ENTREVISTAS
MALCOM SMITH, J.P. MORGAN AM
TOM MONDELAERS, BLACKROCK
LEGISLAÇÃO
COMERCIALIZAÇÃO DE OIC DE TERCEIROS: OPORTUNIDADES MULTIPLICAM-SE
GESTÃO
O MOMENTO DE AUMENTAR DURAÇÃO
E DO INVESTMENT GRADE
COM ESTILO
FILMES QUE MARCAM VIDAS
PARIS: CIDADE DE EXPERIÊNCIAS
NÚMERO 55 MARÇO E ABRIL 2024 6€
FUNDOS FUNDSPEOPLE+ COM OS TRÊS INGREDIENTES DA RECEITA, O SABOR É A ALFA
NA PANELA ONDE SE COZINHAM OS FUNDOS COM O RATING FUNDSPEOPLE+ SOBRESSAEM AROMAS DE FLEXIBILIDADE, CONVICÇÃO E DESCORRELAÇÃO.
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Os fundos multi-ativos diversi cam o capital através do investimento em várias classes de ativos como açcões, obrigações ou moedas. Esta exibilidade na alocação de capital entre as classes de ativos dos fundos permite aos seus gestores mitigar o impacto da actual volatidade do mercado. Desta forma, maximizam-se as potenciais oportunidades de mercado ao mesmo tempo que se gere o seu risco.
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Investos compor tam riscos
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A distribuição a investidores privados/retalhistas é proibida. Este documento destina-se a ser uma comunicação de marketing. DWS é a marca sob a qual o DWS Group GmbH & Co KGaA e as relevante Não pode haver garantías que qualquer meta ou objectivo de investimento pode ser alcançado As previsões baseiam-se em hipóteses, estimativas, opiniões e modelos ou análises
e antes da data deste documento pode não ser adequado para todos os investidores. Todos os investidores e antes de qualquer negociação ou transacção deverá tomar medidas para garantir que compreenda totalmente a transacção e que tenha efectuado uma análise independente sobre a adequação da transacção Análise independente da adequação da transacção aos seus próprios objectivos e circunstâncias, incluindo os potenciais riscos e benefícios de par ticipar na transacção Pode obter as informações acima referidas acima por via electrónica ou em cópia impressa gratuita do seu consultor
Comunicação de marketing CRC 097819. Agosto 2023
EDI TO RIAL Q
HÁ AINDA FACES MENOS CONHECIDAS DA GESTÃO DE ATIVOS, COMO É O CASO DE QUEM EXECUTA O PAPEL DE DEPOSITÁRIO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO. TRAZEMOS LUZ A ESSE SEGMENTO E A OUTROS, PORQUE AQUI O SPOTLIGHT É PARA TODOS.
MARGARIDA PINTO Editora Portugal
OS (IN)EXCLUÍDOS
uando pensamos nos excluídos de uma sociedade (ou até de um grupo mais restrito), entramos muitas vezes em espirais de comiseração. Nada de anormal: a empatia pelo outro gera esse tipo de sentimento, que, na verdade, nos eleva enquanto ser racional. A propósito: já se sabia que não ganharia no papel de melhor filme, mas pareceu-me justo o filme Os Excluídos - protagonizado pelo fantástico Paul Giamatti - aparecer na lista para o prémio principal da noite. Embora não tivesse grande expetativa antes de o ver, o nome do filme (ou talvez a tradução para o português… fica a velha questão no ar), augurava uma espécie de retrato sobre underdogs, que trariam em hora e meia lições de moral sobre o sofrimento que a vida já lhes tinha infligido. Nada mais errado. Os Excluídos não traz modelos de superação, lógicas baratas de como transformar o mau em bom ou exemplos de liderança involucrados em frases feitas.
Não querendo desvendar muito, sinto que se trata de uma reunião de personagens - com mais defeitos do que virtudes, à primeira vista - que obrigadas a conviver numa época tão especial como o Natal, encontram maneiras de se compreender - e até gostar - sem a imposição do poder que até poderiam infligir umas sobre as outras. Mostram, sobretudo, que embora renegadas por algum motivo, isso não as define.
Nesta edição da Revista há espaço para alguns temas que me recordaram dessa premissa: a aparente exclusão ou inclusão, não é definidora dos valores e do trabalho. Mostramos-lhe precisamente uma face mais escondida da cadeia de valor da gestão de ativos: as equipas dos bancos depositários dos fundos de investimento. Menos habituadas ao spotlight desta indústria ficam as questões: conheceremos verdadeiramente o seu escopo de atividade? Que desafios enfrentam?
Pela mão de um dos profissionais nacionais que melhor conhecem o universo dos hedge funds, trazemos-lhe também uma análise de um mundo que pelas suas peculiaridades é por vezes olhado com mais desconfiança pelos investidores. Que hedge funds têm dado mais provas de resiliência? Existe um denominador comum por trás do grupo dos mais gloriosos?
Deixo para o fim o tema de abertura desta edição: os fundos com Rating FundsPeople+. Tratam-se dos 13 fundos crème de la crème, que conseguiram incluir-se nesta lista de notáveis. No entanto, e voltando à premissa inicial deste texto, o mais interessante é que não há um viés para casas gestoras grandes, e os fundos de boutiques estão equilibrados com os pertencentes a casas maiores. Interessante, mas não tão surpreendente assim, não é?
Como diria a personagem de Paul Giamatti, professor de História no Os Excluídos: “Se queremos perceber o presente, ou nós próprios, tem de se começar no passado. A História não é o simples estudo do passado. É uma explicação do presente”. Esperamos que estas histórias que lhe trazemos sejam agregadoras e lhe tragam compreensão deste nosso presente.
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ENTREVISTAS
OUT OF OFFICE
4 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL PANORAMA 16 FÓRUM APFIPP Organismos de Investimento Alternativo Imobiliário em Portugal
24 CAPA Fundos FundsPeople+: com os três ingredientes da receita, o sabor é alfa 30 ESTRATÉGIAS The Winner Takes It All 34 NEGÓCIO As entidades gestoras mais consistentes em Portugal 38 PLANIFICAÇÃO FINANCEIRA Aumenta a esperança média de vida dos portugueses: como planear a poupança? 42 GESTÃO Obrigações: o momento de aumentar a duração e do investment grade 46 ADVISORY RIS: como vai olhando a indústria para a tempestade que se avizinha? 50 FUNDSERVICES Bancos depositários: as diferentes vertentes do negócio e os desafios que enfrentam 54 LEARNING Por que as ofertas públicas de venda mudam tudo 57 LEGAL Comercialização de OIC terceiros: “As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas”
TENDÊNCIAS
60 GURU Malcom Smith 64 GESTOR PORTUGUÊS Pedro Santos Moreira 66 GURU Tom Mondelaers 70 DISTRIBUIDOR Bruno Minoya Perez 72 GURU John Bailer 76 5 MINUTOS Miguel Costa Santos PRODUTOS 78 COMPARATIVA Fundos tecnológicos: viagem de ida e volta ao inferno 84 ISR Os créditos de carbono na gestão de ativos 88 ALTERNATIVOS Tokenização nos mercados privados: a chave para desbloquear o acesso 92 EMERGENTES Navegar na turbulência da China 96 INSTITUCIONAL Era uma vez um fundo artigo 9º... 100 ETF Check-up pós pandemia: ETF em boa forma nas carteiras dos fundos nacionais
104 ESTILO DE VIDA Filmes que marcam (vidas): porque a vida pode ser (como) um filme 106 VIAGEM Paris: uma cidade de experiências e emoções ÍN DI CE 66 70 72 60 76 64 55 I MARÇO E ABRIL 2024
CO LABO RA DO RES
SÉRGIO BRITO
Analista, APFIPP
Os Organismos de Investimento Alternativo Imobiliário em Portugal
FRANCISCO MAGALHÃES CARNEIRO
Managing partner, Lisbon Family Office
The Winner Takes It All
Nota de redação
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PEDRO BARATA
Gestor de carteiras sénior, departamento de Investimento Mobiliário, GNB Gestão Ativos Aumenta a esperança média de vida dos portugueses: como planear a poupança?
BEATRIZ ALONSOMAJAGRANZAS
Responsável da BME Exchange, BME
Por que as ofertas públicas de venda mudam tudo
SOFIA LEITE BORGES, MARIA CARVALHO E DIOGO SAÚDE Sócia administradora, associada coordenadora e advogado estagiário, Sofia Leite Borges & Associados
Comercialização de OIC de terceiros: “As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas”
PEDRO GUEDES
Consultor externo, Banco Best Filmes que marcam (vidas): porque a vida pode ser (como) um filme
ISABEL LAMANA MATÍAS
Selecionadora de fundos, A&G
Obrigações: o momento de aumentar a duração e do investment grade
de patrocinadores e/ou colaboradores da revista e/ou da entidade, incluindo-se o envio de comunicações comerciais através de meios de comunicação à distância, efetuando, de igual modo, resumos estatísticos e/ou históricos. O leitor tem reconhecidos os direitos de acesso, retificação, cancelamento e oposição dos seus dados pessoais mediante comunicação individual que deverá enviar para o seguinte endereço de correio eletrónico: protecciondatos@fundspeople.com
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TERESA MORAIS
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Paris, uma cidade de experiências e emoções
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CONTRIBUTOS
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EDITORIAL
MARGARIDA PINTO, editor Portugal margarida.pinto@fundspeople.com NATIONAL
CATARINA VINAGRE, reporter catarina.vinagre@fundspeople.com
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DIANA PEREIRA, manager ESG Solutions
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DATA
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6 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
ÍNDICE DE EMPRESAS 55 I MARÇO E ABRIL 2024 ABC abrdn 12 Acatis 8, 12, 24, 34 Aegon Asset Management 12, 34 Ageas Pensões 16 Algebris Investments 12, 24, 34 Allfunds 88 AllianceBernstein 12, 20, 34 Allianz Global Investors 12, 20 34, 78 Amundi 8, 12, 20, 34, 92, 100 APFIPP 46 Arcano 12, 34, 88 Atlantic 16 Atrium 34, 100 AXA IM 12, 34 Azimut 34 Banco Best 46 Banco Carregosa 70 Banco Santander Totta 50 Bankinter 16, 100 Bankinter GA- Suc. Portugal 16 Banque de Luxembourg 34 Barclays 34 BBVA AM 12 BBVA Fundos 16 BIZ Capital 16, 100 BlackRock 12, 20, 34, 66, 78, 100 Bluebay AM 12, 34 BlueCrow Capital 100 BNP Paribas AM 12, 20, 34, 100 BNY Mellon IM 12, 34, 72 BPI Gestão de Ativos 16, 34, 50, 96, 100 BPI Vida e Pensões 16 Brown Advisory 12, 34 Caixa Geral de Depósitos 50 Caixa Gestão de Ativos 16, 50, 96, 100 Caixabank Asset Management 34 Candriam 12, 34 Capital Group 8, 12, 34 Carmignac 8, 12, 34 Carregosa 16 Casa de Investimentos 16 Cecabank 50 CGD Pensões 16 Columbia Threadneedle Investments 12, 34 Comgest 12, 24, 34, 92 CORUM AM 76 Corum Butler 34, 76 CPR AM 34 Crédit Mutuel Alliance Fédérale 34 Credit Suisse AM 34 Crédito Agrícola Gest 16 Crédito Agrícola Vida 16 DEF DCI 20 Deka Investments 20 DNB AM 34 DNCA Investments 12, 24 DPAM 34 DWS 8, 12, 24, 34 Eastspring Investments 12 Edmond De Rothschild AM 12, 30 EFG 34 Eleva 12, 24, 34 Epsilon Capital 12 Eurizon 34 Evli 34 Fidelidade 16 Fidelity International 12, 20, 24, 34, 78 Fisher Investments 34 Floresta Atlântica 16 Flossbach von Storch 8, 12, 34 Franklin Templeton Invest. 8, 12, 20, 34, 78 Fund Box - SGFII 16 Fundiestamo 16, 64 Fundsmith 34 Futuro 16 GHI GAM 12, 34 Gef 16 Generali Investments 34 Gesfimo 16 GFM Gestão de Ativos 16 Global X 20 GNB - SGFP 16 GNB Gestão de Ativos 16, 34, 100 Golden - SGF 16 Goldman Sachs AM 12, 20, 34 Guardcap 34 Haitong Asset Management 16 Haitong Bank 100 Hamilton Lane 88 Handelsbanken Asset Management 20, 100 Heed Capital 16, 100 HSBC 20, 34 IM Gestão de Ativos 16 IMGA 34, 50, 100 Imofundos 16 Imopolis 16 Imorendimento 16 Insight Investment 34 Institutional Investment 16 Insula Capital 16 Interfundos 16 Invesco 12, 34, 100 Invest Gestão de Activos 16, 100 iShares 20, 100
J.P. Morgan AM 8, 12, 20, 24, 34, 60, 78, 100 Janus Henderson 12, 34 Jupiter AM 12, 20, 34 Lazard AM 12, 34 Legal & General IM 100 Libertas 16 Lifento 16 Liontrust AM 34 Lumyna Investments 12 LYNX Asset Managers 16, 100 Lyxor 20, 100
M&G Investments 12, 20, 34 Man Group 12, 34 MFS IM 8, 12, 34 Millennium bcp 50 Mirae Asset 34 Montepio Gestão de Activos 16, 100 Morgan Stanley IM 12, 24, 34, 57 Morningstar 8, 12, 34, 50, 96 Muzinich 12 Natixis IM 12, 34, 100 Neuberger Berman 12, 34 Ninety One Fund Managers 12, 34 Nomura AM 34, 100 Nordea AM 12, 34 Norfin 16
Oddo BHF Asset Management 8, 12, 34 OFI AM 12, 34, 92 Optimize Investment Partners 16, 100 OXY Capital 16 Pictet AM 12, 20, 34, 78, 84, 96 PIMCO 12, 20, 24, 34 Polar Capital 34 Profile - SGFIM 16
RAM Active Investments 12, 34 Real Vida Seguros 16 Refundos 16 Robeco 12, 34 Ruffer 12 S.G.F.P. Banco de Portugal 16 Santander AM 16, 50, 100 Santander Pensões 16 Schroders 12, 34, 84 Sierra IG 16 Silar - SICAFI, SA 16 Silvip 16 Sixty Degrees 16, 50, 100 SPDR State Street 20 Square Asset Management 16 State Street 20, 100 T. Rowe Price 12, 24, 34, 92 TCW 92 TF Turismo Fundos 16 The Blackstone Group 12, 34 Tikehau IM 12, 16, 34 UWXYZ UBP 34 UBS AM 12, 20, 34, 100 Union Investment 20 Valadim Investimentos 16 Vanguard 20, 100 Victoria - Seguros de Vida, SA 16 Vila Gale Gest 16 Violas Ferreira - SICAFI, SA 16 Vontobel AM 12, 92 Wellington Management 12, 34 William Blair 12 WisdomTree 20, 100 Xtrackers 20, 100 CEO GONZALO FERNÁNDEZ gonzalof@fundspeople.com
DI RE TÓ RIO
JKL
MN
OPQ
RST
PANORAMA O MAIS VISTO EM Período de recolha de dados: de 22/02/2024 a 22/03/2024, em fundspeople. com/pt/ PT
Nuno Vilar Gomes Indosuez Wealth Management
Tiago Rangel de Lima Indosuez Wealth Management
Nuno Santos CMS
Pamela Macedo Casa de Investimentos
Casa de Investimentos Golden SGF BlackRock Invest Gestão de Activos
de Ativos
Gestão de Ativos IM Gestão de Ativos BiG GNB Gestão de Ativos Bluecrow CapitalFundsPeople Portugal PROFISSIONAIS EMPRESAS Caixa Ações Líderes Globais CA Património Crescente Alves Ribeiro PPR/OICVM Fidelity Funds - Global Technology Fund Save & Grow PPR/OICVM Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund Acatis Value Event Fonds JPMorgan Funds - Global Focus Fund Caixa Disponível PIMCO GIS Income PRODUTOS
Mario Garcia Ribeiro Schroders
BPI Gestão
Caixa
Miguel Lucas Oxy Capital
José Maria Cazal Ribeiro Julius Baer
Tiago Roquette Geraldes IM Gestão de Ativos
Diogo Sigismundo BiG
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Christophe Besnard Indosuez Wealth Management
PANORAMA SMART CONSENSUS
por Diana Pereira
CARTEIRA SMART CONSENSUS 2024 MUDAM-SE
OS TEMPOS, MANTÊM-SE AS VONTADES
Num ano dominado pelo setor tecnológico americano, antevê-se uma tendência de continuidade nesta matéria?
E as obrigações? Será o fim do seu protagonismo? Ao que parece, nova carteira, comportamentos semelhantes.
CARTEIRA SMART CONSENSUS FUNDSPEOPLE 2024
Franklin
JPMorgan
MFS
DWS
Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II Flexible Allocation
Amundi Funds - Global Multi-Asset Conservative
ODDO BHF Exklusiv: Polaris Dynamic
Cautious Allocation
Aggressive Allocation
https://shorturl.at/tGM45
A ferramenta de pesquisa de fundos permite ver os critérios do Rating FundsPeople que cumpre cada um dos fundos assim distinguidos em 2024, em Portugal, Espanha e Itália
A carteira Smart Consensus é composta por fundos das categorias Mistos Moderados e Mistos Flexíveis que em 2023 cumpriam pelo menos um dos três critérios para ser classificado com Rating FundsPeople nos três países analisados (Portugal, Espanha e Itália). O resultado é uma carteira composta por 10 fundos multiativos com o mesmo peso. Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct.
FUNDO
Group Global Allocation Fund (LUX) Moderate Allocation
Patrimoine Moderate Allocation
CATEGORIA Capital
Carmignac
Diversified Balanced Fund Moderate Allocation
Investment Funds - Global Income Fund Moderate Allocation
Meridian Funds - Prudent Capital Fund Moderate Allocation
Flexible Allocation
Acatis Value Event Fonds
Concept Kaldemorgen Flexible Allocation
8 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
Novo ano é também sinónimo de nova carteira Smart Consensus.
Para os leitores não habituais, esta rubrica assenta na análise de um cabaz de 10 fundos de investimento multiativos equiponderados, com base, não na rentabilidade, mas sim na constituição da carteira, nas suas diferentes vertentes. Aquilo a que nos propomos é a acompanhar a evolução da alocação média mensal deste cabaz de fundos, complementando a evolução histórica da alocação com as decisões e perspetivas mais atuais dos vários gestores quanto às mexidas na carteira. Ilustramos as tendências mais globais com as decisões e reações mais micro dos gestores de um conjunto de fundos a cada edição.
A constituição desta carteira, de modo algum, se prende com questões de opinião ou preferências pessoais, mas obedece antes a critérios específicos que assentam numa base quantitativa. Quer isto dizer que não se trata de fundos melhores ou piores dentro da sua categoria, mas sim os que mais cumprem os critérios requeridos, muito embora sejam eleitos de entre um conjunto de estratégias que sobressaem no Rating FundsPeople
E, de facto, este é o primeiro critério de seleção da carteira. Apenas fundos com Rating FundsPeople 2024 simultaneamente em Portugal, Espanha e Itália podem integrar esta lista. Posteriormente, dentro do universo de fundos multiativos, é analisada a disponibilidade dos dados na Morningstar. Naturalmente, por uma questão de fiabilidade dos mesmos,
DISTRIBUIÇÃO POR ATIVOS
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA COMPONENTE DE AÇÕES
ALOCAÇÃO DA COMPONENTE DE OBRIGAÇÕES
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J 2022 2023 24 F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J 2022 2023 24 F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J 2022 2023 24 F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J 2022 2023 24 50,20 34,30 10,93 4,57 38,62 23,77 46,86 31,01 4,72 31,43 9,79 13,80
AÇÕES LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO OUTROS
ALTERNATIVOS E IMOBILIÁRIOS)
SOBERANAS CASH
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 9
OBRIGAÇÕES
(DIVISAS,
EUROPA (INCLUI REINO UNIDO) AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ) EMERGENTES (INCLUI PAÍSES ASIÁTICOS DESENVOLVIDOS) ÁSIA DESENVOLVIDA E AUSTRÁLIA CORPORATIVAS
OUTRAS
favorecem-se aqueles cuja disponibilidade e frequência é maior. Finalmente, o recurso a instrumentos derivados é também um fator de seleção. Privilegiam-se aqueles com menor exposição a este tipo de instrumentos, para que os dados de alocação providenciados pela Morningstar tenham uma aproximação mais fidedigna à realidade e, portanto, de forma a evitar interpretações erróneas na alocação e comportamento da carteira. Na composição desta, mantivemos quatro dos 10 fundos da carteira anterior, dois dos quais com a classificação máxima do Rating FundsPeople, o FundsPeople+
AÇÕES AMERICANAS
Na componente de ações desta carteira, tal como acontecia na anterior, também a preferência pelas ações da América do Norte se verifica nesta. Num ano marcado pelo domínio dos setores de tecnologia e comunicação americanos, a dinâmica em torno destas empresas parece torná-las preferenciais, na perspetiva dos gestores, para integrarem a parte acionista dos fundos que compõem a carteira Smart Consensus em 2024. Neste caso, quase metade da alocação média da carteira evidencia essa tendência. Nesta componente, o mercado europeu ocupa perto de 40% da carteira. Já os mercados emergentes ficam pelos 5%, algo que tem sido constante nos últimos dois anos.
Na parte do rendimento fixo, verifica-se uma predisposição maior para obrigações soberanas, comparativamente com as corporativas, ainda que
APENAS FUNDOS
MULTIATIVOS COM
as primeiras tenham vindo a registar ligeiros decréscimos ao longo do ano passado. Ainda dentro desta componente, a alocação média a instrumentos de liquidez e equivalentes na carteira, depois de já ter alcançado perto de 44% no início de 2022 e de ter descido para perto dos 20% um ano depois, parece exibir agora uma tendência novamente crescente.
Tendo em conta o dinamismo do mercado e as condições macroeconómicas atuais e previstas, será certamente um ano desafiante para os gestores de ativos. Como se comportará a carteira? Não sabemos, mas, considerando a natureza do projeto a que nos propomos com o Smart Consensus, é isso que iremos observar e demonstrar ao longo de 2024.
POR QUE O NOVO CENÁRIO VOLTA A TORNAR AS PEQUENAS EMPRESAS ATRATIVAS?
Os preços mais elevados do petróleo, a inflação e as pressões sobre as taxas de juro não beneficiam a rentabilidade das ações de empresas de pequena capitalização e growth. No entanto, quando as taxas de juro alcançarem o seu ponto máximo e a inflação começar a baixar, o lucro por ação deste tipo de empresas começa a aumentar e estas passam a ser mais atrativas.
A verdade é que, desde 2023, o retorno destas empresas tem sido inferior ao das grandes empresas, mas em 2022 deu-se uma recuperação espetacular das valorizações das ações growth em comparação com as ações value.
A debilidade dos mercados tem mais impacto nos preços das ações de pequena capitalização (em comparação com as de grandes empresas) se a alocação de ativos se afastar de uma classe de ativos percecionada como mais arriscada ou volátil.
Apesar do débil contexto económico e da volatilidade geopolítica, a revisão do lucro por ação das empresas da zona euro foi positiva, o que se traduz no facto de a Europa apresentar uma valorização atrativa, principalmente em comparação com os EUA e, mesmo excluindo as maiores ações tecnológicas americanas, o desconto é interessante para os investidores a longo prazo.
PHILLIP DICKEN Responsável de Ações Internacionais, Columbia Threadneedle Investments A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
RATING FUNDSPEOPLE 2024 SIMULTANEAMENTE EM PORTUGAL, ESPANHA E ITÁLIA
INTEGRAM ESTA LISTA
PANORAMA SMART CONSENSUS 10 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
Um crescimento global em expansão
A natureza excecional dos Estados Unidos tem sido a caraterística que define o contexto macroeconómico, que se tem distinguido por um melhor crescimento económico relativo, um melhor desempenho dos mercados acionistas e uma moeda forte.
Embora continuemos a antecipar a resiliência da economia dos EUA, estamos agora a assistir a novos surtos no resto do mundo. O setor manufatureiro global está a recuperar, o que é uma notícia positiva para as economias mais dependentes desta atividade.
No entanto, esta notícia pode ser acompanhada por outras potencialmente negativas sobre a inflação. A recuperação da procura, associada a um inventário limitado, cria um risco de aumento dos preços das matérias-primas, que desempenharam um papel importante na redução da inflação global e na sua aproximação aos objetivos dos bancos centrais. Uma certa rigidez nas pressões sobre os preços aumenta a probabilidade de os bancos centrais esperarem mais tempo antes de começarem a baixar as taxas diretoras, tornando-se uma fonte de volatilidade paras as obrigações e para as ações.
A EXCECIONALIDADE AMERICANA
A economia dos EUA tem tido um desempenho melhor do que a maioria das outras grandes regiões. Houve várias razões para isso, uma vez que se conjugaram vários elementos específicos e estruturais. O estímulo fiscal dos EUA tem sido mais generoso e consistente do que o de outros países, resultando num aumento duradouro dos gastos do consumidor e num impulso ao investimento empresarial. O dinamismo das empresas é também mais elevado, o que resultou numa melhoria da produtividade em relação ao resto do mundo, especialmente à Europa. O produto dominante no mercado hipotecário dos EUA é caraterizado por uma longa duração, com uma taxa fixa de 30 anos, de modo que o aumento das taxas tem afetado menos o rendimento disponível.
Mesmo os desenvolvimentos geopolíticos contribuíram para exacerbar os diferenciais de crescimento. A invasão da
Ucrânia pela Rússia prejudicou significativamente a produção da indústria europeia, enquanto o choque nos mercados globais de energia foi positivo em termos comerciais para os Estados Unidos.
O melhor desempenho dos mercados acionistas dos EUA está, em parte, ligado ao seu melhor desempenho económico em comparação com outras grandes regiões e, mais importante ainda, tem sido impulsionado por grandes multinacionais tecnológicas que conquistaram uma grande quota de mercado global, bem como pelos benefícios associados ao desenvolvimento e aplicação da inteligência artificial.
Esta excecionalidade estende-se ao mercado cambial. Os fluxos para ativos em dólares dos EUA foram significativos, já que os títulos do tesouro dos EUA estão com as yields mais elevadas no segmento de obrigações governamentais, e espera-se que as ações tenham um crescimento de lucros melhor do que os seus homólogos globais.
Os EUA podem continuar a ser um líder relativo em termos de crescimento económico, mas acreditamos que um período de recuperação e crescimento global mais amplo pode estar no horizonte.
A atividade industrial mundial está a melhorar. Em fevereiro, o Purchasing Managers Index (PMI) do JPMorgan ficou acima de 50 (limiar que separa expansão de contração) pela primeira vez desde agosto de 2022. Os dados internos também estão a melhorar, com novos pedidos e inventários a diminuir, um indicador positivo para a produção futura. Dado que os EUA são uma economia mais orientada para serviços, esta recuperação da atividade manufatureira é positiva para as economias fora dos Estados Unidos.
Os principais indicadores sugerem que a economia europeia está a recuperar como um todo, mesmo com o fraco desempenho da Alemanha (a sua maior componente). O índice de surpresa económica da Europa subiu recentemente acima do seu homólogo norte-americano pela primeira vez em quase um ano.
A perspetiva geral é um ambiente em que a atividade nominal permanece relativamente robusta enquanto o resto do
DIOGO GOMES, CRM sénior na UBS AM Iberia Este documento foi elaborado pela UBS AM apenas para fins informativos e comerciais. As informações aqui contidas baseiam-se ou foram obtidas de fontes fiáveis, no entanto, não é garantido que sejam precisas ou completas. Portanto, a UBS AM não será responsável por qualquer perda que possa surgir como resultado da confiança em qualquer informação incorreta ou incompleta aqui contida.
mundo ganha dinamismo, um cenário encorajador para os mercados financeiros.
A alteração das tendências dos preços no setor dos bens é uma das principais razões pelas quais a inflação abrandou tanto ao longo do último ano e meio. Os preços dos bens, que dispararam durante a escassez de oferta causada pela pandemia, têm vindo a cair desde meados de 2022. Esta diminuição das pressões inflacionistas deveu-se, em parte, à recuperação das cadeias de abastecimento, mas a fraca procura no resto do mundo e o excesso de capacidade na China também contribuíram. O aumento dos custos de transporte e os riscos geopolíticos marítimos, juntamente com uma recuperação da procura no setor de bens, sugerem menos apoio desinflacionista no futuro.
Os dados da inflação de janeiro foram mais elevados do que o esperado nos Estados Unidos, mas um mês não faz descarrilar a tendência desinflacionista global. É verdade que a sazonalidade parece ter contribuído para este valor elevado, mas não pode ser completamente descartado. Existe o risco de que alguma força, particularmente na inflação dos serviços, continue a repercutir-se em fevereiro. E na Europa, a inflação desacelerou menos do que o esperado, com uma pressão resiliente sobre os preços dos serviços com valores em torno de 4% em termos anuais. No seu conjunto, os dados relativos ao crescimento e à inflação forçaram um realinhamento das expetativas, o início do ciclo de flexibilização dos bancos centrais está a ser adiado assim como a profundidade do ajuste. Acreditamos que esta tendência vai continuar. No curto prazo, é improvável que números da inflação deem à Fed a maior confiança de que precisa para acreditar que as pressões sobre os preços estão a voltar de forma duradoura à sua meta de 2%.
Com os ativos de risco a terem um bom desempenho nos últimos meses, vimos alguns sinais de especulação nos mercados. Um fator que deverá ser considerado pelos responsáveis das políticas monetárias no que diz respeito à flexibilização das condições financeiras, já que pode contribuir para uma inflação acima do objetivo.
OS FUNDOS COM RATING
São produtos que contam com o destaque dos analistas, sobressaem pela sua consistência ou se distinguem pelo volume de investimento de investidores portugueses.
Num mercado como o nosso, com mais de 3.500 fundos registados para comercialização, o grande desafio é filtrar todo este universo para encontrar as peças que encaixam nas carteiras. Para ajudar, a FundsPeople divulga os fundos com Rating FundsPeople 2024. São 579 produtos que se destacam por um ou vários dos seguintes três critérios:
Destacados pelos Analistas. Fundos que acumulam um mínimo de cinco votos no questionário anual realizado em Portugal, Espanha e Itália, dirigido aos analistas e selecionadores de fundos, sobre os produtos que, na sua opinião, sobressaem pelas suas características únicas. Existem 31 fundos que conseguem o Rating por esta via.
Ativos nas mãos de investidores portugueses. São os fundos mais vendidos no mercado. Incluem-se os produtos com mais de 10 milhões de euros distribuídos no mercado português. Aos produtos locais exigem-se 50 milhões de euros em ativos e também captações líquidas a três anos superiores ou iguais a um quarto dos AuM no fecho do ano: 301 fundos alcançam esta classificação.
Consistentes. A equipa de Análise da FundsPeople, desenvolveu um modelo de seleção próprio para destacar os
produtos mais consistentes em cada categoria, a partir da base de dados da Morningstar Direct, com referência ao final do último ano.
São analisados os fundos registados em qualquer país da zona euro, com uma antiguidade mínima de três anos e um mínimo de 10 milhões de euros de AuM à data de referência da análise. De cada fundo é selecionada uma classe, a mais representativa segundo um conjunto de critérios. Esta classe selecionada será comparada com os restantes fundos da sua categoria através de dois scorecards. No primeiro, são considerados critérios de rentabilidade e volatilidade acumu-
lada a três e cinco anos, e no segundo, dados individuais dos últimos cinco anos civis. Em ambos os casos, a rentabilidade e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Do modelo resultam os fundos que melhor se situam em ambos os scorecards, sendo que apenas aos fundos registados em Portugal é atribuído Rating FundsPeople. Há 324 fundos que cumprem os critérios.
Apenas 12 fundos conquistam, em simultâneo, os três pilares do Rating FundsPeople 2024. A esses fundos é atribuída menção especial de FundsPeople+.
SÃO 12 OS FUNDOS QUE OBTÊM A DISTINÇÃO MÁXIMA DO RATING FUNDSPEOPLE+ FUNDO CATEGORIA Acatis Value Event Fonds Allocation Algebris UCITS Funds plc - Algebris Financial Credit Fund Fixed Income Comgest Growth Europe Equity DNCA Invest Alpha Bonds Fixed Income DWS Concept Kaldemorgen Allocation Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva Absolute Return Europe Equity Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva European Selection Equity Fidelity Funds - Global Technology Fund Equity JPMorgan Funds - Global Focus Fund Equity Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund Equity PIMCO GIS plc - Income Fund Fixed Income T. Rowe Price Funds SICAV - US Smaller Companies Equity Fund Equity Fonte: FundsPeople, FundsPeople LAB e Morningstar. 12 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL PANORAMA BARÓMETRO
DESCUBRA
OS FUNDOS INTERNACIONAIS BLOCKBUSTER EM PORTUGAL
Para ser considerado um fundo blockbuster, os produtos internacionais devem alcançar os 10 milhões de euros de património distribuído no mercado português. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras.
CT (Lux) European Select
Wellington US Research Equity Fund
Capital Group New Perspective Fund (LUX)
Janus Henderson Global Tech&Inno Fd
GS Eurozone EQ Inc
BGF World Healthscience Fund
T. Rowe Price US Blue Chip Equity Fund
CT (Lux) European Smaller Companies Fund
BGF Sustainable Energy Fund
CT (Lux) American Smaller Companies
Carmignac Pf Long-Short European Eq
AB American Growth
Wellington Emerging Markets Research Eq
GS Emerging Markets Equity Portfolio
MFS Meridian European Research Fund
BGF World Mining Fund
Robeco BP Global Premium Equities
Allianz Global Artificial Intelligence
BGF European Special Situations Fund
BSF European Opportunities Extension Fd
Goldman Sachs Global CORE® Equity Ptf
Janus Henderson Pan European Fund
BGF World Technology Fund
Comgest Growth Europe
Franklin US Opportunities Fund
FTGF RY US Small Cap Opp Fd
MFS Meridian European Value Fund
UBS (Lux) Equity Fund Eurp Opp Sst (EUR)
T. Rowe Price US Equity Fund
BGF European Value Fund
BGF US Flexible Equity Fund
BSF Emerging Markets Equity Strats Fd
Allianz Europe Equity Growth
BGF Continental European Flexible Fund
BGF US Growth Fund
EdRF Big Data
Franklin Technology Fund
FTGF CB Infras Value Fund
Man GLG Japan CoreAlpha Equity
BBVA Global Best Ideas
BGF US Basic Value Fund
GAM Star Continental European Equity
T. Rowe Price US Smaller Companies Eq Fd
Candriam Sustainable Eq Em Mkts
DWS Invest Croci Japan
DWS Invest CROCI Sectors Plus
Franklin India Fund
Invesco Asian Equity
Lumyna-MW TOPS UCITS Fund
BGF World Financials Fund
CT (Lux) Global Focus
RobecoSAM Smart Energy Equities
BGF World Energy Fund
William Blair US SMID Growth
Allianz China A Shares
Allianz Cyber Security
BNP Paribas Climate Impact
DWS Invest Top Dividend
BNP Paribas Aqua
RAM (Lux) Sys Emg Mkts Equities
RobecoSAM Sustainable Water Equities
abrdn SICAV I - European Sustainable Eq
abrdnI Japanese Sustainable Eq Fd
abrdnII-Eu SmlCo
Amundi Fds Emerging Markets Equity Focus
Amundi Fds Euroland Equity
Amundi Fds Pioneer US Equity Fdmtl Gr
AXA IM Global Equity QI
BNP Paribas Disruptive Technology
Brown Advisory US Equity Growth
DWS Invest Global Infrastructure
Eleva Eleva Abs Ret Eurp
Eleva Eleva European Sel
FF- Global Dividend Fund
FF-Asia Pacific Opportunities Fund
Fidelity America Fund
Fidelity European Dynamic Growth Fund
Fidelity Global Financial Services Fund
Fidelity Global Technology Fund
Fidelity Japan Value Fund
Fidelity Sustainable Consumer Brands
Fidelity Sustainable Health Care
FTGF CB US Large Cap Growth Fund
Janus Henderson Horizon Glbl Pty Eqs Fd
BNY Mellon Global Real Return Fd (EUR)
BNY Mellon Global Real Return Fund (USD)
Fidelity Global Multi Asset Income Fund
Franklin K2 Alternative Strategies Fund
FvS - Multi Asset - Defensive
Fundos com mais de 10 milhões de euros nas mãos de clientes portugueses.
