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OPINIÃO - Lucas Dalfrancis Sonhos de matéria
SONHOS DE MATÉRIA
LUCAS DALFRANCIS Executivo de Relacionamento da Critério - Resultado em Opinião Pública
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Dia desses, antes de dormir, conversava comigo mesmo sobre o valor do dinheiro e o seu respectivo retorno em realização e felicidade.
O tempo passa, a gente trabalha e adquire alguns dos nossos sonhos. Logo adiante, descobre que não eram sonhos. Que sonhos não são de matéria – por isso, são sonhos.
A matéria ocupa um lugar no espaço: palpável, tem tamanho, custo, valor agregado. Mas o seu significado é perecível e, na maioria das vezes, até dispensável. Quando há o básico, talvez o restante seja apenas excesso.
Você vive em uma mansão de novela, mas você também vive em uma casa simples. Um pedacinho de nada, que guarda algumas das suas mais bonitas lembranças. Com o seu cheiro.
Você anda em um carro importado, mas também anda de carona. E de ambos os jeitos você chega lá. Depende, na verdade, para onde está indo.
Você come em um restaurante na encosta do mar da Itália, mas também come churrasco em casa, no fim de semana, com maionese e arroz branco. O simples perfeito.
Você usa um vestido caro, de marca, invejado, mas você também come pipoca com uma calça de moletom velha, rasgadinha, com elástico esgaçado, mas cheia de apreço afetivo.
Você viaja para longe, bem longe. Atravessa continentes, sobrevoa o mundo todo na busca do raro. Mas você também come bergamota debaixo da mesma árvore há uma vida inteira. Descobre que raros mesmo são os momentos e não os lugares. E que os prazeres não escolhem moeda, mas pessoas.
É talvez, por isso, que há tantos infelizes mergulhados no excesso. E tantos realizados e felizes aderentes ao simples.
O que mexe com a realização humana, definitivamente, não é a matéria. É o subjetivo, reparem. É a memória, o amor, a saudade. O presente não é o embrulho, mas a dimensão do significado.
Quando eu completei 14 anos, fiz uma festa para receber meus amigos e mostrar a eles o mais incrível presente que alguém poderia receber pelo seu aniversário: uma piscininha de plástico, de 500 litros.
Hoje, percebo que a minha piscina era pequenininha, mas naquele momento da vida era a mais gigante que uma criança nas minhas condições poderia ter. A dimensão do meu presente – que me fez parar de tomar banho em um tanque de lavar a roupa – fez com que eu ficasse imensamente feliz.
Não pela matéria. Mas pelo seu significado, imortalizado na minha saudade.
Fiquei feliz pelo gesto da minha mãe, por ter ajudado no cortar da grama para receber o presente, pela montagem da piscininha em família, por aguardar sentadinho na escada ela encher com a água devagar, que escorria da mangueira.
Jamais esquecerei dela. Das minhas dores de garganta vindas da piscininha. Do gesto amoroso e rico da minha mãe. Da minha alegria de criança.
A matéria tangibiliza muitas das nossas vontades, mas jamais limitemos nossos sonhos em matéria.
Sonhos são de amor. E neles estão nós mesmos.
OPINIÃO
A IMPORTÂNCIA DO AGRONEGÓCIO
STEFANO SCAGLIONI MARINI Produtor agropecuário
Em um momento de grandes dificuldades econômicas no Brasil e no Mundo e no auge de uma crise sanitária provocada pela Covid- 19, o Agronegócio foi um dos poucos setores que teve crescimento e se manteve forte.
Uma palavra que pode definir muito bem o período que vivenciamos durante a pandemia é resiliência. Foi preciso adaptação para que pudéssemos enfrentar as dificuldades e manter a qualidade de produção e colheita de nossos produtos.
No Rio Grande do Sul, os números são promissores e mostram boas possibilidades, mesmo ainda havendo muito para se recuperar. Foi um período agrícola muito complicado, cheio de desafios e preocupações, a organização foi fundamental para manter os investimentos, até porque só tínhamos uma certeza. Não podíamos parar!
Quando o assunto é produtividade, acredito que estamos nos encaminhando para a retomada do desenvolvimento que todos os envolvidos no setor esperam. Entramos na safra 2019/2020 com um nível de exportação bem expressivo, chegamos na 2020/2021 com baixa e atualmente tudo se encaminha para dias promissores.
Devido ao período pandêmico e ao fechamento dos portos no Brasil e no Mundo, houve um descompasso das exportações, afetando o preço dos produtos e impactando de forma intensa a economia. A instabilidade econômica trouxe preocupações, mas, vimos na crise boas oportunidades de investimento.
E quando o assunto é investimento cabe destacar a importância do apoio dos nossos representantes políticos que confiam no Agronegócio. Seja oportunizando programas de liberação de linhas de créditos ou promovendo ações que valorizem e beneficiem o setor. Nesse sentido, e com o apoio dos governantes, nós, produtores, temos mais segurança para investirmos em maquinários, tecnologia e qualificarmos ainda mais o nosso trabalho, garantindo alimento de qualidade para toda a população, gerando emprego e renda para as famílias e aumentando o nosso potencial de produtividade, oportunizando ao Brasil protagonismo no setor do agronegócio.
Mesmo com os impactos causados pela pandemia sigo otimista em relação ao futuro do setor que mesmo com todas as dificuldades mantém uma crescente. Desde o cultivo até a chegada dos alimentos na mesa da população, fico satisfeito em ver o agronegócio se consolidando como um dos principais geradores de economia no país, movimentando o PIB nacional e garantindo ao Brasil uma posição de destaque como um dos maiores produtores de alimento do mundo.
Para mim, vivenciar o agro no dia a dia traz a experiência e a certeza de que o caminho é esse. Ter a minha família integrada no negócio e planejando um futuro no campo, visualizando investimentos nas áreas da tecnologia e maquinários é muito satisfatório, estamos literalmente plantando para colhermos daqui uns anos.
Meus filhos engajados e desde pequenos interessados na vida do campo, fortalecem a importância da sucessão familiar e do quão fundamental é o planejamento e a integração entre a família, estabelecendo não só uma relação profissional entre pais e filhos, mas também garantindo o legado de amor pela terra.
O segredo do agro aqui no Brasil com certeza é a nossa diversidade de produtos e de mercado. Temos potencial para atingirmos cada vez mais recordes de exportação. Tenho orgulho de trabalhar em um setor tão importante para a sociedade. Sem dúvida, o agronegócio transforma a vida das pessoas!
