Tempo Livre Julho/Agosto 2015

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N.º 26 | Julho/Agosto 2015

NovaL App T l.pt re.inate

liv empo http://t

Desporto

CCD Inatel nos Jogos Mundiais da CSIT

Francisco Moita Flores

“A escrita é a minha vida”

INATEL 80 anos

Festas com Futuro

Cultura

Açores: Intercâmbio entre as “ilhas do triângulo” Hotelaria

S. Pedro do Sul Hotel: história e natureza de mãos dadas

Viagens

Tailândia, o fabuloso reino de Sião

Noite de Luz e Fogo 18 de julho no Terreiro do Paço


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DESCONTOS

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TL Julho/Agosto 2015 // FUNDAÇÃO INATEL // 3 // SUMÁRIO

// EDITORIAL

4 Notícias

6 Concurso de Fotografia

8

Singularidades de uma octogenária descomplexada

Entrevista: Francisco Moita Flores

10 Cultura: Intercâmbio cultural entre as “ilhas do triângulo”

14 Inovação Social: Turismo Júnior

16 Desporto: CCD INATEL nos Jogos Mundiais

18/23 Tema de capa INATEL 80 Anos

24 Hotelaria: Inatel Palace | S. Pedro do Sul Hotel

25 Viagens: Tailândia

26/27 Memória: Jorge Coroado e Ribeirinho

28 Os Contos do Zambujal

30 Em cena no Trindade// Arquitetura dos Tempos Livres

32 Língua Nossa// Tempo Digital

33 Ecrãs: novos filmes em cartaz

34 Motor// Palavras Cruzadas// Sugestões

N

o passado dia 13 de junho ocorreu um ponto alto da celebração do 80.º aniversário da INATEL. Os que puderam assistir, logo pela manhã, aos momentos institucionais de lançamento do postal dos CTT e da medalha alusivos à efeméride e, à tarde, à evocação em espetáculo do que vimos fazendo em turismo, cultura e desporto puderam constatar como vibra de forma descomplexada esta instituição octogenária. Fomos, nessa tarde, apoiados por grandes personalidades da vida nacional, cujos depoimentos saudaram o passado que nos honra e nos projetam no futuro que construímos dia a dia, e recebemos o carinho de muitos parceiros empenhados, que connosco celebraram a festa de aniversário, no Trindade agora rebatizado Teatro da TrindadeINATEL para vincar a ligação indissolúvel da nossa sala de espetáculos, que é referência da Lisboa cultural, à missão institucional da INATEL. E o dia terminou da melhor maneira, com o divertidíssimo musical “Nham, Nham, Um delicioso musical”, a produção final do 1º Curso de Teatro Musical da nossa Academia. Sob a batuta competente de Claudio Hochman e de Bruno Cochat, os formandos mostraram-nos o caminho daquilo que deverá ser a produção própria do Trindade-INATEL em 2016: o espetáculo popular de elevada qualidade que alia a diversão inteligente com a finalidade educativa e o apoio aos praticantes amadores das artes performativas. São estas algumas das singularidades da octogenária descomplexada, que nos tornam caso único entre as instituições públicas ao serviço das políticas sociais para a cidadania, e que devem ser assinaladas, mesmo com risco de repetição. A INATEL não é o ministério da cultura dos pobrezinhos, nem o do desporto dos amadores – é um ramo do Estado Social e as suas intervenções são ações de política pública que concretizam o direito social ao lazer para todos. Por isso e para isso é cofinanciada,

aliás, pelas contribuições sociais dos trabalhadores e das empresas e pelas receitas dos jogos da Santa Casa. E a festa dos 80 continua. O verdadeiro clímax chega no dia 18 deste mês. Na noite desse dia a Fundação oferece o seu melhor presente a todos os Portugueses, comemorando as oito décadas de confiança que lhes temos merecido. Um espetáculo de luz e fogo, com videomapping, atuações ao vivo de grandes artistas e remate de fogo preso, evocará no Terreiro do Paço, em Lisboa, grandes momentos da história da FNAT e da INATEL e projetará o futuro de novas realizações à altura do nosso passado, que ambicionamos. À festa dos 80 que celebramos dedicamos muito deste número do TL do verão de 2015. Não só a notícia dos festejos em curso é dada, como evocamos ainda duas grandes figuras do desporto e das artes do espetáculo, Jorge Coroado e Ribeirinho, cujas brilhantes carreiras começaram com a FNAT e a INATEL e relativamente aos quais publicamos artigos notáveis, retomados de edições passadas da TL, enriquecendo este número duplo, que vos acompanhará até setembro e com o qual vos desejo boas férias estivais. Entretanto, o TL em papel tem agora o complemento que faltava, e a que auguro grande impacto entre os associados e o público em geral. O TL passa a estar on-line, disponível em computador e aplicações para tablet da Google e da Apple (App Tempo Livre Digital). Será um novo serviço de informação sobre lazer, permanentemente atualizada, para todos, e uma outra singularidade desta octogenária descomplexada que nos orgulhamos de ser. I

Presidente da Fundação INATEL

Jornal Mensal e-mail: tl@inatel.pt | Propriedade da Fundação INATEL Presidente do Conselho de Administração: Fernando Ribeiro Mendes Vice-Presidente: José Manuel Soares; Vogais: Jacinta Oliveira e Álvaro Carneiro Sede da Fundação: Calçada de Sant’Ana, 180, 1169-062 LISBOA, Tel. 210027000 Nº Pessoa Colectiva: 500122237 Diretor: Fernando Ribeiro Mendes Coordenação editorial: Teresa Joel Logótipo:Fernanda Soares Design: José Souto Fotografia: José Frade, Isabel Santiago Henriques (colaboradora) Redação: Calçada de Sant’Ana, 180 – 1169-062 LISBOA, Telef. 210027000 Colaboradores: Carlos Blanco, Ernesto Martins, Eugénio Alves, Gil Montalverne, João Cachado, José Baptista de Sousa, Joaquim Diabinho, José Lattas, Mário Zambujal, Sílvia Júlio, Sofia Tomaz Publicidade: Comunicação e Marketing/Vanda Gaspar Tel. 210072392; Impressão: Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA., Rua Consiglieri Pedroso, n.º 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Tel. 214345400 Dep. Legal: 41725/90. Registo de propriedade na D.G.C.S. nº 114484 Preço: 1,00 euro Tiragem deste número: 80.000 exemplares