JPM Asia Pacific Equity Fund
JPM Emerging Markets Equity Fund
JPM Euroland Equity Fund
JPM Europe Equity Fund
JPM Global Dividend Fund
JPM Global Focus Fund
JPM Global Healthcare Fund
JPM US Select Equity Fund
JPM US Select Equity Plus Fund
JPM US Technology Fund
JPM US Value Fund
Jupiter European Growth
Jupiter India Select
Lazard Global Listed Infras Eq Fd
Lazard Small Caps Euro SRI
MS INVF Global Brands Fund
MS INVF Global Opportunity Fund
MS INVF Global Property Fund
MS INVF US Advantage Fund
Nordea 1 - Global Climate and Envir Fd
Nordea 1 - Global Stable Equity Fund
Oddo BHF Avenir Europe
Pictet - Clean Energy Transition
Pictet - Global Environmental Opps
Pictet - Global Megatrend Selection
Pictet - Nutrition
Pictet TR - Atlas
Pictet-Premium Brands
Pictet-Robotics
Pictet-Security
Pictet-SmartCity
Pictet-Water
Schroder GAIA Egerton Equity
Schroder ISF EURO Equity
Schroder ISF Global Equity Alpha
Schroder ISF US Large Cap
Templeton Asian Growth Fund
Vontobel mtx Sustainable Emerg Mkts Ldrs
Vontobel US Equity
Wellington Global Quality Growth Fund
FvS Multiple Opportunities II
JPM Global Income Conservative Fund
JPM Global Income Fund
Jupiter Merian Global Equity AbsoluteRet
Lazard Rathmore Alternative Fund
M&G (Lux) Dynamic Allocation Fund
M&G (Lux) Episode Macro Fund
M&G (Lux) Income Allocation Fund
M&G (Lux) Optimal Income Fd
Nordea 1 - Stable Return Fund
Ofi Invest Precious Metals
Pictet-Multi Asset Global Opportunities
PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund
Ruffer Total Return International
“A lista dos fundos blockbuster do Rating FundsPeople é ordenada pela ordem de grandeza dos ativos sob gestão distribuídos no mercado local à data de 31 de dezembro de 2023. A informação é providenciada pelas entidades gestoras. Na ausência de informação detalhada da entidade gestora, assume-se o mínimo de ativos sob gestão para cumprir o critério blockbuster”.
I FUNDSPEOPLE 13 MARÇO E ABRIL
50 100 50 100 50 100 DWS Concept Kaldemorgen BBVA DIF Multi-Asset Moderate EUR Fund UBS (Lux) SF Yield Sust (EUR) GS Alt Beta UBS (Lux) SF Balanced Sust (EUR) Allianz Income and Growth BSF European Absolute Return Fund BGF Global Multi-Asset Income Fund Ninety One GSF Global Multi-Asset Inc Fd BSF Systematic US Eq Abs Ret Fd
Henderson Balanced Fund
ESG Multi-Asset Fund
Pan European High Income Fund
Dynamic Multi Asset Strat SRI 15
Gbl Flex MultAss BGF Global Allocation Fund
DIF Multi-Asset Defensive EUR Fund UBS (Lux) SF Growth Sust (EUR)
Patrimoine
Dynamic Multi Asset Strat SRI 50 Man AHL Trend Alternative MFS Meridian Global Total Return Fund Allianz Dynamic Multi Asset Strat SRI 75 Lumyna-MW TOPS (Market Neutral) UCITS Fd abrdn SICAV I - Diversified Income Fund Acatis Value Event Fonds Amundi Fds Global Multi-Asset Cnsrv
Janus
BGF
Invesco
Allianz
GS
BBVA
Carmignac
Allianz
■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ 02 MULTIATIVOS E ALTERNATIVOS 50 100 50 100 50 100
■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■
01 AÇÕES
PANORAMA BARÓMETRO
OS FUNDOS INTERNACIONAIS BLOCKBUSTER EM PORTUGAL
Para ser considerado um blockbuster, os produtos internacionais devem alcançar os 10 milhões de euros de património distribuído no mercado português. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras.
GAM Star MBS Total Return
Carmignac Portfolio Credit
Jupiter Dynamic Bond
Goldman Sachs Green Bond
BlueBay Investment Grade Bond Fund
Janus Henderson Horizon Euro Corp Bd Fd
BNP Paribas Euro Government Bd
Muzinich Enhancedyield Short-Term Fund
Invesco Euro Corporate Bond Fund
GS Euro Cred
Franklin Euro Short Duration Bond Fund
BGF Emerging Markets Local Ccy Bd Fd
Candriam Bonds Floating Rate Notes
BGF Euro Short Duration Bond Fund
RobecoSAM Euro SDG Credits
Aegon European ABS Fund
GS US Credit
FTGF BW Global Income Optimiser Fd
Eastspring Inv US Corporate Bond Fund
Candriam Bds Global High Yield
T. Rowe Price US Aggt Bd
BGF China Bond Fund
Muzinich Europeyield Fund
BlueBay Investment Grade Euro Aggt Bd Fd
T. Rowe Price Emerging Local Mkts Bd Fd
Wellington Global Bond Fund
BlackRock Sustainable Fixed Inc Strats
FTGF WA Macro Opportunities Bd Fd
BGF Euro Bond Fund
UBAM Global High Yield Solution
Franklin Strategic Income Fund
BGF Euro Corporate Bond Fund
BGF Global High Yield Bond Fund
BGF Sustainable Global Bond Income Fund
Carmignac Portfolio Flexible Bond
,
XAVIER HOVASSE Responsável de Ações de Mercados Emergentes, Carmignac
Epsilon Fund Euro Bond
LSF-Arcano Low Vol Eurp Inc-ESG Sel
Candriam Sustainable Bond Euro Corp
BGF Global Corporate Bond Fund
Muzinich ShortDurationHighYield Fund
abrdn SICAV I - Frontier Markets Bd
abrdnII- Euro Corporate Bond
Algebris Financial Credit Fund
Amundi Fds Emerging Markets Bond
Amundi Fds Global Corporate Bond
Amundi Fds Pioneer Strategic Income
Amundi Fds Pioneer US Bond
AXAIMFIIS Europe Short Duration HY
AXAIMFIIS US Short Duration High Yield
AXAWF Euro Credit Short Duration
AXAWF Euro Credit Total Return
AXAWF Inflation Plus
AXAWF US High Yield Bonds
BNY Mellon Global Credit Fund
BNY Mellon Global Short-Dtd Hi Yld Bd Fd
DNCA Invest Alpha Bonds
Fidelity Euro Corporate Bond Fund
Fidelity Euro Short Term Bond Fund
Fidelity US Dollar Bond Fund
FvS Bond Opportunities
JPM EU Government Bond Fund
JPM Euro Government Short Duration Bd Fd
JPM Global Bond Opportunities Fund
JPM US Aggregate Bond Fund
JPM US Bond Fund
Jupiter Global Emerging Mkts Corp Bd
Loomis Sayles Short Term Em Mkts Bd Fd
M&G European Credit Investment Fund
Esta região representa um vasto universo com uma capitalização bolsista de mais de 2 biliões de dólares e 4.000 empresas. Pela primeira vez desde há muito tempo, tem um ambiente político benigno e um risco político (mais) moderado. O México surgiu como um dos principais beneficiários das tensões geopolíticas entre os EUA e a China, e, a longo prazo, acreditamos que a tendência para o nearshoring poderá impulsionar substancialmente o investimento dos EUA no México.
M&G (Lux) Glb Fl Rt HY Fd
MS INVF Euro Corporate Bd - Dur Hgd Fd
MS INVF Euro Corporate Bond Fund
Neuberger Berman Short Dur Em Mkt Dbt Fd
Neuberger Berman Ultra S/T Euro Bd Fd
Nordea 1 - European Covered Bond Fund
Nordea 1 - European Covered Bond Op
Nordea 1 - European High Yield Bond Fund
Nordea 1 - Low Duration Eur Cov Bnd Fund
Pictet-EUR Short Term High Yield
Pictet-Short Term Emerging Corporate Bds
Pictet-USD Government Bonds
PIMCO European Short-Term Opports
PIMCO GIS Emerging Markets Bond ESG Fd
PIMCO GIS Euro Bond Fund
PIMCO GIS Euro Income Bond Fund
PIMCO GIS Global Bond Fund
PIMCO GIS Global High Yield Bond Fund
PIMCO GIS Global Investment Grd Crdt Fd
PIMCO GIS Income Fund
PIMCO GIS Low Average Duration Fund
PIMCO GIS Total Return Bond Fund
PIMCO GIS US High Yield Bond Fund
Schroder GAIA Cat Bond
Schroder ISF EURO Corporate Bond
Schroder ISF EURO Credit Conviction
Schroder ISF EURO Government Bond
Schroder ISF EURO High Yield
Schroder ISF EURO Short Term Bond
Schroder ISF Global Corporate Bond
Schroder ISF Global Credit Income
Tikehau Short Duration Fund
Vontobel Emerging Markets Debt
Vontobel Euro Corporate Bond
Vontobel TwentyFour Strategic Income Fd
No Brasil, a economia está no bom caminho, colhendo os benefícios das reformas, nomeadamente no mercado de trabalho, com a privatização de alguns dos gigantes da economia brasileira. Além disso, a produção agrícola e petrolífera aumentou consideravelmente graças aos elevados níveis de investimento registados nos últimos quinze anos. As ações latino-americanas estão subvalorizadas nas carteiras mundiais relativamente à sua contribuição para a capitalização do mercado de ações mundial. Em 2024, os investidores devem reavaliar a sua exposição a estas oportunidades, com especial incidência no Brasil e no México. AMÉ
Acreditamos que, nos próximos cinco anos, o México poderá registar um aumento de 155 mil milhões de dólares nas exportações para os EUA, ou seja, mais de 10% do PIB do país.
A OPINIÃO DE RAP T REN
T NER
14 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
RICA LATINA: UM NOVO COMEÇO?
PAR
50 100 50 100 50 100
BlueBay Investment Grade Euro Govt Bd Fd
MFS Meridian Emerging Markets Debt Fund
■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■
02 FIXED INCOME
Investimos com dedicação na saúde do futuro
Focados na saúde das empresas
AB International Health Care Portfolio
Num ambiente de mercado incerto, o sector da saúde pode oferecer oportunidades interessantes aos investidores graças à sua resiliência. As alterações demográficas e o aumento da procura global tornaram-no menos vulnerável às condições macroeconómicas. Além disso, graças à inovação, às avaliações favoráveis e ao aumento da rentabilidade, o sector tem também um bom potencial de crescimento. Em vez de perseguir as últimas descobertas científicas, a equipa do AB International Health Care Portfolio pretende descobrir empresas com um potencial de retorno atrativo através de uma análise aprofundada da sua solidez. Adoptamos uma abordagem orientada, investindo em empresas que acreditamos estarem destinadas a prosperar, tanto hoje como no futuro.
alliancebernstein.com/go/healthcare-pt
Esta é uma comunicação promocional. Exclusivamente para profissionais de investimento. Não se destina a distribuição ou consulta pelo público em geral. O valor de um investimento pode diminuir ou aumentar e os investidores podem não recuperar o valor total investido. O capital está em risco.
Esta informação é publicada pela AllianceBernstein (Luxembourg) S.à r.l. Société à responsabilité limitée, R.C.S. Luxembourg B 34 305, 2-4, rue Eugène Ruppert, L-2453 Luxemburgo. Autorizado no Luxemburgo e regulamentado pela Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). A carteira é um subfundo do AB SICAV I, uma sociedade de investimento aberta (société d’investissement à capital variable) constituída ao abrigo das leis do GrãoDucado do Luxemburgo. A venda de fundos AB pode estar sujeita a restrições ou ter consequências fiscais adversas em determinadas jurisdições. Estas informações destinam-se exclusivamente a pessoas em jurisdições nas quais os fundos e a respectiva classe de acções estão registados ou podem recebê-las legalmente que podem recebê-las legalmente. Antes de investir, os investidores devem analisar o prospeto completo do fundo, juntamente com o respetivo KIID ou KID e as demonstrações financeiras mais recentes demonstrações financeiras mais recentes. As cópias destes documentos, incluindo o relatório anual mais recente e, se publicados posteriormente, as demonstrações financeiras mais recentes, estão disponíveis gratuitamente mediante pedido. Se o relatório anual mais recente for publicado posteriormente, o relatório semestral mais recente da AllianceBernstein (Luxembourg) S.à r.l., pode ser obtido gratuitamente em www.alliancebernstein.com ou www.eifs.lu/alliancebernstein, ou em cópia impressa, contactando o distribuidor local nas jurisdições onde a distribuição dos fundos é autorizada a distribuição dos fundos é autorizada.
ICMA2024298
OS ORGANISMOS DE INVESTIMENTO ALTERNATIVO IMOBILIÁRIO EM PORTUGAL
A relevância destes organismos é grande no mercado nacional. Já passaram por vários regimes, mas atualmente o setor tem conseguido atrair novas gestoras – nacionais e não só – o que atesta a maturidade deste mercado.
s Fundos de Investimento Imobiliário (FII), que agora se designam por Organismos de Investimento Alternativo (OIA) Imobiliários são um instrumento financeiro muito relevante no mercado português.
Desde logo pelo valor do património imobiliário gerido que, no final de 2023, totalizava quase 17 mil milhões de euros. Mas também pelo papel que desempenham enquanto instrumento de aforro para milhares de pequenos investidores que pretendem diversificar e aplicar parte das suas poupanças no setor imobiliário e que, de outra forma, não teriam acesso a este segmento. Em dezembro de 2023, o número de participantes em OIA Imobiliários superava os 112 mil.
Os primeiros FII surgiram em 1987 e, inicialmente, apenas os fundos abertos eram permitidos. Nesse ano foram constituídos quatro fundos, dos quais dois ainda estão em atividade: o fundo Fundimo, gerido pela Caixa Gestão de Ativos, e o fundo VIP, gerido pela SILVIP. Ao longo destes quase 37 anos, estes fundos devolveram aos seus participantes, líquidos de impostos1, uma rendibilidade média anual superior a 6%.
Os OIA Imobiliários foram responsáveis pela maior transparência e
-100 -50 0 50 100 150 200 15000 17500 20000 0 20 40 60 80 100 120 1000 1500 2000 2500 CAPTAÇÕES LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO FEVEREIRO 2023 FEVEREIRO 2023 FEVEREIRO 2024 FEVEREIRO 2024 TOTAL DE FUNDOS MOBILIÁRIOS FUNDOS DE CURTO PRAZO HARMONIZADOS
O
16 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
PANORAMA FÓRUM APFIPP por Sérgio Brito
Fonte: APFIPP
(NOVO) ÍNDICE IMOBILIÁRIO APFIPP
rigor que hoje se reconhece no mercado imobiliário português, que não existia quando surgiram. Atualmente, todos os ativos imobiliários são avaliados, no mínimo, uma vez por ano, por dois peritos independentes, e a composição do património, bem como o valor das avaliações são publicamente divulgadas. As contas anuais são auditadas e publicadas, acessíveis aos participantes e a qualquer outro interessado.
Os OIA mobiliários sempre privilegiaram o mercado de arrendamento, essencialmente o segmento não habitacional (maioritariamente escritórios e espaços comerciais) e diversos edifícios e outros empreendimentos imobiliários emblemáticos que ajudaram a transformar e modernizar as nossas cidades e permitiram a fixação de diversas empresas, nacionais e internacionais, foram construídos ou detidos por OIA Imobiliários.
O arrendamento habitacional, devido aos constrangimentos legais e regulatórios que o regem, nunca atingiu uma expressão significativa nas carteiras do OIA Imobiliários.
A exceção ocorreu, contudo, com a figura dos FIIAH (Fundos de Investimento Imobiliário para o Arrendamento Habitacional), criada na Lei 64A/2008 (OE 2009) para dar resposta às dificuldades no segmento habitacional surgidas com a crise do subprime. Existiram 12 FIIAH que chegaram a gerir mais de 1,6 mil milhões de euros, quase integralmente compostos por imóveis habitacionais, destinados ao mercado de arrendamento.
VÁRIOS REGIMES
O reconhecimento da importância dos OIA Imobiliários e da sua capacidade de atuar sobre insuficiências e ineficiências existentes no mercado português,
levou o governo a criar alguns regimes com fins específicos. Para além do dos FIIAH, que já se extinguiu, foram criados os regimes dos Fundos Florestais (2007), com o propósito de promover a organização e gestão das florestas, e o regime dos Fundos de Reabitação Urbana (2028), com o objetivo de ajudar à renovação e reabilitação do património imobiliário nas cidades portuguesas.
Anteriormente, em 2005, ocorreu uma importante alteração legislativa, com a criação de um regime mais flexível para Fundos Fechados de Subscrição Particular que tivessem até cinco Participantes, ou cujos participantes fossem todos investidores institucionais. O número de fundos em atividade aumentou exponencialmente, passando de 64, no final de 2004, para mais de 260, em 2010, sendo que quase todos os novos fundos constituídos nesse período se enquadravam neste regime.
-50 0 50 100 150 200 2000 2750 3500 -100 -80 -60 -40 -20 0 2500 3000 3500 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 800 850 900 950 1000 CAPTAÇÕES LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO FEVEREIRO 2023 FEVEREIRO 2023 FEVEREIRO 2023 FEVEREIRO 2024 FEVEREIRO 2024 FEVEREIRO 2024 FUNDOS DE OBRIGAÇÕES FUNDOS MISTOS FUNDOS DE AÇÕES
DESIGNAÇÃO N.° DE OLL 31/12/2023 QUOTA DE MERCADO 31/12/2022 VALOR ÍNDICE 30/09/2023 TAXA DE CRESCIMENTO ANUALIZADA BASE: DEZ-2012 = 1.000 ÚLTIMO (S) 1 ANO 2 ANOS 3 ANOS 5 ANOS 10 ANOS Índice Imobiliário APFIPP 59 58.39% 1,134.38 3.47% 3.69% 3.82% 3.53% 1.53% Sub-indice Fundos Abertos 12 94.23% 1,090.27 3.40% 4.00% 3.75% 3.18% 1.10% Sub-Indice Fundos Fechados Arrendamento 27 41.31% 1,619.16 4.33% 4.64% 4.55% 5.26% 5.05% Sub-Índice Fundos Fechados Desenvolvimento 20 29.27% 760.19 1.49% 0.31% 2.39% 1.64% -2.18%
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 17
Embora muitos destes fundos estivessem vocacionados para o segmento do arrendamento comercial, como sucedia com a maioria dos fundos em atividade até então, começaram a surgir vários fundos exclusivamente dedicados ao
segmento habitacional, embora numa lógica de promoção imobiliária, construção para venda.
Mais recentemente, tem-se assistido a uma nova tendência, com a transformação de Sociedades Imobiliárias em OIA Imobiliários sob a forma societária, inicialmente designadas por SICAFI, e que agora se designam por SIC Imobiliárias.
O regime fiscal dos OIC, aliado à gestão profissional e diligente que as gestoras de FII e de OIA Imobiliários, sempre procuraram efetuar, são os prin-
ORGANIMOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FEVEREIRO 2024 QUOTA (%) DEZEMBRO 2023 QUOTA (%) VAR. (%) 2023 Square Asset Management 1.802,73 12,31 1.777,08 12,31 1,44 LYNX Asset Managers 1.197,19 8,17 1.190,28 8,25 0,58 GEF 971,38 6,63 974,18 6,75 -0,29 Interfundos 830,70 5,67 880,51 6,10 -5,66 Sierra IG * 809,16 5,52 674,90 4,68 19,89 Insula Capital 750,97 5,13 754,42 5,23 -0,46 Caixa Gestão de Ativos 673,29 4,60 659,05 4,57 2,16 BPI Gestão de Ativos 643,56 4,39 641,12 4,44 0,38 Norfin 623,11 4,25 648,81 4,50 -3,96 GNB Gestão de Ativos ** 567,01 3,87 565,63 3,92 0,24 Silvip 512,66 3,50 511,42 3,54 0,24 Southcap 458,84 3,13 455,43 3,16 0,75 Montepio Gestão de Activos 455,45 3,11 451,76 3,13 0,82 Fidelidade 294,77 2,01 293,59 2,03 0,40 Fundiestamo 293,88 2,01 290,08 2,01 1,31 TIKEHAU Investment Management 284,44 1,94 285,89 1,98 -0,51 Fund Box 248,02 1,69 215,76 1,50 14,95 Civilria Gestão de Ativos 246,13 1,68 244,48 1,69 0,68 Imofundos 233,01 1,59 235,59 1,63 -1,09 SPX Portugal 220,16 1,50 220,56 1,53 -0,18 Institutional Invest.- Partners GmbH 209,08 1,43 210,72 1,46 -0,78 Santander Asset Management 205,88 1,41 205,66 1,43 0,11 Violas Ferreira - SIC 200,31 1,37 198,69 1,38 0,81 TF Turismo Fundos 190,36 1,30 189,65 1,31 0,37 StatusDesafio Capital 165,20 1,13 158,73 1,10 4,07 Carregosa 144,65 0,99 144,33 1,00 0,22 Imorendimento 143,44 0,98 132,96 0,92 7,88 Atlantic 142,54 0,97 141,46 0,98 0,76 IQ EQ Fund Manag.(Ireland) Limited 122,94 0,84 124,13 0,86 -0,96 Refundos 122,83 0,84 121,98 0,85 0,70 Crédito Agrícola Gest 108,55 0,74 108,87 0,75 -0,29 Imopolis 106,08 0,72 106,00 0,73 0,07 Libertas 97,31 0,66 92,80 0,64 4,86 Profile 93,80 0,64 93,92 0,65 -0,13 PICF - SGOIC 80,96 0,55 69,32 0,48 16,80 Vila Gale Gest 76,52 0,52 74,44 0,52 2,79 Gesfimo 59,33 0,41 58,75 0,41 0,99 GFM Gestão de Ativos 39,25 0,27 39,76 0,28 -1,29 Valadim Investimentos SIC 32,79 0,22 32,55 0,23 0,73 Invest Gestão de Activos 32,10 0,22 32,91 0,23 -2,47 Rimon Investments 30,78 0,21 24,51 0,17 25,59 Lifento, SAS 28,04 0,19 27,75 0,19 1,03 Predipalma SIC 26,30 0,18 25,01 0,17 5,15 Bondstone Investment Manag. 19,04 0,13 Point Capital Partners - SCR 15,83 0,11 15,85 0,11 -0,12 Silar - SIC 15,81 0,11 15,92 0,11 -0,69 Nativa Capital *** 13,33 0,09 13,42 0,09 -0,65 Blue Marlin Asset Management - SCR 9,15 0,06 Finprop Capital 0,05 0,00 TOTAL 14.648,70 14.430,63 1,51 * A Sierra IG incorporou, por fusão a Sierragest - Gestão de Fundos ** A GNB Gestão de Ativos (ex. GNB Fundos Mobiliários) incorporou, por fusão a GNB Real Estate *** A Floresta Atlântica mudou de denominação para Nativa Capital FUNDOS DE PENSÕES DEZEMBRO 2023 QUOTA (%) DEZEMBRO 2022 QUOTA (%) VAR. (%) 2023 Ageas Pensões 6.261,89 33,50 6.050,53 28,69 3,49 BPI Vida e Pensões 3.256,92 17,42 3.006,44 14,26 8,33 GNB - SGFP 2.320,44 12,41 2.187,80 10,37 6,06 Futuro 1.915,22 10,25 1.792,06 8,50 6,87 S.G.F.P. Banco de Portugal 1.781,41 9,53 1.746,36 8,28 2,01 Santander Pensões 1.155,58 6,18 1.122,90 5,32 2,91 CGD Pensões 829,26 4,44 4.153,60 19,69 -80,04 BBVA Fundos 566,07 3,03 502,83 2,38 12,58 Crédito Agrícola Vida 237,44 1,27 219,33 1,04 8,25 Golden - SGF 215,26 1,15 192,72 0,91 11,70 Real Vida Seguros 135,25 0,72 100,89 0,48 34,05 Victoria - Seguros de Vida 16,54 0,09 14,73 0,07 12,32 Total 18.691,28 21.090,17 -11,37 “Nota: Amostra = 98,7% do total gerido por Fundos de Pensões (Em Dezembro 2023) FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO FEVEREIRO 2024 QUOTA (%) DEZEMBRO 2023 QUOTA (%) VAR. (%) 2023 Caixa Gestão de Ativos 6.557,28 34,90 6.459,47 34,67 1,51 IM Gestão de Ativos 4.179,12 22,24 4.140,70 22,22 0,93 Santander Asset Management 3.143,38 16,73 3.139,50 16,85 0,12 BPI Gestão de Ativos 2.859,41 15,22 2.883,45 15,47 -0,83 GNB - Gestão de Ativos 731,55 3,89 732,60 3,93 -0,14 Bankinter Gestion de Activos 376,20 2,00 356,58 1,91 5,50 Montepio Gestão de Activos 301,19 1,60 300,64 1,61 0,18 Invest Gestão de Activos 261,10 1,39 250,21 1,34 4,35 Optimize Investment Partners 170,68 0,91 162,86 0,87 4,80 Casa de Investimentos 95,07 0,51 79,34 0,43 19,83 Heed Capital 27,51 0,15 27,94 0,15 -1,55 GFM Gestão de Ativos 22,41 0,12 20,80 0,11 7,71 Crédito Agrícola Gest 19,19 0,10 19,35 0,10 -0,84 Sixty Degrees 17,72 0,09 17,12 0,09 3,51 LYNX Asset Managers 16,00 0,09 14,90 0,08 7,37 BIZ Capital 10,65 0,06 10,91 0,06 -2,38 Fund Box n.d. - 1,21 0,01OXY Capital n.d. - 16,24 0,09Total 18.788,45 18.633,82 0,83
Dados em milhões de euros. AS GESTORAS EM FEVEREIRO DE 2024
GESTÃO DE PATRIMÓNIOS FEVEREIRO 2024 QUOTA (%) DEZEMBRO 2023 QUOTA (%) VAR. (%) 2023 Caixa Gestão de Ativos 8.199,67 32,97 8.386,60 33,41 -2,23 Santander Asset Management 5.407,79 21,74 5.427,79 21,62 -0,37 GNB Gestão de Ativos ** 3.853,84 15,50 3.871,39 15,42 -0,45 BPI Gestão de Ativos 3.567,69 14,34 3.580,68 14,27 -0,36 Montepio Gestão de Activos 1.533,06 6,16 1.528,58 6,09 0,29 Crédito Agrícola Gest 1.377,63 5,54 1.398,59 5,57 -1,50 Bankinter Gestion de Activos, SGIIC - Suc. Portugal 814,09 3,27 790,34 3,15 3,01 Optimize Investment Partners 85,96 0,35 85,40 0,34 0,66 Heed Capital 21,83 0,09 21,69 0,09 0,67 Haitong Global Asset Management 5,41 0,02 4,69 0,02 15,30 LYNX Asset Managers 4,30 0,02 3,88 0,02 10,81 Total 24.871,28 25.099,61 -0,91 Nota: Amostra = 73,0% do total de activos da Gestão de Patrimónios (Em Fevereiro de 2024) ** A GNB Gestão de Ativos (ex. GNB Fundos Mobiliários) incorporou, por fusão a GNB - SGP A NOVA TENDÊNCIA NO MERCADO: A TRANSFORMAÇÃO DE SOCIEDADES IMOBILIÁRIAS EM OIA IMOBILIÁRIOS SOB A FORMA SOCIETÁRIA 18 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL PANORAMA FÓRUM APFIPP
cipais determinantes desta tendência, que se deverá manter.
A justificá-la estão, também, os resultados históricos que a indústria tem apresentado, pese embora as diversas crises que atingiram o mercado imobiliário e a economia nacional.
A performance destes instrumentos, medida pelo Índice Imobiliário APFIPP, evidencia um retorno médio anual de 3,53%, nos últimos 5 anos. Os fundos abertos apresentam uma rendibilidade média, no mesmo período, de 3,18%, e
os fundos fechados de arrendamento, um resultado médio anual de 5,26%.
O dinamismo recente do setor imobiliário nacional tem atraído novas entidades gestoras, muitas nacionais, mas já existem algumas gestoras sedeadas noutras jurisdições europeias que gerem OIA Imobiliários domiciliados em Portugal, constituindo um atestado de maturidade e da importância estratégica deste mercado.
FERNANDO FERNÁNDEZ-BRAVO
Responsável de Vendas de Gestão Ativa para a Península Ibérica, Invesco
AS SMALL CAPS EM CENA
O atual cenário económico pode ser mais favorável para as empresas de pequena capitalização, as small caps, que poderão ter um comportamento melhor do que as grandes empresas pela primeira vez desde 2021. Historicamente, quando as taxas de juro alcançam o seu máximo e o ciclo muda para as descidas, as small caps tendem a ter um melhor comportamento, visto que o apetite pelos ativos de risco aumenta, os seus custos de financiamento baixam e torna-se mais fácil conseguir financiamento. O seu balanço é mais delicado e sensível do que o das grandes empresas e, consequentemente, são mais sensíveis às alterações dos custos de financiamento. Por outro lado, a rentabilidade média das small caps, comparada com as grandes empresas, durante os primeiros 12 meses depois de um mínimo de mercado (referentes a outubro de 2023), mostra que as primeiras tendem a experienciar movimentos ascendentes mais significativos do que as segundas, ultrapassando-as, em média, em 30% nos EUA, 25% na Europa e 17% no Reino Unido. Na Europa, a situação é ainda mais favorável do que no resto das regiões, devido às baixas valorizações das pequenas empresas. A meio de fevereiro deste ano, o PER das small caps do MSCI
Europe estava em 12 vezes, em comparação com as 16 do MSCI
World ou as 19 do MSCI USA. Todos estes fatores formam uma combinação potencialmente atrativa para os investidores.
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO JANEIRO A FEVEREIRO 2024 DESDE INÍCIO DO ANO ÚLTIMOS 12 MESES Caixa Gestão de Ativos 41,103 41,103 -181,628 IM Gestão de Ativos 17,135 17,135 161,377 Bankinter Gestion de Activos 16,788 16,788 26,372 Casa de Investimentos 7,929 7,929 25,746 Invest Gestão de Activos 5,839 5,839 27,237 Optimize Investment Partners 3,841 3,841 17,228 Sixty Degrees 0,403 0,403 2,994 LYNX Asset Managers 0,078 0,078 -2,058 GFM Gestão de Ativos 0,000 0,000 0,000 Crédito Agrícola Gest 0,000 0,000 0,000 BIZ Capital -0,301 -0,301 -2,567 Heed Capital -0,483 -0,483 -6,326 Montepio Gestão de Activos -2,603 -2,603 98,729 GNB - Gestão de Ativos -13,273 -13,273 -54,172 Santander Asset Management -23,995 -23,995 219,661 BPI Gestão de Ativos -43,527 -43,527 -255,592 OXY Capital n.d. n.d. n.d. Fund Box n.d. n.d. n.d. Total 8,937 8,937 77,001 FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO JANEIRO A FEVEREIRO 2024 DESDE INÍCIO DO ANO ÚLTIMOS 12 MESES Fundos de Obrigações Euro 90,919 90,919 508,538 F. Mercado Monetário Euro 88,858 88,858 392,729 Fundos PPR 11,795 11,795 -110,963 Fundos de Acções Nacionais 7,206 7,206 56,850 F. Mercado Monetário Internacional 6,169 6,169 8,934 F. Acções da América do Norte 0,088 0,088 8,822 FIA Flexíveis 0,078 0,078 -1,473 FIA de Retorno Absoluto 0,000 0,000 0,000 FIA de Curto Prazo 0,000 0,000 0,500 FIA de Obrigações -0,285 -0,285 -1,761 Outros FIA -0,347 -0,347 -58,086 Outros F. Acções Internacionais -0,498 -0,498 -13,097 Fundos de Acções Sectoriais -0,555 -0,555 -4,579 Fundos de Acções Ibéricas -1,728 -1,728 -0,085 Fundos de Obrigações Internacional -2,057 -2,057 -0,273 Fundos de Acções Europeias -3,508 -3,508 -14,012 F. Multi-Activos Agressivos -3,950 -3,950 -7,766 F. Multi-Activos Defensivos -7,116 -7,116 -60,456 F. Obrigações Taxa Indexada Euro -7,730 -7,730 -61,834 F. Multi-Activos Equilibrados -13,851 -13,851 -67,948 Fundos de Acções Globais -25,886 -25,886 -199,462 Fundos de Curto Prazo Euro -30,898 -30,898 294,164 Fundos Flexíveis -34,878 -34,878 -219,531 F. Multi-Activos Moderados -62,888 -62,888 -372,210 Total 8,937 8,937 77,001 Dados em milhões de euros ENTRADAS E SAÍDAS DOS FUNDOS MOBILIÁRIOS JANEIRO A FEVEREIRO DE 2024 1.500 1.250 1.000 750 500 250 0 -250 -500 -750 -1000 -1.250 -1.500 -1500 -1000 -500 0 500 1000 1500
* - Não inclui informação para períodos anteriores a Dezembro de 2022.
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 19
1 Considerando um investidor particular que não opta pelo englobamento dos rendimentos
EM JANEIRO E FEVEREIRO
Barómetro na Europa
MERCADO EUROPEU DE FUNDOS ATINGE O VALOR MAIS ALTO DE PATRIMÓNIO DOS ÚLTIMOS DOIS ANOS
A expetativa de descida das taxas de juro e o sentimento de aterragem suave alimentam o otimismo no mercado europeu, que atinge um novo máximo de ativos sob gestão. Nos produtos que mais captaram, são estratégias de gestão passiva que mais investimento atraem.
Oinício de um novo ano é sempre sinónimo de esperança e recomeço. No contexto económico passavam ambos pela crença de uma não recessão e pela diminuição das taxas de juro. No contexto geopolítico, pelo fim da guerra na Ucrânia e do conflito entre Israel e o Hamas. Em ambos os contextos, todos os cenários são desejáveis, embora uns mais prováveis do que outros.
Ao que parece, o otimismo que adveio do ano passado, revelou sinais positivos este ano. No mercado acionista mantevese a trajetória positiva do setor tecnoló-
gico americano, a apresentar, mais uma vez, resultados melhores do que o previsto. Do outro lado do mundo, observaram-se sinais positivos vindos do Japão. As ações japonesas a subir, face aos bons resultados apresentados pelas empresas e também pela ação do Banco do Japão, provavelmente apreensivo com o possível regresso a um cenário deflacionista crónico. Ainda assim, é a classe obrigacionista que se destaca neste começo de 2024. A possível valorização do capital perante as supostas descidas das taxas de juro, tornaram as yields atuais atrativas e uma oportunidade que os investidores não quiseram deixar escapar.
