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Política e economia na pauta

FECOMÉRCIO

POLÍTICA E ECONOMIA NA PAUTA

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Conselho de Economia da Fecomércio-RS debate perspectivas econômicas e cenário eleitoral para 2022

Ascom/Fecomércio

As perspectivas econômicas no Brasil e no mundo, e o cenário político para 2022, no País, foram os principais aspectos abordados na reunião do Conselho de Economia da Fecomércio-RS (CONSEC), realizada no dia 18 de novembro. O encontro presencial aconteceu na sede do Sistema Fecomércio-RS, em Porto Alegre, e foi conduzida pelo coordenador Leonardo Ely Schreiner.

O presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, abriu a reunião destacando a importância do Conselho ao longo de 2021. “Agradeço o trabalho que foi feito ao longo do ano. As perspectivas econômicas são muito importantes, ainda mais neste momento em que vivemos de incertezas ainda decorrentes da pandemia. Vocês são fundamentais para entendermos os cenários”, destacou.

Na sequência, o economista-chefe da Fiergs, André Francisco Nunes de Nunes, apresentou o cenário global econômico. Conforme o especialista, após o pico da pandemia, o pico de estímulos e o pico de crescimento no 1º trimestre de 2021, a economia mundial encaminha-se para um ciclo de normalização das políticas macroeconômicas e deve começar a desacelerar. Outro fator importante é o desajuste na cadeia de suprimentos relatado pelo segmento da indústria gaúcha – segundo o economista, tal desajuste é um problema global disseminado entre os vários setores. Nunes também destacou uma pesquisa realizada pela Fiergs no 3º trimestre de 2021, a qual também apontou que a falta ou o alto custo de insumos e matérias-primas é o principal problema da indústria apresentado pelos empresários e acabam freando a produção industrial gaúcha (70% dos respondentes). O consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, seguiu a reunião esclarecendo aspectos sobre câmbio, inflação e desempenho fiscal. Portugal destacou que o au-

LUCAS SCHIFINO Segundo o assessor parlamentar, as eleições de 2022 ainda se apresentam incertas. Conforme dados coletados em diferentes momentos (Datafolha, Revista Fórum, ESB/UNICAMP), a maioria dos eleitores não têm preferência partidária (quase 60% dos pesquisados)

mento da taxa de câmbio ocorreu no mundo todo, mas que se mantém no Brasil por conta do risco fiscal (furo no Teto de Gastos) associado ao risco eleitoral (em 2 de novembro, dólar chegou a R$ 5,42). Quanto à inflação, o economista indica que esta terá uma queda lenta – podemos chegar a uma inflação pouco abaixo de 10% até abril de 2022 – e ainda demandará juros ainda mais elevados. Já em relação aos juros, estão previstas novas elevações e em um ritmo mais intenso. Os excessos monetários e fiscais de 2020, juntamente com a seca e os problemas de desorganização produtiva geraram uma inflação elevada e persistente que terá de ser controlada com juros próximos de 11%

Marcelo Portugal consultor econômico da Fecomércio-RS

ASCOM/FECOMÉRCIO

“Os excessos monetários e fiscais de 2020, juntamente com a seca e os problemas de desorganização produtiva geraram uma inflação elevada e persistente que terá de ser controlada com juros próximos de 11%”, esclarece o economista. Como último ponto de destaque, o consultor apontou as alterações que ocorrerão em decorrência da PEC 23/2021, que adia o pagamento de precatórios e altera o teto de gastos. “Olhando para frente, a mudança no Teto de Gastos retira a âncora fiscal do país, com efeitos negativos sobre câmbio, inflação e juros”, finaliza Portugal.

Por fim, o assessor parlamentar da Fecomércio-RS, Lucas Schifino, finalizou o encontro apresentando o cenário político atual. Segundo o assessor, as eleições de 2022 ainda se apresentam incertas. Conforme dados coletados em diferentes momentos (Datafolha, Revista Fórum, ESB/UNICAMP), a maioria dos eleitores não têm preferência partidária (quase 60% dos pesquisados). A avaliação do governo é um indicador importante para sinalizar a presença no segundo turno e, de acordo com uma pesquisa da XP/IPESPE, 25% avalia o governo como ótimo ou bom, 21% como regular, enquanto 52% considera ruim. “Apesar de o governo ter perdido avaliações positivas, ainda é uma referência muito forte, o que possibilita uma chegada ao segundo turno, em 2022”, avalia o assessor. Por fim, Schifino ressaltou que as pesquisas indicariam um segundo turno, em 2022, entre Lula e Bolsonaro, contudo ainda é muito cedo para determinar cenários.

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