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4 // NOTÍCIAS // TL Julho/Agosto 2015

// COLUNA DO PROVEDOR

Inatel oferece segunda lua de mel a noivos de Santo António

Colunas do Provedor em livro O livro Colunas do Provedor, de Kalidás

D

Manuel Camacho provedor.inatel@inatel.pt

"Tempo livre não significa repouso. O repouso, como o sono, é obrigatório. O verdadeiro tempo livre é apenas a liberdade de fazermos o que queremos, mas não de permanecermos no ócio." com este pensamento de Bernard Shaw, destacado dramaturgo, escritor e jornalista irlandês do século passado, que vos quero dizer o quão importante é este tempo de férias. A fuga à rotina, o aproveitar dos espaços de lazer, o desfrutar da natureza e sobretudo o equilíbrio proporcionado pela possibilidade de gerir o próprio tempo. É tempo de cada um se sentir dono de si mesmo, obedecendo aos próprios impulsos e gostos – sejam eles de desporto, cultura, turismo ou puro descanso. Com a família, os amigos ou mesmo sós, todos necessitamos de momentos assim e é exactamente para isso que existem as férias, que em última instância são o estímulo para mais um ano de trabalho e/ou de rotinas. Não se esqueçam de que a Fundação INATEL tem 80 anos de experiência nestas áreas, com respostas cada vez mais diversificadas e atrativas para estes momentos especiais. Aproveito para vos desejar umas Boas Férias. I

É

50

na Anos EL INAT

epois de ter vivido a lua de mel há 50 anos na unidade hoteleira da Foz do Arelho, o associado André Quarenta regressa com a esposa ao mesmo lugar em clima de grande emoção. “Voltámos ao mesmo sítio onde passámos a lua de mel. Deram-nos um quarto no edifício novo. A vista da Lagoa é muito bonita. As pessoas que nos receberam foram carinhosas e formidáveis. Foi maravilhoso”, conta o associado, de 75 anos, com grande satisfação. Noivos de Santo António há cinco décadas, participaram, este ano, numa cerimónia na Sé de Lisboa, a convite da Câmara Municipal de Lisboa, no dia 12 de junho, para assinalarem a data. Tendo a FNAT oferecido a lua de mel na Foz do Arelho, André Quarentena contactou a Fundação Inatel para brindar o casal com uma

Barreto, foi apresentado no passado dia 18 de junho, nos Jardins do Palácio da Independência, em Lisboa. As suas crónicas, escritas para o Tempo Livre, foram reunidas nesta pequena obra, editada pela Fundação Inatel, após cessar as funções de Provedor do Associado, onde se manteve cerca de 15 anos. “Fazendo das críticas e reclamações um meio de aprendizagem organizacional, o Provedor Kálidas Barreto serviu os associados e serviu a instituição INATEL sem conflito de interesses, porque a sua voz independente

segunda lua de mel, na altura em que comemorou os 50 anos de casamento: “O processo desenrolou-se com o máximo amor e compreensão. Fizeram parte do nosso sonho”, diz, reconhecido à Inatel. I

nunca se calou quando a situação o exigiu, e sempre soube ajudar os responsáveis desta casa a corrigirem a falha e a melhorarem o serviço, que é nosso dever assegurar a todos aqueles que a nós recorrem para a ocupação dos seus tempos livres”, lê-se na nota de agradecimento de Fernando Ribeiro Mendes, publicada em Colunas do Provedor.

Novas Residências Inatel Residências INATEL Santa Maria da Feira é um novo projeto que oferece um programa atrativo para todos os que, independentemente da idade, pretendam residir num ambiente familiar e acolhedor, com diversos serviços adequados às necessidades

Foz do Arelho distingue INATEL A Junta de Freguesia da Foz do Arelho, por ocasião das comemorações

e exigências dos residentes. Os quartos são espaçosos, têm janelas amplas com vista para as

do sexto aniversário de elevação a vila, atribuiu uma Medalha de Mérito à

colinas verdejantes ou castelo. Para

Fundação Inatel pelos serviços prestados à população local. A honrosa

desfrutar de momentos de lazer,

distinção foi entregue ao vice-presidente da Inatel, José Manuel Costa

existe uma piscina, um court de ténis,

Soares, durante a sessão solene que decorreu na sede da Junta de

uma sala de jogos, uma biblioteca, e

Freguesia, no passado dia 12 de junho.

espaços exteriores para passeios.

Completam, nos meses de julho e agosto, 50 anos de ligação à Fundação INATEL os associados: Albino Oliveira Silva, António Martins Recarei, Alfredo Ferreira Biltes, Claudino Pereira Silva, de Matosinhos; Angela Santos Guerreiro, de Oeiras; António Costa Antunes, de Almada; Diogo Lemos Carvalho, de Penafiel; Fernando Teixeira Sousa, de Sintra; Maria Julieta Conceição, de Cascais; José Alves Abreu, do Porto; José Vicente Pereira, de Coimbra; José Jesus Ferraz, de Tondela; Orlando Moreno Oliveira, da Amadora.


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TL Julho/Agosto 2015 // NOTÍCIAS // 5

Viagens guiadas por especialistas

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onhecer e compreender o que se visita permite usufruir do Turismo com mais qualidade, por isso, a INATEL lançou, este verão, viagens guiadas por diversos especialistas, em História, Arquitetura, Artes ou Natureza, para que os participantes, além do lazer, tenham a possibilidade de conhecer melhor os países ou as regiões que visitam. A primeira viagem com um especialista em Natureza será ao Brasil, “Exuberância do Pantanal”, onde os viajantes ficarão alojados num hotel com infraestruturas planeadas para a preservação ambiental e o turismo ecológico, de 14 a 23 de setembro. Ainda em setembro, a viagem “Equinócio de outono no Cromeleque dos Almendres”, Évora, dia 20, foi programada para observar o

Nova App Tempo Livre A nova App Tempo Livre Digital, para tablet e smartphone, da Google e da Apple, disponível através do endereço http://tempolivre.inatel.pt, vai permitir acompanhar a versão on-line do TL. Nesta edição destacamse os vídeos da celebração do 80.º aniversário

instante único no ano em que o sol cruza a linha do equador, o momento exacto em que o dia e a noite duram o mesmo tempo, com as explicações de Manuel Joaquim Gandra, especialista em História Mítica de Portugal.

