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As apostas de Luis Carlos Heinze

Primeiro candidato oficial da corrida sucessória ao governo do estado do Rio Grande do Sul

Entrevista e Introdução: Lucio Vaz

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Luis Carlos Heinze é o primeiro candidato oficial da corrida sucessória ao governo do estado do Rio Grande do Sul. Se tal medida vem como possível reparação pelo acontecido no passado, ou mesmo, uma forma preventiva de evitar que o Progressistas novamente dispense um candidato de três milhões de votos,não sabemos ainda. Neste momento, Heinze está sob os holofotes da imprensa nacional defendendo, com todas as forças, as condutas do governo Bolsonaro durante a pandemia, na CPI do Covid. Muito embora, alguns ainda achem tal atitude um pouco ingênua e até arriscada, uma vez que, justamente ao seu lado, o ministro Ônix Lorenzoni, braço direito do presidente Bolsonaro, possa surgir como seu maior adversário nas eleições do ano que vem. O certo é que Heinze se mantém, novamente convicto e leal ao seu eleitorado, bem como à sua ideologia, sendo esta, sua marca registrada, durante toda sua carreira política. A revista Em Evidência entrevistou, com exclusividade, o senador gaúcho. Confira a seguir

O senhor é o primeiro pré-candidato a ser lançado no estado. Vindo de um partido que, tradicionalmente, possui grande votação no interior do estado, mas, com um certo déficit eleitoral, justamente na zona mais populosa do RS, a região metropolitana. Qual a estratégia para cativar este eleitorado?

Fui deputado federal por cinco mandatos e o senador mais votado na última eleição. Quem me conhece sabe que tenho trabalho como resposta ao eleitor. Sempre representei da melhor NA CÚPULA Heinze discursa ao lado do presidente Jair Bolsonaro. Sua postura extremamente leal ao Palácio da Alvorada o colocou no círculo interno das relações presidenciais

forma a confiança depositada em mim pelas gaúchas e gaúchos. Eu trabalho por todo o Rio Grande. Meu gabinete em Brasília e os escritórios em Porto Alegre e São Borja estão abertos para todo o estado. Acredito que tenho dado respostas positivas ao eleitor da região metropolitana. A obra de du-

plicação da ponte do Rio dos Sinos é um exemplo concreto do trabalho que tenho realizado pela infraestrutura de nosso estado. Estou junto com o ministro Tarcísio nesse processo.

O senhor tem desempenhado um papel protagonista na CPI da Covid, apontado como a peça mais importante do Governo, na estratégia de defesa. Como o senhor analisa a atuação da oposição , e, em sua opinião, até que ponto houve negligência dos poderes públicos estaduais e municipais no combate à pandemia? Quem tem bom senso e está acompanhando de perto a CPI da pandemia sabe que se trata de uma CPI política. Basta ver quem é o relator, nada mais, nada menos que Renan Calheiros, que surge como o bastião da justiça e da moralidade. No mês de julho, ele foi in-

CPI POLÍTICA Segundo o senador, já um veredicto na CPI, independente daquilo que o Governo possa demonstrar, durante as audiências

PREOCUPAÇÃO COM A INFRAESTRUTURA Um dos pilares dos mandatos do senador é proporcionar mais qualidade na infraestrutura para a agropecuária gaúcha. Na foto, acompanhado pelo prefeito de Jaguarão, Favio Telis, durante reunião na Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários

SÃO BORJA EM EVIDÊNCIA Com Eduardo Bonotto, prefeito de São Borja, eleito presidente da Famurs. Oriundos da mesma região e identificados com as mesmas bandeiras, o senador certamente terá um aliado de peso em ano de eleição diciado pela Polícia Federal por corrupção. O relatório já está pronto para tentar incriminar de qualquer jeito, o governo Bolsonaro. Uma antecipação das eleições de 2022. Se fosse uma CPI correta, ela iria investigar os desvios dos recursos e a corrupção em vários estados e municípios, durante a pandemia. Não é isso que vemos, somos minoria na CPI, mas estamos na linha de frente sempre pela verdade dos fatos.

O setor agropecuário é muito identificado com o senhor. Hoje, a questão da conectividade no campo é prioridade. Como o senhor trabalha esta questão?

Melhorar a conectividade no campo é prioridade. Apesar do agronegócio ser o setor da economia menos afetado pela crise mundial provocada pelo coronavírus, deveremos enfrentar diversos desafios para a recuperação total dos efeitos gerados pela pandemia. Os principais estão relacionados ao volume de produção e ao consumo, que afetam diretamente a relação entre a oferta e a demanda dos produtos agropecuários. Para que o ritmo possa ser retomado mais rapidamente, reduzindo as consequências negativas, o uso da tecnologia deve ser uma saída. Uma pandemia deixa um rastro de destruição, mas traz ensinamentos também. A conectividade precisa ter uma gestão profissionalizada. Estamos buscando isso, junto com o governo, para tornar o Brasil cada vez mais competitivo. Acredito que o caminho é aliar tecnologia e infraestrutura. Será a nova revolução do agronegócio. A conectividade vai beneficiar toda a cadeia do agronegócio, desde a lavoura até as prateleiras dos supermercados. Será no campo que a internet irá deixar sua marca no desenvolvimento.

Sendo nosso estado extremamente agropecuário, quais as principais falhas no sistema de gestão pública em relação aos produtores. Caso seja eleito, quais suas principais estratégias para promover a agropecuária no RS?

Primeiro temos que apostar na infraestrutura do nosso estado para apoiar o agro. Temos várias frentes neste segmento, como o porto de Arroio do Sal, ampliação e pavimentação de rodovias, construção de pontes. Sou do setor e confirmo que a agropecuária do Rio Grande do Sul será uma das principais prioridades no meu governo. Vou dialogar com todos os pares e construir soluções viáveis e concretas para impulsionar o setor. O agro tem resistido a crises como essa e se transformado no grande fator de desenvolvimento de toda a nação. O principal entrave é a infraestrutura, um dos pontos a serem investidos e que o governo Bolsonaro tem levado muito a sério, mesmo durante esta crise. As obras não pararam e temos muitos projetos em desenvolvimento.

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