Revista Fazer Bem - 15ª Edição Especial 25 Anos

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Segurança Alimentar Responsabilidade Social Nutrição

Publicação da

Ano 14 | nº 15 | dezembro 2025

combatendo a fome, levando esperança e nutrindo vidas com saúde e alegria

RS

Canela

Campo Bom

Porto Alegre

ANÚNCIO GRUPO TROCA

A primeira classe da logística

Bauru

Birigui Guarulhos

Franca

Campinas

Ribeirão Preto

São José do Rio Preto

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EXPEDIENTE

Conselho Editorial

Segurança Alimentar

Responsabilidade Social Nutrição REVIST A

SUMÁRIO

Publicação da Rede de Bancos de Alimentos do RS ANO 14 | EDIÇÃO 15 | DEZEMBRO 2025

Entrevista

Adir Fração: Raízes da solidariedade

O paradoxo

Páginas Amarelas

Grandes parceiros dos 25 anos: Pessoas, empresas e instituições que fizeram história

Adir Fração, Paulo Renê Bernhard, Antonio Parissi, Adriana da Silva Lockmann e Paola Weiss Monti

Jornalista responsável

Simone Rocha de Souza (MTB/RS 8.412)

Projeto Gráfico e Produção

Plus | Publicidade + Jornalismo

Cid D´Avila (Design Gráfico e Diagramação)

Fotos

Arquivo Rede de Bancos de Alimentos RS Impressão

Gráfica Comunicação Impressa - Tiragem desta edição: 3.000 exemplares

Periodicidade: Semestral

Rede de Bancos de Alimentos do RS Av. Francisco da Silveira Bitencourt, 1928 B. Sarandi - CEP 91150-010 - Porto Alegre/RS

Claudio Affonso Amoretti Bier Presidente do Conselho de Administração do Banco de Alimentos RS

Paulo Renê Bernhard Presidente da Rede de Bancos de Alimentos RS

Entre em contato conosco bancodealimentos@bancodealimentosrs.org.br www.redebancodealimentos.org.br

25 anos combatendo a fome e levando esperança

Em 6 de dezembro de 2000 foi lançado oficialmente o Banco de Alimentos do RS e eu tive a honra e alegria de acompanhar todo o processo de construção da iniciativa ao lado de pessoas inspiradoras e de instituições fundamentais, tais como: Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), Associação Leopoldina Juvenil, Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Fundação dos Rotarianos de Porto Alegre, Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho (FMSS), Lions Club International, Parceiros Voluntários, Rotary International, Serviço Social da Indústria do Rio Grande do Sul (SESI-RS), Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado do RS (SETCERGS), Sindicato das Indústrias da Alimentação do Estado do RS (SIA), Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (SINDHA), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e WMcCANN-Ericsson. Foi a união dessas forças que permitiu transformar este desafio urgente em uma ação concreta.

A criação do Banco de Alimentos foi a oportunidade de unir forças em torno de um propósito comum: construir uma sociedade mais justa e igualitária, enfrentando aquele que sempre foi o maior flagelo da humanidade — a fome. Desde então, milhões de pessoas foram impactadas graças ao esforço coletivo de tantos que acreditam no poder transformador da solidariedade.

Ao longo desses 25 anos, carregamos no coração um propósito simples e gigantesco ao mesmo tempo: combater a fome com eficiência, sensibilidade e união.

Ao olhar para trás, é impossível não me emocionar com tudo o que foi construído. Nenhuma conquista pertence a uma só pessoa; cada avanço dessa trajetória foi fruto da parceria entre empresas, entidades e voluntários que caminharam juntos e determinados.

A fome é diária — e por isso nossa missão nunca pode esperar. Todos os dias, temos a grata participação de parceiros fundamentais que nos permitiram chegar onde sozinhos jamais conseguiríamos. São doadores que nunca desistiram, organizações que abriram portas, lideranças que mobilizaram comunidades, voluntários que

dedicaram seu tempo e sua alma. A vocês, minha mais profunda gratidão.

Também é essencial reconhecer quem está lá na ponta, garantindo que cada doação se transforme em cuidado real. Os alimentos arrecadados chegam às organizações sociais, escolinhas, casas de idosos, associações comunitárias, hospitais, entre outros, que conhecem profundamente as necessidades de suas comunidades. São elas que, diariamente, preparam refeições, acolhem e acompanham — e mantêm viva a esperança de quem mais precisa. O trabalho dessas instituições é imprescindível.

Esta edição especial da revista Fazer Bem reúne uma cronologia dos nossos 25 anos e apresenta, nas páginas amarelas, matérias que reconhecem a importância dos grandes parceiros que fazem parte dessa história. Anos e anos de colaboração foram ali condensados pela imensa gratidão que desejamos registrar de forma clara, justa e respeitosa. É um tributo àqueles que tornaram possível cada projeto, cada vida alcançada.

Chegar aos 25 anos é, ao mesmo tempo, motivo de orgulho e de reflexão. Orgulho pela rede de solidariedade que se formou; reflexão porque, se existimos, é justamente porque a fome ainda persiste. Não há o que comemorar quando vidas seguem marcadas pela insegurança alimentar. Há, sim, responsabilidade e um compromisso renovado de seguir adiante com ainda mais determinação.

Seguimos firmes — gratidão e fé — para que mais mesas tenham comida e mais vidas tenham dignidade. Muito obrigado por caminharem conosco. Que possamos continuar fazendo o bem onde ele é mais urgente.

O legado que alimenta o hoje e o amanhã

No final dos anos 1990, quando havia a urgência de um projeto duradouro de combate à fome — que transcendesse as campanhas pontuais de Natal ou Dia da Criança — eu integrava o Conselho da Criança e do Adolescente. Foram anos de encontros com realidades duras, marcadas pela vulnerabilidade econômica e social de tantas famílias e, sobretudo, de tantas crianças. Aquelas cenas nunca mais saíram da minha memória.

Pouco depois, também no Conselho do Idoso, reencontrei esse mesmo cenário de urgência. Idosos esquecidos, instituições que faziam milagres para oferecer o básico. Ao mesmo tempo, minha atuação no Rotary Club — onde tive a honra de ser governador — me lembrava diariamente que o serviço humanitário é um dever moral, um chamado que não se pode ignorar. E foi nesse cruzamento de experiências que compreendi, com toda clareza, que precisávamos de algo maior: uma resposta permanente, estruturada, capaz de transformar vidas.

Quando houve o debate para se criar um Banco de Alimentos nos moldes do que já existiam nos Estados Unidos e na Europa, senti imediatamente que este era o caminho que nosso Estado precisava trilhar. Abracei a causa sem hesitar e me juntei aos demais instituidores para dar vida a esse projeto. Estava claro que não bastava aliviar a fome momentaneamente; era preciso interromper o ciclo da miséria e garantir segurança alimentar de forma contínua.

Vinte e cinco anos depois, olho para trás com o coração transbordando de gratidão. Milhares de vidas foram impactadas. Quantas mães puderam respirar aliviadas ao ver seus filhos chegarem da escolinha alimentados, depois de refeições completas e saudáveis — muitas vezes, as únicas do dia.

Também penso nos idosos e nas pessoas institucionalizadas por motivo de saúde, um público profundamente vulnerável. Para essas casas de longa permanência, o alimento doado não é apenas sustento: é chance de oferecer mais proteínas, mais qualidade, mais dignidade. É a garantia de que recursos escassos possam ser investidos em cuidados essenciais, e não apenas no básico da sobrevivência.

Ao longo de sua trajetória, o Banco de Alimentos tem sido esse amparo que impede que tantas pessoas ultrapassem a tênue linha que separa a segurança da insegurança alimentar. Porque a má nutrição — seja pela falta de nutrientes, pela ingestão insuficiente ou por uma dieta desequilibrada — não é apenas ausência de comida. Ela compromete o corpo, a mente, o bem-estar e a força de trabalho. Afeta crianças em crescimento, adolescentes em formação, adultos que precisam produzir, idosos que necessitam de cuidados. A fome enfraquece, adoece, exclui. E combatê-la é também fortalecer um país inteiro. É reconfortante saber que, de alguma forma, contribuímos para aliviar essa dor. E, para mim, cada Sábado Solidário dedicado às campanhas de arrecadação — quando coloco com orgulho o jaleco do Banco de Alimentos e converso com as pessoas sobre a importância de doar — renova o sentido dessa missão. São momentos simples, mas que carregam uma força imensa. Neles, eu vejo a semente plantada há 25 anos brotar novamente, multiplicada em gestos de solidariedade que abastecem não só pratos, mas esperanças.

Hoje, o que mais me emociona perceber que essa obra pertence à toda sociedade. E é somente com o engajamento de todos — empresas, instituições, voluntários, governos e cada cidadão comum — que continuaremos garantindo uma vida melhor para quem mais precisa.

Que os próximos anos sejam de ainda mais união, mais responsabilidade coletiva e mais amor ao próximo. Porque combater a fome é, acima de tudo, acreditar que ninguém deve ser deixado para trás.

Diretoria Banco de Alimentos do RS – Porto Alegre

A diretoria voluntária do Banco de Alimentos do RS – Porto Alegre é formada por pessoas abnegadas, que dedicam seu tempo e sua experiência, voluntariamente, para que a

missão de combater a fome siga viva e transformadora. São líderes que colocam o amor ao próximo em primeiro lugar, sustentando, com presença e compromisso, uma obra que

Gestão Jan 2024 / Dez 2026

Conselho de Administração

Presidente: Claudio Affonso Amoretti Bier

Diretoria Executiva Voluntária

Presidente: Paulo Renê Bernhard

Vice-Presidente: Antônio Parissi

Vice-Presidente: Delmar Roque Albarello

Diretor Financeiro: Carlos Klein

Diretora Técnica: Denise Ziegler

Diretora de Segurança Alimentar: Luísa Rihl Castro

Diretor de Marketing: Rodrigo Fortes Rey

Diretor de Mercado e Captação: Helso Oliveira

Diretor de Mercado e Captação: José Manoel Fernandes

Diretora de Patrimônio: Lucila Osório

Diretoria Adjunta Voluntária

Cloé Fernandes

Denise Zaffari

Edilberto Padilha

Eloi Souza

Flavio Burin

Francisco Oderich

leva alimento, esperança e dignidade a quem mais precisa. São eles que, há 25 anos, mantêm acesa a chama da solidariedade que move o Banco de Alimentos.

Hamilton Romanato

João Pierotto

José M. Fernandes

Léo Vicente da Silva

Luisa Rihl

Marcelo Sanábio

Marco Antônio Perottoni

Maria Irene Abrantes

Nelson Prestes

Patrícia Sanábio

Raquel Cristina Silveira

Sérgio Paixão Cortes

Suzany Reck Herrmann

Conselho Fiscal

Adir Luiz Fração

Sérgio Juarez Kaminski

Lourival L. dos Reis

Suplentes

Luiz Vicente Dutra

José Heron Rossetto

Uma história que entrelaça propósitos e move o coração do Rio Grande do Sul

Há 25 anos, o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul reúne pessoas, empresas, instituições e voluntários em uma grande corrente de solidariedade que se entrelaça em torno de um único propósito: combater a fome e levar esperança a quem mais precisa. Nesse quarto de século, cada gesto, cada doação e cada mão estendida ajudou a construir uma trajetória que emociona, inspira e transforma realidades. É a força de múltiplas histórias, reunidas em torno de um ideal comum, que move o coração do Rio Grande do Sul e faz deste projeto um orgulho que ecoa por todo o Brasil.

Ana Amélia Lemos Ex-senadora do RS Esse projeto orgulha o Rio Grande e impressiona o Brasil

Família Fração: Um legado que alimenta gerações

Fazer Bem - O Banco de Alimentos do RS foi o primeiro do Brasil e nasceu em 2000. O que motivou o senhor a abraçar esse projeto naquele momento?

Adir Fração - Eu era presidente do SETCERGS e do Expresso Mercúrio quando Paulo Renê Bernhard e Jorge Buneder me convidaram para participar das reuniões na Fiergs, para discussão sobre o tema. Assim que entendi o propósito — combater a fome e levar dignidade a quem precisa — aceitei sem hesitar. Venho de uma família que sempre acreditou que estender a mão ao próximo é um ato natural.

FB - O senhor foi quem articulou uma parceria mais próxima, vital, entre o SETCERGS e o Banco de Alimentos. Como nasceu essa conexão?

Logo percebemos que sem logística não seria viável o cumprimento desta missão. Era essencial garantir a coleta e entrega dos alimentos. No fim do meu mandato no Sindicato, em 2000, aprovamos o apoio oficial. Mas o mérito da continuidade é para

Em cada gesto de solidariedade de Adir Fração há uma herança de valores transmitida de geração em geração. Filho de uma família marcada pela generosidade, o empresário e diretor voluntário — um dos fundadores do Banco de Alimentos do RS — aprendeu desde cedo que servir ao próximo é mais que um ato de bondade: é um dever humano. Inspirador. Acompanhe a entrevista.

meu sucessor, João Pierotto Neto, que planejou toda a logística, nesta parceria entre o Banco de Alimentos e o SETCERGS. Meu reconhecimento também aos presidentes posteriores: João Pierotto, Sérgio Neto, José Carlos Silvano, Afrânio Kieling, João Jorge Couto, Sérgio Gabardo e o atual presidente, Delmar Albarelo. Essa parceria só existe porque as transportadoras associadas ao Sindicato se envolvem de verdade — cedendo caminhões, motoristas e tempo para o bem.

FB - O que representou a entrada do setor de transportes nessa causa? Foi uma união com propósito. Para o Banco, o apoio logístico é vital. Para o SETCERGS, é uma forma de usar sua expertise para transformar vidas. Há 25 anos o Sindicato contribui financeiramente e participa ativamente da missão, sendo o responsável pelo planejamento da logística social, inspirando, ainda, outras entidades a fazer o mesmo.

FB - A família Fração foi decisiva para viabilizar a criação do Banco de Alimentos de Santa Maria, em 2017. Como esse projeto se concretizou?

O sonho da família Fração sempre foi instalar um Banco de Alimentos em Santa Maria — nossa terra natal, pela qual temos profundo amor e gratidão, pois o Expresso Mercúrio, empresa da família, nasceu na cidade. Houve duas tentativas anteriores de implantação, mas foi na terceira, em maio de 2017, que a iniciativa avançou. A convite do empresário Carlos Costa Beber, ocorreu uma reunião no Sest/Senat com a participação de empresários, Rotary, Lions e autoridades. Nos meses seguintes, sob a liderança de Adão José Figueira, foram estruturados os Conselhos de Administração e Fiscal, além das diretorias, consolidando o início efetivo do Banco.

FB - Além de instituidores do Banco de Alimentos de Santa Maria, a família Fração segue como mantenedora.

Desde a fundação até os dias de hoje, a Centers Empreendimentos, empresa da família, é a principal mantenedora do Banco de Alimentos de Santa Maria. No Conselho de Administração, temos dois representantes da família: meu irmão Valdir José Fração e meu cunhado, Reges Mario Dal Forno.

Quero enfatizar que o sucesso do Banco — que distribui mensalmente mais de 20 mil quilos de alimentos a quem enfrenta a fome — só é

possível graças à fantástica equipe voluntária responsável pela gestão e operação da entidade. É uma equipe que merece nota dez.

FB - A Expresso Mercúrio também foi responsável pela doação do primeiro caminhão ao Banco. Como foi esse gesto?

A empresa Mercúrio sempre esteve junto do Banco de Alimentos, desde sua fundação. Em 2001, doamos um caminhão Mercedes-Benz 1977, que serviu ao Banco até 2022.

Depois, em 2004, os diretores da empresa, pertencentes à família, se cotizaram e doaram outro veículo, um Agrale, mais leve, ideal para pequenas coletas.

FB - De onde vem essa veia solidária da sua família?

Acredito que seja de nossos antepassados, da região de Padova, na Itália. Desde pequeno, em Santa Maria, eu via meus pais e tios ajudando na Romaria de Nossa Senhora Medianeira, na procissão de São Cristóvão e no Lar das Vovozinhas. Era natural participar de tudo o que envolvesse o bem comum.

FB - Como o senhor avalia, 25 anos depois, o papel da iniciativa privada no combate à fome?

É fundamental. Mas ainda há necessidade de mais empresários engajados. Precisamos sensibilizar mais o setor produtivo, mostrar que respon-

sabilidade social é parte do desenvolvimento, não um gesto isolado.

FB - O senhor foi o grande incentivador da revista Fazer Bem. Qual a importância desta publicação?

A Fazer Bem nasceu em 2011 para registrar as atividades do Banco de Alimentos. Tornou-se um canal de inspiração e credibilidade, aproximando pessoas e empresas dessa causa. Tenho orgulho de participar do Conselho Editorial desde o início e de contribuir pessoalmente para viabilizar cada edição, sempre com o apoio de parceiros e patrocinadores.

FB - O senhor continua atuando como diretor voluntário. O que o motiva a seguir?

Fazer o bem faz bem a quem faz. Sinto-me realizado por participar desde a fundação e ver o quanto o Banco cresceu com credibilidade. Reconheço que espírito solidário está na essência da família Fração e também da Expresso Mercúrio, que sempre foi uma empresa cidadã. Posso dizer, com certeza, que o Banco de Alimentos acalenta corações.

FB - Para encerrar, que mensagem o senhor deixaria aos empresários e à sociedade?

Uma empresa cidadã é aquela que devolve à sociedade uma parte do que ganha. Isso fortalece a economia e reduz desigualdades. A fome não pode ser aceita em um país tão rico. Fazer o bem é o caminho mais simples e verdadeiro para transformar vidas.

Agradecimentos que vêm do coração

Ao encerrar, Adir Fração faz questão de reconhecer todos que ajudaram a construir essa história: um dos fundadores e presidente do Banco de Alimentos Paulo Renê Bernhard, pela dedicação e amor à missão. Agradece o empenho de todos os diretores, doadores e voluntários, assim como às empresas e parceiros que viabilizam a revista Fazer Bem ao longo dos anos — Apisul Seguros, Comunicação Impressa, Fetransul, Grupo Troca, HDI Seguros, Roma Cargo, TranspoCred, Transportadora Minuano, Vitlog Transportes, ZNA Advogados, assim como a equipe editorial: Paola Monti, Plus Comunicação, Paulo Ziegler, Cid D’Avila e Simone Rocha. E conclui com a frase que resume sua trajetória: “Fazer o bem faz muito bem para quem faz o bem.”

Acima, o caminhão da empresa da família Fração, que também disponibilizava seus veículos para ações voluntárias
Conselheiros e diretores da Mercúrio, à época das doações dos caminhões
O primeiro caminhão doado pela família Fração, por intermédio da Expresso Mercúrio.

O paradoxo brasileiro entre fome e obesidade

Após sair do Mapa da Fome, o país enfrenta o desafio do avanço da obesidade e das doenças crônicas, reforçando que a missão do Banco de Alimentos do RS, assumida em 2000, segue mais forte a cada dia, pois combater a fome é também nutrir com qualidade e garantir segurança alimentar para todos

O Brasil saiu do Mapa da Fome, mas não escapou de outro mapa igualmente alarmante. Enquanto a agência das Nações Unidas para a Alimentação de Agricultura (da sigla em inglês FAO) reconhece que menos de 2,5% da população vive em risco de subnutrição, o país enfrenta outro retrato de insegurança alimentar: a obesidade. Segundo o Atlas Mundial de Obesidade 2025, um em cada três brasileiros — cerca de 31% da população — convive com o excesso de peso e com doen-

ças crônicas associadas. O paradoxo é evidente. Ao mesmo tempo em que vence a fome, o Brasil adoece com um tipo de carência assustador: a boa nutrição.

O relatório Atlas Mundial da Obesidade, feito pela Federação Mundial da Obesidade (World Obesity Federation), propõe uma reflexão necessária: vencemos a fome, mas a que custo? O estudo mostra que 68% da população brasileira tem excesso de peso — 31% com obesidade e 37% com sobrepeso. E o alerta é

Diante dos contrastes brasileiros que desafiam o Brasil, o Banco de Alimentos responde com sementes de mudança. Na horta urbana e sensorial do projeto Oficina do Sabor, aprende-se que saúde se cultiva na terra e na consciência

crescente: até 2030, o número de homens com obesidade pode aumentar em 33,4%, e entre as mulheres, o avanço pode chegar a 46,2%.

As consequências vão muito além da balança. Segundo o Atlas, 1,6 milhão de mortes prematuras por ano são atribuídas a doenças crônicas não transmissíveis relacionadas ao sobrepeso e à obesidade — como diabetes tipo 2, hipertensão e AVC. O relatório calcula, ainda, um aumento global de 115% nos casos de obesidade entre 2010 e 2030.

Fome oculta: a saciedade que não nutre

Outro estudo recente reforça a gravidade da situação. Em setembro de 2025, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apresentou relatório que revelou uma inflexão histórica: pela primeira vez, a obesidade supera a desnutrição globalmente, entre crianças e adolescentes em idade escolar.

Esse cenário evidencia que a fome e a obesidade compartilham raízes profundas. O avanço do consumo de alimentos com excesso de açúcar e sal e a expansão dos chamados “desertos alimentares” — regiões onde há pouca ou nenhuma oferta de alimentos frescos e saudáveis — têm sido apontados por especialistas como causas centrais dessa epidemia moderna.

preço e não pela qualidade, acabam presas ao que especialistas chamam de “fome oculta” — uma alimentação que sacia, mas não nutre.

O tema “desertos alimentares” foi debatido durante o 1º Ciclo de Saberes, promovido em setembro pelo Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul, em palestra conduzida pela Dra. Raquel Canuto (foto), que integrou o grupo de especialistas reunidos para discutir os impactos da alimentação no desenvolvimento humano.

Leia mais na página 76.

A obesidade, uma forma grave de excesso de peso, aumenta o risco de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, câncer e enfermidades cardiovasculares.

Nos últimos anos, o aumento da oferta de alimentos baratos, altamente processados, pobres em nutrientes e ricos em gorduras, sódio e açúcares consolidou um ciclo de adoecimento. Famílias em situação de vulnerabilidade, forçadas a escolher pelo

O Brasil ter saído do mapa da fome foi uma notícia maravilhosa, mas não podemos sair da fome para comer qualquer coisa. Quando trocamos a falta de alimento por ultraprocessados pobres em nutrientes, passamos de um quadro de fome para outro de excesso de peso e doenças crônicas.

Stephanie Amaral Oficial de saúde e nutrição do Unicef no Brasil

A linha do tempo que conduz 25 anos de história do Banco de Alimentos do RS

Ao longo de um quarto de século, o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul escreveu uma trajetória marcada por propósito, resiliência e compromisso coletivo. Cada capítulo desta história nasceu do encontro entre pessoas, empresas, comunidades e voluntários que, juntos, ousaram acreditar que a fome pode — e deve — ser enfrentada de forma estruturada, contínua e humana.

A seguir, convidamos você a percorrer, ano a ano, a cronologia que revela como esta organização se transformou em um elo essencial entre quem quer doar e quem mais

precisa receber. Nesta linha do tempo, cada data carrega mais do que registros: carrega conquistas, desafios superados, parcerias duradouras e pequenos grandes passos que, somados, construíram um legado sólido de impacto social.

Explore esta jornada. Entenda como ideias se tornaram ações, como ações se tornaram programas e como programas se tornaram esperança para milhares de famílias. Esta é a história de 25 anos dedicados a nutrir vidas, fortalecer vínculos e reafirmar diariamente o valor da solidariedade.

A MINUANO TRANSPORTA SOLIDARIEDADE

Ao longo de 25 anos, o Banco de Alimentos do RS tem sido um farol de esperança, transformando o desperdício em dignidade e o excesso em refeição para quem mais precisa. Celebrar este marco é celebrar a vida, a ética e o profundo compromisso com a sociedade.

Desde a fundação do Banco, a Transportadora Minuano tem a honra de fazer parte dessa história. Contribuir com a coleta e a distribuição de alimentos é muito mais do que um compromisso social, é um dever com a comunidade que nos acompanha desde os primeiros quilômetros da nossa trajetória.

Parabéns ao Banco de Alimentos pelos 25 anos de trabalho incansável.

A Minuano segue junto, levando adiante a missão de fazer o bem chegar onde ele é mais necessário.

Transportadora Minuano

Há 52 anos movida por pessoas, valores e compromisso com o Rio Grande do Sul.

www.transminuano.com.br

Solidariedade em tempos de escassez: a resposta gaúcha à crise e hiperinflação que massacrava a população nos anos 90

Foi em meio ao caos econômico que nasceu em solo gaúcho uma rede solidária pioneira no país para combater a fome: o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul - Porto Alegre, que chega aos 25 anos reafirmando sua missão transformadora

As décadas de 1980 e 1990 foram um período doloroso no Brasil. O país enfrentou inflação descontrolada, recessão econômica, aumento do desemprego e agravamento da fome. Era preciso uma reação imediata, principalmente para proteção das pessoas mais vulneráveis. Foi justamente essa indignação que gerou o início de um movimento que revolucionou a história brasileira, com a criação do primeiro Banco de Alimentos no país: o Banco de Alimentos do Rio Grande do SulPorto Alegre.

