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OPINIÃO - Dr Carlos Isaia Filho Juntos somos mais fortes

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES

DR. CARLOS ISAIA FILHO Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers)

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Ao completar 90 anos, o Simers é a prova viva de que o médico tem um papel extremamente amplo na sociedade. Não é apenas a mão que consola na beira do leito, também é a voz que grita pelo bem de seus pacientes e seus colegas ... tivemos alguns dos melhores números do país em termos de hospitalizações e recuperações

Em 2020, a classe médica foi chamada a um desafio jamais visto. Por alguns momentos, fomos até chamados de heróis. Fomos aclamados e aplaudidos como seres sobrenaturais, quando estávamos apenas cumprindo o dever ao qual juramos fidelidade. E assim, fiéis a esse juramento, abraçamos todas as dificuldades e nos mobilizamos para fazer tudo o que estivesse ao nosso alcance e além, pois a pandemia assim o exigiu. Nosso compromisso com a busca pela manutenção da vida nunca esteve tão claro. e sofrer junto com os pacientes que perderam a chance de um diagnóstico precoce. Mas estaremos lá, unidos para salvar vidas. O trabalho médico não acaba com a pandemia. Na melhor das hipóteses, duplica.

De todo esse panorama, é importante ressaltar o quanto os médicos gaúchos são altamente qualificados. Os indicadores mostram isso, tivemos alguns dos melhores números do país em termos de hospitalizações e recuperações. Pode-se dizer, com tranquilidade, que a Medicina no Rio Grande do Sul está em nível igual ou melhor à da Europa e dos Estados Unidos. Nossos médicos demonstraram uma capacidade adaptativa ímpar, trabalhando em um contexto de pandemia sem maiores detrimentos à recuperação dos pacientes, senão os inevitáveis.

Isso mostra, também, o quanto a atuação das entidades médicas durante esse tempo teve repercussão. Cada uma em sua competência, buscamos aprimorar a saúde e qualificar a Medicina no melhor de nossa capacidade, com ações que orientaram os médicos e promoveram a ética profissional.

Ao completar 90, o Simers é a prova viva de que o médico tem um papel extremamente amplo na sociedade. Não é apenas a mão que consola na beira do leito, também é a voz que grita pelo bem de seus pacientes e seus colegas. Temos atribuições muito diferentes, mas é em tempos de crise, como o que enfrentamos agora, que entendemos a força da união entre entidades e que, juntos, somos infinitamente mais fortes.

Passado o deslumbramento, voltamos a ser acusados de mercantilismo e corporativismo. Mas o que vimos foi a doação e a entrega até mesmo de médicos que, por possuírem comorbidades ou idade avançada, não deveriam estar na linha de frente. Alguns desses tiveram que ser afastados praticamente à força para serem preservados. Muitos deram a própria vida para enfrentar a pandemia, e seremos eternamen“ te gratos. Historicamente, o médico recebia muitas coisas prontas: protocolos já formados, estudos clínicos estabelecidos, tratamentos consolidados. Mas há um ano e meio, estamos trocando a roda com o carro andando. O progresso nas soluções que encontramos foi rápido, mas não o suficiente para que os médicos escapassem do esgotamento. Enquanto representantes de entidades médicas, tomamos medidas que visaram a garantir a maior segurança possível para os colegas, para os profissionais de saúde que ombreiam ao nosso lado e, principalmente, para os pacientes. Agora, estamos encontrando dificuldades para fazer o rescaldo da crise: precisamos retomar tratamentos que foram interrompidos, cirurgias que foram adiadas, recuperar o tempo perdido nos aspectos preventivos

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