Tese sobre a Mediunidade

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Recentemente tem-se reconhecido que a maioria dos estados dissociativos não é patológica, podendo ter impactos positivos sobre o indivíduo. Tal visão foi incorporada pelo DSM apenas em 1994, em sua quarta revisão. Ross et al. (1990a) encontraram uma alta prevalência de sintomas dissociativos numa amostra de 1.055 habitantes de Winnipeg, no Canadá. Quase 13% dos respondentes alcançaram mais de 20 pontos no DES (Dissociative Experiences Scale), que é um escore indicativo de um número substancial de experiências dissociativas. Não houve diferenças na pontuação para sintomas dissociativos entre os sexos e os diversos estratos educacionais e econômicos. Lewis-Fernández (1998) propôs os seguintes critérios para a definição de uma vivência dissociativa como patológica: -

gera sofrimento ou incapacitação

-

é geralmente, mas não sempre, involuntária

-

é interpretada pelo grupo cultural do indivíduo como uma doença que necessita de tratamento

Tradicionalmente, tem se pensado haver um gradiente contínuo de fenômenos dissociativos ao longo da população. Tal hipótese é reforçada pelos achados de escores médios crescentes de dissociação ao longo de um amplo espectro que vai dos sujeitos normais ao transtorno de indentidade disociativa (TID), passando pelos transtornos ansiosos, de humor,

alimentares,

esquizofrenia,

personalidade

borderline,

outros

transtornos dissociativos e estresse pós-traumático. No entanto, Putnam et al. (1996), ao aplicarem a DES em 1566 indivíduos com variadas patologias psiquiátricas, neurológicas e normais, propuseram que a dissociação é um


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