LxNorteNews Ano 1 | nº 6

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COMUNICAMOS COM (A) SAร DE

Ano I * Nยบ 3

Ano I * Nยบ 6


A transição de ano é sempre um momento de reflexão e de balanço relativamente ao que se deixou para trás e da forma como devemos encarar o futuro.

EDITORIAL

É um momento em que a introspeção se torna necessária, e no qual avaliamos, a nossa atividade, o nosso caminho, a nossa forma de estar e de atuar. Este momento ocorre no quotidiano das nossas vidas privadas e, obviamente, aplica-se com toda a coerente naturalidade na nossa vida laboral.

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2014 foi um ano pleno de desafios para cada uma das unidades hospitalares, que compõem o Centro Hospitalar Lisboa Norte. Foi, sobretudo um ano pautado pela pressão quotidiana da otimização, de trabalhar mais e melhor com os recursos disponíveis ao serviço dos cidadãos que, de norte a sul, incluindo as regiões autónomas e os PALOP’s, confiam em nós a sua saúde e vida. Tentámos e alcançámos com inegável sucesso o cumprimento da nossa missão, na prestação de cuidados de elevada qualidade e diferenciação a toda a população que deles necessita e, continuámos a assumir, de forma íntegra, as nossas responsabilidades na área do ensino e da formação, sempre moduladas com o incremento da inovação e da investigação. Sentimos que cada profissional e colaborador, independentemente da sua função ou responsabilidade, honrou com o seu desempenho as tradições que caracterizam as nossas duas instituições hospitalares em qualidade e excelência, transformando, com espirito de equipa e coesão, as dificuldades em oportunidades. É esta forma de atuação que caracteriza o “pulsar” da nossa organização, reconhecida nacionalmente pelos seus resultados a nível assistencial, na política do medicamento hospitalar, bem como na gestão financeira e na administração sócio-económica. O CHLN é hoje reconhecido pela qualidade e humanização na prestação dos cuidados de saúde, a que se adita o cunho do rigor, da transparência, da estratégia e do planeamento, envolvendo a instituição nos seus principais desafios e nos seus estruturantes objetivos. É fundamental referir que, em menos de dois anos, transitámos de uma situação precária de efetiva falência técnica para uma situação atual de renovada esperança na essencial sustentabilidade económico-financeira, cujos resultados de 2014 em breve partilharemos com toda a instituição. Ao longo dos últimos meses foi possível dotar a instituição com uma política de recursos humanos compatível com a especificidade da nossa missão, iniciar os alicerces da sua reorganização estratégica, preparar a modulação dos investimentos de forma estruturante, estabelecer um conjunto de parcerias externas e internas com vista em projetos inovadores a médio prazo, assim como firmar protocolos e acordos com reputadas instituições congéneres na Europa e nos PALOP’s, contribuindo para a consolidação da nossa credibilidade e para a afirmação da nossa qualidade no plano nacional e internacional. 2014 foi mais um ano que encerramos com a consciência tranquila do muito que foi alcançado, sobretudo pela assumida opção de valorização e de aposta no que temos de melhor em cada um dos nossos hospitais: o seu capital humano, estribado num constante espírito empreendedor, de equipa, de desprendimento pessoal e de responsabilidade social! É este espírito que sentimos e vivenciamos que nos devolve diariamente a esperança e nos renova a indestrutível confiança num amanhã melhor! Bem hajam e boas leituras! Carlos Neves Martins Presidente do Conselho de Administração Lisboa e CHLN, Janeiro de 2015


#1. Editorial|2 #2. Dezembro Solidário no CHLN|4 ,5 e 6 #3. Natal na Pediatria do CHLN|7 #4. Festa de Natal na Casa Santa Maria e Concerto de Natal da AAHSM|8 #5. Natal no HPV – Uma iniciativa da Liga dos Amigos do HPV|9

#6. Galeria Fotográfica: Espírito de Natal no CHLN|10, 11, 12 e 13 #7. Entrevista: Enf.º Luís Abrantes - o Parto com Hipnose|14 e 15

#8. CHLN ajuda a preparar o Nascimento|16 #9. Pediatria do CHLN recebe Conselho de Jovens|17

#11. 1º Aniversário da Refood Lumiar e Entrevista com Responsável|19 , 20 e 21 #12. CAML oficializa Memorando de Entendimento e Acordo de Cooperação|22 #13. DIM do CHLN com novas instalações|23 #14. Unidade Universitária de Geriatria e 12º EUGMS|24 e 25 #15. Em Foco: A Renovação Informática do CHLN|26 e 27 #16. Procriação Medicamente Assistida|28 e 29 #17. Farmácia de Ambulatório e Central de Colheitas com novas Instalações|30 #21. XXI Jornadas de Pediatria do HSM - CHLN|31 #23. Além D’Colaborador |Luís Mendes da Graça|32 e 33 #24. Boas-Vindas e Despedidas |Ficha Técnica| Última Página

ÍNDICE

#10. CHLN e IPOLG assinam Protocolo de Cooperação|18


Almoço Solidário Amigas do Peito & Peça “O Sorriso de Amália A Associação Amigas do Peito é uma entidade de solidariedade social, de carácter humanitário, sem fins lucrativos, constituída em 2008 e que tem, como missão, a defesa e apoio aos doentes com cancro da mama utentes dos serviços da especialidade do CHLN, em todas as fases da doença, nomeadamente, pré e pós cirurgia, internamento e ambulatório, num esforço para promover uma melhor qualidade de vida ao doente, sendo igualmente um sólido apoio aos familiares e amigos. Integrados no seu calendário anual de eventos de convívio e divulgação desta patologia, a Associação organizou no passado mês de Dezembro, um almoço solidário e a peça de Teatro, “O Sorriso de Amália”. O primeiro evento – o Almoço Solidário decorreu no passado dia 7 de Dezembro de 2014 e reuniu 284 convivas, entre utentes da consulta e seus familiares. Estiveram ainda presentes colaboradores de cada um dos Serviços Clínicos do CHLN que colaboram na Patologia da Mama, bem como diversas personalidades públicas que se associaram a esta causa, das quais se destaca o Dr. João Ramos, médico de família no programa “Agora Nós”, da RTP1 e padrinho da Associação. Após o almoço, a Dra. Emília Vieira, Presidente da Associação “Amigas do Peito”, dirigiu palavras de agradecimento a todos os presentes, “com votos de que este momento de reunião possa ser gerador de um sentimento de esperança, nesta doença que é grave, mas que pode e deve, passar a ser encarada como uma doença crónica”.

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O Dr. Carlos Neves Martins, Presidente do Conselho de Administração do CHLN tomou da palavra para se dirigir aos presentes com palavras de apoio e reconhecimento, não só pelo trabalho feito, mas pelo visível espírito de entre-ajuda e solidariedade presentes na sala. Deixou ainda a promessa de apoiar a Associação na demanda de um espaço físico para localizar a sua sede. Seguiu-se um momento musical, protagonizado por Luísa Amaro, utente do HSM e discípula do guitarrista Carlos Paredes, que tocou um solo de guitarra portuguesa. Ao longo da tarde, a animação musical foi da responsabilidade dos músicos da Associação Alborca. A peça de Teatro “O Sorriso de Amália” decorreu no dia 14 de Dezembro de 2014, no Anfiteatro da Faculdade de Letras da universidade de Lisboa, gentilmente cedido pelo Dr. Ricardo Reis, e as receitas reverteram, na íntegra, para a Associação “Amigas do Peito”. Neste espetáculo musical, que teve a duração de duas horas, foram interpretadas canções de Amália e atuou um grupo de jovens dançarinos da Associação Alborca, para um público maioritariamente constituído por utentes da patologia da mama no CHLN.


Jantar de Solidariedade – Ilha do Fogo Tendo como desafio estender desde Lisboa uma grande "lava" de solidariedade com as populações afetadas pela erupção do vulcão da ilha do Fogo, Cabo Verde, a Organização Médica Caboverdiana (OMEC) e a Associação dos Antigos Alunos do Ensino Secundário de Cabo Verde (AAAESCV), com o apoio da Associação dos Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa (AEFML), organizaram um jantar de solidariedade, com o objetivo de trazer algum conforto e esperança para as famílias daquela região que ficaram sem nada, assim como alegrar o Natal das crianças afetadas. A Sala de Alunos do Hospital de Santa Maria/Faculdade de Medicina de Lisboa foi pequena para acolher este caloroso evento, numa noite tão especial que decorreu no dia 20 de Dezembro, pelas 20.00 horas e que contou com a passagem de uma mensagem, gravada em vídeo, do Presidente de Cabo Verde, Dr. José Carlos Fonseca. No jantar, estiveram presentes a Dra. Madalena Neves, Embaixadora de Cabo Verde em Portugal, a Dra. Helena Lopes da Silva, Presidente da OMEC, o Dr. Abílio Alves, Presidente da AAAESCV, Tomás Neto, Presidente da AEFMUL, José Alberto Pereira da Silva, Diretor do Serviço de Reumatologia, Prof. Correia da Cunha, Prof. Dra. Miroslav Gonçalves, Profª. Dra. Isabel do Carmo, Prof. Nuno Figueiredo; Dra. Argentina Castilho, além de outras individualidades da sociedade civil e hospitalar. A Dra. Helena Lopes da Silva, Presidente da OMEC, deu as boas vindas ao jantar, agradecendo a presença de todos aqueles que decidiram estar presentes neste ato de cidadania ativa e de responsabilidade social. Um dos pontos altos da noite, aconteceu com a passagem no ecrã, da mensagem do Dr. José Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde, na qual além do apelo à solidariedade, agradeceu, de uma forma sentida, os apoios que tinham vindo de todos os cantos do mundo. Io Apoloni, deu continuidade à cerimónia inaugural com a leitura sentida de um belíssimo poema da escritora cabo-verdiana Carlota Alves, “ A Chã em Agonia”. Outro dos pontos altos da noite, aconteceu quando os cantores Titina, Dany Silva, Maria Alice, Leonel Almeida, Ana Firmino, José Afonso, Armando Tito, Jayr, atuaram, ajudando a tornar essa noite ainda mais mágica e inesquecível. Os objetivos para este Jantar de Solidariedade, superaram as expectativas, tendo-se conseguido uma verba de 4400€, além de 10 caixotes de brinquedos novos para alegrar a vida das crianças afetadas pela erupção do vulcão.