Naquela época, o cenário era alarmante: cerca de 43,8% da população brasileira, o equivalente a aproximadamente 63 milhões de pessoas, vivia com uma renda per capita inferior a meio salário-mínimo. Desse total, 22,8% sobreviviam com menos de 0,25 salário-mínimo, o que indicava uma situação crítica de insegurança alimentar. Segundo estimativas da ONU, mais de 32 milhões de brasileiros passavam fome naquele período.

O mercado de trabalho encolhia e o desemprego aumentava.

A inflação, que por anos foi uma ameaça constante, chegou a níveis de hiperinflação, com taxas mensais que ultrapassavam os 70%. Os salários eram corroídos em poucos dias, e os trabalhadores que ainda tinham emprego corriam aos supermercados assim que recebiam o pagamento, tentando comprar o máximo possível antes dos reajustes de preços.

A desigualdade social se aprofundava. As políticas públicas eram insuficientes para conter os impactos da crise sobre as famílias mais vulneráveis, e os mais pobres viam sua renda minguar. Para milhões de brasileiros, os anos 1990 ficaram marcados pela perda de poder de compra, fome e insegurança crônica. Foi uma década em que a sobrevivência exigia urgência, resistência e sacrifício diário — especialmente para quem mais precisava.

A partir dessa realidade, uma articulação inédita no final da década de 90 deu origem ao primeiro Banco de Alimentos no Brasil, em Porto Alegre, lançado em 6 de dezembro de 2000.

Uma resposta à fome: nasce o Banco de Alimentos do RS - Porto Alegre

Em meio ao cenário devastador da década de 1990, em que milhões de brasileiros conviviam com a fome e a insegurança alimentar, iniciativas sociais começaram a surgir como respostas concretas à crise. Foi nesse contexto que um grupo de empresários gaúchos iniciou um movimento inédito, em 1999: a criação do primeiro banco de alimentos no Brasil, o Banco de Alimentos do RS - Porto Alegre.

Liderando esse movimento, o industrial Jorge Luiz Buneder, presidente da Stemac Grupos Geradores, então diretor do Sistema FIERGS/ CIERGS que estava assumindo como coordenador do Conselho de Responsabilidade Social e Cidadania da casa da indústria gaúcha, apresentou a proposta e encontrou respaldo imediato do então presidente da FIERGS, Francisco Renan Oronoz Proença. A iniciativa ganhava, assim, o suporte de uma das maiores federações industriais do país.

Pioneirismo coletivo: as instituições e empresas que deram vida à ideia

Eficiência e dignidade

Jorge Buneder liderou pessoalmente as articulações com o setor produtivo, mobilizando empresários e construindo uma rede de solidariedade com base em gestão empresarial e compromisso social. O objetivo era claro: conectar o excedente de alimentos da cadeia produtiva a quem mais precisava, com eficiência e dignidade.

A fundação oficial do Banco de Alimentos do RS - Porto Alegre ocorreu em 6 de dezembro de 2000. Foi o marco inaugural de um modelo sustentável de distribuição de alimentos, que se tornaria referência nacional e internacional no enfrentamento à insegurança alimentar e nutricional.

Ao longo de sua trajetória, o modelo inspirou dezenas de outras cidades a criarem seus próprios Bancos de Alimentos, nascendo dessa articulação a Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul, que segue crescendo e aperfeiçoando um sistema que une estratégia empresarial e sensibilidade social, com a força da sociedade civil organizada.

A história do Banco de Alimentos do RS - Porto Alegre é marcada por uma convicção compartilhada: somente a cooperação entre diferentes setores pode gerar respostas duradouras para problemas estruturais como a fome.

Essa crença foi o alicerce da rede de 15 instituições civis fundadoras, que assumiram, em 2000, o desafio de criar e gerir o primeiro Banco de Alimentos do Brasil.

São instituidores:

Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE)

Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS)

Associação Leopoldina Juvenil

Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS)

Fundação dos Rotarianos de Porto Alegre

Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho (FMSS)

Lions Club International

Parceiros Voluntários

Rotary International

Serviço Social da Indústria do Rio Grande do Sul (SESI-RS)

Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado do RS (SETCERGS)

Sindicato das Indústrias da Alimentação do Estado do RS (SIA)

Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (SINDHA)

Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

WMcCANN-Ericsson

De mãos dadas, passo a passo, contra a fome

Não havia manual. Apenas a certeza de que era preciso unir forças. E para isso, diretores voluntários do recém-criado Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul - Porto Alegre foram à luta: visitaram empresas, conversaram com lideranças, palestraram em instituições, tudo com um único objetivo: conscientizar. Mostrar que doar alimentos não era um favor, mas um gesto de justiça e empatia.

Foi uma construção paciente e persistente. Cada apoio conquistado era fruto de confiança e afeto. Redes de amizade foram importantes para abrir caminhos e engajar os primeiros parceiros. Era a solidariedade se multiplicando, de mãos dadas com a responsabilidade social.

Hoje, 25 anos depois, o Banco de Alimentos é fruto vivo dessa trajetória. Uma rede sólida, construída com afeto, perseverança e consciência. E segue em frente com a mesma essência: ajudar quem precisa, sem holofotes — apenas com o coração disposto a fazer a diferença.

O Instituto Maria Imaculada está entre as primeiras organizações sociais atendidas pelo Banco de Alimentos

Primeiras empresas mantenedoras: quem acreditou na transformação social

Desde sua implementação, o Banco de Alimentos contou com o suporte decisivo de empresas que compreenderam a importância de investir em causas estruturantes, alinhadas aos princípios da responsabilidade social corporativa que, hoje, são conhecidos como princípios ESG (Environmental, Social and Governance).

As primeiras empresas mantenedoras assumiram compromissos financeiros, logísticos e institucionais, viabilizaram a implantação e o funcionamento do Banco, dando exemplo ao perceber que apoiar a iniciativa não seria custo, mas investimento em dignidade humana e reputação sustentável.

Visão social pioneira

Albarus

CMPC

Fundação Avina

Gerdau

GBOEX

Goldsztein

Ipiranga

Jackwall

Lucila Osório

Neugebauer

Pierre Alexander

Puras do Brasil

Ritter

Sinmetal

Stemac Grupos Geradores

Mapa Social dá transparência ao cadastro de organizações sociais

Com passos cuidadosos e muita dedicação, em 2001 os parceiros rotarianos percorreram bairros de Porto Alegre visitando instituições sociais para conhecer de perto seu trabalho e cadastrá-las como beneficiárias do recém-criado Banco de Alimentos.

O Rotary Club Azenha, um dos instituidores do Banco, liderados pelo rotariano Ruschel, guiou o esforço de cadastramento, transformando-o em um grande mutirão solidário. Bairros e comunidades foram mapeados, e as primeiras instituições passaram a receber doações regulares. O objetivo era compreender a realidade de cada organização, avaliando suas necessidades e seu potencial para se tornarem beneficiárias — um gesto que concretizava a missão do Banco: colocar a solidariedade em movimento, conectando quem pode doar a quem mais precisa.

A iniciativa deu origem ao primeiro mapa social do Banco de Alimentos. Em cada visita, os rotarianos preenchiam formulários detalhados, registrando informações e emitindo um parecer sobre a situação da instituição visitada. Duas décadas e meia depois, os rotarianos continuam sendo grandes aliados voluntários — atuando na diretoria, apoiando eventos e fortalecendo uma rede de solidariedade que se tornou referência no combate ao desperdício e na promoção da segurança alimentar.

Tecnologia Social traz transparência e eficiência

O processo de cadastro das instituições, iniciado em 2001, segue até hoje de forma sistemática e aprimorada. Com o avanço da tecnologia, o Banco de Alimentos passou a utilizar também uma plataforma online para realizar seu Mapa Social, garantindo transparência e eficiência.

Atualmente, as instituições interessadas em se tornarem beneficiárias devem solicitar o cadastro por e-mail. O pedido é avaliado por um comitê gestor, e, se pré-aprovado, a organização recebe um link para preencher seus dados e informações sobre seus atendimentos. As informações preenchidas passam a compor o Mapa Social digital. Em seguida, a equipe técnica de Nutrição do Banco realiza uma visita presencial para conhecer a realidade e as necessidades da instituição.

Aprovada a solicitação, a entidade passa a receber doações conforme a capacidade de novos atendimentos do Banco, sem comprometer a demanda existente. Esse cuidado em cada etapa garante que os alimentos sejam distribuídos de forma justa e eficiente — preservando a essência do trabalho iniciado pelos parceiros rotarianos.

Conquista de qualificação

de

Oscip no Ministério da Justiça

Em 2002, um marco importante entrou para a história do Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul: a conquista do título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), concedido pelo Ministério da Justiça sob o nº MJ08015.0128/2002-73, representando mais do que um título jurídico, mas um selo de credibilidade e compromisso social.

A certificação atesta que a instituição atua com transparência, responsabilidade e alinhamento a causas de interesse coletivo, como saúde, educação, meio ambiente e assistência social coletivo — requisitos essenciais para o fortalecimento de organizações do terceiro setor.

Além de abrir portas para parcerias com empresas e governos, o status de Oscip ampliou a confiança de doadores e voluntários, fortalecendo a capacidade do Banco de Alimentos de captar recursos e desenvolver projetos, potencializando seu impacto social.

É, em essência, a formalização de um pacto ético com a sociedade.

Mapa Social aponta os dados das instituições atendidas pelo Banco de Alimentos de Porto Alegre e os Bancos de Alimentos integrantes da Rede no Estado

2003

Do pioneirismo à expansão da economia circular

Banco de Alimentos inspira a criação da Fundação

Gaúcha dos Bancos Sociais da FIERGS, que conecta empresas e comunidades a um ciclo sustentável de reaproveitamento em diferentes setores

Criada em dezembro de 2003 pelo Conselho de Cidadania da FIERGS, a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais (FGBS) nasceu da bem-sucedida experiência do Banco de Alimentos, pioneiro no Brasil. Sua missão é articular entidades de classe, empresas, empresários e sociedade civil em torno do fortalecimento do terceiro setor, com foco no combate à miséria, à fome e à violência.

A Fundação atua no desenvolvimento de projetos de mobilização e na ampliação de ações sociais, buscando a inserção e a melhoria da qualidade de vida de comunidades gaúchas, especialmente em áreas menos

favorecidas. Hoje abriga 13 Bancos Sociais que atendem diferentes demandas: Alimentos, Computadores, Gestão e Sustentabilidade, Livros, Materiais de Construção, Mobiliário, Órgãos e Transplantes, Projetos Comunitários, Refeições Coletivas, Resíduos, Tecido Humano-Pele, Vestuários e Voluntários.

A maioria dessas iniciativas está instalada em um complexo de 10 mil metros quadrados no bairro Sarandi, em Porto Alegre. Apenas o Banco de Órgãos e Transplantes e o Banco de Tecidos Humanos-Pele funcionam no Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

Banco de Refeições Coletivas: determinação abre caminho para a solidariedade

Visão e iniciativa de Francisco Oderich e Hermes

Gazzola deram origem a esse Banco Social, criado para transformar excedentes de refeições coletivas em alimento para quem mais precisa

Em 2003, os Bancos Sociais — inspirados na experiência do Banco de Alimentos — criaram o Banco de Refeições Coletivas. A iniciativa nasceu da atitude dos empresários Francisco Oderich (Indústria Jackwal) e Hermes Gazzola (Puras), que se tornaria o presidente do novo Banco Social.

O objetivo era simples e profundamente transformador: aproveitar excedentes das cozinhas industriais, alimentos intactos e próprios para consumo que iam parar no lixo.

Com o apoio técnico de nutricionistas, foi desenvolvida uma metodologia baseada no uso de caixas térmicas “Hot Box”, que garantiam a qualidade e a temperatura dos alimentos até a entrega a creches, lares de idosos, escolas e organizações sociais. A proposta unia duas causas urgentes: combater a fome e reduzir o desperdício de alimentos, um paradoxo que ainda hoje desafia o mundo.

Mas o projeto enfrentou um obstáculo importante: a insegurança jurídica. Muitos empresários temiam ser responsabilizados caso um problema de saúde fosse atribuído às doações. E, diante do risco, preferiam descartar os alimentos.

Pioneirismo da Jackwal

Foi nesse cenário que a Indústria Jackwal se tornou a primeira empresa a aderir ao projeto. Por decisão de seu presidente, Francisco Oderich, os excedentes do refeitório da fábrica em Gravataí passaram a ser destinados a instituições beneficentes da região. Os alimentos preparados pela Puras, que ainda estavam intactos nas panelas e cubas, eram armazenados nas caixas térmicas para seguir até quem tinha fome.

O pioneirismo da Jackwal abriu caminho para outras empresas — CMPC, Gerdau, Stemac e Albarus.

CMPC: um marco simbólico

O avanço do projeto ganhou um capítulo emblemático em 2007, durante uma cerimônia na CMPC, em Guaíba. O evento reuniu grandes nomes do empresariado — Walter Lídio Nunes (CMPC), Jorge Luiz Buneder (Stemac), Klaus Gerdau Johannpeter (Gerdau), Mauro De

Marchi (Sodexo) e Paulo Renê Bernhard (Banco de Alimentos/FGBS) — para mostrar, na prática, como era possível transformar o desperdício em alimento e dignidade.

Na ocasião, foram iniciadas as atividades de reaproveitamento de excedentes da CMPC, benefician -

O impacto do desperdício

Estudo nos EUA indica que o desperdício de alimentos gera emissões de gases tóxicos equivalentes a 50 milhões de carros a gasolina por ano, representando cerca de 1,3% do PIB norte-americano, enquanto 44 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar.

Estudo nos EUA indica que o desperdício de alimentos gera emissões equivalentes a 50 milhões milhões de carros a gasolina por ano e custa cerca de 1,3% do PIB norte-americano enquanto mais de 44 de pessoas enfrentam insegurança alimentar

do a Associação Beneficente São José, mantenedora do Projari, em Guaíba.

Em 2016, o Banco de Alimentos e os Bancos Sociais lideraram uma mobilização nacional pela criação de um marco legal que garantisse proteção aos doadores.

Alimentando o saber: formando profissionais e levando cuidado às comunidades

Parceria do Banco de Alimentos com a Unisinos – e posterior adesão de demais universidades – transforma a solidariedade em aprendizado prático, unindo formação acadêmica e impacto social

Em 2003, o Banco de Alimentos deu mais um passo pioneiro ao firmar convênio com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), tornando-se um espaço oficial de Extensão Universitária. A assinatura ocorreu na própria Universidade, com a presença de autoridades e líderes, entre eles o presidente do Banco de Alimentos, Paulo Renê, o reitor da Unisinos, Pe. Aloísio Bohen, o coordenador do Conselho de Cidadania da Fiergs, Jorge Buneder, e o presidente da Fiergs, Francisco Renan de Oronoz Proença.

O objetivo era ir além da doação de alimentos. Observou-se que as instituições atendidas precisavam

também de acompanhamento técnico, orientação em saúde e educação alimentar.

A parceria inaugurou um ciclo de integração entre teoria e prática que beneficia tanto os acadêmicos quanto as comunidades.

No primeiro semestre de 2004, acadêmicos de Nutrição deram início ao projeto Nutrindo o Amanhã.

Consolidação do espaço como um laboratório de aprendizagem e impacto social

Ao inovar firmando convênio com a Unisinos como um espaço ofi-

cial de extensão universitária, o Banco de Alimentos abriu caminho para que a instituição se consolidasse como um laboratório de aprendizagem e impacto social, aproximando ensino, pesquisa e comunidade.

Ao longo do tempo, a experiência se expandiu a todas as faculdades de Nutrição da Região Metropolitana, além de integrar cursos de Psicologia, Serviço Social e outras áreas. A proposta é simples e potente: unir conhecimento acadêmico às demandas reais da população, formando profissionais cidadãos e comprometidos com a superação das desigualdades. Nas ações, estudantes são desafiados a observar a realidade de escolas e instituições atendidas, identificar problemas, refletir sobre eles e construir soluções práticas.

Ao longo de mais de duas décadas, cerca de 1.000 acadêmicos já passaram pelo Banco de Alimentos, aplicando seus conhecimentos em ações socioeducativas voltadas à promoção da saúde. O impacto é duplo: enquanto comunidades recebem apoio qualificado, os estudantes ganham a oportunidade de vivenciar, de forma prática e crítica, os desafios sociais do cotidiano.

Sábado Solidário: quando a solidariedade cabe no carrinho de compras

Campanha mensal já proporcionou ao longo dos anos quase 15 milhões de refeições

No vai e vem apressado dos fins de semana, em meio a listas de compras em supermercados, um gesto simples tem o poder de mudar vidas: acrescentar um pacote de arroz, feijão ou leite ao carrinho e entregá-lo a um voluntário do Banco de Alimentos. Assim funciona o Sábado Solidário, campanha que nasceu inspirada em ações do Rotary Club e, desde 2003, se consolidou como uma das maiores mobilizações mensais de combate à fome no Rio Grande do Sul.

O que começou de forma tímida em supermercados da rede Sonae — prosseguindo nas empresas que sucederam, Walmart e Carrefour — tornou-se parte do calendário fixo dos Bancos de Alimentos associados à Rede de Bancos do RS, acontecendo hoje simultaneamente em diversos municípios do Estado.

Com fundamentais apoios da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado do RS (Setcergs) e do Ceporto (Centro Empresarial Porto Seco) — ambos responsáveis pelo gerenciamento logístico, até agora, mais de 4.800.000 quilos de alimentos já foram arrecadados, o equivalente a 14,8 milhões de refeições destinadas a quem mais precisa.

A força da mobilização coletiva

Antes mesmo de ser oficializada, a prática já era comum entre voluntários rotarianos e leões, que recolhiam doações nos supermercados para suas ações sociais. Quando o Banco de Alimentos foi criado em Porto Alegre, em 2000, essa experiência naturalmente se uniu à nova iniciativa que tem o Rotary Club como umas das organizações instituidoras, resultando na campanha mensal que até hoje mobiliza su-

permercados parceiros, voluntários, transportadoras, clientes e doadores.

A dinâmica é simples: uma vez por mês, equipes voluntárias se posicionam nas portas dos supermercados parceiros convidando consumidores a colaborar. Cada doação se transforma em acolhimento, empatia e segurança alimentar para entidades cadastradas e acompanhadas pelos Bancos de Alimentos.

Mais do que alimentos, o Sábado Solidário fortalece laços comuni-

Experiência de rotarianos e leões de arrecadação solidária em supermercados foi incorporada pelo Banco de Alimentos

tários. Supermercados ganham com a movimentação e com imagem positiva; os clientes descobrem uma forma prática e acessível de fazer a diferença; e, sobretudo, milhares de famílias em situação de vulnerabilidade recebem apoio essencial para viver com dignidade.

Lembrete mensal

O Sábado Solidário é uma das campanhas mais bem sucedidas de solidariedade, conectando de forma prática e fácil quem pode ajudar e quem precisa de ajuda, permanecendo como um símbolo da força da solidariedade organizada. Mais do que uma campanha, tornou-se uma ação mensal que pulsa como um lembrete indicando que a fome pode ser combatida com pequenos gestos, repetidos por muitas mãos.

Enquanto a insegurança alimentar ainda persiste na realidade de milhares de famílias, a ação mostra que todos podem ser parte da solução. Afinal, quando a sociedade se une em torno de uma causa justa, não há gesto pequeno — há apenas a grandeza de dividir o que se tem.

Quando encontrar um herói voluntário do Banco de Alimentos em um supermercado parceiro, doe. Seu gesto pode ser o que faltava no prato de quem mais precisa.

Números do Sábado Solidário

4.800.000 quilos de alimentos milhões arrecadados desde 2003 equivalente a de refeições

14,8

Nutrir hoje, para transformar o amanhã

Projeto Nutrindo o Amanhã vai além

da

doação: nutre crianças, fortalecendo famílias e construindo um futuro mais saudável e digno

Há iniciativas que alimentam o corpo, e há aquelas que nutrem também a mente. Inspirado por esse ideal, nasceu o projeto Nutrindo o Amanhã. Criado em 2004 pela equipe de Nutrição e Saúde do Banco de Alimentos, o projeto une ciência, solidariedade e educação para incentivar melhor qualidade de vida a crianças e adolescentes. Mais do que doar alimentos, o projeto oferece oportunidade de crescimento com saúde, aprendizado e dignidade, mostrando que segurança alimentar vai muito além do prato: é investimento em cidadania e qualidade de vida.

O Nutrindo o Amanhã nasceu a partir de uma parceria com a

Universidade Unisinos nos primeiros estágios proporcionado pelo projeto de extensão universitária. Durante visitas às instituições atendidas pelo Banco de Alimentos, a equipe percebeu que muitas crianças e adolescentes precisavam de mais do que comida: precisavam ser ouvidos e orientados a adotar hábitos alimentares saudáveis. Assim, surgiu um projeto voltado à educação alimentar e nutricional.

O projeto realiza ações educativas e avaliação do estado nutricional nas instituições atendidas, conduzidos por uma equipe formada por nutricionistas,

O projeto Nutrindo o Amanhã tem várias atividades, entre elas, de educação alimentar. Na foto, a coordenadora do projeto, nutricionista Stéphane Maciel

pedagogos e estagiários de nutrição. São feitas avaliações de peso e altura, identificação do estado nutricional e planejamento de atividades personalizadas para a realidade de cada comunidade, incluindo atividades de educação alimentar e nutricional, oficinas culinárias, palestras, reuniões e capacitações sobre alimentação e saúde para os educadores e pais ou responsáveis.

Impacto

Ao longo de mais de 20 anos, o projeto já atendeu 32.114 crianças e adolescentes em 176 instituições conveniadas, contando com a colaboração de 90 estagiários de Nutrição. Mais do que complementar a alimentação, o Nutrindo o Amanhã

contribui para a missão do Banco de Alimentos de ir além da doação, combatendo a insegurança alimentar de forma sustentável. Afinal, para muitas crianças, a refeição diária oferecida nas instituições é essencial para garantir frequência escolar, crescimento saudável e bem-estar.

Resultados que inspiram um futuro melhor

Os impactos do projeto vão muito além da alimentação. Entre os principais avanços estão:

• Ampliação do projeto nas comunidades por meio de palestras reuniões e capacitações realizadas com os familiares das crianças;

• Melhora do estado nutricional das crianças e adolescentes, com refeições equilibradas e adaptadas às necessidades do crescimento;

• Ampliação do repertório alimentar, com maior aceitação de frutas, verduras e preparações variadas;

• Participação ativa em oficinas e atividades lúdicas, estimulando autonomia e curiosidade;

• Fortalecimento de vínculos familiares, com orientações replicadas em casa;

• Capacitação de educadores, que se sentem mais preparados para trabalhar a alimentação saudável no dia a dia escolar.

• Educadores relatam mudanças significativas na rotina alimentar dos alunos, enquanto famílias percebem a evolução de hábitos mais saudáveis em casa.

Leis de incentivo

Medição de peso e altura

Nutrir o futuro: equilíbrio que começa na infância

Entre brincadeiras e descobertas, forma-se também o paladar — e com ele, hábitos que podem durar por toda a vida. É por isso que o Nutrindo o Amanhã aposta na Educação Alimentar e Nutricional como caminho para um crescimento mais saudável e consciente.

Dados do projeto mostram que 64,2% das crianças entre 2 e 8 anos estão com peso adequado, mas 20,5% apresentam sobrepeso, 9,7% obesidade e 4,8% obesidade grave. Casos de magreza (0,7%) e magreza acentuada (0,1%) também aparecem, embora em menor número. O gráfico evidencia que, apesar de a maioria manter um estado nutricional equilibrado, o excesso de peso infantil é um alerta. Por isso, o projeto segue investindo em avaliações nutricionais, oficinas culinárias e ações educativas — promovendo uma relação mais saudável com a comida.

O Projeto Nutrindo o Amanhã é viabilizado por meio de lei de incentivo fiscal, com recursos direcionados via Fundo da Criança e do Adolescente (Funcriança). Essa forma de financiamento garante sustentabilidade ao projeto, atualmente em sua sexta edição, e reforça a importância da participação de empresas e cidadãos que destinam parte do imposto de renda para iniciativas sociais transformadoras.

Apoie essa causa.

Leia o QR Code e acesse mais informações sobre o projeto e como doar.

proj.nutrindooamanha

2004

Câmara fria amplia capacidade de atendimento

Em novembro de 2004, o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul deu um importante passo para fortalecer sua atuação no combate à fome e ao desperdício. Graças à doação da Fundação dos Rotarianos de Porto Alegre (Furpa), a instituição recebeu e instalou uma câmara fria com capacidade para armazenar até 15 toneladas de alimentos.

O novo equipamento permitiu ampliar significativamente a quantidade de produtos perecíveis recebidos e preservados, garantindo melhores condições de armazenamento e prolongando a vida útil dos alimentos antes da distribuição.

Essa melhoria estrutural representa um ganho direto para as instituições beneficentes cadastradas, que atuam na linha de frente, levando refeições e apoio às comunidades mais

vulneráveis. Com maior capacidade e segurança na conservação dos alimentos, o Banco de Alimentos reforçou seu compromisso de atender, com qualidade e agilidade, quem mais precisa.