Em novembro está programada uma viagem de oito dias ao Egipto, guiada pelo egiptólogo José Sales que, antes da partida, dará uma Masterclass, na Academia INATEL, a todos os inscritos na viagem “Maravilhas do Nilo”. I

da INATEL, no passado dia 13 de junho, Noites de Fado Vadio no Palácio da Independência, e entrevista a Francisco Moita Flores.


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6 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Julho/Agosto 2015 // XIX CONCURSO “TEMPO LIVRE” DE FOTOGRAFIA

Prémio

Menção honrosa

Rosa Ribeiro, Maia

Amilcar Marques, Porto

Associada n.º 103587

Associado n.º 496538

Mais informações sobre o Regulamento: www.inatel.pt (Fundação/“Tempo Livre”/edição de abril 2013) T. 210027000/ tl@inatel.pt

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8 // ENTREVISTA // TL Julho/Agosto 2015

Francisco Moita Flores “A escrita é a minha vida” Chega junto de nós, num dia quente de verão, com o seu mais recente livro na mão O Dia dos Milagres e um bloco A4 pautado. Escreve sempre com uma caneta Parker de tinta preta que o tem acompanhado pela vida fora. Os pensamentos, as palavras, os atos e as emoções soltam-se “como um espirro que não se controla”, quando passa tudo para o papel rancisco Moita Flores já escreveu 17 romances, 22 séries para televisão, quatro novelas, oito filmes e cinco peças de teatro. Emociona-se quando fala do exercício da escrita. As palavras têm este condão de nos aproximar de tudo o que vai cá dentro, quando se escreve apaixonadamente. A vida inspira-o. Talvez por isso diga que a escrita é a sua vida. Porém, as suas obras-primas não são as literárias: “A família é a nossa maior obra. Todos iremos morrer, e a morte só é compensada pela entrega daquilo que fomos através dos nossos filhos e netos. É o maior património que se pode entregar aos outros”. É escritor, investigador, professor, comentador. Foi inspetor da Polícia Judiciária e presidente da Câmara de Santarém. É conhecido por ser um trabalhador incansável e rigoroso. Descansa de umas coisas fazendo outras? A forma de recuperar o cansaço é mudando a atenção para outro projeto – e isso acontece-me com muita frequência, embora já não tenha a atividade que tinha há uns anos. Hoje dedico-me sobretudo à escrita e a uma ou outra aula. Já desacelerei. Tem um novo romance O Dia dos Milagres, que é uma viagem a Vila Viçosa nos dias que antecederam o golpe de 1 de dezembro de 1640, retratando um povo que não se vergou para afirmar a sua identidade… É um dia especial da História portuguesa – infelizmente, muito mal tratado. Houve quem o retirasse de feriado – acho que é

José Frade

F

“Lembro-me de umas férias que passei na Inatel Porto Santo e escrevi o livro O Carteirista que fugiu a tempo” uma coisa miserável contra a cultura e a História portuguesa, porque foi a única vez em que um grupo de homens, sem exército, apenas com o povo de Lisboa por trás, enfrentou o maior império e exército do mundo. Isto só era possível em Portugal. O nosso país é capaz ‘do oito e do oitenta’. E nestes oitos e oitentas fez o 1.º de Dezembro. Aqueles dias da véspera da revolta em Vila Viçosa, onde estavam o duque e a duquesa de Bragança, que iriam ser o futuro rei e a futura rainha de Portugal, eram de brasa – com

a agravante de que nessa altura não havia SMS nem telefones. As notícias do palco da revolução até onde estavam os líderes da conspiração demoravam muito tempo. Foi preciso viver grandes momentos de tensão até eclodir o golpe que havia de devolver a Portugal a sua identidade, História e liberdade. O que aprendeu sobre nós enquanto povo? Que não nos vergamos? Que não nos vergamos a feiticeiros, que não nos vergamos a senhores feudais de todos os tempos, particularmente os que estamos a viver agora, porque os senhores feudais não morreram – multiplicaram-se pela Europa, vivendo e governando de uma forma transversal. Mas nós não nos vergamos. Temos a capacidade

de ser tolerantes, temos a capacidade do sofrimento e do sacrifício até ao limite. Quando ultrapassamos esse limite, somos capazes de ser geniais como outros não o são. Foi essa genialidade que fez com que fizéssemos os Descobrimentos e o 1.º de Dezembro de 1640. Foi essa capacidade de ter génio que fez com que fôssemos o primeiro país do mundo a abolir a escravatura e a pena de morte. O 1.º de Dezembro de 1640 faz parte do oitenta dessa História, da qual tenho um grande orgulho. Os heróis que nos antecederam foram os nossos pais. Vale a pena recordá-los através deste romance – espero que agrade às pessoas. Afirmou numa entrevista que se não puder escrever, não quer estar vivo. É a escrita que lhe oxigena


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TL Julho/Agosto 2015 // ENTREVISTA // 9 os dias? A escrita é a minha vida. Quando pediram para me candidatar a uma câmara municipal, perguntei se podia continuar a escrever. Se não pudesse, não tinha entrado [na política]. Como é o seu ritual de escrita? Escreve diariamente? Não. Leio e estudo muito diariamente, e escrevo por ímpetos, por circunstâncias. Seja qual for a ideia ou o plano, tenho de sentir a história não tanto na cabeça mas sobretudo no coração. Tenho de gostar daquilo que vou contar. E gosto tanto que sou eu que estou lá. Se não gostarmos, nem conseguimos escrever o que temos dentro de nós. Eu escrevo à mão. A escrita à mão solta-nos o que está cá dentro como se fosse um espirro que não controlamos. E só escrevo com uma caneta. É a Parker mais barata que existe e