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Jantar de Angariação de Fundos para a construção do CAPMR A Associação para as Crianças de Santa Maria (ACSM) organizou no dia 2 de Dezembro, um Jantar de Angariação de Fundos para a construção do Centro de Ambulatório Pediátrico Maria Raposa (CAPMR), um evento em que a solidariedade se vestiu de gala e que teve, como anfitriã, a Prof.ª Doutora Maria do Céu Machado, Presidente da ACSM. O Hotel da Estrela, foi o local privilegiado para acolher esta noite de solidariedade, que começou com uma “welcome drink”, com a “banda sonora” a cargo de Ricardo Pinto, que encantou os convidados com o reportório musical escolhido. Participaram neste jantar 189 amigos, que abraçaram esta causa como sendo sua e que contribuíram de uma forma ativa, para a construção do CAPMR. Nada é tão contagioso como o exemplo. A Presidente da ACSM, de uma forma elegante e bem disposta, agradeceu a presença de todos e o seu contributo para uma mais rápida concretização do sonho -da construção deste Centro. A animação da noite esteve a cargo de José Pedro Cobra, que no seu entusiasmo absoluto pelo ser, pelo fazer e, sobretudo pela cidadania ativa, discursou num estilo intimista, sobre os novos desafios da condição humana, da alma portuguesa e sobretudo das dinâmicas do Amor. O evento contou com as presenças do Diretor Clínico do CHLN, Prof. Doutor Miguel Oliveira da Silva, além de outras individualidades da sociedade civil portuguesa, nomeadamente da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação Brazelton, da BCG, Sintraquorum, Lage Capital, Teixeira Duarte, Abreu Advogados, Uriage, etc. Foi uma noite memorável, em que a participação cívica permitiu angariar uma receita final de 6.590€.

Departamento de Pediatria do CHLN recebe donativo A Campanha de Solidariedade - Ajude uma Criança, que decorreu entre 20 de Novembro e 19 de Dezembro de 2014 permitiu angariar donativos para as crianças do Departamento de Pediatria do CHLN. A árvore de Natal do balcão do BPI da Av. da Igreja, em Lisboa, foi decorada com cartões decorativos, que tinham indicado o nome e o presente que cada criança desejava ter no Natal, tendo os presentes sido oferecidos pelos seus clientes e colaboradores. Tendo em conta as necessidades prementes de muitas das famílias carenciadas que habitualmente solicitam apoios ao CHLN, os presentes não vieram sob a forma de brinquedos, mas sim como apoio em bens de primeira necessidade (leites adaptados I e II, fraldas e produtos de higiene). A proposta era a de fazer a quadra natalícia perdurar todo o ano, beneficiando várias crianças, durante o primeiro ano de vida, como por exemplo bebés que necessitam do apoio imediato de Leites para poder ter alta, no momento do nascimento; famílias que, em determinados momentos, não conseguem assegurar a compra de fraldas ou produtos de higiene. O apoio às famílias será distribuído à medida que as necessidades forem surgindo, mas prevê-se que permita apoiar de cerca de 100 a 150 crianças/famílias, ao longo do período espectável de um ano. Para além da entrega dos presentes, a Instituição bancária fez ainda um donativo simbólico de €200 à Associação Maria Raposa, ajudando, desta forma, mais crianças da Associação para as Crianças de Santa Maria a sorrir!

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Natal na Pediatria do CHLN De acordo com a tradição, a época natalícia no Departamento de Pediatria do CHLN, é sempre celebrada com muito amor, carinho e ternura para com as crianças internadas nos diversos Serviços do Departamento. Este ano, contamos com um leque diversificado de atividades, que incluíram a visita do Pai Natal do Chiado, teatro, teatro de marionetas, cânticos de natal e claro, entrega de presentes, que ajudaram a criar um clima facilitador para a alegria, a boa disposição, a esperança e uma melhor qualidade de vida para as crianças internadas. Recebemos a visita do grupo de teatro “Elvira & Companhia”, com uma peça muito gira alusiva à época, que foi muito apreciada e participada pelas crianças. A equipa de Educação participou ativamente nas comemorações, como é seu apanágio, tendo levado a todos os pisos de internamento o seu teatro de marionetas, com “um conto de natal” belissimamente narrado e encenado. E, para finalizar em beleza, encantaram com o magnífico reportório de canções de natal que entoaram de forma entusiástica e vibrante. O PAI NATAL do CHIADO, conquistou o coração da pequenada, deslumbrando com a sua magia, enquanto visitava todas as crianças internadas. Outro momento alto aconteceu com as cantorias do Coro de Natal da Associação Nariz Vermelho. Mas, o momento mais ansiado e apreciado pela criançada foi a entrega de presentes, generosamente oferecidos pela Fundação Luís Figo, pelo IMM, pelo JUMBO e pelo Ministro da Saúde.

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Festa de Natal da Casa Santa Maria A Casa Santa Maria celebrou no dia 16 de dezembro, a sua Festa de Natal. A festa teve início pelas 14h00, com uma atuação musical pelo Sr. José Lobo, seguida de uma peça de teatro intitulada: “O Cavaleiro da Dinamarca”, cujos dinamizadores foram os profissionais da Instituição, seguiu-se um lanche convívio, onde não faltaram os tradicionais doces natalícios. A Instituição Casa Santa Maria é uma infraestrutura de cariz social, da responsabilidade da Associação de Apoio a Profissionais do Hospital de Santa Maria (AAPHSM), situada na freguesia de Camarate, e que está preparada para apoiar cerca de 400 utentes, nas valências de Lar, Centro de Dia, Cuidados Continuados, Cuidados Intermédios, Apoio Domiciliário, Creche e Pré-escolar.

Concerto de Natal da AAHSM Como já vai sendo tradição, a Associação dos Amigos do Hospital de Santa Maria (AAHSM) organizou, no passado dia 17 de dezembro, mais um concerto solidário, que teve lugar no Grande Auditório da Culturgest. No início foi feita a apresentação da AAHSM, pela sua Direção, seguida da atuação do Coro da AAHSM. O concerto que se seguiu teve ao piano e, na Direção Musical, o Maestro Nuno Margarido Lopes, na interpretação de diversos Coros das Zarzuelas, e ainda, na atuação do Coro Juvenil de Lisboa - um espetáculo que se destinou a divulgar e dinamizar o Voluntariado da AAHSM. A AAHSM, através dos seus 300 voluntários, contribui para a humanização do HSM e para a melhoria das condições de acolhimento e internamento, promovendo e reforçando a ligação entre o doente, a sua família e a comunidade.

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Natal no HPV – Uma Iniciativa Liga dos Amigos do HPV O Hospital Pulido Valente (HPV - CHLN) assinalou, no passado dia 17 de dezembro, o Natal 2014. A efeméride foi assinalada através de diversas atividades, ao longo de toda a manhã, iniciando-se com a realização de uma Missa de Ação de Graças, na capela do Hospital. Seguidamente, foi organizada uma ação em prol dos utentes internados no Hospital, através da doação de lembranças a todos, por elementos do corpo de voluntários da Liga dos Amigos do Hospital Pulido Valente. Para terminar a celebração, seguiu-se um almoço de confraternização, oferecido aos colaboradores da Instituição pela Liga do HPV, que contou com a presença de inúmeros colaboradores do Hospital Pulido Valente e do Hospital de Santa Maria, bem como com a presença de diversos Diretores de Serviço e de elementos do Conselho de Administração do CHLN. O Presidente do Conselho de Administração, Dr. Carlos Neves Martins, usou da palavra para deixar uma palavra de apreço e agradecimento a todos os colaboradores do Hospital Pulido Valente e do Hospital de Santa Maria, que “juntos constituem esta grande família, que é a família Centro Hospitalar Lisboa Norte”. Aproveitou ainda para desejar a todos um santo e feliz natal, por parte quer do Conselho de Administração, quer da Direção da Liga do HPV, “e que 2015 seja um ano com felicidade e saúde, mas sobretudo melhor do que aquele que está a acabar, não só para o nosso país, mas sobretudo para nós a nível pessoal e a nível profissional, em que consigamos, todos em conjunto, ainda dar mais em termo de qualidade e humanização àqueles que estão à nossa responsabilidade diariamente, que são os nossos doentes. Continuação de uma boa quadra natalícia e umas boas entradas no próximo ano”.

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Galeria Fotográfica: Espírito de Natal no CHLN LXNorte | NEWS | Janeiro’15 | 10


Galeria Fotográfica: Espírito de Natal no CHLN LXNorte | NEWS | Janeiro’15 | 11


Galeria Fotográfica: Espírito de Natal no CHLN

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Galeria Fotográfica: Espírito de Natal no CHLN

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CHLN DÁ EXEMPLO DE SUSTENTABILIDADE Entrevista: Enf.º Luís Abrantes

Par to com Hip nose LXNorte | NEWS | Janeiro’15 | 14

Luís Abrantes, Enfermeiro do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) há 36 anos, exerce atualmente as suas funções na Unidade Multidisciplinar de Dor do Hospital de Santa Maria. - CHLN Fez parte da equipa de enfermagem da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Santa Maria desde o seu início até 2014, esteve 14 anos na “UCIM” Unidade Cuidados Intensivos a Monitorizados e 16 anos como Enfermeiro de Anestesia de Urgência no Serviço de Anestesia É Enfermeiro Especialista em Saúde Comunitária e Consultor da Unidade de Biopsicologia clínica do departamento de Saúde da Criança e da Mulher do Centro Hospitalar da Cova da Beira. Há 14 anos que é Hipnoterapeuta, credenciado pela Imaginal – Associação Portuguesa de Hipnose Clínica e Experimental, após ter frequentado o Curso de Hipnose Clínica e Experimental, do Instituto de Formação Avançada da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), com sucesso. É Docente do Curso de Hipnose Clínica e Experimental, na FMUL, através do Instituto de Formação Avançada. É colaborador do laboratório de Investigação em Estados Modificados de Consciência e correlatos terapêuticos - “LIMMIT” (Laboratório de Interação Mente Matéria de Intenção terapêutica), na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Em conjunto com o Prof. Doutor Mário Simões (psiquiatra), o Dr. José Marto (psicólogo) e com o Prof. Doutor José Martinez (ginecologista e obstetra), por iniciativa deste, iniciou no Centro Hospitalar da Cova da Beira (Covilhã), o projeto, que se pretende nacional, de um parto feliz (acompanhamento pré-natal, com relaxamentos, visualizações guiadas de um parto eutócico, sugestões positivas para o período perinatal) com a criação de um curso de “Preparação para um parto feliz”, no qual foi docente teórico e prático. .

