar nessa nova gestão? Uma coisa importante, e que a gente precisa melhorar, é a nossa comunicação interna, nós somos uma faculdade de comunicação e aqui mais do que em outra unidade deveria ter um f luxo de comunicação mais dinâmico, mais interativo, por isso que a gente está criando uma assessoria de comunicação integrada, tá faltando isso para que a gente tenha uma comunicação mais f luente, com os alunos, professores, servidores, entre os próprios alunos, entre os próprios técnicos. E ao mesmo tempo queremos que o nosso site seja um instrumento mais efetivo, para que essa comunicação possa f luir de maneira mais efetiva. Fora isso nos temos que consolidar nosso programa de pós graduação, nosso mestrado, o curso de especialização e assessoria de comunicação em marketing, o curso de especialização e avaliação de ambientes informacionais e outros curso de especialização que estão em projeto, nós queremos criar outros cursos de especialização. Queremos investir mais na ampliação da pós graduação, pretendemos criar outro mestrado em ciência da informação também. 5


ENTREVISTA

Nº 4/1º Semestre de 2013

MARIA DE FÁTIMA GARBELINI

Com a palavra, a diretora pro tempore Bianca Guimarães Firmino , Brenda Ribeiro e Késia Rodrigues Em entrevista ao jornal Perspectiva, a Profª Maria de Fátima Garbelini fez um balanço da sua gestão como diretora prótempore, que compreendeu o interregno do final da gestão do Prof. Magno Medeiros, 03 de outubro, até sua reeleição e posse ocorrida em 4 de dezembro do ano passado. A professora foi a candidata natural para ocupar o cargo de pro tempore, uma vez que era a vice-diretora e preferiu não disputar a reeleição. Na oportunidade, fez um balanço da sua atuação como vice e discorreu sobre o período em que foi diretora, salientando os principais momentos.

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Balanço do período de vice-diretora Maria de Fátima Garbelini assumiu a vice-direção em 3 de outubro de 2008. O mandato foi bastante movimentado, devido à quantidade de afazeres. No entanto, a maioria das propostas feitas durante a eleição foi cumprida, como o empenho na construção do novo centro de aulas, do laboratório de Relações Públicas e do laboratório de comunicação. Um momento delicado Houve momentos delicados durante a gestão pro tempore da professora Maria de Fátima, especialmente o período da greve durante o qual ocorreu uma manifestação por parte de alunos adeptos ao movimento, que acamparam na porta da FACOMB e - mesmo depois de terminada a greve - decidiram continuar acampados desfrutando dos recursos da faculdade (água, energia elétrica, internet). A professora explicou que com o retorno às aulas, os espaços da instituição estavam ocupados e não havia como, portanto, fazer concessões. Percebemos no relato dela, que foi necessário equilíbrio e até carisma para encontrar uma solução.

quatro anos. Embora tenha gostado da atuação, a professora possui outras prioridades para o momento, como a realização do estágio pós doutoral. Ela explicou: “Primeiro, foi uma decisão pessoal. Segundo foi acadêmica. As atividades administrativas tomam muito tempo. E agora quero um descanso. Talvez eu tenha sido guiada por uma intuição. Senti a necessidade de voltar para o grupo de pesquisa. Quero ficar um pouco mais tranquila” (palavras textuais da professora). Momentos Difíceis na vice direção Gerenciar tempo para atender todas as demandas que surgiram, administrar os recursos da FACOMB que são poucos para tantas necessidades, preparar a “casa” para a chegada de novos professores, estar presente em todos os eventos e reuniões, continuar a vida de professora. Ela se sentiu como um polvo (e sorriu ao dizer isto). “Mas é preciso atender a todas as demandas, aos professores, aos funcionários, e aos alunos”, complementou.

Reconhecimento A professora Fátima se sentiu gratificada no cargo de vice-diretora. Muitas de suas sugestões Momentos gratififoram acatadas e rescantes peitadas pelos colegas. Ela destaDa parte do diretor, cou a oportunidade além do respeito e da que teve de comvalorização a professopartilhar a gestão ra ainda sentiu a preoda faculdade com cupação em encaixá-la o Professor Magno nas decisões da facule colaborar no que dade. foi do alcance, não “Me sinto respeitsendo apenas uma ada e valorizada pelo divice- diretora, e retor, que esteve sempre Maria de Fátima Garbelini sim uma parceira preocupado em pergunde trabalho. Como tar e me colocar a par da pro tempore a maior gratificação foi o auto conhecimento, situação. Sempre perguntou, sempre pediu ajuda.” pois como vice-diretora ela não assinava papéis e não estava totalmente à frente das decisões. Foi um momento de Conselho para Magno descobertas tanto pessoais, quanto profissionais. “Se fosse para deixar um conselho para o professor Magno Medeiros, diria para ele continuar da mesma maMomentos decisivos neira, com caráter, garra, persistência. No entanto, pediria A Decisão mais relevante foi, de fato, se iria ou para que deixasse transparecer ainda mais o sorriso no não continuar a parceria com o Professor Magno por mais rosto, o carisma e que fosse menos tímido.”


Nº 4/1º Semestre de 2013

ENTREVISTA LUDIMILA COSTA

Relações Públicas:

reconhecimento, dedicação e amor à profissão Kristielle Nunes Graduada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas pela Faculdade Sul-Americana e pós-graduanda em Comunicação Estratégica pela PUC-GO, Ludmila Costa, possui uma vasta experiência na área de Comunicação e atualmente é delegada do Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas - CONRERP 6ª Região, conselheira efetiva do Conselho Federal - CONFERP, consultora do MinC, UFSC e SECULTGO na elaboração do Plano Estadual de Cultura e assessora de comunicação da RIZZO Imobiliária, em Goiânia-GO. Nesta edição do Perspectivas, Ludmila é nossa entrevistada, e nessa conversa ela nos conta sua atuação como delegada do CONRERP 6ª Região em Goiás, a realidade do mercado para a profissão em Goiás e deixa dicas para o acadêmico de Relações Públicas alcançar o sucesso profissional.

Como é ser a delegada do Conrerp 6ª Região em Goiás? Foi uma grande satisfação ser nomeada delegada por Goiás, pois sempre senti a necessidade de fazer algo em prol da nossa profissão. É bom saber que posso contribuir de alguma forma, seja com participação em eventos, seja como fiscalizadora, colaboradora, palestrante ou simplesmente dando alguma orientação ou dica a um estudante. Trata-se de uma função de grande responsabilidade, pois aqui em Goiás estou representando uma autarquia federal.

O mercado para o segmento de comunicação é bastante competitivo em Goiás, mas, ao mesmo tempo, bem amplo. As empresas estão investindo mais em comunicação para se manter no mercado, se sobrepor à concorrência ou até mesmo para dialogar melhor com os seus públicos, mostrando a sua razão de ser com uma postura mais humana. O mercado de RP é multifacetado, ou seja, o profissional da classe pode atuar em várias áreas: assessorias, consultorias, poder público e privado, ONGs, docência, agências de comunicação, entre outras.