“A Inatel é mais do que equipamentos hoteleiros, é uma relação afetiva que temos com a nossa memória. Faz um serviço público extraordinário ao país” que me acompanha toda a vida. Escrevo com caneta de tinta preta e em papel pautado. Quais os autores que o elevam? Antero é uma referência de vida… Camões, Padre António Vieira, Florbela Espanca, Teixeira de Pascoaes, Eça, Camilo, José Saramago, Lobo Antunes, Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade, Alexandre O’Neill… É tanta gente que eu gosto e que vive dentro de mim que sou injusto, porque me esqueço de muitos. Lê regularmente a Bíblia. É para encontrar o sentido da vida? A Bíblia é um documento fundamental para nos entendermos, porque foi dela que nascemos todos. A Bíblia tem histórias fabulosas. Umas devem ser lidas à luz da fé, outras podem e devem ser lidas pelo lado da Antropologia e da História. Nos

meus romances faço muitas citações bíblicas. É um livro que tenho na minha mesinha de cabeceira. A Bíblia é um guia, tal como um soneto de Antero ou um poema de Pessoa. É o sol num dia chuvoso, é a frescura num dia quente de verão. Tem dois filhos e uma filha, dois netos e uma neta. Como é que aproveita a vida? Como vive as férias? As minhas férias são a escrever. Aproveito para escrever muitas histórias que me habitam. Já houve férias em que escrevi livros inteiros. Lembro-me de umas férias que passei na Inatel Porto Santo e escrevi o livro O Carteirista que fugiu a tempo. Costuma ir com a família para a Inatel? Já não tanto, porque a vida complicou-se com a Matilde [a filha], que está em graus letivos que não permitem férias conjuntas. Mas havia uma altura em que ia muito. Sou um entusiasta da Inatel. Corri o país em estâncias da Inatel. Eu sou sócio, o meu pai era sócio. É uma relação de familiaridade imaterial. É uma dimensão afetiva que se estabelece com uma rede de serviço público que é muito simpática. Quer partilhar connosco algum momento particular que tenha vivido na Inatel? Quando a Matilde tinha um ou dois anos, fomos passar umas férias a Porto Santo. Ela fazia um berreiro total quando se apercebia que íamos almoçar ou jantar. Havia uma funcionária da unidade que, no meio do seu trabalho, ainda tinha tempo para pegar no carrinho e dar duas voltas com a Matilde, para que pudéssemos comer rapidamente e em paz. Esses pequenos gestos marcaram-me profundamente, do ponto de vista da emoção e do afeto. Afinal de contas, a Inatel é isto. É mais do que equipamentos hoteleiros, é uma relação afetiva que temos com a nossa memória. Faz um serviço público extraordinário ao país. I Sílvia Júlio


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10 // CULTURA // TL Julho/Agosto 2015

Academia Jorge de Sena e Escola de Música – dois pólos culturais Inatel no Porto e em Coimbra Inscrições a partir de julho com início das aulas em setembro

No Porto, ao ar livre e de entrada gratuita

C

Cinema fora do sítio

om uma oferta diversificada de cursos direcionados para a ocupação criativa dos tempos livres, nas suas várias dimensões artísticas, pedagógicas, recreativas e lúdicas, e dirigidos a vários públicos com a preocupação de envolver novos alunos, a Academia Jorge de Sena promove um tipo de formação de âmbito sociocultural que se distingue por estimular competências adquiridas ao longo da vida enquadrando-as com conhecimentos e saberes atuais. Este pólo cultural da Inatel, localizado no Porto, mobiliza mais de 400 alunos numa dinâmica motivada pelos cerca de 70 cursos disponíveis, abrangendo áreas diversas das Humanísticas, Artes e Ofícios, Educação Musical, Saúde Corpo e Movimento, e Informática e Novas Tecnologias. Entre 6 e 11 de julho, a Academia Jorge de Sena abre as suas portas convidando todos a experimentarem os cursos gratuitamente na atividade Aulas Zero.

D Maestro Manuel Eliseu e alunos na sala de aulas (c. 1960)

Escola de Música Em Coimbra, a Fundação Inatel constitui-se como uma referência na aprendizagem e formação de muitos alunos, através da sua Escola de Música, somando décadas de história no domínio do ensino artístico. Este pólo movimenta, anualmente, dezenas de participantes nas classes de Tuna e Coro e de Formação Musical em bandolim, violino, flauta,

bateria, órgão, piano e gaita-de-foles. Em 2015, a Inatel evocará, sob a forma de homenagem pública, o insigne Maestro Manuel Eliseu, que durante mais de 50 anos lecionou na Escola de Música. Esta figura primeira da cultura coimbrã foi um colaborador ativo da instituição, possibilitando que gerações de alunos e executantes pudessem usufruir das suas qualidades pedagógicas e musicais. I

urante os meses de julho e agosto, o Porto transformase numa sala de cinema ao ar livre com o regresso do Cinema Fora do Sítio, a decorrer em vários locais e espaços públicos da cidade. O ciclo é composto por filmes comerciais de vários géneros cinematográficos e as exibições realizam-se às sextas e sábados, às 22h, dispondo garantidamente de 200 lugares sentados. Esta iniciativa, da Fundação Inatel com o apoio da Câmara Municipal do Porto e da Porto Lazer, tem vindo ao longo dos últimos quinze anos a destacar-se como uma referência na cidade invicta, congregando apreciadores habituais e cativando novos públicos para uma programação que se distingue pela projeção de filmes em tela de grandes dimensões e ao ar livre.I

// FOTOLEGENDA

É DE FONES! A Baixa Pombalina foi invadida, no dia 23 de maio, por mais de meio milhar de tocadores de instrumentos musicais tradicionais, acompanhados dos Gaiteiros de Lisboa, grupo embaixador, e de Amélia Muge, guardiã de todos os fones. [Fotografia: Rui Santos]


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TL Julho/Agosto 2015 // CULTURA // 11

Em julho e agosto, na cidade da Horta

Intercâmbio cultural entre as “ilhas do triângulo”

Cidade das Tradições Um país no centro da cidade 18, 19, 20 de setembro, Parque de Jogos 1.º de Maio em Lisboa

A

decorrer entre 10 de julho e 28 de agosto próximos, com a participação de meio milhar de músicos, o INATEL CCD FEST é uma iniciativa da Delegação da Horta caracterizada pela oferta em espaços públicos de concertos protagonizados por Filar mónicas, Grupos de Folclore e Grupos de Música Popular, filiados na Fundação como CCD – Centros de Cultura e Desporto. Organizado desde 2012, com o objetivo de contribuir para a dinamização associativa, para o desenvolvimento cultural e artístico e para a divulgação da cultura tradicional açoriana, este evento tem crescido anualmente, envolvendo