Fale-nos um pouco da sua experiência na área da hipnose, já utilizada em vários procedimentos médicos, mas agora na área da obstetrícia, mais concretamente durante o trabalho de parto. Há algum tempo que a hipnose, em trabalho de parto, estava bem presente para mim, mas tudo se concretizou quando tive a oportunidade de participar num curso, juntamente com o Prof. Doutor Mário Simões, o Dr. José Marto, e o Diretor do Departamento de Saúde da Criança e da Mulher do Centro Hospitalar da Cova da Beira, o Prof. Doutor José Martinez Pensámos em fazer um curso dirigido às enfermeiras de obstetrícia e outros técnicos de saúde, de modo a poderem aplicar os conhecimentos adquiridos durante o curso. Foi uma proposta aliciante, e na sequência do mesmo aconteceu um parto com recurso à hipnose; foi bastante interessante, porque a grávida estava há algum tempo com a bolsa rota e não havia progressão do trabalho de parto; quando comecei a aplicar hipnose a grávida começou a ficar sem dores, com conforto e desenrolou o seu trabalho de parto sem qualquer dor. Durante as contrações a grávida esteve sempre calma, serena. O trabalho de parto desenrolou-se em 2 horas e meia; tendo a grávida feito a expulsão com o mínimo desconforto. Este projeto durou mais uma semana durante o qual estive presente no Hospital da Cova da Beira, juntamente com o Dr. José Marto a fazer trabalho de campo de modo a promover a aplicação de hipnose na preparação para o parto. É evidente que durante este tempo também estive a representar o nosso hospital. Tive o apoio da hierarquia da Instituição, que permitiu que se fizesse o intercâmbio, permitindo que a hipnose seja conhecida como técnica a aplicar, não em todos os casos, mas nos que têm indicação para isso. Como é que se processa o parto com recurso a este método? A parturiente é hipnotizada, são deixados sinais pós-hipnóticos, que se transformam em ferramentas a utilizar em pleno trabalho de parto, e que permitem um desconforto mínimo, descrito como “ondinhas”, “encher e despejar um balão”, “um aviso de que está a chegar o momento”, em que a mãe quer ver a criança nascer. Portanto, a preparação do seu corpo, do útero e de toda a mecânica fisiológica, que existe no, e durante o trabalho de parto, é entendida pela mãe como uma coisa essencial e agradável, que ela tem de percorrer da melhor forma, controlando os estímulos confortáveis. Sempre que é necessário, o enfermeiro faz um “reforço hipnótico”, pela palavra já antes condicionada, para continuarmos a controlar algum desconforto que a grávida tenha. A grávida está consciente, sente a contração, mas como está de certa forma ensinada que a contração é um desconforto, com as conotações já descritas, mudamos a posição e continuamos serenamente.


CHLN DÁ Hipnose EXEMPLO DE SUSTENTABILIDADE Parto com Quais os benefícios para a mulher/bebé ao recorrerem a esta técnica? O grande benefício é ser uma coisa natural, sem qualquer tipo de farmacologia. Não quer dizer que a farmacologia não seja, eventualmente, também necessária, que o é, por vezes, mas em menor quantidade quando associada à hipnose. Estando em hipnose, a mãe tem consciência do trabalho de parto, que se está a desenrolar, tem consciência do que está a sentir. É a possibilidade, em absoluta consciência, que a própria mãe tem de poder sentirse Mulher-Mãe. Tem um desconforto que, paradoxalmente, é agradável, pois é-lhe sugerido que tem um sentido maior e nobre… Um desconforto que ela sabe que é para nascer a sua criança, que ela quer ver e pegar… É um trabalho conjunto que é sugerido no pré parto em sessões sob hipnose, entre o bebé, que também sente as contrações, e a mãe. Transforma-se num período calmo e sereno, sem ter que recorrer a fármacos. Destaque quais são, para si, os aspetos positivos e negativos da utilização desta técnica. Positivos são todos estes: a mulher está consciente do seu trabalho de parto, sem dor, com desconforto tolerável que não leva a gemidos ou gritos. É um processo calmo e sereno que acontece normalmente, Negativo, mas não exclusivo nem decorrente da técnica, é quando, de repente, a parturiente não consegue controlar-se, e nós não conseguirmos que haja um controlo, é a possibilidade de existir um volte-face e aí termos que enveredar por outras técnicas, como a epidural, sedação, etc. O mais importante, para se fazer este trabalho, é que toda a equipa esteja envolvida neste tipo de técnica, porque é evidente que, se num momento qualquer, a grávida entra em descontrolo/desconforto máximo, a equipa terá que estar preparada para agir e diminuir esse desconforto. Aliás, de outra forma seria impensável. De acordo com a sua experiência nesta área já é possível implementar esta técnica nos nossos hospitais? Desde que a Instituição, os profissionais de saúde, equipas médicas e as parturientes estejam devidamente elucidadas e concordem com a técnica, sim, é possível. Deve existir sempre um acompanhamento prévio da grávida, onde se faz a preparação para o parto, em que esta tem a noção corporal do que vai acontecer, projeta-se no futuro positivo, através do estado hipnótico, exatamente para o seu parto acontecer com sucesso, o que a acalma e relaxa. São ativados também todos os sinais pós hipnóticos, para ela ativar, quando chegar a hora do trabalho de parto e do parto. O pessoal médico e de enfermagem estão sensibilizados/ recetivos a acolher esta prática, como alternativa, caso seja possível, às outras formas de anestesia? Acho que se for proposto, qualquer profissional de saúde estará aberto à utilização da técnica. Pelo menos, seria de a experimentar e comparar o número de intercorrências com e sem a técnica, durante um período de tempo. A equipa, assim, teria que sentir a necessidade de utilizar a técnica, sabendo que esta existe, passando a iniciar a prática no seu hospital. É sabido que nem todas as grávidas são suscetíveis de ser aplicada esta técnica, estando no entanto já demonstrados os seus benefícios.

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IO ENCONTRO DE ENFERMAGEM DE HOSPITAIS CHLN ajuda a preparar o Nascimento

Com o objetivo de promover a humanização dos cuidados à grávida e família foram iniciados no Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE, o Curso de Preparação para a Parentalidade e a Visita à Maternidade, destinado aos casais que nele desejam ver acontecer o nascimento do seu filho. Coordenados pela equipa de Enfermagem de Saúde Materna, da Unidade de Medicina Materno Fetal piso 4, acontecem no Auditório Castro Caldas, do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução. Com 25 Cursos já realizados e uma média de 150 casais participantes por ano e 50 Visitas realizadas no ano 2014 e uma média de 400 participantes na Visita à Maternidade, consideramos que estes serviços são um benefício, pois capacitam os pais para o seu novo papel parental, reforçando sentimentos de confiança, segurança e tranquilidade, nos momentos do nascimento e primeiros tempos de vida do bebé. O Curso de Preparação para a Parentalidade é composto por uma equipa multidisciplinar com formação em Saúde Materna e Infantil (enfermeiras, assistentes sociais e fisioterapeutas); tem como objetivo desmistificar receios, esclarecer dúvidas e dotar o casal com informações úteis sobre as reais necessidade e estratégias a pôr em prática durante a gravidez, momento do parto e, posteriormente, no regresso a casa com o bebé. É organizado em 8 sessões teórico-práticas, com duração de 120 minutos cada, durante 8 semanas. Realiza-se às 5ªfeiras, no horário das 14h às 16h, para um máximo de 20 casais por curso. O curso deve ser iniciado entre as 25 e as 31 semanas de gravidez e obedece a pré inscrição que deve ser feita entre as 22 e as 24 semanas de gravidez, através do email contactcenter@chln.min-saude.pt, ou por telefone, através do número 21 780 500 – Ext. 51403. A Visita à Maternidade é orientada por uma enfermeira, tem a participação das diferentes equipas de Enfermagem que acompanharão a grávida e puérpera. Acontece todas as 3ªfeiras, às 11h, com um máximo de 8 participantes por visita e constitui-se como uma estratégia importante de familiarização do casal com o serviço/ equipa de saúde, através de um contacto prévio antes do parto, de forma a minimizar o impacto de fatores que geram insegurança, medo e ansiedade. Esta obedece a pré inscrição que deve ser feita entre as 32 e as 34 semanas de gravidez, através do email contactcenter@chln.min-saude.pt, ou por telefone, através do número 21 780 500 – Ext. 51403.

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CHLN DÁdo EXEMPLO SUSTENTABILIDADE Pediatria CHLNDErecebe Conselho de Jovens De acordo com a tradição, realizou-se no dia 18 de dezembro, no Anfiteatro do piso 7 do Departamento de Pediatria, mais um Conselho de Jovens, organizado pelo Departamento de Pediatria. Este evento contou com a presença, ao mais alto nível da hierarquia do Departamento, nomeadamente da Profª Doutora Maria do Céu Machado, Diretora do Departamento do CHLN; da Profª. Dra. Celeste Barreto, Diretora do Serviço de Pediatria Médica; da Profª. Dra. Miroslava Gonçalves, Diretora do Serviço de Cirurgia Pediátrica; do Prof. Dr. Carlos Moniz, Diretor do Serviço de Neonatologia; da Dra. Teresa Goldschmidt, Psiquiatra, Coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e da Adolescência; do Enf.º. Fernando Sá, Enfermeiro Supervisor do Departamento de Pediatria; da Educadora Rosário Botelho, Educadora Chefe do Serviço de Pediatria, e da Dra. Ana Vidigal, Administradora Hospitalar da área da Pediatria. Este Conselho tem como objetivo dar uma oportunidade aos jovens que estiveram internados, por diversas vezes, no Serviço de Pediatria, ou que frequentem o Hospital de Dia, de expressarem as suas opiniões e dizerem o que na sua opinião pode e deve ser melhorado, no sentido de ser apresentado ao Conselho de Administração as situações passíveis de melhoramento. Este ano, contou com a presença de 7 jovens, entre os 12 e os 18 anos, seguidos nas mais variadas especialidades, que indicaram como situação mais crítica a questão do estacionamento, o fato de ser pago para os pais da criança internada, realçando ainda a falta de algumas instalações sanitárias no internamento. Foi uma ação muito participativa, que contou com o contributo de todos para o esclarecimento de algumas dúvidas dos utentes do Serviço de Pediatria, sendo as suas sugestões de extrema relevância para um contínuo melhoramento do Serviço.

