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Dr. Thiago Duarte, presidente da CPI dos Medicamentos
CPI DOS MEDICAMENTOS “São aumentos, em alguns locais, de 10.000%, o Midazolam que era comprado a R$ 2,00 chegou a ser vendido a R$ 199,00, o que coloca em risco a operação hospitalar e em consequência a saúde dos pacientes”, denuncia o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, deputado estadual, Dr. Thiago Duarte
os distribuidores de remédios, precisamos separar o joio do trigo, serão mais de 40 representantes destas empresas a serem ouvidos. Estamos trabalhando em conjunto com Polícia Civil e Ministério Público para que os verdadeiros criminosos sejam punidos exemplarmente protegendo à população. Também queremos construir uma legislação que proteja os hospitais porque assim estaremos protegendo a saúde do povo gaúcho. Como, por exemplo, o Projeto do Mutirão de Consultas Especializadas e Cirurgias e o Projeto que autoriza o estado a comprar estas medicações (por licitação é claro) e repassar aos hospitais, a partir da celebração de convênio, organizando mais adequadamente e diminuindo a possibilidade de falta destas medicações indispensáveis à vida por escassez.
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O senhor além de atuar como deputado, também é médico por formação, portanto conhece bem os dois lados da realidade da categoria. Neste contexto, qual a importância de entidades representativas da classe médica, na luta por mais dignidade na atuação trabalhista?
Proteger as condições de trabalho dos médicos, garantindo a qualidade de atendimento se reflete na saúde dos pacientes, na saúde pública, em índices mais altos de cura, de tratamentos bem-sucedidos e na redução das morbidades e mortalidade. Garantir as condições de trabalho se reflete na qualidade de vida das pessoas e das famílias.
Como o senhor avalia a atuação da atual diretoria do Simers, mais especificamente da regionalização promovida por esta?
É fundamental a atuação do Simers nas regiões. Nas oitivas da CPI ficou bastante claro que os hospitais das regiões mais afastadas e isoladas de grandes centros foram justamente as instituições que mais sofreram com o aumento abusivo de preços de remédios, com a escassez de insumos e a dificuldade na transferência de pacientes entubados. Atuo há quase 30 anos nas regiões mais vulneráveis de Porto Alegre e Região Metropolitana e a regionalização na atuação do Simers vem a atender a necessidade de atenção a estas regiões.
Quais os motivos que levaram o senhor a indicar o Simers à Medalha Mérito Farroupilha da 55ª Legislatura?
O Simers é o maior sindicato médico da América Latina, portanto do Brasil, tem se mobilizado de forma exemplar na busca de mais qualidade no atendimento e nas condições de trabalho da classe médica e assim contribuído para uma melhor saúde de toda população. A atual gestão do Simers tem nos entregue transparência e uma atuação que prima pela ética, eficácia e atuação autêntica, por exemplo, na busca do Parto Seguro, no Planejamento Familiar e na ampliação do acesso ao tratamento psiquiátrico adequado aos pacientes inclusive com acesso a internação. Não criminalizando procedimentos médicos que salvam vidas como a cesariana e a internação psiquiátrica e valorizando o trabalho de todos os profissionais da saúde, principalmente, os médicos.
Nosso estado perdeu mais de duas dezenas de médicos que, heroicamente, atuaram na linha de frente da pandemia. Como o senhor analisa este cenário, de que forma nossas lideranças políticas poderiam agir mais efetivamente nesta questão?
O aumento abusivo dos EPIs foi um dos maiores problemas no início da pandemia, algumas comunidades se mobilizaram para produzirem de forma artesanal máscaras para serem utilizadas dentro de hospitais. Identificamos aumentos de até 2.000 % Nos valores de luvas de látex, máscaras e aventais. Isto evidentemente colocou em risco maior as equipes que não tinham condições de adquirir os EPIs a valores abusivos. Em nome destes que perdemos desenvolvemos o trabalho da CPI, também em nome deles desenvolvemos este trabalho e por isto também é importante punir exemplarmente os culpados por este aumento abusivo no valor das medicações.