Lançamento da Campanha Super Natal

Em 2004, o Banco de Alimentos lançou a campanha Super Natal, mobilizando empresas, parceiros e a comunidade para arrecadar alimentos destinados a famílias em situação de vulnerabilidade. A iniciativa marcou o calendário solidário da instituição, reforçando o espírito de união e generosidade característico do período natalino.

Com pontos de coleta em supermercados e apoio de voluntários, a campanha ampliou o alcance das doações, permitindo que mais instituições beneficentes cadastradas recebessem alimentos. Mais do que uma ação de arrecadação, o Super Natal tornou-se um evento de mobilização social, garantindo que milhares de pessoas celebrassem as festas de fim de ano com mais dignidade e esperança.

Campanha Super Natal se tornou um importante evento de mobilização social
Fundação dos Rotarianos doou câmara fria, que permitiu armazenamento de alimentos perecíveis

Experiência gaúcha do Banco de Alimentos e Bancos Sociais no México

O símbolo do pampa gaúcho cruzou fronteiras e, com ele, viajou também um modo de pensar solidariedade. Durante a celebração dos 10 anos da Associação Mexicana de Bancos de Alimentos (AMBA), o presidente do Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul, Paulo Renê Bernhard, foi um dos palestrantes diante de pessoas de mais de 150 países, entre coordenadores de bancos de alimentos e representantes de multinacionais de gêneros alimentícios, como Nestlé e Accor. Em sua participação, levou ao palco não apenas sua experiência, mas a alma do povo gaúcho: uma placa com a imagem do Laçador, entregue como gesto de gratidão, identidade e conexão cultural. Foi nesse ambiente global de trocas e cooperação que o modelo brasileiro despertou um especial interesse. Impressionado com a me-

todologia gaúcha, Héctor González, presidente do Grupo Cuadritos — uma das maiores empresas alimentícias do México — mostrou-se interessado em conhecer pessoalmente o sistema aplicado no Rio Grande do Sul.

A admiração se converteu em ação. Apenas uma semana após o encontro, González desembarcou em Porto Alegre acompanhado por empresários, prefeitos e senadores, que também foram recebidos pelo então presidente da FIERGS, Paulo Tigre, e coordenador do Conselho de Cidadania, Jorge Buneder. Mais do que um grupo empresarial reconhecido por inovação e qualidade, o Grupo Cuadritos des-

2005

taca-se pelo seu compromisso social, materializado na Fundação Nutrição e Vida. Criada em 2003, a entidade atua como banco de alimentos e representa o sonho da família González de combater a fome e a desnutrição em território mexicano.

I Encontro de Bancos de Alimentos marca avanço para criação da Rede Estadual de Bancos de Alimentos

Com o objetivo de estruturar uma Rede Estadual de Bancos de Alimentos, a FIERGS sediou, em 2005, o 1º Encontro de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul. O evento reuniu 223 representantes de 38 municípios gaúchos, fortalecendo o diálogo e a troca de experiências sobre o combate à fome e ao desperdício. Durante o encontro, foram entregues aos participantes manuais com orientações práticas sobre providências e documentação necessárias para a instalação de Bancos de Alimentos em suas cidades, incentivando a expansão da iniciativa pelo estado.

Caxias do Sul

Lançado o Banco de Alimentos de Caxias do Sul

No dia 14 de dezembro de 2005, foi inaugurado o Banco de Alimentos de Caxias do Sul.

Presidente do Grupo Cuadritos, Héctor González, reuniu-se com o presidente do Banco de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard, para saber mais sobre a experiência gaúcha

Projeto com

hortifrúti transforma excedentes em refeição e esperança

Em 2006, o Banco de Alimentos de Porto Alegre lançou mais um projeto inovador em parceria com a rede de supermercados Walmart (hoje Carrefour), com o objetivo duplo de combater a fome e reduzir o desperdício de alimentos. Muitos hortifrutigranjeiros que não eram vendidos acabavam sendo descartados — um paradoxo diante da carência alimentar que afeta a população da cidade. A iniciativa passou a aproveitar esses produtos, agregando cerca de 100 toneladas de frutas e hortaliças por mês à rede de doações. Diariamente, os alimentos recolhidos nos supermercados da rede Walmart eram transportados aos depósitos do Banco, onde passavam por rigoroso processo de seleção, higienização e acondicionamento, sob a supervisão de nutricionistas. O recolhimento e a distribuição dos produtos tornaram-se um grande desafio, exigindo ampla mobilização para adequar as instalações.

Para concretização do projeto, parcerias estratégicas foram essenciais: a Manumetal, de Caxias do Sul, doou o aço inoxidável necessário para

mesas, balcões, tanques e grelhas; a Todeschini, de Bento Gonçalves, forneceu madeiras especiais e pranchões; o Walmart duplicou a capacidade das câmaras frias; o SETCERGS disponibilizou um caminhão refrigerado adicional; e a Sociedade de Engenharia (SIERGS) elaborou o projeto estrutural. Além disso, a faculdade de Nutrição da Unisinos forneceu orientação técnica, garantindo que os alimentos fossem manipulados e distribuídos com segurança.

Núcleos do Banco de Alimentos

Para tornar mais eficiente o sistema de coleta e distribuição de hortifrutigranjeiros, o Banco de Alimentos criou Núcleos operacionais em diversas instituições tradicionais de Porto Alegre. Entre elas estão a Fundação Pão dos Pobres, Padre Cacique, SPANN, Rede Calábria, Amparo Santa Cruz e Pequena Casa da Criança. Os núcleos eram responsáveis por operacionalizar o projeto de recolhimento e distribuição das frutas e verduras que seriam descartadas pelos supermercados parceiros.

Sbardecar doa Fiorino e reforça logística solidária

Em 2006, o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul recebeu uma doação que reforçou sua capacidade de atuação: uma camionete Fiorino, entregue pela concessionária Sbardecar/FIAT, em Porto Alegre. O veículo foi entregue pela gerente geral, Eliani Sbardelotto, ao presidente do Banco de Alimentos, Paulo Renê Bernhard, após a doação ter sido anunciada durante reunião do Conselho de Cidadania da FIERGS

Em 11 de julho de 2006 foi inaugurado o Banco de Alimentos de Guaíba.

Em 21 de junho de 2006 foi inaugurado o Banco de Alimentos de Pelotas.

II Encontro de Bancos de Alimentos fortalece expansão e cria a primeira

Rede de Bancos de Alimentos do Brasil

Em 2007, o Banco de Alimentos de Porto Alegre promoveu o II Encontro de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul, um marco na história da solidariedade e da segurança alimentar no Estado. O evento reuniu lideranças e voluntários de diferentes regiões e resultou em um passo decisivo para ampliar o alcance das ações contra a fome.

Na ocasião, foi lançada a Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul, a primeira do Brasil. A Rede nasceu com a missão de padronizar e alinhar práticas, assegurando o cumprimento da legislação vigente e o respeito às normas de Segurança Alimentar. Logo após o encontro, foram criados oito Bancos de Alimentos em cidades gaúchas, fortalecendo a interiorização do movimento.

Rede de Bancos de Alimentos

Atualmente a Rede conta com 25 bancos de alimentos associados, abrangendo 31 cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, nas seguintes localidades: Alegrete, Alvorada, Bagé, Cachoeirinha, Camaquã, Canoas, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Cruz Alta, Encruzi-

Canoas

Em 2007 foI inaugurado o Banco de Alimentos de Canoas.

Durante evento foi lançada a Rede de Bancos de Alimentos do RS, hoje com 25 Bancos associados, em 31 municípios

lhada do Sul, Gravataí, Guaíba, Pelotas, Porto Alegre, Região do Calçado (Novo Hamburgo, Estância Velha, Sapiranga e Campo Bom), Rio Grande, Santa Maria, Tramandaí, Torres, Uruguaiana, Vale do Sinos (Portão, Sapucaia, São Leopoldo e Esteio), Venâncio Aires e Viamão, assim como Florianópolis (SC) e Curitiba (PR).

Clique Alimentos – Deixe a solidariedade tocar você

Plataforma inovadora possibilitou a

doação

de

mais de 1,2

milhão de quilos de alimentos

Um clique que atravessa fronteiras e se converte em comida na mesa de quem mais precisa. Assim nasceu, em 2008, o Clique Alimentos (www.cliquealimentos.com.br), um portal pioneiro lançado pela Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul que uniu tecnologia e generosidade, transformando a internet em uma poderosa ferramenta social.

A ideia era simples, mas revolucionária: empresas cadastradas no site se comprometiam a doar um quilo de alimento para cada clique recebido do público. O internauta escolhia a cidade e a empresa parceira, clicava no “prato” e, imediatamente, a doação era efetivada. Dessa forma, solidariedade e engajamento digital se encontravam em uma experiência rápida, gratuita e interativa.

O lançamento contou com ampla divulgação em jornais, rádios, TV, outdoors, busdoors e plataformas digitais, e já em seu primeiro ano mobilizou cerca de 100 mil quilos de alimentos. A iniciativa ganhou dimensão global: internautas de 121 países e mais de três mil cidades ade-

riram à corrente solidária, provando que a empatia não conhece fronteiras. Se considerarmos que o site manteve média de arrecadação similar até o ano 2020, a plataforma inovadora possibilitou a doação de mais de 1,2 milhão de quilos de alimentos. Em 2014 o Clique Alimentos foi reformulado para acompanhar as mudanças digitais, tornando-se mais interativo e conectado às redes sociais. Com design responsivo, passou a permitir cadastro via Facebook, incentivando o compartilhamento de doações e ampliando ainda mais seu alcance.

Mais do que um projeto inovador, o Clique Alimentos provou que tecnologia, criatividade e responsabilidade social podem caminhar juntas, se consolidando como uma das mais impactantes ferramentas digitais de mobilização social.

Inaugurações

O ano de 2008 marcou um momento histórico para o Banco de Alimentos, com a inauguração de três novas unidades que passaram a integrar a Rede de Bancos de Alimentos do RS e, pela primeira vez, fora do Estado.

O Banco de Alimentos Vale do Sinos foi inaugurado em 11 de setembro, abrangendo as cidades de São Leopoldo, Sapucaia, Portão e Esteio

O Banco de Alimentos de Camaquã, inaugurado em 31 de setembro.

O Banco de Alimentos do Rio de Janeiro, inaugurado em 28 de novembro, marcou a primeira expansão do modelo de banco social fora do RS.

Integração e inovação marcam o III Encontro de Bancos de Alimentos do RS

A mesa de abertura foi composta por lideranças que representam a união de diferentes setores em prol da solidariedade: Carlos Batista da Silva, representando a FIERGS; Paulo Renê, presidente do Banco de Alimentos RS; Moacir Bastos, presidente do Banco de Alimentos do Rio de Janeiro; Hermes Gazzola, presidente do Banco de Refeições Coletvas e dono da Puras; Alceu Nascimento, da Fundação Maurício Sirotski Sobrinho (FMSS); Pe. José Ivo Folmann, presidente do Banco de Alimentos Vale do Sinos; e Clodis Xavier, então colaborador da Gerdau.

Expansão solidária: Núcleos Banco de Alimentos pelo Estado

Em 2008, o Banco de Alimentos ampliou sua atuação com a adesão de mais organizações sociais e assistenciais, que passaram a ser Núcleos Banco de Alimentos. A iniciativa permitiu levar o projeto para além da capital, com entidades representativas também no interior do Estado.

A expansão seguiu um critério estratégico: onde havia supermercado Walmart, havia um núcleo ativo. Essa presença ampla garantiu maior eficiência na arrecadação e distribuição de alimentos, fortalecendo a rede de solidariedade e beneficiando ainda mais pessoas.

Núcleos em Porto Alegre em 2008

Educandário Pão dos Pobres de Santo Antônio, Sociedade Legião Espírita, Sociedade Humanitária Padre Cacique, Pequena Casa da Criança, Hospital Espírita, Fraternidade Cris-

Em 2008, o III Encontro de Bancos de Alimentos do Estado do Rio Grande do Sul reuniu um grande público e despertou o interesse da sociedade para o trabalho desenvolvido pela Rede de Bancos de Alimentos. O evento reforçou a integração entre as unidades que adotam a metodologia criada pelo Conselho de Cidadania da FIERGS, fortalecendo a articulação e o alinhamento das ações de combate à fome em todo o Estado.

Um dos destaques do encontro foi a palestra de Hermes Gazzola, presidente do Banco de Refeições Coletivas e da Puras do Brasil, que abordou a importância do aproveitamento de excedentes alimentares provenientes das cozinhas industriais — um tema estratégico para ampliar o impacto social e reduzir o desperdício.

O III Encontro consolidou-se como espaço de troca de experiências e de construção coletiva, reafirmando o compromisso dos Bancos de Alimentos com a responsabilidade social e a luta contra a fome, em parceria com empresas, entidades sociais e a comunidade gaúcha.

tã Espírita Aldeia da Fraternidade, Associação dos Moradores do Conjunto Residencial Rubem Berta, Casa Menino Jesus de Praga, Educação e Caridade Instituto Providência, Instituto Maria Imaculada, Amparo Santa Cruz, Sociedade Metodista de Amparo à Infância.

Núcleos no interior do Estado

Cooperativa Nova Geração Escola de Educação Popular Nova Geração, Ação Social Paroquial Nossa Sra. da Conceição - Cáritas Diocesana, Centro Medianeira, Fundação Casa Aberta - Fundação de Assistência à Criança e Adolescente de S. Leopoldo, Associação Turma do Sopão, Instituto São José, Diaconia Santo Antônio, Associação do Bem

Estar da Criança e Adolescente de Gravataí, ONG Cultura e Integração, Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial, Movimento Assistencial de Camaquã, APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Novo Hamburgo, APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Sapucaia do Sul, Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de São Gabriel, Sociedade São Vicente de Paulo, Sociedade Movimento Solidário Colmeia, Associação dos Amigos da Creche Doe Amor, Espaço de Convergência Clair Segato, Associação das Damas de Caridade de Santa Rosa.

Pão dos Pobres

Levar Felicidade, Traz Felicidade: parceria entre GM e Bancos de Alimentos mobiliza milhares de doações no RS

A união entre a General Motors, Banco de Alimentos e Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais marcou um dos capítulos mais expressivos da solidariedade no Rio Grande do Sul. A campanha “Levar Felicidade, Traz Felicidade”, iniciada em 2009, conquistou resultados que surpreenderam pela mobilização e impacto, consolidando-se também em 2010 como um dos maiores projetos sociais realizados pela Rede Chevrolet no Estado.

A largada de sucesso

Na primeira edição, realizada em 38 concessionárias Chevrolet, a iniciativa arrecadou 26 toneladas de alimentos, 42 mil livros e 6 mil brinquedos. Todo o material foi destinado a entidades assistenciais cadastradas na Rede de Bancos de

Alimentos, beneficiando milhares de famílias gaúchas.

Além da arrecadação, concessionárias promoveram gincanas internas para ampliar o engajamento, envolvendo funcionários, clientes e a comunidade. O projeto contou ainda com a participação ativa da alta direção da GM. O então vice-presidente da General Motors do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, visitou as instalações dos Bancos de Alimentos, acompanhado por diretores da empresa, reforçando o compromisso institucional com a causa. Foram recepcionados pelo presidente do Conselho de Administração, Jorge

Luiz Buneder, pelo diretor-superintendente, Paulo Renê Bernhard, e por Hermes Gazzola.

No mesmo ano, a Chevrolet sediou, em Gravataí, o lançamento do projeto Gaúcho Conte Comigo –edição 2009, que reuniu diretoria da empresa, representantes dos Bancos Sociais e o movimento Vida Urgente, ampliando a visibilidade e o alcance da campanha.

2010: renovação e expansão da campanha GM

O êxito da primeira edição garantiu a continuidade do projeto no ano seguinte. Em 2010, a campanha

Campanha da GM foi um sucesso e se repetiu em 2010, alcançando 47 concessionárias Chevrolet em todo o Estado

foi relançada com força total, alcançando 47 concessionárias Chevrolet em todo o Estado. Entre julho e dezembro, a ação conseguiu arrecadar 50,2 toneladas de alimentos não perecíveis, destinados a instituições beneficentes nas regiões atendidas pela rede.

A mobilização foi dividida em dois módulos: de junho a setembro, foram coletados 20.140 quilos; de outubro a dezembro, outras 30 toneladas. Em dezembro, o projeto ganhou ainda mais fôlego com o Feirão da Felicidade, quando a Chevrolet doou cinco quilos de alimentos a cada carro vendido, totalizando mais 3.220 quilos de doações.

Para potencializar os resultados, a ação de 2010 recebeu forte apoio de comunicação. A agência Globalcomm desenvolveu peças gráficas para concessionárias, anúncios e comerciais veiculados nos principais meios de comunicação do Rio Grande do Sul. Mais de 30 lojas receberam ambientação especial para destacar os pontos de coleta, com móbiles e cartazes que chamavam a atenção de clientes e visitantes.

Solidariedade que se multiplica

Ao longo de dois anos, a campanha “Levar Felicidade, Traz Felicidade” mostrou que a parceria entre

empresas e instituições sociais pode transformar realidades. O envolvimento da Chevrolet, dos Bancos de Alimentos e da comunidade fez a diferença, levando muito mais do que alimentos, livros e brinquedos: levou esperança e oportunidades a milhares de famílias gaúchas.

Campanha “Gaúcho, Conte Comigo” arrecadou mais de 100 toneladas de alimentos, assim como milhares de livros e brinquedos

Banco de Alimentos de Gravataí e de Venâncio Aires são inaugurados

Dois novos Bancos de Alimentos foram inaugurados em 2009: o Banco de Alimentos de Gravataí e o Banco de Alimentos de Venâncio Aires.

Gravataí
Venâncio Aires

A primeira década do Banco de Alimentos do RS

Dia 6 de dezembro de 2010 foi uma data muito emblemática, quando o Banco de Alimentos RS-Porto Alegre, o primeiro do Brasil, completou 10 anos de história. Uma década de compromisso que se traduziu em mais de 16 milhões de quilos de alimentos arrecadados e distribuídos, chegando a mais de 350 instituições beneficentes da capital e ajudando a garantir dignidade a milhares de famílias.

Mais do que arrecadar alimentos, o Banco tornou-se referência de gestão e solidariedade, sendo responsável pela criação e fortalecimento de outros bancos de alimentos no Rio Grande do Sul, ampliando o alcance dessa corrente de generosidade.

A data não poderia passar em branco. No dia 29 de novembro, a

celebração aconteceu na FIERGS, em um almoço no Foyer do Teatro do Sesi. Ali, 35 parceiros, mantenedores e instituidores foram homenageados, reconhecendo que sem eles nada disso seria possível. Afinal, combater a fome exige união:

Personalidades importantes que proporcionaram sucesso na missão de levar alimento e esperança a quem mais precisa, foram homenageadas, como Frederico Gerdau Johannpeter, o primeiro doador do Banco de Alimentos

empresas, voluntários, sociedade civil e poder público lado a lado. O encontro foi enriquecido com palestras inspiradoras, entre elas a de Chris Rebstock, presidente do The Global FoodBanking Network (GFN), que trouxe a visão glo-

O então presidente da FIERGS, Paulo Tigre, compartilha sua mensagem com os participantes

bal da luta contra a fome e reforçou o papel pioneiro do Banco gaúcho nesse movimento.

E a solidariedade também entrou em campo. No dia 28 de novembro, o Sport Club Internacional mostrou que o título mais importante é o da empatia. No jogo contra o Vitória, no Beira-Rio, antes do embarque para o Mundial de Clubes, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, o time lançou uma campanha de arrecadação de alimentos e jogou com camisetas estampando o logotipo comemorativo dos 10 anos do Banco.

O marco de uma década reforça a mensagem de que a fome só pode ser vencida com parcerias e engajamento coletivo. O Banco de Alimentos prova que, quando solidariedade e organização caminham juntas, a transformação é real e duradoura.

O então presidente da The Global Foodbanking Network (GFN), Chris Rebstock, participou do almoço que marcou os 10 anos do Banco de Alimentos. A GFN é uma organização sem fins lucrativos internacional, que apoia soluções lideradas por comunidades locais para combater a fome e a insegurança alimentar em todo o mundo

Criação dos Bancos de Alimentos de Cruz Alta e Uruguaiana

Em 2010 foram inaugurados mais dois bancos integrantes da Rede de Bancos de Alimentos: o Banco de Alimentos de Cruz Alta e o Banco de Alimentos de Uruguaiana.

Mantenedores e instituidores participaram do evento

Primeiros Passos, grandes futuros

Projeto Primeiros Passos transforma saúde, alimentação e cuidados nos primeiros anos de vida

Cuidar da infância é investir no amanhã. Com essa convicção foi lançado o Projeto Primeiros Passos em 2010, construindo uma história de impacto e transformação. Mais do que um programa de saúde e nutrição, ele representa um compromisso com o futuro — um investimento em cada sorriso, em cada refeição saudável e em cada gesto de cuidado com crianças que dão seus primeiros passos na vida. Desenvolvido pela equipe de Nutrição e Saúde do Banco de Alimentos, o projeto atualmente é executado concomitantemente ao Nutrindo o Amanhã, ampliando o alcance das ações que promovem segurança alimentar, nutricional e qualidade de vida nas Escolas de Educação Infantil (EEI).

Voltado a crianças de 0 a 24 meses, o projeto nasceu da observação da equipe do Nutrindo o Amanhã durante visitas a instituições com berçários. A convivência com esse universo revelou que os dois primeiros anos de vida exigem atenção redobrada: é nesse período que o crescimento e o desenvolvimento ocorrem de forma mais intensa e que muitos agravos podem ser prevenidos. Assim, o Primeiros Passos busca promover práticas alimentares adequadas, estimular hábitos de higiene e criar ambientes mais acolhedores e saudáveis nas escolas.

Entre as ações práticas estão a avaliação do estado nutricional, exames para diagnóstico precoce de anemia, atividades lúdicas de educa-

ção alimentar com as crianças e oficinas com pais e responsáveis sobre aleitamento materno e alimentação complementar. O cuidado integral é ampliado por capacitações para educadores e manipuladores de alimentos, que aprendem sobre higiene pessoal, manejo da alimentação e prevenção de alergias.

Educação que transforma

Além das intervenções diretas, o Primeiros Passos aposta na formação continuada de quem cuida. Todos os profissionais das instituições que atendem crianças de até 2 anos participam de cursos teórico-práticos divididos em módulos específicos para educadores e manipuladores. Nessas capacitações, recebem

também materiais didáticos, como o Manual de Saúde e Nutrição em Berçários e o livro Primeiros Passos: Saúde e Alimentação em Escolas de Educação Infantil, que reúnem orientações, receitas e conteúdos técnicos de apoio.

As ações vão além do ambiente escolar: muitas instituições formaram grupos de mães, fortalecendo o diálogo sobre aleitamento e alimentação saudável, o que reforça o vínculo entre famílias e escolas. Essa integração tem contribuído para melhorar a aceitação alimentar das crianças, reduzir agravos nutricionais e consolidar uma rede de cuidado que acompanha os primeiros anos de vida.

Impacto e reconhecimento

O projeto já beneficiou 6.298 crianças, 68 instituições e cerca de 580 profissionais da educação, com o apoio de 92 estagiários. O impacto positivo é real: diagnóstico precoce de anemia, redução de deficiências nutricionais e práticas de higiene mais eficazes que ajudam a prevenir doenças.

Sua atuação demonstra que promover segurança alimentar é também educar, prevenir e criar condições para que as próximas gerações cresçam mais saudáveis e conscientes. Porque, no fim das contas, cuidar da infância é mesmo investir no amanhã — e o Projeto Primeiros Passos segue garantindo que esse in-

da alimentação de bebês e prevenção de alergias

vestimento renda frutos em forma de saúde, aprendizado e dignidade desde os primeiros dias de vida. Como resultado desse compromisso e da solidez de sua metodologia, o impacto do projeto ultrapassou os muros das instituições e ganhou projeção nacional e internacional. Foi apresentado em importantes eventos científicos, como o 3º Simpósio Internacional de Nutrologia Pediátrica (Fortaleza, CE), o XVI Congresso da Sociedade Latino-Americana de Nutrição (Havana, Cuba) e o 10º Congresso Bra-

Contribua com o futuro, sem gastar a mais

Você também pode fazer parte dessa transformação! O Projeto Nutrindo o Amanhã, desenvolvido junto ao Primeiros Passos, tem aprovação no Funcriança e está recebendo recursos por meio de doações com dedução no Imposto de Renda.

Aponte a câmera do seu celular para o QR Code, saiba mais sobre os dois projetos e doe agora mesmo — sem gastar nada além do imposto que você já pagaria.

Cada gesto ajuda a garantir um desenvolvimento infantil mais saudável e um amanhã mais justo.

sileiro de Saúde Coletiva (Abrasco), em Porto Alegre.

Também conquistou o Prêmio Top Cidadania da ABRH (2017) e o Prêmio Criança da Fundação Abrinq (2018), que homenageiam projetos exemplares na defesa dos direitos das crianças e adolescentes.