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CHLN E IPOLFG assinaram Protocolo de Cooperação

O anfiteatro do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil E.P.E. (IPOLFG) foi o local onde, no dia 16 de dezembro, foi celebrado um protocolo de cooperação entre esta Instituição e o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN). Esta parceria institucional representa a consolidação das já próximas relações de colaboração e parceria, nomeadamente, no que diz respeito à área dos Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica e mais concretamente, na realização de exames de Medicina Nuclear. Esta parceira, presentemente formalizada, centra-se numa utilização otimizada dos recursos existentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS), na gestão mais eficiente dos recursos públicos e capacidade instalada, física e de recursos humanos, das instituições supramencionadas, e igualmente, na otimização da capacidade instalada em MCDT – Medicina Nuclear no IPO, o que representa grandes ganhos em saúde, ao rentabilizar a capacidade do IPO com a satisfação da procura no CHLN. Assim, no âmbito deste protocolo, o IPOLFG realizará os exames de Medicina Nuclear dos pacientes referenciados pelo CHLN, bem como se encarregará do cumprimento dos procedimentos inerentes à sua realização. Na Unidade de PET-TC realizam-se exames de diagnóstico, com recurso à Tomografia por Emissão de Positrões, e é possível a deteção e localização de lesões oncológicas, apoiando o diagnóstico e a escolha de terapêutica futura. Ao CHLN caberá o acompanhamento e a monitorização deste protocolo, através da criação de um grupo de análise que acompanhará e reportará às Instituições envolvidas o desenvolvimento deste acordo de cooperação e parceria. Este protocolo teve, enquanto signatários, da parte do IPOLFG, o Dr. Francisco Ramos, Presidente do Conselho de Administração e a Dr.ª. Sandra Gaspar, Vogal Executiva e, da parte do CHLN, o Dr. Carlos Neves Martins, Presidente do Conselho de Administração e o Dr. Júlio Candeias Pedro, Vogal Executivo

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O Dr. Carlos Neves Martins cumprimentou todos os presentes parabenizando o IPO e particularmente o seu serviço de Medicina Nuclear. Expressou a sua gratidão, em particular ao Dr. Francisco Ramos pela sua disponibilidade e apoio, enaltecendo este protocolo que, nas suas palavras «é um protocolo que se reveste de extrema importância, entre duas instituições muito diferenciadas e com grandes responsabilidades no SNS». Inaugura-se assim, um «novo ciclo de cooperação e parceria CHLN/IPO Lisboa». «Neste dia especial» acrescentou o Presidente do CHLN «cumprimos também objetivo da partilha de recursos e rentabilização de equipamentos ao serviço do doente, com segurança e qualidade, dentro do SNS, acrescida de um esforço de poupança, ao diminuirmos a contratualização ao exterior por contraponto a aumentarmos a capacidade instalada». «Em síntese» concluiu «estamos a cumprir a nossa missão ao gerir com rigor o erário público e potenciando a capacidade de resposta aos doentes, atempadamente, com qualidade e segurança». A concretização desta parceria permitirá ao CHLN encaminhar para o IPOLFG parte dos 700 mil utentes/ano que recebe, sendo que cerca de 500 necessitam de exames PET. Mais concretamente serão encaminhados para o IPOLFG cerca de 80 doentes/mês para PET e cerca de 110/mês para realização de cintigrafias ósseas. O acordo em causa manter-se-á em vigor até dia 1 de dezembro de 2015, com hipótese de renovação, por períodos de 1 ano.


1º Aniversário da Refood Lumiar No passado dia 18 de dezembro de 2014 decorreu, no Campus do Hospital Pulido Valente (HPV) do Centro Hospitalar Lisboa Norte, a comemoração do 1.º aniversário do Núcleo do Lumiar da RE-FOOD. Reunidos nas instalações, estavam da parte da “Refood – Lumiar” os responsáveis, os gestores, “fontes de alimentos”, beneficiários, voluntários e representantes da comunidade abrangente e, da parte do CHLN, o Presidente do Conselho de Administração do CHLN, a sua representante no HPV, Dr.ª Mónica dos Reis, a Presidente da Liga os Amigos do HPV, Dr.ª Maria Jorge Nogueira da Rocha e representantes da comunidade hospitalar. O responsável da “Refood-Lumiar”, André Azevedo iniciou este momento de convívio com algumas palavras onde agradece a presença de todos e enaltece o momento que, é nas suas palavras, “para festejar” e recordar que “2015 vai ser um ano de muito trabalho. E será também um ano especial no sentido que é o ano em que Lisboa é a Capital Europeia do Voluntariado e é um tema que deve receber a nossa maior reflexão, pois o voluntariado é uma ferramenta primordial para conseguirmos tornar a sociedade mais justa, e acho, que todos nós temos que trabalhar mais um bocadinho nisso.” O responsável da “Refood – Lumiar” abordou ainda a necessidade de ampliar o corpo de voluntariado, bem como a distribuição das tarefas e respectivos papéis na organização, para “que possamos estar abertos durante o fim-de-semana”.

De seguida, usou da palavra o Dr. Carlos Neves Martins, Presidente do CHLN, que manifestou a sua felicidade por estar presente neste aniversário e por sentir e partilhar com núcleo o sentido do dever cumprido. Nas suas palavras “Nós também temos o sentido de dever cumprido, ao facilitarmos as instalações que tínhamos disponíveis ao serviço do projeto e da comunidade, dentro daquilo que para nós é também, um motivo de preocupação e, sobretudo, de motivação. A batalha que travamos, diariamente para conferir uma maior humanização, qualidade e melhor tempo de resposta na prestação de cuidados de saúde, àqueles que confiam em nós a sua vida, e a sua qualidade de vida. Colaborarmos com a comunidade onde estamos integrados, independentemente de sermos um centro hospitalar universitário, e procuramos dar resposta às necessidades do País ,integrando de acordo com a nossa politica de responsabilidade social, projetos virados para a comunidade, como o caso da Refood .

Após breve nota reflexiva sobre a importância e dever de cada indivíduo, de não voltar as costas aos problemas da sociedade e, da intenção do órgão gestor que gere, em estimular através dos meios institucionais, a articulação dos meios com a Refood, desejou a todos os presente umas santas festas. O mentor do projeto, Hunter Halder quis, igualmente, deixar o seu testemunho neste dia especial, parabenizando todos os intervenientes pelo trabalho desenvolvido, refletindo um pouco sobre a importância do voluntariado, das parcerias institucionais e privadas e incentivando cada um a encontrar um meio de reforço da equipa de voluntariado já existente, para que o projeto possa crescer e desenvolver-se. Para além destes intervenientes, usaram da palavra gestores da “Refood Lumiar, um representante das “fontes de alimento” e uma beneficiada do projeto, que conferiram, na primeira pessoa, um emocionante testemunho pessoal do seu papel na associação.

Para além destas intervenções, decorreu ainda a apresentação da Newsletter da Refood–Lumiar, com a divulgação dos resultados obtidos, bem como o anúncio das projeções para o futuro. Este novo meio de divulgação da associação vai igualmente destacar as empresas que, com o seu contributo apoiam esta causa. O Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) apoiou, desde o início, a instalação do Núcleo do Lumiar através da cedência das instalações físicas e garantia logística das mesmas, numa área que estava sem utilização, inserida na política de responsabilidade social do CHLN. Através desta parceria, o CHLN continua a ser, até à data, a única entidade pública de administração central com parceria formalizada com este projeto de voluntariado, que presta apoio alimentar à população mais fragilizada da sociedade, através do aproveitamento de bens alimentares.

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1º Ano da Refood-Lumiar

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No dia do primeiro aniversário da Refood Lumiar, a LXNorteNews foi ouvir André Azevedo, Responsável pela Refood Lumiar, que numa curta entrevista faz um balanço positivo e deixa antever alguns projetos desta associação. A Refood Lumiar faz um 1 ano. Na qualidade de seu responsável, que balanço faz das atividades e das iniciativas que até agora têm sido feitas? “Faço um balanço bastante positivo, tendo em conta que abrimos dia 18 de dezembro de 2013, e iniciámos as obras de reparação para abertura deste Refood cerca de nove meses antes, ou seja aquando da 1ª reunião – sementeira, onde tivemos cerca de 100 a 110 pessoas interessadas em ser voluntários. Em março de 2013, fomos marcando reuniões para averiguação e distribuição dos diferentes papéis e tarefas: quem queria ser gestor ou seja, quem é que queria assumir mais responsabilidade para ajudar a operacionalizar e a organizar este espaço, onde estamos há 1 ano. Desde essa altura que tivemos vários apoios, por parte de todos os voluntários e de benfeitores, para arranjar tudo o que é necessário para o centro de operações, para as obras etc. Obtivemos naturalmente um grande apoio por parte da “Refood – central” e por parte do seu fundador e mentor deste projeto, Hunter Halder. Um ano após a sua inauguração, o balanço que fazemos fala por si: conseguimos doar 8.500 refeições, com o apoio de cerca de 60/65 voluntários, isto porque há sempre uma oscilação a considerar em termos de fluxo de voluntários. A “Refood Lumiar” beneficia, atualmente, cerca de 115 pessoas; metade das famílias levam um saco completo e, outra metade, um saco de pão e bolos, isto porque existem “fontes de alimentos” que só doam pão e bolos, por ser o único alimento que têm para dar. Damos resposta a todos, de acordo com aquilo que recebemos, que é o cerne da nossa existência, digamos assim.” Quer ressalvar alguma iniciativa que tenha sido neste ano inaugural, levada a cabo, ou alguma que tenha sido mais importante? Em primeiro lugar destaco a própria inauguração: a “Refood-Lumiar” foi a que teve a inauguração mais mediática, pois tivemos gentilmente o apoio da Fundação MAPFRE e da Sic Esperança e contámos com a presença da Infanta de Espanha, D. Elena de Borbón, o que nos concedeu um amplo mediatismo, não só à inauguração em si, mas a todo o projeto Refood. Seguidamente, os momentos de maior impacto que destaco foram: o Mercado de Natal do Lumiar e a reunião que tivemos com várias associações locais, em que demos a conhecer a “Refood”, onde reforçamos a nossa presença, a nossa necessidade de ampliar o corpo de voluntariado e de apoio da comunidade abrangente. Realço, igualmente, o “Urban Market”, no qual estivemos representados e pudemos divulgar a Refood com maior amplitude, junto de todos os visitantes.