(Em milhões de euros, inclui monetários) MÊS COM
15.000.000 14.000.000 13.000.000 12.000.000 11.000.000 10.000.000 9.000.000 150.000 100.000 50.000 0 -50.000 -100.000 PATRIMÓNIO CAPTAÇÕES
NA EUROPA
LÍQUIDAS PATRIMÓNIO E CAPTAÇÕES DE FUNDOS UCITS
ENTRADAS
PATRIMÓNIO PATRIMONIO 9000000 10000000 11000000 12000000 13000000 14000000 15000000 CAPTACIONES NETAS Con monetarios Sin monetarios -100000 -50000 0 50000 100000 150000 2022 MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR 2022 20 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
LÍQUIDAS MÊS COM SAÍDAS LÍQUIDAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS por Diana Pereira
DISTRIBUIÇÃO
DO PATRIMÓNIO NA EUROPA EM FEVEREIRO
DISTRIBUIÇÃO DAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS NA EUROPA EM JANEIRO E FEVEREIRO
*Os dados de internacional incluem os fundos domiciliados no Luxemburgo e na Irlanda. Os monetários dinâmicos incluem-se em outros.
ELENA DOMECQ Diretora-adjunta de Estratégia e responsável pelo Investimento Sustentável em Espanha e Portugal, J.P. Morgan AM A OPINIÃO DE
EXISTEM OPORTUNIDADES PARA ALÉM DAS SETE MAGNÍFICAS?
Em 2023, a evolução do mercado americano foi dominada pelo grupo de empresas conhecido como as Sete Magníficas. Embora seja verdade que estas sete empresas pertencem a diferentes setores, todas têm modelos de negócio que dependem, em grande medida, da tecnologia e da atual euforia em torno da Inteligência Artificial (IA). Durante a última época de publicação de resultados, muitas destas empresas voltaram a registar lucros extraordinários. Embora não seja certo que a IA corresponda às expetativas, não vemos muitos indícios de que as cotações das Sete Magníficas possam cair para os níveis do mercado geral, como aconteceu na década de 2000. Mas será então possível que as outras empresas (a que chamamos S&P 493)
recuperem terreno?
Se a IA se tornar tão disruptiva como as valorizações de alguns gigantes sugerem, o auge dos lucros e da produtividade manifestar-se-á também noutros setores. Chegado esse momento, é possível que o resto do índice recupere terreno (pelo menos parcialmente) quando os investidores se aperceberem de outras ações também podem beneficiar da IA.
MERCADO OBRIGAÇÕES AÇÕES OUTROS MISTOS MONETÁRIOS TOTAL Internacional 2.136.056 3.303.397 224.449 620.166 1.224.248 7.508.315 Reino Unido 234.365 941.141 19.551 206.649 36.160 1.437.866 Alemanha 144.607 242.808 46.198 103.417 404.298 941.328 França 52.748 291.067 153.399 124.872 6.044 628.130 Suíça 202.805 330.699 31.780 55.734 45.760 666.778 Itália 74.919 321.011 4.746 77.489 0 478.165 Suécia 144.076 56.027 18.997 76.466 20.738 316.305 Espanha 62.485 35.218 2.556 98.160 4.558 202.978 TOTAL 3.303.151 5.910.838 582.917 1.538.315 1.752.608 13.087.828 MERCADO OBRIGAÇÕES AÇÕES OUTROS MISTOS MONETÁRIOS TOTAL Internacional (*) 45.192 8.755 -5.243 -7.534 5.731 46.900 Reino Unido 403 -2.965 -533 -1.182 -1.159 -5.436 Alemanha 2.562 -1.887 -1.440 -1.393 8.508 6.350 França -230 1.399 -1.487 -1.274 148 -1.443 Suíça 2.150 5.163 -18 -281 2.515 9.529 Itália 472 1.913 -97 -338 0 1.950 Suécia 6.565 -905 -385 -1.599 2.843 6.518 Espanha 3.358 -802 -103 -4.214 94 -1.668 TOTAL 62.650 15.139 -10.653 -17.533 18.656 68.260
RAP T REN PAR T NER
68.260 13.087.828 2023 2024 ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV 2023 2024 MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 21
EM OBRIGAÇÕES
OBRIGAÇÕES EM ALTA
Relativamente às captações líquidas no mercado europeu, o primeiro mês do ano atingiu os 58.289 milhões de euros, quase o dobro de dezembro de 2023. Um valor bem acima do mês que se seguiu, fevereiro, que não chegou aos 10 mil milhões. Feitas as contas, o montante total investido no universo de análise ultrapassa, a final de fevereiro de 2023, os 13,19 biliões de euros. Algo que não acontecia desde março de 2022. Para tais resultados, houve uma classe de ativos com um peso determinante. As obrigações foram responsáveis por 62.650 milhões de euros do montante captado, o que corresponde a mais de 90% do total. O mercado monetário, que tinha sido o que mais tinha captado nos dois últimos meses de 2023, surge agora em segundo lugar
com 18.656 milhões de euros. As ações, ainda que com valores consideravelmente tímidos, quase duplicaram o montante captado, comparativamente ao final do ano.
GESTÃO PASSIVA: DESTAQUE
No que diz concretamente respeito aos fundos mais subscritos, são os instrumentos de gestão passiva que mais se destacam, em número de fundos nos Tops mensais e em volume, quer na classe acionista, quer na obrigacionista. Na primeira, tanto em janeiro como em fevereiro, foram dois ETF os produtos que mais captaram. Em janeiro, o iShares Core S&P 500 ETF, com 2.791 milhões de euros e em fevereiro, o SPDR® S&P 500 ETF, com 1.769. Nas obrigações, surge outro ETF da BlackRock a liderar a tabela, o iShares Core Corp Bond
Con monetarios
ETF, com 1.909 milhões de euros. Já em fevereiro, foi o PIMCO GIS Income Fund que se destacou. Este fundo de rendimento fixo global, com Rating FundsPeople+ 2024, arrecadou 1.958 milhões de euros em investimento.
Quanto aos setores, em janeiro registou-se um maior interesse por parte dos investidores em Global Equity Large Cap, categoria que superou os 16 mil milhões de euros em subscrições líquidas. Já em fevereiro, as preferências, ainda que por uma margem pouco significativa, recaíram sobre a categoria de Global Fixed Income. Em sentido inverso, foram as categorias de multiativos que menos captaram em ambos os meses. Em janeiro, os fundos de Cautious Allocation, e em fevereiro, os de Flexible Allocation, cada um com subscrições liquidas negativas superiores a 3 mil milhões de euros.
QUE MAIS E MENOS CAPTAM NEGÓCIO INTERNACIONAL
SETORES
CAPTARAM EM JANEIRO Global Equity Large Cap 16.095 Europe Fixed Income 13.846 Global Fixed Income 8.597 US Equity Large Cap Blend 5.600 Fixed Income Miscellaneous 5.401 EM FEVEREIRO Global Fixed Income 9.678 Global Equity Large Cap 9.426 Europe Fixed Income 8.869 Fixed Inc. Miscellaneous 7.782 US Eq. Large Cap Blend 5.637 OS FUNDOS INTERNACIONAIS UCITS QUE MAIS CAPTAM
EM AÇÕES FUNDO VOL. EM JANEIRO iShares Core S&P 500 ETF 2.791 iShares Core MSCI World ETF 1.250 SPDR® S&P 500 ETF 1.044 Vanguard S&P 500 ETF 1.022 DekaFonds CF 417 Xtrackers ESG MSCI World UCITS ETF 394 Lyxor Core MSCI Japan (DR) ETF 382 SPDR S&P 500 ESG Leaders ETF 365 iShares MSCI ACWI ETF 359 Vanguard FTSE All-Wld UCITS ETF 349 EM FEVEREIRO SPDR® S&P 500 ETF 1.769 Amundi MSCI USAESGClmtNetZrAmbtCTBETF 1.587 UBS (CH) Fd Solutions MSCI USA SF Idx Fd 1.518 iShares Core MSCI World ETF 1.430 Amundi S&P 500 ESG ETF 1.364 HSBC MSCI World ETF 841 Lyxor Core MSCI Japan (DR) ETF 794 Handelsbanken Developed Markets Index Cr 751 JPM America Equity Fund 737 iShares Developed World Index Fund (IE) 637
Sin monetarios MAIS
Fonte: Morningstar e J.P. Morgan AM. Em milhões de euros.
FUNDO VOL. EM JANEIRO iShares Core € Corp Bond ETF 1.909 PIMCO GIS Income Fund 1.898 AB American Income Portfolio 1.280 PIMCO GIS Global Bond Fund 1.003 iShares € High Yield CorpBd ETF 950 UniOpti4 585 iShares $ Treasury Bond 0-1yr ETF 565 iShares $ TIPS ETF 480 Fidelity US Dollar Bond Fund 435 SSGA State Street Glb Aggt Bd Idx Fd 417 EM FEVEREIRO PIMCO GIS Income Fund 1.958 SSGA State Street Glb Aggt Bd Idx Fd 749 AB American Income Portfolio 749 iShares $ Corp Bond ETF 688 Pictet CH – CHF Bonds Tracker 680 iShares € Corp Bond ESG ETF 674 UniOpti4 668 HSBC Global Government Bond UCITS ETF 579 iShares Core Global Aggregate Bond ETF 523 HSBC GIF Global Government Bond 502 EM MULTIATIVOS E OUTROS FUNDO VOL. EM JANEIRO Allianz Income and Growth 396 Amundi Physical Gold ETC 269 Franklin Income Fund 226 BNP Paribas Nordic Evolution 206 M&G (Lux) Optimal Income Fd 179 BGF Sustainable Global Allocation 135 WisdomTree Copper 115 onemarkets Amundi Income Opps Fd 88 Global X S&P 500® Quarterly Buffer ETF 87 Acatis Value Event Fonds 83 EM FEVEREIRO GS Absolute Return Tracker Portfolio 297 Allianz Income and Growth 295 Allianz Dynamic Multi Asset Strat SRI 15 211 BNP Paribas MultiAsset Opp 155 Phaidros Funds - Balanced 151 Franklin Income Fund 148 WisdomTree Copper 134 JPM Europe Equity Absolute Alpha Fund 99 DC Value Global Balanced 92 Jupiter Merian Global Equity AbsoluteRet 88
MENOS CAPTARAM EM JANEIRO Cautious Allocation -3.124 Asia ex-Japan Equity -2.751 Europe Equity Large Cap -2.082 Allocation Miscellaneous -1.886 Greater China Equity -1.789 EM FEVEREIRO Flexible Allocation -3.151 Cautious Allocation -2.690 Allocation Miscellaneous -2.472 Asia ex-Japan Equity -2.283 Moderate Allocation -2.087 22 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL PANORAMA
SETOR EM NÚMEROS
O
Same Guide, updated daily
“ The Guide to the Markets highlights the charts that we think are most important for investors to track. I’m therefore delighted that the Guide is now being updated on a daily basis, so that you’ll always have the latest market data at your fingertips.”
Elena Domecq, member of the Client and Strategy team
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FUNDOS FUNDSPEOPLE+
COM OS TRÊS
INGREDIENTES DA RECEITA, O SABOR
É A ALFA
Na panela onde se cozinham os fundos com o Rating FundsPeople+ sobressaem aromas de flexibilidade, convicção e descorrelação.
TENDÊNCIAS CAPA por Miguel Rêgo, CFA 24 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
HÁ UM GRANDE EQUILÍBRIO ENTRE O NÚMERO
DE FUNDOS DE ENTIDADES GESTORAS BOUTIQUE, OU DE NICHO, E AQUELES DE ENTIDADES COM UMA OFERTA VASTA
Éindiscutível que os fundos de investimento que acumulam os três ingredientes do Rating FundsPeople, os fundos FundsPeople+, são excecionais. De um universo de quase 600 fundos com o Rating em Portugal, e de vários milhares registados no país, apenas 12 ultrapassam a meta nas três vertentes de análise. São simultaneamente fundos que se posicionam muito bem em termos quantitativos, com os seus resultados de retorno e risco, atraem um volume significativo de investimento local e estão no top of mind dos investidores. É uma coincidência de qualidades difícil de atingir e daí a sua exclusividade.
BOUTIQUES SOBRESSAEM
Mais além, e olhando para o conjunto de fundos que sobressai, vemos que não há qualquer viés para grandes casas. Há um grande equilíbrio entre o número de
ACATIS VALUE EVENT FONDS
ACATIS INVESTMENT
Gestor(a/es): Johannes Hesche
Ativos sob gestão (milhões de euros): 7.111
Categoria Global: Flexible Allocation
Histórico (classe mais antiga): 15/12/08
Domicílio: Alemanha
Artigo SFDR: Artigo 8º
A estratégia:
- A construção da carteira é definida com base no retorno esperado em termos absolutos de três classes de ativos: rendimento fixo, ações e liquidez. A alocação não é estática.
- Combina a filosofia de value investing com uma abordagem de value orientada por eventos. O objetivo é reduzir os riscos fundamentais na seleção das posições do fundo, concentrando-se em empresas com qualidade.
- A entidade anunciou recentemente mudanças na equipa gestora do fundo, sendo enfatizado que a identidade e o ADN da estratégia não serão modificados de forma alguma.
ALGEBRIS FINANCIAL CREDIT FUND ALGEBRIS INVESTMENTS
Gestor(a/es): Sebastiano Pirro
Ativos sob gestão (milhões de euros): 11.204
Categoria global: Europe Fixed Income
Histórico (classe mais antiga): 3/9/12
Domicílio: Irlanda
Artigo SFDR: Artigo 8º
A estratégia:
- Investe, principalmente em dívida híbrida e subordinada emitida por instituições financeiras europeias classificadas como sistemicamente importantes ou pelas campeãs nacionais nos seus respetivos mercados.
- Tem como objetivo um elevado nível de rendimento corrente e alguma apreciação de capital.
- Enfoque bottom-up, muito embora o processo também tenha com consideração o contexto macroeconómico que enfrenta cada banco.
- Os emitentes do Reino Unido, Itália, Espanha e França dominam a carteira, com mais de dois terços do portefólio.
COMGEST GROWTH EUROPE COMGEST ASSET MANAGEMENT
Gestor(a/es): Franz Weis, Alistair Wittet, Pierre Lamelin
Ativos sob gestão (milhões de Euros): 6.300
Categoria global: Europe Equity Large Cap
Histórico (classe mais antiga): 15/5/00
Domicílio: Irlanda
Artigo SFDR: Artigo 8º
A estratégia:
- Fundo de ações pan-europeu de alta convicção com um estilo de crescimento de forte qualidade.
- A equipa de gestores analistas tem um limiar de entrada exigente para a carteira do fundo: procuram empresas que estão a crescer devido à força do seu modelo de negócio e não porque estão no ponto de arranque do seu ciclo de vida.
- Quando encontram estas ações, estão dispostos a mantê-las durante o tempo em que a sua tese de investimento se mantiver. De facto, o tempo médio de permanência das empresas na carteira é de 22,5 anos. Da carteira mais recente, seis nomes estão investidos há mais de 20 anos e oito há entre 15 e 20 anos.
Fonte: Morningstar. Fevereiro de 2024 MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 25
TENDÊNCIAS CAPA
DNCA INVEST ALPHA BONDS
DNCA FINANCE
Gestor(a/es): Pascal Gilbert, François Collet, Fabien Georges, Paul Lentz, Thibault Chrapaty
Ativos sob gestão (milhões de euros): 9.598
Categoria global: Global fixed income
Histórico (classe mais antiga): 14/12/17
Domicílio: Luxemburgo
Artigo SFDR: Artigo 8º
A estratégia:
- Estratégia bastante flexível de rendimento fixo que visa gerar alfa com base nos rendimentos e moedas, em vez de tentar maximizar o retorno da carteira.
- Trata-se de uma estratégia conservadora com um limite de volatilidade de 5% e um objetivo de rentabilidade estabelecido em termos de retorno absoluto acima do mercado monetário
- Utiliza uma abordagem top-down baseada na análise macroeconómica e num modelo quantitativo interno que avalia os diferentes drivers de risco do mercado obrigacionista, incluindo o risco de duration, risco de crédito, risco de inflação ou prémio de risco moeda.
DWS CONCEPT KALDEMORGEN
DWS
Gestor(a/es): Klaus Kaldemorgen, Henning Potstada, Christoph Schmidt, Thomas Graby Ativos sob gestão (milhões de euros): 14.107
Categoria global: Flexible Allocation
Histórico (classe mais antiga): 2/5/11
Domicílio: Luxemburgo
Artigo SFDR: Artigo 8º
A estratégia:
- Estratégia de retorno total muito flexível com um marcado e estrito controlo de risco que se nutre da experiência do seu histórico gestor Klaus Kaldemorgen.
- O objetivo é maximizar o retorno ajustado ao risco a longo prazo, mantendo a volatilidade e o drawdown máximo abaixo dos 10% em períodos de um ano.
- O fundo investe até 100% em ações, obrigações, certificados, fundos, mercadorias, instrumentos do mercado monetário e cash.
ELEVA ABSOLUTE RETURN EUROPE
ELEVA CAPITAL
Gestor(a/es): Eric Bendahan, Armand Suchet
D’Albufeira
Ativos sob Gestão
(milhões de euros): 3.672
Categoria Global: Long/Short Equity
Histórico (classe mais antiga): 30/12/15
Domicílio: Luxemburgo
Artigo SFDR: Artigo 8º
A estratégia:
- Fundo com uma exposição líquida flexível entre -10% e +50%, em função da geração de ideias fundamentais e da volatilidade do mercado, com o objetivo de obter um retorno absoluto a médio prazo através do crescimento do capital.
- Investe principalmente em ações europeias tanto com posições longas como curtas.
- A filosofia de investimento é bottom-up, diferenciada e disciplinada, complementada por uma cobertura macroeconómica para apoiar o posicionamento setorial.
UM GRANDE NÚMERO DOS FUNDOS NESTE CONJUNTO DESTACADO SÃO FUNDOS COM UM PERFIL FLEXÍVEL OU DE ELEVADA CONVICÇÃO
ELEVA EUROPEAN SELECTION
ELEVA CAPITAL
Gestor(a/es): Eric Bendahan, Armand Suchet
D’Albufeira
Ativos sob gestão (milhões de Euros): 5.385
Categoria global: Europe Equity Large Cap
Histórico (classe mais antiga): 26/1/15
Domicílio: Luxemburgo
Artigo SFDR: Artigo 8º
A estratégia:
- Investe com convicção e através de um processo bottomup em ações europeias, apresentando uma active share elevada e um tracking error objetivo de 6%.
- Quatro critérios de seleção: empresas familiares, que estejam em pleno processo de reestruturação, que haja divergência entre o seu capital e a sua dívida ou que tenham um múltiplo de crescimento superior ao da sua indústria, cotando com desconto.
- Integra, de forma sistemática e simultânea, factores ESG.
fundos de entidades gestoras boutique, ou de nicho, e aqueles de entidades com uma oferta vasta e que cobre todas ou quase todas as classes de ativos.
ALFA SEEKERS?
Mas se os fundos de equity sobressaem no conjunto - quando é sabido
26 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
FIDELITY FUNDS GLOBAL TECHNOLOGY FUND
FIDELITY INTERNATIONAL
Gestor(a/es): HyunHo Sohn
Ativos sob gestão
(milhões de euros): 19.827
Categoria global: Technology Sector Equity
Histórico (classe mais antiga): 1/9/99
Domicílio: Luxemburgo
Artigo SFDR: Artigo 8º
A estratégia:
- O fundo é construído valor a valor, com base na convicção, e utiliza ideias de investimento geradas pela equipa de research global da Fidelity.
- Utiliza uma abordagem disciplinada e baseada nas valuations para identificar ideias em toda a cadeia de valor da tecnologia.
- As oportunidades de investimento que favorece tendem a cair em três categorias – situações de crescimento, cíclicas e especiais.
- As considerações ESG estão integradas no processo de investimento.
MORGAN
STANLEY
IF GLOBAL BRANDS FUND
MORGAN STANLEY
INVESTMENT MANAGEMENT
Gestor(a/es): William Lock, Bruno Paulson, Nic Sochovsky, Marcus Watson, Alex Gabriele
Ativos sob gestão
(milhões de euros): 21.541
Categoria global: Global Equity Large Cap Histórico (classe mais antiga): 30/10/00
Domicílio: Luxemburgo
Artigo SFDR: Artigo 8º
A estratégia:
- A equipa de investimento acredita que as empresas de elevada qualidade construídas com base em posições dominantes no mercado e apoiadas por poderosos activos intangíveis podem gerar retornos atractivos a longo prazo.
- A análise ESG e o envolvimento ativo são fundamentais para o processo de investimento.
- Adopta uma metodologia estabelecida e rigorosa, orientada para os compounders de elevada qualidade.
- A carteira é concentrada, com as 10 principais acções a representarem mais de 50% da carteira.
que em termos de volume nas carteiras os fundos de obrigações pesam mais - tal não acontece de forma mais significativa comparativamente com o universo total dos fundos com o Rating FundsPeople. Mas, apesar disso, uma conclusão fica evidente. Um grande número dos fundos neste con-
JPMORGAN FUNDS GLOBAL FOCUS FUND
J.P. MORGAN ASSET MANAGEMENT
Gestor(a/es): Helge Skibeli, Timothy Woodhouse, James Cook
Ativos sob gestão
(Milhões de Euros): 5.139
Categoria global: Global Equity Large Cap
Histórico (classe mais antiga): 23/5/03
Domicílio: Luxemburgo
Artigo SFDR: Artigo 8º
A estratégia:
- A seleção de ações do fundo baseia-se na análise fundamental, resultando numa carteira com elevada convicção e sem restrições.
- A estratégia investe nas 50 melhores ideias a nível mundial.
- O objetivo é identificar empresas que possam oferecer retornos superiores, um crescimento mais rápido e que estejam a negociar com uma avaliação atrativa.
- A geração de alfa deve-se principalmente à seleção de ações.
PIMCO GIS
INCOME FUND PIMCO
Gestor(a/es): Daniel J. Ivascyn, Alfred T. Murata, Joshua Anderson
Ativos Sob Gestão (milhões de euros): 68.116
Categoria Global: Global Fixed Income
Histórico (classe mais antiga): 30/11/12
Domicílio: Irlanda
Artigo SFDR: Artigo 6º
A estratégia:
- A carteira deste fundo flexível de obrigações assenta em dois pilares distintos: por um lado, emissões de elevada qualidade que ajudam a preservar o capital e, por outro, activos que geram um retorno diferenciado.
- Explora todos os recursos da PIMCO na sua gestão, combinando uma abordagem top-down constantemente actualizada nos seus fóruns cíclicos e seculares, com a abordarem bottom-up de seleção de emissões.
- No processo é utilizado um sistema de notação de crédito interno baseado numa análise fundamental e de valor relativo, independentemente das agências de externas.
junto destacado - sejam eles de ações, obrigações ou multiativos - são fundos com um perfil flexível ou de elevada convicção. Fica claro que entre os fundos FundsPeople+ não se encontram grandes peças de construção das carteiras muito coladas a benchmarks clássicos. Sobressaem, sim, fundos
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 27
Fonte dos dados: Morningstar, a fevereiro de 2024
T. ROWE PRICE US SMALLER COMPANIES EQUITY FUND
T. ROWE PRICE
Gestor(a/es): Matt Mahon, Curt Organt
Ativos Sob Gestão (Milhões de Euros): 2.821
Categoria global: US Equity Small Cap
Histórico (classe mais antiga): 31/7/01
Domicílio: Luxemburgo
Artigo SFDR: Artigo 8º
A estratégia:
- Fundo de ações norte-americanas de pequena capitalização de mercado com um processo baseado em análise proprietária com o objetivo de gerar ideias de elevada convicção.
- Tem como benchmark o Russell 2.500, que considera um universo mais amplo do que o que é mais comum nos fundos da categoria, incluindo empresas de até 18 mil milhões de dólares.
- Este universo mais amplo tem permitido ao fundo seguir as empresas na sua trajetória de crescimento durante mais tempo, mas também suavizar as quedas máximas em períodos de correção. Fonte: Morningstar. Fevereiro de 2024
SOBRESSAEM FUNDOS
CUJO PROPÓSITO É GERAR ALFA
OU CRIAR VALOR ATRAVÉS DE UMA MAIOR DESCORRELAÇÃO E APOSTAS DE MAIOR CONVICÇÃO
cujo propósito é gerar alfa ou criar valor através de uma maior descorrelação e apostas de maior convicção.
É um misto de sabores que não passa ao lado dos investidores, evidentemente, porque dois terços do Rating FundsPeople bebem das
qualidades que o mundo do investimento institucional proporciona aos fundos disponíveis no país - seja através do voto, seja do volume investido. O resultado final desta receita é um reflexo do seus ingredientes e os sabores são extraordinários.
O RESSURGIR DO DRAGÃO CHINÊS
MÁRIO
O mercado parece ter passado de um estado de euforia pelas ações chinesas para um desalento que, em muitos casos, é sinónimo de indisponibilidade para investir, mas vemos dois motivos para otimismo num horizonte de três a cinco anos. Primeiro, o sentimento por parte do investidor internacional: a participação e alocação previstas para o mercado chinês regressaram a níveis bastante inferiores aos do final de 2020. Segundo, as avaliações em termos absolutos e relativos: a queda do mercado chinês criou oportunidades para os gestores ativos. Estas oportunidades nascem do hiato entre as avaliações e os lucros, que não está justificado em muitas empresas e que, a prazo, voltará a reverter-se. Adicionalmente, os mercados estão a descontar um impacto muito negativo da desglobalização, que consideramos não virá a ser tão prejudicial.
Ainda assim, a seletividade torna-se cada vez mais crucial na análise das empresas. À medida que a classe média se amplia, o conceito de Prosperidade Comum que norteia a política chinesa pode favorecer certos setores, mas sugere cautela noutros.
O fundo Schroder ISF All China reflete estas convicções, com uma carteira flexível, selecionada por uma equipa com 30 anos de experiência na região asiática e um amplo histórico de potenciar as ineficiências deste mercado para gerar alpha.
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
PIRES Diretor de Clientes Institucionais e do Mercado português, Schroders
TENDÊNCIAS CAPA 28 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
China sim, mas…
No contexto actual, onde é difícil encontrar valor, o assessor financeiro tem que olhar para lá do obvio, não só em termos de classes de activos, mas também em termos de mercados. Mas às vezes, passa também, por olhar de forma diferente para aquilo que já conhecemos.
tiago forte vaz, cfa
Head of Intermediaries
Brazil, Portugal,
Uruguay & Argentina
Vivemos tempos desafiantes para os investidores! A complexidade dos mercados e a cada vez maior dificuldade de encontrar valor nas classes de activos tradicionais faz com que o papel do aconselhamento financeiro seja cada vez mais importante. A diferenciação do aconselhamento financeiro e patrimonial faz-se não por permitir acesso a productos – hoje todos temos acesso a quase todos os productos - mas sim pelo serviço. Esse serviço, se distingue pela capacidade de utilizar as várias opções e alternativas disponíveis no mercado e construir uma carteira que responda às expectativas de retorno, mas dentro dos limites de tolerância de risco de cada investidor, no fundo ajustar a carteira à realidade especifica do investidor.
Este trabalho hoje, obriga o assessor financeiro a olhar para lá do obvio, não só em termos de classes de activos, mas também em termos de mercados. Classes como os activos privados, quer sejam eles equity ou dívida privada começam a entrar no léxico dos investidores particulares. Mas às vezes passa também, por olhar de forma diferente aquilo que já conhecemos.
ComuniCação de marketing
Creio que a China se enquadra neste caso. Não é a primeira vez que aqui falo da China! Mas mantemos uma convicção que é um mercado interessante e em que não podemos deixar de estar, é grande e relevante demais para nos darmos ao luxo de estar fora. Para mais, acreditamos que o momento é particularmente interessante.
“Neste contexto de mercado, para encontrar valor, temos mesmo que olhar para lá do óbvio.”
Existe hoje um consenso negativo em relação à China, e em parte reconhecemos o mérito de alguns dos argumentos. A intervenção num passado recente em alguns sectores e algumas politicas restritivas levantaram dúvidas quanto a centralização e transparência das politicas económicas e o seu impacto no mercado. Mas também sabemos como os consensos às vezes podem ser perigosos – quem disse que quando todos pensam da mesma maneira, significa que ninguém está a
Este material é destinado apenas a investidores profissionais. Não se destina à distribuição a qualquer pessoa ou entidade que seja cidadão ou residente de qualquer localidade, estado, país ou outra jurisdição onde tal distribuição, publicação ou utilização seja contrária à lei ou regulamento. Todos os investimentos envolvem riscos, incluindo o risco de perda do capital inicial investido. As informações e dados apresentados neste documento não devem ser considerados como uma oferta ou solicitação de compra, venda ou subscrição de títulos ou instrumentos financeiros ou serviços.
pensar muito! A verdade é que as actuais valorizações do mercado chinês, que tem vindo a corrigir nos últimos 3 anos, já refletem e descontam muitas das más noticias. A pergunta é: E se afinal as coisas não forem tão más como se pensa? E se houver uma surpresa positiva? Como reagiria o mercado? Da mesma maneira que o ano passado a China foi a grande deceção por não ter correspondido a expectativa que todos tínhamos da grande reabertura, pode ser que este ano seja a grande surpresa.
Independentemente do timing, acreditamos que a melhor maneira de estar estrategicamente em China não é através de uma estratégia tradicional de long only. Acreditamos que para incluir no processo de investimento as particularidades próprias do mercado Chinês, o mais ajustado é uma estratégia Long/Short. Uma estratégia gerida por uma equipa experiente, com um foco na analise fundamental, com um sólido track record em aproveitar as subidas, mas ao mesmo tempo que tenha uma comprovada resiliência nos momentos de correção. Essa estratégia tem um nome, Pictet tr Mandarin. As vezes as grandes oportunidades podem estar à nossa frente, apenas temos que mudar a maneira ou perspetiva com que as vemos. Neste contexto de mercado, para encontrar valor, temos mesmo que olhar para lá do óbvio.
THE WINNER TAKES IT ALL
THE ABBA, 1980
Os hedge funds que consolidaram o seu caminho, lentamente, dão mais provas de resiliência? Olhar para os dados e histórico ajuda a contextualizar o tipo de hedge fund que cresce de forma lenta e segura e que se mantém vivo por mais tempo.
30 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS
por Francisco Magalhães Carneiro
DISTRIBUIÇÃO DE GANHOS E ATIVOS SOB GESTÃO DA INDÚSTRIA DE HEDGE FUNDS
Em mil milhões de dólares
Oestudo publicado a 5 de julho pelo professor Hendrik Bessembinder, da W.P. Carey School of Business no Arizona conclui que, centrando-nos na criação agregada de riqueza para os acionistas medida em dólares americanos, 1,3% das empresas com melhor desempenho são responsáveis por 44,7 biliões de dólares na criação de riqueza do mercado de ações global entre 1990 e 2018. Fora dos EUA, menos de 1% das empresas são responsáveis por 16 biliões de dólares em criação líquida de riqueza. Estes resultados destacam as implicações práticas do facto de a distribuição dos retornos das ações no longo prazo ser fortemente concentrada.
Isto significa que poucas ações deram quase tudo o que a bolsa subiu,
e isto aplica-se a todos os mercados, incluindo o mercado português, que também está no estudo, no qual a EDP, a Jerónimo Martins, a Navigator e a GALP representam o grosso dos ganhos do mercado português até 2019.
Em 2017, o grande Jornalista Jason Zweig disse no Wall street Journal:
WHEN WINNERS ARE TAKING ALL, IT’S OFTEN TIME TO BUY THE WINNERS
O capitalismo moderno constrói-se em cima da ideia de que, à medida que as empresas crescem, tornam-se gordas e felizes, abrindo-se a concorrentes magros e famintos que podem subvalorizá-las e ultrapassá-las. Esse ciclo de destruição criativa pode estar a mudar,
para formas que ajudam a explicar a ascensão aparentemente imparável do mercado de ações.
No mundo dos hedge funds, segundo um estudo citado na revista Forbes de 21 janeiro de 2024, elaborado pela Edmond de Rothschild, os 20 hedge funds que ganharam mais dinheiro na história da indústria ganharam 755 mil milhões (46%) de dólares, enquanto que os restantes hedge funds, milhares de hedge funds, ganharam 882 mil milhões de dólares (54%). A concentração dos ganhos é enorme. Só em 2023, os 20 que ganharam mais na história tiveram resultados de 67 mil milhões, e para toda a restante atividade comercial com relevo, os resultados foram de 151 mil milhões. No final de 2023, os 20 melhores hedge funds da histó -
TOP 20 DE GETORES OUTROS HEDGE FUNDS TOTAL DE TODOS OS GESTORES 67 755.4 218 1,638 100% 3,521 100% GANHOS LÍQUIDOS EM 2023 151 882.6 GANHOS LÍQUIDOS DESDE O LANÇAMENTO 46.1% 53.9% % TOTAL DE GANHOS LÍQUIDOS DESDE O LANÇAMENTO 665.5 2.855.5 ATIVOS SOB GESTÃO, FINAL DE 2023 18.9% 81.1% % DO AUM
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 31
Fonte: Edmond de Rothschild
ria tinham 18,9% dos ativos sob gestão e os restantes 81,1%.
QUEM SÃO OS QUE GANHAM?
A pergunta que se impõe é se estes vencedores são sempre os mesmos, ou seja, se os vencedores em 2010 serão os mesmos de agora. Apesar de não ter tido acesso aos dados dos vencedores de 2010, constata-se que os vencedores atuais, a lista dos 20 que mais ganharam dinheiro na história, foram todos fundados entre os anos 1970 a 2000 à exceção do hedge fund do Sr. Chris Hohn (TCI) e do fundo do sr. William Achkam (Persching Square), ambos fundados em 2004.
Não há hedge funds recentes nesta lista, talvez porque não tiveram ainda tempo de ganhar o que os hedge funds mais antigos já ganharam. A sensação que me dá ao longo dos últimos 25 anos em que estive ligado a esta indústria, é que recentemente os melhores estão cada vez mais a aumentar o gap, especialmente os que controlam os ativos sobe gestão. Os que cresceram muito depressa não fazem parte desta lista.
A PERFEIÇÃO É ALCANÇADA AOS POUCOS. REQUER A MÃO DO TEMPO VOLTAIRE
Existe um princípio chamado The Lindy Effect, que diz que quanto mais anos uma coisa não perecível tem, mais anos vai viver. Embora apeteça dizer que no mundo dos hedge funds se aplica este princípio, os hedge funds são perecíveis; eu penso que existe um equilíbrio instável que tem que ser monitorizado.
Por um lado, os hedge funds que já passaram por crises, que já trocaram alguns sócios e pessoas chave, que já tiveram momentos maus, que têm uma equipa e não dependem de ninguém em especial e que têm uma estratégia testada com resultados, ao fim ao cabo os vencedores, dão algumas garantias de resiliência e de crescimento.
No entanto, o crescimento descontrolado das equipas e dos ativos sob gestão, a expansão para novos mercados e para novas estratégias são perigos que fazem com que não se aplique o Lindy effect.