Qual é a sua área de atuação no conselho? Participo de eventos O que os acadêmicos representando o Conselho e de Relações Públicas podisseminando o seu ideal, que dem esperar do Conrerp 6ª é representar a classe e deRegião? fender o exercício da profissão Os acadêmicos pode de forma legítima, como contar com o CONRERP deve ser. Minha representacomo um parceiro, pois as tividade nestes eventos se dá portas estão sempre abertas geralmente como palestrante, para receber qualquer estuapoiadora ou como ponte endante, profissional ou intertre a organização do evento e essado em conhecer as Reo Conselho, pois geralmente lações Públicas de um modo o presidente é convidado para geral. O CONRERP está proparticipar também. Outra curando melhorar ainda mais função é a de orientar os esa sua gestão e conta com o tudantes e profissionais sobre apoio da classe para isso a importância do registro proacontecer. fissional e como proceder para se registrar. Recebo denúncias Que orientações você de profissionais e estudantes deixaria para os novos proque se deparam com alguém fissionais de Relações Públiexercendo a profissão de forcas? Ludmila Costa ma ilegal (sem formação e 1- Estudem e pesquisem registro), editais de concurso sempre. O comunicador prepúblico e processos seletivos cisa estar sempre por dentro elaborados de forma inadequada, entre outras atitudes que das novidades do mercado e aperfeiçoando os seus condenigrem e prejudicam a nossa classe profissional. hecimentos. Façam pós-graduação, cursos de extensão e, se for o seu objetivo, mestrado, doutorado; enfim... Quais seus planos frente ao conselho? 2- Faça, mantenha e amplie o seu network. O RP Como serei empossada como conselheira efetiva do precisa se relacionar bem com as pessoas e ter contatos CONFERP, penso em representar a 6ª Região, que precisa que podem ser valiosos. de uma atenção especial. Pretendo contribuir com ideias 3- Não espere, faça acontecer e crie oportuniinovadoras de gestão. dades! Para os profissionais de Relações Públicas serem bem sucedidos no mercado, estes precisam “correr Como o Conrerp 6ª Região atua para a profissão ser atrás” e fazer o seu marketing pessoal e profissional, prestigiada pelas empresas e pela sociedade? pois os gestores de muitas empresas ainda não tem o O Conselho possui parceria com as faculdades que conhecimento do que realmente um RP faz e acabam oferecem o curso de Relações Públicas e apoia as iniciaticontratando jornalistas, publicitários e marketeiros para vas dessas instituições em prol da divulgação do curso e da fazer os trabalhos que o RP faz. Nada contra estas proprofissão. Não me recordo de alguma outra ação específica. fissões, mesmo porque defendo a filosofia da comunicação integrada, mas a profissão de RP ainda é o “patinho Como está o mercado de trabalho hoje para os profeio” da vez e a culpa é de quem? Nossa. Precisamos fissionais de Relações Públicas? mudar essa realidade. 7


O FIM DO MUNDO

Nº 4/1º Semestre de 2013

HISTÓRIA

2012: mais um fim de mundo que virou lenda Mas, o tema movimentou muita gente, muito capital. Aqueceu o mercado editorial, cinematográfico, o ramo imobiliário. Não é de hoje que histórias dessa natureza acabam em lendas, fincadas na religiosidade ou no misticismo. O fim mesmo, se vier, está sendo revelado pelas ciências, através de ações praticadas diariamente pelo homem e que vão resultar na depauperização da terra e dos recursos naturais, no aquecimento global, na contaminação da água, do ar, do solo. O fim do mundo (e não da terra) está alinhavado com a desumanização do homem. Bianca Guimarães Firmino e Késia Rodrigues

da do cometa Halley que passaria perto da órbita terrestre naquele ano. Acreditando que o gás poderia impregnar a atmosfera de uitos homens religiosos crentes em nosso planeta e acabar com a vida humana, suas revelações e cientistas realizanpessoas correram para comprar máscaras e do estudos no decorrer da história, anuncia“pílulas do cometa”, que garantiram imuniram suas conclusões e marcaram datas para dade aos gases tóxicos. o fim do mundo. Uma das primeiras certeJá em 1974, os astrofísicos John zas de finais de mundo que conseguimos Gribbin e Stephen Plagemann lançaram encontrar foi em 1033, quando completaria o best-seller “O efeito Júpiter”, em que exatamente mil anos da morte de Cristo. Na alertavam que em março de 1982 o alidata programada, as pessoas esperaram o nhamento de grandes planetas, como Júfim que, no entanto, não chegou. piter e Saturno, desencadeariam uma séEm 1499 o astrólogo Johanes Stoerie de eventos cósmicos, culminando com ffler previu que o mundo acabaria embaium terremoto que engoliria Los Angeles. xo d’água em 20 de fevereiro de Assustadas, algumas 1524 (o que se nomeou de dilúpessoas chegaram a se vio alemão). Quando o dia chemudar da cidade, mas gou, a manhã de fato amanhea catástrofe não aconceu chuvosa na cidade alemã teceu. de Iggelheim, mas nem sinal As previsões do de inundação. Ao ver as nuvens francês Nostradamus cinzas, a população saiu em pâtambém colaboraram nico pelas ruas e centenas de para as lendas do fim pessoas morreram pisoteadas. do mundo. IntérpreAnos mais tarde, o teólotes deduziram que o go e Matemático inglês William fim do mundo previsto Whiston anunciou outro dilúvio pelo francês aconte(o dilúvio inglês), só que em 13 ceria quando a páscoa de outubro de 1736. O desastre caísse no dia 25 de Nostradmus: um dos profetas seria causado pela passagem de abril, o que já ocorreu do apocalípse um cometa próximo a terra. No 4 vezes desde a previdia D pessoas saíram desesperasão (1666, 1734, 1886, das às ruas e foi registrado um grande nu1943). Também defendia que o fim da humero de roubos em Londres, mas nada de manidade estava marcado para setembro de enchente. 1999, quando do céu viria “o grande rei do Para o ano de 1881, o astrônomo real terror” de acordo com o adivinho. da Escócia, Charles Piazzi Smith, previu o O pregador evangélico Harold fim dos dias segundo evidencias encontraCamping ficou famoso pelas suas três do por ele na Grande Pirâmide de Gizé, no previsões do apocalipse fracassadas. De Egito. Smith acreditava que os 1881 entainício, o fim estava marcado para 6 de selhes de uma das galerias da pirâmide martembro de 1994, quando nada aconteceu. cariam a data final dos homens na terra. Ele Recalculada, a data passou para 21 de também não acertou. maio de 2011 e nada. Diante disso, aposDando seqüencia à história dos finais tou que seria em 21 de outubro de 2011, de mundo, em fevereiro de 1910 o observaerrando outra vez. tório de Chicago anunciou ter detectado um A virada do milênio (1900 – 2000) gás venenoso, chamado cianogênio, na caudeu origem a mais uma previsão para o fim Divulgação

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do mundo: o problema seria que muitos computadores não conseguiriam ver a diferença entre os anos. Ninguém entendeu o significado, mas muitos sugeriam que problemas catastróficos poderiam acontecer, desde blecautes enormes a um holocausto nuclear. O ano de 2000 iniciou e nada fora do comum ocorreu. Em 1976, mais um “fim do mundo” foi marcado. O livro escrito pelo astrônomo israelense Zecharia Sitchin contava que os sumérios, milênios antes, haviam descoberto o décimo planeta do sistema solar, conhecido como Nibiru. A ficção foi levada a sério e muitas pessoas acharam que o planeta passaria perto da terra em 2003, em que a atração gravitacional entre os dois ocasionaria imensos desastres. Como nada aconteceu na data, o dia final foi transferido para 21 de dezembro de 2012, coincidindo com o fim do calendário maia. Engana-se quem pensa que as previsões acabaram. Desde já há datas que, segundo estudos, marcam o término do nosso planeta (2026, 2033 e 2060). Muitos alegam que tudo vai se acabar pelo fato da Terra não suportar as ações do homem, gerando um desequilíbrio na natureza que trará finalmente o fim do mundo. Percebe-se que foram muitas presciências ao longo dos anos sobre o apocalipse, e que muitos nichos de mercados tiram proveito disso para lucrar, movimentando a economia. São livros, filmes, tendas, bunker antiapocalipse, lotes e casas (Alto Paraíso de Goiás é um exemplo) e diversas coisas que são postas a venda e que realmente as pessoas consomem. A dúvida que fica diante esta lenda é: estas previsões são formas de alertar e proteger a população, ou simplesmente uma maneira de ganhar dinheiro? Referência: http://www.istoe.com.br/reportagens/184613_FIM+DO+MUNDO+EM+2012 http://hypescience.com/fim-do-mundo-10-previsoesfracassadas-do-apocalipse/


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O FIM DO MUNDO TERRORISMO SOCIAL