Está interessado em colaborar com a Refood Lumiar?

Envie um email para: refood.lumiar@gmail.com

Pode descrever-nos como foi a sua integração aqui no Lumiar, quer em termos de população hospitalar, quer a população não hospitalar, a comunidade abrangente? Na apresentação, quando o Sr. Hunter Halder esteve no Lumiar, contámos com cerca de 110 pessoas, dais quais 20 foram proponentes a gestoras para apoiar o estabelecimento do projeto. E foi a partir daí que tudo começou: iniciou-se a prospeção de espaços na zona do Lumiar e nessa altura, proporcionou-se um contato mais direto com o Dr. Carlos Martins. O Presidente do Centro Hospitalar Lisboa Norte é, a nosso ver, uma pessoa muito sensível às causas da Solidariedade e do Voluntariado, considerando-as, tal como nós, a força impulsionadora para uma sociedade mais justa. O Dr. Carlos Neves Martins mostrou interesse em apoiar este projeto e propôs-nos este espaço, no Campus do Hospital Pulido Valente. O CHLN disponibilizou-nos assim, um espaço amplo e respetivo apoio logístico, desde que assumíssemos a obras de requalificação e melhoria da infra-estrutura. E assim foi, facto pelo qual estamos muito gratos, sobretudo ao Hospital Pulido Valente, nosso principal parceiro. A partir desta altura fomos gradualmente envolvendo a comunidade, através da elaboração de flyers e cartazes, da sensibilização durante as liturgias, que é dos momentos, aqui no Lumiar, em que temos uma maior concentração de população e que podemos passar a palavra do projeto “Refood” e do seu conceito simples: recolher alimento num dia, escoar/doar no outro.


– Entrevista André Azevedo Quantas empresas ajudam em termos de fornecimento/ doação de alimentos? Temos, neste momento, uma listagem das zonas do Lumiar e Alta de Lisboa, com cerca de 60 a 70 potenciais “fontes de alimentos”: algumas delas não pretendem apoiar porque, dizem, não têm desperdício, outras porque não se revêm neste projeto mas, atualmente temos entre restaurantes, cafés e supermercados cerca de 23 “fontes de alimentos”. Estes fornecedores são todos da zona do Lumiar e Alta de Lisboa? Exatamente! Quer-nos falar um bocadinho da génese do projeto? O Hunter Halder é um cidadão americano. Há algum tempo estava cá, em Portugal, num restaurante com o filho que, no fim da refeição, olhou para a cozinha e viu que estavam a guardar a comida e questionou o pai sobre qual seria da fim da mesma. Foi este episódio que se tornou a génese de todo o projeto! O nosso mentor reside na rua Nossa Sra. de Fátima, mesmo em frente à Gulbenkian, e onde se localiza a sede da 1ª Refood, que já conta com 3 anos de existência. Basicamente, foi aí que tudo começou. Após 2 anos do início do primeiro projeto, abriu a “Refood –Telheiras”, de seguida “Refood –Lumiar” no dia 18 de Dezembro de 2013, e a seguir a nós, abriu a “Refood –Alfragide” e a “Refood-Olivais”. No próximo dia 20 é a inauguração da “Refood - São Sebastião da Pedreira”. Estão ainda previstas as aberturas da “Refood” no Parque das Nações” e em Belém e, no início de 2015, em Braga, Porto, Coimbra, Algarve, Santarém. Decorreu no dia 13, o 1º Encontro Nacional Refood, no auditório do ISCTE e que contou com a participação de cerca de 400 participantes. E projetos para o ano 2015? A nossa maior necessidade é a de ampliar o nosso corpo de voluntários! Dar a conhecer a “Refood-Lumiar” à comunidade envolvente, às entidades, empresas e parceiros; envolver cada vez mais o órgão gestor do CHLN e a comunidade hospitalar nas nossas atividades e no incremento e na divulgação dos nossos resultados. Basicamente, o mais importante não é só o trabalho feito, mas comunicar às pessoas os resultados obtidos, no fundo o impacto do trabalho feito pelos voluntários. Em 2015, esperamos também durante os fins-de-semana. Neste momento, só são feitas recolhas ao domingo à noite, um dia complicado mas necessário, pois desse ato dependem pessoas que não têm alternativas na sua subsistência. Portanto, a ideia é abrir ao fim-de-semana, fazer mais recolhas, obter mais parceiros e mais gestores para conseguir dar resposta a toda a população que necessita! A nível de apoio hospitalar diga-nos o que ainda pode ser feito? Pode ser reforçada a parceria entre a Instituição e a “Refood-Lumiar” nomeadamente na área dos eventos, semelhante à recolha feita no dia 16 de outubro, que representou uma 1ª abordagem em seio hospitalar. Curiosamente, percebemos que existe uma percentagem considerável de funcionários que não conhecem a “Refood” ou que pensavam que tínhamos acabado. E porquê? Simplesmente, grande parte dos funcionários saem por volta das 17h00 e a “Refood” abre às 18h30, o que pode gerar dúvidas. É importante passar a palavra que estamos cá, a trabalhar para estruturar cada vez mais parcerias. Neste momento, a nossa atenção foca-se na sedimentação das relações com a Liga de Amigos do HPV, que tem um voluntariado com cerca de 80 pessoas e que pode resultar numa cooperação interessante. Compromisso e responsabilidade… estas devem ser as palavras de ordem em 2015, em que Lisboa será a capital europeia do Voluntariado.

Hunter Halder na 1ª pessoa “A minha experiência [enquanto fundador deste projeto] é de que as pessoas respondem à oportunidade de servir o Outro. A Refood representa disso mesmo: uma oportunidade para servir a comunidade. A nossa oferta é um convite que formulamos no sentido de “dar” duas horas por semana a esta causa, uma coisa perfeitamente viável para todos nós. As pessoas vêm até a Refood, contribuem com duas horas de trabalho e saem felizes! Quem quer um bocadinho mais de felicidade na sua vida… Venha ter connosco ser voluntário nesta causa!

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CAML oficializa Memorando de Entendimento e Acordo de Cooperação O Lisbon Marriott Hotel foi o local escolhido para a oficialização de um Memorando de Entendimento e de Cooperação entre o Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML) e o Maastricht University Medical Centre (Maastricht UMC+) que decorreu no passado dia 20 de dezembro de 2014, no âmbito do 5th Lisbon Vascular Forum. A parceria entre as duas entidades figura o estreitar de relações de cooperação, já existentes, com particular destaque nas doenças cardiovasculares. Os objetivos deste memorando centram-se em várias áreas nomeadamente, na cooperação técnica, médica e cirúrgica, na formação e especialização de quadros, bem como na investigação científica e na inovação. Este memorando abre, igualmente, a oportunidade de se desenvolverem outras atividades da área das Ciências da Saúde. Teve, na qualidade de signatários, da parte do CAML, o Dr. Carlos Neves Martins, Presidente do Conselho Diretivo, e da parte do Maastricht UMC+, o Dr. Guy Peeters, Presidente do Conselho Diretivo. Ficou assim formalizada a criação do Centro de Doenças da Aorta de Lisboa - Lisbon Aortic Centre, um projeto que tem vindo a ser acalentado desde há alguns anos a esta parte e que, concentrará em si, recursos que permitirão o desenvolvimento especializado e, desta forma, o acréscimo de qualidade no tratamento dos doentes, uma meta alcançada pelos Serviços de Cirurgia Vascular, de Cirurgia Cardiotorácica e de Cardiologia do Hospital de Santa Maria (HSM) – Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), bem como de outras especialidades envolvidas.

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Foi igualmente estabelecido um Acordo Parcelar, que materializa e formaliza a cooperação, já existente de alguns anos a esta parte, e que segundo o Dr. Carlos Neves Martins, Presidente do CAML “nos tem apoiado na nossa diferenciação” e, acrescenta ”reforça o estreitar das relações com Maastricht em áreas diversificadas”. A cooperação estabelecida teve, enquanto signatários, da parte da Direção do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital de Santa Maria (HSM-CHLN), o Prof. Doutor José Fernandes e Fernandes, e da parte da Direção do Cardiovascular Centre of Maastricht UMC+, o Prof. Doutor Michael Jacobs. Com a criação e futuro desenvolvimento do Centro de Doenças da Aorta – Lisbon Aortic Centre, que ficará alocado ao Serviço de Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar Lisboa Norte (HSM-CHLN), e sob a responsabilidade do Prof. Doutor José Fernandes e Fernandes, lançam-se as bases de um centro de referência e de excelência, de âmbito europeu, vocacionado para o tratamento das doenças cardiovasculares, privilegiando a Patologia da Aorta. O Presidente do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Dr. Carlos Neves Martins e, igualmente, Presidente do CAML realçou ainda a importância desta oficialização com Maastricht, enquanto culminar de um trabalho árduo de meses, e que certamente resultará em profícuos desenvolvimentos e partilhas, a nível científico. O Presidente do CAML antecipou que está prevista para o primeiro trimestre de 2015, uma conferência internacional, na qual Maastricht partilhará com os colegas portugueses, informação e experiência sobre as ferramentas de tecnologias de informação e gestão operacional clínica utilizadas.