A Cidade das Tradições, iniciativa da Fundação Inatel integrada no programa Lisboa na Rua/ EGEAC, tem este ano como convidada a Região de Turismo do Centro de Portugal. Folclore, brinquedos e jogos tradicionais, atividades ao ar livre, teatro de robertos, cinema documental, concertos de palco, exposições e demonstrações de artesanato, oficinas de música, dança, e artes e ofícios marcarão, mais

participações de coletividades artísticas do Faial e do Pico. Nesta edição, o INATEL CCD FEST conta com a participação de 17 CCD das ilhas do Faial, Pico e São Jorge, num conjunto de 18 atuações, a decorrerem entre 10 de

julho e 28 de agosto, mobilizando cerca de 530 músicos, estimulando o intercâmbio cultural entre as “ilhas do Triângulo” e enriquecendo a oferta cultural dos concelhos de Horta, Lajes, São Roque e Madalena. I

uma vez, presença num evento que, na sua 3.ª edição, se constitui já como uma referência na capital dedicada às várias expressões das artes e culturas tradicionais. Reserve os dias.


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12 // ARQUIVO HISTÓRICO // TL Julho/Agosto 2015

Etnografia: Revigorar e Consolidar

Tomaz Ribas discursando na sessão inaugural, Luís Bettencourt à sua esquerda

Tomaz Ribas e Natália Correia

E

m Novembro de 1988, o Centro de Férias de Entreos-Rios abriu as suas portas ao IV Estágio de Formação e Reciclagem de Directores e Ensaiadores de Grupos Folclóricos, uma iniciativa do Gabinete de Etnografia do I.N.A.T.E.L. A acção formativa contou com a presença de inúmeros representantes de agrupamentos de folclore nacionais e teve a colaboração de diversas individualidades da vida cultural e académica, entre os quais Tomaz Ribas, João David Pinto Correia e Natália Correia. Constituído em 1947 com o objectivo de preservar e divulgar a cultura tradicional portuguesa, o Gabinete de Etnografia da F.N.A.T. manteve-se em actividade até 1975, data em que se extinguiu para dar origem ao efémero «Gabinete de Documentação Operário-Camponesa». Em 1986, durante a Administração de Luís Falcão Bettencourt, Tomaz Ribas foi

Vista da assistência, João David Pinto Correia na 1.ª fila à esquerda

chamado a reactivar o Gabinete, devolvendo ao folclore português, ainda demasiadamente conotado com o Estado Novo, a dignidade que merece e, sobretudo, conferindo-lhe projecção internacional. Entre as variadíssimas iniciativas desenvolvidas sob a sua orientação, destaca-se a realização de inúmeras

visitas técnicas a ranchos e agrupamentos folclóricos, a atribuição de subsídios para aquisição de trajes e de apoio à realização de festivais de folclore, a organização do I Congresso Internacional de Folclore (1991), a integração da Secção Nacional do C.I.O.F.F. (UNESCO) no I.N.A.T.E.L e a promoção de estágios

de formação e reciclagem de directores e ensaiadores de grupos folclóricos, a que hoje aludimos.I José Baptista de Sousa [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia] Fotografias: Óscar Coelho da Silva. – Fundação INATEL | Arquivo Fotográfico


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14 // INOVAÇÃO SOCIAL // TL Julho/Agosto 2015

Turismo Júnior não residencial já começou

O campo de férias mais divertido

O

Turismo Júnior, campo de férias não residencial dirigido a todas as crianças e jovens entre os 6 e os 17 anos que pretendam aproveitar os seus dias de férias para vivenciar momentos únicos de alegria, partilha e aprendizagem abriu portas na última semana de junho Até setembro, no Parque de Jogos 1.º de Maio, entre 2ª e 6ª feira, das 8h30 às 18h30, todos os participantes poderão aproveitar um conjunto de atividades que correspondem a temas específicos e diversos, de modo a permitir, aos participantes que nos queiram acompanhar por mais que uma semana. Nesta edição, os valores de inscrição são distintos, em função dos escalões de rendimentos dos agregados familiares, do número de dias que antecedem a participação e, como habitualmente, do estatuto de associado ou não-associado INATEL, que pode ser referente aos participantes ou aos seus responsáveis legais. Deste modo, os valores de inscrição situamse entre os 90 e os 150 euros, encontrando-se incluídas as refeições, o acompanhamento por monitores, seguro de acidentes pessoais e o acesso a todas as atividades previstas. As inscrições encontram-se a decorrer e podem ser efetuadas através do preenchimento do formulário de inscrição online, disponível a partir do site da Fundação INATEL, ou presencialmente nas Lojas

INATEL Alvalade, Rossio e Trindade, ou em agências de viagens aderentes. Para mais informações, contacte a Direção de Inovação Social da Fundação Inatel, através do endereço inatelsocial@inatel.pt ou do telefone 210 027 142. I

// Turismo Júnior As Colónias de Férias residenciais, nas unidades hoteleiras da Foz do Arelho, Luso e Entre-os-Rios, têm programas cheios de ação e com a máxima segurança. No Luso, destaca-se a exploração da Mata do Buçaco com 105 hectares de pura natureza, onde se encontram centenas de espécies de plantas e animais. Na Foz do Arelho o destaque vai para os Passeios pedestres pelos trilhos “Da Lagoa de Óbidos à Praia da Foz”, desportos náuticos, e atividades na Lagoa de Óbidos. Por último, em Entre-os-Rios destacam-se as atividades de Cicloturismo, Canoagem e Geocaching. Em todas as colónias não faltará a “discoteca” e outras atividades de pura diversão. Mais informações e reservas: tjunior@inatel.pt/ Tel. 210027000/www.inatel.pt


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TL Julho/Agosto 2015 // INOVAÇÃO SOCIAL // 15

Candidaturas até 30 de setembro

“Aldeia dos Sonhos”