Os hedge funds em que a mudança é normal e faz parte do DNA da empresa vão continuar a ser os vencedores.
MELHORAR É MUDAR.
SER PERFEITO É MUDAR
FREQUÊNCIACOM
WINSTON CHURCHILL
Este pequeno artigo refere-se a hedge funds offshore, não a hedge funds que respeitam a regulamentação UCITS. Num estudo de 18 de julho de 2020, Joenvaara/Kosowsky dizem que as restrições da regulação UCITS custam entre 1% a 4% por ano face aos hedge funds convencionais. Por este motivo fala-se apenas dos hedge funds mais antigos, os convencionais.
ÀS VOLTAS COM A DURAÇÃO OBRIGAÇÕESEM
Estas crises que estamos a viver recordam-nos de que o rendimento fixo não é fixo, e se não tivermos em conta a duração nas carteiras, esta pode derrubar um banco inteiro, como vimos acontecer há um ano.
Os gestores demoram meses a avaliar quando assumir mais duração nas carteiras e, apesar de ter havido um rally no final de 2023, o início de 2024 voltou a ser complicado. Embora a curva deva descer, vai continuar a haver ruído, visto que estamos a falar de um ativo líquido, e é aqui que entram os benefícios da gestão ativa da duração. Não é fácil, mas é preciso geri-la de forma ágil, inclusive com a utilização de derivados, e, certamente, tendo os recursos adequados.
O AXA WF Euro Credit Total Return é composto pelo que consideramos serem as nossas melhores ideias em obrigações corporativas euro. Uma vez constituída a carteira, a equipa gestora ajusta a duração - e a exposição a spreads - de acordo com as suas convicções. Esta ideia simples tem demonstrado, nos últimos dez anos de história, que a equipa acerta mais vezes do que falha. Embora pareça haver consenso de que 2024 será um ano de carry para as carteiras, não nos esqueçamos da duração.
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
JUAN CARLOS DOMÍNGUEZ Responsável de Advisory, AXA IM
32 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS
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Alldataasof31December2023 andattributabletoCapital Group,unlessotherwise stated.Assetsunder management by Capital Fixed IncomeInvestors
1 Source:Morningstar
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por Diana Pereira
AS ENTIDADES GESTORAS MAIS CONSISTENTES EM PORTUGAL
Conhecidos os fundos distinguidos com Rating FundsPeople 2024, eis as sociedades gestoras de ativos que sobressaem pelo peso na sua oferta dos fundos que se destacam a partir do pilar quantitativo da consistência.
Adivulgação dos novos fundos com Rating FundsPeople é já uma prática habitual no início de cada ano. Tendo por base uma análise puramente quantitativa, aliada às preferências dos gestores e analistas, são vários os que sobressaem dentro de cada um dos três pilares que compõem o Rating, e um deles é a consistência. Em termos simples e sem estreitar em critérios mais específicos e exigentes do modelo de avaliação, um fundo será tão consistente quanto melhor se situar em termos de retorno e risco, comparativamente aos seus pares. Não obstante, a classificação de uma gestora como mais ou menos consistente não se pren-
de só com o número de fundos consistentes ou o quanto isso representa em património, mas sim, em proporção com o universo de análise, que são os fundos registados que cumprem os vários critérios requeridos pelo modelo. Como tal, a classificação varia entre os três países em que é difundido o Rating FundsPeople.
POR DIMENSÃO DA OFERTA
Para garantir uma comparação mais justa, e como temos vindo a fazer nos últimos anos, discriminamos a análise de entidades gestoras por dimensão da oferta registada no país em três níveis distintos: mais ampla, intermédia e mais reduzida. Começando pela pri-
34 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL TENDÊNCIAS NEGÓCIO
“TEMOS A CAPACIDADE DE CRIAR SOLUÇÕES DE INVESTIMENTO À MEDIDA
DAS NECESSIDADES DOS NOSSOS CLIENTES, SEJA PARA CRESCIMENTO OU RENDIMENTO, PARA FAZER FACE A OBRIGAÇÕES FUTURAS, PARA PROTEGER O CAPITAL OU PARA INVESTIR DE FORMA RESPONSÁVEL”
ALICIA GARCÍA SANTOS M&G INVESTMENTS
“A EXPERIÊNCIA ENSINOUNOS QUE NENHUM GESTOR CONSEGUE TER UM BOM DESEMPENHO EM TODOS OS CICLOS DE MERCADO. É POR ISSO QUE O NOSSO PROCESSO DE INVESTIMENTO SE BASEIA NA EXISTÊNCIA DE EQUIPAS ALTAMENTE EXPERIENTES COM PONTOS DE VISTA COMPLEMENTARES”
MARIO GONZÁLEZ E ÁLVARO FERNÁNDEZ CAPITAL GROUP
“AS ESTRATÉGIAS DE CRÉDITO DA BLACKSTONE TÊM UM PROCESSO DE INVESTIMENTO SISTEMÁTICO BASEADO EM ANÁLISE FUNDAMENTAL E CENTRAM-SE NA
IDENTIFICAÇÃO DE EMISSÕES
INDIVIDUAIS QUE ESTÃO SUB/ SOBREVALORIZADAS PELO MERCADO”
JESÚS IPIÑA
ALTAMAR EM REPRESENTAÇÃO DA BLACKSTONE CSS
meira, é a M&G Investments que se destaca com um total de 13 fundos considerados consistentes, dos seus 59 elegíveis no modelo interno de cálculo, em Portugal. Isto faz com que o número de fundos consistentes represente 22% do universo de análise com marca M&G. Já no ano anterior a entidade gestora tinha sido umas das mais consistentes no país, também com 13 fundos. Curiosamente, apenas seis desses se repetem. Desta vez, são os fundos de rendimento fixo que sobressaíram neste pilar.
“A nossa equipa de análise de crédito é amplamente reconhecida no mercado e é uma das maiores e mais experientes equipas de analistas da Europa”. Quem o diz é Alicia García Santos, responsável da M&G para Espanha, Portugal e Andorra. A novidade nesta classe é a integração de dois fundos de obrigações de mercados emergentes e cabem
ainda fundos de obrigações indexadas à inflação, obrigações corporativas e um fundo de obrigações high yield de taxa variável. Este último, em concreto, segundo a profissional, “é o único a oferecer acesso a esta sub-classe de ativos no mercado”. Em termos de categoria global, é o investimento em empresas de grande capitalização bolsista que domina, naturalmente, nos fundos de ações. Os dois fundos que investem especificamente em empresas cujo foco é o Acordo de Paris continuam a figurar na lista de mais consistentes. Há ainda um fundo alternativo de macro trading. Para Alicia García Santos, uma das razões para os bons resultados em matéria de consistência prende-se com o facto da entidade gestora não ter uma “house view” e das suas equipas “terem a capacidade de aplicar a sua visão de mercado às suas estratégias e inves-
tir off-index, promovendo a inovação e alargando a capacidade de oferecer soluções adaptadas às necessidades específicas dos clientes”.
Destaque também para a Schroders, com 21 fundos consistentes dos 125 elegíveis, o que corresponde a 16% de produtos consistentes no universo de análise.
NA OFERTA INTERMÉDIA
Do lado da oferta intermédia, é a Capital Group quem apresenta maior proporção de fundos consistentes no universo de fundos considerados na análise e registados em Portugal, 33%. Em termos absolutos, tal traduz-se em nove estratégias consistentes de um universo de 27 e perto de sete mil milhões de euros em ativos sob gestão. Para Mario González e Álvaro Fernández, co-directores de Desen-
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 35
ENTIDADES COM A GAMA DISPONÍVEL MAIS AMPLA (35 FUNDOS OU MAIS)
ENTIDADES COM A GAMA DISPONÍVEL DE DIMENSÃO INTERMÉDIA (MAIS DE 10 FUNDOS E MENOS DE 35)
Fonte: FundsPeople e Morningstar. Apenas são listadas as entidades gestoras com fundos consistentes do Rating FundsPeople 2024. * Fundos registados no país que cumprem os critérios de categoria e histórico mínimo para serem incluídos na análise. Ativos sob gestão em milhões de euros.
Fonte: FundsPeople e Morningstar. Apenas são listadas as entidades gestoras com fundos consistentes do Rating FundsPeople 2024. * Fundos registados no país que cumprem os critérios de categoria e histórico mínimo para serem incluídos na análise. Ativos sob gestão em milhões de euros.
volvimento Empresarial da Capital Group Iberia, a forma como investem o dinheiro é também o que distingue a entidade. “Em vez de confiarmos nos chamados gestores estrela”, dizem, “em que uma pessoa toma as decisões, a nossa abordagem baseia-se num sistema de gestores múltiplos, em que cada gestor supervisiona uma parte da carteira de um fundo”. Os profissionais fazem ainda referência a um sistema próprio da entidade denominado Capital System, que “combina os benefícios de contar com profissionais de investimento experientes que
atuam com base nas suas convicções, com uma diversidade de ideias, o que poderá ajudar a reduzir a volatilidade de um fundo e oferecer aos investidores uma viagem mais suave em mercados agitados”.
Referência, ainda, para a segunda posição na tabela, a Man Group, com 30% de fundos consistentes em relação aos elegíveis. Nas palavras de Kyril Saxe-Coburg, diretor-geral de Vendas para a Península Ibérica na Man Group, a consistência no desempenho dos fundos da sociedade gestora “é um dos seus principais
NA GAMA MAIS REDUZIDA, ESTÁ A BLACKSTONE CSS COM TODOS OS FUNDOS REGISTADOS CLASSIFICADOS COMO CONSISTENTES ENTIDADE GESTORA NÚMERO DE FUNDOS ATIVOS EM FUNDOS NÚMERO DE FUNDOS ATIVOS EM FUNDOS Nº FUNDOS AUM CONSISTENTES REGISTADOS* CONSISTENTES /REGISTADOS (%) M&G Investments 13 15 993 59 62 851 22,03% 25,45% Schroders 21 31 636 125 110 443 16,80% 28,64% Pictet AM 10 6 001 60 90 354 16,67% 6,64% T. Rowe Price 8 4 047 48 18 256 16,67% 22,17% AllianceBernstein 6 19 329 36 68 294 16,67% 28,30% PIMCO 7 69 858 48 149 497 14,58% 46,73% DWS 15 30 477 103 97 850 14,56% 31,15% Nordea AM 9 11 993 64 58 264 14,06% 20,58% Candriam 5 4 446 38 32 476 13,16% 13,69% JPMorgan AM 13 21 028 101 169 919 12,87% 12,38% Fidelity International 11 34 954 92 119 675 11,96% 29,21% Allianz Global Investors 9 12 260 86 108 060 10,47% 11,35% Janus Henderson 4 7 433 39 31 633 10,26% 23,50% UBP AM 4 2 441 39 15 108 10,26% 16,16% Goldman Sachs AM 11 2 897 110 77 499 10,00% 3,74% BlackRock 10 25 253 103 152 301 9,71% 16,58% Columbia Threadneedle 3 3 184 35 13 468 8,57% 23,64% Eurizon 5 8 019 59 66 406 8,47% 12,08% Ninety One 3 1 082 36 25 177 8,33% 4,30% Credit Suisse AM 3 243 38 13 427 7,89% 1,81% Neuberger Berman 3 210 40 24 697 7,50% 0,85% BNY Mellon IM 3 2 119 43 13 203 6,98% 16,05% AXA IM 5 2 464 73 33 674 6,85% 7,32% Amundi 5 9 817 75 64 832 6,67% 15,14% UBS AM 4 4 361 72 39 625 5,56% 11,00% HSBC AM 3 1 738 55 18 890 5,45% 9,20% Franklin Templeton 5 3 957 94 70 504 5,32% 5,61% Morgan Stanley IM 3 22 552 60 72 013 5,00% 31,32% Invesco 2 932 58 35 715 3,45% 2,61% BNP Paribas AM 2 531 59 42 103 3,39% 1,26% Azimut 1 64 45 14 192 2,22% 0,45% ENTIDADE GESTORA NÚMERO DE FUNDOS ATIVOS EM FUNDOS NÚMERO DE FUNDOS ATIVOS EM FUNDOS Nº FUNDOS AUM CONSISTENTES REGISTADOS* CONSISTENTES /REGISTADOS (%) Capital Group 9 7 343 27 25 739 33,33% 28,53% Man Group 6 2 165 20 12 192 30,00% 17,76% ODDO BHF AM 4 4 336 16 9 607 25,00% 45,13% Carmignac 3 1 325 19 16 288 15,79% 8,13% Flossbach von Storch 2 1 744 13 50 692 15,38% 3,44% Nomura AM 3 1 094 20 8 835 15,00% 12,38% BPI GA 2 481 14 2 148 14,29% 22,38% Polar Capital 2 1 683 14 14 157 14,29% 11,89% Comgest 2 6 605 15 11 897 13,33% 55,51% Crédit Mutuel Alliance Fédérale 2 1 002 15 6 138 13,33% 16,32% Lazard 3 1 890 23 16 369 13,04% 11,54% Jupiter AM 4 669 32 15 471 12,50% 4,33% BlueBay AM 3 765 25 21 615 12,00% 3,54% Barclays AM 3 620 26 5 284 11,54% 11,73% IMGA 2 80 18 2 545 11,11% 3,16% Natixis IM 2 9 285 18 27 630 11,11% 33,61% CPR Asset Management 2 1 933 20 12 557 10,00% 15,39% EFG 2 346 20 4 271 10,00% 8,11% DPAM 2 3 334 22 18 588 9,09% 17,94% GAM 2 786 22 5 703 9,09% 13,78% Mercer Global Investments 1 468 11 11 235 9,09% 4,17% GNB GA 1 14 11 603 9,09% 2,26% Wellington Management 2 7 011 28 24 195 7,14% 28,98% Robeco 2 2 785 30 46 772 6,67% 5,96% MFS IM 2 5 823 32 24 431 6,25% 23,83% Banque de Luxembourg Investments 1 591 22 10 389 4,55% 5,69%
36 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
TENDÊNCIAS NEGÓCIO
ENTIDADES COM A GAMA DISPONÍVEL MAIS REDUZIDA (10 FUNDOS OU MENOS)
Fonte: FundsPeople e Morningstar. Apenas são listadas as entidades gestoras com fundos consistentes do Rating FundsPeople 2024. * Fundos registados no país que cumprem os critérios de categoria e histórico mínimo para serem incluídos na análise. Ativos sob gestão em milhões de euros.
objetivos e o investidor profissional português é um investidor sofisticado para quem isso é importante na gestão das suas carteiras”.
Na gama mais reduzida, com todos os fundos registados classificados como consistentes, está a Blackstone Credit Systematic Strategies, com quatro. Todos esses produtos são de rendimento fixo, sendo dois deles de obrigações globais, um de obrigações norte-americanas e um que investe em títulos de dívida em mercados emergentes. Jesús Ipiña, gestor de Relações da entidade que representa a Blacks-
tone em Espanha, diz que a Blackstone CSS se diferencia da maioria das gestoras de rendimento fixo por ser capaz de “gerar um alfa consistente, com um beta 1 e um tracking error baixo através da seleção individual de títulos, graças ao seu modelo próprio de probabilidade de default”. Acresce ainda, outro fator, que são as “baixas comissões de gestão”, o que prova, nas palavras do profissional, que os fundos de rendimento fixo da entidade “são uma forma muito eficiente de exposição ao mercado de crédito e melhor do que os ETF”.
REPOSICIONAMENTO À MEDIDA QUE O CRESCIMENTO GLOBAL SE ESTENDE
A melhoria da atividade global tem margem para se desenvolver. Dentro das ações, preferimos a exposição a regiões que possam beneficiar do forte crescimento global e da recuperação da indústria transformadora, como o Japão e a Europa.
Um elemento do excecionalismo dos EUA mantém-se e os beneficiários da IA deverão crescer a uma taxa bem acima da média. Por outro lado, melhores condições financeiras devem beneficiar ações em mercados mais defensivos e acíclicos, como a Suíça e o Reino Unido. As yields das obrigações soberanas a nível mundial reajustaram-se significativamente para refletir as melhores perspetivas de crescimento nominal. Com os riscos para as perspetivas cada vez mais bifurcadas, mantemos uma posição neutra em relação às obrigações de dívida pública. Normalmente, o dólar americano tende a enfraquecer com inflexões positivas no crescimento global. Dito isto, acreditamos que a exposição ao dólar americano é atrativa como meio de proteção. O dólar americano é uma fonte de proteção no caso de um cenário que não envolva um soft landing e que envolva uma correção em ações e obrigações. Este cenário implicaria um aumento dos diferenciais das taxas de juro dos EUA em relação ao resto do mundo.
DIOGO GOMES Senior CRM,UBS AM Ibéria A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
ENTIDADE GESTORA NÚMERO DE FUNDOS ATIVOS EM FUNDOS NÚMERO DE FUNDOS ATIVOS EM FUNDOS Nº FUNDOS AUM CONSISTENTES REGISTADOS* CONSISTENTES /REGISTADOS (%) Blackstone Credit Systematic Strategies 4 1 367 4 1 367 100% 100% Prescient Fund Services 2 832 2 832 100% 100% Aegon AM 1 129 1 129 100% 100% Algebris Investments 1 10 811 1 10 811 100% 100% Corum Butler 1 909 1 909 100% 100% Duff & Phelps (Lux) IM 1 172 1 172 100% 100% Fundsmith 1 27 352 1 27 352 100% 100% Insight Investment 1 30 1 30 100% 100% Pacific Capital Partners 1 1 145 1 1 145 100% 100,% SphereInvest Group Investment 1 201 1 201 100% 100% Tikehau IM 1 1 993 1 1 993 100% 100% Eleva Capital 4 10 369 5 10 426 80,00% 99,45% Generali Investments 3 4 287 4 4 795 75,00% 89,42% Arcano 2 1 209 3 1 387 66,67% 87,20% ETHENEA Independent Investors 2 2 308 3 2 395 66,67% 96,34% CaixaBank AM 3 455 5 533 60,00% 85,39% Brown Advisory 2 3 117 4 4 339 50,00% 71,82% Acatis 1 7 621 2 7 667 50,00% 99,39% GuardCap 1 3 227 2 3 278 50,00% 98,45% Atrium Investimentos 3 60 7 187 42,86% 31,98% Mirae Asset GI 3 520 7 1 096 42,86% 47,42% Bankinter Luxembourg 1 125 4 224 25,00% 55,77% Evli 1 241 4 2 383 25,00% 10,13% RAM Active Investments 2 540 9 1 114 22,22% 48,49% NS Partners 1 103 5 371 20,00% 27,77% DNB AM 1 1 400 9 2 590 11,11% 54,06% Ofi Invest AM 1 678 9 2 407 11,11% 28,17% Fisher Investments 1 57 10 1 814 10,00% 3,16% Liontrust 1 43 10 886 10,00% 4,89%
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 37
AUMENTA A ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA DOS PORTUGUESES COMO PLANEAR A POUPANÇA?
Os portugueses vivem mais tempo, não é novidade, mas a taxa de natalidade no país também não ajuda: é uma das mais baixas da OCDE. Incentivar a poupança nunca foi tão importante, não esquecendo que investir para este fim deve acontecer com um crescimento, pelo menos, a um ritmo superior à taxa de inflação.
38 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO FINANCEIRA por Pedro Barata
ESPERANÇA DE VIDA À NASCENÇA, PORTUGAL, 1990-1992 A 2020-2022
INE, Tábuas completas de mortalidade.
EVOLUÇÃO DOS HABITANTES POR GRUPO ETÁRIO E SEXO, EM PORTUGAL
Desde meados do século passado a esperança de vida em Portugal tem vindo a subir consistentemente levando a que crianças que nasçam hoje tenham uma boa probabilidade de viver para lá dos 100 anos. Porém, embora o aumento da esperança de vida da população seja positivo e um sinal de desenvolvimento do país, esta evolução tem um im-
pacto muito grande no sistema de proteção social que está desenhado para nos apoiar na altura em que deixarmos a vida ativa e nos reformarmos.
Portugal tem uma das mais baixas taxas de natalidade entre os países da OCDE e, ao mesmo tempo, é um dos que tem maiores ganhos de esperança de vida. Esta conjugação de fatores significa que, no futuro, serão cada vez menos a contribuir para o pagamento
da reforma de um número cada vez maior de pessoas durante um período mais alargado de tempo.
Sendo o sistema social português baseado na premissa pay as you go, ou seja, os impostos cobrados hoje são para pagar as reformas de hoje, esta realidade levanta um problema social que tenderá a agravar-se à medida que o envelhecimento da população se for acentuando. Para o combater, é importante tomar
85 80 75 70 0 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 -0,2 -0,4 -0,6 -0,8 -1,0 1990-1992 1991-1993 1992-1994 1993-1995 1994-1996 1995-1997 1996-1998 1997-1999 1998-2000 1999-2001 2000-2002 2001-2003 2002-2004 2003-2005 2004-2006 2005-2007 2006-2008 2007-2009 2008-2010 2009-2011 2010-2012 2011-2013 2012-2014 2013-2015 2014-2016 2015-2017 2016-2018 2017-2019 2018-2020 2019-2021 2020-2022 10% 0% 10% 10% 0% 10%
Fonte:
EM RELAÇÃO AO TRIÉNIO ANTERIOR (EIXO DA DIREITA) ESPERANÇA DE VIDA À NASCENÇA (EIXO DA ESQUERDA) 73,97 1974 2022 8.754.365 65+ ANOS 15 A 64 0 A 14 10% 24% 62% 63% 28% 13% 10.444.242 76,73 79,78 80,96 ANOS ANOS MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 39
Fonte: INE/Pordata
VARIAÇÃO
O INCENTIVO À POUPANÇA E UMA APOSTA CLARA NUMA FISCALIDADE SIMPLES
E ATRATIVA PARA OS PRODUTOS QUE SIRVAM DE COMPLEMENTO ÀS PENSÕES PODE SER UMA SOLUÇÃO
várias medidas, sendo uma delas um forte investimento na divulgação da literacia financeira pela população.
Apesar de ser do conhecimento geral que com o envelhecimento da população deixará de ser possível receber o valor da reforma antecipado por muitos, Portugal é ainda um dos países da OCDE com uma das mais baixas percentagem de indivíduos com planos voluntários de reforma. Esta falta de hábito de poupança mensal e regular tenderá a limitar, em muito, a vida destas pessoas quando chegar a altura de se reformarem.
INCENTIVOS À POUPANÇA
Muitos estudos e debates já foram realizados para tentar encontrar uma solução para um problema que, não sendo só nosso, é de urgente resolução. Para o resolver, a ação terá sempre de passar por um grande incentivo à poupança e uma aposta clara numa fiscalidade simples e atrativa para os produtos que sirvam de complemento às pensões. Ao mesmo tempo, deve-se envolver as empresas (grandes, médias e pequenas) incentivando-as, se necessário com alguns benefícios, para que promovam junto dos seus colaboradores as vantagens de estes terem hábitos regulares de poupança.
A expectativa natural é que com maior formação e informação a população desperte para esta realidade e tenha a iniciativa de começar uma poupança de longo prazo. Mesmo que no início o valor a poupar seja apenas um valor residual, o importante é que se crie o hábito e que este se enraíze no comporta-
mento de todos. Depois, com o evoluir do tempo, cada um vai aumentando o valor à medida das suas possibilidades.
Depois de incorporado o hábito, e iniciada a poupança, é necessário investi-la de forma a que ela cresça, pelo menos, a um ritmo superior à taxa de inflação, uma vez que só assim é possível criar valor. Para que tal aconteça, uma das hipóteses passa por investir de acordo com o ciclo de vida, arriscando mais quando se é mais novo e ir diminuindo o risco à medida que se vai envelhecendo. Ao agir desta forma, tendemos a conseguir capitalizar a poupança a uma taxa superior e esse facto poderá ter um impacto muito importante no resultado final.
Assim, como conclusão, podemos dizer que face a um aumento da esperança de vida dos portugueses e a um crescente envelhecimento da população, é cada vez mais importante termos disponível um complemento financeiro que acrescente ao valor da nossa reforma permitindo-nos encarar esta fase da vida de uma forma mais tranquila.
Para tal, é necessário ter o mínimo de literacia financeira, criar o hábito de poupança e ter a disciplina para a manter mesmo nos momentos mais difíceis. Devemos investi-la segundo o nosso ciclo de vida e ter a paciência para deixar que os rendimentos obtidos capitalizem com o tempo. Devemos ainda, ter sempre presente que a taxa de inflação deve ser o mínimo de rentabilidade pretendida, porque só desta forma, é possível criar valor e estar financeiramente melhor quando deixarmos a vida ativa e nos reformarmos.
ANA CLAVER GAVIÑA
Responsável de Negócio para a Península Ibérica, América Latina e US Offshore e presidente do Comité de Sustentabilidade da CFA Society Spain, Robeco
NO NÃOINVESTIMENTO,ABANDONEMOS AS BOAS IDEIAS
É necessário tentar não deixar para segundo plano as boas ideias de investimento, e seguir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 é uma delas. Como plano global para promover o bem-estar social, o desenvolvimento económico e a sustentabilidade ambiental, os ODS são considerados uma prioridade no momento de alinhar as carteiras de um grande número de investidores. O equilíbrio risco-lucro não tem por que ser comprometido numa carteira de investimento no momento de incluir os títulos ou as prioridades dos investidores. Hoje em dia, é possível investir em empresas alinhadas com metas comuns, como os ODS, sem prejudicar os resultados. Na Robeco, acolhemos esta oportunidade desde o início, contribuindo com diversas temáticas relacionadas com estes objetivos (por exemplo, as estratégias Smart Energy, Smart Materials, Smart Mobility e Sustainable Water) e oferecendo uma gama de fundos centrada na oportunidade que supõe investir em empresas corretamente alinhadas com os ODS e que, por isso, oferecem um benefício para todos (por exemplo, as estratégias Euro SDG Credits e a Global SDG Equities). Atualmente, contamos também com uma estrutura própria, a Robeco Open Access, uma ferramenta que partilhamos com os nossos clientes e que lhes permite avaliar se a atividade principal de uma empresa específica tem um impacto positivo, ou não, nos ODS.
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
40 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO FINANCEIRA
por Isabel Lamana Matias
OBRIGAÇÕES O MOMENTO DE AUMENTAR A DURAÇÃO E DO INVESTMENT GRADE
Contrariamente à crença de que é preciso adicionar duração quando as taxas de juro começam a descer, a realidade mostra que, historicamente, esta atitude tem levado a perda de oportunidades. Ao mesmo tempo, o contexto de abrandamento económico exige prudência: o crédito corporativo deve ser de elevada qualidade para proteger as carteiras.
2023 foi muito diferente do que se esperava. Foi um excelente ano para os mercados financeiros, resiliente em termos económicos e de elevada dureza em termos de conflitos militares. O primeiro mês de 2024 fechou com um balanço positivo, quer no que diz respeito ao comportamento dos mercados, quer no que diz respeito aos dados macro. Estes últimos surpreenderam pela positiva e tudo parece apontar para uma aterragem suave da economia em linha com as previsões de crescimento.
Em 2024, tudo indica que o interesse vai continuar centrado nas mensagens dos governadores dos principais bancos centrais do mundo, com especial atenção para a tão esperada viragem das taxas de juro que deverá ocorrer este ano. Os responsáveis das autoridades monetárias deixaram claro nos seus discursos que vão conti-
nuar a depender dos dados e, por isso, a publicação dos números do crescimento, do emprego e da inflação será analisada em detalhe.
O mês de janeiro encerrou com aumentos das yields da dívida após acentuadas descidas em dezembro de 2023. No entanto, o movimento não foi unidirecional, mas sim de ida e volta, diminuindo à medida que o mês avançava. Este acontecimento é importante para explicar o que esperar deste ano, uma vez que começou com expetativas muito agressivas de descida de taxas de juro, que se foram moderando gradualmente. Este relaxamento das expetativas seguiu-se às mensagens dos bancos centrais e à publicação de dados macro.
LONGO PRAZO
Neste contexto de mercado, e em termos de ativos a investir, é preciso ser construtivo a longo prazo e cauteloso
42 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
TENDÊNCIAS GESTÃO
a curto e médio prazo. Estamos cautelosos no posicionamento das carteiras, com mais otimismo em obrigações do que em ações.
Para analisar através de que instrumento investir em obrigações é necessário monitorizar dois principais fatores de rentabilidade e, por conseguinte, de risco: a qualidade do crédito e a duração. Com base nestas duas variáveis, o nosso posicionamento é adicionar duração, mas de qualidade.
Por produto de investimento, 2023 foi o ano dos fundos monetários. Em 2024, o foco está na duração, pelo que é preciso ir aumentando-a nas carteiras à medida que o mercado oferece oportunidades para o fazer.
ou mais lento, o crédito deverá ter um melhor desempenho do que a liquidez num horizonte temporal de médio a longo prazo, uma vez que o segundo reinveste a taxas cada vez mais baixas. Embora a crença seja de que é preciso adicionar duração quando as taxas começam a descer, a realidade é que, historicamente, esta atitude levou a perdas de oportunidades. O risco de ir adicionando duração antecipadamente é menor do que o custo de chegar demasiado tarde. Por isso, é importante adicionar duração neste ano.
QUALIDADE
Quanto à outra variante, dentro da dívida corporativa, prevalece a prudência. É preciso fazer uma gestão ativa e ser seletivo com as empresas, uma vez que o abrandamento económico provocará um aumento de empresas com fluxos de caixa líquidos negativos num período de menor acesso RETORNO ACUMULADO ANTES E DEPOIS DO TETO NAS TAXAS DE JURO
Não há certezas de quando estes cortes de taxas irão ocorrer, mas há certezas quanto à direção do próximo movimento. É evidente que atingimos o pico das taxas, pelo que a direção será descendente. Quer seja mais rápido
-12 MESES -6 MESES PATAMAR DE TAXAS +6 MESES -3 MESES +3 MESES +12 MESES BENEFÍCIO
RETORNO ACUMULADO A 3 MESES CUSTO DE OPORTUNIDADE EM 2024, O FOCO RESIDE NA DURAÇÃO: É PRECISO IR AUMENTANDO-A NAS CARTEIRAS À MEDIDA QUE O MERCADO OFERECE OPORTUNIDADES PARA O FAZER MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 43 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% Retorno médio histórico acumulado a 3 anos no índice US Aggregate Bonds antes e depois do teto nas taxas de juro. Fonte: A&G.
DE ANTECIPAR-SE
VENCIMENTOS DE DÍVIDA EUROPEIA HIGH YIELD
(Em milhares de milhões de euros)
Fonte: A&G.
COM UM EVENTUAL AUMENTO
DAS TAXAS DE INCUMPRIMENTO HAVERÁ UM IMPACTO NOS ELOS MAIS FRACOS DA CADEIA DA QUALIDADE CREDITÍCIA. UMA OPÇÃO SÃO OS HÍBRIDOS CORPORATIVOS
ao financiamento e de preços mais elevados. É por isso que, em contextos de maior instabilidade económica, é recomendável estar em crédito de empresas de qualidade, ou seja, com classificação de crédito investment grade. Estas são empresas sólidas, bem financiadas, com boa qualidade de balanço, fluxo de caixa positivo, baixos níveis de dívida… Por outras palavras, empresas que se espera que possam superar a adversidade económica que poderão ter de enfrentar nos próximos anos. Esta deterioração económica conduzirá a um alargamento dos spreads, bem como a um aumento das taxas de incumprimento, pelo que se está mais protegido em empresas de qualidade que serão menos afetadas.
Verificar-se-á um aumento dos spreads de high yield, ou seja, existe um maior risco de alargamento nas emissões mais débeis da cadeia de qualidade de crédito. Mais concreta-
mente, nos próximos três anos, mais de 40% da dívida pendente destas empresas deverá ser refinanciada, uma situação notavelmente diferente da do segmento de elevada qualidade de crédito, que conta com uma estrutura de vencimentos muito mais manejável. Este facto, além de aumentar a emissão bruta até 2024, pressionando os spreads, irá gerar um aumento significativo dos custos de financiamento. Este risco ainda não foi refletido no preço nem está a ser corretamente remunerado e, por isso, há mais valor no crédito de elevada qualidade creditícia.
Por último, haverá um aumento dos spreads de crédito em 2024; o mercado está a descontar uma situação otimista da economia. Mas a economia continuará a enfraquecer, o que, embora não seja uma situação catastrófica, levará a uma descida das taxas de juros e a um aumento dos
90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 26,9 35,1 12,5 5,5 57,7 83,0 80,6 71,1 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031
44 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
TENDÊNCIAS GESTÃO
Diretor
EVOLUÇÃO DOS SPREADS DE CRÉDITO HIGH YIELD E INVESTMENT GRADE
spreads de crédito, que continuam a negociar a níveis inferiores às suas médias históricas.
VENCIMENTOS
Embora as taxas de default não estejam a aumentar e permaneçam em níveis estáveis, isto deve-se principalmente ao prolongamento da vida da dívida. Concretamente, cerca de 40.000 milhões de euros foram prolongados em 2023 a nível global. O que as empresas com maiores dificuldades estão a fazer é tentar evitar o mercado prolongando as suas estruturas de vencimento. No entanto, as que estão a entrar em default estão a fazê-lo de forma muito agressiva, o que levou a que as taxas de recuperação caíssem cerca de 30 pontos base, o que reflete uma imagem de deterioração das empresas maior do que pode parecer a priori e um cenário que acontecerá, mas que simplesmente se está a prolongar no tempo. Neste contexto, em que um aumento das taxas de
incumprimento irá impactar principalmente os elos mais fracos da cadeia da qualidade creditícia, uma opção são os híbridos corporativos face ao high yield, uma vez que são emitentes de elevada qualidade e com balanços sólidos.
Atualmente, o investment grade europeu a um ano está a pagar 3,90%, embora a cinco anos a rentabilidade caia para 3,30%. Perante um cenário de possível desaceleração económica, paga-se pela segurança do curto prazo, mas com um euro swap a um ano de 3,27%, é preferível adicionar já duração das carteiras para evitar esse risco de reinvestimento em caso de um futuro alargamento dos spreads.
É curioso que este diferencial temporal observado em investment grade não se verifica se se baixa nos escalões de qualidade creditícia: o crédito europeu high yield a um ano paga 4,64% em comparação com os cinco anos, que têm uma rentabilidade de 4,60%.
DOMINGO BARROSO
PARA ALÉM DA LIQUIDEZ: RETORNOS SUPERIORES COM ETF DE OBRIGAÇÕES
A pressão de venda que as obrigações do Tesouro dos EUA a 10 anos sofreram em 2023, que aumentou temporariamente as yields para 5%, causou grandes perdas aos investidores em obrigações. Por isso, muitos passaram para a liquidez e continuam a utilizar fundos monetários para gerar rendimentos. Neste ponto, a atual dependência dos bancos centrais faz com que a incerteza se mantenha, mas, a longo prazo, estes investidores poderão querer aumentar as suas exposições à duração para materializarem as vantagens das elevadas yields atuais, mesmo que esperem que as taxas de juro se mantenham inalteradas a curto prazo. Os ETF de gestão ativa procuram isolar o risco creditício como motor de alfa, o que proporciona uma camada adicional de gestão de risco caso o ciclo económico se deteriore e dê lugar a evoluções mais diversificadas dentro do mercado. Na Fidelity, oferecemos uma gama completa de ETF ativos de obrigações sustentáveis que investem em obrigações investment grade, high yield e emergentes, bem como um ETF de gestão passiva que investe em dívida pública mundial. Isto torna a nossa gama de ETF uma opção atrativa para os investidores com abordagem ESG que procuram desenvolver-se num panorama de investimento em rápida mudança.