Direção do Internato Medico do CHLN com Novas Instalações A Direção do Internato Médico (DIM) do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) já funciona nas novas instalações, localizadas no piso 8 e com acesso através dos elevadores 7, 18 e 19. Embora já em funcionamento desde a última semana de novembro, a visita inaugural por parte dos elementos do Conselho de Administração decorreu no passado dia 9 de dezembro de 2014. O Presidente, Dr. Carlos Neves Martins, os Vogais Executivos, Dr. Manuel Roque e Dr. Júlio Pedro e a Enf.ª Diretora Catarina Batuca, acompanhados dos assessores Dr.ª Sandra Brás e Dr. Francisco Matoso, dos representantes do Serviço de Instalações e Equipamentos, Eng.º Durão de Carvalho e Eng.º Nuno Jorge, da parte do Serviço de Instalações e Equipamento(SIE) bem como do Dr. João Paulo Farias , Diretor do Internato Médico, visitaram as instalações, para ver in loco as obras de melhoria já concluídas.

Trata-se de uma área do Hospital de Santa Maria que foi recuperada e adaptada para as Instalações do Internato Médico passando, assim, a ter condições de trabalho condignas e adaptadas à receção e atendimento dos mais de 600 médicos internos que se encontram a fazer a sua formação no CHLN. Atualmente, a Direção do Internato Médico já possui uma sala de reuniões partilhada, um gabinete de Direção e secretariado, um espaço de arquivo e uma sala destinada a reuniões ou outras atividades do Internato Médico, e respetivas instalações sanitárias. Nas palavras do Diretor do Internato Médico, Dr. João Paulo Farias “Trata-se de uma mudança extremamente positiva para o funcionamento do Internato Médico. Temos cerca de 600 internos que se encontram a fazer a sua formação no CHLN. Estas instalações vêm dar um contributo inestimável, em termos de condições físicas mais adequadas e condignas, permitindo que os médicos internos tenham um espaço mais adequado para recorrer, quando necessitam de resolver assuntos ligados à sua formação”. É importante referir que estas obras de requalificação, que afetaram uma ala do piso 8, para além das novas instalações do Internato Médico integrarão, igualmente, outros serviços do CHLN. .

Direção de Internato Médico - Contactos: Hospital de Santa Maria – Piso 8 internato.medico@chln.min-saude.pt

Isabel Rodrigues isabel.rodrigues@chln.min-saude.pt 217805347 ext. 55347

Ana Saúde ana.saude@chln.min-saude.pt ext. 52861

Leonor Garcia leonor.garcia@chln.min-saude.pt 217805346 ext.55346

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Ao longo da apresentação, foi apresentado todo o percurso até agora percorrido pela UUG e toda a Equipa Multidisciplinar de voluntários, que a constitui, desde a sua criação, em 2011, passando pelas suas participações em Seminários e Congressos internacionais, publicações de trabalhos científicos e diversos Prémios, dos quais destacaríamos 2 Prémios Hospital do Futuro. Foi realçado o facto de existir no CHLN a primeira Consulta de Geriatria e a primeira Visita Domiciliária de Geriatria organizadas em moldes internacionais.

Unidade Universitária de Geriatria apresenta sessão pública O Prof. Doutor João Gorjão Clara, Coordenador da Unidade Universitária de Geriatria (UUG), apresentou no passado dia 4 de dezembro, numa das sessões públicas das 5ªs feiras da UUG, o tema: "O percurso da Unidade Universitária de Geriatria: passado e futuro", no Anfiteatro do Hospital Pulido Valente – CHLN. Estiveram presentes nesta sessão, além de diversos colaboradores do Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Adjunto do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Prof. Paulo Alexandre Boto e o Chefe do Gabinete do Secretário de Estado da Saúde, Dr. João Nabais.

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O Prof. Gorjão Clara informou os presentes do honroso convite que lhe foi endereçado para Presidente do Congresso da European Union Geriatric Medicine Society, que se realizará em outubro de 2016, em Lisboa. Ao longo da apresentação, foi ainda realizada uma análise comparativa da situação presente da Geriatria ao nível europeu, tanto em termos de ensino, como de prática. Foi destacado o facto de que a Consulta de Geriatria não servir para o ensino da geriatria, que sendo uma cadeira clínica é ainda hoje ensinada na Faculdade de Medicina sem a sua componente prática, pois não existe no nosso país nenhuma unidade de internamento de Geriatria, ao contrário do que se verifica em todos os países onde a geriatria faz parte do Curriculum das escolas médicas.


12º Congresso da União Europeia de Medicina Geriátrica – EUGMS O Prof. Doutor João Gorjão Clara, Coordenado da Unidade Universitária de Geriatria do Hospital Pulido Valente – Centro Hospitalar Lisboa Norte (HPV CHLN) foi convidado a presidir ao 12º Congresso da União Europeia de Medicina Geriátrica - EUGMS, a decorrer em Lisboa de 5 a 7 de outubro de 2016. Sob o tema “Descobrindo novos caminhos no mundo Geriátrico”, este congresso associa o pioneirismo aos futuros caminhos da Geriatria, na busca de novos conhecimentos que permitam melhor a prestação de cuidados aos pacientes mais idosos. Para mais informações, consultar o site www.eugms2016.org

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EM FOCO Numa visita guiada às instalações físicas do Data Center do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) verifica-se a especificidade da sua composição e organização, e constatase uma renovação menos visível da área TIC. Antes de aceder ao Data Center do CHLN que integra, em si, todos os dados e soluções dos 2 campus de saúde, existe uma sala antecedente, munida de extintores adequados a garantirem a segurança da infraestrutura, em caso de incêndio, e outra pequena antecâmara que alberga as baterias afetas às UPS do Data Center (que estão constantemente a ser carregadas para garantir qualquer acesso aos dados no caso de falha elétrica). O Data Center pode ser descrito, fisicamente, como um espaço amplo, organizado por quatro corredores, climatizados por cinco aparelhos refrigeradores que garantem a temperatura adequada. De frente para o Data Center), da esquerda para a direita, existe o “corredor da rede”, onde chegam os circuitos externos, onde se encontra tudo o que são comunicações e que, posteriormente, vão ligar aos equipamentos; seguidamente existe o “corredor do storage” (ou armazenamento) onde se encontram todos os dados guardados: emails, imagens, dados de aplicações, as aplicações, etc; segue-se o ”corredor dos servidores” que, neste momento, servem o hospital (os novos e os que vão ser descontinuados) e o corredor seguinte, que agrega em si, todos os servidores específicos que suportam outras soluções e que, por esse motivo, ainda se encontram em funcionamento, até que seja encontrada uma solução mais adequada para o suporte das mesmas. Nos últimos 2 anos, os equipamentos do Data Center foram substituídos na sua quase totalidade. O montante despendido na manutenção do storage anterior da Instituição, permitiu uma reformulação completa do storage e ainda a aquisição duma solução que permite a recuperação dos dados em caso de desastre. Foi também renovada cerca de 75% da capacidade de processamento. A otimização verificada no espaço ocupado permite que o Data Center possa continuar a alojar mais sistemas e soluções a longo prazo sem necessidade de ampliação física, o que traduz a modernidade dos equipamentos em uso. Relativamente aos gastos com os circuitos entre os polos Hospitalares que integram o Centro Hospitalar Lisboa Norte, estes passaram para zero. “Como integramos o Ministério da Saúde, existe uma rede informática da saúde, cuja função é garantir as ligações intra-hospitalares, não fazendo assim sentido ser a nossa instituição a suportar custos inerentes ás comunicações entre o Hospital de Santa Maria e o Hospital Pulido Valente” diz-nos o Eng.º João Louro, Diretor do Serviço de Sistemas de Informação do CHLN. Relativamente ao storage, transitou-se de uma situação anterior que incluía 8 soluções de storage, com o consequente esforço de gestão e manutenção, para a situação atual, com a aquisição de duas unidades que substituíram as primeiras, e que implicam menos espaço físico, menor esforço de gestão e de manutenção. Este facto deve-se, sobretudo, à existência de um espaço específico de alocação de dados, o que facilita a sua localização e manutenção, condensando-os, através de um armazenamento mais inteligente e adaptado às especificidades dos dados da instituição.

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Renovação do “A renovação dos servidores e do storage, permitiu-nos também proceder a atualização das principais aplicações que possuímos no CHLN. Passámos a ter as versões mais atualizadas das aplicações Glintt, Alert, Sectra (PACS), Maxdata, Siemens/PICIS e SAP R/3, com mais funcionalidades e melhores tempos de resposta dos fornecedores. Para além desses upgrades, efectuámos também a consolidação de aplicações e de dados que se encontravam dispersos pela Instituição”, refere o Eng.º João Louro. Se esta parte da renovação do parque informático é menos perceptível, existiu igualmente um esforço, importante e visível, na aquisição de 200 impressoras e 900 computadores pessoais, o que representa uma renovação de 25% do parque informático. Assumindo um tempo de vida útil de 6 anos, dever-se-ia renovar 600 PC’s todos os anos. No entanto, como nos anos de 2011-2012 não foram adquiridos computadores, a obsolescência do parque informático foi-se agravando. Assim, em 2015, será necessário manter o ritmo de renovação para alcançar uma situação de sustentabilidade na plataforma de PC’s. “Para 2015, está prevista a renovação dos equipamentos centrais da rede de comunicações e, posteriormente, o resto da rede. Em termos numéricos, existem 160 bastidores, com cerca de 200 switches ligados a estes equipamentos centrais. A obsolescência da rede torna premente a necessidade da sua renovação, mas é um investimento avultado, cerca de 600 000€, o que faz com que tenha de ser uma renovação feita dentro das possibilidades de verba existente.” – acrescenta o Eng.º Filipe Garcia.

Corredor de dados, com novos equipamentos de storage

Os novos equipamentos de storage


Parque Informático do CHLN

Sistema de Refrigeração do Datacenter

Novos computadores em utilização no Centro de Ambulatório.