Equipe do Banco de Alimentos ensina colaboradores de berçários sobre manejo
proj.nutrindooamanha

Cozinhas que transformam

Projeto Cozinha

Nota Dez une solidariedade, ciência e saúde para garantir refeições

Em muitas instituições sociais e assistenciais, colocar alimento à mesa diariamente não é o único desafio: o risco silencioso está também no modo como os alimentos são preparados, ou, armazenados. Foi diante dessa realidade — onde a doação, por si só, não bastava — que nasceu o projeto Cozinha Nota Dez, em abril de 2010. A iniciativa surgiu como resposta a um problema urgente identificado nas visitas de nutricionistas a instituições atendidas: cozinhas sem condições adequadas, manipulação incorreta e riscos de contaminação que ameaçavam a segurança de milhares de refeições servidas diariamente.

seguras

Para transformar essa realidade, a equipe de Nutrição e Saúde do Banco de Alimentos criou o projeto que integra saúde, ciência, educação e solidariedade. Desde sua criação, o Cozinha Nota Dez se consolidou como referência nacional em segurança alimentar, fortalecendo instituições e ampliando o impacto social das doações.

O Cozinha Nota Dez vai muito além de adequar espaços físicos de cozinhas das instituições sociais atendidas e suas rotinas de preparo de refeições: seu objetivo é garantir que cada refeição servida seja segura, nutritiva e preparada com dignidade, seguindo normas rigorosas de higiene e manipulação, como a RDC nº 216/2004 e

a Portaria SES/RS nº 799/2023. Mais do que cumprir exigências legais, o projeto promove uma mudança cultural nas cozinhas, despertando senso de responsabilidade e cuidado entre dirigentes, colaboradores e manipuladores.

Desde 2022, o projeto também inclui oficinas de técnicas culinárias e aproveitamento integral dos alimentos, ensinando receitas práticas, saborosas e nutritivas, que transformam refeições simples em experiências mais atrativas. Essa abordagem estimula maior aceitação dos alimentos e reduz desperdícios, agregando valor nutricional e afetivo às refeições servidas.

Entre as atividades do projeto está o Curso de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos, ministrado para profisisonais que atuam na cozinha das instituições beneficiadas. Na foto, a coordenadora do projeto, nutricionista Débora Machado (primeira, à esquerda).

Segurança alimentar que vai além da doação

O trabalho começa com uma avaliação técnica detalhada, baseada em checklist validado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pelo Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar da Universidade Federal do RS (Cecane/UFRGS). Em seguida, cada instituição recebe um laudo técnico com orientações para correções e melhorias. Capacitações conduzidas por nutricionistas, docentes universitários e estagiários abordam higiene pessoal, manipulação segura, fluxos de preparo e conservação de alimentos.

Uma vez por ano, as equipes podem participar do curso de Técnicas Culinárias, com 12 horas de duração, aprofundando conhecimentos e habilidades. As instituições que alcançam os critérios recebem o Selo Cozinha Nota Dez, nas categorias Prata (75% a 90%) e Ouro (91% a 100%), garantindo a manutenção de boas práticas e excelência na preparação das refeições.

Impacto social e educativo

O projeto beneficia diretamente crianças, adolescentes, idosos e famílias em situação de vulnerabili-

dade, atingindo mais de 34,5 mil pessoas em 152 instituições. Além disso, o Cozinha Nota Dez funciona como laboratório de aprendizado, tendo recebido 93 estagiários de Nutrição, que aplicam conhecimentos acadêmicos em situações reais, desenvolvendo habilidades técnicas, pedagógicas e sociais.

O impacto vai além da legislação: cozinhas que antes representavam risco sanitário hoje ostentam o Selo Ouro, manipuladores se reconhecem como agentes de saúde e transformação, e as refeições servidas são mais saborosas e nutritivas, promovendo hábitos alimentares saudáveis desde a infância e fortalecendo a autoconfiança das cozinhas.

Refeições seguras

O Cozinha Nota Dez materializa a missão do Banco de Alimentos: ir além da doação, garantindo que os alimentos cheguem às mesas de forma segura, saudável e digna. O projeto fortalece a saúde pública, previne doenças de origem alimentar e promove educação alimentar e cidadania. E você pode fazer parte dessa transformação. Aponte a câmera do seu celular para o QR Code e acompanhe o projeto e saiba como contribuir para que mais instituições conquistem o Selo Cozinha Nota Dez.

A Associação Comunitária da Vila Panorama (Ascovipa), da Lomba do Pinheiro, conquistou o Selo Ouro Cozinha Nota Dez

2011

IV Encontro de Bancos de Alimentos

O Banco de Alimentos de Porto Alegre foi o grande anfitrião do IV Encontro de Bancos de Alimentos e I Encontro Estadual de Núcleos Bancos de Alimentos, promovido pela Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul, na sede da FIERGS, no dia 17 de outubro de 2011. O evento reuniu dirigentes de Bancos de Alimentos e de Núcleos, empresários, representantes de clubes de serviço como Rotary e Lions, escoteiros, universitários e demais convidados.

A programação incluiu palestras e espaços de troca de experiências, com o objetivo de alinhar metodologias, compartilhar informações e facilitar o dia a dia das instituições que integram a rede de solidariedade.

Naquele ano, a Rede era composta por 17 Bancos de Alimentos associados, que juntos arrecadavam

e distribuíam cerca de 370 toneladas de gêneros alimentícios por mês, beneficiando 803 entidades e atendendo aproximadamente 40 mil pessoas em situação de vulnerabilidade.

Além dos Bancos, a Rede contava com 87 Núcleos Bancos de Alimentos, que desempenhavam um papel essencial: recolhiam, higienizavam e distribuíam frutas e hortaliças

recolhidas em supermercados Walmart, alimentos descartados comercialmente, mas em perfeitas condições para consumo humano.

Atualmente a Rede conta com 25 bancos de alimentos associados, abrangendo 31 cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, atendendo a cerca de 1.000 organizações sociais.

Seminário de Responsabilidade Social da AL-INVEST no México

Em outubro de 2011, o presidente do Banco de Alimentos de Porto Alegre e da Rede de Bancos de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard, representou a Confederação Nacional das Indústrias (CNI-Brasil) no Seminário Responsabilidad Social y PYMES, promovido pela AL-INVEST, no México.

A AL-INVEST é um dos maiores programas de cooperação econômica da Comissão Europeia com a América Latina, criado para apoiar a internacionalização e a competitividade das pequenas e médias empre-

sas, incentivando também iniciativas de responsabilidade social.

Na ocasião, Bernhard apresentou a experiência dos Bancos Sociais como um método eficiente de transformar o desperdício em benefício social, destacando a metodologia, as conquistas no Brasil e a possibilidade de replicação do projeto na América Latina e na União Europeia. O evento reuniu líderes e instituições para debater estratégias de responsabilidade social e fomentar parcerias internacionais.

O então presidente do Banco de Alimentos, Antonio Parissi, hoje vice-presidente, fez a abertura oficial do evento

Revista Fazer Bem: comunicação a serviço da solidariedade

No dia 17 de outubro de 2011, durante o IV Encontro da Rede de Bancos de Alimentos, foi lançada a Revista Fazer Bem, publicação que se tornaria um marco na história da solidariedade no Rio Grande do Sul. Com tiragem inicial de 3 mil exemplares, sua primeira edição logo conquistou empresários, mantenedores, parceiros, entidades beneficentes e doadores, estabelecendo um canal permanente de diálogo e inspiração.

A revista foi idealizada pelo empresário e diretor voluntário do Banco de Alimentos Adir Fração, que sempre acreditou na comunicação como uma poderosa aliada da transformação social. Visionário, Adir percebeu que registrar histórias, conquistas e desafios seria essencial não apenas para dar visibilidade ao trabalho da Rede de Bancos de Alimentos, mas também para engajar cada vez mais pessoas em torno da causa. Desde então, ele se mantém como o grande incentivador de cada edição, motivando equipes e parceiros a transformarem a revista em muito mais do que uma publicação: um instrumento de mobilização.

Ao longo de suas 14 edições, a Fazer Bem trouxe reportagens sobre o combate ao desperdício e à fome, relatos de especialistas em nutrição e responsabilidade social, além de dar visibilidade à luta dos Bancos de Alimentos associados, que hoje atendem cerca de mil entidades beneficiadas.

Agora, em sua 15ª edição, a revista assume um caráter especial: celebrar os 25 anos do Banco de Alimentos do RS - Porto Alegre. Mais do que contar uma trajetória, esta edição é um convite à reflexão sobre o poder da união e da solidariedade. E, ao mesmo tempo, é também um tributo a Adir Fração, cuja crença na força da comunicação ajudou a construir uma ponte entre a esperança e a transformação.

Bancos de Alimentos da Região do Calçado, Rio Grande e Cachoeirinha são criados

Em 2011, a Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul deu um passo importante no combate à fome e ao desperdício com a criação de três novos Bancos: Cachoeirinha, Região do Calçado (Campo Bom, Estância Velha, Novo Hamburgo e Sapiranga), e Rio Grande.

Região do Calçado

Grande

Cachoeirinha

Rio

2012

Laboratório de Análise Sensorial amplia ações de educação alimentar

Em julho de 2012, o Banco de Alimentos deu um passo decisivo para qualificar ainda mais sua atuação. Foi inaugurado o Laboratório de Análise Sensorial, espaço projetado para avaliar a qualidade dos alimentos antes de sua distribuição às instituições cadastradas. A iniciativa, que recebeu apoio da empresa Puras, garantiu maior segurança e eficiência no processo, assegurando que os produtos entregues às instituições sociais cadastradas estivessem dentro dos padrões adequados de consumo.

Além da função técnica, o laboratório assumiu outro importante papel: transformou-se também em uma Cozinha Experimental, onde a equipe de Nutrição passou a desenvolver ações de educação alimentar voltadas a crianças, adolescentes, idosos, educadores e cozinheiros das instituições atendidas. Aliando princípios da Nutrição e da Gastronomia, o espaço passou a ser um ambiente de aprendizado prático para incentivar hábitos alimentares mais saudáveis e equilibrados.

Controle de qualidade e inovação

A criação do laboratório surgiu da necessidade de estabelecer um rigoroso padrão de qualidade para os alimentos embalados com a marca própria do Banco de Alimentos. O espaço passou a realizar análises de grãos, avaliando tempo de cocção, prazo de validade e características sensoriais. Em caso de qualquer irregularidade, era possível rastrear o lote e retirá-lo de circulação. O processo incluía de-

gustações e elaboração de laudos técnicos, assegurando transparência e confiabilidade no trabalho.

Educação alimentar e oficinas culinárias

Com infraestrutura completa, o laboratório também se tornou referência em capacitação. Os projetos Oficina do Sabor, Cozinha Nota Dez e Nutrindo o Amanhã passaram a utilizar o espaço para aprimorar práticas de manipulação de alimentos, desenvolver receitas criativas e multiplicar conhecimentos

Descerramento da placa que reconhece o apoio da empresa Puras

sobre segurança alimentar, por meio de oficinas práticas.

Assim, o Laboratório de Análise Sensorial consolidou-se não apenas como um instrumento de controle de qualidade, mas como um verdadeiro centro de formação, unindo ciência, nutrição e gastronomia em prol de uma vida mais saudável para milhares de beneficiados pelas ações do Banco de Alimentos.

Hoje o Laboratório atua como Cozinha Experimental, muito usada para aulas de educação alimentar para beneficiários de projetos e colaboradores de instituições sociais atendidas

Novas parcerias fortalecem a luta contra a fome no Rio Grande do Sul

No primeiro semestre de 2012, o Banco de Alimentos de Porto Alegre e a Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul ampliaram sua atuação por meio de importantes e estratégicas parcerias com grandes redes de supermercados do Estado. O objetivo foi fortalecer a campanha Sábado Solidário — realizada uma vez por mês — e incrementar a doa-

ção de excedentes de hortifrutigranjeiros, garantindo alimento de qualidade na mesa de quem mais precisa.

A iniciativa marcou um avanço significativo no combate à fome e à insegurança alimentar. Passaram a integrar a rede de solidariedade o Atacadão, com lojas em Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Pelotas, Rio Grande, Gravataí, Porto Alegre e

Santa Maria; a Unidasul/Rissul, com unidades em Porto Alegre e Região Metropolitana; e o Asun, presente em Porto Alegre e Grande Porto Alegre.

A parceria de longa data com a Rede Carrefour também foi mantida, envolvendo suas lojas em Porto Alegre, Caxias do Sul e Canoas.

Essas alianças ampliaram a capacidade de arrecadação e distribuição de alimentos.

Importantes parceiros no Sábado Solidário

Ao longo do tempo, mais supermercados abriram as portas da solidariedade. Hoje são:

• Asun

• Brunetto

• Carrefour

• Center Shop

• Desco

• Rissul

• Super Cruzeiro

• Unisuper

• Zaffari

Maria Elena Johannpeter é homenageada por sua trajetória no voluntariado

Em dezembro de 2012, a então presidente do Conselho de Administração da ONG Parceiros Voluntários, Maria Elena Johannpeter, foi homenageada pelo Banco de Alimentos e pelos Bancos Sociais. O reconhecimento destacou sua dedicação ao trabalho voluntário e ao fortalecimento de causas sociais.

Naquele ano, Maria Elena completava 15 anos à frente da Parceiros Voluntários, organização que liderou até 2020, totalizando 23 anos de atuação. Ela também foi lembrada pelo apoio essencial à criação do Banco de Alimentos, em 2000, sendo a ONG uma das entidades instituidoras da iniciativa.

2013

Vida ativa e saudável em todas as idades

Projeto Passos da Longevidade estimula saúde integral e autonomia de idosos

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e cresce em ritmo acelerado. No Brasil, projeções do IBGE indicam que, em 2060, 25,5% da população terá 65 anos ou mais, totalizando cerca de 58,2 milhões de pessoas. O Rio Grande do Sul está entre os estados com maior concentração de idosos, e Porto Alegre lidera como capital com maior percentual, 15,04% da população, segundo o Censo 2010. Atento a esse cenário, o Banco de Alimentos criou, em 2013, o Projeto Passos da Longevidade, com o objetivo de promover saúde integral, prevenir doenças e fortalecer o bem-estar físico e emocional de pessoas idosas.

Atualmente na quarta edição, o projeto atua de forma interdisciplinar, integrando Nutrição, Psicologia e Serviço Social, em instituições parceiras atendidas pelo Banco. O trabalho começa a partir de avaliações de saúde dos participantes e da observação dos profissionais sobre os principais aspectos e doenças relacionadas ao envelhecimento. Na psicoeducação, são abordados sentimentos, conflitos pessoais e familiares, perdas, luto e estímulo à memória e concentração. A educação alimentar e nutricional promove hábitos alimentares saudáveis, equilibrados e diversificados, prevenindo doenças crônicas e perda de memória. A assistência social refor-

Beneficiária é acolhida em conversa com a psicóloga Ana Paula Matos, responsável por ações de promoção da saúde mental, voltadas ao autoconhecimento e equilíbrio emocional

ça direitos, incentiva a socialização, fortalece a comunicação e promove a integração comunitária.

O projeto utiliza avaliações técnicas, como o Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional (IVCF20), a Mini Avaliação Nutricional (MAN) e levantamento sociodemográfico, garantindo que as ações sejam direcionadas às necessidades reais dos grupos. Os encontros permitem que demandas espontâneas sejam trabalhadas de forma temática, sempre voltadas à nutrição, saúde emocional e socialização.

Desde sua criação, o Passos da Longevidade atendeu 66 grupos de idosos, totalizando 1.764 participantes, com apoio de 201 profissionais, acadêmicos e voluntários, incluindo 121 estagiários que adquiriram experiência prática em saúde da pessoa idosa.

Com equipe multidisciplinar, projeto executa diferentes atividades para promover saúde integral

Transformações concretas: do conhecimento à autonomia

Os resultados do projeto demonstram transformações concretas. Inicialmente, muitos idosos apresentavam altos índices de excesso de peso (40% a 57%), baixo consumo de cálcio e limitações funcionais. Com o acompanhamento interdisciplinar, houve:

• Aumento do conhecimento sobre doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, após seis meses de acompanhamento.

• Percepção positiva de autonomia e autocuidado, fortalecendo a independência.

• Melhora na socialização e autoestima, com maior engajamento nas atividades.

• Estudos associados apontaram que idosos institucionalizados com sintomas depressivos ou ansiosos tinham maior risco de desnutrição, reforçando a importância do acompanhamento integrado de saúde, nutrição e assistência social.

Integração entre áreas amplia impacto

O diferencial do Passos da Longevidade está na interdisciplinaridade. Com atividades que podem ser isoladas ou interdisciplinares, sempre valorizando a ludicidade como recurso pedagógico, fortalecendo vínculos e engajamento.

• Nutrição: educação alimentar voltada à prevenção de doenças crônicas e perda de memória.

• Psicologia: apoio em luto, conflitos familiares e estímulo à memória e concentração.

• Serviço Social: orientação sobre direitos, incentivo à socialização e integração comunitária.

Reconhecimento

O projeto Passos da Longevidade conquistou reconhecimentos e prêmios nacionais:

• 2017: Boas Práticas em Saúde da Pessoa Idosa, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Com compromisso e sensibilidade, a assistente social

Leise Salazar identifica necessidades e transforma ações em cuidado. Neste dia, mais uma entrega de alimentos para fortalecer quem mais precisa

Alvorada

No dia 14 de novembro, foi inaugurado o Banco de Alimentos de Alvorada

Coordenadora do projeto, nutricionista Adriana Lockmann, mede circunferência de perna de beneficiária, para avaliar saúde muscular

• 2018: Top Cidadania – Qualidade de Vida, pela Associação Brasileira de Recursos Humanos, Seccional RS (ABRH-RS).

• 2024: Concurso de Melhores Projetos do Fórum CCNTs, pelo Fórum das Condições Crônicas Não-Transmissíveis (CCNTs).

Como conhecer e contribuir

O Passos da Longevidade não transforma vidas apenas com ações diretas: ele convida a sociedade a fazer parte da mudança. Para conhecer mais sobre o projeto, acompanhar os resultados e apoiar as iniciativas que promovem saúde, autonomia e qualidade de vida dos idosos, aponte a câmera do celular para o QR Code.

2014

Educação que transforma paladares e vidas

Com oficinas educativas de culinária saudável e horta sensorial, projeto Oficina do Sabor promove saúde

Sabores que educam, transformam e cuidam da saúde. Assim pode ser definido o Oficina do Sabor, projeto do Banco de Alimentos do RS que nasceu em 2014 e já impactou milhares de crianças, adolescentes e idosos com oficinas culinárias, horta sensorial e ações de educação nutricional. A iniciativa conquistou resultados expressivos, como a redução de obesidade e baixo peso, a melhoria dos hábitos alimentares de mais de 90% dos participantes e o efeito multiplicador nas famílias, consolidando-se como referência em promover autonomia, qualidade de vida e prevenção de doenças por meio da alimentação saudável.

O projeto Oficina do Sabor se consolidou como uma importante iniciativa de educação alimentar e nutricional. Nascido a partir de demandas percebidas no projeto Nutrindo o Amanhã, o Oficina do Sabor foi idealizado para ir além da doação de alimentos, utilizando a culinária como eixo pedagógico.

O objetivo é estimular escolhas alimentares adequadas e sustentáveis, prevenindo doenças relacionadas à má nutrição, como obesidade, anemia e diabetes. Entre idosos, o trabalho tem foco adicional: prevenir agravos do envelhecimento, como sarcopenia, demência, hipertensão e Parkinson, estimulando cognição, motricidade e qualidade de vida.

Na prática

O projeto é executado por meio de oficinas culinárias com receitas saudáveis práticas e acessíveis, realizadas no Laboratório de Análises Sensoriais e acompanhadas de avaliações nutricionais e por atividades na horta urbana sensorial, unindo conhecimentos sobre plantio e cultivo de alimentos naturais. A proposta é capacitar para o cultivo de hortas em pequenos espaços ou vasos, com módulos que ensinam o plantio de chás e temperos.

As ações contam com o apoio de nutricionistas, voluntários e instituições parceiras, como o Instituto Senai de Alimentos e Bebidas, que oferece cursos com certificação. Com formatos variados, a iniciativa já ocorreu de forma presencial, virtual (durante a pandemia de 2020), itinerante (nas enchentes de 2024) e, desde 2025, com a implantação de uma horta sensorial e cozinha pedagógica, ampliou ainda mais seu alcance educativo.

Resultados que mudam vidas

Os impactos são comprovados. Entre os idosos, o índice de baixo peso caiu de 12% em 2017 para 8% em 2019, enquanto a obesidade reduziu de 50% para 44% no mesmo período. Pesquisas realizadas com os participantes apontam que 92% melhoraram seus hábitos alimentares e 91% passaram a reproduzir em casa as receitas aprendidas, gerando um efeito multiplicador nas famílias –68% relataram mudanças positivas também na alimentação do lar.

Ao todo, 3.236 idosos de 22 grupos de convivência já participaram do projeto desde 2017. Além disso, o Oficina do Sabor também foi espaço de formação para 78 estagiários de Nutrição e Gastronomia, que vivenciaram na prática o im-

pacto social da educação alimentar. O sucesso do projeto foi reconhecido publicamente, rendendo prêmios como o Top Cidadania da

ABRH-RS em 2019, além da publicação de artigo científico e da produção de materiais educativos – livros, cartilhas, e-books e vídeos.

Doe sem custo adicional e transforme vidas

O Oficina do Sabor é viabilizado por meio de recursos incentivados via Fundo do Idoso, com gestão do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso (Comui). Por meio de parte do Imposto de Renda devido, pessoas físicas e empresas podem direcionar recursos ao projeto, sem gerar nenhuma despesa extra.

Cada doação fortalece a continuidade de iniciativas que transformam a alimentação em ferramenta de saúde, autonomia e bem-estar. Um ato de solidariedade que alimenta corpo, mente e esperança.

Doe. Apoie essa iniciativa.

Aponte a câmera para o QR Code para saber mais sobre esse projeto e como doar.

projetooficinadosabor

Coordenadora do projeto, nutricionista Nathalia Perazzo

Parceria com Grupo RBS: O programa especial que deu origem ao Natal do Bem

A história do Natal do Bem, uma das campanhas mais emblemáticas do Rio Grande do Sul, tem como ponto de partida um gesto de parceria e solidariedade que merece ser celebrado com profunda gratidão. Foi em 20 de dezembro de 2014, durante o “Sábado Especial de Natal” promovido pela RBS TV, que Banco de Alimentos e Grupo RBS se encontraram em uma ação histórica. Ali, em plena Praça da Alfândega, no coração de Porto Alegre, diante de milhares de gaúchos e com transmissão ao vivo do Jornal do Almoço, a semente de uma campanha que mudaria a vida de milhões de pessoas começou a ser plantada, com a arrecadação de alimentos a quem mais necessita de ajuda: o Natal do Bem, implantado a partir de 2015. O evento reuniu comunicadores da emissora, shows, entrevistas e muita interação com o público. O Sábado

Especial de Natal começou já nas primeiras horas de programação. Desde 9h, todos os programas da emissora tiveram esse tema como pauta: Vida e Saúde, Anonymus Gourmet, RBS Esporte, Patrola, Jornal do Almoço e Globo Esporte RS incentivaram a solidariedade gaúcha.

Foram 4h de programação, com a participação de todos os comunicadores da RBS TV e a equipe do Banco de Alimentos esteve presente na transmissão ao vivo, com caminhão estacionado no local para receber as doações que chegavam. Leia mais na página 84.

Equipe do Banco de Alimentos esteve presente na transmissão ao vivo, com caminhão estacionado na Praça da Alfândega, para receber as doações
O programa Anonymos Gourmet, que era transmitido pela RBS TV, foi gravado na sede do Banco de Alimentos, com os apresentadores José Antonio Pinheiro Machado e Miguel Angelo Lutz de Castro, o Alarico. Crianças da entidade Acompar 2 também participaram.
Foram 4h de programação, com a participação de todos os comunicadores da RBS TV

O então coordenador do Conselho de Cidadania da FIERGS, Jorge Buneder, presidente do Conselho de Administração do Banco de Alimentos, agradece aos convidados por todo apoio no combate à fome

Lembrar, refletir e transformar:

15 anos de combate à fome

15º aniversário do Banco de Alimentos é lembrado com jantar beneficente

Em um mundo ideal, o Banco de Alimentos não existiria. Afinal, a sua razão de ser é justamente combater um problema que não deveria persistir: a fome. Mas, enquanto ela ainda faz parte da realidade de milhões de brasileiros, cada gesto de solidariedade merece ser lembrado e ser modelo inspirador. Foi com esse espírito que, no dia 10 de novembro de 2015, a Associação Leopoldina Juvenil — uma das instituidoras do Banco — recebeu o jantar beneficente que marcou os 15 anos de atuação do primeiro Banco de Alimentos criado no Brasil.

Naquele ano, a instituição ultrapassava a marca histórica de 30 milhões de quilos de alimentos doados, resultado de uma trajetória construída com a força de empresas, entidades, voluntários e doadores. O encontro reuniu fundadores, mantenedores, parceiros e colaboradores em um momento de confraterni-

zação e, sobretudo, de reafirmação do compromisso coletivo de seguir combatendo a fome.