Fonte: A&G. 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 CRÉDITO HY CRÉDITO IG MÉDIA HISTÓRICA HY MÉDIA HISTÓRICA IG DEZ-98 DEZ-03 DEZ-08 DEZ-13 DEZ-18 DEZ-23
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 45
de ETF para Espanha, Portugal e América Latina, Fidelity International
RETAIL INVESTMENT STRATEGY
COMO VAI OLHANDO A INDÚSTRIA PARA A TEMPESTADE QUE SE AVIZINHA?
2026 é a data de posta em marcha do pacote de medidas que visa promover o investimento por parte dos clientes de retalho, protegendo-os ao mesmo tempo. Objetivos que a indústria desconfia que poderão surtir o efeito contrário. Com a tempestade no mar, o que se vai fazendo em terra?
por Margarida Pinto 46 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL TENDÊNCIAS ADVISORY
Em maio de 2023 a Comissão Europeia apresentava ao mercado um pacote de medidas conhecido como Retail Investment Package ou Retail Investment Strategy. Era o início de um processo que se previa concluir antes do verão de 2024, com um texto final aprovado, pronto a ser aplicado no ano seguinte. No entanto, as eleições europeias de junho podem atrasar o processo: o debate a fazer é extenso e os pontos sensíveis são alguns (muitos). Entretanto, membros do parlamento europeu da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários votaram a favor de novas regras para ajudar os clientes de retalho a investir em produtos financeiros de qualidade, e protegê-los de comunicação enganosa e de aconselhamento com vieses.
Embora este seja um diploma que, como lembra João Pratas, presidente da APFIPP (Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios) , “surge como um instrumento de apoio ao desenvolvimento do Capital Markets Union (CMU), que tem como objetivo fundamental trazer o retalho para o mercado de capitais, quer porque se reconhece que a longo prazo é positivo o investimento de poupanças no mercado de capitais, quer porque é fundamental para o desenvolvimento das empresas europeias”, na opinião da Associação as opções avançadas não são as mais indicadas para ir ao encontro dos objetivos.
A intenção de limitar o pagamento de comissões de distribuição (inducements) na distribuição de fundos de investimento é um dos temas em
DEVIDO A VÁRIAS MUDANÇAS DE NEGÓCIO QUE A RIS PODE OBRIGAR, O REGISTO E INCLUSÃO MASSIVA DAS CLASSES LIMPAS DE FUNDOS SERÁ ESSENCIAL
cima da mesa, bem como o estabelecimento de regras que limitam o valor das comissões (value for money e benchmarks). Na opinião de João Pratas, ambas as medidas arriscam causar uma disrupção extremamente negativa na distribuição dos produtos financeiros abrangidos, limitando, assim, aquilo que se pretende: “Trazer o retalho para o mercado de capitais, uma vez que será muito mais difícil o acesso a estes produtos financeiros”.
Do lado da indústria, há um misto entre a tentativa de compreensão de toda a informação em cima da mesa, com a antecipação de alguns impactos. Pelo menos é essa a experiência que nos reporta Elisabete Pereira, que consegue ter uma visão abrangente do tema, já que é responsável pela oferta de produtos e serviços de investimento distribuídos tanto no novobanco e novobanco dos Açores, como no Banco BEST, uma plataforma que foi pioneira na distribuição de fundos de investimento em Portugal. As preocupações nos diferentes bancos do grupo são
Eleições europeias complicam a chegada da Retail Investment Strategy (RIS) em 2024
https://shorturl.at/klrQ1
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 47
“SEM TER, AINDA, UMA VISÃO COMPLETA DOS IMPACTOS, PARECE-NOS QUE NO FUTURO, TEREMOS DE SEGREGAR COMPLETAMENTE O SERVIÇO DE MERA RECEÇÃO E TRANSMISSÃO DE ORDENS, DAS OPERAÇÕES COM ORIGEM EM CONSULTORIA”
ELISABETE PEREIRA NOVOBANCO
“A INTENÇÃO DE LIMITAR OS INDUCEMENTS EM QUE ASSENTA O MODELO DE DISTRIBUIÇÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO, NA EUROPA CONTINENTAL, E O ESTABELECIMENTO DE REGRAS QUE LIMITAM O VALOR DAS COMISSÕES (VALUE FOR MONEY E BENCHMARKS), ARRISCAM CAUSAR UMA DISRUPÇÃO EXTREMAMENTE NEGATIVA NA DISTRIBUIÇÃO DOS PRODUTOS FINANCEIROS”
JOÃO PRATAS
APFIPP
as mesmas, mas a profissional faz questão de assinalar que existem “impactos distintos que terão que ver não só com estratégia de negócio definida, como com posicionamento à data em cada entidade”.
ANTECIPAR CENÁRIOS
Por questões de “escala” e de “sinergia”, contudo, a profissional assinala que a análise do tema dentro do grupo se tem concentrado na implementação da RIS no novobanco, mas “não esquecendo nunca os impactos no atual posicionamento estratégico do Banco BEST, enquanto one stop shop”. Desse modo, nos projetos que a entidade considera ser de curto prazo, e embora os diplomas só entrem em vigor em 2026, a verdade é que já começaram a
preparar alguns cenários e a antecipar outros. É o que acontece no caso da alteração das regras de governação que visa, supostamente, excluir produtos que trazem um reduzido value for money para os clientes. A profissional relata que é possível que a medida os “obrigue a abdicar de produtos que, apesar de terem um custo maior, têm o valor acrescentado de uma melhor gestão, seleção, conhecimento especializado ou acompanhamento e, por isso, podem ter um melhor retorno para um dado nível de risco”.
Outro cenário antecipado é o da proibição limitada dos inducements no âmbito de serviço de receção e transmissão de ordens (RTO), não precedido por aconselhamento. Elisabete Pereira relata que “este põe em causa a arquitetura
48 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL TENDÊNCIAS ADVISORY
NO FINAL DO DIA, A RIS PODERÁ TER COMO
EFEITO DESVIAR OS INVESTIDORES PARA O INVESTIMENTO DIRETO atual de distribuição de fundos” e, desse modo, obriga “a ponderar a dificuldade/ custo e avaliar se se deve avançar com o fim transversal de todas as retrocessões, ou se se faz a distinção entre o RTO e as ordens com origem no serviço de consultoria não independente”. O Banco Best, como enfatiza a responsável, assume neste contexto uma importância maior, dado o seu papel na distribuição de fundos em Portugal. “Terão de ser feitas as adaptações necessárias no modelo de serviço de forma a permitir manter com igual distinção esta linha de negócio”, confessa Elisabete Pereira.
CLEAN SHARES: ESSENCIAL
Obter a maior informação possível e analisar as decisões tomadas pelos concorrentes. É o que a entidade pode fazer para já. Contudo, ao nível da distribuição de fundos, seja no serviço de consultoria, seja através da mera receção e transmissão de ordens, a proposta de valor que a entidade oferece é apontada de forma concreta: trata-se do modelo de seleção de fundos que executam. Eventualmente, poderão ter de restringir o serviço de mera receção e transmissão de ordens aos canais digitais, criando contas de custódia autónomas e aplicando o modelo de seleção de fundos “apenas à distribuição via consultoria”.
No campo das limitações aos inducements, a referida autonomização de
contas de custódia permitirá “aplicar, apenas, ao serviço RTO a distribuição das clean shares, permitindo a manutenção dos inducements ao nível do serviço de consultoria”. Pelo menos até que os clientes se habituem a este último nível de serviço, prevê a profissional. Neste sentido, Elisabete Pereira relata ainda que “será necessário, também, proceder ao registo e inclusão massiva das clean shares dos diferentes fundos, e inclusão de fundos que, perante a exigência de value for money, apresentem um menor custo”.
Na opinião do presidente da APFIPP, a Retail Investment Strategy poderá ter como potencial efeito desviar os investidores para o investimento direto, um campo onde admite “que os custos de investimento possam ser mais reduzidos, porque não há comissões de gestão nem de distribuição”. Contudo, poderá verificar-se o reverso da medalha. Assim, suspeita “que as perdas, quando existam, possam ser maiores do que no investimento através de veículos especializados, porque não há, desde logo, acesso a know-how e à dispersão do risco das suas carteiras”. Na opinião de João Pratas, o desenvolvimento da União de Mercados de Capitais é fundamental, mas “infelizmente não parece que estejam a ser consideradas as melhores opções para o efeito”, conclui.
América Latina e Ásia, Nordea AM
A RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS
São cada vez mais as empresas que reconhecem o valor real que uma cultura empresarial diversificada pode acrescentar, desde a retenção de trabalhadores a bases de clientes e consumidores mais alargadas, entre outras coisas. As práticas positivas de diversidade costumam traduzir-se de maneira tangível no desempenho financeiro das empresas e nos valores dos acionistas – o que é uma boa notícia para os investidores. Na nossa opinião, o efeito lógico de empresas com melhor desempenho é o investimento nessas empresas. Um conjunto crescente de dados demonstra que existe uma ligação entre a responsabilidade social das empresas e o desempenho financeiro, mas a tendência de investimento que lhe está subjacente está apenas a começar. Acreditamos que os gestores ativos, com as ferramentas analíticas e de envolvimento corretas, podem aproveitar a lacuna de investimento que existe atualmente para proporcionar retornos com responsabilidade. A estratégia Global Diversity Engagement da Nordea centrase na diversidade e inclusão (D&I) como impulsionadoras de mudança social, tirando simultaneamente partido da correlação positiva entre práticas de D&I acima da média e o desempenho financeiro das empresas.
OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
LAURA DONZELLA Responsável de Distribuição Institucional e de Retalho para a Península Ibérica,
A
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 49
BANCOS DEPOSITÁRIOS AS DIFERENTES VERTENTES DO NEGÓCIO E OS DESAFIOS QUE ENFRENTAM
Apesar de ser considerada uma face menos visível da indústria da gestão de ativos, os bancos depositários são essenciais para o bom funcionamento do setor. Estas entidades garantem a segurança e integridade dos ativos financeiros, proporcionando confiança aos fundos de investimento e protegendo os seus investidores.
50 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL TENDÊNCIAS FUNDSERVICES
por Ana Garcez
Os bancos depositários, que salvaguardam a proteção dos interesses dos investidores, têm como principal função proteger os ativos subjacentes, garantindo que estes são mantidos em segurança e separados dos ativos da entidade gestora. Em Portugal, as quatro maiores entidades depositárias de fundos mobiliários com ADN nacional ultrapassavam, segundo dados da Morningstar a fevereiro de 2024, os 16 mil milhões de euros em ativos sob custódia de fundos mobiliários nacionais.
O primeiro lugar é ocupado pela Caixa Geral de Depósitos, com mais de 6,4 mil milhões de euros. Além de ser o banco depositário dos fundos da Caixa Gestão de Ativos, conta ainda com os fundos da Sixty Degrees ao seu cuidado, perfazendo um total de 33 fundos. Em segundo lugar encontra-se o Millennium BCP, com cerca de 3,9 mil milhões de euros sob custódia, tendo ao seu encargo 26 fundos, todos geridos pela IMGA, e em terceiro o Banco Santander Totta, com 3,1 mil milhões de euros, sendo o banco depositário de 23 fundos da Santander AM. O Cecabank (banco espanhol), aparece em quarto lugar com 2,7 mil milhões de euros sob custódia, e tem a seu encargo 30 fundos, todos da BPI Gestão de Ativos.
No entanto, as funções das entidades depositárias não se limitam apenas a monitorizar regularmente a atividade do fundo, a assegurar a custódia e administração de ativos ou à supervisão da atividade das sociedades gestoras. A
OS BANCOS DEPOSITÁRIOS ENFRENTAM VÁRIOS DESAFIOS NO ÂMBITO DA REGULAMENTAÇÃO, TECNOLOGIA E DOS ATIVOS DIGITAIS. A IA PODERÁ SER UMA AJUDA NO TRABALHO
Caixa Geral de Depósitos, tal como o Cecabank, entidades que falaram com a FundsPeople sobre este tema, oferecem uma variedade de serviços e confessam que a evolução do contexto regulamentar e de fiscalização, tem levado a uma aproximação crescente entre a entidade depositária e a entidade gestora.
Segundo Cecília Rufino, country manager para Portugal do Cecabank, as entidades especializadas em Securities Services (como o próprio Cecabank) oferecem às gestoras serviços como o de “reporting aos trade repositories por conta de terceiros, recuperação de retenções com base em decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia, participação em ações coletivas nos EUA (class actions), acesso a informação relacionada com a sustentabilidade” ou um serviço completo relacionado com o proxy voting.
A Caixa Geral de Depósitos, tal como a anterior entidade depositária, oferece também acesso a serviços de
proxy voting, mas não só. De acordo com Maria João Gonçalves, diretora adjunta de Operações, e Alice Macedo de Barros, coordenadora da área de Banco Depositário, na componente da custódia, a Caixa “oferece uma panóplia de serviços, permitindo às sociedades gestoras atuar no mercado global de valores mobiliários, e aceder a serviços de tratamento de impostos”. Já na vertente de controlo dos fundos, “a vigilância regular inclui controlos de periodicidades diária, mensal e trimestral, promovendo-se assim um apoio constante”, relatam ainda as duas profissionais.
DESAFIOS COMUNS
No entanto, os bancos depositários também enfrentam alguns desafios. Tanto o Cecabank como a Caixa Geral de Depósitos indicam como principais desafios a regulamentação, a tecnologia e os ativos digitais.
A nível regulamentar, Cecília Rufino, do Cecabank, aponta para a “in-
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 51
“A EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE DE GESTÃO DE ATIVOS
COLOCA NOVOS DESAFIOS AOS DEPOSITÁRIO. É O
CASO DOS ORGANISMOS DE INVESTIMENTO ALTERNATIVO COM POLÍTICAS DE INVESTIMENTO ASSENTES NA GESTÃO DE CRIPTOATIVOS”
ALICE MACEDO DE BARROS E MARIA JOÃO GONÇALVES CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS
“EXISTEM OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO PARA A FIGURA DE UM DEPOSITÁRIO INDEPENDENTE DE REFERÊNCIA QUE, COMO EM ESPANHA, POSSA PRESTAR SERVIÇOS A QUALQUER TIPO DE GESTORA”
CECÍLIA RUFINO
CECABANK
cessante produção de nova regulamentação” e Maria João Gonçalves e Alice Macedo de Barros, da CGD, falam da necessidade de “assegurar a conformidade regulatória num ambiente em mudança”.
No que diz respeito à tecnologia, as duas profissionais da CGD afirmam que os principais desafios colocam-se na “automatização de processos sofisticados de fiscalização e vigilância” e a country manager de Portugal do Cecabank destaca o “surgimento de novas tecnologias em busca de eficiência”, com a inteligência artificial a poder funcionar como um apoio.
A “evolução da atividade de gestão de ativos coloca também um conjunto de novos desafios aos depositários”, afirmam Maria João Gonçalves e Alice Macedo de Barros. A Caixa Geral de Depósitos destaca “os organismos de investimento alternativo com políticas de investimento assentes na gestão de criptoativos” e “os fundos de Investimento com políticas de investimento com objetivo de sustentabilidade”. Por último, Cecília Rufino aponta também como desafiante a “necessidade de al-
cançar uma escala suficiente que permita manter elevados níveis de serviço num contexto marcado pelo estreitamento das margens”.
O setor de depositários em Portugal tem vindo a ajustar a sua resposta à dinâmica de mercado em termos de número e tipologia de novos fundos, “assim como às novas exigências regulamentares nas funções de vigilância e fiscalização”, afirmam Maria João Gonçalves e Alice Macedo de Barros. Para as duas profissionais da Caixa Geral de Depósitos, “o rigor e fiabilidade do depositário são fatores-chave na sua proposta de valor, a par da eficiência operacional e da proximidade e acompanhamento das sociedades gestoras”.
Já a country manager para Portugal do Cecabank destaca o “dinamismo”, o “potencial” e a “qualidade das equipas de gestão e profissionalismo dos distribuidores” do mercado português, acrescentando ainda que acredita que, em Portugal, “existem oportunidades de crescimento para a figura de um depositário independente de referência que, como em Espanha, possa prestar serviços a qualquer tipo de gestora”.
ÍNDIA: TODOS DE OLHOS
POSTOS EM MODI NUM CLIMA DE OTIMISMO EM RELAÇÃO AO CRESCIMENTO
Nas próximas semanas, a Índia terá eleições nacionais para determinar se o Primeiro-Ministro Modi conseguirá governar a maior democracia do mundo. Após uma vitória retumbante em algumas eleições estatais no final de 2023, os apoiantes de Modi acreditam que as suas políticas pró-crescimento foram validadas.
A questão que ocupa as mentes da maioria dos investidores é se a ida às urnas irá resultar numa continuidade ou numa mudança de políticas. A Índia tem vindo a destacar-se graças a uma economia em expansão e em rápida digitalização, um regime fiscal unificado que promove a geração de receitas e a consolidação orçamental, um abrandamento da inflação de base e um mercado bolsista que atingiu recentemente um máximo histórico em dólares. Enquanto o resto do mundo se debate com taxas de juro elevadas e um crescimento letárgico, o banco central indiano prevê que a economia cresça 7% neste e no próximo ano. Este otimismo está refletido no mercado bolsista. Há quem afirme que a subida sustentada das ações nos últimos anos tornou o mercado relativamente caro, mas importa recordar que a rentabilidade das empresas continuaram a surpreender pela positiva. É verdade que, por agora, a febre das eleições apoderou-se da Índia, mas esperamos que os atuais ganhos na frente do crescimento sejam ainda mais garantidos a médio prazo, quando a poeira das eleições assentar, no verão.
E
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
AVINASH VAZIRANI
COLIN CROFT Gestores de investimento, Jupiter AM
52 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL TENDÊNCIAS FUNDSERVICES
O seu capital está em risco.
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sem considerar uma abordagem mais inovadora.
BNY Mellon Investment Management Rendimento Fixo. Fresco e diferente.
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Isto é uma promoção financeira. Para Clientes Profissionais e, na Suíça, apenas para Investidores Qualificados. Quaisquer perspetivas e opiniões são as do gestor de investimentos a menos que referido o contrário e não são um conselho de investimento. BNY Mellon é a marca corporativa do The Bank of New York Mellon Corporation e das suas subsidiárias. Emitido em Portugal pelo BNY Mellon Fund Management (Luxemburgo) S.A. (BNY MFML), uma sociedade anónima (société anonyme) constituída e existente segundo as leis do Luxemburgo sob o número de registo B28166 e tendo o seu endereço registado em 2-4 Rue Eugène Ruppert L-2453 Luxemburgo. O BNY MFML é regulado pela Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). Doc Id 1710579. Exp: 29/07/24. T12295 02/24
PORQUE AS OFERTAS PÚBLICAS DE VENDA MUDAM TUDO
Negociar nos mercados financeiros implica vantagens para as empresas, como o acesso a investidores nacionais e internacionais, os quais, por sua vez, beneficiam de contar com mais opções para nutrir as suas carteiras. Além disso, a diversificação das fontes de financiamento resulta em solidez da economia.
54 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
TENDÊNCIAS LEARNING
por Beatriz Alonso-Majagranzas
FINANCIAMENTO DAS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS EM FORMA DE CAPITAL COTADO E NÃO COTADO
São vários os fatores que explicam a morosidade das incorporações de novas empresas nos mercados de capitais, entre eles, os incentivos que favorecem o capital de risco ou os complexos e demorados trâmites administrativos que acompanham estes procedimentos. Reativar as ofertas públicas de venda é vital para a economia e para os investidores.
A incorporação de uma nova empresa num mercado cotado é o começo de um novo percurso. O toque simbólico do sino chama a atenção, como é lógico, mas não é o fim de nada, é apenas o primeiro passo de uma grande mudança para a empresa. Negociar nos mercados financeiros implica uma série de vantagens que, a partir desse momento, as empresas podem passar a ver por si próprias: acesso a investidores nacionais e internacionais, reputação, capacidade de atrair talento e distinção face à
concorrência, possibilidade de se financiar recorrentemente, etc.
O sino que os responsáveis das empresas que passam a negociar em bolsa tocam com ímpeto no dia da sua estreia na bolsa simboliza muita coisa. Para começar, um salto de qualidade que muda tudo. A empresa, os seus trabalhadores, fornecedores e acionistas são, sem dúvida, os primeiros vencedores deste movimento, porque, graças à sua presença nos mercados financeiros, a empresa pode financiar os seus planos de crescimento e tirar partido da flexibilidade com a qual apenas empresas cotadas podem contar.
As vantagens das ofertas públicas de venda, contudo, não se encontram apenas nas portas que se abrem para as empresas que passam a ser cotadas. São inúmeros os estudos académicos que demonstram que a diversificação das fontes de financiamento das empresas se reflete diretamente na solidez da economia no seu conjunto. Quanto
GRAÇAS À SUA PRESENÇA NOS MERCADOS FINANCEIROS, A EMPRESA PODE FINANCIAR OS SEUS PLANOS DE CRESCIMENTO E TIRAR PARTIDO DA FLEXIBILIDADE COM A QUAL APENAS EMPRESAS COTADAS PODEM CONTAR
44% 48% 61% 56% 52% 51% 45% 40% 39% 37% 31% 20% 49% 55% 60% 63% 69% 80% 82% 51% 63% 66% 70% 45% 60% 58% 65% 61% 56%
ALEMANHA REINO UNIDO IRLANDA SUÉCIA LUXEMBURGO FRANÇA ZONA EURO HOLANDA ESPANHA ITÁLIA
COTADO CAPITAL NÃO COTADO % DE PASSIVO EM FORMA DE CAPITAL DO CONJUNTO DE EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS 18%
Fonte: Eurostat, US Federal Reserve, Swiss National Bank, UK Office for National Statistics.
CAPITAL
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 55
SERÁ O CRÉDITO
MUNDIAL A APOSTA
DESTE ANO?
UMA ECONOMIA SEM UMA PRESENÇA SIGNIFICATIVA DE EMPRESAS NOS MERCADOS É UMA ECONOMIA QUE NÃO FAZ RENDER A SUA PLENA CAPACIDADE
mais as empresas acederem aos mercados financeiros, melhor preparada estará a economia de um país para enfrentar contextos complexos em que o financiamento bancário é escasso. Além disso, a chegada de mais empresas à bolsa também contribui para as empresas crescerem.
REPRESENTATIVIDADE
A chegada de novas empresas aos mercados financeiros contribui, ainda, para a bolsa ser mais representativa da economia de um país: quanto maior for a diversidade de empresas presentes nos mercados em termos de tamanho, setores de atividade e fases de crescimento, melhor, porque isso significará que a bolsa também permite destacar a diversidade do setor empresarial.
As OPV também são um ponto positivo para os investidores, que conhecem bem a importância de diversificar a sua carteira. Novas empresas negociadas significam novas oportunidades, novos modelos de negócio e novas alternativas para atender às necessidades de cada investidor.
O facto de as empresas optarem por entrar ou não na bolsa para financiar os seus planos de crescimento e aumentar a sua visibilidade e reputa-
ção faz a diferença na economia. De certa forma, uma economia sem uma presença suficiente de empresas nos mercados financeiros é uma economia com o travão de mão acionado, que não faz render a sua plena capacidade.
Reativar as ofertas públicas de venda é vital, porque um mercado sem a representação necessária de empresas de diferentes setores, tamanhos e estados de maturidade, é um mercado menos representativo da economia e menos atrativo para os investidores, sempre ávidos por encontrar novas alternativas para as suas carteiras. Os gestores de fundos valorizam especialmente a possibilidade de encontrar empresas de todo o tipo, que se ajustem à sua política de investimento, às suas necessidades e ao seu estilo de gestão. Só é possível encontrar o plus de rentabilidade de que precisam num mercado diversificado e variado.
A reativação das OPV também é importante para o setor financeiro no seu conjunto, visto que cada incorporação no mercado o revitaliza um pouco mais. A rede de empresas e de entidades implicadas nos mercados de capitais é bastante extensa, com um impacto não menos significativo na geração de riqueza e de postos de trabalho.
Os elevados níveis de yield das obrigações e a melhoria do panorama das obrigações investment grade poderão ser um bom presságio para os investidores em crédito mundial em 2024, apesar do aumento da volatilidade e do risco geopolítico.
Agora que as yields das obrigações voltaram aos seus níveis mais altos desde a crise financeira mundial e com alguns investidores a referirem melhorias significativas no mercado de crédito investment grade (IG), as obrigações têm margem para oferecer aos investidores algumas oportunidades atrativas nos próximos meses.
Acreditamos que o valor voltou ao IG, onde vemos um grande potencial de rentabilidade, tanto mundial como regional. Os níveis gerais de alavancagem em IG também continuam abaixo do seu máximo durante a pandemia COVID.
É possível que, este ano, algumas classes de ativos de obrigações ofereçam melhores retornos do que as ações. Vemos possibilidades especialmente positivas nos denominados fallen angels, nas obrigações high yield a curto prazo e nas obrigações corporativas de mercados emergentes (ME).
Em geral, as yields das obrigações parecem bastante elevadas em relação ao histórico, e são, sem dúvida, as mais altas que observamos desde a crise financeira mundial.
BENTLEY Codiretor da Insight Investment e subdiretor de Investimentos em Obrigações, BNY Mellon IM A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
PETER
56 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL TENDÊNCIAS LEARNING
COMERCIALIZAÇÃO DE OIC DE TERCEIROS “AS OPORTUNIDADES MULTIPLICAM-SE À MEDIDA QUE SÃO AGARRADAS”
No século VI a.C., Sun Tzu terá escrito, na Arte da Guerra, que “as oportunidades se multiplicam à medida que são agarradas” e, considerando a inegável atratividade dos fundos estrangeiros comercializados em território nacional, existe uma oportunidade aparentemente inexplorada de negócio para as gestoras nacionais.
Em mercados altamente concorrenciais como é o caso do mercado de gestão de ativos, as sociedades gestoras portuguesas encontram-se numa guerra saudável com outras sociedades gestoras da União Europeia, disputando com estas pela atenção e pelo interesse dos investidores.
Sem prejuízo da atratividade crescente dos fundos nacionais, nomeadamente daqueles que se dedicam ao setor tecnológico, a oferta internacional tem um grande peso no mercado português, destacando-se a presen-
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 57 TENDÊNCIAS LEGAL por Sofia Leite Borges, Maria Carvalho, Diogo Saúde
ça de três fundos geridos pela Morgan Stanley IM no Top 10 fundos internacionais mais procurados em Portugal, em 2023.
COMPATIBILIZAÇÃO
Considerando a inegável atratividade que os fundos estrangeiros comercializados em território nacional têm para os investidores, consideramos que existe, todavia, uma oportunidade até agora aparentemente inexplorada de negócio para as gestoras nacionais (que será conveniente agarrar): a comercialização de unidades de participação ou de ações de OIC geridos por outras sociedades gestoras nacionais, ou estrangeiras.
Na verdade, desde a sua génese, a Diretiva UCITS IV (Diretiva
2009/65/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 13 de julho de 2009) e o Regulamento AIFMD (Regulamento Delegado (UE) n.º 231/2013 da Comissão de 19 de dezembro de 2012 que complementa a Diretiva 2011/61/UE do Parlamento Europeu e do Conselho), preveem, pese embora em sede de considerandos (considerando 12 da Diretiva UCITS IV e considerando 131 do Regulamento AIFMD), que as sociedades gestoras podem comercializar unidades de participação ou ações de OIC geridos por sociedades gestoras terceiras, sem limitar esta possibilidade exclusivamente aos OIC geridos por sociedades gestoras sediadas em Portugal, o que abre a porta à possibilidade de comercialização também de OIC geridos por sociedades gestoras sediadas em outros Estado-membro da União Europeia.
O RGA (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 27/2023, de 28 de abril), aparentemente alheado desta faculdade, estabelece, no entanto, que a autorização para a gestão de OIC (atividade principal), compreende apenas as funções de administração e de comercialização das unidades de participação ou
SEM PREJUÍZO DA ATRATIVIDADE CRESCENTE DOS FUNDOS NACIONAIS, A OFERTA INTERNACIONAL TEM UM GRANDE PESO NO MERCADO PORTUGUÊS
58 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL TENDÊNCIAS LEGAL
de OIC geridos por terceiros, e apesar do âmbito da autorização concedida nos termos do RGA às sociedades gestoras aparentemente não abranger de forma expressa esta possibilidade, parece-nos que o princípio da autonomia privada (o que não é proibido é permitido) e uma interpretação conforme ao Direito Europeu, determinam que esta faculdade tenha de ser estendida às sociedades gestoras nacionais, sob pena de desigualdade concorrencial e de discriminação no espaço europeu.
Responsável de Negócio para a Península Ibérica, AllianceBernstein
EMPRESAS DO SETOR DA SAÚDE CONTINUAM A SER RENTÁVEIS
Embora seja verdade que o setor da saúde apresentou resultados dececionantes em 2023, um olhar mais atento revela um quadro mais complexo. As previsões de crescimento dos lucros são saudáveis e as avaliações são atrativas em alguns setoreschave. De uma perspetiva fundamental, as empresas do setor da saúde continuam a ser altamente rentáveis, existem muitas oportunidades de crescimento e o ambiente regulamentar continua a ser razoável.
ações dos OIC sob gestão (artigo 63.º, n.º 2, alínea d) do RGA).
A compatibilização do disposto na Diretiva UCITS IV e no Regulamento AIFMD, com o disposto no RGA, não parecendo fácil, tem de ser possível.
Pese embora a CMVM ainda não se tenha ainda pronunciado publicamente sobre a possibilidade de as sociedades gestoras portuguesas comercializarem unidades de participação ou ações
Já dizia Sun Tzu que “aquele que se empenha em resolver dificuldades, resolve-as antes que estas surjam”. Por essa razão, a CMVM, a delicada Imperatriz, como soberana no pleno exercício das suas atribuições e competências, poderá, caso queira de alguma forma regular esta atividade, erguer o cetro do princípio da legalidade, definindo em concreto, os critérios (não discriminatórios), aplicáveis à comercialização de unidades de participação ou de ações de OIC geridos por sociedades gestoras terceiras. A seu tempo, a revisão do artigo 63.º, nº 2, alínea d) do RGA será também recomendável, por razões de certeza e de segurança jurídicas. A COMPATIBILIZAÇÃO DO DISPOSTO NA DIRETIVA UCITS IV E NO REGULAMENTO AIFMD, COM O DISPOSTO NO RGA, NÃO PARECENDO FÁCIL, TEM DE SER POSSÍVEL
Enquanto investidores ativos, concentramo-nos em empresas de qualidade que beneficiam das tendências de crescimento duradouro do setor no seu conjunto e que são negociadas a preços atrativos. Estas incluem empresas de diagnóstico e ciências da vida que ajudam a melhorar a deteção precoce de doenças e empresas de tecnologia que podem beneficiar da introdução de soluções baseadas em IA nos cuidados de saúde para melhorar os resultados, não só nos cuidados de saúde, mas no setor da saúde como um todo. Muitas das tendências de crescimento neste setor são alimentadas pela necessidade de eficiência e de redução de custos nos sistemas de saúde em todo o mundo. Consequentemente, acredito que estas tendências irão persistir ao longo do tempo e que é pouco provável que sejam abrandadas por dificuldades macroeconómicas. Na nossa opinião, a chave do sucesso para os investidores em ações reside no investimento em empresas e não na ciência.
MIGUEL LUZÁRRAGA
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
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por Regina R. Webb
A análise é o eixo sobre o qual se movem duas das grandes histórias de êxito da gama de ações da J.P. Morgan AM. O JPM Global Select e o JPM Global Focus, dois fundos que utilizam a sua estrutura de investimento própria, a Expected Returns. Uma poderosa plataforma de análise destinada a encontrar as melhores empresas a nível global. “Hoje em dia há tanta informação que fazem falta verdadeiros especialistas para discernir o que é importante”, insiste Malcom Smith.
RESPONSÁVEL DA EQUIPA DE AÇÕES INTERNACIONAIS, J.P. MORGAN AM RAP T REN PAR T NER
ENTREVISTAS
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GURU
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SEM GRANDES VIESES
Embora ambas sejam estratégias de alta convicção, será raro encontrar grandes vieses setoriais ou geográficos nas carteiras do JPM Global Select e do JPM Global Focus. Muito menos num contexto incerto como o atual. Por exemplo, mantêm várias das Sete Magníficas entre as suas principais posições, porque, no final do dia, não deixam de ser as que estão a gerar um crescimento de lucros de dois dígitos. Mas, por sua vez, estão conscientes das altas valorizações e de que os ventos podem mudar a qualquer momento. Assim, nesta primeira fase de 2024, os dois fundos estão muito neutralmente posicionados em todas as regiões.
Transformar a convicção bottom-up num processo consistente. “Acreditar numa empresa é algo quase emocional, mas de pouco serve se, enquanto gestores, não formos capazes de replicar a geração de ideias de maneira sustentável ao longo do tempo”, reconhece Malcom Smith, responsável da equipa de Ações Internacionais da J.P. Morgan AM. É precisamente o que procuram alcançar com o JPM Global Select e o JPM Global Focus: alavancarem-se com uma poderosa equipa de mais de 80 especialistas que cobrem 2.500 empresas em todo o mundo e que se dedicam a encontrar as melhores empresas a nível global, e, o mais importante, fazê-lo através de um processo de investimento polido.
“O motor dos dois fundos é realmente a plataforma de análise da J.P. Morgan AM e a nossa estrutura de investimento próprio, a Expected Returns”, afirma Malcom Smith. Esse quadro de referência é o que lhes permite determinar o valor real de uma empresa, porque lhes dá uma verdadeira perspetiva global. “Ao ter um framework, podemos fazer um ranking das distintas empresas sob os mesmos critérios, embora negociem e operem em diferentes mercados e países”, explica o gestor.
A análise própria é um elemento fundamental do ADN da gestora, que investe mais de 150 milhões de dólares por ano em análise: na J.P. Morgan AM, ser um analista é uma carreira profissional por si só. “Hoje em dia há tanta informação que fazem falta verdadeiros especialistas para discernir o que é importante”, insiste. Nesta linha, o gestor considera crucial a cultura empresarial: “O investimento é um desporto de equipa. Só funciona se criarmos um ambiente que convide os analistas e as gestoras a juntarem-se intelectualmente entre si, a estarem abertos a novas ideias e pontos de vista”. De facto, a gestora não acredita em fundos liderados por um único gestor estrela. “Para tomar boas decisões, é preciso um bom número dois, mas também são precisos profissionais fortes que estão acima e abaixo”, defende.
Por isso, a estrutura do Expected Returns e o processo de investimento de ambos os fundos de investimento também não é estático. A gestora continua a investir em aperfeiçoar a sua metodologia, adaptando-se ao mercado. Uma das melhorias recentes é a aplicação da Inteligência Artificial ao seu processo de investimento. “A utilização de grandes quantidades de dados não é uma novidade para nós, mas continuamos a refinar a sua utilidade”, explica o gestor.