Foram também conseguidas significativas poupanças, relativamente a serviços de comunicações de voz e dados, que permitiram compensar os investimentos em equipamentos e em software. Estes, por sua vez, oferecem uma maior garantia de serviço na área TIC. Este investimento, ainda permitiu que fosse adquirida a já mencionada solução de alojamento de dados e Disaster Recovery. ”No fundo, se fizermos as contas, a três anos, com a poupança verificada nos serviços de comunicações de dados e voz deu para pagar o investimento que foi efetuado” conclui o Eng.º Filipe Garcia. “Em termos de storage” – acrescenta – “o CHLN, com a aquisição efetuada, ficou com uma capacidade útil superior a 200 TeraByte que, para o crescimento estimado de informação tratada e salvaguardada, implicará um necessário acréscimo anual em cerca de 20%. Com estas renovações informáticas, os ganhos que a Instituição tem, podem ser medidos não só em termos de espaço físico e virtual, como também nas poupanças de energia ou de mãode-obra por equipamento, dado que estes estão condensados e organizados de forma a facilitar o trabalho informático. Antecipa-se uma poupança de energia em 3 anos de cerca de 25 mil euros”. Uma referência final para a implementação do Processo Clínico Electrónico, o mais importante projeto a decorrer no SSI a nível de aplicações clínicas, somente possível após o upgrade das aplicações Glintt e respectiva infra-estrutura de hardware. Actualmente, já existem no CHLN 6 serviços-piloto onde o processo clínico eletrónico se encontra implementado com sucesso, esperando-se até ao final de 2015 conseguir alargar a 40% dos serviços clínicos e concluindo, em 2017, a totalidade dos serviços.

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CHLN DÁ EXEMPLO DE SUSTENTABILIDADE Unidade de Medicina de Reprodução do CHLN Os progressos clínicos da Unidade de Medicina da Reprodução do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) permitiram-lhe ser em três anos consecutivos (2010 a 2012) um dos centros públicos com a maior taxa de sucesso na fertilização in vitro (FIV) e na microinjeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI).

Como Centro de Excelência que é, a Unidade de Medicina da Reprodução do CHLN pretende afirmar-se como referência nacional na área, oferecendo a melhor qualidade clínica na resposta atempada às solicitações internas e externas no diagnóstico e tratamento da infertilidade. Para além disso, pretende instituir-se ainda como referência na investigação clínica e na formação de novos profissionais da área.

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Na Unidade de Medicina da Reprodução do CHLN trabalham cinco especialistas em Ginecologia e Obstetrícia (responsáveis pelas consultas e ecografias associadas, intervenções cirúrgicas terapêuticas e diagnósticas e todos os actos clínicos e registos relacionados com a actividade em procriação medicamente assistida), três embriologistas clínicas (responsáveis pela execução de todos os procedimentos referentes a manipulação e processamento de células e tecidos reprodutivos e dos embriões resultantes), dois enfermeiras (uma na consulta e uma no sector laboratorial, onde se efectuam as punções ováricas aspirativas, as inseminações artificiais e as transferências de embriões), uma assistente operacional e duas assistentes técnicas. A Unidade utiliza o bloco operatório e enfermaria do Serviço de Ginecologia e a Unidade de Ecografia do Departamento (para exames de diagnóstico), beneficiando também da colaboração do Serviço de Imagiologia (para a realização de HSG), do Serviço de Urologia (para investigação de situações de infertilidade masculina e concretização de biópsias testiculares) e do apoio da Psicologia (sempre que os casais que o solicitem ou quando seja reconhecido que dele necessitam).


ENCONTRO DE superior ENFERMAGEM HOSPITAIS comI taxa de sucesso à médiaDE nacional A Infertilidade em Portugal Reconhecida como doença, a infertilidade tem ganho importância crescente enquanto problema social e de saúde. A prevalência da infertilidade é difícil de avaliar, sendo comum afirmar-se que afecta entre 10 a 15% dos casais em idade fértil. Um estudo de caracterização da infertilidade em Portugal, desenvolvido através de inquéritos na comunidade, estima que 9,8% das mulheres com idade entre os 25 e 69 anos tiveram um problema de infertilidade, sendo esta percentagem de 8,2% para mulheres entre os 25 e 44 anos. A infertilidade tem sido considerada uma área prioritária na política de saúde em Portugal e, por essa razão, foi definido um Programa Específico para Melhoria do Acesso ao Diagnóstico e Tratamento da Infertilidade. A Procriação Medicamente Assistida (PMA): Enquadramento legal A Lei 32/2006, de 26 de Julho, surge para regular a utilização de técnicas de PMA em Portugal. Este diploma estabelece que as técnicas de procriação medicamente assistida destinam-se às situações de tratamento de infertilidade (ficando assim estabelecido o carácter subsidiário e não alternativo da PMA enquanto método de procriação) e que podem recorrer às mesmas pessoas casadas e as que sendo de sexo diferente vivam em união de facto há pelo menos dois anos. Critérios de acesso Foram definidos critérios de acessibilidade dos casais a técnicas de PMA baseados em razões de ordem clínica e de custo benefício em saúde materna e infantil. Foi igualmente determinado que seriam beneficiários todos os casais, excepto os que tenham mais de um filho em comum. Relativamente à idade, os critérios fixados foram: - Admissão para consulta de apoio à fertilidade: sem limite de idade da mulher, desde que referenciada pelo Médico de Família. - Admissão para técnicas de PMA de 1ª linha (indução de ovulação e inseminação intra-uterina): todas as mulheres que não ultrapassem os 42 anos (41 anos e 364 dias). Entende-se por admissão o momento de realização da técnica. - Admissão a técnicas de PMA de 2ª linha (fertilização in vitro e injecção intracitoplasmática de espermatozóide): todas as mulheres que não ultrapassem os 40 anos (39 anos e 364 dias). Entende-se por admissão o momento de realização da técnica.

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CHLNde DÁ EXEMPLO eDE SUSTENTABILIDADE Farmácia Ambulatório Central de Colheitas do HSM-CHLN vão ter novas instalações Após meses de análise das hipóteses de realocação da área anteriormente concessionada para uma Farmácia comercial, foi concluído, pelo órgão gestor, que este espaço deveria ser de facto novamente público e ao serviço direto dos doentes do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN). Assim, privilegiando a melhoria das condições de atendimento aos utentes e de trabalho para os colaboradores, o Conselho de Administração do CHLN deliberou realocar os serviços de Farmácia de Ambulatório (dispensa de medicamentos) e a Central de Colheitas do Serviço de Patologia Clínica neste espaço, tendo em conta as dinâmicas próprias destes dois serviços e das reconhecidas vantagens em alocação, numa zona de maior acessibilidade e com melhores condições de humanização, dada a sua elevada afluência de utentes. A reutilização e reorganização dos atuais espaços, ocupados pela Central de Colheitas e pela Farmácia de Ambulatório, também permitirão melhorar as condições de atendimento no Centro de Ambulatório, em particular nas áreas de Hospital de Dia e Bloco de Exames de Gastrenterologia que se encontram nas áreas adjacentes. A criação de condições de atendimento aos utentes de Ambulatório tem para o Conselho de Administração uma importância estratégica prioritária, no contexto assistencial do CHLN, pelo que a relocalização destes dois serviços, que abrangem em média 880 doentes por dia, permitirá uma clara melhoria no acesso e no atendimento. O custo previsto de investimento para o layout proposto é de € 170 000,00 (cento e setenta mil euros), projeto e valor a inserir no Plano de Investimentos de 2015. Esta iniciativa teve em conta que as atuais condições de atendimento dos utentes na Central de Colheitas do Serviço de Patologia Clínica e na dispensa de medicamentos de ambulatório dos Serviços Técnico-Farmacêuticos do HSM (circuitos, salas de espera, condições de atendimento e acessibilidade) não eram as melhores assim como as atuais instalações não permitem qualquer melhoria, recorrendo-se inclusive já a soluções provisórias (contentores). Foi ainda tido em conta o facto do fluxo de utentes, gerado no núcleo central de acesso ao Centro de Ambulatório do HSM e a estes dois serviços, estar muito congestionado e ter diversos picos sobrepostos de atividade, com inúmeros inconvenientes para os doentes e para os profissionais.

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Para contextualização do anteriormente dito, recorda-se alguns indicadores de atividade do Centro Ambulatório, da Central de Colheitas e da Farmácia de Ambulatório do HSM: Entre janeiro e outubro de 2014 realizaram-se, no CHLN, 546.339 consultas (médicas e não médicas); No período decorrido entre as 8h e as 14h realizaramse 70,6%, isto é, 385.715 consultas; A média diária, por dia útil, foi de 2.589 consultas, com 1.812 entre as 8h e as 14h; Em 2013 foram realizadas 137.867 colheitas (doentes) na Central de Colheitas; Entre as 7h e as 14h realizaram-se, em média, 89,6% do total de colheitas, isto é 123 528; A média diária realizada, por dia útil, foi de 509 colheitas (456 entre as 7h e as 14h); O movimento estimado por dia, sem considerar acompanhantes, na zona do Ambulatório é de 2.268 utentes entre as 7 e as 14h, representando as colheitas 20%, isto é cerca de 450; Os doentes em acompanhamento e com dispensa de medicamentos de Ambulatório, em 2014, foram 12.313;

O número de atendimentos realizado na Farmácia de Ambulatório foi, de janeiro a outubro, de 74.678, com uma média diária de 370 atendimentos por dia O valor do consumo de medicamentos em Ambulatório, até outubro, foi de 52 milhões de euros. Recorda-se, a terminar, que o atual Conselho de Administração decidiu, em 2013, denunciar o contrato de gestão, celebrado em 2009, com a empresa concessionária da Farmácia comercial e, posteriormente acionou a posse administrativa do espaço, o que aconteceu também em finais do ano passado. Para além do espaço ter sido integrado legalmente no perímetro de responsabilidade do Conselho de Administração, foi igualmente reforçada a ação judicial para que o CHLN seja ressarcido em aproximadamente 7 milhões de euros, referentes a rendas e percentagens de faturação nunca cobradas no período de 2009 a 2013, designadamente até à cessação do contrato de exploração da Farmácia e à reversão do espaço para o património do CHLN, medidas que se enquadram nas boas regras de gestão públicas e de transparência processual praticadas na instituição.