Durante o evento, o então coordenador do Conselho de Cidadania da FIERGS, Jorge Luiz Buneder, ressaltou a relevância do tra-

balho realizado. “Relembramos 15 anos com justo motivo de orgulho, que a partir desta inédita metodologia social alicerçada em gestão empresarial, conseguimos estabelecer uma inigualável união de esforços, pela qual todos se deram as mãos

Paulo Renê Bernhard e Jorge Buneder

para combater o maior flagelo da humanidade: a fome”, destacou.

O jantar também foi palco de um anúncio histórico: Internacional e Grêmio lançaram o Gre-Nal da Solidariedade – realizado poucos dias depois – colocando a marca do Banco de Alimentos nas camisas dos dois clubes.

Leilão beneficente transforma arte em alimento

A solidariedade também ganhou forma nas telas do artista argentino Gauna Acuña, que doou duas obras especialmente para apoiar o Banco de Alimentos. Uma delas foi leiloada durante o jantar beneficente e arrematada pelo advogado Dr. Gustavo Martinelli, do escritório Martinelli Advogados, que doou a obra ao Banco de Alimentos. O leilão foi conduzido de forma solidária pelo leiloeiro Fábio Crespo, da Parceria Leilões.

Outra pintura foi leiloada dias antes, em 7 de novembro, na Expointer. A iniciativa contou com o apoio da Associação Vaquero. Mais do que arte, cada lance foi um investimento em vidas, mostrando que cultura e solidariedade podem caminhar lado a lado para transformar realidades.

Convidados que ajudaram a construir uma história de solidariedade

O jantar dos 15 anos reuniu personalidades e instituições que estiveram ao lado do Banco de Alimentos desde seus primeiros passos. Cada nome e cada instituição representavam um elo da corrente que, há 15 anos, ajudava a transformar solidariedade em alimento na mesa de quem mais precisa.

Entre eles, o diretor voluntário Adir Fração, presidente do SETCERGS em 2000, que garantiu apoio imediato ao planejamento logístico; a empresária Lucila Osório, que cedeu por um tempo o pa -

vilhão que até hoje abriga as atividades do Banco.

A Unisinos esteve representada pela Dra. Denise Ziegler, com apoio do reitor Marcelo Fernandes de Aquino e do vice-reitor José Ivo Follmann, fortaleceu a segurança alimentar.

Também participaram os empresários Francisco Oderich e Hermes Gazzola, fundamentais na criação do Banco de Refeições Coletivas, responsável por intermediar a doa-

ção de milhares de refeições por empresas parceiras.

O evento contou, ainda, com a presença de representantes de entidades como a Fundação de Rotarianos de Porto Alegre, Lions Clube, ADCE, AGAS, Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, GBOEX, SODEXO, SIAB-RS, SINDUSCON-RS, SIMERS, Parceiros Voluntários, SESI, SESC, UniRitter, Refinaria de Petróleo Riograndense e Bancos de Alimentos da Rede do RS.

Artista Gauna Acuña doou duas obras de arte para apoiar o Banco de Alimentos e no leilão beneficente, Dr. Gustavo Martinelli, da Martinelli Advogados, arrematou e doou a obra ao Banco
Jantar beneficente foi marcado por muita emoção
FOTOS: DUDU LEAL

Protagonismo na mudança da lei que ampliou possibilidade real de combate ao desperdício de alimentos no Brasil

Mobilização iniciada em 2016 garantiu segurança jurídica para doadores e fortaleceu combate à

O Banco de Alimentos teve papel decisivo em uma conquista histórica para o combate à fome no país: a aprovação da Lei Federal 14.016, de 23 de junho de 2020, que regulamentou a doação de excedentes de alimentos próprios para consumo. A legislação trouxe segurança jurídica para empresas e instituições doadoras, permitindo que toneladas de alimentos que seriam descartados possam chegar à mesa de pessoas em situação de vulnerabilidade.

A luta foi intensificada em 2016, com uma mobilização nacional pela criação de um marco legal de proteção aos doadores. Banco de Alimentos e Bancos Sociais participaram de audiências públicas e reuniões para idealização de projeto de lei que normatize o aproveitamento de alimento elaborado e não consumido nas empresas, para doação a organizações do terceiro setor.

No dia 1º de abril daquele ano, a então senadora Ana Amélia Lemos, à frente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, conheceu a metodologia e os resultados do Banco de Alimentos. Poucos dias depois, foi a vez do senador Hélio José (PMDB/DF) visitar o Banco de Alimentos e os demais Bancos Sociais da FIERGS, acompanhado de comitiva. O objetivo era conhecer de perto iniciativas que transformavam desperdício em benefício social. O debate ganhou força também com a

fome

participação do senador Lasier Martins, então relator da CRA.

A metodologia desenvolvida no Rio Grande do Sul também chamou a atenção do então secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Caio Tibério Dornelles da Rocha, que visitou as instalações do Banco de Alimentos e dos Bancos Sociais em outubro.

Marco legal

Ainda em 2016, Paulo Renê Bernhard, presidente do Banco, participou de Audiência Pública no Senado, defendendo que o doador de alimentos não fosse responsabilizado civil ou penalmente por eventuais danos, desde que não houvesse dolo ou negligência. Essa era a

chave para destravar o potencial de doações no país.

O esforço, liderado pelo Banco de Alimentos do RS, consolidou-se ao longo dos anos e se transformou em vitória em 2020, quando nova legislação foi sancionada.

Com a Lei Federal 14.016/2020, passou a ser legalmente possível doar alimentos excedentes das cubas de refeições coletivas próprios para consumo. Mais do que um marco legal, a conquista de 2020 representou um passo decisivo na luta contra a fome e o desperdício. Essa lei foi revogada pela Lei nº 15.224, de 30 de setembro de 2025, que instituiu a Política Nacional de Combate à Perda e ao Desperdício de Alimentos (PNCPDA). Leia mais na página 78.

Presidente do Banco, Paulo Renê, participou de audiência pública no Senado, ao lado da então senadora Ana Amélia Lemos

Banco de Alimentos leva expertise ao Pacto Global da ONU

Em 2016, o presidente do Banco de Alimentos do RS - Porto Alegre e da Rede de Bancos de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard, passou a representar o Conselho de Cidadania da FIERGS no Grupo de Trabalho de Alimentos e Agricultura da CNI, que participa das reuniões do Pacto Global da ONU, em São Paulo. No ano seguinte, em 3 de agosto de 2017, Bernhard apresentou aos conselheiros do Grupo de Trabalho as iniciativas dos Bancos Sociais da FIERGS e da Rede de Bancos de Alimentos, que passaram a contribuir com sua experiência para o desenvolvimento e implantação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil. O encontro contou também com a presença de

Álvaro Luiz Dilli Gonçalves, diretor do Grupo SLC Alimentos.

Lançado em 2000, o Pacto Global é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, reunindo mais de 25 mil empresas e organizações em mais de 67 redes

locais. Seus participantes assumem o compromisso de alinhar práticas empresariais aos princípios da ONU e colaborar para o cumprimento da Agenda 2030, que reúne os 17 ODS voltados à construção de um futuro mais justo e sustentável.

Apoio à campanha da FAO

O Banco de Alimentos, parceiro da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), aderiu à campanha “Ano Internacional das Leguminosas (AIL 2016)”, promovida pela entidade em 2016.

Com o objetivo de valorizar o consumo desse grupo de alimentos, o Banco de Alimentos promoveu ações de conscientização em diferentes espaços, entre elas oficinas de educação alimentar em escolas de educação infantil e palestras sobre alimentação saudável, destacando a importância nutricional das leguminosas e da tradicional combinação arroz com feijão.

Participação na Semana da Alimentação do RS, com atividade especial no Parque Farroupilha, foi uma das atividades da programação.

Paulo Renê e o diretor da SLC, Álvaro Luiz Dilli, palestraram na reunião da ONU

Voluntárias Pela Vida visitam Banco de Alimentos

O grupo Voluntárias Pela Vida, formado por 13 mulheres da sociedade porto-alegrense construiu uma sólida trajetória de solidariedade no Rio Grande do Sul. Em junho de 2016, três representantes do grupo, Karla Johannpeter, Nora Teixeira e Scheila Vontobel, estiveram no Banco de Alimentos para conhecer de perto o trabalho desenvolvido pela instituição.

Criado com o propósito de promover ações sociais em prol da comunidade, o coletivo foi responsável por impulsionar importantes iniciativas em Porto Alegre. Entre elas, destaca-se a inauguração da Casa de Apoio Madre Ana, espaço que oferece acolhimento a pacientes pediátricos e adultos em tratamento contra o câncer, transplantados e pessoas com doenças cardíacas, além de seus acompanhantes vindos do interior e de outros estados para atendimento na Santa Casa de Misericórdia.

As voluntárias também tiveram participação decisiva em reformas estruturais no Hospital São José, com

a modernização das salas de cirurgia e da UTI neurológica. Sua atuação foi igualmente fundamental para a concretização de um dos maiores projetos do complexo hospitalar: o

Hospital Nora Teixeira, instituição de referência em tecnologia de ponta, cujo nome homenageia a voluntária e principal doadora, eternizando sua contribuição à saúde gaúcha.

Debate com Federações de Indústrias para replicabilidade da metodologia

O sucesso da metodologia aplicada pelo Banco de Alimentos e Bancos Sociais inspirou outras regiões do país. O know-how gaúcho tornou-se referência nacional e em 2016 foi tema de palestras, encontros técnicos e reuniões com representantes de Federações de Indústrias em diferentes estados, entre eles Ceará, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Posteriormente outras Federações também promoveram o debate, como Bahia, Goiás, Santa Catarina, Paraná e Pará.

O objetivo dessas iniciativas era multiplicar o modelo na adoção de práticas eficazes de arrecadação, gestão e distribuição de alimentos.

Reunião com Federação do Ceará: Kassandra Morais, Juliana Guimarães, Wania Dummar, Paulo Renê, César Ribeiro, Erick Picanço e Paulo André Holanda
Karla Johannpeter, Nora Teixeira e Scheila Vontobel conheceram pessoalmente o trabalho do Banco de Alimentos

2017

Portal Doe Alimentos facilita doações e amplia combate à fome

Em apenas alguns cliques, a solidariedade pode virar alimento na mesa de quem mais precisa. Foi com essa proposta que a Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul lançou em 2017 o portal Doe Alimentos (www.doealimentos. com.br), inovando mais uma vez na sua tecnologia social com uma ferramenta prática, segura e acessível para quem deseja contribuir com o combate à fome.

O portal se tornou um canal essencial para aproximar doadores à causa, permitindo que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, possa participar da iniciativa com poucos cliques. O sistema intuitivo e lúdico facilita a experiência do usuário e fortalece o engajamento da sociedade.

A praticidade é um dos principais diferenciais: as doações podem ser feitas por meio de computador, smartphone ou tablet, com opções de pagamento que incluem cartão de crédito, débito, boleto e PagSeguro. Essa versatilidade garante rapidez e segurança no processo, além de ampliar as possibilidades de participação.

Pandemia

Em 2020, a pandemia do Coronavírus trouxe um desafio sem precedentes à Rede de Bancos de Alimentos. Com o isolamento social, milhares de famílias perderam emprego e renda, aumentando a demanda por alimentos e itens de higiene em mais de 1.000 entidades sociais atendidas no Estado.

Acostumada a mobilizar doações presenciais, como nos Sábados

Solidários, a Rede precisou se reinventar: nasceu então a campanha “Doe sem sair de casa”, por meio do site Doe Alimentos, que se tornou ferramenta essencial para manter os estoques e garantir a solidariedade mesmo em meio ao distanciamento.

Graças a essa mobilização, foram arrecadados e distribuídos milhões de quilos de alimentos durante o período mais crítico da pandemia. Leia mais na página 63.

O Banco de Alimentos de Santa Maria foi inaugurado em 30 de novembro de 2017.
Santa Maria

Inovando para Alimentar Vidas: Dia Mundial da Propriedade Intelectual

O presidente da Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul, Paulo Renê Bernhard, apresentou o case “Inovando para Alimentar Vidas” em evento alusivo ao Dia Mundial da Propriedade Intelectual, realizado em 26 de abril de 2017, na sede da Associação Comercial de Porto Alegre.

Na palestra, Bernhard apresentou a trajetória do Banco de Alimentos, criado em 2000, e a expansão de sua metodologia para todo o Estado com a formação da Rede de Bancos de Alimentos do RS. Ele ressaltou a importância da proteção da marca desde a fundação da instituição.

Bernhard também destacou a contribuição de Paulo Afonso Pereira — à época presidente da Associação Comercial de Porto Alegre,

fundador do escritório Paulo Afonso Pereira Propriedade Intelectual e ex-presidente do INPI. Pereira participou da criação do Banco de Alimentos, garantindo a proteção da marca desde o início. Até hoje, as marcas da Rede de Bancos de

Alimentos e dos Bancos Sociais seguem protegidas e monitoradas gratuitamente pelo escritório.

Cases no I Congresso Nacional do Ministério Público de Fundações e

O I Congresso Nacional do Ministério Público de Fundações e do Terceiro Setor, realizado nos dias 9 e 10 de novembro de 2017, na sede do Ministério Público do Rio Grande do Sul, teve como destaque a apresentação do case do Banco de Alimentos e dos Bancos Sociais da FIERGS. O evento reuniu renoma-

do Terceiro Setor

dos palestrantes nacionais e proporcionou espaço para debates sobre a atuação e os desafios do Terceiro Setor.

Na abertura, o procurador de Fundações, Keller Dornelles Clós, ressaltou que, diante da expansão e relevância do setor, o Ministério Público gaúcho identificou a neces-

sidade de promover um encontro para nivelar conhecimentos e dar visibilidade ao trabalho de instituições de referência. Clós destacou ainda que o Terceiro Setor vem ampliando sua capacidade de gerar empregos e desenvolver atividades de interesse social, suprindo lacunas não atendidas pelo Estado.

Paulo Renê e Paulo Afonso Pereira, fundador do escritório homônimo especializado em proteção de marcas - INPI

Banco de Alimentos compartilha conhecimento e mobiliza empresas no combate ao desperdício e à fome

Ao longo de sua trajetória, o Banco de Alimentos tem atuado lado a lado com a sociedade civil e o setor empresarial para multiplicar conhecimento e fortalecer práticas sustentáveis em toda a cadeia alimentar. Por meio de oficinas, palestras e capacitações, a instituição leva sua expertise a colaboradores de diferentes empresas, orientando sobre temas como o combate ao desperdício, o aproveitamento integral dos alimentos e a promoção da segurança alimentar.

Em uma dessas iniciativas, em 2018 as nutricionistas do Banco de Alimentos capacitaram equipes de supermercados, como o Walmart, para reduzir perdas e otimizar o uso dos alimentos. As atividades reforçaram a importância de cada etapa — do armazenamento adequado ao reaproveitamento responsável — e destacaram o papel essencial das empresas na construção de uma cadeia produtiva mais eficiente, humana e solidária.

O desperdício de alimentos é um dos grandes desafios globais. Segundo a ONU, cerca de um terço de toda a comida produzida no mundo é perdida ou desperdiçada todos os anos, enquanto milhões de pessoas ainda enfrentam a fome diariamente. Nesse contexto, o Banco de Alimentos atua não apenas na doação

Um dos objetivos é compartilhar conhecimentos, seguindo conceitos ESG

de alimentos, mas também na educação e conscientização — pilares fundamentais para uma mudança estrutural. Ao compartilhar conhecimento com empresas, a instituição estimula a adoção dos princípios ESG (ambiental, social e de governança), incentivando práticas que reduzem impactos ambientais, promovem responsabilidade social e fortalecem a ética corporativa.

Ao engajar o setor privado nesse movimento, o Banco de Alimentos mostra que combater o desperdício é também uma forma de combater a fome. Cada alimento aproveitado representa menos impacto ambiental, mais eficiência nos processos e, sobretudo, mais dignidade para quem precisa. É assim que a responsabilidade compartilhada se transforma em impacto social real e duradouro.

Profissionais do Banco de Alimentos atuam na capacitação de parceiros para reduzir perdas e desperdícios. Na foto, instalações do Walmart

Independência e qualidade de vida na terceira idade

Com exercícios, alimentação adequada e oficinas de saúde, projeto Funcionalidade para Idosos reduz fragilidade, melhora a nutrição e resgata a autonomia

Criado para responder a uma fragilidade crescente percebida entre idosos atendidos pelo Banco de Alimentos, o projeto Funcionalidade para Idosos, que está na sua terceira edição, já transformou a vida de dezenas de participantes: reduziu em mais de 80% o risco nutricional, fortaleceu músculos e devolveu autonomia para homens e mulheres acima dos 60 anos.

O projeto iniciou suas atividades em outubro de 2019 a partir do olhar atento da equipe do projeto Passos da Longevidade, que constatou que a fragilidade física e nutricional estava diminuindo a capacidade funcional dos idosos, comprometendo autonomia, independência e

qualidade de vida. A partir dessa necessidade, a equipe estruturou uma ação específica, voltada à prevenção de doenças e à promoção de integração social e bem-estar.

Na prática

O Funcionalidade para Idosos combina exercícios terapêuticos em grupos de 10 a 12 pessoas, realizados duas vezes por semana na sede do Banco de Alimentos – cujo transporte é cedido pelo projeto Oficina do Sabor. São realizadas, ainda oficinas educativas sobre saúde e fornecimento mensal de kits ricos em proteína de alto valor biológico. O protocolo multicomponente de exercícios trabalha força, fortalecen-

Jogos de memória integram atividades do projeto para estimular funções cognitivas. Na foto, ao centro, a coordenadora do projeto, nutricionista Keyla Domingues

do a musculatura para prevenir as quedas e evitar a sarcopenia - caracterizada pela redução da massa e da força muscular. Testes mostraram que os participantes do projeto tiveram ganho em força, equilíbrio, flexibilidade e agilidade. O projeto já impactou cerca de 40 participantes em duas edições e atende mais de 60 idosos na atual fase. Ao promover envelhecimento ativo e saudável, o projeto cumpre o compromisso institucional do Banco de Alimentos de ir além da doação de cestas básicas. Oferece alimentos, mas também oportuni-

dades de bem-estar e inclusão social, consolidando-se como referência acadêmica e social — despertando o interesse de alunos de graduação, mestrado e doutorado. Além dos beneficiários diretos, o projeto também contribui para a formação de profissionais: já contou com a participação de 15 estagiários, que acompanham, pesquisam e vivenciam na prática a relação entre saúde, nutrição e envelhecimento ativo.

O projeto recebeu o prêmio Top Ser Humano e Cidadania 2024, oferecido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos, Seccional Rio Grande do Sul (ABRH-RS), com o case “Exercícios terapêuticos e acompanhamento nutricional de idosos”, realizado em parceria com a Unisinos.

Resultados evidenciam relevância do projeto

O Projeto Funcionalidade para Idosos tem mostrado resultados expressivos na saúde e autonomia dos participantes, comprovando sua importância como iniciativa de impacto social. Entre as principais conquistas alcançadas, destacam-se:

• Risco nutricional: caiu de 58,8% no início para apenas 11,7% ao final, isento de desnutrição.

• Massa muscular: a circunferência média da panturrilha subiu de 32 cm para 36,5 cm.

• Risco de sarcopenia (perda de massa muscular, força e desempenho físico): a prevalência caiu de 24,2% para 9,1%.

Transforme imposto em envelhecimento saudável

O Projeto Funcionalidade para Idosos é executado com recursos incentivados via Fundo do Idoso e, a cada edição permanece em captação de recursos por até dois anos. Isso significa que empresas e pessoas físicas podem direcionar parte do Imposto de Renda devido para transformar vidas, sem custo adicional.

Doe. Apoie. Participe

Contribua para um envelhecimento mais digno e saudável! Aponte a câmera para o QR Code e saiba mais sobre o projeto e como doar.

projetofuncionalidade

Exercícios fortalecem musculatura, para prevenir quedas e evitar sarcopenia

2019

Primeira-dama de Goiás visita o Banco de Alimentos

Em 2019, o Banco de Alimentos e os demais Bancos Sociais da FIERGS receberam a visita de Maria das Graças Landim Carvalho Caiado, primeira-dama do Estado de Goiás, acompanhada de uma comitiva atuante no Terceiro Setor.

Os visitantes foram recepcionados pelo presidente do Banco de Alimentos, Paulo Renê Bernhard, diretores e equipe, e durante a visita conheceram de perto as principais atividades desenvolvidas pelos Bancos Sociais.

Conhecida como Gracinha Caiado, a primeira-dama é coordenadora do programa Goiás Social e presidente de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), entidade sem fins lucrativos que promove a cidadania por meio de programas sociais, beneficiando diversos segmentos da população em situação de vulnerabilidade nos 246 municípios goianos.

Pandemia da Covid 19: O maior desafio da história do Banco de Alimentos

O ano de 2020 marcou os 20 anos do Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul – Porto Alegre e trouxe também o maior desafio de sua trajetória: enfrentar a pandemia do coronavírus, com a implementação da Operação SOS Covid-19.

A tragédia sanitária trouxe consigo uma grave crise social. Já em 2020, a ONU alertava que o mundo viveria, em 2021, a maior crise humanitária desde a Segunda Guerra, com 235 milhões de pessoas em vulnerabilidade. No Brasil, segundo o IBGE, 10 milhões de pessoas estavam sem acesso à alimentação básica.

No Rio Grande do Sul, o Banco de Alimentos, acostumado a agir em desastres como enchentes e secas, percebeu, em meados de março, quando foi decretado o lockdown, que seria preciso en -

frentar um implacável inimigo invisível. O distanciamento social, o fechamento de serviços e a retração econômica ampliaram o desemprego e empurraram famílias para a extrema pobreza.

A reação do Banco de Alimentos foi imediata. Estrutura, metodologia e credibilidade sustentaram a mobilização, e a sociedade respondeu ao chamado da solidariedade. Seguindo protocolos de segurança, a equipe trabalhou incansavelmente. O resultado: somente em 2020, o Banco distribuiu quase 4 milhões de quilos de alimentos, beneficiando cerca de 1 milhão de pessoas.

Os 20 anos do Banco de Alimentos foram marcados em meio à maior crise mundial do século, reafirmando sua missão: transformar solidariedade em esperança.

Gracinha Caiado declarou ter ficado impressionada com os projetos de todos Bancos Sociais

Durante a pandemia, as doações não apenas se mantiveram, mas se intensificaram, acompanhando o esforço das organizações sociais atendidas pelo Banco de Alimentos, que ampliaram seu apoio às famílias em vulnerabilidade diante do desemprego e da redução de renda — era preciso estender a mão a quem mais precisava.

Abraços distantes, corações próximos

Diante do aumento expressivo nos pedidos de ajuda ao Banco de Alimentos, a solidariedade falou mais alto. Doadores e voluntários se mobilizaram para atender às famílias em situação de vulnerabilidade, demonstrando que empatia e generosidade fazem a diferença.

Representantes do Rotary, Lions, grupos de escoteiros, estudantes, além do apoio do Exército e das polícias Militar e Civil, dedicaram tempo e esforço para garantir que o alimento chegasse a quem mais precisava.

O Banco de Alimentos expressa profunda gratidão a todos que se uniram a esta causa. Cada gesto de colaboração reforça que, quando a comunidade se mobiliza, ninguém fica para trás.

Assim como os doadores, os voluntários foram fundamentais para fazer chegar alimentos a quem mais precisava de ajuda

Criatividade alimentou a solidariedade

Foi preciso muita criatividade para ampliar o número de arrecadações, enquanto havia orientações para que todos ficassem em casa ao mesmo tempo que muitas famílias necessitavam de ajuda. Empresas, organizações e entidades se reinventaram para garantir que alimentos e recursos chegassem às famílias em situação de vulnerabilidade.

O Instituto Stop Hunger, da Sodexo, por exemplo, distribuiu mais de 4 mil cartões alimentação, permitindo que os beneficiários escolhessem onde comprar e, ao mesmo tempo, movimentando o comércio local. A UnidaSul, administradora dos supermercados Rissul, lançou a campanha “Selfie do Bem”, que converteu selfies enviadas por clientes em doações financeiras para compra de alimentos. Já o Grupo Cortel promoveu o Drive-thru Solidário em Porto Alegre e Região Metropolitana, facilitando a entrega de donativos de forma segura.

A tecnologia foi grande aliada. Pelo site Vakinha, dois Grenais dos Alimentos mobilizaram torcedores, e a empresa Saque e Pague permi-

Cartões alimentação garantiram que beneficiários escolhessem suas compras e também aquecessem a economia local

tiu doações ao Banco de Alimentos diretamente nos terminais de autoatendimento.

A cultura também teve papel importante. O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) promoveu lives, shows e oficinas para engajar tradicionalistas e artistas de

diferentes estilos e companhias teatrais incentivaram doações via Doe Alimentos. O Festival do Japão migrou para o ambiente online para manter o espírito solidário. Mesmo os meios tradicionais de arrecadação continuaram fortes mostrando que o essencial foi unir forças.

Tecnologia social impulsiona solidariedade

O site Doe Alimentos continua ativo.

E sua ajuda continua essencial.

A tecnologia social se mostrou ainda mais eficaz e essencial para manter o apoio a quem mais precisava. Com o distanciamento social, artistas promoveram lives e shows solidários, incentivando doações, enquanto a imprensa reforçava a importância de ajudar.