NÃO É APENAS UMA LISTA DE NOMES
Por exemplo, estudaram as operações dos seus analistas mais destacados nos últimos anos para tentar identificar o porquê do seu êxito, e foram retiradas algumas conclusões interessantes: os melhores eram os mais abertos a questionar a sua tese e a ouvir novas ideias, e, curiosamente, a maioria costumava praticar algum tipo de mindfulness ou meditação. “Não se tratou de assinalar quem é o melhor ou o pior, mas sim de ajudar cada profissional a conhecer os seus vieses e a ajustar o seu risco conforme”, enfatiza. Isto porque, juntamente com a geração de ideias, o gestor considera que a gestão do risco é igualmente importante na composição do portefólio. “Não se trata apenas de fazer uma lista de nomes atrativos e juntá-los numa carteira”, aponta. Assim, uma parte igualmente relevante do seu quadro de investimento são os sistemas de gestão de risco. Por exemplo, integraram um modelo de previsão de erro empresarial à sua análise quantitativa, mais um indicador de informação útil.
O Global Select e o Global Focus são duas histórias de êxito na fama de ações da gestora: o primeiro conta com Rating FundsPeople 2024, e o segundo, um dos poucos este ano, com Rating FundsPeople+. Ambos partilham a filosofia de gestão muito ativa e uma carteira de alta convicção nas melhores ideias da sua equipa de analistas. A principal diferença é a concentração do portefólio. O primeiro conta com 80 a 90 nomes, enquanto o segundo conta com 50 a 55. Desta forma, o tracking error também difere, sendo mais pronunciado no Global Focus.
62 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL ENTREVISTAS GURU
“O INVESTIMENTO É UM DESPORTO DE EQUIPA. SÓ FUNCIONA SE CRIARMOS UM AMBIENTE QUE CONVIDE OS ANALISTAS E AS GESTORAS A JUNTAREM-SE INTELECTUALMENTE”
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NOS TEMPOS
LIVRES
No seu tempo livre, Pedro Santos Moreira gosta de caminhadas ao ar livre, pilates e padel.
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ENTREVISTA GESTOR por Diogo Verde
Pedro Santos Moreira
PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, FUNDIESTAMO
“A SEGURANÇA GARANTIDA PELOS INQUILINOS REDUZ A NECESSIDADE
DE DIVERSIFICAÇÃO DO PORTEFÓLIO”
É a vez de um fundo imobiliário estar em foco: neste caso um fundo que ao longo dos últimos anos tem dado nas vistas pelos resultados. Pedro Santos Moreira, presidente do Conselho de Administração da Fundiestamo, explica como a equipa gere o Imopoupança e como este prima pela consistência e pelos retornos distintos.
OImopoupança é um fundo imobiliário que conta com mais de treze anos de vida. O fundo gerido pela Fundiestamo é já um velho conhecido dos investidores de retalho. Pedro Santos Moreira, presidente do Conselho de Administração da Fundiestamo, revela que, desde a sua criação, o “fundo apresenta rentabilidades distintas e tem sido reconhecido tanto por prémios nacionais como internacionais”. Apesar dos períodos de stresse inerentes a qualquer mercado, como o imobiliário, o fundo conseguiu, na sua generalidade, obter retornos a cima do seu benchmark.
A carteira visa maximizar a rentabilidade e reduzir o risco e, como não poderia deixar de ser, o processo de investimento reflete esta vontade. Conta Pedro Santos Moreira que, “um dos focos da equipa de investimento é a localização, priorizando o centro de Lisboa”. Procuram “encontrar imóveis em bom estado de conservação” e preferem “imóveis que já se encontram arrendados”. Com isto, a equipa tenta “reduzir os custos de manutenção e de exploração e garantir um
retorno imediato do seu investimento”. Dos filtros aplicados resultam “imóveis de serviços, por norma escritórios”. O diretor da entidade revela ainda que “mais de dois terços da carteira estão em imóveis arrendados a entidades públicas”. Ao contrário de muitas entidades privadas, estes “tendem a ser inquilinos mais perenes e que, consequentemente, apresentam menos risco de incumprimento”.
Com esta política de investimento bem definida e provada ao longo dos anos, o especialista afirma que foi “composta uma carteira com risco de Estado, mas que consegue garantir rentabilidades de mercado”. Operando num segmento que reúne as duas caraterísticas, naturalmente “a diversificação não é o foco do fundo”, pelo contrário, procuram “focar em imóveis semelhantes aos já em carteira”. Sinteticamente, Pedro Santos Moreira afirma que “a segurança acrescida garantida pelos imóveis reduz a necessidade de diversificação”
SUSTENTABILIDADE E O FUTURO
O conceito de sustentabilidade alcança também o setor de investimento privado, nomeadamente o investimento em imobiliário. Neste espaço, o presidente da Fundiestamo destaca que, apesar de não ser uma obrigação, “o fundo privilegia imóveis em bom estado que, consequentemente, cumpram os planos de sustentabilidade a médio e longo prazo”. Trata-se de “um novo conceito que ainda requer afinação”. Ao mesmo tempo, o “tema das certificações energéticas é um tema que cada vez mais se vai colocando”. Neste âmbito, o fundo procura “trabalhar junto dos inquilinos para aproveitar oportunidades de financiamento e promover a aquisição de ditos certificados”.
Para a entidade o futuro é promissor. Pedro Santos Moreira está confiante que 2024 será um ano positivo para a gestão da carteira. O especialista explica que a grande diferença “é a remoção dos limites de atualizações de rendas”. Ao contrário de 2023 e de 2022, onde o aumento das taxas de juro foi superior ao máximo legalmente permitido de atualização de rendas, “prevê-se que a remoção do limite de atualização de rendas leve a uma inversão de ciclo”.
Consequência da limitação referida anteriormente, o presidente revela que “o investimento no segmento dos escritórios em 2023 quebrou 59% face a igual período do ano anterior”. Com “a inversão de ciclo” e com “o aumento das rentabilidades esperadas”, Pedro Santos Moreira acredita que “o investimento vai voltar a aumentar”. O presidente do Conselho de Administração está confiante na qualidade e consistência do Imopoupança e augura tempos prósperos para o setor.
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por Margarida Pinto
ENTREVISTAS GURU
Volatilidade e tempo são os dois ingredientes que Tom Mondelaers aponta como essenciais na confeção do BGF Euro Corporate Bond Fund. Um fundo que identifica estratégias de valor relativo através de uma seleção de títulos bottom-up, e cuja filosofia deixa um pouco de lado as condições de mercado atuais. Em fevereiro deste ano adicionaram uma camada mais de decisão ao fundo, já que este se tornou artigo 8º sob a SFDR, e o próprio profissional já fala do impacto que este ambiente mais sustentável tem… na sua vida pessoal.
RAP T REN PAR T NER
MANAGING DIRECTOR DE OBRIGAÇÕES, BLACKROCK
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 67
SUPERAR A GESTÃO DE ÍNDICES
Tom Mondelaers destaca que um dos objetivos do fundo sempre foi superar o desempenho de soluções de investimento indexadas que sejam equivalentes, “numa medida suficientemente ampla que permita fazer sentido aos investidores optarem pela estratégia”. Está positivo que o vão conseguir, pois “o crédito é uma das classes de ativos em que existe dispersão suficiente para tal e em que os mercados não são 100% eficientes em termos de preço”.
Volatilidade e tempo. São os dois ingredientes que Tom Mondelaers considera importantes num estilo de investimento orientado pelas valuations. Por um lado, a volatilidade importa para mover os preços para fora da sua faixa tradicional, enquanto o fator tempo permitirá a reversão dos mesmos para os seus níveis históricos. O BGF Euro Corporate Bond, segundo conta à FundsPeople o managing director de obrigações da BlackRock, é resultado de uma dinâmica já bem explorada pela equipa. “A nossa filosofia de investimento centrou-se em estratégias diversificadas de valor relativo e na seleção de títulos bottom-up”, uma abordagem criada para “proporcionar alfa ajustado ao risco sem depender das tendências do mercado”, diz-nos o profissional. O fundo tenta, efetivamente, “tirar partido dos preços incorretos numa vasta gama de estratégias”, podendo estas refletir “tanto posições direcionais para beta de crédito ou duração, como ainda estratégias de valor mais relativas, como rotações de setor, seleção de títulos, e posições nas curvas de spreads e de yields”. Tal estratégia tem dado resultado? O testemunho é positivo. O responsável atesta que os retornos ajustados ao risco durante os vários ciclos de mercado (tanto nos de subida como de queda), comparativamente com outras abordagens de crédito “mais beta”, têm sido “fortes”.
Tal descrição deixa claro que as tendências de mercado são relativamente alheias ao trabalho que efetuam. Tom Mondelaers explica que o processo até funciona um pouco em sentido inverso. “A nossa filosofia de investimento não se baseia no mercado, pelo que as atuais condições de mercado não exigem uma mudança na nossa estratégia de investimento. Pelo contrário: a crescente volatilidade que se sentiu nos últimos dois anos conduziu a elevados níveis de dispersão entre emitentes e setores, o que, por sua vez, se traduziu em mais oportunidades de geração de alfa”, sublinha.
O processo de investimento, como já ligeiramente aflorado, é um processo bottom-up, mas pode de algum modo ser apelidado de colegial. Isto porque, como explica o pro-
fissional, junta vários especialistas: research, gestão de portefólios e ainda responsáveis de trading. O Sectors Group - nome desse conjunto de responsáveis - “providencia a perspetiva fundamental e de valor relativo bottom up, de forma a ajudar o gestor a implementar os temas desejados em carteira segundo os objetivos de investimento de cada carteira”.
A sua investigação de crédito baseia-se em elementos quantitativos e qualitativos para construir os perfis de crédito do emitente com base em cinco drivers fundamentais. São eles a avaliação da indústria da qual o emitente faz parte, a sua posição competitiva, a qualidade da gestão e a sua posição financeira e, por fim, os riscos ESG. A estrutura de avaliação efetuada pela equipa de research de crédito Investment Grade “combina a análise quantitativa das métricas, que representa aproximadamente 30% da análise fundamental, com uma avaliação qualitativa da indústria e dos fundamentais de gestão, que geralmente perfaz 70% da análise de uma empresa IG ou de crédito”.
Contudo, a análise financeira não é a única a ser efetuada. Tom Mondelaers faz questão de enfatizar a importância do in loco. “Reunimos com as equipas de gestão de modo a percebermos melhor como as empresas irão evoluir ao longo do tempo, e como é que a estratégia de gestão irá impactar a evolução das métricas financeiras chave”, descreve, realçando a simbiose que também efetuam com as equipas de ações de uma gigante como a BlackRock. Os analistas de crédito, conta, “trabalham de perto com os seus homólogos em equity research”, permitindo o tamanho da gestora e a sua presença global “construir fortes relações com emitentes chave”.
VALOR EM PARTES CONTRA CÍCLICAS
No posicionamento atual do portefólio, a equipa gestora diz vislumbrar valor em partes do mercado que devem ser contra cíclicas por natureza e mais isoladas dos choques de crescimento. A banca, por exemplo, é um dos setores que sobreponderam atualmente, devido ao benefício que retiram das taxas elevadas, mas são os bancos europeus
68 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL ENTREVISTAS GURU
“GOSTAMOS DOS BANCOS EUROPEUS, FUNDAMENTALMENTE PORQUE OS SEUS RÁCIOS DE CAPITAL E DE LIQUIDEZ SE REFORÇARAM SUBSTANCIALMENTE AO LONGO DA ÚLTIMA DÉCADA”
que merecem especial atenção da equipa. “Gostamos dos bancos europeus fundamentalmente porque os seus rácios de capital e de liquidez se reforçaram substancialmente ao longo da última década, colocando-os numa posição boa para resistir a uma potencial deterioração económica”, elucida o responsável. Embora o setor tenha tido um desempenho materialmente inferior ao das empresas não financeiras no primeiro semestre de 2023, logo após a volatilidade durante o primeiro trimestre do ano passado, o profissional frisa que rapidamente começaram a recuperar.
Do lado das subponderações, os exemplos são mais. Tom Mondelaers fala da redução que têm vindo a efetuar no setor dos automóveis, devido à “procura mais fraca que foi recentemente mencionada por muitos fabricantes de automóveis nos seus relatórios de resultados”. As farmacêuticas, igualmente, têm estado subponderadas, já que são vários os ventos desfavoráveis que podem enfrentar este ano. “Vemos riscos decorrentes das atividades de fusões e aquisições devido a um crescimento das receitas inferior à média de determinados emitentes, enquanto as negociações de preços que poderão ser iniciadas no âmbito do programa do governo dos EUA para reduzir a inflação também podem ter impacto nas margens”, vislumbra.
Os riscos ESG de cada emitente, como já mencionado, entram na análise de crédito da equipa, mas uma nova camada sustentável foi adicionada recentemente ao próprio portefólio. No passado dia 23 de fevereiro, o BGF Euro Corporate Bond foi classificado como artigo 8º sob a regulação SFDR, o que faz com que esteja sob a análise do “quadro proprietário da casa que se foca nas externalidades”. E o que são essas externalidades? “Por externalidades, identificamos o impacto a longo prazo que as ações dos emitentes têm na sociedade e no ambiente. Consideramos que se trata de uma abordagem ESG prospetiva e holística que não é demasiado restritiva e proporciona um meio transparente e quantificável de medir e analisar a sustentabilidade em todo o universo do rendimento fixo”, afiança o profissional. Numa pergunta mais inusitada, sobre se haverá algum ponto pessoal do gestor que influencie o seu modus operandi, a resposta é original… e muito coincidente com este tema. “Se existir algo, é o trabalho de investimento sustentável que fazemos na empresa que influencia, sim, as minhas decisões feitas na vida pessoal, mais do que propriamente o contrário. Tem-me dado, mais do que uma vez, direção de como me comportar e do que comprar na esfera pessoal”, conclui.
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CONHECER O CLIENTE E APROXIMAR A NOVA GERAÇÃO
Na entidade, cada private banker tem a preocupação de aproximação às novas gerações, de forma a criar e reforçar laços de confiança.
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DISTRIBUIDOR por Margarida Pinto
ENTREVISTA
Bruno Minoya Perez
DIRETOR DE BANCA PRIVADA, BANCO CARREGOSA
“CONHECER O PATRIMÓNIO, OS INTERESSES E OS OBJETIVOS DE INVESTIMENTO
DOS CLIENTES É FUNDAMENTAL”
Conhecer o cliente e acompanhálo: são os dois verbos mais referidos pelo responsável de banca privada da entidade, que rejeita a ideia de um serviço que apenas serve para posicionar produto. A sucessão de património é um dos desafios que mais preocupam o profissional.
Banco Carregosa é um dos que tem mais história para contar no panorama nacional. No serviço de banca privada que prestam há uma equitatividade (não intencional) entre Lisboa e Porto, no que à equipa diz respeito. O total de 12 colaboradores repartem-se de forma igual entre ambas as regiões: cinco private bankers e uma assistente operacional, em cada uma das cidades. Bruno Minoya Perez, diretor de Banca Privada, a quem ambas as equipas reportam, começa por explicar que o serviço que proporcionam adota “uma abordagem holística relativamente ao património dos clientes”. E o que quer isso dizer? Trabalham a partir de um conceito alargado de Global Wealth Managament, e conhecer o cliente nas várias vertentes é muito importante. “Conhecer o património (financeiro, imobiliário e empresarial) de quem procura os nossos serviços, os interesses (colecionismo, filantropia, entre outros), e objetivos de investimento, é um requisito fundamental para uma gestão adequada dos seus ativos, bem como para o planeamento sucessório”, atesta o diretor.
No que diz respeito à gestão global do património dos clientes, a independência é um ponto-chave para o Banco
Carregosa. O banco tem uma abordagem assente numa arquitetura aberta, baseando a sua oferta e serviços em três conceitos: gestão discricionária; consultoria para investimento; e execução. “Dependendo do grau de intervenção pretendido pelo cliente, apresentamos o serviço que melhor se adequa a cada caso”, diz o profissional, que analisa detalhadamente todas as dimensões e caraterísticas do cliente. “Desde o conhecimento e experiência, à situação financeira, passando pelos objetivos de investimento, tolerância ao risco, mas também hoje em dia e de forma cada vez mais determinante, são tidas em conta as preferências em termos de sustentabilidade”, conta-nos o responsável.
O ESG é tido em conta desde o momento em que o cliente abre conta no Banco. Complementarmente, Bruno Minoya Perez adianta que “o banco já começou a integrar na oferta, para além da existente com soluções mais abertas, alguns ativos ESG no âmbito de uma política de sustentabilidade definida estrategicamente em termos globais”.
IMPORTÂNCIA DOS ALTERNATIVOS
Em termos mais genéricos, os fundos de investimento que entram nas carteiras dos clientes do banco são avaliados pela equipa de gestão de ativos através de um “processo de investimento proprietário”. A seleção e posicionamento têm por base os temas de investimentos discutidos em Comité de Investimento, mas, paralelamente, é feita “uma análise bottom up em que são analisados vários parâmetros quantitativos dos fundos”. Atualmente, posicionam-se em megatendências seculares como a demografia, o bem estar, ou temas como a tecnologia, digitalização das economias, cibersegurança, entre outras. “Acreditamos que a nossa gestão ativa pode aportar valor ao portefólio de quem nos confia o seu património”, refere o profissional.
Os investimentos alternativos são uma área onde se têm tentado diferenciar. O contexto de taxas de juro baixas dos últimos anos, impulsionou o segmento, e o banco acabou por conseguir capitalizar e afirmar-se no mercado neste segmento de produtos. Por um lado, a oferta de fundos de investimento imobiliário temáticos, comercializando os fundos da Carregosa SGOIC, e, por outro, “implementando parcerias, com reputadas sociedades gestoras nacionais e internacionais com elevado expertise em venture capital e private equity, para disponibilizar ao cliente uma vasta oferta dentro dessa área”.
Quanto aos desafios do setor, mais concretamente nos serviços holísticos de Wealth Management, a lista é extensa, mas Bruno Minoya Perez centra-se num tema específico: A transmissão de património para as novas gerações. “Têm acesso a mais informação e, por isso, são mais informadas, mais digitais e têm uma preferência mais acentuada para investimentos sustentáveis”. Nesse sentido, cada private banker deverá ter a preocupação de aproximação às novas gerações por forma a criar e reforçar os laços de confiança com o Banco Carregosa, conclui.
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O
A receita da BNY Mellon IM para gerar retornos no mercado de ações americanas, uma classe de ativos que não é propriamente conhecida pela sua cultura de dividendos, é a dupla composta por John Bailer e Brian Ferguson. Com um marcado estilo de gestão value, aspiram alcançar, no BNY Mellon US Equity Income, uma rentabilidade por dividendo de 50% ou mais do que a média do S&P 500.
RAP T REN PAR T NER
COGESTOR DO BNY MELLON US EQUITY INCOME, BNY MELLON IM
Regina R. Webb ENTREVISTAS GURU 72 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
por
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 73
DIVIDENDOS AO ESTILO VALUE
O grande elemento diferenciador do BNY Mellon
US Equity Income é o ADN value da dupla gestora Bailer-Ferguson. Os fundos de dividendos estão tradicionalmente enviesados para setores mais defensivos, pelo que são carteiras que se movem como proxy das obrigações. No seu caso, no entanto, o rácio preço/lucro costuma encontrar-se abaixo da média da categoria e do índice. Na prática, isso traduz-se numa maior captura das subidas dos mercados e mais dificuldades nos mercados em queda.
Dois especialistas em value para encontrar os melhores dividendos que as ações americanas podem oferecer. John Bailer e Brian Ferguson compõem a dupla profissional há mais de 20 anos. Desde o final dos anos 90 que, juntos, têm gerido fundos de investimento de large cap value, e, perante a procura do seu banco matriz, o BNY Mellon, por uma estratégia com foco nos dividendos mais poderosos, juntos lançaram, em 2017, o que é hoje o BNY Mellon US Equity Income. Mas apesar das suas raízes como gestores value, este não é o único indicador de peso no veículo. Na construção da carteira, também contemplam o momentum e a qualidade para evitarem cair em armadilhas de valor.
Ou seja, ao mesmo tempo que acompanham critérios como o preço e valor contabilístico, também avaliam a qualidade das empresas, medida pelo seu balanço. “Na Era do dinheiro barato, elementos como a alavancagem eram menos importantes, mas agora que as taxas de juro se normalizaram, passamos muito tempo a analisar a sustentabilidade financeira de uma empresa”, reconhece John.
Analisar uma empresa de todos os ângulos possíveis é a prioridade do gestor. Por isso, no processo de análise fundamental, não aproveitam apenas as fontes tradicionais de informação. Também tiram partido de vias menos convencionais, como recorrendo a especialistas na matéria, antigos repórteres, informação de mercados não cotados, bem como de elementos quantitativos. “É uma visão multidimensional, fruto de um processo a que só uma grande entidade como a BNY Mellon se pode dar ao luxo de dedicar recursos”, aponta.
Assim, a carteira aproveita tanto uma camada de análise quantitativa, que ajuda os gestores a identificar 30% do mais atrativo das empresas que compõem o Russell 1000, como de uma análise fundamental feita pelos seus analistas. Por último, dado que a estratégia foi concebida para ser um produto dirigido a investidores institucionais, a gestão de risco está presente desde o início do processo de investimento.
Tudo isto para alcançar um objetivo: uma rentabilidade por dividendo de 50% ou mais do que a média do S&P 500. John Bailer reconhece que procurar dividendos interessantes num mercado que, por natureza, tem um menor rácio
de remuneração por esta via para o acionista, como é o caso das ações dos EUA, não é uma tarefa fácil. Além disso, o seu mandato centrado em dividendos afasta-os dos títulos da moda do momento que não recompensam o acionista: as grandes tecnológicas. Mas em vez de um problema, o gestor entende-o como uma qualidade do fundo. “Não queremos competir contra as Sete Magníficas, mas sim oferecer uma diversificação além dos titãs do S&P 500”.
2023 FOI DIFÍCIL PARA OS DIVIDENDOS
“O que a bolsa americana oferece é um bom potencial de crescimento de dividendos”, defende o gestor. Por isso, grande parte do trabalho da equipa é tentar entender a sustentabilidade e a trajetória dessa distribuição de lucros. “Nos EUA, estes pagamentos ao acionista são um grande indicador da evolução de uma empresa: num mercado que tradicionalmente não paga dividendos, como o da bolsa americana, significa que o CEO conseguiu que o seu Conselho de Administração concordasse em fazê-lo; e se o conseguiu, é porque o seu Conselho, que, por natureza, é mais cauteloso, está muito otimista quanto à sua capacidade de gerar os lucros empresariais necessários para pagá-los”, explica. Disto isto, o gestor acredita que os dividendos vão desempenhar um papel cada vez mais importante na cultura corporativa dos EUA. “À medida que a população americana envelhece, vai haver uma procura cada vez maior por esta forma de remuneração. Além disso, o Inflation Reduction Act contempla um imposto de 1% sobre as recompras de ações. De momento, não ouvimos as empresas norte-americanas a comentar que tem um impacto adverso, mas o presidente Joe Biden deu a entender que está a considerar aumentá-lo para 4%, pelo que talvez esta questão venha a receber mais atenção.
Não obstante, 2023 não foi um ano fácil, nem para as estratégias de dividendos em geral, nem para o BNY Mellon US Equity Income, com esse viés mais value em particular. Da mesma forma que em 2022 beneficiaram do rally em setores mais cíclicos, em 2023 foram penalizados por um mercado mais favorável para o growth e para o segmento tecnológico. Ainda assim, John reconhece que estão bastan-
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“NÃO QUEREMOS COMPETIR CONTRA AS SETE MAGNÍFICAS, MAS SIM OFERECER UMA DIVERSIFICAÇÃO ALÉM DOS TITÃS DO S&P 500”
te otimistas com o potencial das suas empresas em carteira. De facto, o fundo nunca tinha estado tão enviesado para o fator value como está agora. “Atualmente, o mercado está tão focado no boom da Inteligência Articial que se abriu uma lacuna enorme nas valorizações. Basta olhar para a diferença entre o rácio P/E (preço/lucro) da empresa mais barata da bolsa americana e o da mais cara”, aponta. É um spread que os gestores preveem que se fechará.
Ter uma posição forte em value não significa necessariamente que a carteira se encontra desprotegida caso o cenário
macro não cumpra com o consenso e, no final, ocorra um abrandamento económico pior do que o esperado, mas sim que estão a encontrar negócios de qualidade a negociar a preços muito atrativos. “Gosto de atribuir ao portefólio o lema: acredite no melhor cenário, mas prepare-se para o pior”, explica. Um exemplo perfeito disso é o seu peso relevante (quase 30%) no setor financeiro americano. Atualmente, a sua principal posição é o JP Morgan Chase. “É um banco de alta qualidade, com um CEO experiente, como é Jamie Dimon, e que está a negociar a dez vezes os lucros”, finaliza John Bailer.
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por Ana Garcez
Miguel Costa Santos
“QUEREMOS MULTIPLICAR O MONTANTE CAPTADO, MAS TAMBÉM O NÚMERO DE INVESTIDORES PORTUGUESES PARA OS NOSSOS FUNDOS”
Abriram o seu escritório em Lisboa em 2019 e desde então que não pararam de crescer. Com principal foco no imobiliário comercial, Miguel Costa Santos acredita que os fundos imobiliários são presença obrigatória numa carteira de investimentos que se quer diversificada.
Presente no mercado português desde 2014, a CORUM Investments tem registado uma evolução muito positiva do seu negócio no nosso país. Aliás, 2023 foi um ano excecional, tendo a Corum Butler captado um valor recorde de cerca de 1,2 mil milhões de euros junto dos aforradores europeus, entre eles também investidores portugueses.
Esta captação recorde permitiu-lhes avançar para novas aquisições numa situação que Miguel Costa Santos, country manager da CORUM Portugal, descreve como sendo de “vantagem perante outros compradores” que viram o custo de financiamento disparar num contexto de juros elevados, uma vez que a CORUM não recorre a dívida. “Tirámos vantagem disso mesmo, fazendo um elevado número de aquisições de imóveis comerciais nos mercados europeus a preços atrativos”, conta o profissional.
Isto permitiu-lhes cumprir o objetivo de oferecer retornos elevados aos seus investidores. “Prova disso são as rendibilidades apresentadas pelos nossos dois fundos imobiliários, o Corum XL e o Corum Origin, que ascenderam a quase 5,40% e 6,06%, respetivamente”.
Como mencionado anteriormente, a entidade tem vindo a registar um forte crescimento, mas Miguel Costa Santos não se mostra satisfeito e afirma que querem mais: “Queremos multiplicar o montante captado, mas também o número de investidores portugueses para os nossos fundos”. Para conseguirem acelerar o crescimento da CORUM no mercado nacional, terão, segundo relata, de dar o próximo passo em termos de distribuição. Atualmente têm um processo de subscrição completamente online, mas o country manager da CORUM Portugal reconhece a importância de estarem “onde os portugueses efetivamente investem, ou seja, junto do sistema financeiro”.
O objetivo é passarem a ter os seus produtos disponíveis em qualquer sucursal de qualquer banco. Miguel Costa Santos acredita que isto será benéfico não só para a CORUM, mas também para os próprios bancos que, desta forma, “poderão melhorar a oferta de fundos imobiliários aos seus clientes”, esclarece, acrescentando que esta é uma categoria “muito apreciada pelos portugueses” e, por isso, acredita que será extremamente bem sucedida junto dos aforradores da banca.
FOCO NO IMOBILIÁRIO COMERCIAL
É só no mercado imobiliário comercial que investem o dinheiro dos subscritores dos seus fundos, afirma Miguel Costa Santos, justificando que só assim conseguem fazer um trabalho profissional. “Enquanto no imobiliário residencial há sempre o fator emocional, no comercial há apenas números”, acrescenta.
Este segmento experienciou, em 2023, um período conturbado devido à subida das taxas de juro e o mercado ressentiu-se. Já 2024 será um ano com desafios ainda maiores, reflexo do “contexto de juros ainda elevados que tem reduzido as transações e, consequentemente, ditado uma quebra nos preços”, expõe o profissional.
“Se para alguns players no mercado este contexto pode ser desafiante, para a CORUM não o é”, afirma Miguel Costa Santos. Primeiro porque a equipa da entidade garante uma “avaliação dos imóveis antes de os adquirir e uma análise da capacidade financeira dos arrendatários para pagarem as rendas”. Em segundo, a “relação de proximidade com as empresas arrendatárias” permite-lhes estabelecer contratos de arrendamento de longo prazo e estáveis. E, por último, como já referido, “os investimentos são feitos com o dinheiro dos nossos investidores, sem recorrer a dívida”, conclui o profissional.
COUNTRY MANAGER, CORUM PORTUGAL
76 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
ENTREVISTA 5 MINUTOS
2024: ANO DE CRESCIMENTO
A CORUM Investments tem tido um crescimento bastante positivo no nosso país. Em 2024, quer ganhar maior visibilidade junto dos aforradores nacionais com a disponibilização dos seus fundos junto da banca, tornando mais fácil o investimento numa classe de ativos que deve fazer parte de uma carteira diversificada.
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 77
PRODUTOS
por Regina R. Webb
FUNDOS TECNOLÓGICOS VIAGEM DE IDA E VOLTA AO INFERNO
Os mesmos veículos de ações tecnológicas que em 2022 perdiam entre 20% a 40% do seu valor, em 2023 e até agora em 2024 estão entre os líderes em termos de rentabilidade. Reversão para a média ou mudança estrutural?
Têm sido quatro anos de turbulência para as ações do setor tecnológico. Os gráficos das rentabilidades dos seis fundos de investimento que são objeto desta comparativa ilustram bem a viagem de ida e volta do inferno que foi (e está a ser) o período 2020-2024. A pandemia foi o primeiro impulso para os lucros empresariais, sobretudo para o comércio eletrónico. Este boom durou até 2022, altura em que os excessos das grande tecnológicas foram postos em causa com a subida das taxas de juro. Nesse ano, os despedimentos em massa dominaram a indústria, em consonância com os planos
GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: ALLIANZ G. INVESTORS BLACKROCK FIDELITY INTERNAT. 31/3/17 3/3/95 1/9/99 EURO USD EURO 7.289,58 10.637,23 19.826,57 LU1548496451 LU0056508442 LU0099574567 36,24 46,35 30,50 -0,72 15,84 4,21 19,46 13,24 21,38 RENTABILIDADE 1 ANO: RENTABILIDADE 3 ANOS: RENTABILIDADE 5 ANOS: RENTABILIDADE 1 ANO: RENTABILIDADE 3 ANOS: RENTABILIDADE 5 ANOS: RENTABILIDADE 1 ANO: RENTABILIDADE 3 ANOS: RENTABILIDADE 5 ANOS: 1 2 3 1 2 3 1 2 3 5,98 32,25 31,52 -18,70 39,27 5,84 84,72 18,53 -41,56 44,59 14,31 70,18 16,21 -39,32 44,71 2020 2021 2022 2023 2024 2020 2021 2022 2023 2024 2020 2021 2022 2023 2024 ALLIANZ GLOBAL ARTIFICIAL INTELLIGENCE BLACKROCK GLOBAL FUNDS WORLD TECHNOLOGY FUND FIDELITY FUNDS GLOBAL TECHNOLOGY FUND Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a 29/02/2024. Dados de património em milhões de euros. Dados de rentabilidade em %. 78 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
COMPARATIVA
para melhorar a governança. Em 2023, chegou o renascimento, com os titãs do setor a dominarem as subidas a tal ponto que até surgiu um novo nome: as Sete Magníficas.
E agora? Na opinião de Joseph Wilson e Eric Ghernati, as forças seculares da inovação e da disrupção não pararam. “Continuamos entusiasmados com o ritmo crescente do avanço tecnológico e da sua difusão em todos os setores”, afirmam os gestores do JPM US Technology Fund.
Não é surpreendente que as seis equipas gestoras desta comparativa continuem otimistas com a classe de ativos (tendo em conta que é o seu
universo de investimento), mas o que é notável é que todas permanecem positivas em relação a muitas ações que, no ano passado, as levaram ao topo dos rankings de rentabilidade. Por outras palavras, mesmo com as valorizações de dois e três dígitos de 2023, não hesitam em defender que isto é apenas o começo.
Na opinião de Tony Kim, gestor do BGF World Technology Fund, a proliferação da IA generativa (GenIA) e um contexto macroeconómico mais estável com taxas mais baixas criam as condições para um 2024 potencialmente forte em todo o setor tecnológico. “Estamos atualmente nas fases iniciais
RENTABILIDADE
de uma nova era de inteligência liderada por um movimento para a IA em todo o panorama tecnológico”, afirma.
Esta é também a mensagem que Matthew Cioppa, gestor do Franklin Tecnhology Fund, transmite a partir da linha da frente de Silicon Valley. Não só vê uma recuperação mais cíclica, com claros sinais de retoma do crescimento em muitas partes do setor, especialmente na tecnologia empresarial, como também esse novo ciclo de investimento em tecnologia graças à IA generativa que Tony Kim destaca. “Todas as empresas aspiram agora a ser uma empresa de IA, o que exigirá investir em infraestruturas digitais
GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: GESTORA: LANÇAMENTO: DIVISA: PATRIMÓNIO: ISIN: FRANKLIN TEMPLETON J. P. MORGAN AM PICTET AM 3/4/00 5/12/97 7/10/15 USD USD USD 10.373,32 6.906,36 8.884,58 LU0109392836 LU0082616367 LU1279333329 49,36 55,37 43,58 7,65 18,03 7,58 20,62 11,35 19,00 RENTABILIDADE 1 ANO: RENTABILIDADE 3 ANOS: RENTABILIDADE 5 ANOS:
1 ANO:
3 ANOS:
5 ANOS:
1 ANO: RENTABILIDADE 3 ANOS: RENTABILIDADE 5 ANOS: 5 6 4 5 6 4 5 6 47,53 47,93 32,53 -40,74 10,03 35,22 27,81 -30,16 49,06 12,91 71,50 21,31 -41,28 60,10 14,11 2020 2021 2022 2023 2024 2020 2021 2022 2023 2024 2020 2021 2022 2023 2024 JPM US TECHNOLOGY FUND PICTET
RENTABILIDADE
RENTABILIDADE
RENTABILIDADE
ROBOTICS
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 79
FRANKLIN TECHNOLOGY FUND
PRODUTOS COMPARATIVA
CT (LUX) - GLOBAL SMALLER COMPANIES
ALLIANZ GLOBAL ARTIFICIAL INTELLIGENCE
GESTORES
JAMES CHEN
E SEBASTIAN THOMAS
NÃO SE TRATA DE UM FUNDO TECNOLÓGICO
Desde o seu lançamento em 2017 que é claro que não queriam ser um fundo tecnológico. “Se só explorarmos o potencial da IA através de tecnológicas, perdemos uma parte muito importante da história”, afirma James Chen. Por isso, têm em conta três espectros: a infraestrutura da IA, as suas aplicações e as indústrias habilitadas para a IA. Estes três conjuntos podem variar na sua ponderação dentro da carteira de acordo com as oportunidades que detetam. Esta flexibilidade na sua compreensão das implicações da inteligência artificial refletese na diversidade de setores da sua carteira. Destacam, por exemplo, as empresas do setor da saúde, que estão a acelerar a sua inovação graças aos avanços da IA. Dito isto, dado que atualmente a maioria do crescimento relacionado com a IA está atualmente a ocorrer em empresas tecnológicas, não é surpreendente que o setor com maior peso no início de 2024 seja o tecnológico. A sua representação na carteira está no limite superior do intervalo histórico, com cinco das Sete Magníficas a representarem 25%.