Brenda Ribeiro Oliveira Alto paraíso de Goiás é um município do Nordeste Goiano cuja maior riqueza é a natureza, especialmente os rios e cachoeiras. Localizado na Chapada dos Veadeiros, é um dos maiores tesouros do cerrado, localizado a 230 km de distância de Brasília-DF e a 420km de Goiânia-GO, com uma população de 6.885 habitantes. O município encontra-se no ponto mais alto do Planalto Central, com 1.691 metros de altura, e está em cima de uma placa de quartzo de 4 mil metros quadrados, cercada por rochas e paredões. Além dos seus vários pontos turísticos como cachoeiras, cânions gigantescos, paredões rochosos, rios cristalinos, entre outros, Alto Paraíso é também conhecido pelo seu astral místico e esotérico: na cidade estão instalados 40 grupos místicos, filósofos e religiosos, o que a transforma na Capital Brasileira do Terceiro Milênio. O paralelo 14, que atravessa a lendária cidade de Machu Picchu, no Peru, também passa sobre Alto Paraíso, originando fantásticas histórias sobre a região. Com base nas profecias sobre o fim do mundo os moradores de Alto Paraíso se prepararam para esperar o momento em que o mundo teoricamente iria se acabar (mais uma vez, entre tantas propaladas desde que o mundo é mundo). De acordo com o calendário Maia, em 2012 foi encerrado um ciclo de 5.125 anos – o fim de um ciclo que se configurou para alguns como o fim do mundo. Assim, com a aproximação da data aumentou o número de turistas: a cidade conta com aproximadamente 40 pousadas e 7 camping, espaços que se esgotaram muito mais pela intensa divulgação do local do que para fugir das catástrofes apregoadas. Não é de hoje que Alto Paraíso tem atraído a atenção de estrangeiros pela beleza do lugar, Divulgação pelo misticismo, pela paz. O fim do mundo com data marcada contribuiu para acirrar esse fenômeno e, na medida em que entrou na pauta da mídia, serviu para incrementar o turismo e aquecer o mercado imobiliário. Assim como ocorreu na profecia anterior, em 2000, os imóveis e lotes da cidade tiveram uma valorização considerável nos últimos dois anos. Nilton Kalunga, um dos mais antigos da cidade e que trabalha como corretor, contou que em 1999 vendia lotes de 450 metros quadrados por cerca US$1.000,00 (mil dólares). Hoje esse mesmo lote pode ser vendido de R$20 mil a R$120 mil. Nas áreas mais valorizadas da cidade o corretor afirma não ter mais lotes para vender. O mundo não acabou, mas muita gente teve motivos para comemorar.

Uma profecia, duas finalidades: lucratividade e terrrorismo social Leonardo Coelho De um lado: terremotos, calor e tornados em excesso, derretimento de calotas polares, entre outros desastres naturais que atingem os quatro cantos da Terra; do outro, uma previsão dos antigos Maias que profetiza o fim do mundo para 21 de dezembro de 2012. Em meio a estes paralelos, a mídia aproveita para proliferar o terrorismo na população que se desespera através de hipóteses levantadas em matérias, filmes e grandes produções Hollywoodianas. “(Os maias) nunca disseram que haveria uma grande tragédia ou o fim do mundo em 2012”, disse o pesquisador Rodrigo Liendo para a rede de televisão BBC¹. Segundo a jornalista mexicana que analisa o caso, Laura Castellanos, autora do livro “2012, Las Profecias del Fin del Mundo”, as profecias apocalípticas neste ano têm a finalidade de nos fazer refletir e motivar a transformação na forma com que os seres humanos agem em suas relações interpessoais e no modo como se aproveitam da natureza. Em torno de toda polêmica que o assunto causa, a mídia aproveita-se para conquistar milhões em coberturas sensacionalistas de tragédias naturais e cria superproduções televisivas que “revelam” a maneira em que o mundo terá seu fim. Contudo, estas produções Hollywoodianas milionárias podem despertar o pânico social na população, que fica desnorteada, sem saber o que fazer ou se há algum lugar para se refugiar. Um exemplo deste caos gerado pela mídia foi a morte de uma adolescente russa; Nachara Zachinoia, de 14 anos, que cometeu suicídio após ficar aterrorizada com as catástrofes representadas no filme “2012”. O fato ocorreu no dia 21 de maio de 2011 e foi noticiado pelo portal “The Christian Post”³. É fato que discussões sobre o assunto geram polêmicas, dão ibope e levantam diferentes pontos de vista. Porém, o caos social causado com a abordagem radical e sensacionalista da mídia sobre o fim do mundo possui dois propósitos principais: arrecadar fortunas com filmes de temática relacionada ao tema (uma prova é o filme “2012”, que arrecadou US$ 225 milhões no mundo em seu primeiro fim de semana de estreia), e gerou maior movimentação econômica ao México, com aumento significativo de turistas no sudeste mexicano, local em que os sítios arqueológicos dos maias estão localizados. ¹ Fonte: www.bbc.co.uk/portuguese/noticias. Acesso em 1 de dezembro de 2011. ² Entrevista concedida ao portal G1: http://g1.globo.com/ ciencia. Acesso em 1 de dezembro de 2012. ³ Fonte: www.christianpost.com, em 26 de maio de 2011

O buraco negro no meio ambiente Wanessa Teixeira Antunes O mundo não acabou. mas na medida em que a humanidade vem se utilizando do “planeta” a dúvida que o mundo pode a qualquer hora chegar ao fim se faz cada vez mas forte. Podemos abordar váriados motivos que nos fazem chegar a esta conclusão, dentre eles esta o pétroleo. Sim, aquele combustível fóssil que usamos na fabricação de milhares de produtos, o cobiçado ouro negro que move a econômia mundial. Desde a descoberta do petróleo a humanidade presenciou grandes avanços. O líquido negro é visto como um dos motores mundiais. Mas, no seu processo de extração, e não apenas na extração, mas no uso exarcebado de seus derivados, acabamos por colocar em risco a vida do planeta.Pode-se enfatizar o uso do petróleo para a produção de óleos combustiveis, que ao ser utilizado libera gases poluentes na atmosfera, como o monóxido de carbono, óxido de nitrogênio, enxofre, entre outros. Por se uma fonte não renovável, já se pode ouvir especulações de que chegará o dia em que o pétroleo terá seu fim. O produto que moveu o mundo Fonte: http://www. e comanda atu- google.com.br/images almente a economia mundial, um dia não passara de história. O que devemos fazer? Bom, já se pensa que a água chegará a ser o próximo petróleo. A água como substituto do pétroleo seria algo incrível, já que ela não traz em seus componentes nenhum tipo de poluente para a atmosfera, mas como o petróleo, a água vem sendo usada de modo irresponsável, podendo vir a ser motivo de futuras guerras mundiais. Assim como há briga por fontes de petróleo, também hávera pela água, onde o Brasil que é o país mais rico em reservas hídricas estará na linha de frente. A conscientização da humanidade no uso regular de derivados de petróleo, para uma menor taxa de poluição do efeito estufa é um dos pontos que deve ser tratado mais seriamente. Assim como o uso da água. Mas, é claro que não podemos esquecer que a solução para o buraco negro dos problemas ambientais segue bem mais embaixo. Divulgação

Alto Paraíso: paz, Natureza e turistas

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PLANETA TERRA

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VIDA

Procura- se uma cer teza sobre o fim do mundo Iesney Pereira e Jullyany Tomás

Cartaz do filme 2012

Para compreender todo o burburinho causado pelas notícias sobre os últimos dias de vida na Terra, devemos voltar 4.000 mil anos no tempo, junto ao império Maia. Seu papel na discussão do tema se dá, unicamente, devido a um objeto: um calendário incompleto, descoberto durante escavações. Tal inscrição revela como último dia da Terra a data de 21 de dezembro de 2012. Após eventos atmosféricos, ambientais e solares, nosso planeta se extinguiria juntamente com toda a raça humana, deixando apenas um buraco negro no espaço. Com base neste fato, Hollywood investiu suas forças em retratar, de formas variadas, nosso fim apocalíptico, com produções como “Procura-se um amigo para o fim do mundo”, entre muitas outras. A ficção se trata de uma comédia dramática romântica, estreada em agosto de 2012, cujos personagens, Dodge (Steve Carell) e Penny (Keira Knightley) entram em conflito com suas últimas possibilidades de ações e relacionamentos no fim dos dias. As atitudes destes personagens se tornam mais intensas, seus pensamentos mais reflexivos, suas decisões mais emocionais e seus desejos realizados sem limitações. Para debater a temática, entrevistamos pessoas que, após assistirem ao filme, declararam suas experiências sobre a hipótese do fim dos dias e sua relação com a película mencionada. Para o estudante de Ecologia, Rodrigo Hubner, 22, essas discussões são equivocados, visto que “não há nada em nenhuma profecia que diga incondicionalmente que o mundo terminará nessa data. O que afirmam é que, nessa ocasião, o mundo, como o conhecemos, entrará em uma era de mudança”. Já para o estudante de Ciências Biológicas, Diego Caldas, 22, “o filme mostra, muito bem como a sociedade é controlada e como as pessoas fazem o que não querem, simplesmente por pensarem que assim terão um futuro melhor. Ao receberem a notícia que o mundo estava prestes a acabar e que suas vidas estavam com os dias contados, perderam os seus objetivos e passaram a fazer o que realmente lhes importava.” Alguns defendem a ideia do fim do mundo radicalmente como, por exemplo, o estudante de Biblioteconomia, Sueliton Ribeiro, 25, que diz ter fé de que o mundo irá acabar e está contando os minutos para que esse dia chegue logo, visto que a comprovação de que toda raça humana sumirá em uma única só nota o alivia por completo. 10