Leve esperança e amor para quem mais precisa

Sob o slogan “Doe sem sair de casa”, o site Doe Alimentos se destacou ao facilitar doações online, garantindo que 100% dos recursos fossem destinados à compra de alimentos para instituições sociais, estendendo também às famílias atendidas pelas entidades parceiras.

A tecnologia também manteve a conexão com os beneficiários dos projetos. A equipe de Nutrição e Saúde enviou orientações por WhatsApp, especialmente para idosos, sobre segurança física e alimentar, com vídeos, materiais educativos e apoio de universidades.

Monte sua sacola com carinho

Operação SOS Covid reforça a esperança em meio à segunda onda da pandemia

Logo no início de 2021, o Brasil viveu um marco histórico: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, para uso emergencial, as duas primeiras vacinas contra a Covid-19. O início da vacinação simbolizou a esperança trazida pela ciência, mas não foi suficiente para conter de imediato o avanço do vírus.

A solidariedade, porém, permaneceu firme. O Banco de Alimentos manteve sua Operação SOS zCovid, reforçando o compromisso de apoiar as famílias em situação de vulnerabilidade.

Somente o Banco de Alimentos do RS – Porto Alegre distribuiu 3.508.581 quilos de alimentos, sendo que a Rede de Bancos de Alimentos foi responsável pela distribuição de 5.978.077 quilos de alimentos no Estado.

Ajuda intensificada garantiu que mais pessoas fossem amparadas

Muitos parceiros possibilitaram que os pratos de famílias em situação de vulnerabilidade não ficassem vazios. A família Gerdau Johannpeter, por intermédio de doações pessoais e do Instituto Helda Gerdau, foi responsável pela distribuição de 100 mil cestas básicas em 2021, ou, 2 milhões de quilos de alimentos, o equivalente e 6 milhões de refeições, além da doação de milhares de kits de higiene e limpeza.

Tão importante quanto, a SLC Agrícola e o Instituto SLC criaram a campanha SLC Contra a Fome, incentivando doações por intermédio do site Doe Alimentos. A primei-

ra doação da campanha partiu do Instituto, proporcionando mais de 150.000 refeições de imediato, com parceria prosseguindo nos anos subsequentes.

Já o Sicredi realizou o Dia C –Dia de Cooperar além de arrecadar doações pelas ruas de várias cidades

gaúchas em caminhões, o Sicredi União Metropolitana RS também fez um grande mutirão de voluntariado, realizando triagem de alimentos e montagem de cestas básicas. Muitas outras empresas se solidarizaram para amenizar o sofrimento de quem mais precisava.

Santa Clara inova sua parceria

Em 2021, a Cooperativa Santa Clara, que já fazia doações regulares de laticínios, passou a estampas em suas embalagens de leite longa vida uma divulgação sobre o trabalho do Banco de Alimentos, convidando, ainda, a seus consumidores a doarem pelo site Doe Alimentos.

Toda equipe do Banco de Alimentos se manteve ativa, para fazer com que os alimentos doados chegassem às instiuições sociais

Projeto Formiguinha recebe prêmio do Lions International “A Bondade Importa”

O Projeto Formiguinha, coordenado pelos diretores voluntários e leões Cloé Fernandes e José Fernandes, do LCPA Santa Flora recebeu, em 2021, o Prêmio de Serviço “A Bondade Importa”, do Distrito Múltiplo de Lions para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O projeto também recebeu a premiação a nível internacional.

Este prestigiado prêmio é concedido anualmente a alguns Lions e Leo Clubes pela realização de ações relevantes em uma causa global. O prêmio A Bondade Importa é um desafio para leões e leos desenvolverem projetos de serviços excepcionalmente inovadores e criativos que visem causar um impacto positivo nas comunidades.

Ao longo de sua trajetória, iniciada em abril de 2016, o projeto Formiguinha já doou até o final do mês de novembro de 2025 mais de 233 toneladas de alimentos.

Projeto Formiguinha nasceu em 2016 e ganhou projeção internacional

Um quilo de alimento não faz falta para quem doa, mas faz toda a diferença para aquele que não tem o que comer.

Clóe Fernandes e José Fernandes

LCPA Santa Flora

Cloé e José Fernandes desenvolvem o projeto com o Lions Club Santa Flora. Na foto, o casal que também atua como diretores voluntários do Banco de Alimentos, estão ao lado do presidente Paulo Renê

Cloé Fernandes é a idelizadora do Projeto Formiguinha

Em 2022, os desafios decorrentes da pandemia de Covid-19 ainda se faziam sentir, agravados por outros fatores que afetaram a economia, como a instabilidade política e a guerra no Leste Europeu. Para reduzir os impactos sobre as comunidades mais vulneráveis, o Banco de

Alimentos manteve ativas e intensas as ações da Operação Covid, mobilizando toda a sociedade — empresas, sindicatos, clubes de serviço, fundações e universidades.

Somente em Porto Alegre, foram doados 2.945.485 quilos de alimentos, o que garantiu o equivalente a 9.720.000 refeições, levando esperança e dignidade a milhares de famílias.

Dados da Operação SOS Covid 19 Rede de Bancos de Alimentos do RS mar/ 2020 a mar/ 2022

No dia 30 de setembro de 2022, Santa Catarina deu um passo decisivo na luta contra a fome e o desperdício de alimentos com a inauguração do Banco de Alimentos de Santa Catarina (BASC), sediado no Complexo FIESC/ SESI, em São José, atendendo à Região Metropolitana de Florianópolis. A iniciativa nasceu fruto da união de nove entidades representativas da sociedade civil catarinense — entre elas Rotary, FIESC, ACIF, OAB-SC, Feagro-SC, Fundação Hermon, NSC Comunicação, Unisul e TV O Estado — e foi liderada por Antonio Parissi, vice-presidente do Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul - Porto Alegre.

Foi Parissi quem levou para Santa Catarina a metodologia do Rio Grande do Sul, onde o primeiro Banco de Alimentos do Brasil foi criado em 2000. Com sua dedicação e capacidade de articulação, ele mobilizou

instituições, empresários e lideranças comunitárias para implantar o mesmo modelo no Estado vizinho, consolidando a expansão da Rede de Bancos de Alimentos para além das fronteiras gaúchas.

Vice presidente do Banco de Alimento do RS, Antonio Parissi

SETCERGS, Transrio e Facchini doam caminhão ao Banco de Alimentos

A Semana Farroupilha de 2022 marcou um momento especial para o Banco de Alimentos de Porto Alegre: o início do trabalho do novo caminhão Volkswagen, doado com apoio do SETCERGS, Transrio, Facchini e Onzeurb. O novo caminhão ganhou, ainda, o serviço de seguro da parceira Apisul. O veículo substituiu o antigo Mercedes-Benz doado pela família Fração, que por mais de 20 anos percorreu ruas, estradas e vielas, levando alimentos e esperança a milhares de famílias.

A logística, mais do que um suporte, é um pilar essencial para que o Banco de Alimentos cumpra sua missão. É ela que garante a rapidez necessária para que alimentos perecíveis cheguem em tempo hábil, assegura que os insumos mantenham

sua qualidade e estejam em perfeitas condições de consumo, possibilita alcançar comunidades em locais de difícil acesso e fortalece o elo de confiança entre doadores e organizações atendidas. Sem uma logística eficiente, a solidariedade não se

transformaria em alimento na mesa de quem mais precisa.

A parceria com o SETCERGS, instituidor do Banco de Alimentos, foi, mais uma vez, fundamental. O sindicato foi o grande articulador de mais essa conquista.

Eventos na Semana Farroupilha garantiram mais de 150 mil refeições

A Semana Farroupilha de 2022 foi marcada pela solidariedade do povo gaúcho. Mais de 38 toneladas de alimentos foram arrecadadas de 18 a 20 de setembro, em três eventos ocorridos em Porto Alegre e São Leopoldo, mobilizando grande número de voluntários, transportado-

ras e empresas parceiras. Os alimentos arrecadados representaram 114 mil pratos de comida na mesa das pessoas que mais precisam.

No Jogo da Gurias Coloradas, no estádio Beira-Rio, foram doadas 27 toneladas de alimentos. Já a Corrida do SESI, realizada em São

Leopoldo, contou com mais de 1.000 participantes e doação superior a 6 toneladas de gêneros alimentícios em prol do Banco de Alimentos.

Na Feijoada com Samba, evento produzido em parceria com o Me Leva Festival, na FIERGS, foram arrecadadas 4,8 toneladas de doações.

Entre perdas e esperança: a resposta solidária à sequência de desastres ambientais no RS

Se ventos e enchentes arrastaram casas, memórias e vidas no Rio Grande do Sul, a solidariedade fez brotar esperança. Após uma sequência de desastres ambientais no segundo semestre de 2023 — em junho, setembro e novembro, especialmente no Vale do Taquari —, milhares de vítimas encontraram amparo graças à união de parceiros da Rede de Bancos de Alimentos do RS e Bancos Sociais da FIERGS comprometidos em transformar a dor em cuidado.

Diante desse cenário devastador, uma força maior se levantou: a Rede de Bancos de Alimentos e os Bancos Sociais articularam uma ampla rede de apoio, impulsionada por parceiros comprometidos em reconstruir vidas, por intermédio de contribuições essenciais do Instituto SLC e do Instituto Helda Gerdau, de Gisele Bündchen, Dell, Sesi, Sport Club Internacional, Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do RS (Sinduscon-RS), Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e Federações de Indústrias de diferentes estados: FIESC (SC), FIEG (GO), FIEMT (MT), FIEPA (PA), FIEPE (PE) e FIERO (RO) e de milhares de

doadores via Doe Alimentos, site oficial de captação de doações do Banco de Alimentos. A união ultrapassou fronteiras regionais, mostrando que a solidariedade não conhece limites.

Nos municípios mais atingidos, Rotary Clubs de Lajeado e Encantado atuaram lado a lado com as equipes locais, realizando o mapeamento das famílias em maior vulnerabilidade. Esse olhar atento garantiu que a ajuda chegasse a quem realmente precisava, com rapidez e eficiência.

Graças a esse esforço coletivo, milhares de cestas básicas, vestuário e itens de higiene e limpeza foram

entregues, além de eletrodomésticos — fogões, geladeiras, máquinas de lavar roupas — e itens essenciais como kits de cama e banho, mobiliário, cobertores, colchões, salas de leituras e até equipamentos hospitalares.

Prenúncio doloroso

A sequência de desastres de 2023 já parecia desafiadora o suficiente. No entanto, ela se revelou apenas o prelúdio de uma tragédia ainda maior: as enchentes de 2024, que atingiram praticamente todo o Rio Grande do Sul e impuseram ao Estado a mais dura provação de sua história recente. Leia mais na página 74.

Selo BAH foi lançado durante programa Jornal do Almoço, da RBS TV

Há quem não use capa nem apareça em histórias de cinema. Seus superpoderes não são a força bruta ou a velocidade, mas a capacidade de transformar empatia e solidariedade em uma vida melhor para o outro. São homens, mulheres, empresas e voluntários que, dia após dia, enfrentam o maior inimigo da humanidade: a fome. Para reconhecê-los, o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul lançou o selo BAH – Heróis do Banco de Alimentos, uma certificação que dá visibilidade e valor a quem veste a armadura invisível da generosidade.

Lançado em 19 de agosto de 2023, o selo BAH é mais que uma

chancela: é um chamado à sociedade. Registrado e certificado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o selo garante legitimidade e exclusividade, fortalecendo sua função de reconhecimento público. Com ele, empresas parceiras podem estampar em suas mídias, veí-

culos e até embalagens de produtos a marca que comprova o compromisso com a causa. Para o consumidor, abre-se a possibilidade de escolher nas gôndolas ou entre prestadores de serviços não apenas pelo preço ou tradição, mas também pelo impacto social. Optar por produtos que carregam o selo é, em si, um gesto de combate à fome.

Realidade paradoxal

O reconhecimento nasceu em meio a um paradoxo cruel: o Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, convive com milhões de pessoas em insegurança alimentar. Desde sua fundação, em 2000, o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul – Porto Alegre já distribuiu mais de 100 milhões de quilos de alimentos, o que representa cerca de 300 milhões de refeições em 25 anos. Números que só se tornaram possíveis graças a essa legião de heróis invisíveis, agora tornados visíveis pelo selo BAH.

A certificação também funciona como estímulo ao engajamento coletivo. Empresas que ostentam o selo demonstram não apenas responsabilidade social, mas pertencimento a uma rede que apoia quase mil organizações — creches, casas de idosos, centros de recuperação, associações comunitárias — que, na ponta, levam sustento e esperança a quem mais precisa. O selo BAH traduz em imagem aquilo que há um quarto de século move o Banco de Alimentos: a convicção de que nenhum herói age sozinho.

Quem são os Heróis do Banco de Alimentos

O selo BAH – Heróis do Banco de Alimentos reconhece aqueles que transformam solidariedade em alimento e esperança. Empresas, cooperativas, veículos de comunicação e pessoas físicas já conquistaram essa distinção. Aqui estão os heróis que já receberam a certificação em cerimônia oficial. Outros, igualmente valorosos, estão programados para serem homenageados em breve, ampliando essa liga do bem.

Saiba mais em www.heroisdobancodealimentos.com.br

AGAS

Instituidora do Banco de Alimentos, a Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS) recebeu o Selo BAH por todo apoio oferecido ao Banco, ao longo de 25 anos de combate à fome.

Dell Technologies

Parceira de longa data do Banco de Alimentos e dos Bancos Sociais, a Dell foi homenageada com o selo BAH e a Comenda de Honra por sua atuação solidária. Diante das enchentes de 2024, a empresa não apenas doou computadores, mas também alimentos.

Green Benefícios

Mantenedora do Banco de Alimentos, a Green Benefícios foi reconhecida com o selo BAH por seu engajamento contra a fome. Além do apoio financeiro, atua de forma ativa na rede solidária, fortalecendo ações que transformam realidades. O selo valoriza seu compromisso social e inspira outras empresas a se engajarem.

Colombo Estruturas para Eventos

A empresa Colombo Estruturas para Eventos foi agraciada com o Selo BAH – Heróis do Banco de Alimentos como reconhecimento os relevantes serviços comunitários prestados à população gaúcha por intermédio dos Bancos Sociais da FIERGS.

Sindicato Médico do RS - Simers

Em reconhecimento aos 13 anos de parceria com a Rede de Bancos de Alimentos do RS no combate à fome por meio do Trote Solidário, o Sindicato Médico do RS (Simers) foi homenageado com o Selo BAH – Heróis do Banco de Alimentos, símbolo de responsabilidade social e compromisso com a vida.

M•A•C Cosmetics

A M•A•C Cosmetics, por meio do Fundo Viva Glam, doou uma grande quantia financeira para apoiar famílias afetadas pelas enchentes no RS. A entrega da certificação ocorreu em sua loja no Shopping Iguatemi, em Porto Alegre.

Maria Irene Abrantes Zenhas

Aos 92 anos, a diretora voluntária do Banco de Alimentos foi a primeira pessoa física a receber o selo BAH. Fundadora da Casa do Excepcional Santa Rita de Cássia, Dona Irene segue ativa no Sábado Solidário e em campanhas de arrecadação. Sua dedicação é símbolo de esperança, energia e altruísmo.

Naturovos

Com parceria iniciada em 2009, a Naturovos já destinou mais de 754 mil ovos ao Banco de Alimentos. Além de ações permanentes, tem participação destacada anualmente na Expoagas.

Santa Clara

A Cooperativa de Laticínios Santa Clara foi a primeira a receber a certificação e adotou o selo BAH em suas embalagens de leite UHT, fortalecendo a luta contra a fome. Mensalmente, doa mil litros de leite e alimentos, e oferece um aporte nas doações sempre que necessário.

Sicredi Origens RS

A cooperativa recebeu o selo BAH em 2024, como reconhecimento por seu apoio à causa da segurança alimentar. O Sicredi Origens RS atua por meio do Fundo de Desenvolvimento Social, promove ações de voluntariado e doações ao longo do ano.

RBS TV e Jornal

do Almoço

Em janeiro de 2025, a RBS TV e o Jornal do Almoço receberam o selo BAH em cerimônia ao vivo. A homenagem celebrou 10 anos da campanha Natal do Bem, que arrecadou mais de 6,2 milhões de quilos de alimentos, beneficiando 345 mil famílias e impactando mais de 1,3 milhão de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Massas Romena

A Massas Romena recebeu o selo BAH durante edição especial do programa BAND Mulher, em dezembro de 2024. Parceira histórica do Banco de Alimentos, a empresa contribui com doações contínuas de alimentos de qualidade.

GBOEX

Mantenedor do Banco de Alimentos desde sua fundação, em 2000, o GBOEX foi certificado com o selo BAH em abril de 2025. A empresa contribuiu em diversas frentes de combate à fome, com destaque para as enchentes de 2024, quando sua atuação foi fundamental.

SETCERGS

O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do RS (SETCERGS) tem papel essencial na chamada Logística Social — um modelo de cooperação que transforma infraestrutura e eficiência do setor de logística à serviço da solidariedade. Por isso, o atual e ex-presidentes do sindicato, que fazem parte dessa história de 25 anos, são Heróis do Banco de Alimentos.

Sinduscon entrega moradias com apoio do Banco de Alimentos e Bancos Sociais

Com o apoio do Banco de Alimentos e dos Bancos Sociais da FIERGS, o Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do RS (Sinduscon-RS) entregou 28

moradias provisórias em Arroio do Meio, no Vale do Taquari, menos de um mês antes da tragédia das enchentes que voltaram a atingir o Rio Grande do Sul em maio de 2024.

Construídas em uma área elevada do município, as casas permaneceram seguras e intactas. A ação representou muito mais do que a entrega de lares: foi a restauração da dignidade, a reconstrução de sonhos e a renovação da esperança para famílias que haviam perdido tudo e ainda viviam em abrigos temporários após o primeiro desastre ocorrido em 2023.

A colaboração dos Bancos Sociais foi viabilizada pelos recursos providos pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e pelas Federações das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) e de Goiás (FIEG), fortalecendo a corrente solidária que tornou possível essa resposta frente ao grave problema.

Em 2025, a mesma sistemática de apoio se repete em Porto Alegre. 31 novas casas estão sendo entregues para atender famílias vítimas da enchente histórica de 2024.

Grupo Troca doa caminhão com plataforma e 10 toneladas de alimentos

O espírito de Natal em 2024 ganhou ainda mais força com um gesto extraordinário do Grupo Troca, presidido pelo empresário

Delmar Albarello, que realizou esta doação de grande impacto ao Banco de Alimentos de Porto Alegre: um caminhão carregado com 10 tonela-

das de alimentos. O grupo já havia doado um caminhão ao Banco.

A entrega do veículo, equipado com rampa hidráulica – uma inovação há muito aguardada – representa um avanço significativo para a logística social, um dos pilares fundamentais do Banco de Ali-

mentos. A tecnologia do caminhão facilita o trabalho diário das equipes, trazendo agilidade e eficiência no transporte de doações às entidades beneficiadas.

Delmar Albarello, que também preside o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado do RS (Setcergs) e o Centro Empresarial Porto Seco (Ceporto), reforçou o compromisso social do setor empresarial em um ano desafiador, marcado pelas enchentes que devastaram comunidades e deixaram milhares de famílias em situação de vulnerabilidade.

Delmar Albarello também doou o baú refrigerado deste caminhão, permitindo o transporte de itens perecíveis. Na foto, ao lado de Adir Fração

Do socorro imediato à reconstrução: a jornada da solidariedade que abraçou o RS

Entre perdas irreparáveis e cidades submersas, a solidariedade ergueu-se como alimento e esperança: o Brasil se uniu para amparar milhões de gaúchos atingidos pela maior tragédia climática da história do Estado

A sequência de enchentes e ciclones que atingiu o Rio Grande do Sul no segundo semestre de 2023 ainda deixava marcas profundas na memória e no cotidiano dos gaúchos quando, em 2024, o Estado foi novamente surpreendido por um fenômeno muito mais devastador. Chuvas avassaladoras transformaram rios e lagos em muralhas de água, transbordando e engolindo cidades inteiras. Dos 497 municípios gaúchos, 478 foram afetados, impactando quase 3 milhões de pessoas. A força da natureza ceifou vidas, destruiu histórias e obrigou milhares de famílias a abandonarem seus lares, em maio de 2024.

No entanto, em meio à dor e ao desespero, a solidariedade ergueu-se como um farol de esperança. Mais uma vez, a Rede de Bancos de Alimentos do RS e a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais da FIERGS estiveram na linha de frente, mobilizando recursos, voluntários e parceiros para socorrer quem mais precisava. O apoio veio de todos os cantos do Brasil, em uma corrente de compaixão que uniu empresas, entidades e a sociedade civil.

Entre muitas ações realizadas por diferentes atores da sociedade, a sede da Rede e dos Banco Sociais

foi um coração pulsante, recebendo e distribuindo doações em uma movimentação intensa de organizações sociais, voluntários e cidadãos.

A solidariedade não se restringiu à capital: do interior do Estado, dirigentes comunitários e voluntários chegavam em busca de suprimentos para suas comunidades, que, pouco a pouco, começavam a se reerguer.

A mobilização resultou em números igualmente grandiosos: mais de 4 milhões de quilos de alimentos foram repassados a comunidades de todo o Estado, entre os meses de

maio e junho, além de água, cobertores, roupas de cama e banho, produtos de higiene e limpeza, ração animal, itens hospitalares e muito mais. Cada doação representava não apenas suprimento básico, mas também um gesto de cuidado e humanidade. Etapas de reconstrução

A resposta às quatro crises climáticas vividas em sequência foi organizada em fases, garantindo tanto o alívio imediato quanto o suporte de médio e longo prazo. No primeiro momento, a prioridade foi assegurar

a sobrevivência: distribuir alimentos, água potável e itens de primeira necessidade às famílias desabrigadas. Na etapa seguinte, o olhar se voltou para a reconstrução da dignidade. Escolas atingidas foram beneficiadas com salas de leitura equipadas, fruto da parceria entre o Banco de Livros, o Banco de Mobiliários e o Instituto SLC. Cada livro, cada mesa, cada gesto simbolizava um passo rumo à retomada. E casas foram erguidas, por iniciativa do Sindicato das Indústrias da Construção Civil

Uma rede de esperança

do Estado do RS (Sinduscon-RS), com apoio do Banco de Alimentos do RS e Bancos Sociais da FIERGS.

Resposta imediata e organizada

Diante dos primeiros indícios de que as enchentes de 2024 se transformariam na maior tragédia climática do Rio Grande do Sul, o Banco de Alimentos estruturou imediatamente um plano de ação com base em governança e planejamento. Amparado por princípios de ESG e pela credibilidade cons-

A tragédia revelou o tamanho da dor, mas também a imensidão da solidariedade. A cada caminhão descarregado, a cada kit entregue, a cada gesto de cuidado, a Rede de Bancos de Alimentos do RS e os Bancos Sociais da FIERGS reafirmaram seu papel essencial: transformar a união de muitos em alento para todos.

O Rio Grande do Sul ainda enfrenta o desafio de reconstruir vidas e cidades. Mas se há algo que permanece firme em meio às ruínas, é a certeza de que a solidariedade é a maior força capaz de enfrentar as maiores tempestades.

truída em 25 anos de transparência, o Banco coordenou a chegada diária de inúmeros veículos trazendo doações de todo o País, ao mesmo tempo em que outros partiam carregados de alimentos, suprimentos, roupas e outros itens essenciais para abrigos, entidades sociais e comunidades atingidas. Assim, garantiu respostas rápidas e organizadas, atendendo não apenas às necessidades imediatas, mas também apoiando a reconstrução de lares, escolas e vidas.

Devastação, Solidariedade e Resiliência

As enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024 deixaram marcas profundas, mas também revelaram a força da solidariedade. Na revista Fazer Bem ed. 14, você confere em detalhes como o Banco de Alimentos e os Bancos Sociais da FIERGS, com o apoio essencial da sociedade civil organizada e de empresas de todo o Brasil, mobilizaram esperança em meio ao caos. Aponte a câmera para o QR Code e leia na íntegra.

1º Ciclo de Saberes do Banco de Alimentos na FIERGS

Em parceria com a Unisinos, o Banco de Alimentos do RS – Porto Alegre promoveu, no dia 26 de setembro, o 1º Ciclo de Saberes, na sede da FIERGS, reunindo profissionais das áreas da Nutrição e Psicologia para discutir saúde, ética e segurança alimentar sob uma perspectiva científica e social. O evento marcou o fortalecimento do vínculo entre a instituição e o meio acadêmico, reafirmando o compromisso de transformar conhecimento em ação e solidariedade.

O presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, que também preside o Conselho de Administração do Banco de Alimentos, fez a abertura do evento, ressaltando que “o que começou como um gesto de solidariedade transformou-se em um dos mais importantes braços sociais da indústria gaúcha, reconhecido pela sua eficiência e impacto”. Bier destacou que “a gestão da FIERGS está focada em transformar o presente, pensando sempre no futuro, com propósito, metas e energia para esta jornada. Neste contexto, o Banco de Alimentos tem papel relevante: não só garante alimentação segura aos mais vulneráveis, como é um pilar em saúde, nutrição e segurança alimentar”.