A

iniciativa “Aldeia dos Sonhos” prossegue com o objetivo principal de combater o isolamento geográfico, proporcionar momentos de felicidade, e a realização de sonhos dos residentes em pequenas aldeias. Para participar na 2ª edição da “Aldeia dos Sonhos” qualquer residente de uma aldeia ou lugar, com 100 ou menos habitantes permanentes, pode candidatar-se e descrever um sonho ou vários sonhos que gostaria de ver realizados. As candidaturas decorrem até 30 de setembro através do preenchimento de um formulário disponível no sítio da Fundação Inatel: www.inatel.pt. Mais informações: Tel. 210 027 142/ inatelsocial@inatel.pt. I

Ouguela, aldeia vencedora em 2014


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16 // DESPORTO // TL Julho/Agosto 2015

Sofex faz dobradinha no INATEL Futebol 7

Desporto Inatel Finais Nacionais

T

D

erminou no passado mês de maio a edição 2014/15 da INATEL Business Cup/ Futebol 7 com a dupla vitória da equipa da Sofex no campeonato e na taça. Iniciada no final da época 2012/13, com um torneio de demonstração, a competição teve, esta ano, a participação de treze equipas e um total de 126 jogos, realizados no Parque de Jogos 1.º de Maio, em Lisboa, em horário pós-laboral. Designado INATEL Business Cup, o torneio contou com duas provas paralelas: o Campeonato e a Taça. O campeonato, prova de cariz regular e em sistema de poule, foi constituída por duas fases, uma primeira fase que juntou as 13 equipas na mesma série e uma segunda fase que dividiu, consoante classificação obtida na primeira fase, as equipas na Série A (Apuramento do Campeão) e na Série B (Taça Reconhecimento). A equipa vencedora da Série A, e desta forma a equipa campeã da edição 2014/15, foi a equipa da SOFEX que, logo no seu ano de estreia, venceu esta competição. Já na Série B, a equipa vencedora foi o CCD Clube BBVA Portugal que, tal como a SOFEX, foi uma das equipas estreantes na competição. A Taça, disputada em eliminatórias, teve como finalistas as equipas do CCD ADCR Polícia Judiciária, repetente final, e a equipa da SOFEX que, com a conquista deste

ecorreram durante o mês de junho diversas Finais Nacionais das competições organizadas pela Direção de Desporto da Fundação Inatel, nomeadamente nas modalidades coletivas.

troféu, conseguiu a dobradinha na competição. Os restantes prémios desta edição da INATEL Business Cup foram conquistados pela equipa do CCD Casa do Pessoal da RTP, vencedora da Taça Disciplina, e pela praticante Ricardo Fernandes, da equipa SOFEX, vencedor do prémio Melhor Marcador. Equipas participantes CCD ADCR Polícia Judiciária, CCD Casa do Pessoal da RTP, CCD Clube BBVA Portugal, CCD INATEL, CCD Metropolitano Lisboa, CCD Sociedade Portuguesa de Autores, CFA /Quiosque Tivoli, Naturodiet Lactimonte, Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, SOFEX e Ventalaca. Para 2015/16, a Direção de Desporto da Fundação pretende manter a aposta neste conceito de competição, procurando alargar as competições para além da região de Lisboa. Todas as equipas com interesse em participar na INATEL Business Cup | Futebol 7 poderão solicitar mais informações através de desporto@inatel.pt. I

Voleibol As finais começaram a 31 de maio, em Condeixa, com as Final 4 de Voleibol Masculino. Nas meias finais, o CCD “Os Mochos” (Porto) foi derrotados pelo CCD Praia de Esmoriz/AmaVolei por 2-3, por seu turno o CCD Condeixa (Coimbra) foi derrotado pelo CVO (P) (Lisboa) pelo mesmo resultado. Na final o CCD Esmoriz foi mais forte e levou de vencida o CCD CVO (P) por 3-1, sagrando-se campeão nacional. Futsal Loulé, Capital Europeia do Desporto, recebeu a 6 de junho a Final 3 Nacional de Futsal. Os CCD: GDC São Martinho da Cortiça (Coimbra), GDC Os Machados (Faro) e Jardim da Serra (Madeira) disputaram numa pole entre si o título de Campeão Nacional. O CCD São Martinho da Cortiça com uma vitória e um empate sagrou-se Campeão Nacional de Futebol, seguido pelo “Os Machados” e Jardim da Serra, segundo e terceiro, respetivamente. Andebol e Basquetebol Já a 13 de junho, em dia de ani-

versário da Fundação, o Pavilhão Rainha D. Leonor nas Caldas da Rainha acolheu as finais nacionais de Andebol e Basquetebol. Em ambos os casos, finais Lisboa x Porto, sendo o resultado final uma vitória para cada lado. No caso do Andebol, O CCD GD Banco BPI (Lisboa) levou de vencida o CCD Gondomar Cultural (Porto) por 2519, num jogo intenso disputado até praticamente ao fim, onde então o BPI se destacou e acabou por conseguir a margem e o resultado final. No basquetebol, a vitória coube à equipa do norte de Portugal. O CCD Matosinhos Basket (Porto) levou de vencida o CCD CNN /Lusitânia Seguros (Lisboa) por 4140, num jogo extremamente equilibrado disputado com intensidade e definido nos últimos centésimos de segundo.” I


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*two mountains one challenge.

TL Julho/Agosto 2015 // DESPORTO // 17

CCD INATEL nos Jogos Mundiais

E

ntre os dias 7 e 14 de junho decorreram na cidade de Lignano Sabbiaddoro, Itália, os Jogos Mundiais da CSIT (Confédération Sportive Internationale du Travail), com uma participação de mais de trinta países e 5.000 atletas. Os CCD em representação da Fundação Inatel foram CDCR dos CTT, na modalidade de basquetebol feminino, Centro de Cultura e

Desporto Pigeirense, na modalidade de futebol de 11, Centro de Cultura e Desporto de Condeixa, na modalidade de voleibol masculino, e Clube PT, nas modalidades de voleibol de praia e natação. Todos tiveram uma prestação que honrou o nosso país, alcançando a 5.ª classificação em natação, 7ª classificação em voleibol masculino, e o 4.º lugar nas modalidades de futebol 11 e basquetebol feminino. I

Faleceu Joaquim Durão, Mestre Internacional de Xadrez Joaquim Durão, figura incontornável no mundo do xadrez e colaborador da Fundação Inatel de 1964 a 2009, faleceu no passado dia 21 de maio, com 84 anos. Treze vezes campeão nacional, a sua paixão pela modalidade aconteceu desde muito jovem e aos 21 anos já era mestre nacional de xadrez. Foi o primeiro jogador português a receber o título de

durante quase meio século,

mestre internacional de xadrez, foi

desempenhou ainda funções de

também dirigente da Federação

relevo como coordenador, assim

Portuguesa de Xadrez durante três

como fundador e mentor do xadrez

períodos (1968-1973, 1988-1997 e

no CSIT (Confederação

2005-2007), e no Comité Executivo

Internacional do Desporto Amador

da Federação Internacional de

para Trabalhadores), onde foi

Xadrez (1982-1996).

presidente da comissão técnica

Colaborador da Fundação Inatel

durante vários mandatos.


