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A caixa de ferramentas das entidades nacionais na informação ESG e ISR

A CAIXA DE FERRAMENTAS DAS ENTIDADES NACIONAIS NA

A sustentabilidade apresenta-se como uma oportunidade de investimento histórica. Mas para a oportunidade passar a sucesso, é importante que os profissionais nacionais pensem sobre os melhores provedores de informação e, mais importante, como utilizam essa informação.

INFORMAÇÃO ESG E ISR

Com diferentes abordagens, metodologias e políticas no contexto de investimento ESG e ISR, as gestoras nacionais pretendem – acima de tudo – usar a melhor informação disponível no mercado. Para além da vertente educacional em investimento responsável e sustentável, como são as formações e certificações em ESG – que lhe apresentamos mais à frente nesta edição da Revista – os profissionais nacionais precisam, também, no seu dia a dia, de dispor da melhor informação

ESG e ISR. Mas mais importante do que dispor da melhor informação, há que a saber utilizar. Afinal, de que serve ter o melhor jogador do mundo na equipa se não se sabe aproveitar o seu potencial?

Como tal, neste artigo poderá saber o que algumas entidades nacionais com oferta ou abordagem orientada por ou com integração de critérios ESG – como a IM Gestão de Ativos, ABAN-

CA, BPI Gestão de Ativos ou Hawkclaw Capital Advisors – pensam ser os melhores provedores de informação e como a utilizam na prática.

COMO OBTER?

Como seria de esperar, cada entidade gestora tem a sua própria abordagem no que se refere aos provedores de informação.

No entanto, quando questionadas sobre quais os provedores que utilizam, a Morningstar – principalmente através da sua plataforma Sustainalytics – parece ser a mais consensual. “Utilizamos o research desenvolvido pela Sustainalytics na monitorização dos critérios ESG nos fundos por nós geridos”, diz David Afonso, gestor na IMGA.

Já a equipa de investimento do ABANCA conta, para além da Morningstar, com mais dois provedores de informação ESG. São eles: o Clarity AI e a Bloomberg.

Hugo Freitas, responsável pela equipa de Investimentos do ABANCA, explica que “são plataformas reconhecidas internacionalmente, com uma impor-

A PLATAFORMA SUSTAINALYTICS É A MAIS CITADA ENTRE AS ENTIDADES CONSULTADAS, NA MONITORIZAÇÃO ESG

ABANCA

PROVEDORES DE INFORMAÇÃO ESG E ISR

Clarity AI, Morningstar ou Bloomberg

BPI Gestão de Ativos Diversos (não especificados) Hawkclaw Capital Advisors Bloomberg ESG Disclosure, S&P ESG Rank e Sustainalytics Risk Score IM Gestão de Ativos Sustainalytics

Fonte: Elaboração própria, com recurso à informação disponibilizada pelas entidades.

tante componente tecnológica e cuja informação se baseia em recomendações e iniciativas consensuais globais”.

Numa outra perspetiva, Jorge Sousa Teixeira, CFA, administrador na BPI GA, apresenta que a sua preocupação “é ter o maior número de fornecedores de informação possível”. Neste sentido a entidade gestora destaca, em primeiro lugar, “a importância da informação que consta nos relatórios de sustentabilidade das próprias empresas”.

Depois, acrescentam, o processo passa por complementar a análise interna à informação fornecida pelos provedores de research ESG e ISR, com as de outras entidades. Contudo, o processo não fica por aqui.

Face a uma elevada quantidade de informação disponível, Jorge Sousa Teixeira diz que a entidade recorre a “sistemas internos de filtragem e de tratamento de dados, tendo por base a sua veracidade, relevância e materialidade”. Como exemplo o profissional refere ferramentas e algoritmos de inteligência artificial e machine learning. Por outro lado, Francisco Falcão, CIO da Hawkclaw Capital Advisors, expõe que, normalmente, utilizam “os indicadores disponíveis no terminal da Bloomberg Professional, privilegiando o Bloomberg ESG Disclosure numa primeira fase e o S&P ESG Rank ou o Sustainalytics Risk Score posteriormente, dependendo da informação disponível”.

É de salientar, também, a complementaridade que estas ferramentas têm com as equipas de avaliação interna e de análise de cada entidade gestora, tornando tão importante o trabalho de research, como a escolha dos melhores provedores.

SABER USAR A INFORMAÇÃO

Mas mais do que escolher o melhor provedor de informação, é importante também saber utilizar a informação providenciada. Vamos a um exemplo. O gestor David Afonso, começa desde logo por referir que no fundo IMGA Iberia Equities ESG, abstraem-se de setores como tabaco, jogo e armamen-

AS FERRAMENTAS UTILIZADAS COMPLEMENTAM-SE COM AS AVALIAÇÕES DAS EQUIPAS INTERNAS DE ANÁLISE DE CADA ENTIDADE

to pessoal. Mas como a equipa filtra e chega à conclusão de privilegiar umas empresas e não outras? “Para o efeito, utilizamos o research da Sustainalytics, de forma a comparar o ESG Risk Score e Controversy Level do fundo e o respetivo benchmark procurando de forma ativa apresentar sempre valores inferiores do lado do fundo face ao índice de referência”, esclarece.

O profissional Hugo Freitas assinala, sobretudo, a importância que a informação disponibilizada pelos fornecedores tem para avaliar os indicadores de sustentabilidade. Neste contexto, o responsável pela equipa de Investimentos do ABANCA menciona três indicadores: o risco ESG; o impacto nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); e o risco climático.

Em suma, “esses indicadores são levados em consideração tanto na fase inicial da análise e seleção dos fundos como no processo de construção das carteiras do gestão discricionária, estabelecendo-se critérios de best-in-class ou exclusão, especialmente nas carteiras classificadas e alinhadas com o Art.8º do Regulamento de Divulgação de Informações de Sustentabilidade da UE (SFDR)”, comenta.

Já Jorge Sousa Teixeira afirma que integra a informação por tipo de fundo, “dado que a materialidade difere entre, por exemplo, classes de ativos, geografias e setores”. Para isso, a BPI GA utiliza a informação em bruto, conforme reportado pelas empresas e usam, também provedores especializados, que permitem à entidade “agir de acordo com o modelo de gestão de riscos de sustentabilidade, aplicar exclusões e desenvolver ações de active ownership devidamente fundamentadas”.

Por fim, o CIO da Hawkclaw Capital Advisors esclarece que “a informação providenciada é utilizada para validar a perspetiva e, por vezes, o próprio racional de investimento”. Ideia que é suportada pela extrema relevância que é integrar os princípios ESG por parte da entidade gestora, principalmente “sob o ponto de vista de gestão de risco”, conclui Francisco Falcão.

A OPINIÃO DE

LAURA DONZELLA Responsável de distribuição institucional e de retalho para a Península Ibérica, América Latina e Ásia, Nordea AM

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