A diretora técnica do Banco de Alimentos Denise Ziegler e a nutricionista Luísa Rihl Castro, coordenadora do curso de Nutrição da Unisinos, abriram o ciclo destacando o pioneirismo e a integração acadêmica que caracterizam o Banco de Alimentos. As palestras abordaram temas que vão da geografia alimentar

da FIERGS e do Conselho de

e desigualdade social, com Raquel Canuto, à ética profissional, com Fabiana Magnabosco de Vargas, e à educação alimentar desde a infância, com Ana Lúcia Czerny.

A psicóloga Martha Ludwig apresentou uma reflexão sobre a importância do acolhimento e da escuta ativa nos cuidados em saúde, enquanto a nutricionista chefe do Banco de Alimentos Adriana Lockmann encerrou o ciclo com a palestra “Nutrição no Envelhecimento”, ressaltando a influência dos hábitos alimentares na longevidade e na autonomia das pessoas idosas. O evento reafirmou o papel do Banco de Alimentos como elo entre a ciência e a prática social — uma instituição que, há 25 anos, transforma solidariedade em cidadania.

Leia a matéria completa no site: Aponte a câmera do celular para o QR Code e confira os destaques de cada palestra do 1º Ciclo de Saberes, realizado pelo Banco de Alimentos em parceria com a Unisinos.

Presidente
Administração do Banco de Alimentos, Claudio Bier, fez abertura do evento

Logística Social

Eficiência

e solidariedade caminham lado a lado: a logística

que movimenta o mundo também é a força que faz o alimento chegar a quem mais precisa

Quando um alimento doado chega à mesa de quem mais precisa, há muito mais do que solidariedade envolvida — há logística, planejamento e compromisso. No Banco de Alimentos, a eficiência na coleta, no armazenamento e na distribuição transforma toneladas de doações em refeições que nutrem e salvam vidas. Por trás de cada entrega existe uma rede que funciona como um verdadeiro sistema de vida, conectando empresas, voluntários e comunidades.

A logística é o elo que faz a solidariedade acontecer. Sem ela, os alimentos não chegariam frescos, na hora certa e nos lugares certos. E essa mesma logística que impulsiona a missão do Banco de Alimentos também move o dia a dia de todos nós: garante o pão na padaria, o abastecimento dos mercados e o funcionamento das cidades. É o motor silencioso que mantém o mundo em

movimento — e, quando aliada à solidariedade, multiplica o bem.

Reconhecendo essa importância, o Banco de Alimentos mantém uma parceria sólida com o setor logístico, especialmente por meio do SETCERGS, instituidor do Banco, e do CEPORTO. Essas instituições são fundamentais para que o ciclo da solidariedade se mantenha eficiente e constante — um exemplo de como o conhecimento técnico e a responsabilidade social podem se unir para gerar impacto real.

Homenagens aos Heróis do Banco de Alimentos

Em uma cerimônia marcada pela emoção e pelo reconhecimento, foram descerradas as placas das Galerias de Honra do SETCERGS e inaugurada a Galeria de Honra do CEPORTO, em homenagem a Delmar Albarello, atual presidente das

duas entidades e vice-presidente do Banco de Alimentos.

O evento, que contou com a presença do presidente da FIERGS e do Conselho de Administração do Banco de Alimentos, Claudio Bier, também homenageou com a entrega do Selo BAH ex-presidentes do sindicato que ajudaram a construir a trajetória de 25 anos da organização: Ademir Frasson, Adir Fração, João Pierotto Neto, João Jorge Couto da Silva, José Carlos Silvano, Sérgio Gonçalves Neto e Sérgio Mário Gabardo.

Também participaram diretores voluntários do Banco de Alimentos que atuam diariamente na missão da instituição — entre eles, Antônio Parissi (vice-presidente), Marcelo e Patrícia Sanábio, Edilberto Padilha, Helso Oliveira, Lourival Reis e Sérgio Paixão Cortes — além de colaboradores e parceiros.

2025

Nova lei nacional reforça combate ao desperdício de alimentos, tema recorrente do Banco de Alimentos do RS

Em um cenário de insegurança alimentar e nutricional, o Brasil dá um passo decisivo para enfrentar as desigualdades no acesso à comida e o desperdício de alimentos ao longo da cadeia produtiva. A Lei nº 15.224, de 30 de setembro de 2025, institui a Política Nacional de Combate à Perda e ao Desperdício de Alimentos (PNCPDA), cria o Selo Doador de Alimentos, altera dispositivos da Lei nº 9.249/1995 e revoga a Lei nº 14.016/2020, consolidando uma política pública voltada ao uso responsável dos alimentos e à promoção da dignidade humana. Tema recorrente do Banco de Alimentos, que desde sua criação, em 2000, atua para combater a fome e o

desperdício, articulando forças para cumprir sua missão.

A nova legislação articula poder público, iniciativa privada e sociedade civil em uma estratégia conjunta de prevenção do desperdício, incentivo à doação e aproveitamento integral dos gêneros alimentícios.

Precursor no Brasil, o Banco de Alimentos desde sua fundação visualizou a oportunidade de acabar com a fome combatendo perdas e desperdício. O tema foi a pauta principal das seis primeiras edições da Revista Fazer Bem, lançada em 2011. A série de reportagens abordou o problema da cadeia de desperdício, que inicia na semeadura da lavoura, segue na colheita, no transporte e armazena-

mento, até chegar na indústria, pontos de venda e lares.

Toda essa perda tem custos: perda econômica, tanto para empresas como para consumidores, custos com processamento de lixo e custo para o meio ambiente por conta da contaminação.

Perdas e desperdício

A lei publicada neste 2025 reafirma o diagnóstico apresentado pelo Banco de Alimentos: grande parte das perdas alimentares ocorre nas fases de produção, transporte, beneficiamento e distribuição, enquanto o desperdício se concentra no varejo, nos restaurantes e no consumo doméstico.

Na prática, a lei permite que alimentos embalados perecíveis ou não, e alimentos in natura ou preparados, desde que mantidas as propriedades nutricionais e a segurança sanitária, sejam doados a bancos de alimentos, instituições receptoras ou diretamente a beneficiários. Para reforçar a segurança, a legislação exige que essas entidades contem com profissional habilitado para atestar a qualidade nutricional e sanitária dos produtos doados. O texto isenta os doadores de responsabilidade civil, exceto em casos de dolo (quando há intenção). A medida dá segurança jurídica e incentiva a participação de empresas e produtores.

Série de reportagens especiais das primeiras seis edições da Revista Fazer Bem abordou o problema de perdas e desperdícios desde a cadeia de produção até o comércio final dos produtos alimentícios

Parceiros que

mantêm viva a missão de combate à fome e desigualdades, ano após ano

Cada ano registrado na cronologia apresentada até aqui trouxe desafios, aprendizados, superação e conquistas. Mas há algo que permanece constante nestes 25 anos: uma rede solidária que nunca deixou o Banco de Alimentos e os Bancos Sociais caminharem sozinhos.

Agora, convidamos você a percorrer as próximas “páginas amarelas” e reencontrar pessoas, empresas e instituições que fizeram da solidariedade parte de sua cultura. Parceiros que, juntos, fortalecem nossa missão de garantir alimento onde mais falta.

O que vem a seguir é uma celebração dessa união — uma homenagem à força de quem acredita que alimentar e cuidar o próximo são grandes gestos de humanidade.

Valores e princípios que se transformam em legado

A solidariedade é patrimônio valioso para a família

Gerdau Johannpeter, passada de geração em geração e presente em cada ação

Em cada momento em que o Rio Grande do Sul precisa de apoio, o nome Gerdau Johannpeter emerge como um farol. Esta não é apenas a história de uma família ligada a uma das maiores indústrias do mundo, mas de um legado social tecido por décadas, inseparável da trajetória de combate à fome e da promoção da dignidade humana. Do auxílio prestado após a enchente de 1941, liderado pela matriarca Helda Gerdau, aos milhões de refeições garantidas a quem mais precisa, no dia a dia e em tempos de crise, a solidariedade é um valor que, para essa família, é passado adiante como um valioso patrimônio.

A parceria com o Banco de Alimentos e com os Bancos Sociais da FIERGS remonta à fundação do Banco de Alimentos, no ano 2000.

Presença constante, apoio essencial

A trajetória da família Gerdau Johannpeter é inseparável da história do Banco de Alimentos. Desde a fundação da organização, há 25 nos, os quatro irmãos, Jorge, Germano (in memoriam), Klaus e Frederico têm sido protagonistas na transformação da solidariedade em alimento, esperança e dignidade para milhares de pessoas.

Exemplo é que durante a Operação COVID-19, da Rede de Bancos de Alimentos (2020-2022), o Instituto Helda Gerdau catalisou uma megaoperação. Por meio de suas doações, foi possível distribuir cerca de 4 milhões de quilos de alimentos — o equivalente a 12 milhões de refeições

Filhos, orgulhosos com a matriarca da família Gerdau Johannpeter, que deixou seu legado solidário: Frederico, Germano (in memoriam), Klaus, Helda e Jorge

— além de 100 mil kits de higiene.

Já na enchente de 2024, a família e o Instituto repassaram mais de 210 toneladas de alimentos para o Banco de Alimentos, um volume que assegurou o socorro imediato às vítimas da devastação.

Homenagens que traduzem gratidão

A presença da família Gerdau Johannpeter na missão de combate à fome tem sido sinônimo de compromisso, generosidade e ação transformadora. Desde os primeiros passos do Banco de Alimentos, o apoio da família tem se mostrado essencial para fortalecer a causa e ampliar o alcance das ações solidárias.

Os irmãos Jorge, Germano, Klaus e Frederico Gerdau Johannpeter estão eternizados na Galeria de Honra dos Bancos Sociais — um reconhecimento que reflete o vínculo histórico e afetivo construído com a instituição.

Fiel a essa trajetória de compromisso, o envolvimento da família permanece ativo e inspirador. Frederico Gerdau Johannpeter atua como presidente do Banco de Projetos Comunitários, integrante dos Bancos Sociais, enquanto Jorge Gerdau Johannpeter exerce o cargo de vice-presidente do Conselho Curador dos Bancos Sociais, acompanhando de perto as iniciativas e fortalecendo os laços de cooperação.

Oma Helda não apenas ajudava com recursos, mas com ações voluntárias com idosos necessitados, além de costurar roupas para órfãos

A semente

Conhecida carinhosamente como Oma Helda (vovó, em alemão), Helda Gerdau estabeleceu um padrão de engajamento pessoal que inspira até hoje. Em 1941, quando as águas do Guaíba atingiram a capital gaúcha, ela não apenas forneceu recursos, mas se dedicou pessoalmente a socorrer desabrigados, costurar roupas para órfãos e amparar idosos. Um espírito que não conheceu fronteiras, levando seu apoio também às vítimas da Segunda Guerra Mundial.

Mais de 80 anos depois, na tragédia climática de 2024, a história se repetiu, com

Mais do que uma relação de apoio, o que une o Banco de Alimentos à família Gerdau Johannpeter é um propósito compartilhado: transformar solidariedade em ação concreta e fazer do compromisso social um legado que continua alimentando vidas e inspirando o futuro.

Doações da família permitiram ampliar atendimento, durante crise da Covid 19

a resposta imediata da família Gerdau Johannpeter e do Instituto Helda Gerdau à várias frentes de ajuda. O apoio do Grupo Gerdau e do Instituto Helda Gerdau ao Banco de Alimentos e aos Bancos Sociais foram fundamentais.

O Instituto Helda Gerdau foi criado em 2020 para materialização do legado da matriarca em uma estrutura voltada para o futuro, em diferentes causas. Com fundo patrimonial próprio, o Instituto atua como mantenedor do Banco de Alimentos e apoiador de projetos sociais incentivados.

Os irmãos Germano (inmemoriam), Klaus, Frederico e Jorge Gerdau Johannpeter têm seus nomes na Galeria de Honra dos Bancos Sociais

Trote Solidário transforma recepção acadêmica em ação de combate à fome

O ingresso na universidade ganhou um novo significado para milhares de estudantes de Medicina do Rio Grande do Sul. Desde 2012, quando iniciou sua parceria com a Rede de Bancos de Alimentos do RS, o Trote Solidário, promovido pelo Sindicato Médico do RS (Simers), por meio do seu Núcleo Acadêmico (NAS), vem fortalecendo uma corrente de mobilização acadêmica que já arrecadou mais de 496 toneladas de alimentos — o que representa 1,36 milhão de refeições — graças ao engajamento de mais de 25 mil estudantes em diversas cidades gaúchas ao longo de 13 anos. Em 2019, essa parceria foi reafirmada quando o presidente da entidade médica, Dr. Marcelo Matias, recebeu a comenda do Banco de Alimentos e teve seu nome registrado na Galeria de Honra da instituição. Com números expressivos e impacto social crescente, o Trote Solidário mostra que a formação médica no Estado começa muito antes do exercício da profissão: ela nasce do compromisso com a vida, a empatia e a solidariedade.

A iniciativa, que substitui a recepção tradicional dos “bixos” por um gesto de cidadania, reúne calouros e veteranos de 20 Faculdades de

Parceria entre Simers e Rede de Bancos de Alimentos já mobilizou mais de 25 mil estudantes e garantiu 1,36 milhão de refeições

Medicina em campanhas presenciais em supermercados e ações online para arrecadação. Além disso, os futuros médicos também participam de outras atividades solidárias.

Parceria reconhecida

Em agosto de 2025, o Simers voltou a ser homenageado, desta vez com o Selo BAH – Heróis do Banco de Alimentos, em reconhecimento aos 13 anos de colaboração. A cerimônia de entrega ocorreu na sede da Rede, em Porto Alegre. A diretora e segunda secretária do Simers, representando o presidente Dr. Marcelo Marsillac Matias, Dra. Márcia Pires Barbosa, recebeu a certificação. Também participaram da solenidade o coordenador e a diretora do Hub da Solidariedade, Dr. Jeferson Oliveira e Dra. Denise Maria Sandim Affonso, além da presidente do NAS, Milena Lessa da Silva e outras lideranças acadêmicas.

Juventude que transforma

Iniciativas de alunos da Pan American School unem consciência ambiental e solidariedade em prol de um futuro justo

Desde cedo, é na escola e em casa que se aprende o valor de olhar para o outro. Quando a educação alia conhecimento e empatia, o resultado são jovens capazes de mudar realidades — como os alunos da Pan American School, de Porto Alegre, que vêm dando lições de solidariedade e sustentabilidade através de projetos inspiradores.

Um dos exemplos é o jovem Bernardo Dal Molin, que transformou um problema ambiental em solução social. Sensibilizado ao descobrir que um litro de óleo pode contaminar até 25 mil litros de água, criou a Natoclean, iniciativa que transforma óleo de cozinha usado em sabão ecológico. O produto é doado ao Banco de Alimentos de Porto Alegre, ajudando instituições sociais e evitando que resíduos poluam rios e solos.

Bernardo também se destaca à frente do Projeto Arroz com Feijão, criado em 2020 por outro aluno, mas hoje liderado por Bernardo ao lado do amigo e colega Marco Pizzato. O grupo já arrecadou mais de 30 toneladas de alimentos, mobilizando colegas, empresas parceiras e a comunidade. Em ação conjunta com o projeto ONG Leite Solidário, liderado pelo jovem Pedro Wallauer, também aluno da Pan American School, os jovens entregaram 10 toneladas de alimentos à campanha Natal do Bem 2024, beneficiando famílias em situação de vulnerabilidade.

Enquanto muitos ainda aprendem o significado de responsabilidade social, esses jovens já a praticam, provando que o futuro será mais justo e sustentável se for construído com empatia, consciência e ação. Que suas ações inspirem mais atitudes.

Gisele Bündchen: bondade atravessa fronteiras para socorrer seu Rio Grande do Sul

Desde 2020, a gaúcha Gisele Bündchen tem sido uma presença constante e generosa nas ações do Banco de Alimentos do RS, sempre que a solidariedade é mais urgente. De Horizontina para o mundo, a supermodelo nunca esqueceu suas raízes. Durante a pandemia, seu Fundo Luz Alliance, em parceria com a BrazilFoundation, garantiu alimentos e materiais de higiene para entidades assistidas pelo Banco de Alimentos. Em 2023, quando enchentes devastaram o Vale do Taquari, Gisele novamente estendeu a mão: doou kits de cama e banho e ajudou a levar conforto a quem havia perdido tudo.

Em 2024, diante da maior tragédia climática da história do Estado, sua mobilização foi ainda maior. Comovida, convocou o mundo a olhar para o Sul do Brasil. O resultado: mais de US$ 2 milhões arrecadados para inúmeras iniciativas do RS, entre elas o Banco de Alimentos, e milhares de doações revertidas em apoio às vítimas, escolas reconstruídas e famílias reerguidas. Cada gesto de Gisele revela mais do que filantropia — revela um amor profundo pelo seu povo, uma empatia que transforma dor em amparo.

Bernando, Marco e Pedro
Gisele doou kits de cama e banho à famílias atingidas

Solidariedade que inspira, une e alimenta

De 2015 a 2024, a campanha Natal do Bem realizada pelo Grupo RBS em parceria com a Rede de Bancos de Alimentos já arrecadou mais de 6,2 milhões de quilos de alimentos, suficientes para 20,5 milhões de refeições

Há histórias que merecem ser contadas com o coração — e a do Natal do Bem, realizada pelo Grupo RBS em parceria com a Rede de Bancos de Alimentos, é uma delas. Desde 2015, a campanha se tornou um símbolo de solidariedade e união no Rio Grande do Sul, transformando doações em milhões de refeições e esperança em cada mesa alcançada.

Tudo começou em 20 de dezembro de 2014, durante o Sábado Especial de Natal da RBS TV. Naquele dia, nascia uma ideia que mudaria o destino de incontáveis famílias gaúchas: o Natal do Bem. No ano seguinte, a iniciativa ganhou for-

Os apresentadores Marco Mattos e Cristina Ranzolin diariamente lembram os telespectares do Jornal do Almoço que o Natal do Bem está no ar

6,2 milhões de kg

ça, traduzindo em ação concreta o compromisso de combater a fome e mobilizar a sociedade. Foi o encontro de propósitos entre o Grupo RBS, a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho — instituidora do primeiro Banco de Alimentos do Brasil — e a Rede de Bancos de Alimentos, que hoje atua em todo o Estado. Desse mesmo espírito nasceu outra corrente inspiradora: as Cavalgadas do Bem, uma iniciativa que percorre o Rio Grande do Sul a cavalo, levando empatia, generosidade e o exemplo de cavalarianos e cavalarianas comprometidos com a solidariedade.

De 2015 a 2024, o impacto do Natal do Bem foi notável: mais de 6,2 milhões de quilos de alimentos arrecadados, o equivalente a 20,5 milhões de refeições, beneficiando diretamente mais de 1,3 milhão de pessoas. A cada edição, a campanha cresce, unindo televisão, rádio, jornal, internet e, principalmente, o coração solidário dos gaúchos.

A 10ª edição, de 2024, ficou marcada como um símbolo de resiliência. Em meio às enchentes que devastaram o Estado, o Natal do Bem arrecadou 1,2 milhão de quilos de alimentos, um recorde histórico que mostrou que, mesmo nas maiores adversidades, a solidariedade gaúcha se renova e se multiplica.

Grupo RBS mantém a campanha Natal do Bem no ar por mais de 70 dias em seus veículos de comunicação, estimulando os gaúchos a participarem dessa corrente do bem

Gratidão e legado: 11 anos de união e compromisso social

O encerramento da 10ª edição do Natal do Bem, em 10 de janeiro de 2025, foi marcado por emoção e reconhecimento. Durante o Jornal do Almoço, o presidente da Rede de Bancos de Alimentos, Paulo Renê Bernhard, entregou ao vivo o Selo BAH –Heróis do Banco de Alimentos aos apresentadores Daniela Ungaretti e Marco Matos, em homenagem ao Grupo RBS.

Agora, quando o Banco de Alimentos celebra 25 anos de atuação, essa parceria se renova com o mesmo propósito que a inspirou: fazer o bem de forma coletiva, contínua e com amor. A 11ª edição do Natal do Bem chega ainda mais fortalecida, com a certeza de continuar inspirando gestos que transformam vidas.

Arrecadações de alimentos do Natal do Bem

Ano Arrecadação quilos de alimentos

Cavalgadas do Bem unem tradição e solidariedade no Natal do Bem

Portas que se abrem, crianças que correm, sacolas com alimentos entregues aos cavalarianos montados em seus fiéis companheiros. Desde 2018, esse encontro entre comunidade e cultura tem nome: Cavalgadas do Bem. A mobilização transformou a cultura e tradição gaúcha em gesto solidário, enchendo de esperança as ruas e estradas do Rio Grande do Sul.

A iniciativa integra a campanha Natal do Bem, criada em 2015 pelo Grupo RBS em parceria com o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul. A tradicional campanha natalina ganhou ainda mais força ao incorporar a parceria do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), reunindo cavalarianos, piquetes e Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) em um mutirão de arrecadação de alimentos nas Cavalgadas do Bem.

A proposta é simples e, ao mesmo tempo, grandiosa: montados em seus cavalos, os tradicionalistas percorrem ruas de cidades e áreas rurais, de porta em porta, recolhendo doações que serão destinadas a organizações sociais. De dentro das casas ou dos comércios,

moradores aguardam a passagem do cortejo para entregar quilos de alimentos que, depois, se transformam em refeições para milhares de gaúchos.

Realizadas tradicionalmente em um sábado de dezembro, as Cavalgadas do Bem se consolidaram como um dos maiores movimentos solidários ligados à tradição gaúcha. A cada edição, novas iniciativas foram agregadas, como a participação no Desafio Farroupilha, reality show de danças tradicionais da RBS TV, que aproximou ainda mais a arte e a cultura dessa corrente de solidariedade.

Mais do que estatísticas, as Cavalgadas do Bem simbolizam um gesto coletivo que une tradição, comunidade e generosidade. A cada dezembro, o som dos cascos ecoa acompanhado pela imagem de famílias que, à frente de suas casas, estendem as mãos para doar.

Desde sua estreia, os números comprovam a força da iniciativa, totalizando 610 toneladas de alimentos arrecadados em cinco edições, que equivalem a quase 2 milhões de refeições. Um ritual solidário que reafirma que partilhar é, também, parte essencial da identidade gaúcha.

Cavalgadas do Bem em números

grupos participantes

grupos participantes

grupos participantes

Clipe 2025

Solidariedade sobre rodas

Quando a logística ganha propósito, o transporte de cargas se transforma em esperança, com apoio do SETCERGS

A parceria entre o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (SETCERGS) e o Banco de Alimentos do RS é um elo que atravessa o tempo com a força da união e o propósito do bem. Desde a fundação do Banco, em 2000, o SETCERGS tem sido um aliado essencial na luta contra a fome, assumindo o papel estratégico de coordenar e apoiar a operação da logística social — o coração que faz pulsar toda a engrenagem da iniciativa.

Transportar alimentos é muito mais do que mover cargas de um ponto a outro. É promover igualdade de oportunidades, de esperança e de

cuidado. E o SETCERGS, junto de suas empresas associadas, entende isso. Ao longo de 25 anos, o sindicato transformou a expertise do setor em combustível para a solidariedade, garantindo que as doações arrecadadas cheguem com segurança, eficiência e agilidade a quem mais precisa.

O sindicato também tem sido um elo importante entre o Banco de Alimentos e empresários do setor de transporte e logística, sensibilizando lideranças e incentivando doações

TranspoSul Sustentável

estruturais. Além disso, a cada Sábado Solidário ou em eventos diversos, empresários, motoristas e equipes — mobilizados com sensibilidade e comprometimento — seguem firmes há 25 anos na missão da logística social, colocando seus caminhões a serviço do bem para coletar os alimentos doados, levá-los até a sede do Banco de Alimentos para, de lá, seguir para as mesas de milhares de pessoas atendidas pelas organizações sociais cadastradas.

Paulo Renê em palestra para empresários do setor

A TranspoSul – maior feira e congresso de transporte e logística do Sul do Brasil – reafirmou, em 2025, que desenvolvimento e responsabilidade social seguem lado a lado. A tradicional feira organizada pelo SETCERGS reúne grandes nomes do setor e sempre demonstra que junto à inovação e aos negócios também é possível impulsionar transformações sociais.

Há muitos anos o sindicato abre espaço para o Banco de Alimentos durante a TranspoSul, fortalecendo uma parceria que já se tornou parte do calendário oficial do Banco. Em todas as edições, o evento se transforma em uma grande vitrine da solidariedade, com participação da equipe de Nutrição, que levam informação e acolhimento aos visitantes, oferecendo gratuitamente o teste “Como está sua alimentação?”

Equipe de Nutrição leva informação sobre saúde e alimentação saudável aos participantes do evento

Campanha Transportadores do Bem mobiliza o setor de logística e transportes em grande ação solidária de Natal

Em uma iniciativa inédita que une representatividade setorial, responsabilidade social e mobilização da sociedade, o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do RS (SETCERGS), o Centro Empresarial Porto Seco (CEPORTO) e a Rede de Bancos de Alimentos do RS lançam a campanha Transportadores do Bem, promovida no mês de dezembro de 2025. A ação propõe engajar todo o ecossistema do transporte — empresas, operadores logísticos, caminhoneiros, fornecedores e clientes — em uma corrente solidária capaz de ampliar significativamente a doação de alimentos no Estado.