Sobre o tempo de vida restante, Ribeiro ainda acrescenta: “desconfio que ter motivação para fazer tudo que não fiz seria uma das poucas coisas que aconteceria. Se existem pessoas pensando em aproveitar a vida ao máximo até esse dia, ótimo! Façam isso. E que eu não tenha que ligar o som no dia seguinte e ouvir tocar a música da Carmem Miranda ‘E o mundo não se acabou’...” O estudante de Ciências Biológicas, Rogério Marques, 28, não acredita nessas histórias de fim do mundo, mas afirma que a sociedade caminha lentamente para a sua autodestruição. Ricardo de Sousa, 19, estudante de Publicidade e Propaganda, concorda com a opinião de Marques e acredita que tais fatos são histórias inventadas, improváveis de acontecer, “mas, sob a hipótese, meu tempo restante de vida seria dedicado às pessoas mais próximas, aos meus relacionamentos”. Tais depoimentos, assim como o filme mencionado, proporcionam uma reflexão sobre as decisões que tomamos em nossas vidas. Independente do fim do mundo, entrar em colapso não trará respostas para tal dilema, muito menos dar pouca importância para tudo que almejamos viver. Em todo caso, vale se atentar para nossas ações e para os nossos relacionamentos. Vale lembrar que estamos sujeitos a várias situações de risco que não garantem nossa sobrevivência, com ou sem o fim do mundo. Não sabemos se teremos tempo suficiente para aquelas pequenas coisas que nos fazem viver como se fosse o nosso último dia. Então, fica a dica: faça o mais de pressa possível o que deve ser feito!

Aquecimento Global Kennia Maria Silva Gurgel A temperatura média da Terra aumentou entre 0,3° e 0,6° nesse último século. O fato pode parecer insignificante, mas esse aumento da temperatura modifica todo o clima de uma região, afeta profundamente a biodiversidade local e desencadeia desastres ambientais em grande escala. Essa é apenas a ponta do iceberg dos problemas que o aquecimento global causa. Uma pouca parcela da comunidade científica atribui esse fenômeno a um processo natural, sustentando a tese que a terra está passando da era glacial para a era interglacial e o aumento da temperatura é consequência disso. Mas, sabe-se que a verdadeira causa é a atividade humana (antrópica). A queima de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural produz gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das radiações solares, que funcionam como se fossem o vidro de uma estufa de planta, e causa o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo. Outro efeito do aquecimento global é o degelo. O oceano Ártico sofre muito com as consequências desse fenômeno. A camada de gelo afinou 40% e sua área total reduziu 15%, a neve e gelo dos oceanos se derretem e viram água. Onde vamos comportar tamanha quantidade de água? Em busca de alternativas para minimizar o aquecimento global, 162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997. Conforme o documento, as nações desenvolvidas comprometeram-se a reduzir sua emissão de gases que provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta de redução deveria ser cumprida entre os anos de 2008 e 2012, mas o país que mais se comprometeu a reduzir a emissão de gases à camada de ozônio, os Estados Unidos, é o segundo mais poluidor. O prazo acabou, mas quase nada visando minimizar os danos ao meio ambiente foi feito. Alguns países, procurando sanar tamanhos danos que temos causado ao meio ambiente, realizaram entre os dias 7 e 18 de dezembro a Cúpula sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, capital da Dinamarca. O primeiro ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, convidou, através de uma carta formal, 191 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) incluindo a Dinamarca, a participarem da cúpula. Tomara que algo seja feito em relação a esse fenômeno que têm destruído nosso planeta. Se nada for feito, sinto muito em dizer que realmente o fim está próximo. Não foi em Dezembro, mas não duvidemos que a nossa Terra está no limite.


TEORIA/PRÁTICA

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AULA DE CAMPO

Após o encontro, os alunos quiseram conhecer o Departamento de comunicação da UNB, concluindo a visita com um passeio que surpreendeu também pelo projeto arquitetônico da UNB, assim definido por uma das alunas, Liliane Corrêa de almeida: ”Os prédios de todos os cursos se enconProf. Marcel Bursztyn (UnB), recebeu os alunos de RP tram dispostos lado a lado, formando um círculo. O que é muito interessante ao meu ver, pois a interdiscas públicas, governança e conflitos sócio amciplinaridade fica muito perto da prática, uma bientais; Energia, resíduos e mudanças climávez que o contato entre alunos e professores ticas; Educação ambiental; ciência, tecnologia de diversas áreas têm a oportunidade de trocar e inovação; Gestão do território, uso da terra e ideias e experiências que podem trazer resultaáreas protegidas; condições de vida e meio amdos promissores para os problemas mundiais. biente; Economia do meio ambiente e negócios. Em resumo, a visita ao CDS e à UNB foi proNo CDS, os visitantes da UFG foram veitosa em termos de aquisição de novos conherecebidos pelo Professor Marcel Bursztyn, um cimentos e divertida, pois o grupo teve vários dos fundadores do CDS, que ministrou uma momentos de entrosamento e descontração”. aula de duas horas e meia. O tema foi conduzido pela interdisciplinaridade , permeando os pilares da sustentabilidade: o homem, a economia e os recursos naturais.

Pão de Açúcar: Loja Verde Paula Valquíria Torres de Melo Felipe No dia 21 de janeiro estivemos na Loja Verde do Pão de Açúcar, no Jardim Goiás, recepcionados pelo gerente, Élbio Sena Brignol, gerente, e Marília de Oliveira Bueno, Consultora de clientes. Por que Loja Verde? O título é uma espécie de “selo”, uma vez que a loja busca definir ações, atividades e produtos que visam suprir as necessidades econômicas e materiais da empresa, sem comprometer o futuro da região no qual está inserido. Ou seja, a sustentabilidade da empresa está diretamente relacionada ao avanço do negócio sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. As principais ações desenvolvidas pela empresa são: * Estações de reciclagem Pão de Açúcar - em parceria com a Unilever, no estacionamento (subsolo) há um setor de coleta de material reciclável, inclusive óleo de cozinha. A coleta é feita diariamente pelo município, que encaminha o material às cooperativas locais. * Caixa Verde: ainda em implementação, o Caixa Verde é um recipiente instalado após

Divina Marques

A disciplina Comunicação, sustentabilidade e negócios, que no segundo semestre de 2012 foi ofertada dentro da rubrica Relações Públicas Especializadas II, tem por objetivo apresentar os problemas e os parâmetros da sustentabilidade, através do viés da comunicação. Feito isto, o programa aborda a WEB como uma janela para visibilizar novas ideias, novos negócios, a partir dos problemas vivenciados no meio ambiente. Como parte das atividades, a Profª Divina Marques, responsável pela disciplina, conduziu a turma à Loja Verde do Supermercado Pão de Açúcar, no Jardim Goiás (Goiânia), no dia 21 de janeiro e no dia 28 ao CDS-Centro de Desenvolvimento sustentável da UNB. Criado em 1995, o Centro de Desenvolvimento Sustentável – CDS é uma unidade permanente da Universidade de Brasília. Dedica-se ao ensino, pesquisa e extensão, mantendo o Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável – PPG-CDS, com doutorado, mestrado acadêmico e mestrado profissional. São 50 docentes e pesquisadores nas diversas áreas do saber, desenvolvendo estudos e pesquisas interdisciplinares sobre o meio ambiente e a sociedade, com sete linhas de pesquisas: Políti-