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18 // TEMA DE CAPA // TL Julho/Agosto 2015

Foi bonita a Festa

Mais vida para lá dos 80… Oitenta anos na vida de uma instituição, criada durante a ditadura, é uma história que merece ser contada aos vindouros. Da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT) à Fundação INATEL, passaram oito décadas, mas manteve-se o essencial da missão: valorizar o tempo livre para todos. No dia em que se apagaram as velas, recordou-se o passado com gratidão, viveu-se o presente com alegria e olhou-se para o futuro com esperança. Há mais vida para lá dos oitenta… José Frade

S

ábado, 13 de junho, dia de Santo António, feriado municipal. Lisboa acorda de uma noite longa de folia. Acaba uma festa começa outra. No bairro de Alvalade, no Parque de Jogos 1.º de Maio, a Fundação Inatel celebra oito décadas de vida. As rotinas de quem ali treina habitualmente de manhã mantêmse. Há famílias a assistir aos toques de bola dos seus rebentos, que um dia até poderão vir a ser os melhores do mundo. Outros correm naquele espaço focados nas suas metas. A vontade de ir mais longe está espelhada no esforço dos que acreditam que quem corre por gosto, não cansa. Os que querem, alcançam.

Rosa Mota, Jazz, Tempo Livre Vê-se uma fotografia de Rosa Mota, que diz que “foi na Inatel que tudo começou”. A campeã olímpica iniciou a prática de atletismo no Parque de Jogos de Ramalde, no

Porto. Foi nas instalações desta instituição octogenária que muitos deram os primeiros passos. Olha-se para o passado com reconhecimento, vive-se o presente com entusiasmo e olha-se para o futuro com esperança. É o espírito dos que celebram este 80.º aniversário. Enquanto os South River Jazz Band (banda Dixie) animam a festa, Conselho de administração da Inatel junto de ex-presidentes da instituição e formandos do Curso de Teatro Musical da Academia Inatel. Em cima, espetáculo “Nham Nham – um delicioso musical” Isabel Santiago Henriques

South River Jazz Band e, à direita, Isabel Silvestre acompanhada por José Barros


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TL Julho/Agosto 2015 // TEMA DE CAPA // 19 José Frade

José Frade

Fadista Fernanda Paulo. Em baixo, Rusga de São Vicente de Braga José Frade

Isabel Santiago Henriques

estão dois estudantes de Belas Artes da Universidade de Lisboa a pintar o mural junto à Academia Inatel. As cores quentes remetem para as brincadeiras em família na areia da praia. Henrique Lázaro e Matilde Ferreira, ambos com 19 anos, dão pinceladas de vida. Os convidados vão chegando. À entrada, veem um painel que anuncia uma das novidades que catapulta a Fundação Inatel para o futuro. A edição online do jornal Tempo Livre está agora acessível na app dos tablets e smartphones. As notícias, turísticas, culturais e desportivas, vão poder ser lidas comodamente através de um simples toque. Da FNAT à Fundação Inatel, muitas novidades se inscreveram na história da instituição. Que correram de boca em boca. E de mão em mão. Os Correios de Portugal lançaram um inteiro postal e um carimbo comemorativo do aniversário para assinalar a data. “Servir as pessoas…” Durante a cerimónia, é entregue ao presidente da Fundação Inatel a medalha da Casa da Moeda que, com linhas simples, mostra que recordar “é um valor”. Fernando Ribeiro Mendes, dirigindo-se a todos, naquela que chamou uma “sessão em família”, disse: “Não podemos olhar só para o nosso umbigo. Partilhamos o serviço público. Estamos aqui para servir todos os cidadãos, e é com este espírito que devemos comemorar os 80 anos. Estamos aqui para servir as pessoas.” Rui Máximo, da comissão organizadora das comemorações dos 80 anos da Inatel, lembra que a insti-

tuição foi – é e será – fiel aos seus princípios. “Apesar das adversidades, cumpriu sempre a sua missão. Por isso chegou até aqui.” Em declarações ao TL, garante que muito mais há para dar, em especial às gerações mais novas. Se houve alturas na sua história em que muitos acreditavam que esta organização estava voltada para os seniores, hoje todos reconhecem que o seu papel é muito mais abrangente: “A Inatel continua a apostar nas famílias e nos jovens. Veja-se o campeonato de futebol, vólei e basquete da Inatel… O desporto amador movimenta milhares de pessoas. Muitos jovens estão nas nossas atividades. Temos as colónias de férias, o turismo juvenil… Há um conjunto de atividades dirigidas aos jovens, como a Academia Inatel, que é uma aposta ganha. Todos os jovens têm possibilidade de desenvolver o que mais gostam aqui, quer na área cultural quer na área desportiva.” É por estas e por outras que afirma: “A Inatel vale a pena.” “Também nasci em 1935…” Tudo vale a pena se a alma não é pequena – já dizia Fernando Pessoa. E na cerimónia oficial, marcou também presença o poeta popular José Batista Vaz Pereira, que este ano celebra tantos anos quantos tem a Inatel. José Batista, que começou por ser sócio na década de 1950 (e até sabe de cor o seu número de associado), escreveu especialmente para a ocasião: “Para a festa ser festa/ o dia é bem diferente,/ com o Inatel em festa/ há festa dentro da gente.” Para uma plateia que o ouvia atentamente, recordou: “Também eu nasci no ano de 1935, no meu berço serrano de Peso – Covilhã, de que muito me orgulho. (…) Foi na FNAT, hoje Fundação Inatel que passei e continuo a passar os melhores dias da minha vida com a família e entre pessoas amigas.” O octogenário, que já escreveu alguns poemas dedicados às férias que viveu na e com a Inatel, terminou o seu testemunho com estas palavras: “A festa é de todos mas aqui no Estádio 1.º de Maio, é da Fundação Inatel (…). Inatel com alegria a rodos/ tu vais dando o que


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20 // TEMA DE CAPA // TL Julho/Agosto 2015 Fotos: Isabel Santiago Henriques

popular e no desporto. Há capacidade para rasgar novos horizontes», afiança o presidente da Inatel. No Trindade, houve momentos musicais com fado, cante alentejano e folclore.