Concebida para fortalecer a arrecadação de alimentos para o combate à fome e difundir o espírito natalino de cooperação, a campanha integra a tradicional Natal do Bem, da RBS TV, emissora que também é apoiadora oficial. A mobilização conta ainda com a participação da dupla Lucas & Felipe, intérpretes da música-tema criada especialmente para o projeto, veiculada durante o período da campanha.

Carreata virtual

A campanha possui portal oficial www.transportadoresdobem.com.br, desenvolvido pela Agência Conjunto, funcionando como uma verdadeira carreata.

A destinação dos alimentos obedece ao rigor organizacional que marca a atuação da Rede de Bancos de Alimentos RS.

A identidade visual da Campanha Transportadores do Bem — criada pela Agência G5 em parceria técnica com SETCERGS e CEPORTO — expressa o dinamismo, a união e a missão social que caracterizam o setor de transportes.

A Agência Akau é responsável pelo desdobramento das peças de comunicação. A proteção jurídica da marca está a cargo da empresa Paulo Afonso Pereira – PAP Marcas e Patentes, que realiza o registro de forma gratuita, garantindo a integridade e continuidade da iniciativa.

Identidade visual e segurança jurídica

Expoagas: feira sustentável

Feira da AGAS prova que negócios podem gerar lucro, solidariedade e impacto social sustentável

O que poderia virar descarte, na Expoagas ganha um novo destino: por intermédio das contribuições ao Banco de Alimentos, cada doação se transforma em solidariedade e impacto social e ambiental positivo. Desde 2014, a parceria entre a Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS) e o Banco de Alimentos de Porto Alegre já arrecadou mais de 60 toneladas de produtos ao final das edições da feira, comprovando que negócios e responsabilidade social podem — e devem — caminhar juntos.

Mais do que um dos maiores eventos supermercadistas da América Latina, a Expoagas, promovida

pelas AGAS, instituidora do Banco, consolidou-se como um exemplo de sustentabilidade e compromisso social. Ao término de cada edição, expositores e fornecedores destinam seus produtos excedentes — alimentos perecíveis e não perecíveis, itens de higiene e limpeza — ao Banco de Alimentos, evitando o desperdício e reduzindo emissões de gases poluentes com o transporte e o descarte. O impacto vai muito além dos pavilhões da FIERGS. Os produtos doados chegam às mesas de milhares de pessoas por meio de mais de 300 entidades sociais atendidas pelo Banco de Alimentos. Durante o evento,

A cada edição da feira, dezenas de voluntários somam esforços para arrecadar as doações de cada estande, ao término do evento

voluntários percorrem os estandes, conscientizando os participantes e identificando os “Estandes Doadores”, que recebem o Selo BAH – Heróis do Banco de Alimentos como reconhecimento pela adesão à causa. Em 2025, o tema “Tá na vida, tá no Super, tá na Expoagas” reforçou o papel essencial do setor supermercadista no dia a dia das famílias e a transformação social. A feira segue como vitrine de inovação, mas, sobretudo, como símbolo de que o verdadeiro protagonismo empresarial está em gerar impacto positivo, unir forças e transformar solidariedade em legado.

AGAS recebe Selo BAH por compromisso solidário

Instituidora do Banco de Alimentos de Porto Alegre, a AGAS faz da sustentabilidade um compromisso contínuo. Seguindo essa missão, a Associação apoia a campanha Sábado Solidário, promovida mensalmente pela Rede de Bancos de Alimentos do RS em supermercados parceiros. A iniciativa é uma

das principais da Rede, incentivando consumidores a doarem alimentos e itens de necessidade básica, ampliando ainda mais o alcance da solidariedade no Rio Grande do Sul.

O engajamento da entidade e sua atuação exemplar renderam à associação o Selo BAH – Heróis do Banco de Alimentos, entregue em

celebração aos 25 anos da instituição. A honraria foi recebida pelo presidente da AGAS, Lindonor Peruzzo Junior, e sua equipe executiva, em reconhecimento ao papel histórico da associação na mobilização do setor supermercadista em prol de uma economia mais humana e solidária.

Corrida do Sesi – Correr Faz Bem

Parcerias que se reinventam sem perder suas raízes constroem legados. As tradicionais rústicas promovidas pelo Serviço Social da Indústria (SESI-RS), historicamente associadas à promoção da saúde, bem-estar e integração — especialmente em datas como o Dia do Trabalhador — foram retomadas em 2022 com um novo propósito, quando foi lançado o projeto Corrida do Sesi – Correr Faz Bem. Instituidor do Banco de Alimentos do RS, o SESI fortaleceu essa aliança ao destinar os valores das inscrições das corridas para a Rede de Bancos de Alimentos, transformando a prática esportiva em mobilização social estruturada no combate à fome em todo o Estado.

A proposta passou a ir além da promoção da qualidade de vida entre industriários e comunidades locais

Arrecadação total das

Corridas do Sesi no RS

78 108 158 211 2022 2023 2024 2025

— cada inscrição se converteu em doação, conectando o cuidado com o corpo ao compromisso com quem enfrenta a insegurança alimentar. Assim, a corrida consolidou-se como um projeto que une bem-estar físico, responsabilidade social e solidariedade em larga escala.

Já em sua primeira edição, em 2022, a iniciativa surpreendeu pelo engajamento: foram 29 provas realizadas em diversas cidades gaúchas, com a participação de 13 mil pessoas. Por meio da plataforma Doe Alimentos, adaptada especialmente para o evento, foi possível converter as inscrições na aquisição de quase 78 toneladas de alimentos, representando uma das maiores mobilizações solidárias do ano.

O crescimento foi progressivo e consistente. Em 2023, mais de 11.500 participantes contribuíram

toneladas de alimentos

toneladas de alimentos

toneladas de alimentos

toneladas de alimentos

Tradição que une movimento e propósito: a cada edição, a Corrida do Sesi mostra que cuidar de si e cuidar do outro correm lado a lado

para a arrecadação de 108 toneladas de alimentos. Em 2024, a adesão aumentou ainda mais — 15.896 inscritos resultaram em 158 toneladas destinadas à Rede de Bancos de Alimentos do RS, fortalecendo a capacidade de atendimento às instituições sociais cadastradas. Em 2025, a projeção consolida o alcance do projeto, com 211 toneladas arrecadadas.

Plataforma que facilita e amplia o impacto

A utilização da plataforma Doe Alimentos mostrou-se estratégica para garantir transparência, agilidade e eficácia no processo de arrecadação. Os participantes não precisam adquirir produtos fisicamente nem se preocupar com a logística da entrega. O Banco de Alimentos, por sua vez, consegue distribuir os alimentos conforme as necessidades específicas de cada instituição beneficiada, ampliando o alcance e garantindo um uso inteligente e direcionado dos recursos.

Engenho Coradini: tradição que alimenta o presente e cultiva o futuro

Há 70 anos, o Engenho Coradini, de Dom Pedrito (RS), cultiva mais do que arroz: cultiva valores. Doadora do Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul desde a fundação da organização em 2000, a empresa tem sido parceira fiel na missão de proporcionar alimento e dignidade a quem mais precisa. Uma história de solidariedade que reflete o mesmo cuidado e excelência presentes em cada grão de suas marcas — Granjeiro, Gringo, Vó Maria, Barchet e Grinpop — produtos reconhecidos pela pureza, qualidade e sabor incomparável.

Sob o lema “Comprometidos com um futuro melhor. Trabalhamos o hoje, focados no amanhã”, o Engenho Coradini é exemplo de empresa que une tradição e inovação sob os pilares ESG. Seu processo produtivo é guiado pela sustentabilidade: utiliza energia solar, reaproveita a casca do arroz para geração de eletricidade e adota a logística reversa, garantindo que parte das embalagens tenha destino certo na reciclagem, apoiando cooperativas e catadores em todo o Brasil.

Empresa de Dom Pedrito faz do arroz um símbolo de responsabilidade e solidariedade, unindo qualidade, sustentabilidade e compromisso pelo bem comum

A responsabilidade com o meio ambiente e a comunidade é reconhecida também por suas certificações.

O Engenho Coradini detém o selo internacional HACCP Codex Alimentarius, que atesta o rigor no controle de segurança alimentar, e a Certificação de Unidade Armazenadora, prova da excelência técnica em cada etapa do processo.

Com raízes fortes e olhar voltado ao futuro, o Engenho Coradini mostra que produzir alimento é, acima de tudo, um ato de amor — pelo campo, pelas pessoas e pelo planeta.

Arroz Coradini sempre chega ao Banco de Alimentos em ótima hora. Foi o que aconteceu nas enchentes de 2024, com apoio extra do senhor Walter Gomes Vaz, de Bagé, que doou essa carga

Entre tragédias e recomeços, está a solidariedade empresarial

Parceiro de longa data, Grupo SLC transformou tragédias em pontes de reconstrução, levando sustento e esperança a milhares de famílias gaúchas

Parceiro de longa data do Banco de Alimentos e dos Bancos Sociais da FIERGS, o Grupo SLC compartilha um mesmo propósito: proporcionar melhor qualidade de vida às comunidades que mais precisam. As tragédias ambientais ocorridas no Rio Grande do Sul em 2023 e 2024 estreitaram ainda mais esses laços, consolidando uma união pautada em solidariedade, eficiência e respeito ao planeta. A partir desse vínculo fortalecido, o Instituto SLC, braço social do Grupo, passou a ser mantenedor do Banco de Alimentos, reafirmando o compromisso com o desenvolvimento humano e o bem comum. Inspirado por esse espírito de cooperação, o Grupo SLC e seu Instituto têm estado sempre presentes nos momentos mais desafiadores — assim como ocorreu durante a pandemia, quando a empresa mostrou, mais uma vez, sua atuação ativa e solidária, com a campanha “SLC Contra a Fome”, mobilizando colaboradores, clientes e parceiros em prol do Banco de Alimentos. A iniciativa beneficiou milhares de pessoas com alimentos e itens essenciais e alcançou o equivalente a 1 milhão de refei-

ções — um gesto concreto de compromisso com a segurança alimentar e o bem-estar social.

Esse engajamento se intensificou diante dos desastres climáticos que atingiram o Estado em 2023 e 2024. Em setembro de 2023, após o Vale do Taquari ter sido devastado pelas enchentes, o Instituto SLC lançou a campanha “Plantando Esperança”, em parceria com o Banco de Alimentos, Bancos Sociais da FIERGS e Rotary Club de Lajeado-Engenho. A ação resultou na entrega de 2 mil cestas básicas, 150 fogões, 50 geladeiras e 50 máquinas de lavar, distribuídas a famílias identificadas pelo Rotary em Lajeado e Encantado. Em 2024, o projeto ganhou um novo significado: reconstruir sonhos. Com apoio do Banco de Livros e do Banco de Mobiliários, o Instituto SLC viabilizou 20 novas salas de leitura totalmente equipadas, com livros, mobiliário e decoração, a escolas do Vale do Taquari, das ilhas de Porto Alegre e da Vila Farrapos, oferecendo espaços de aprendizado, imaginação e esperança — sementes plantadas hoje para florescerem nas gerações futuras.

Festival do Japão: tradição internacional

Parceria de longa data com o Banco de Alimentos une cultura e solidariedade

Mais do que um encontro cultural, o Festival do Japão RS também se tornou um símbolo de solidariedade. Por muitos anos, o evento manteve uma parceria constante com o Banco de Alimentos de Porto Alegre, adotando o ingresso solidário, mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível. Cada doação arrecadada durante o festival ajudou a levar comida à mesa de milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Realizado anualmente em agosto, o Festival do Japão celebra o Dia do Imigrante Japonês no Rio Grande do Sul, data que homenageia a chegada dos primeiros imigrantes ao Estado. Mais do que uma festa, o evento é um elo entre culturas, reunindo tradições, arte, música e gastronomia em um fim de semana de integração e aprendizado.

Desde suas primeiras edições, o público é convidado a mergulhar em experiências típicas da cultura japonesa — das apresentações de taikô (tambores japoneses), danças folcló-

ricas e karaokê, às oficinas de origami, ikebana, bonsai e shodô (caligrafia japonesa). O espaço também acolhe o universo dos cosplayers, que transformam o festival em um espetáculo de cores e criatividade inspirado na cultura pop oriental.

A gastronomia é outro destaque: pratos tradicionais como yakisoba, lamén, gyoza e mochi conquistam o público e ajudam a manter viva a herança culinária do Japão.

Com milhares de visitantes e dezenas de voluntários, o Festival do Japão RS vai muito além da celebração das tradições nipo-brasileiras. A parceria de longa data com o Banco de Alimentos reforça que preservar a cultura também pode significar cuidar do próximo — e que cada gesto solidário ajuda a alimentar histórias de esperança.

Cultura tradicional e o universo dos cosplayers são celebrados no Festival do Japão. Na foto, a gerente administrativa do Banco de Alimentos, Lucelene Navarro, e o presidente Paulo Renê, recepcionam com alegria visitantes do evento

Tecnologia e solidariedade que transformam realidades

Com apoio da Dell Technologies, Banco de Alimentos e Bancos Sociais da FIERGS fortalecem compromisso com a comunidade

A parceria entre a Dell Technologies, Banco de Alimentos e Bancos Sociais da FIERGS é um exemplo de como o engajamento corporativo pode gerar impacto social duradouro. Mais do que uma apoiadora institucional, a multinacional incentiva ativamente o voluntariado entre seus colaboradores, destinando horas de trabalho para ações solidárias que fazem diferença na vida de milhares de pessoas.

Regularmente, grupos de voluntários da Dell ajudam na sepa-

ração e montagem de cestas básicas que são distribuídas a centenas de organizações sociais cadastradas. Esse envolvimento, que une espírito de equipe e propósito, faz parte da cultura de responsabilidade social da empresa — e é reforçado por ações de destaque, como o Dia de Voluntariado realizado em 2024, quando um grupo de altos executivos da Dell participou de atividades no Banco.

Diego Puerta, presidente da Dell Technologies no Brasil, recebe em nome da empresa o selo BAH

A aproximação entre as instituições também se estendeu para dentro da própria Dell: a empresa abriu espaço para que os Bancos Sociais participassem da Feira de Instituições, realizada

na sua sede em Eldorado do Sul. O evento permitiu que mais colaboradores conhecessem de perto os projetos apoiados e se engajassem de forma ainda mais ativa nas causas sociais.

Além do voluntariado, a Dell também contribui com doações de computadores, que fortalecem projetos sociais e educacionais apoiados pelos Bancos Sociais.

Troca de experiências que alimenta o mundo

Diretores do Banco de Alimentos

visitam instituições internacionais e compartilham conhecimentos na missão de combater a fome

Diretores do Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul – Porto Alegre têm levado a solidariedade e a experiência gaúcha além das fronteiras. Desde 2005, as viagens internacionais dos diretores, em suas viagens particulares, se tornaram também oportunidades de aprendizado e intercâmbio com Bancos de Alimentos de diversos países, fortalecendo laços e aprimorando práticas que unem sustentabilidade, eficiência e solidariedade.

Naquele ano, representantes da Diretoria Executiva visitaram Bancos congêneres em Montevidéu (Uruguai), Córdoba (Argentina), Cidade do México (México), Portugal e Alemanha. Nessas visitas técnicas, trocaram ideias e compartilharam estratégias de operação, captação e distribuição de alimentos, com o objetivo comum de combater o desperdício e a fome.

Em 2019, o diretor Adir Fração, acompanhado da esposa Laci Maria e da filha Giane, visitou o Banque Alimentaire des Alpes-Maritimes, localizado em Nice, na França. No mesmo ano, Denise Zaffari, diretora do Banco e então coordenadora do curso de Nutrição da Unisinos (Campus Porto Alegre), esteve no Banco Alimentar de Lisboa, em Portugal.

A diretora voluntária Suzany Reck Herrmann seguiu esse movimento de intercâmbio internacional, visitando o Banco de Alimentos de Nova Iorque (EUA), em 2021 e o Banco de Alimentos de Dubai (Emirados Árabes), em 2022. Nesse mesmo ano, Denise Zaffari também esteve no Banco de Alimentos da Suíça,

ampliando o diálogo sobre nutrição e boas práticas logísticas.

Mais recentemente, em novembro de 2023, Suzany Herrmann representou novamente o Banco de Alimentos do RS em uma visita técnica à Red de Alimentos, em Santiago, no Chile, e em novembro de 2024 esteve no Banco de Alimentos de

Adir Fração, esposa Laci Maria e filha Giane visitaram o Banco de Alimentos de Nice, na França

Barcelona, na Espanha, para conhecer de perto as práticas da instituição no combate à fome.

A nutricionista e professora Luísa Rihl, coordenadora do curso de Nutrição da Unisinos e do Projeto Social Banco de Alimentos, esteve em Roma, na Itália, em outubro de 2024, e incluiu em sua agenda visitas técnicas ao Banco Alimentare Roma e à agência da FAO, ligada à ONU.

Diretora Suzany Herrmann em Nova York e em Dubai.
Suzany no Banco de Alimentos de Barcelona
Diretora Luísa Rihl em visita ao Banco de Alimentos de Roma
Denise Zaffari (à direita), esteve no Banco de Alimentos da Suiça.

Visitas internacionais: Banco de Alimentos se torna referência que atravessa fronteiras

Mais do que um projeto local, o Banco de Alimentos do RS tornou-se um exemplo que inspira o mundo, conectando continentes em torno de um objetivo comum: combater a fome e promover a solidariedade. O pioneirismo gaúcho no combate ao desperdício e na promoção da segurança alimentar atraiu lideranças e organizações de diferentes países, para conhecer de perto um modelo que alia logística eficiente, impacto social e inovação solidária.

Entre os momentos marcantes, está a visita de Christopher Rebstock, então presidente da Global FoodBanking Network (GFN), com sede nos Estados Unidos. Ele conheceu os Bancos de Porto Alegre, Canoas e Gravataí, destacou o pioneirismo brasileiro em conferências internacionais e foi palestrante nas comemorações de 10 anos do Banco de Alimentos.

Em 2012, Reta Jo Lewis, assessora da então secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, esteve na FIERGS, acompanhada do presidente da entidade à época, Heitor Müller, e do coordenador do Conselho de Cidadania, Jorge Buneder. A convite, visitou os Bancos Sociais, interagiu com estudantes e acompanhou a produção do Banco de Vestuário, demonstrando interesse pelo modelo gaúcho. Também dos Estados Unidos, o presidente do Rotary International, Billy Boyd, conheceu a instituição e ressaltou a importância do exemplo de solidariedade capaz de inspirar iniciativas em outros países. Do Canadá, um grupo do Rotary International Exchange Group visitou a sede, assim como representantes de Rotarys Internacionais vindos da

Países visitantes

Nova Zelândia, Suécia, da América Latina e do Caribe.

Outra visita de grande impacto foi a do secretário-geral dos Bancos de Alimentos da Itália, Marco Lucchini, que representou também a Federação Europeia dos Bancos Alimentares, sediada em Bruxelas, na Bélgica. A entidade conecta organizações de 25 países e promove diariamente a distribuição de milhares de refeições em toda a Europa. A França também marcou presença com uma comitiva de Paris interessada em aplicar experiências semelhantes em território francês. Além disso, estiveram no Banco de Alimentos o diretor executivo do Banco de Alimentos do Egito, Reda Sukker; executivos da empresa Deep

Sea Electronics, da Inglaterra; a embaixatriz Maria Helena Tôrres Batista-Carrilho, esposa do embaixador do Brasil na Coreia do Norte; Jean Michel Pivin, diretor da Federação de Bancos de Alimentos da França; uma comitiva de estudantes da Alemanha, em intercâmbio com o Colégio Farroupilha; visitantes da Austrália, acompanhados pela Sage Foundation; além de representantes do programa Recycle Organics, do Chile, e da organização Climate Policy Initiative in Action (CCAP), dos Estados Unidos Autoridades representativas também marcaram presença, como o cônsul do Japão, que trouxe alimentos arrecadados no Festival do Japão de 2017 e a vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre, Filipa Mendonça.

Investir em coleta e tratamento de esgoto é valorizar a vida.

Saneamento não é apenas infraestrutura, é dignidade. A Corsan já está em ação com o maior plano de investimentos em obras de saneamento da história do estado. Chega de destratar o meio ambiente, as nossas cidades e a nossa saúde: é hora de tratar o esgoto para transformar essa realidade e construir o futuro que todos os gaúchos merecem.

Sport Club Internacional

A história de paixão e solidariedade deste gigante dentro e fora de campo

Ao longo de 25 anos de história, o Banco de Alimentos consolidou uma aliança especial com o Sport Club Internacional — uma parceria que uniu duas paixões dos gaúchos: o futebol e a solidariedade. Desde 2009, o clube e sua torcida vêm mostrando que o amor colorado também pode se transformar em alimento e esperança para quem mais precisa.

Em 2009, as arrecadações em jogos e no Show do Centenário do Inter, que reuniu torcedores e artistas em um grande gesto solidário, fortaleceram essa união e deram início a uma tradição.

Em 2010, ano em que o Banco de Alimentos completou uma década, o Internacional entrou em campo com uma camisa especial estampando o logotipo da instituição. Na partida contra o Vitória, antes do embarque para o Mundial de Clubes da Fifa, nos Emirados Árabes, os colorados puderam trocar alimentos por ingressos — uma mobilização que arrecadou 50 toneladas. Ao longo do ano, a parceria resultou em mais de 100 toneladas de alimentos.

Nos anos seguintes, a torcida manteve o espírito solidário. Em

2013, o Dia do Torcedor Colorado marcou um recorde histórico: 135 toneladas de alimentos.

Já em 2015, a rivalidade gaúcha deu lugar à causa comum. O Gre-Nal Solidário, em comemoração aos 15 anos do Banco de Alimentos, colocou Inter e Grêmio lado a lado pela mesma bandeira: a luta contra a fome.

Nos anos seguintes, a bola continuou rolando pela solidariedade. O Gigante Solidário, em 2021, arrecadou 30 toneladas em apenas dois dias de campanha. Em 2022, o jogo das Gurias Coloradas resultou em mais 27 toneladas.

Em 2023 e 2024, diante das enchentes que afetaram o Estado, o Inter reafirmou sua vocação humanitária. O Beira-Rio e o Gigantinho se transformaram em grandes pontos de coleta, reunindo milhares de doações mobilizando jogadores, torcedores e voluntários.

Ao longo dessa caminhada, o Sport Club Internacional e sua torcida mostraram que ser gigante vai muito além das quatro linhas.

Em 2010, ano que o Banco de Alimentos completou 10 anos, o time colorado entrou em campo com uma camiseta especial, estampando o logotipo da organização social. Na foto, Paulo Renê, Vitorio Piffero, Jorge Buneder, Paulo Tigre, Regina Becker e o então prefeito de Porto Alegre, José Fortunati

Time e torcida colorada sempre respondem ao chamado quando o assunto é solidariedade

Reconhecimentos que contam uma história

Ao longo de sua história dedicados ao combate à fome e à promoção da dignidade humano, o Banco de Alimentos e os Bancos Sociais receberam importantes reconhecimentos que refletem a relevância de seus trabalhos. Cada premiação apresentada nesta página é um testemunho coletivo — fruto da confiança de parceiros, do empenho de voluntários e da força de uma comunidade que acredita na solidariedade como caminho. Mais do que honrarias, são marcos que reforçam uma trajetória construída com seriedade, compromisso e propósito.

Nacional

• Prêmio Criança Fundação ABRINQ – 2018

• Prêmio Nacional CBIC de Responsabilidade Social

• Prêmio Nacional Top Ser Humano Oswaldo Checchia – ABRH Brasil

• Tecnologia Social Banco do Brasil - Certificação

Estadual e Municipal

• Comenda do Comando de Policiamento Metropolitano

• Distinção Lions do Rio Grande do Sul

• Medalha de 80 anos Instituição Beneficente Coronel Massot

• Medalha de Porto Alegre (Prefeitura Municipal)

• Medalha de Responsabilidade Social da Assembleia Legislativa RS

• Medalhas Defesa Civil e Ernesto Dornelles

• Mérito Limousin

• O Rio Grande que Dá Certo - BAND

• Prêmio ARF/Ministério Público

• Prêmio Associação de Criadores de Gado do RS

• Prêmio Destaque Comunitário (Câmara de Vereadores POA)

• Prêmio Destaque Comunitário (Rede Pampa de Televisão)

• Prêmio Destaque Ideias Para a Cidade - Unisinos

• Prêmio IEL Melhores Práticas

• Prêmio InternetSul

• Prêmio Líderes e Vencedores

• Prêmio Top Cidadania ABRH-RS 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019, 2024, 2025

• Prêmio Miguel Velasquez de Direitos Humanos –MP/RS

• Prêmio Rotary Clube Lindóia Passo da Areia

• Prêmio Sinepe-RS

• Troféu Amigos da Boa Causa - Santa Casa de Porto Alegre

• Troféu Cultura Econômica - Jornal do ComércioBadesul

• Troféu Destaque de Responsabilidade SocialAssembleia Legislativa

• Troféu Destaque SINURGS

• Troféu Símbolo Internacional

• Troféu Vira Vida - SESI

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