Daiane Guimarães

O lado prático da comunicação e sustentabilidade

o caixa, onde o consumidor pode descartaras embalagens de produtos que comprou e que que não precisará utilizar. * Caixas de coleta de baterias Após a palestra, um passeio pela UnB de celular: em parceria com a Nokia, a loja possui um diminuição de até 40% do consumo de água. O local específico para descarte de celulares aquecimento da água é feito através do resfriae baterias sem uso, para que tenham uma mento da casa de máquinas, proporcionando destinação correta. água quente para os vestiários. A loja busca, * Ação Caras do Brasil: a loja seleciona, denem seu interior, utilizar-se ao máximo da ilutre artesãos regionais, produtos que ficam minação natural através de telhas especiais de em prateleiras específicas para comercialpolicarbonato que permitem a passagem de ização e valorização do trabalho local. luz solar, reduzindo, assim, o uso de luz elé* Madeira certificada: A loja possui vários trica. Foram utilizados 40% da mão de obra móveis e espaços que utilizam madeira, que local, o mesmo acontecendo com o material é certificada. A certificação é uma garantia de construção. Outro requisito cumprido: pelo de origem que serve também para orientar menos 30% do imóvel deve ser constituído de o consumidor a escolher um produto que área verde, com plantio de árvores típicas da não degrada o meio ambiente. região, além do gramado possuir uma manta que absorve água para diminuir a necessidade Para ser uma Loja Verde, a empresa de irrigação. Existe também um programa teve que cumprir uma série de requisitos no de reaproveitamento de água da chuva, em planejamento e estruturação, começando pelo readaptação, de forma que a água da chuva, ar condicionado que utiliza 10% a menos enerconduzida através de calhas e tubulações, seja gia que nas lojas convencionais. Foram instalaarmazenada para posterior uso. das torneiras e válvulas especiais garantindo a 11


CULTURA NO CAMPUS

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EVENTO CULTURAL

Dilayla Oliveira e Jordana Mendes

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Universidade Federal de Goiás prove, desde 2009, o projeto “Música no Campus”, com apresentações musicais realizadas no Centro de Cultura e Eventos do Câmpus Samambaia, buscando proporcionar à comunidade o acesso a shows de diversos artistas da música brasileira, com ingressos oferecidos por um baixo custo. Desde sua primeira edição, realizada em 2009, o projeto conta com apresentações de grandes nomes do cenário nacional, como Zeca Baleiro, Lenine e Gilberto Gil. O primeiro show de 2012 reuniu quase 5 mil pessoas, com o cantor Criolo, reunindo vários estilos, como rap, samba e reggae. De acordo com a coordenadora de cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura -PROEC, Flavia Maria Cruvinel, “o projeto ‘Música no Campus’ tem o intuito de trazer artistas e músicos que retratem a riqueza e a multiplicidade da música brasileira”. A acadêmica de Relações Públicas, Thatyelle Franco (19), acredita que o projeto é uma forma de entretenimento para estudantes e uma oportunidade de prestigiar cantores brasileiros. “Esse ano tive a oportunidade de ir ao show do Criolo, que estava bem organizado. Tirando a fila gigante pra comprar o ingresso na porta, o show cumpriu com o horário e o espaço foi bem divido. Sem contar a oportunidade que tive de me divertir junto com os meus colegas.” Os ingressos para prestigiar os shows custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia), tendo direito a meia entrada estudantes da instituição, professores da rede pública de ensino,

Carlos Siqueira

Projeto da UFG: música e entretenimento

Gilberto Gil foi uma das atrações do Música no Campus

comerciários e dependentes do Sesc, servidores da UFG, empresários, funcionários do Sebrae e pessoas acima de 60 anos. Jéssica Cardoso (20), estudante de Jornalismo, presenciou o show do Tom Zé e elogiou a animação do cantor e a acessibilidade dos preços dos ingressos. “O preço era de 10 reais, muito acessível. O show foi muito animado e o Tom Zé fez a apresentação vestindo uma saia. Foi um ótimo show, eu gostei muito”. Além dos grandes nomes do cenário nacional, várias apresentações musicais vêm sendo realizadas no Centro Cultural UFG, localizado na Praça Universitária. A estudante de Pedagogia Tatiane Paula (22), afirmou já ter ido

a duas peças gratuitas, que ocorreram durante esse ano. “Pensei que seriam espetáculos curtos e amadores, mas me surpreendi com a qualidade das apresentações”. Este novo espaço cultural da UFG conta com uma programação agendada até o final do ano com músicas populares e eruditas, que podem ser acompanhadas por meio do Blog: (http:// centroculturalufg.blogspot.com.br/). O diretor do Centro Cultural, Carlos Sena Passos, relata: “Desde a inauguração, o Centro Cultural não ficou sem ser ocupado e sempre ofereceu uma programação diversificada e de qualidade ao público. O espaço dá oportunidade aos artistas que não despertam interesses em outras produtoras”.

ELEIÇÕES

Renovação e mudança são propostas da Tetris para o DACOM

Marcella Martins e Thatyelle Franco Os diretórios acadêmicos (DA’s) têm por objetivo defender as reivindicações dos estudantes universitários frente à administração da faculdade, à universidade, aos governos e outras instituições. Na FACOMB (Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia), o diretório acadêmico, conhecido como DACOM, representa os estudantes de comunicação social da UFG (Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda). Nas eleições do DACOM no final de 2012, houve apenas uma chapa concorrendo ao cargo, a Tetris. Álvaro Castro, 20, graduando de Relações Públicas e membro da chapa, explica que a Tetris é uma “chapa de coalização”, onde pensamentos distintos se juntam com o ideal de fazer com que o DACOM volte a ter 12

representatividade efetiva na FACOMB e fora dela. Segundo Castro: “O diretório precisa voltar a ser voto ativo nas reuniões e tomadas de decisões para o bem da faculdade de comunicação, atendendo sempre os interesses dos alunos que representa.” Para atender a esse objetivo, o estudante pontua as propostas da Tetris: “revitalização do espaço físico do DACOM; apoio às produções independentes dos alunos; representação dos alunos no conselho diretor da FACOMB; suporte para as organizações internas da faculdade (Atlética, FEICOM, festivais de cinema etc); estabelecer contato com outros centros acadêmicos; representar os alunos da FACOMB no DCE; apoiar a participação dos alunos em movimentos estudantis regionais e nacionais; entre outros.” Segundo o graduando do 8° período de Relações Públicas, José Jair, 21, os alu-

nos não dão o devido valor ao DACOM. “Quando entramos na Universidade, a primeira impressão que temos do diretório é que é uma sala voltada para o convívio e lazer dos estudantes da FACOMB. Muitos creem que seja apenas isso, infelizmente não era para ser assim. Cabe ao DACOM zelar e lutar pelos direitos dos alunos de comunicação na faculdade, além de representá-los no conselho do diretor e demais reuniões deliberativas que dizem respeito ao curso ou à vida acadêmica.” A Tetris conta também com a participação de mais nove integrantes: Iara Jardim, Lorena Lara, Lylia Damasceno, Milena Bittencourt, Nicole Reis, Palloma Biase, Raphael França, Thalys Augusto e Thayomara Amaral. Acompanhe as ações do grupo na FanPage: tetris.dacom.