I ENCONTRO DE ENFERMAGEM DE HOSPITAIS XXI Jornadas de Pediatria do HSM - CHLN As XXI Jornadas de Pediatria, subordinadas ao tema «Inflamação», realizar-se-ão nos dias 12 e 13 de fevereiro de 2015, no Edifício Egas Moniz, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e são uma organização do Departamento de Pediatria do Centro Hospitalar Lisboa Norte, sob a Presidência da Profª. Doutora Maria do Céu Machado. Estarão em discussão, através de mesas redondas, temas como "Inflamação pré-natal, para o bem e para o mal", "Quando dormir provoca inflamação", "Doença inflamatória intestinal - do micro ao macro", "Ambientes, inflamação e pulmão", "Encefalite autoimune". Decorrerão também duas conferências sobre "Inflamação e Neurodesenvolvimento" e "Inflamação: a importância de ser tolerante". As Jornadas contarão com apresentação de posters e realização de simpósios, contemplando ainda, ao longo dos dois dias, várias sessões onde serão abordadas questões como a lesão renal na doença inflamatória intestinal, as células estaminais em Neonatologia, a anemia e a inflamação, a autofagia na doença metabólica, a inflamação no processamento auditivo central e a terapêutica biológica na Reumatologia. Cursos satélites No dia 11 de fevereiro realizam-se os seguintes cursos satélite: 1. Síndromes autoinflamatórias 2. Equilíbrio hidroelectrolítico e ácido-base 3. Perturbações em pediatria do neurodesenvolvimento 4. Do pulmão ao coração 5. Controlo da dor na idade pediátrica 6. Cuidadores informais

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Luís Mendes da Graça, Diretor do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução do CHLN e professor universitário da FMUL, juntou ao longo dos últimos anos, um conjunto de peças de porcelana chinesa, dos séculos XVII e XVIII, muito significativas. De acordo com as suas palavras, " o seu pendor para o colecionismo de porcelana começou há mais de 20 anos com a aquisição de terrinas, pratos e travessas. Mas, quando há mais de dez anos, por mero acaso, descobriu, num antiquário de Londres, dois pequenos bules de porcelana profusamente decorados, não hesitou em adquiri-los. "Foi a partir dessa altura que a minha coleção, até à data generalista, passou a centrar-se mais num tema, o do chá e dos objetos que são usados para o servir". Nos anos seguintes, tornou-se num frequentador dos mais importantes leilões de Londres, Amesterdão e Paris, em busca de peças para a sua coleção. "Tem sido um trabalho muito estruturado que implica uma aturada investigação sobre cada peça adquirida. Como sou médico e professor universitário, muito habituado à investigação, transportei essa metodologia para a porcelana. Assim, sei onde e quando foi fabricada cada uma das peças que comprei". Algumas dessas peças têm incríveis como é o caso de um bule fabricado na China, em finais do século XVII e que foi recuperado, em 1988, do fundo do mar. A peça fazia parte de um carregamento de porcelana que seguia a bordo de um junco chinês que se dirigia para a Ilha de Samatra e que se afundou. "Os destroços da embarcação foram encontrados no fundo ao mar, ao largo do Vietname. O bule, em porcelana azul e branca, que na origem deveria ter brilho, tornou-se numa peça baça, em consequência do facto de ter estado no fundo do mar ao longo de quase 250 anos. O curioso é que o objeto mantém todos os pormenores decorativos intactos".

Luís Mendes da Graça LXNorte | NEWS | Janeiro’15 | 32

Confirma que “uma visita quase ocasional a uma pequena loja de um antiquário escondida nos fundos de um “centro de antiguidades” em King´s Road, …” esteve na génese da sua paixão pela porcelana da China dos séculos XVII e XVIII (desde que relacionada com o chá)? Confirmo que a génese do meu interesse pela porcelana da China relacionada com o chá ocorreu há cerca de 20 anos com essa visita à pequena loja do Sr, Geoffrey Waters no Antiquarius Antiques Center (já desaparecido) no nº 130 de King's Road. A partir daí, fui-me relacionando progressivamente com os antiquários especializados em porcelana, o que me permitiu ter acesso a um mercado relativamente fechado. A sua coleção foi referenciada como sendo “Uma coleção única no género, uma exposição belíssima e magnífica, rara na qualidade e quantidade dos objetos expostos…”. O que a torna tão única e merecedora de uma crítica tão favorável? A coleção foi-se estruturando a pouco e pouco, mas rara era o mês em que eu não recebia emails dos antiquários londrinos a proporem-me a aquisição de peças de grande qualidade. Obviamente que a minha disponibilidade de aquisição era limitada pelos preços das peças, pois algumas valiam vários milhares de libras. Para além do meu gosto pessoal (que presidiu sempre ao que fui adquirindo) tentei sempre que a minha coleção fosse eclética no que respeita aos formatos e decorações dos bules para chá e das taças e pires. Talvez seja por isso (e pelo número de peças, que atinge quase as 700) que a minha coleção é considerada, neste tema, como uma das melhores que está publicada em catálogo das exposições onde foi mostrada.


A paixão por esta temática é tão profunda que também o levou à escrita de diversos artigos sobre porcelana da China, publicados pelo CCCM em 2005 e pelo Museu do Oriente em 2012 tendo concluído recentemente um livro intitulado: “Porcelana da China: Do Oriente para o Ocidente”. Sente que essa ligação às Artes/Colecionismo influencia o seu desempenho profissional? Tenho a convicção que, para sermos "colecionadores" e não "ajuntadores" de peças, precisamos de nos dedicar a perceber o tipo de arte que colecionamos, os contextos em que foi produzida, as influências da História e os vetores civilizacionais, etc. Fui constituindo uma biblioteca muito consistente sobre a China e a história da porcelana, os símbolos usados na decoração, as ligações da China com o Ocidente e as suas fortes repercussões sobre a produção cerâmica encomendada pelos europeus em Cantão. Daí o convite para escrever diversos artigos de divulgação e para conferências sobre a porcelana da China. O livro está concluído nas suas linhas gerais, mas terei de ter tempo para uma revisão aprofundada do texto e de arranjar quem o publique… Quais foram as experiências artísticas que mais o marcaram? No contexto da porcelana da China, o que é mais marcante sob o ponto de vista artístico é facto de todos os formatos e decorações comportarem um grande simbolismo, que os europeus nunca perceberam integralmente, rendendo-se à beleza estética sem compreenderem o que os artistas queriam transmitir. Esse é um imenso desafio que eu tenho tentado desbravar, ainda que só consiga "arranhar" a superfície. Quer fazer-nos uma breve retrospetiva das suas participações no mundo das Artes/Colecionismo? Tenho participado com a minha coleção em algumas exposições. A 1ª foi a mostra integral da minha coleção da altura (agora está um pouco maior) em 2005 no Centro Científico e Cultural de Macau (Fundação Jorge Álvares). Esta coleção esteve também exposta em 2006 na Casa Ásia (Barcelona). Tenho cedido peças para várias exposições do Museu do Oriente, a última das quais sob a temática "O Chá" onde foram mostradas cerca de 120 peças representativas das diversas "famílias" da porcelana. Em todos estes eventos tenho participado com conferências sobre a expansão portuguesa e europeia e a sua relação com a porcelana. Quer deixar alguma mensagem de incentivo para os profissionais que se queiram dedicar ou aprofundar as suas ligações ao mundo das Artes? Não é fácil um colecionador deixar mensagens para outros. De facto, serse colecionador é algo que faz parte da personalidade do indivíduo, isto é, não é colecionador quem quer, mas quem tenha esse gene bem definido. A quem queira iniciar uma coleção de arte (não falo de selos ou de moedas, ou de caixas de fósforos) tem de pensar que deverá escolher as peças que lhe dizem qualquer coisa pois irá ter de coabitar com elas, terá de as identificar e catalogar, terá de cuidar delas. Tudo isso dá muito trabalho, mas se, na verdade, o seu espírito for esse, o prazer que a coleção lhe dará valerá a pena. Um último conselho: Nunca colecione arte só pelo chamado "investimento", pois viver rodeado por objetos de que não gosta só porque se irão "valorizar" será, certamente, um grande desprazer.

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Damos as boas vindas a… Rita Sofia Baptista Santos da Rosa

Assistente Hospitalar

91 Internos Ano Comum 7 Internos Especialidade

Despedimo-nos de… António José Paredes Mendes Castanheira Augusta Fernandes Rodrigues Botelho Beatriz Alda Henriques Costa Neves Georgina Maria Sousa Joaquim Lopes Gomes José Manuel Vieira Barbas Manuel Vicente Luis Maria Adelina Bandarra dos Reis Maria Amélia Luis Maria Ângela Gil de Carvalho Domingues Maria da Conceição Henriques Pinto Gomes Maria da Piedade Fernandes Maria de Jesus Rodrigues Cardoso Fernandes Maria de Lourdes Ribeiro Moura Maria Glória Ferro dos Santos Dias Maria Gracinda de Almeida Soares Figueiredo Maria Irene Coelho Gustavo Matilde Brás Carlos Teresa dos Santos Correia Nobre

Enfermeiro Assistente Operacional Assistente Graduado Sénior Hospitalar Assistente Operacional Técnico 1ªClasse Assistente Graduado Hospitalar Técnico 1ªClasse Técnico 1ªClasse Assistente Operacional Assistente Operacional Assistente Operacional Assistente Operacional Assistente Operacional Enfermeiro Supervisor Assistente Graduado Hospitalar Assistente Operacional Enfermeiro Supervisor Enfermeiro Chefe Assistente Operacional

15 Internos Ano Comum 1 Internos da Especialidade

LXNorte | NEWS | nº6| Janeiro’15 Ficha Técnica Planeamento, Produção, Edição e Fotografia: Gabinete de Comunicação e Relações Públicas do Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE gab.com@chln.min-saude.pt


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