EVLI GLOBAL
BLACKROCK GLOBAL FUNDS WORLD TECHNOLOGY FUND
GESTOR
TONY KIM
ENTRE CONSOLIDADAS E DISRUPTIVAS
A equipa do Fundamental Equities Technology da BlackRock emprega um processo de investimento ativo, colaborativo, disciplinado, intensivo em investigação, consciente do regime de mercado de cada momento, global e informado do risco para explorar as ineficiências do mercado. A seleção de ações baseia-se numa análise bottom-up e fundamental das empresas por subindústrias, sendo a estratégia da carteira e a gestão do risco parte integral do processo. Procura uma exposição equilibrada tanto através de empresas tecnológicas consolidadas que podem inovar, como através de novas empresas disruptivas. O objetivo é gerar consistentemente retornos superiores ajustados ao risco. Olhando para 2024, o gestor posicionou a carteira para aproveitar as oportunidades na segunda fase do impulso da IA, que acontecerá em empresas de dados, infraestrutura de dados e software de aplicação. Fora da IA, muitas das tendências seculares da tecnologia e a melhoria das condições económicas também deverão impulsionar uma recuperação mais ampla além da megacapitalização e em áreas mais cíclicas do setor.
HEPTAGON FUND
FIDELITY FUNDS GLOBAL TECHNOLOGY FUND
ICAVKOPERNIK GLOBAL ALLCAP EQUITY FUND
GESTOR HYUN HO SOHN
IDEIAS EM TODA A CADEIA DE VALOR
É construído ação a ação, baseando-se em convicções e utilizando ideias de investimento geradas pela equipa de análise da Fidelity, utilizando uma abordagem disciplinada baseada nas valorizações para identificar ideias em toda a cadeia de valor do setor tecnológico. Os seus investimentos têm diferentes motores de rentabilidade e caraterísticas de risco de três categorias diferentes (crescimento, ciclicidade e situações especiais), o que resulta numa carteira core growth. O gestor foca-se em empresas sólidas, mas subvalorizadas, com potencial a longo prazo, em vez de setores destacados do mercado. Como consequência, tem um viés antimomentum e uma orientação para empresas de pequena e média capitalização, o que provou ser o principal motor de alfa ao longo do tempo. Investe em beneficiários da IA pouco explorados pelos mercados, como fabricantes de semicondutores e certas empresas especializadas na gestão de dados empresariais, bem como em ações subvalorizadas com potencial para fusões e aquisições no setor tecnológico chinês.
80 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
JANUS HENDERSON HORIZON GLOBAL SMALLER COMP. FUND
GESTOR MATTHEW CIOPPA
NA LINHA DA FRENTE DE SILICON VALLEY
O seu elemento mais diferenciador é a forma como exploram a sua localização privilegiada. Com os gestores sediados no coração de Silicon Valley, têm uma janela aberta para o que se está a passar no mercado privado. Isto permitelhes analisar e, às vezes, investir em empresas pré-IPO que pretendem revolucionar os mercados estabelecidos ou criar outros novos. Embora a sua alocação a estas empresas continue a ser pequena, menos de 5%, é uma parte fundamental do seu processo. À análise botttom-up de seleção de ideias junta-se uma sobreposição topdown para identificar os temas seculares mais convincentes, atualmente a Inteligência Artificial, a computação na nuvem, o comércio digital e a cibersegurança. Devido ao seu estilo de gestão, a carteira tem estado enviesada para um estilo mais growth de qualidade e para pequenas e médias empresas, em vez das mega caps. Além disso, devido a esse viés e ao seu maior beta em relação ao mercado geral, o fundo tende a ter melhores resultados nos períodos de subidas, embora também apresente uma maior volatilidade nos períodos de queda.
NEUBERGER BERMAN GLOBAL EQUITY MEGATRENDS FUND
GESTORES
JOSEPH
WILSON, ERIC GHERNATI
A DISRUPÇÃO É UMA CONSTANTE
Nasceu da convicção de que a disrupção é constante e que esta cria oportunidades de criação de riqueza ao longo do tempo. Desta forma, o fundo é gerido utilizando uma abordagem bottom-up, impulsionado fundamentalmente pela construção da carteira. As quatro qualidades que procuram são: um modelo de negócio disruptivo, um grande mercado endereçável, uma vantagem competitiva única e sustentável e uma equipa de gestão com provas dadas. O facto de estar referenciado a um índice de igual ponderação no Russell 1000 Equal Weight Technology Index dá à equipa a flexibilidade para construir posições em empresas onde a convicção é mais elevada do que se a sua referência fosse por capitalização de mercado. Além disso, a filosofia baseiase em investir em empresas alinhadas com as megatendências tecnológicas, independentemente do setor ou da capitalização. Quanto aos últimos movimentos, além de manterem a sua convicção na Nvidia e Meta, expandiram as suas posições para nomes atrativos no segmento de software, uma vez que sentem que está subvalorizado, especialmente na gestão de dados.
PRINCIPAL GLOBAL INVESTORS FUNDS - ORIGIN GLOBAL
GESTORES
PETER LINGEN, FRANCESCO PIGHINI, DAEL TSANG E STANISLAS BUIATTI
NOVO VENTO FAVORÁVEL
Lançado em 2015, é um dos temáticos centrados na robótica mais antigos. Desde a sua criação, tem procurado aproveitar o potencial de toda a cadeia de valor da robótica, automatização e inteligência artificial, incluindo tecnologias facilitadoras. Além disso, focam-se em empresas com aplicações nos cuidados de saúde e na robótica de consumo. Quanto à construção da carteira, procuram selecionar com uma diversificação suficiente para mitigar os riscos de empresas ou tecnologias, mas também com uma concentração suficiente para refletir uma elevada convicção, tendo em conta que alguns segmentos podem ser mais promissores do que outros e a tecnologia muda muito rapidamente. Assim, as empresas em carteira tendem a mostrar um crescimento superior à média e investem em I+D e nas pessoas, com expansão das margens e balanços sólidos. Como é um fundo temático, os gestores são especialistas no seu segmento. Olhando para 2024, continuam a ver um forte crescimento secular e estão otimistas quanto às suas posições, dados os fundamentais e as valorizações favoráveis.
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 81
FRANKLIN TECHNOLOGY FUND
JPM US TECHNOLOGY FUND PICTET ROBOTICS
como semicondutores, computação na nuvem, ferramentas de gestão de dados ou aplicações de IA que podem impulsionar a produtividade no local de trabalho”, prevê Matthew Cioppa.
Por isso, os gestores continuam confiantes no argumento a longo prazo de empresas como a Nvidia, Tesla, Amazon, Meta e Microsoft, que continuam entre as suas principais posições. “É onde o crescimento está a acontecer”, afirma James Chen, gestor do Allianz Global Artificial Intelligence. Na sua tese, os fundamentais pesam mais do que as valorizações a curto prazo. Em números: as estimativas de crescimento dos lucros do consenso de analistas para 2024-2025 no caso das Sete Magníficas
são mais elevadas do que para a média do mercado; 20% de média interanual face a 10% do S&P 500.
Também concordam que as ações estrela da IA não são tudo. É por isso que Hyun Ho Sohn, gestor do Fidelity Funds Global Technology Fund, está a olhar para além dos titãs do setor. “Existem muitos beneficiários indiretos ou empresas diversificadas em que os efeitos benéficos da IA podem não ser evidentes à primeira vista para os investidores”, defende. Alguns deles são as fundições de semicondutores, as empresas tecnológicas especializadas na embalagem de semicondutores e as empresas que fabricam memórias. Também está atento aos catalisadores
do setor de software e dos serviços. “Ao contrário dos consumidores, que podem adotar uma nova tecnologia muito rapidamente, a sua adoção pelas empresas é muito mais lenta. É aí que estas empresas podem ajudar, em áreas como os dados, a integração e a governança tecnológica”, explica.
PARA ALÉM DA IA
Na mesma linha, no JPM US Technology Fund expandiram as suas posições em nomes atrativos do setor de software, por considerarem que está subvalorizado, especialmente na gestão de dados. Neste segmento, mantêm posições na Confluent, Snowflake e na MongoDB para apoiar esta opinião.
82 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL PRODUTOS COMPARATIVA
Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a 29 de fevereiro de 2024. Dados de património em milhões de euros.
1 2 3 15 20 25 30 -3 0 3 6 9 12 15 1 2 3 20 25 30 1 2 3 15 20 25 30 -3 0 3 6 9 12 15 8.763,95 11.696,70 9.531,59 6.263,86 8.397,88 4.736,04 6.948,19 9.177,59 14.489,07 12.142,00 18.560,77 19.826,57 7.289,58 6.852,61 10.637,23 2020 2021 2022 2023 2024 2020 2021 2022 2023 2024 2020 2021 2022 2023 2024
GLOBAL FUNDS WORLD TECHNOLOGY FUND
FUNDS GLOBAL TECHNOLOGY FUND
EVOLUÇÃO DOS ATIVOS SOB GESTÃO
BLACKROCK
FIDELITY
ARTIFICIAL INTELLIGENCE
ALLIANZ GLOBAL
Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a 29/02/2024. O alfa e o beta calcularam-se com base no Índice Morningstar alocado à categoria. O rácio de sharpe calcula-se com base nas métricas de rentabilidade e desvio de padrão da Morningstar e considera-se como ativo sem risco a Euribor a 12 meses do primeiro dia do mês seguinte da data dos restantes dados. ALLIANZ GLOBAL ARTIFICIAL INTELLIGENCE BLACKROCK GLOBAL FUNDS WORLD TECHNOLOGY FUND FIDELITY FUNDS GLOBAL TECHNOLOGY FUND FRANKLIN TECHNOLOGY FUND JPM US TECHNOLOGY FUND PICTET ROBOTICS RENT. ANUAL. A 3 ANOS -0,72 4,21 13,24 7,65 7,58 11,35 VOLATILIDADE A 3 ANOS 27,20 24,48 17,20 25,75 27,83 23,57 QUEDA MÁXIMA 3 ANOS -42,96 -42,19 -18,70 -43,06 -44,66 -30,16 RÁCIO DE SHARPE 3 ANOS -0,16 0,02 0,55 0,15 0,14 0,32 ALFA 3 ANOS -15,28 -11,84 -0,79 -8,52 -8,26 -5,07 BETA 3 ANOS 0,97 0,97 0,75 1,08 1,05 0,99
Além disso, defendem que existem requisitos de banda de receção que são necessários para apoiar a IA, razão pela qual a equipa tem posições em empresas como a Credo e a Arista.
No setor da tecnologia também há mundo para além da IA. Por exemplo, no Pictet Robotics detetam que os robots colaborativos, ou cobots, estão a
ganhar força. São robots mais inteligentes, pequenos, baratos e fáceis de integrar, mesmo nas PME. E não é a única novidade no mundo da robótica.
“A automatização de processo empresariais através de soluções de software administrativo está a ganhar popularidade”, comenta Peter Lingen, gestor do fundo.
O recente comportamento das ações americanas tem sido impulsionado principalmente pelas Sete Magníficas, provocando uma elevada concentração dos índices de ações americanas. Isto representa um risco: historicamente, os períodos de excesso de concentração são seguidos de uma forte alteração da mesma. Para mitigá-lo, defendemos uma abordagem mais diversificada, centrada em empresas de crescimento rentáveis, com vantagens competitivas sustentáveis e oportunidades de crescimento secular que negoceiam com um desconto em
A informação sobre Organismos de Investimento Coletivo ou outros instrumentos financeiros incluída na FundsPeople é apresentada apenas com fim informativo e ilustrativo e não deve ser interpretada como uma oferta de venda ou recomendação de investimento. A informação não representa uma descrição completa dos OIC ou outros instrumentos financeiros e mercados a que faz referência.
relação ao seu valor intrínseco. Assim, procuramos gerar retornos atrativos ajustados ao risco durante um ciclo de mercado completo com uma volatilidade mais controlada.
O Amundi Funds Pioneer US Equity Fundamental Growth procura amortizar as correções do mercado para obter uma melhor rentabilidade a médio/ longo prazo. Tem uma carteira de empresas growth de qualidade adquiridas a preços razoáveis e com potencial para se tornarem vencedoras a longo prazo.
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 83
AS QUATRO CARATERÍSTICAS PRINCIPAIS DE UM FUNDO CONSERVADOR DE AÇÕES GROWTH AMERICANAS A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER CRISTINA CARVALHO Responsável do Mercado Português e Clientes Institucionais, Amundi 4 5 6 4 5 6 4 5 6 4.072,17 6.218,85 4.086,60 6.978,97 8.943,71 5.437,55 8.109,15 8.884,58 6.012,51 6.732,39 10.565,86 6.402,30 9.321,57 10.373,32 6.906,36 2020 2021 2022 2023 2024 2020 2021 2022 2023 2024 2020 2021 2022 2023 2024
JPM US TECHNOLOGY FUND
PICTET ROBOTICS
FRANKLIN TECHNOLOGY FUND
OS CRÉDITOS DE CARBONO NA GESTÃO DE ATIVOS
Criados para combater as alterações climáticas e incentivar a redução de emissões de gases com efeito de estufa, os créditos de carbono podem assistir a um abrandamento da sua eficácia devido à ausência de um mecanismo de fixação de preços e de um mercado unificado e harmonizado onde os negociar.
por María Folqué PRODUTOS ISR 84 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
Os créditos de carbono são instrumentos financeiros desenvolvidos para incentivar a redução de emissões de gases com efeito de estufa e combater as alterações climáticas. O conceito baseia-se no princípio de, em vez de impor limites rigorosos a todas as empresas e atividades, permitir que as que podem reduzir as suas emissões o façam de forma mais eficiente, enquanto outras podem comprar créditos para compensar as próprias emissões.
É fundamental que haja uma certificação e verificação por organismos reconhecidos para garantir que, de facto, se estão a gerar reduções de emissões, para que possam ser emitidos créditos de carbono equivalentes à quantidade de emissões reduzidas. Cada crédito representa, geralmente, uma tonelada métrica de dióxido de carbono equivalente (tCO2eq). As empresas que não conseguem reduzir as suas próprias emissões até certos limites têm a possibilidade de comprar créditos de carbono no mercado. As empresas que reduziram mais emissões do que o requerido podem vender os seus créditos.
Existem dois grandes tipos de créditos de carbono: de eliminação e de prevenção. “Um crédito de eliminação é um crédito de carbono que representa a captura de uma tonelada de CO2 ou gás com efeito de estufa equivalente (tCO2eq) da atmosfera, como, por exemplo, através da reflorestação, em que as árvores absorvem carbono
através da fotossíntese”, explica Andy Howard, diretor global de Investimentos Sustentáveis da Schroders.
“Em contraste, um crédito de prevenção é utilizado para financiar projetos que evitam a emissão de gases com efeito de estufa”, acrescenta. Alguns exemplos são a produção de energias renováveis (parques eólicos ou painéis solares), a eficiência energética, a captação de metano em aterros, ou evitar a desflorestação. Estes projetos impedem a emissão de uma quantidade específica de gases com efeito de estufa que, de outra maneira, seria libertada para a atmosfera.
Considera-se que os créditos de prevenção costumam ter um impacto mais imediato na redução de emissões, visto que estão relacionados com a sua prevenção, enquanto forem eliminadas, por exemplo, através da plantação de florestas, é preciso esperar que esta cresça para ocorrer uma compensação completa. Não obstante, Howard afirma que “os projetos de prevenção têm sido criticados, em certas ocasiões, por exagerarem a redução de emissões”.
MERCADOS E PREÇOS
Ao longo do tempo, o mercado destes instrumentos cresceu em complexidade e variedade. Entre os mais conhecidos, encontram-se os Certificados de Emissão Reduzida (CER), emitidos sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) estabelecido pelo Protocolo de Quioto, que representam uma redução verificada de emissões em países em desenvolvimento.
PODEM INVESTIR EM PROJETOS QUE GERAM CRÉDITOS, BEM COMO COMPRÁ-LOS PARA COMPENSAR AS EMISSÕES DAS SUAS CARTEIRAS
OS FUNDOS
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 85
OS
CRÉDITOS DE CARBONO
PODEM SER UTILIZADOS NA GESTÃO DE ATIVOS COMO PARTE DE UMA ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL
Também se encontram as Reduções Certificadas de Emissões (RCE): similares aos CER, as RCE estão vinculadas a projetos de redução de emissões não sujeitos aos requisitos do Protocolo de Quioto.
Os Créditos de Carbono Florestal ou REDD+ (Redução das Emissões da Desflorestação e da Degradação Florestal), centram-se na conservação e gestão sustentável das florestas para reduzir as emissões, e são gerados para evitar a desflorestação, promover a reflorestação e melhorar a gestão florestal.
Estes instrumentos podem ser transacionados em mercados regulados ou voluntários. Entre os regulados, destaca-se o Sistema de Comércio de Emissões (ETS) da União Europeia, o maior mercado de carbono do mundo em termos de volume de transações. Também há mercados regulados na Califórnia, no Quebec e na Nova Zelândia. Entre os voluntários, encontram-se o Mercado Voluntário de Carbono, o Gold Standard, o VCS (Verified Carbon Standard) e o ACR (American Carbon Registry).
Mas a quanto está a tonelada dos gases com efeito de estufa? O problema é que não existe um preço único. Como assinala Xavier Chollet, gestor do Pictet Clean Energy Transition, “existe uma grande divergência de preços das emissões de CO2 de um país para outro. Um mecanismo de fixação pode mudar o comportamento e fazer a diferença para combater as alterações climáticas”. O gestor
cita investigadores da Universidade da Califórnia em San Diego, que estimam que o custo social (que tem em conta estimativas de danos económicos devido ao clima, bem como projeções socioeconómicas) requer um preço de 417 dólares por tonelada (para comparação, no ano passado foi notícia que a tonelada chegou aos 100 dólares na UE).
“O Acordo de Paris não incluiu uma disposição para a fixação do preço, e falta um mercado mundial de CO 2 harmonizado e unificado”, assinala Chollet. Isto pode dar lugar a práticas pouco ortodoxas, como as de “certas empresas, especialmente em indústrias que consomem muita energia, que podem mudar de países com altos custos de emissões de CO 2 para outros com restrições mais permissivas, fenómeno conhecido como fuga de carbono”, detalha. Assim sendo, é preciso um renovado esforço internacional para incentivar mais países e regiões a adotar esquemas de fixação de preços, porque, além disso, os mercados de CO 2 ₂ representam apenas uma quarta parte das emissões anuais de gases com efeito de estufa mundial.
Os créditos de carbono podem ser utilizados na gestão de ativos como parte de uma estratégia de investimento sustentável. Os gestores de ativos podem investir diretamente em projetos que geram créditos de carbono, como instalações de energias renováveis ou iniciativas de eficiência energética. Estes projetos não só con-
PRODUTOS ISR 86 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
“AS COMPENSAÇÕES DE CARBONO NÃO
SUBSTITUEM A MUDANÇA SIGNIFICATIVA EXIGIDA À MAIORIA DAS EMPRESAS PARA REDUZIR AS SUAS EMISSÕES”
ANDY HOWARD SCHRODERS
“EXISTE UMA GRANDE DIVERGÊNCIA DE PREÇOS ENTRE AS EMISSÕES DE CO2 DE UM PAÍS PARA OUTRO. UM MECANISMO DE FIXAÇÃO PODE MUDAR O COMPORTAMENTO E FAZER A DIFERENÇA PARA COMBATER AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS”
XAVIER CHOLLET PICTET AM
tribuem para a mitigação das alterações climáticas, como também podem gerar receitas através da venda de créditos de carbono.
COMPENSAÇÕES
Os fundos de investimento também podem utilizar créditos de carbono para compensar as emissões das suas carteiras de investimentos. Isto implica calcular as emissões associadas aos investimentos e comprar créditos de carbono equivalentes para neutralizar essas emissões. Além disso, o investimento em tecnologias emergentes, como a captura e armazenamento de carbono, pode gerar créditos de carbono ao contribuir para a redução de emissões.
Para Xavier Chollet, “a fixação efetiva do preço do carbono pode acelerar o ritmo de inovação em tecnologias de energia limpa e promover a adoção mais rápida e ampla de produtos e serviços ainda não comercialmente
viáveis. Há certos tipos de geração de energia de hidrogénio que, combinados com o armazenamento de carbono, podem ser competitivos com o preço do carbono em cerca de 60 a 70 euros por tonelada”.
Andy Howard põe o dedo na ferida quando assinala que “as compensações de carbono não substituem a mudança significativa necessária da maioria das empresas para reduzir as suas emissões”. Mas, na sua opinião, “podem ajudar a acelerar o progresso para as reduções de emissões globais a longo prazo, necessárias para evitar os piores efeitos do aumento da temperatura. O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) assinalou que espera que as emissões negativas, ou compensações, desempenhem um papel mais significativo no cumprimento dos objetivos mundiais de descarbonização no futuro”. De momento, parece que o principal problema é a variedade de preços.
ROMUALDO TRANCHO
Diretor de Desenvolvimento de Negócio para Portugal, Allianz Global Investors A OPINIÃO
A ECONOMIA CIRCULAR E O VALOR DO DESPERDÍCIO
O mundo está a ficar sem recursos e começa a ser incrivelmente caro lidar com todos os resíduos produzidos. Até 2050, prevê-se que a procura global de recursos naturais exceda a capacidade de três Terras. As taxas de consumo de recursos vitais deverão duplicar nas próximas quatro décadas, com as previsões a indicarem um aumento de 70% na geração de resíduos.
Para as empresas, um modelo de negócio circular ajuda a responder às preocupações relacionadas com a volatilidade da oferta e dos preços das matérias-primas, a reduzir os custos e a diminuir o respetivo impacto ambiental e a dependência das importações.
Os impactos ambientais da extração de recursos vão continuar a aumentar. A poluição, a perda de biodiversidade e de serviços ecossistémicos são os exemplos mais evidentes destes impactos. Dado o vasto potencial para a aplicação dos princípios da Economia Circular em todas as indústrias, a circularidade poderá valer 4,5 biliões de dólares para a economia global até 2030 e 25 biliões de dólares até 2050. Setores como o eletrónico e o têxtil apresentam um maior risco, mas também uma maior oportunidade de adição de valor ao adotarem a circularidade. Esperamos que o aumento da regulamentação global e da UE se consiga combinar com a procura dos consumidores para impulsionar a inovação da Economia Circular, o que deverá alargar ainda mais as oportunidades oferecidas aos investidores.
RAP T REN PAR T NER
DE
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 87
TOKENIZAÇÃO NOS MERCADOS PRIVADOS: A CHAVE PARA DESBLOQUEAR O ACESSO
A inovação tecnológica é a alavanca para reduzir as barreiras operacionais que apresenta o investimento em ativos alternativos e que limitam a sua escalabilidade a uma base mais ampla de clientes.
88 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL por Montserrat Formoso PRODUTOS ALTERNATIVOS
“A TOKENIZAÇÃO SIMPLIFICA O PROCESSO DE INVESTIMENTO E ABRE NOVAS VIAS DE DISTRIBUIÇÃO QUE PERMITEM UMA VERDADEIRA EXPANSÃO DESTE TIPO DE ATIVOS”
RUBÉN NIETO ALLFUNDS
“AS ÁREAS OPERACIONAIS EM QUE ESTA TECNOLOGIA É MAIS RELEVANTE SÃO A GESTÃO DA PROPRIEDADE E A TRANSFERÊNCIA DE ATIVOS, A LIQUIDAÇÃO DE TRANSAÇÕES, A VERIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE E A RASTREABILIDADE DOS ATIVOS”
PACO NAVAS
ARCANO PARTNERS
“COM O TEMPO, VAI PREVALECER UMA INFRAESTRUTURA
FINANCEIRA DIGITAL COMPLETAMENTE NOVA, QUE FAÇA COM QUE OS ATIVOS PRIVADOS E COTADOS
TENHAM UMA NATUREZA
MUITO SEMELHANTE”
TOM DOUIE PM ALPHA
Aflexibilização do investimento nos mercados privados é uma das mudanças mais relevantes que esta indústria tem experienciado nos últimos anos. Historicamente, só o cliente institucional tem tido acesso a este universo, devido à complexidade e iliquidez das distintas classes de ativos, à necessidade de conhecimentos muito especializado para cada uma delas, ou à capacidade limitada para investir em gestoras com melhor track record. Trata-se de um setor bastante hermético e muito baseado em relações e contactos.
A complexidade operacional é outro dos fatores que atuam como obstáculo no processo de ampliação da base de investidores em que a indústria está envolvida. Perante a falta de infraestruturas e de normas comuns, os fundos de mercados privados costumam ser mais
difíceis de gerir operacionalmente. Os fluxos de trabalho ao longo do ciclo de vida de um veículo estão, atualmente, fragmentados e não standardizados, o que exige um elevado grau de manualidade e de personalização do processo. Isto traduz-se em custos mais elevados e tempos de liquidação mais lentos. Por isso, “os gestores só consideram economicamente atrativo aceitar nos seus fundos um número limitado de clientes e de grandes quantias, o que impede muitos investidores de aceder a estes produtos”, explica a consultora Bain & Company.
A tecnologia é a ferramenta chave para facilitar a operação. No entanto, “até agora, só foram aplicadas às camadas superficiais da indústria”, explica Rubén Nieto, managing director da Allfunds Blockchain, “principalmente na criação de um canal digital que permitia criar um certo sentimento
de digitalização para os investidores, mas que desencadeava os mesmos processos e procedimentos manuais para cobrir a operação tradicional destes produtos”.
A indústria é mais ambiciosa e foca-se no avanço que a tokenização e a blockchain podem oferecer para levar a cabo uma digitalização real que tenha um impacto positivo na camada mais profunda da indústria, automatizando e agilizando todas as tarefas manuais atuais. “A tokenização simplifica o processo de investimento e abre novas vias de distribuição que permitem uma verdadeira expansão deste tipo de ativos”, acrescenta.
ÁREAS A MELHORAR
Paco Navas, managing director de Venture Capital na Arcano Partners, destaca certas áreas operacionais em que esta tecnologia é mais relevante:
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 89
ETAPAS DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UM VEÍCULO DE MERCADOS PRIVADOS
Lançamento do fundo (fund inception): desenvolvimento da estratégia, da estrutura, das condições e do plano de desenvolvimento empresarial do veículo.
Estabelecimento do fundo (fund set up): contratação de fornecedores de serviços (jurídico, contabilidade, auditoria, administração, agência de transferência, bancos) e estruturação do veículo.
Fundraising e onboarding: desenvolvimento de materiais de marketing, início dos esforços de captação de recursos, documentos de subscrição, incorporação dos investidores e verificação dos documentos contra o branqueamento de capitais (AML e KYC).
Funcionamento do fundo: início das solicitações de capital ou das subscrições em dinheiro, investimento do capital de acordo com a estratégia do fundo, contabilidade do veículo e distribuição dos relatórios aos clientes.
Negociação e liquidez: distribuição de capital ou processo de reembolsos em dinheiro e consideração das solicitações de transferência e de venda secundária.
a gestão da propriedade e a transferência de ativos, a liquidação de transações, a verificação da propriedade e a rastreabilidade dos ativos.
A Bain & Company espera que a tokenização permita a criação de uma plataforma e de um fluxo de trabalho compartilhados que possibilitem um processamento de pedidos, liquidação, o acompanhamento da propriedade e a gestão de dados mais fluidos e automatizados. Segundo a consultora, embora os principais beneficiados venham a ser os investidores particulares (dadas as suas alocações relativamente baixas em ativos alternativos e a menor dimensão dos seus investimentos), estas inovações também vão apoiar os clientes institucionais, que representam 84% dos investimentos em ativos alternativos em todo o mundo.
RECEITAS ADICIONAIS
Fonte: Bain & Company.
Encerramento do fundo (fund closing): notificação aos investidores, distribuição do capital à medida que se realizarem os desinvestimentos e manutenção das operações até à liquidação final.
Para a Bain & Company, o avanço desta tecnologia vai gerar receitas adicionais para os diversos players do setor de 400.000 milhões de dólares ao ano. Detalhando este número, dois terços corresponderão às gestoras de fundos (270.000 milhões), que, graças a uma maior captação de capital e à expansão da sua base de investidores, vão aumentar o volume de ativos geridos, comissões de gestão e participação em lucros. Um quarto (100.000 milhões) vai para os gestores de patrimónios e para os distribuidores, que vão partilhar as receitas com os gestores de fundos em função dos resultados obtidos. O restante (30.000 milhões) vai corresponder às plataformas de intermediação financeira perante o aumento de ativos
90 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL PRODUTOS ALTERNATIVOS
ESTA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA TAMBÉM
VAI APOIAR OS CLIENTES INSTITUCIONAIS, QUE REPRESENTAM 84% DOS INVESTIMENTOS EM ATIVOS ALTERNATIVOS EM TODO O MUNDO
geridos, receitas por transações secundárias e outros serviços.
Relativamente à adaptação dos distintos players da cadeia, na Arcano Partners, identificam um progresso animador. “Algumas gestoras, como a KKR e a Hamilton Lane, lançaram veículos tokenizados nos EUA”, explica Paco Navas, e acrescenta que os investidores, por sua vez, estão a demonstrar um interesse crescente nestes fundos tokenizados, “atraídos pela diversificação, liquidez, acessibilidade e segurança que oferecem”. “Estas tecnologias têm o potencial de simplificar e agilizar processos que, historicamente, foram complexos e dispendiosos, o que se traduz numa maior eficiência e confiança na gestão de ativos”.
O avanço desta tecnologia também supõe uma alavanca para melhorar a experiência tanto para os fundos como para os investidores, um aspeto fundamental para aumentar o investimento e a distribuição dos produtos. Neste processo, Tom Douie, fundador e CEO da PM Alpha, vai mais além: “Não tenho dúvidas de que, com o tempo, vai prevalecer uma infraestrutura financeira digital totalmente nova que incorpore as tecnologias de tokenização e block-
chain, e que faça com que os ativos privados e cotados tenham uma natureza muito semelhante”, explica.
No entanto, substituir toda uma infraestrutura financeira à escala mundial vai levar algum tempo. Também é preciso ter em conta outros fatores adicionais, como a regulamentação e os controlos governamentais, que levam o seu próprio tempo. Neste sentido, Paco Navas destaca que “se estão a conquistar grandes avanços”, nomeadamente “a nível europeu com a ESMA, e espera-se que seja implementado, a curto prazo, um regime piloto de infraestruturas do mercado, baseadas em tecnologias de registo descentralizado”. Atualmente, não existem plataformas de negociação baseadas nesta tecnologia que se encontrem reguladas.
Está-se a abrir caminho para a escalabilidade e para o acesso aos mercados privados para além de soluções centradas no fator de liquidez. Convém recordar que se trata de um mercado intrinsecamente ilíquido, com subjacentes que também o são. Tom Douie alerta para o facto de a tecnologia não ser uma máquina mágica de gerar liquidez: “Algo negociável não se torna automaticamente líquido”.
ANTONIO ROYO-VILLANOVA
Sales senior para a Península Ibérica, Xtrackers
ETF COM VENCIMENTO DEFINIDO
Desde que a inflação começou a aparecer em 2021 e os bancos centrais subiram as taxas de juro em 2022 para combatêla, provocando quedas e uma volatilidade que não se observavam há décadas, as obrigações passaram de yields muito baixas a yields muito atrativas.
O rally das obrigações na última fase de 2023 e o movimento descendente no início de 2024 mostraram que a volatilidade das obrigações não deverá ser passageira. As incertezas continuam a pesar na evolução dos mercados, pelo que a questão dos investidores é como investir minimizando a volatilidade?
A indústria dos ETF continua a introduzir novidades que ajudam os investidores a atingir os seus objetivos, e, desta vez, não é diferente.
A Xtrackers lançou vários ETF de crédito europeu com vencimento definido que ajudaram a ancorar uma yield esperada, oferecendo as mesmas vantagens que os ETF oferecem, mas acrescentando outras muito relevantes: diversificação, uma vez que investem entre 200 e 400 obrigações corporativas, liquidez imediata, baixos custos, e transparência, às quais é necessário acrescentar acesso ao mercado de crédito europeu para investidores não profissionais, um montante mínimo de investimento ao alcance dos aforradores, e, por último, à medida que o vencimento se vai aproximando, a volatilidade ir-se-á reduzindo como se fosse uma obrigação de vencimento ao par.
dois
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 91
NAVEGAR NA TURBULÊNCIA DA CHINA
A fase crítica do Dragão continua, com a luta contra a crise imobiliária, a queda das exportações e a quebra de confiança dos investidores estrangeiros. Mas a mudança para um modelo de crescimento mais sustentável e de produção de maior valor acrescentado tem oportunidades a longo prazo.
PRODUTOS EMERGENTES 92 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL por Filippo Luini
AÇÕES CHINESAS NUNCA ESTIVERAM TÃO BARATAS EM COMPARAÇÃO COM AS AÇÕES MUNDIAIS
Rácio P/E nos próximos 12 meses do MSCI China Index face ao MSCI World Index (2006 até ao presente)
Fonte: Bloomberg, iCapital Investment Strategy. Dados a 23 de janeiro de 2024. A análise examina a relação entre o MSCI China NTM P/E e o MSCI World NTM P/E. O MSCI World Index é um índice de ações global amplamente utilizado que reproduz o desempenho de empresas de grande e média capitalização em países desenvolvidos. O MSCI China Index centra-se especificamente
As dificuldades da China continuam a preocupar os investidores. A recuperação após o levantamento das restrições da COVID desde o final de 2022 foi menor do que o esperado. E, desde então, a complexa fase do Dragão tem vindo a adquirir cada vez mais as caraterísticas de uma crise estrutural, o que leva a repensar as estratégias de investimento no gigante asiático. Com uma estimativa anual de +5,2% no final de 2023, o crescimento do PIB da China demonstrou estar em linha com o objetivo de crescimento de aproximadamente 5% fixado pelo governo há um ano. No entanto, segundo Jean-Louis Nakamura, responsável da Conviction Equities, boutique da Vontobel AM, este não é um resultado empolgante. “Foi alcançado quase exclusivamente devido à forte recuperação do consumo de serviços domésticos durante o primeiro trimestre e início
do segundo, partindo da base extremamente baixa de 2022, quando as principais cidades chinesas se encontravam sob confinamentos muito restritivos”, explica o especialista. “A partir da primavera de 2023, o crescimento da China estagnou”, afirma.
CRISE IMOBILIÁRIA
Considerada durante muito tempo uma potência económica de rápido crescimento, a China parece ter perdido impulso nos últimos anos. Um dos principais obstáculos é a crise imobiliária, um pilar da economia chinesa que ainda representa cerca de 20% do PIB. A forte dependência de Pequim dos ativos imobiliários provocou uma série de desafios à medida que o setor começou a mostrar sinais de desaceleração. O problema desta crise é a Evergrande: o gigante imobiliário está em incumprimento desde 2021 e, desde então, enfrenta
um difícil processo de reestruturação de uma dívida insustentável.
O outro desafio é a exportação. Um dos principais motores de crescimento do Dragão desde sempre, sofreu repercussões devido às tensões comerciais globais e aos desafios que surgiram durante a pandemia. A queda do crescimento na Europa e nos EUA provocou uma contração das exportações em 2023. Mas, segundo Wenli Zheng, gestor na T. Rowe Price, além das dificuldades mais cíclicas, também há preocupações a mais longo prazo. “Estão relacionadas com os esforços das multinacionais para diversificar as suas cadeias de abastecimento fora da China”, afirma. “Desde que as tensões comerciais entre os EUA e a China começaram em 2018, a participação da China nas importações americanas caíram de mais de 20% para menos de 15%”, assinala. Além disso, segundo Anisha A. Goodly, managing director de Mercados Emergentes da
1,9 1,6 1,3 1,0 0,7 0,4
2006 2009 2012 2015 2018 2021 2024
no mercado acionista chinês. Representa o desempenho de empresas de grande e média capitalização cotadas na China.