DIREITOS HUMANOS

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PRECONCEITO

O que se quer é respeito Késia Rodrigues, Bianca Guimarães Firmino, Brenda Ribeiro

Divulgação

Na reunião do Conselho Diretor da FACOMB, realizada em 18 de dezembro, discutiu-se que medida poderia ser tomada em relação à frase escrita numa das salas de aula: “MORTE AOS GAYS DA FACOMB”. Foi levantada, então, a necessidade se formar um grupo para investigar e tratar o assunto de forma pedagógica, pois agora o que paira no ar é mais do que preconceito, é uma ameaça. “É preciso fazer algo enquanto estamos diante de uma ameaça. Ou estaremos diante de um crime, se não fizermos nada”, disse um dos docentes. O Diretor da Faculdade, Magno Medeiros, concordou que é preciso garantir os Direitos Humanos e sugeriu a criação de uma comissão para tratar do assunto. Em meio a esse clima, o Perspectiva conseguiu a foto da pichação e conversou com um estudante da Faculdade, 20 anos, homossexual, para falar um pouco da sua história, da sua vida. O objetivo é mostrar que a única diferença entre um homo e um hétero está na preferência sexual. Eis a entrevista. 1) Como você descobriu que tinha afeição por pessoas do mesmo sexo? R: Eu creio que não descobri. Desde que me entendo por gente, eu sempre fui assim, acho que pelo menos pra mim, foi algo natural. Eu sempre soube que eu era diferente, e sempre gostei disso. Aos 15 anos eu tive o meu primeiro contato com alguém do mesmo sexo, assim, tive a total confirmação daquilo que eu sempre soube. Eu nunca senti necessidade de contar isso para as pessoas, acho que isso é algo que não precisa sair contando para os quatro ventos, assim como um hétero não sai contando por aí que é hétero. Digamos que eu não tinha ou tenho medo de contar a minha condição sexual, e sim, um pouco de receio, muita gente por aí tem medo do que é diferente. Como disse, creio que não descobri que eu sou homossexual, é algo natural, algo que veio comigo, porém, quando tive a confirmação certa disso, eu sempre pensei no que eu teria que enfrentar pela frente por ser diferente, por viver em um mundo onde as pessoas não aceitam, pelo menos de início, o que é diferente. 2) Como sua família reagiu e reage em relação a isso? Todos sabem ou você tenta não falar disso perto dos familiares? R: Como respondi na questão acima, eu nunca senti a necessidade de sair contando isso por aí, acho que quem realmente importa, sabe.

Parte de pessoas da minha família sabe, e parte não. Não conto não por medo ou por vergonha, e sim pra preservar eles, seja de brincadeirinhas, intrigas, fofocas etc. Como moro com meus avôs, e eles são pessoas idosas, claramente, com uma cabeça antiquada, é difícil pra eles entenderem, aceitarem, e principalmente, sofrerem algum tipo de discriminação, chacota, entre outras coisas. Por isso para o bem deles, na família, eu evito esse assunto. 3) E você já sofreu algum tipo de ameaça, preconceito, ou bullying? R: Sim, já. Na escola, desde criança sempre tinha aquilo dos coleguinhas de classe agredir verbalmente: “olha o veadinho”, “boiolinha”. Isso era frequente. Uma vez por pouco não sofri uma agressão física em um parque, porém um amigo que estava comigo, chegou a receber um murro e empurrões. 4) Qual seu maior medo em relação a ser homossexual? R: Meu maior medo é que a gente não consiga receber o respeito e o direito que merecemos. Somos pessoas normais, humanos. Estudamos, trabalhamos, pagamos nossos impostos e merecemos ser respeitados assim como qualquer outro ser humano. Não escolhemos ser assim, é algo que nos foi condicionado, nascemos assim. Acho que o meu maior medo é esse, da sociedade atual e futura não aprender a conviver e aceitar as diferenças, não digo só as diferenças sobre gostos sexuais, digo diferenças gerais de cor, religião, entre outras. 5) Qual sua maior dificuldade em relação a sua orientação sexual? R: Não creio que tenho de fato uma dificuldade, mas acho que viver em um mundo sem respeito, sem tolerância, é complicado. 6) Se você tivesse a oportunidade de falar para a sociedade algo sobre isso, o que você falaria? R: Eu apenas gostaria de ser respeitado! Nascemos assim, não é algo que escolhemos pra vida, acho que se fosse para ser escolhido, ninguém escolheria ser desrespeitado, ninguém escolheria sofrer preconceito, dentre outras coisas. Menos intolerância, não só comigo, que sou homossexual, mas com o ser humano! Eu não quero ser visto apenas como um homossexual, eu quero ser visto e respeitado como um ser humano normal, com direitos e deveres como qualquer outro. 7) Você se sente rejeitado entre alguns grupos? E na faculdade como é essa realidade? R: Hoje em dia não, mas, na infância, sim, principalmente dentro da escola. Na faculdade, até o presente momento, nunca me senti rejeitado, ou

sofri algum tipo de preconceito. Porém já ouvi alguns comentários de intolerância, como por exemplo: “na Facomb, na Faculdade de Letras, só tem veadinho! Passo longe!”. 9) Para você, ser Homossexual é uma questão de escolha ou genética? R: Escolha não. Eu não escolhi, e creio que ninguém escolhe. Genética eu não sei, mas, quem sabe. Agora o que não se pode admitir é afirmar que é uma questão de escolha, por que não é. Seria fácil falar “Hoje eu vou ser gay, amanhã eu volto a ser hetero”. Não existe isso. Eu sou feliz como sou, e tenho orgulho do que sou, mas diante da sociedade de hoje, é claro que eu escolheria ser hetero, é mais fácil. O heterossexual não vai sofrer preconceito, desrespeito, intolerância. Quem escolheria ser gay, sendo que ser heterossexual é mais fácil?! 10) Quais seus sonhos? R: Constituir família é um dos meus sonhos. Eu tenho muita vontade de adotar uma criança, dar uma família a quem nunca teve uma. Tenho o sonho de construir uma vida sim ao lado de alguém, sonhar juntos, crescer juntos, assim como qualquer pessoa normal.

Homossexualidade e violência

– Em outubro de 2009, a Senadora Fátima Cleide apresentou o substituto da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, e o § 3º do art. 140 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal que“define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.” (NR – Site oficial do PLC 122). No entanto, acusações e boletins de ocorrência contra tal delito ainda tem um alto número no país. Tamanhas agressões fazem aumentar o número de jovens em depressão; em confronto com a própria identidade; e dos pais que não falam mais com filhos. Para visualizar um viés dessa situação, ouvimos um casal de lésbicas que namora em segredo há três anos, perguntando qual é o maior medo de assumir o relacionamento e se casar (já que estão noivas, mas em sigilo): “Nosso maior medo não é tanto a sociedade. Temos medo da reação das nossas famílias. Temos medo de nunca mais ter uma relação pais e filhas”. Elas contaram que no começo da relação, na casa de uma delas, as irmãs nem trocavam de roupa na frente dela. “E por causa dessa não aceitação - explicaram - somos obrigadas a sair de casa e morar juntas escondidas. Mas não temos outra opção. A gente se ama e vamos nos casar”. Concluiu uma das jovens. Ana Rita Ferreira de Lima, Thayze Pinheiro Barreto. 13


LITERATURA

Nº 4/1º Semestre de 2013

CÔNICA

O reinado do medo Juliana Said Franco Almeida O céu se fecha. O mar recua. Tempestades de fogo caem sobre a terra. As águas do mar se precipitam. Grandes meteoros atravessam a atmosfera. Ondas gigantes destroem cidades. Furacões e tornados varrem o mundo. Epidemias se alastram. A fome prevalece. O Governo e a ordem são destruídos. Guerras se instauram. O medo reina em absoluto. Com a falta de expectativa ou planos de futuro, a sociedade permanece em um estado de ruína e autodestruição. O homem se entregará aos seus instintos de sobrevivência. A moral, os valores e os bons costumes se convertem em uma cultura de sangue, perversão, medo e caos. Esse cenário de ruína cinematográfica imaginada pelos Maias não é único, nem tão pouco original. Não é de hoje que vi e li previsões de desgraças futuras na Bíblia, em escritos das mais variadas civilizações, em sinais da natureza e na histeria de oráculos e pregadores. O medo da morte é um senso comum. É o pai dos clichês. O chavão primitivo da sociedade humana. Tal medo não é natural, mas é induzido desde a infância, de acordo com a nossa cultura, nossa sociedade, nossas crenças e educação familiar. Porém, a crença em massa a um conceito de morte reduzido a um show pirotécnico de horrores, criado por uma civilização antiga que costumava a ocupar o seu tempo prevendo pequenos e grandes apocalipses globais e sacrificando crianças para deuses disformes nas horas vagas, ultrapassa o medo da morte co-

mum a todos nós e se coloca como um evento patológico. Quando falo em patologia, não estou mostrando só a patologia social, mas também a doença do ser humano que é causada por uma sociedade perturbada. O homem não pode viver equilibradamente em uma sociedade desequilibrada. Nos Estados Unidos, por exemplo, os mais apavorados não dormem, estocam água e comida, fogem para longe e, em casos mais extremos, cometem suicídios. Centenas de livros abordam o assunto e tentam, por meio de métodos e dados questionáveis, confirmar cientificamente a evidência do fim dos tempos. A maioria, mesmo os menos aterrorizados, anunciam a possibilidade da tragédia. No entanto, dar credibilidade a profecias malucas é ignorar todo o amadurecimento e progresso humano conquistado desde os quatro mil anos da existência da inscrição Maia. Quatro mil anos que deveriam ser suficientes para que a sociedade deixasse de acreditar em crendices primitivas e infundadas. Parafraseando Einstein: Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que uma supertição. Temos que aprender a nos contentar que morte é uma possibilidade diária. Sabemos que morremos todos os dias, de pouco em pouco. Mesmo assim, vivemos como a morte do outro. Sobre a minha morte, eu me preocupo depois. Para suportar a vida, precisamos estar prontos para aceitar a morte. O fim do mundo começou há milênios. Todos os caminham levam à morte. Então, perca-se.

O Google ou a biblioteca? Graycielle de Paula Arantes

Que mundo é este de mil e uma tecnologias? Aonde iremos com tanta velocidade? Como viveremos em meio a tanta virtualidade? O que fazer com a rapidez dos questionamentos e a profusão de informações instantâneas encontradas a partir de um click quando recorremos especialmente ao mais famoso site de buscas, o Google? Buscas... O que buscamos? Será que o Google já tem as respostas para os nossos sentimentos, pensamentos e desejos? Ou será que já deixamos de exercitar nossa mente, ao ponto de querer tudo pronto e na hora? O fato de existir um mundo de informações disponíveis a um simples toque não é um problema. Ao contrário. Mas, os hábitos criados, a atitude de recorrer a ele para quaisquer coisas e a qualquer momento leva a algumas reflexões. De onde devemos questionar em como todo o conjunto de tecnologias mudou nossos comportamentos bruscamente nos últimos dez anos (e 14

continua a mudar constantemente, em uma velocidade desenfreada). Basta ver as redes sociais. Saudade do tempo em que a biblioteca era o único caminho para fazer aquela pesquisa escolar. Pois, na procura por respostas a gente entrava no mundo do conhecimento, vivenciava os livros, imaginava por quantas mãos ele havia passado e ia passando as páginas até encontrar a “sua”, a “minha”. Esse detalhe fazia toda a diferença na busca pelo saber, havia mais abstração, mais presença, era uma viagem feita devagar, prestando atenção aos detalhes. Evidente que as novas tecnologias trouxeram muitos benefícios. Mas com esse novo mundo vieram também comportamentos que ainda nem sabemos no que vão resultar. Ainda bem que as bibliotecas continuam aí, a alguns passos de nós. Ainda bem que os livros continuam a ser escritos e publicados e que apesar dessa onda toda, podemos refletir sobre nossas atitudes em relação às tecnologias. Basta querer! E aí? Vai viver sua vida pra valer ou vai permanecer no faz-de-conta-virtual?

Sonhos Bruna França Ramos Olhos fixos e um rosto com a expressão triste observam a família que caminha feliz a caminho da parada de ônibus. Aquela cena comum e banalizada pelo dia a dia foi capaz de impressionar aquela criança de rua. Àquela que nunca recebeu se quer um carinho ou alguma palavra de afeto. O que pra muitos poderia não significar nada foi capaz de impressionar João, aquele frágil garoto de aproximadamente 12 anos, a alegria da família, a comunhão e o carinho entre os membros não ressaltavam aos olhos de alguém como eu e você, mas aquele João observava com tanto apreço que chamava atenção. O olhar demonstrava uma vontade de viver aquilo, de se fazer presente em um ambiente familiar, compartilhar emoções. Enfim, de conviver e simplesmente poder amar. A vida nas ruas é suja, perigosa, alienada e solitária. E o olhar de João suplicava por algo que ia além, buscava se deparar com andarilhos e pessoas que encontraram na rua abrigo, acolhimento, um local. João clamava uma oportunidade, pedia ajuda atenção, suplicava por afeto. A família observada não era nenhuma família utópica, era apenas uma família a caminho da parada de ônibus, comum, sem luxo. Mas aqueles olhos e aquela expressão revelavam a vontade de estar presente ali, de poder estar inserido em uma realidade que não o pertence. João tem apenas 12 anos, mas não raro se vê pelas ruas crianças como ele que, mesmo com todas as dificuldades, conseguem encontrar no fundo de seus olhos a oportunidade de sonhar, de almejar uma vida melhor, enxergando no outro a oportunidade de crescer. E é nesse momento que a expressão se renova, que o olhar brilha e que o sorriso nasce no rosto. No rosto da criança que é capaz de transformar o mundo para realizar seus sonhos.


PERFIL

Nº 4/1º Semestre de 2013

MERCADO DE TRABALHO

O que é a profissão de Relações Públicas? Qual o seu mercado de trabalho? Alessandra dos Santos, Cathlyne Oliveira e Tauane Caldas

Lutiana Casaroli

Segundo Lutiana Casaroli, professora de Relações Públicas da UFG, a realização de eventos é uma das áreas

de atuação do RP. É necessário ressaltar uma importante função do Relações Públicas, o planejamento, que engloba a preparação de briefing, a construção do diagnóstico, com objetivos, justificativa, estratégias de ação e todas as etapas do evento (pré-evento, evento e pós-evento). Inclui-se, nesta função, entrar em contato com os veículos de comunicação mais efetivos para área; as mídias tradicionais (rádio, TV, jornal e site) e as mídias sociais, que vêm ganhando espaço e visibilidade. Sobre o mercado, Casaroli afirma que Goiânia é uma capital com grandes oportunidades, pois contempla empresas privadas de pequeno à grande porte, organizações não governamentais, rico cenário político (proximidade física de Brasília), artístico-cultural e esportivo e isso impulsiona um movimento crescente de valorização da profissão, de reconhecimento e de procura para estagiários e profissionais (incluindo os recém-formados). Além disso, ela considera que a área de eventos é, sem dúvidas, promissora, pois ela cresce por seu potencial midiático e serve como um “grande palco” para as empresas exporem seus produtos e serviços para seus públicos de interesse, reunidos em um mesmo espaço e ao mesmo tempo.

Lutiana Casaroli. Graduada em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria, em 2006. Possui mestrado em Comunicação Midiática, também pela UFSM. Atua no mercado desde sua formação, há seis anos e é servidora da UFG há três.

RP em assessoria de comunicação e de imprensa

Arquivo pessoal

RP em eventos

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Para alguns, ser Relações Públicas é... “Para mim, R.P é um profissional que se ocupa de áreas relacionadas principalmente com as necessidades de interesse da população, como documentos importantes, contratos, bens, emigração etc, enfim, as necessidades públicas.” Aline Soares, 21, aluna de Biomedicina na UFG. “Manter contatos com as pessoas da empresa.” Nathália Mendes, 25, estudante de Direito na UFG. “Fazer promoção de uma empresa ou pessoa.” Eduardo Lopes, 18, cursando Engenharia Civil na UFG. Nada disso! Ser RP é muito mais... O Relações Públicas têm diversas funções e áreas nas quais podem atuar. Para falar com mais propriedade sobre algumas delas, entrevistamos três profissionais da área que atualmente trabalham no mercado goiano.