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 93
CHINA LIDERA A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Os cinco principais países em termos de investimentos na transição green em 2022 (em mil milhões de dólares americanos)
TCW, espera-se que a procura externa continue fraca em 2024, com impactos negativos no crescimento: “Prevemos uma desaceleração de 4,5%”, dita a especialista.
DINHEIRO ESTRANGEIRO
Como resultado destas incertezas económicas, a confiança dos investidores estrangeiros diminuiu. O investimento estrangeiro registou o número mais baixo desde que este indicador foi lançado em 1998, marcando um défice de 11.800 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2023. Este cenário negativo foi apenas parcialmente mitigado pelas políticas de estímulo económico do governo chinês, como as descidas de taxas, os investimentos em infraestruturas e a simplificação de regulamentações para a compra de um imóvel, para impulsionar o setor imo-
biliário. “Como parte da política de prosperidade comum de Pequim, que tem como objetivo reforçar a sua capacidade económica nacional, o governo central anunciou uma série de medidas de apoio desde o verão passado”, explica Jean-Marie Mercadal, CEO da Syncicap (parte da OFI Invest). “Infelizmente, estas medidas tiveram muito pouco efeito até agora”, afirma. “O difícil processo de reequilibrar a dependência excessiva do setor imobiliário deverá exercer uma pressão descendente sobre o crescimento chinês nos próximos três a cinco anos”, alertam Vincent Mortier, CIO da Amundi, e Monica Defend, diretora do Amundi Investment Institute. “A questão não é se o crescimento vai desacelerar ainda mais, mas sim se a China pode navegar para um futuro sustentável”, afirmam os especialistas.
O INVESTIMENTO ESTRANGEIRO REGISTOU O SEU MÍNIMO HISTÓRICO, MARCANDO UM DÉFICE DE 11.800 MILHÕES DE DÓLARES NO TERCEIRO TRIMESTRE DE 2023
141 55 29 28
546
PRODUTOS EMERGENTES 94 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
Fonte: Bloomberg NEF, NEO Net Zero Investment, maio de 2023.
“APESAR DA DEBILIDADE ECONÓMICA, A INOVAÇÃO CONTINUA A FLORESCER”
JASMINE KANG
COMGEST to generalizado, poderemos assistir a imensas injeções de liquidez ou mesmo a um impulso para que as instituições apoiem o mercado local, a fim de reestabelecer a confiança dos investidores”, prossegue. “Os maiores beneficiários serão os setores favorecidos pelo governo, como a economia verde, mas também aqueles que são bastante sólidos, como os semicondutores e a tecnologia”, argumenta.
“O CRESCIMENTO CHINÊS ESTAGNOU”
JEAN-LOUIS NAKAMURA
VONTOBEL AM
De fevereiro de 2021 até agora, o mercado de ações chinês marca três anos consecutivos de queda, perdendo 58% do seu valor. “Além disso, o índice MSCI China registou uma perda de 14% em 2023, gerando uma grande deceção para os investidores que tinham apostado na recuperação pós-pandemia”, comenta Mercadal. Do lado positivo, após as perdas dos últimos anos, a China volta a parecer uma opção rentável: “O P/E do índice MSCI China encontra-se abaixo de 10x, e espera-se que o crescimento dos lucros se situe em cerca de 10% em 2024”, afirma. O risco de queda também se reduziu significativamente, mas, para reduzir ainda mais, é necessária uma resposta que, dada a natureza altamente centralizada do país, será política”. “Se o governo decidir dar ouvidos ao descontentamen-
VISÃO A LONGO PRAZO
“A China está a progredir rapidamente no setor industrial”, afirma Wenli Zheng. “O país é bastante conhecido por desenvolver telemóveis e computadores. No entanto, prevê-se que as exportações chinesas de automóveis e energias renováveis ultrapassem as de computadores e telemóveis este ano”, afirma. “A produtividade está no centro do novo modelo de crescimento, com uma abordagem renovada na tecnologia e na transição energética”, acrescentam da Amundi. “De uma perspetiva de investimento, a transição para um modelo de crescimento mais sustentável representa oportunidades a longo prazo para os ativos chineses”, afirmam da gestora.
A Comgest, por sua vez, identifica as oportunidades mais interessantes em empresas com um alto índice de inovação. “A procura pela automatização no setor automóvel, na robótica e nos processos de produção industrial continua a crescer”, explica Jasmine Kang, gestora do fundo Comgest Growth China. Segundo a especialista, encontram-se exemplos de empresas com alto potencial a longo prazo em MedTech ou em setores que contribuem para a consecução do carbon neutrality, como as baterias elétricas e os painéis solares.
ÁLVARO ANTÓN
PERSPETIVAS PARA OS MERCADOS PRIVADOS
A resiliência do crescimento e a moderação da inflação nos EUA refletem choques de oferta positivos que estão quase esgotados. Ao analisar as perspetivas para os mercados privados, é importante ter em conta as últimas tendências em setores-chave e a evolução do contexto macroeconómico.
Capital de risco: num ambiente de taxas de juro elevadas, a inflação persistente continua a reduzir o apetite por transações na Europa e na América, especialmente no que diz respeito a estratégias de saída. Vamos concentrar-nos em oportunidades de investimento em setores à prova de recessão, como a saúde e as tecnologias da informação.
Crédito privado: tendo em conta as yields elevadas, o aumento dos spreads e a proteção da baixa correlação com o produto interno bruto, a dinâmica risco/retorno do crédito privado tornou-se extremamente atrativa.
Infraestruturas: os principais ativos de infraestruturas privadas ofereceram proteção contra a inflação, mecanismos de repercussão de custos e uma forte geração de fluxos de caixa. Os setores de transição energética, por exemplo, continuaram a crescer e os grandes negócios continuaram a ser fechados.
Mercado imobiliário: apesar do atual abrandamento, o mercado imobiliário mundial está a avançar a um bom ritmo. Os rendimentos do mercado de capitais têm vindo a recalibrar-se em resposta ao aumento das taxas de juro e dos custos da dívida.
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
Responsável de Negócio na Península Ibérica, abrdn
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 95
ERA UMA VEZ UM FUNDO ARTIGO ... 9º
Lançar um fundo Artigo 9º exige um elevado grau de compromisso dos gestores em matéria de sustentabilidade. Definir objetivos sustentáveis claros e acompanhar de perto as empresas em que se investe são algumas das ações indispensáveis.
96 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL PRODUTOS INSTITUCIONAL por Diana Pereira
Um fundo Artigo 9º define-se, ao abrigo do regulamento SFDR, como sendo um produto com um objetivo claro de sustentabilidade. Como tal, são várias as exigências impostas aos gestores de fundos no que a isso diz respeito. A principal, naturalmente, é garantir que os nomes que compõem a carteira estão, de facto, alinhados com os objetivos identificados pelo fundo. Tal processo exige pesquisa minuciosa, bem como subsequente envolvimento e acompanhamento dessas empresas, para garantir que os critérios exigidos pelo SFDR se cumprem.
Em Portugal, no momento de redação deste artigo, segundo dados da Morningstar, há 223 fundos de investimento registados para venda classificados como Artigo 9º. Destes, apenas seis são geridos por entidades nacionais, a Caixa GA e a BPI GA. Esta última, pioneira nesta área, lançou a primeira gama de fundos Artigo 9º em 2022 e assume, nas palavras do responsável de Negócio e Sustentabilidade, Adérito Oliveira, que o “carácter de novidade do enquadramento regulatório em Portugal e, portanto, a inexistência de uma referência no mercado nacional tornaram o processo mais exigente”. Mas, afinal, como nasce um fundo Artigo 9º?
OBJETIVOS
“O primeiro passo foi definir os objetivos de sustentabilidade da gama de fundos”, diz Adérito Oliveira. De acordo com o responsável, esse processo passou, então, por eleger os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) “que mais pretendiam impactar positivamente”. Neste caso, os eleitos foram
o ODS 7, 12 e 13, que incidem sobre energia limpa e acessível, consumo e produção responsáveis e ação contra a mudança global do clima, respetivamente. Posteriormente, foi necessário “definir uma política de investimento, identificar o universo onde investir e, finalmente, criar carteiras modelo”.
A outra entidade gestora nacional que apresenta fundos Artigo 9º é a Caixa GA. O Caixa Investimento Socialmente Responsável passou recentemente de Artigo 8º para Artigo 9º, algo que para o responsável da área de Ações da entidade, Rui Nunes, “revelou-se uma evolução natural”. Isto porque, segundo explica, desde 2019 que o fundo incorpora na sua gestão “uma abordagem de investimento socialmente responsável”. Rui Nunes conta que “este processo traduziu-se no reforço da ambição no que se refere à sustentabilidade que orienta a gestão do fundo” que, tal como a entidade anteriormente mencionada, começou com a “incorporação explicita de um objetivo de investimento sustentável na sua gestão, bem como por um
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 97
“FOI NECESSÁRIO UM LONGO E PROFUNDO TRABALHO DE BASE PARA OBTER O CONFORTO REGULATÓRIO
E INTERNO, EM LINHA COM OS ELEVADOS PADRÕES DE EXIGÊNCIA AO NÍVEL DO GRUPO EM QUE NOS INSERIMOS”
ADÉRITO OLIVERIA
BPI GA
“A ESTRATÉGIA PARA MANTER A CLASSIFICAÇÃO DO FUNDO PASSARÁ, NATURALMENTE, PELA CONSTANTE
MONITORIZAÇÃO DO PROGRESSO REALIZADO
PELOS EMITENTES
EM CARTEIRA, NAS DIFERENTES DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE”
RUI NUNES
CAIXA GA
reposicionamento do fundo no sentido de vincar ainda mais as valências neste domínio”. Como tal, o processo passou ainda, segundo explica, pela “incorporação na gestão e composição da carteira de emitentes que observem os pressupostos definidos pela entidade gestora para serem classificados como ativos sustentáveis”. Acrescenta, também, que tal evolução só foi possível “depois do esforço que tem marcado os últimos anos, com a formação específica de equipas e o recurso a parceiros reconhecidos internacionalmente nesta área que, de acordo com o profissional, ”são variáveis incontornáveis para poder suportar a dimensão estratégica que a sustentabilidade assume no posicionamento da entidade”.
Mas, não só de fundos Artigo 9º portugueses vive o mercado nacional. A Pictet AM é, atualmente, a gestora com mais fundos com Rating FundsPeople 2024 em Portugal classificados como Artigo 9º. A gestora de ativos suíça revela que o passo mais importante
“A INVESTIGAÇÃO FUNDAMENTAL DAS
EMPRESAS É UMA PEDRA ANGULAR DO NOSSO
PROCESSO DE INVESTIMENTO
E AS NOSSAS EQUIPAS
ESTÃO MUITO PRÓXIMAS DO ASSUNTO E DAS EMPRESAS
EM QUE INVESTIMOS”
SANDY WOLF
PICTET AM
é, de facto, a intencionalidade, isto é, “investir em empresas que dão, efetivamente, um contributo positivo para os desafios ambientais e/ou sociais.” Quem o diz é Sandy Wolf, gestora de impacto e análise na equipa de Ações Temáticas da Pictet AM. E também aqui o caminho é comum às anteriores: a definição de objetivos claros. “Investimos em empresas que se dedicam às energias renováveis, à eficiência energética, ao controlo da poluição ou, por exemplo, à distribuição de água potável e tratamento de águas residuais”, conta.
CRITÉRIOS
Sobre os critérios e métricas mais relevantes, na gama BPI GA, pelo menos 80% dos nomes que compõem cada um dos fundos terão que ter aquilo que a entidade define como sendo uma contribuição positiva para os objetivos de sustentabilidade. Além disso, também são tidos em conta critérios DNSH (Do no Significant Harm), ou seja, investi-
A REGULAÇÃO E A QUALIDADE E FIABILIDADE DOS DADOS SÃO ALGUMAS DAS DIFICULDADES APONTADAS PELAS GESTORAS NO QUE DIZ RESPEITO AO PROCESSO
98 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL PRODUTOS INSTITUCIONAL
SEGUNDO DADOS DA MORNINGSTAR, HÁ 223 FUNDOS DE INVESTIMENTO REGISTADOS PARA VENDA EM PORTUGAL CLASSIFICADOS COMO ARTIGO 9º. DESTES, APENAS SEIS SÃO GERIDOS POR ENTIDADES NACIONAIS, A CAIXA GA E A BPI GA
mentos que não prejudiquem significativamente o meio ambiente e social. Para tal, “monitorizamos indicadores associados aos principais impactos negativos (PINS)”, refere Adérito Oliveira. Já no caso da Caixa GA, essas métricas assentam na “representatividade da atividade considerada sustentável, eventual alinhamento com a taxonomia ambiental europeia e compromisso enquadrado de redução de emissões de gases de efeitos de estufa ou, ainda, pelo alinhamento da atividade da empresa com pelos menos três ODS”.
Quanto às principais dificuldades no processo, as gestoras apontam essencialmente fatores externos: a regulação e a fiabilidade dos dados. Neste último, segundo as palavras do profissional da BPI GA, tal implica “o recurso a múltiplos fornecedores especializados de informação não financeira e uma forte capacidade de tratamento de dados”. Num processo mais recente, a Caixa GA menciona também a “a qualidade e fiabilidade da informação disponi-
bilizada atualmente pelos emitentes”, ou seja, o principal obstáculo não terá sido tanto o processo em si, mas sim lidar com a falta de informação confiável e de qualidade fornecida pelas empresas, relativamente aos critérios de sustentabilidade. Já a Pictet AM refere que “a parte mais difícil é a comunicação de dados regulamentares, uma vez que”, e explica Sandy Wolf, “o regime SFDR é novo e as empresas em que investimos ainda estão a desenvolver os seus próprios relatórios ESG”. A profissional da Pictet AM faz referência à impreparação de muitas empresas face às exigências regulatórias. Algo que é consensualmente apontado como uma das limitações do regulamento.
Concluindo, apesar de algumas limitações e dificuldades apontadas, a crescente oferta de fundos Artigo 9º representa um passo crucial em direção a modelos de investimentos mais sustentáveis, onde os critérios ambientais, sociais e de governança não só são considerados, como essenciais.
OPORTUNIDADE ATRAENTE PARA ADICIONAR EXPOSIÇÃO A TAXAS GLOBAIS DE ALTA QUALIDADE
As expetativas de novos aumentos das taxas de juro nos EUA, na zona euro e no Reino Unido foram totalmente excluídas devido ao reforço do otimismo de que atingimos um pico cíclico nas taxas de juro e de que os bancos centrais dos países desenvolvidos vão flexibilizar a política em 2024.
A nossa maior convicção está na exposição às taxas dos EUA e do Reino Unido. Historicamente, a Fed tem sido a primeira a atuar nos bancos centrais dos mercados desenvolvidos. Vemos valor no Reino Unido em relação à Europa, dada a maior sensibilidade do Reino Unido às taxas de juro e as suas yields mais atrativas. A exposição às obrigações do governo japonês continua a ser menos atrativa, dada a normalização esperada da política do Banco do Japão.
Também favorecemos posições mais inclinadas na curva, uma vez que uma recessão continua a ser uma possibilidade, dada a extensão dos aumentos das taxas de juro e o facto de ainda podermos assistir ao impacto total desses aumentos. Dada a força do consenso por detrás de um cenário de aterragem suave e a extensão dos cortes já descontados pelo mercado, a nossa estratégia consiste em combinar uma exposição à duração moderadamente aumentada com posições na inclinação da curva. Este posicionamento deverá ajudar a mitigar o risco de investir exclusivamente em torno do desfecho binário entre uma aterragem dura ou suave.
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
JEREMY CUNNINGHAM Diretor de Investimentos, Capital Group
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 99
CHECK-UP PÓSPANDEMIA ETF EM BOA FORMA NAS CARTEIRAS DOS FUNDOS NACIONAIS
Analisamos o impacto que os últimos quatro anos tiveram na forma como os gestores nacionais de fundos utilizam ETF nas suas carteiras. Uma pandemia (e muito mais) depois, vemos um crescimento significativo na importância deste tipo de fundo de investimento.
100 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL PRODUTOS ETF por Diogo Verde
A
EVOLUÇÃO DA QUOTA DAS ENTIDADES
PROVEDORAS DE ETF NOS FUNDOS
MOBILIÁRIOS GERIDOS POR ENTIDADES NACIONAIS PROVEDOR
Fonte: FundsPeople LAB e Morningstar. Universo de fundos mobiliários nacionais com dados de carteira disponíveis a final de 2019 e final de 2023.
* Inclui ETF geridos pela Lyxor a final de 2019.
Apandemia veio, viu e… foi vencida. A população mundial uniu-se para defender os interesses da humanidade e, com sucesso moderado, conseguiu ultrapassar um dos maiores desafios dos tempos recentes. Contudo, este fenómeno deixou um rasto que afeta, bastante, os mercados financeiros.
No presente artigo, analisamos o impacto que os últimos quatro anos tiveram na gestão nacional de fundos de investimento, mais concretamente na utilização de instrumentos de ges-
tão passiva cotados, designadamente ETF, nos fundos mobiliários de gestão nacional. Recorremos aos dados compilados no FundsPeople LAB sobre a alocação dos fundos geridos por entidades nacionais para comparar o cenário apresentado no final de 2019 com o do final de 2023, utilizando todos os dados de carteira disponíveis. Há diferenças.
Comecemos pelo início. O montante investido em ETF mais do que duplicou no período em análise. Este montante, agora situado nos 2,34 mil milhões de euros, assistiu a um cres-
DE ETF QUOTA DE MERCADO EM 2019 (%) QUOTA DE MERCADO EM 2023 (%) EVOLUÇÃO (P.P.) iShares 50,74% 48,57% -2,17 Xtrackers 24,88% 25,64% 0,75 Amundi * 21,10% 13,64% -7,46 Invesco 0,67% 6,70% 6,03 State Street GA 0,01% 1,26% 1,25 BNP Paribas AM 0,00% 0,98% 0,98 UBS AM 0,02% 0,81% 0,79 WisdomTree 0,00% 0,78% 0,78 Natixis IM 0,00% 0,75% 0,75 Vanguard 2,40% 0,75% -1,65 Legal & General 0,00% 0,07% 0,07 Nomura AM 0,00% 0,03% 0,03 JPMorgan AM 0,00% 0,01% 0,01 Handelsbanken 0,18% 0,00% -0,18 QUANTO PESA O INVESTIMENTO DE CADA GESTORA NO TOTAL DO VOLUME EM ETF NAS CARTEIRAS DOS FUNDOS ENTIDADE GESTORA QUOTA DO TOTAL INVESTIDO EM ETF EM 2019 (%) QUOTA DO TOTAL INVESTIDO EM ETF EM 2023 (%) EVOLUÇÃO (P.P.) Caixa GA 24,22% 34,38% 10,16% BPI GA 16,58% 27,22% 10,65% Santander AM 40,33% 23,45% -16,88% IMGA 11,84% 6,74% -5,10% Bankinter 1,06% 1,95% 0,89% Invest GA 1,41% 1,56% 0,15% Optimize IP 1,45% 1,27% -0,18% Haitong Bank 1,48% 1,27% -0,21% GNB GA 1,09% 0,91% -0,18% Montepio GA 0,40% 0,69% 0,29% Atrium Investimentos 0,00% 0,32% 0,32% BIZ Capital 0,00% 0,10% 0,10% Heed Capital 0,08% 0,07% -0,01% Sixty Degrees 0,06% 0,05% -0,01% Lynx Asset Managers (Bluecrow) 0,00% 0,02% 0,02%
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 101
NO FINAL DE 2019 O VOLUME DE ETF
REPRESENTAVA, APROXIMADAMENTE, 7,84% DO UNIVERSO ANALISADO, ENQUANTO A FINAL DE 2023, REPRESENTA 13,44%
“EXISTE UMA TENDÊNCIA CRESCENTE DE INVESTIMENTO EM ETF
TEMÁTICOS QUE INVESTEM EM ENERGIA LIMPA”
LAURE PEYRANNE DIRETORA DE ETF PARA A PENÍNSULA IBÉRICA , AMÉRICA
LATINA E US OFFSHORE, INVESCO ETF
“CARATERÍSTICAS COMO A TRANSPARÊNCIA, CUSTO E LIQUIDEZ FACILITAM A UTILIZAÇÃO DO MESMO NUMA ÓTICA DE INVESTIMENTO DIRETO”
ANDRÉ THEMUDO
RESPONSÁVEL DE NEGÓCIO EM PORTUGAL, ISHARES
cimento de 129% nos últimos quatro anos (dos 1,02 mil milhões de euros). Também o total de ativos investidos em fundos mobiliários geridos por entidades nacionais aumentou no período, no entanto, a variação deste foi de apenas 33,58%. Feitas as contas, no final de 2019 o volume de ETF representava, aproximadamente, 7,84% do universo analisado, enquanto a final de 2023, representa 13,44% dos fundos mobiliários nacionais.
A primeira tabela da página anterior apresenta a quota de mercado das entidades provedoras no espaço dedicado pelos fundos mobiliários de gestão nacional a ETF. Apesar de algumas variações interessantes, as três primeiras posições mantêm-se inalteradas. Em primeiro lugar, por larga margem, surge a iShares, a marca de ETF do universo BlackRock. Apesar de uma queda de 2,17 pontos percentuais face
a final 2019, a iShares é ainda responsável por 48,57% do montante investido pelos fundos mobiliários nacionais em ETF.
André Themudo, responsável de Negócio em Portugal da iShares e da BlackRock, comenta o “observável crescimento da utilização de ETF” nos fundos de investimento, mas também nos outros segmentos da gestão de ativos. O responsável afirma que o aumento do interesse por este tipo de produtos está “diretamente correlacionado com a evolução da preponderância da gestão discricional de carteiras em detrimento dos canais de execução, onde tipicamente a gestão ativa assumia um papel primordial”. Adicionalmente, o especialista aponta que “caraterísticas como a transparência, custo e liquidez do ETF, enquanto ferramenta de investimento, facilitam a
102 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL PRODUTOS ETF
O MONTANTE INVESTIDO EM ETF MAIS DO QUE DUPLICOU NO PERÍODO EM ANÁLISE NAS CARTEIRAS DOS FUNDOS DE GESTÃO NACIONAL.
O MONTANTE SITUA-SE AGORA NOS 2,34 MIL MILHÕES DE EUROS
utilização do mesmo numa ótica de investimento direto, facilitando, a título de exemplo, dinâmicas de gestão de duração”. Esta ideia é subscrita, por Laure Peyranne, diretora de ETF para a Península Ibérica, América Latina e US Offshore, da Invesco. A diretora destaca um “notável aumento do uso de ETF” em Portugal, impulsionado pelo “baixo custo, facilidade de acesso e elevada liquidez”. Esta realça ainda que, neste período, viu “muitos clientes aumentarem a sua exposição base a este instrumento, enquanto outros, que nem usavam anteriormente, começaram a incorporar ETF na sua estratégia de investimento”.
Em termos de variações, o destaque positivo vai mesmo para a Invesco. A entidade conquistou 6,03 pontos percentuais de quota de mercado no segmento analisado, elevando o número de 0,67% para 6,70%. Laure Peyranne revela que “Portugal é um dos mercados prioritários para a Invesco ETF”, e que estão “cada vez mais presentes no mercado português, tanto em termos de presença física como no que concerne os ativos sob gestão”. Como dois dos principais motivos do sucesso apresentado no período em análise, a diretora aponta “as várias visitas de
equipas da entidade a Lisboa e a participação em eventos ad-hoc focados nos ETF”. Destaca, ainda, a “constante comunicação com os clientes” como um dos pontos fortes da entidade onde trabalha.
E OS NACIONAIS?
Passamos agora a lupa nas entidades gestoras dos fundos analisados. A Caixa GA surge como a entidade que mais sobressai. A maior entidade gestora nacional é responsável pelo investimento em 34,38% do total de ativos sob gestão em ETF nas carteiras analisadas, leia-se 806 milhões de euros. Nas três primeiras posições segue-se a BPI GA, com 27,22% de quota do total investido em ETF, e a Santander AM, com 23,45%.
Nas preferências destas casas portuguesas, a Invesco destaca o “crescimento significativo do uso de ETF de obrigações, quer de dívida corporativa ou governamental, quer em ETF mais de nicho, como os de dívida subordinada”. Outra tendência que aponta como nova nos últimos quatro anos é o maior interesse por “ETF temáticos de energia limpa”. Algo que reflete “o interesse crescente na sustentabilidade e meio ambiente por parte dos gestores nacionais”.
IGNORAR O RUÍDO PARA APOSTAR NO QUE VALE A PENA
O auge do investimento quantitativo e a maior disponibilidade de dados a curto prazo proporcionou várias oportunidades para os investidores. Não obstante, do mesmo modo que isto supõe um passo em frente, é inevitável mencionar que esta inovação também traz consigo um novo standard de investimento de curto prazo que nem sempre é bom para ativos como as ações. Queremos destacar o nosso firme compromisso para com empresas que fazem realmente a diferença: acreditamos que, para gerar retornos significativos em títulos cotados, torna-se necessária uma aproximação a longo prazo. Porquê desperdiçar o potencial de empresas excecionais com operações rápidas, muitas vezes baseadas em informações circunstanciais?
Esta abordagem de aproximação a esta classe de ativos baseia-se em três passos fundamentais: a identificação de empresas capazes de gerar valor e manter elevados retornos durante, pelo menos, a próxima década; a seleção de um pequeno número destas empresas para maximizar o impacto do seu percurso na nossa carteira; e, por último, o mais complicado: mantê-las por um longo período de tempo.
O resultado? Uma aposta clara de investimento sem restrições nos melhores negócios existentes, gerindo o risco de concentração dos ativos e apostando no seu potencial a longo prazo.
Responsável
A OPINIÃO DE RAP T REN PAR T NER
JAVIER GARCÍA DÍAZ
de Vendas para a Península Ibérica, BlackRock
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 103
FILMES QUE MARCAM (VIDAS)
PORQUE A VIDA PODE SER (COMO) UM FILME
Três filmes, três lições a retirar. São clássicos que, ainda hoje, têm impacto na vida de quem os assiste. Não pela produção de milhões de euros, ou pelos efeitos especiais, mas pelas suas histórias emocionantes e ensinamentos que transmitem ao público.
Escrever sobre filmes sem ser cinéfilo nem crítico de cinema pode parecer, aos mais exigentes e conhecedores, tão inadequado como querer explicar a inflação sem ser monetarista, ou falar de economia sem ser economista. Mas, acreditando que os leigos também têm direito a opinião, ouso partilhar algumas reflexões e conclusões daquelas que, voluntária ou involuntariamente, normalmente tiro após ver um filme, acreditando que, de alguma forma, me possam ser úteis, quer a nível pessoal, quer profissional, já que, muitas vezes, a vida é tão ou mais cinematográfica do que muitos filmes.
Sendo impossível definir um único filme que tenha sido particularmente marcante na minha memória, não posso ignorar três que me têm ajudado a procurar princípios a seguir na minha carreira profissional, por um lado evi-
tando os erros que, de uma ou de outra forma, mais notórios se tornaram nos seus diversos enredos, e, por outro, procurando ter em conta o que de exemplar esses filmes apresentam.
Que me perdoem os mais novos e os que continuam a ver cinema regularmente – que eu deixei de fazer após o nascimento do meu primeiro filho -, mas as minhas maiores referências cinematográficas ainda são do tempo em que os bilhetes eram pagos em escudos, pelo que este texto implicará um certo esforço de memória (o que é sempre bom, convenhamos).
Três das maiores referências que sempre recordarei, a nível da 7ª arte, são os filmes Titanic, O Advogado do Diabo e A Lista de Schindler. Não necessariamente pelo enredo mais ou menos realista ou romanceado, nem pelas interpretações ou pelos Oscars conquistados, nem ainda pelos efeitos especiais ou pela grandeza da produção,
mas, fundamentalmente, pelos princípios de vida e pelas lições aprendidas, que ficaram bem vincados na memória, e que procuro aplicar no dia a dia, hoje e sempre, dentro e fora da profissão.
TRÊS CLÁSSICOS
Em Titanic, o tal barco inafundável que afundou dois dias depois de zarpar por causa de um iceberg (o qual, apesar de há mais de 100 anos ter a fama de ter causado o acidente, apenas se limitou a ser abalroado pelo dito cujo, que circulava em excesso de velocidade e não conseguiu desviar-se a tempo – e não será apenas a seguradora do iceberg a defender esta tese, creio…), aprendi as amargas consequências da sobranceria, do excesso de confiança, da incúria, do desleixo, da impreparação, da falta de empatia e da miséria moral de uma cultura de discriminação económica e social, mesmo quando todos – ricos e pobres – estão prestes a ser nivelados
104 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
OUT OF OFFICE CINEMA
por Pedro Santos Guedes
pela perda do único bem igualitário – a vida e o seu valor.
N’O Advogado do Diabo, é inesquecível - para além do permanente deslumbre do sucesso de um jovem promissor e apaixonado pela sua profissão e carreira, com tudo o que de tentador aquele traz - a conclusão final, sustentada pelo próprio D., de como a ruína, que facilmente se segue ao apogeu, tem origem naquele que, embora possa não parecer, é o seu pecado favorito e maior: a vaidade.
N’A Lista de Schindler, para além da inesquecível e arrepiante passa -
gem pelo ecrã da menina do casaco vermelho, num destaque inicialmente esperançoso, mas de seguida brutalmente angustiante, fica na memória o valor da grandeza humana, expressa na forma como é possível usar a profissão e o seu relativo poder para combater a maldade extrema e promover o supremo valor da vida, contra tudo e contra todos.
Wrapping up, entrosando estas três obras-primas do cinema e procurando uma realidade ficcionada tão real como a própria vida, é inevitável concluir que, a nível pessoal ou profissional, os
superiores valores da vida humana, da equidade, da humildade, do altruísmo e da coragem abnegada, terão sempre que se sobrepor aos da vaidade, da arrogância, da discriminação, da maldade e da ganância, se se pretender atingir o sucesso a todos os níveis.
Isto será válido nos enredos de todos os filmes que cada um de nós viver na sua realidade pessoal e profissional, porque, afinal, a vida de cada um de nós dava um filme, que convém que não seja dramático, mas que, ao invés dos três exemplos citados, tenha um enredo e um final felizes.
MARÇO E ABRIL I FUNDSPEOPLE 105
por Teresa Morais
C PARIS UMA CIDADE DE EXPERIÊNCIAS E EMOÇÕES
Da emblemática Torre Eiffel, ao Museu do Louvre e à Basílica do Sacré-Coeur, são vários os monumentos e museus a visitar na cidade do amor e da luz.
onhecida como cidade da luz e do amor, capital da moda, da cultura e da gastronomia, para mim Paris é uma cidade de experiências e emoções que contrariamente a outros destinos, é adequada para ser visitada em todas as épocas do ano e idades.
Numa das minhas viagens em família, tive a ocasião de mostrar ao meu filho esta grande cidade onde residi vários anos e me proporcionou a oportunidade de conhecer novas pessoas, culturas e costumes. Guardo muito boas recordações deste período, e como é uma cidade em constante ebulição, visitá-la é sempre uma lufada de ar fresco pela inovação, novidades e tendências.
Como a ida à Disney não era uma opção, a viagem foi programada de forma a visitarmos os principais monumentos e museus, intercalando com algumas atividades mais lúdicas. Começámos pela subida à Torre Eiffel porque a expetativa era muito grande; depois rumámos a oeste, ao Bois de Boulogne, considerado um
dos pulmões da cidade, onde se encontra o Jardim d’Acclimatation, um parque de atrações centenário e símbolo do Paris moderno, atualmente gerido pelo grupo LVMH. Neste parque existem dezenas de atrações com temática steampunk, transportando-nos para o universo de fantasia de Jules Verne. Mesmo ao lado, encontra-se a Fundação Louis Vuitton, uma construção emblemática de Frank Gehry em forma de navio, que se transforma em função da hora e da luz.
Para ajudar na descoberta do Museu do Louvre, e das suas obras emblemáticas, nomeadamente a Mona Lisa que fazia parte dos imperdíveis, tinha preparado a visita através do guia à disposição no site do museu, e adaptado o percurso em função de tempo que lá pretendíamos passar, das temáticas e das obras de arte que nos interessavam, mas teremos de lá voltar, porque ficou muito por descobrir. Fomos também ao Museu d’Orsay onde se encontra a maior coleção impressionista do mundo, com obras de Van Gogh, Cézanne, Monet, Renoir e de muitos outros artistas. No último andar,
existe um relógio gigante que serve de janela e através da qual temos uma vista deslumbrante sobre o Louvre, as Tulherias e a Basílica do Sacré-Cœur.
UMA CIDADE SOBERBA
Desde a Basílica do Sacré-Coeur situada em Montmartre, o ponto mais alto da cidade, apreciamos Paris de uma outra perspetiva. Este bairro é também famoso pelos pintores e caricaturistas da praça do Tertre. Para subir rapidamente, apanhámos o funicular que fica à esquerda da enorme escadaria do Sacré-Coeur, e depois descemos pelas ruas laterais até ao famoso Moulin Rouge.
A visita do túmulo de Napoleão, nos Invalides, e do Museu Militar, fez igualmente parte do nosso roteiro, foi uma boa lição sobre a história de França. Fomos ainda ao encontro de celebridades de todos os tempos no museu Grévin, onde pudemos tirar fotografias com os personagens de cera super-realistas.
Paris pode ser contemplada a partir de variadíssimos locais, mas do Arco do Triunfo, é de onde a vista é mais
106 FUNDSPEOPLE I MARÇO E ABRIL
OUT OF OFFICE VIAGEM
bonita, com uma visão única de 360º. Situado na Praça da Étoile, no cimo dos Champs Elysées e de outras onze avenidas com nomes associados a Napoleão, avistamos todos os monumentos emblemáticos da cidade, os telhados parisienses e os jardins suspensos nos terraços. Apesar dos visitantes serem convidados a aceder pelas escadas, pedimos para subir pelo elevador disponível num dos outros pilares.
A viagem não ficaria completa sem visitarmos a Sainte-Chapelle com os seus vitrais coloridos e pinturas azuis e douradas, o museu de arte moderna no
Centro Pompidou, e fazer o passeio de barco ao fim da tarde pelo Sena a partir do Pont Neuf, junto à ilha de la Cité, berço da cidade.
Por fim, conseguimos também passear pelo Trocadero para apreciar a magia do espetáculo noturno de luzes que a Torre Eiffel tem para nos oferecer - e que ocorre de hora a hora, durante cinco minutos.
Apesar de ser agradável caminhar pelas ruas de Paris, como as distâncias são sempre grandes, existem algumas linhas de autocarro bem simpáticas (63, 73, 82, 42, 27), para além do metro, que
nos proporcionam um agradável passeio pelo centro e facilitam o trajeto entre monumentos, basta procurar no mapa.
Estes dias em Paris foram apenas uma amostra do que esta cidade de exceção tem para nos proporcionar. Ficou muita coisa por percorrer, nomeadamente a Cidade das Ciências e da Tecnologia e o Museu de História Natural no Jardim das Plantas que geralmente apresentam uma série de exposições e de atividades que os mais jovens adoram. Certamente que na próxima oportunidade iremos aventurar-nos em novas experiências nesta cidade soberba.
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