RP em marketing Saulo Borges

Ana Paula Moraes

Para Ana Paula Moraes, coordenadora de Comunicação na Interativa Comunicação, as atividades de um Relações Públicas enquanto assessor de comunicação são: elaborar planejamentos, ações, estabelecer objetivos e metas para as empresas, além de ter contato com clientes de diversos segmentos, pois esta é uma forma de adquirir reconhecimento no mercado. No trabalho de assessoria de imprensa, “o objetivo é aproximar nosso cliente da imprensa, ganhar credibilidade junto a esse formador de opinião e permanecer em evidência para o público-alvo de cada empresa. Isso é feito através de divulgações de notas e releases sobre as ações dos clientes e também através de eventos direcionados para a imprensa.” Na opinião da Relações Públicas, assessoria de comunicação e assessoria de imprensa são as áreas de atuação mais promissoras para os RP’s em Goiás, pois, atualmente, as médias e grandes empresas não sobrevivem sem um departamento de comunicação e sem um bom relacionamento com a imprensa. “A área de comunicação é muito ampla e dinâmica, por isso é necessário estar muito bem preparado,” afirma Moraes. Ana Paula Moraes Carvalho. Graduada em Relações Públicas pela Universidade Federal de Goiás, em 2004. Possui MBA em Gestão de Marketing e Comunicação pela Faculdade Cambury, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). Trabalha na Agência de Comunicação Empresarial - Comunicação Interativa há sete anos.

Saulo Borges, gerente de marketing do Castro´s Hotel, afirma que o Marketing é uma área destinada à comunicação persuasiva de produtos e serviços e busca satisfazer as necessidades do consumidor. O Relações Públicas é o profissional capaz de interferir na boa vontade dos públicos de interesse para as organizações. Marketing e RP devem trabalhar em sincronia, buscando um bom posicionamento da organização e do produto. Esta união das duas áreas busca conquistar uma posição desejada para a organização, formular táticas específicas, estabelecer ações, medindo resultados obtidos junto aos consumidores e ao público-alvo, entre outras. Nessa área, o foco é o mercado, o produto e a satisfação das necessidades dos consumidores. As Relações Públicas trabalham com a imagem da organização baseada na opinião pública. Segundo Borges, as empresas estão bastante preocupadas com a marca e com a imagem das suas instituições, e na opinião dele, o RP é o profissional mais capacitado para trabalhar atuar neste ramo. Saulo Borges é graduado em Comunicação Social - Relações Públicas, Pós-Graduado em Assessoria em Comunicação pela UFG e possui seis cursos de Extensão pela ESPM. Foi professor do Curso de Publicidade e Propaganda e Relações Públicas durante 5 anos em Instituições de Ensino Superior de Goiás. Atualmente assume a gerência de Marketing de Castro´s Park Hotel. 15


FORMATURA

Nº4/1º Semestre de 2013

TCC

Conclusão de curso: UFG forma mais 30 profissionais de RP O Curso de Relações Públicas da UFG formou, no segundo semestre letivo de 2012, concluído no dia cinco de março de 2013, mais 30 profissionais que irão atuar em diversas áreas no campo da comunicação. A todos os formandos ficam registrados os cumprimentos dos professores do curso pelo empenho durante o caminho que trilharam na construção do conhecimento, pela obstinação e pela confiança neles mesmos. Na primeira semana de fevereiro eles apresentaram seus TCCs (Trabalho de conclusão de Curso), que é a oportunidade de demonstrar o aproveitamento das disciplinas através de um Projeto Experimental ou Monografia. Quatro dos trabalhos obtiveram a nota máxima. Estes trabalhos e os demais apresentados estarão disponíveis na biblioteca da UFG e na coordenação do Curso de Relações Públicas para consulta pública. Abaixo, um resumo dos TCCs que receberam nota 10,0 (dez).

A comunicação interna nas organizações sob a perspectiva das representações sociais Arq. pessoal

A autora é Samira Virginia de França, orientada pelo Prof. Claudomilson Fernandes Braga. O trabalho apresenta um estudo teórico-empírico sobre as contribuições da teoria das representações sociais para a compreensão da chamada comunicação interna. A pesquisa bibliográfica traz como pressupostos básicos a complexidade humana nas organizações, natureza relacional e simbólica da comunicação e sua ligação com o conceito psicossociológico de representação e, ainda, uma breve discussão sobre os vínculos que se estabelecem no contexto das relações de trabalho. A pesquisa empírica, por sua vez, buscou identificar as representações sociais que os funcionários de uma instituição pública de médio porte

têm do termo comunicação interna. Para o levantamento, análise e interpretação dos dados foram adotados métodos mistos e interdisciplinares, alguns deles próprios da psicologia social, como a técnica de evocações livres, a técnica de descontextualização normativa e de substituição e cálculo do índice de centralidade de representações sociais a partir de evocações (INCEV). A proposta central, tanto da reflexão bibliográfica como da pesquisa de campo, é contribuir para que as Relações Públicas superem a visão meramente instrumental e lancem novos olhares sobre o estudo e a prática de gestão da comunicação com e entre os empregados no contexto organizacional.

Victor Henrique Correa de Andrade, foi orientado pela Prof ª Maria Francisca Magalhães Nogueira. A partir da analise do treinamento do Walt Disney World, que foi o objeto de estudo, pôde-se compreender a importância da comunicação no atendimento. Além disso, nota-se a importância do estudo da história da organização para se compreender como essa comunicação flui em diversos níveis. Des-

Arq. pessoal

A comunicação no processo de atendimento ao público: uma análise do treinamento dos funcionários da walt disney world resorts se modo, a pesquisa tem em vista abranger o atendimento prestado ao funcionário, o treinamento oferecido e os diversos meios e ambientes comunicacionais que permeiam a organização. Por fim, analisam-se as técnicas específicas de comunicação utilizadas pelo Walt Disney World no treinamento. Premissas essas que são aplicadas ao atendimento ao público.

Singulari Eventos – Assessoria em Agronegócio Arq. pessoal

As autoras Flávia Silva Araújo, Letícia Estrela Martins Sousa , Nayara Manzi Giani e Renata de Oliveira Santos optaram pelo Projeto Experimental e foram orientadas pela Profª Simone Antoniaci Tuzzo. O projeto baseia-se na exploração de um dos campos pertencentes ao profissional de Relações Públicas - a produção de eventos. Para tanto, propõe a criação de uma agência prestadora de assessoria na produção de eventos, com atendimento específico ao Agronegócio, um campo pouco trabalhado por profissionais qualificados.

Considerando-se a complexidade do processo de criação de uma empresa, este trabalho enumera minuciosamente suas etapas de construção, tais como pesquisa de mercado, escolha do nome, delimitação de público, definição de missão, visão e valores, criação da logomarca e manual de identidade visual, estratégias promocionais, culminando, assim, no seu evento de lançamento. O projeto apresenta também o atendimento de um cliente-piloto, como primeira experiência da Singulari Eventos no mercado.

Processo estratégico de comunicação interna: estabelecendo uma parceria entre Recursos Humanos e Relações Públicas Arq. pessoal

Erica Silva e Alves foi orientada pela Profª Flávia Martins dos Santos. O resumo do trabalho diz que nos primórdios das indústrias mundiais surgiu a necessidade da gestão das relações empresa-colaboradores. A área de Recursos Humanos foi responsável, por muito tempo, por essa relação e também pela comunicação nas empresas. Com a globalização e as transformações decorrentes dela, vieram também as mudanças nas relações de trabalho. Nesse sentido, a mão-de-obra especializada em Relações Públicas trouxe um impasse entre as duas áreas quanto ao domínio da realização dos processos comunicativos organizacionais, sobretudo os destinados aos colaboradores. Este trabalho procurou identificar aproximações entre as áreas de RP e 16

RH por meio de pesquisa qualitativa, englobando os métodos de pesquisa bibliográfica e entrevista em profundidade e a técnica de análise de conteúdo, visando verificar até que ponto uma parceria entre as áreas resulta no sucesso do processo estratégico da comunicação interna nas organizações contemporâneas. Por meio da pesquisa realizada pôde ser observado que, mesmo com o surgimento dos profissionais de comunicação, os profissionais de RH ainda têm participação ativa no processo de comunicação interna e que, em alguns casos, a comunicação interna sequer é considerada estratégica, tampouco é pensada em nível de parceria para o aprimoramento de sua realização nas organizações goianienses.


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