O poeta popular José Batista Vaz Pereira, que este ano também celebra oitenta anos

tens,/ hoje estamos aqui todos/ p’ra te dar os parabéns…” ‘Cânticos da Terra e da Vida’ Para cantar os parabéns, estava lá uma das vozes mais originais do panorama musical português. Isabel Silvestre, acompanhada de Zé Barros na guitarra portuguesa e de Miguel Tapadas no acordeão, apresentou algumas canções do seu mais recente trabalho, ‘Cânticos da Terra e da Vida’, que deverá sair no Natal. A cantadeira de Manhouce recorda que ainda é do tempo da FNAT e que cantou e dançou na inauguração da unidade hoteleira de S. Pedro do Sul. E salienta que a Inatel tem estado presente sempre que lhe bate à porta: “É importante estar aberta às nossas raízes, que são o que somos todos nós. Há que respeitar esta cultura, desde a base – o povo –, para lhe dar continuidade. Só assim teremos força para sermos nós próprios. Que a Inatel continue sempre ao lado do seu povo e da sua cultura.” História INATEL E a festa prossegue para um almoço que junta novos e velhos colaboradores da Inatel, onde se vê a estreia do documentário sobre a história da Inatel, de Cesário Borga e Fernanda Bizarro. À tarde há mais. No Teatro da Trindade, na sala principal, alguns dos ex-presidentes da instituição disseram ‘presente’ à chamada. Afirmaram ao TL estar ali porque esta organização “agarra” todos os que por ela passam. Mantendo os seus valores, a

João Proença com presidente e vogal do conselho de administração da Inatel, Fernando Ribeiro Mendes e Álvaro Sousa Carneiro

valorizar os tempos livres desde 1935, e tendo sobrevivido à Revolução dos Cravos, é ressaltada a ligação ao sindicalismo, que não descaraterizou a Inatel ao longo dos tempos. O repouso e o lazer dos trabalhadores, consagrados na Constituição Portuguesa, são a alma da Inatel. Também o desporto e a tradição fazem parte do código genético da instituição. É uma vida a palpitar há 80 anos com história e futuro. Hoje puxamse os galões, porque a ocasião assim

o permite. A instituição é campeã no desporto amador, apoia o desporto adaptado para os que têm necessidades especiais e abre-se um novo capítulo na inovação social. A Aldeia dos Sonhos, por exemplo, foi um projeto que trouxe a Lisboa pessoas que não conheciam os monumentos da capital e outras que nunca tinham visto o mar. Novas iniciativas se avistam neste e noutros campos, porque a idade traz sabedoria para se fazer mais: «Há uma tradição que nos honra no turismo, na cultura

Orgulho e Futuro Ouviram-se depoimentos de figuras de relevo da sociedade portuguesa que contaram o que as ligava à Inatel. Rosa Mota lembrou que a seguir à última prova no 1.º de Maio, trouxe para Portugal a medalha de ouro. Ruy de Carvalho frisou que “esta casa lhe deixa esperança que tudo melhore a nível social e cultural. Os atores estão muito gratos à Inatel”. Marcelo Rebelo de Sousa, apontando para os anos vindouros, refere que esta organização “tem um futuro diversificado”. Muitas outras personalidades, como Arménio Carlos, Carlos Silva, Fernando Pereira, Ricardo Pereira e Simone de Oliveira, mostraram-se orgulhosos por as suas vidas se terem cruzado com a instituição octogenária. Os alunos da Academia Inatel abrilhantaram a tarde com alguns trechos da peça ‘Nham Nham’, para fazer crescer água na boca aos que aguardavam o delicioso musical. Também eles contaram episódios das suas vidas na Inatel. A noite chegou, e o pano abriu para os alunos do curso de Teatro Musical mostrarem o que aprenderam durante o ano letivo. Numa encenação de Claudio Hochman, com coreografia de Bruno Cochat, os atores, que saíram da primeira formação da Academia Inatel, fizeram soltar gargalhadas aos que assistiam à estreia. De pé, aplaudiram aqueles que se espera que venham a dar que falar no panorama artístico português. No fim, as lágrimas e os abraços manifestavam a alegria da missão cumprida. Quando terminou o espetáculo, até o presidente da Inatel estava emocionado. É a cultura que eleva as pessoas, que ajuda a dar um sentido à cidadania. E a Inatel – dizem os seus responsáveis – tem um caminho para prosseguir. Amanhã é outro dia! I Sílvia Júlio


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22 // TEMA DE CAPA // TL Julho/Agosto 2015

Terreiro do Paço, 18 de Julho, 22 horas

// DEPOIMENTOS DOS EX-PRESIDENTES José Frade

“Noite de luz e fogo” – Uma viagem na hi A Fundação Inatel vai apresentar a “Noite de Luz e Fogo”, um espetáculo multimédia de grande formato, com projeções vídeo mapping 4D, atuações ao vivo, efeitos especiais de luz e fogo, a partir das 22 horas de sábado, 18 de julho, no Terreiro do Paço

P Rui Seabra (1981-1984) A Inatel é daquelas instituições que

Ex-presidentes brindam com o atual presidente da Inatel. Da esquerda para a direita: Eduardo Graça, Rui Seabra, Fernando Ribeiro Mendes e Garcez Palha

não podem acabar. Sedimentou-se de tal maneira que, por muitas alterações de percurso que haja, a

os trabalhadores já não sejam a

coluna vertebral mantém-se. Os

mesma coisa que eram há 30 ou 40

objetivos são permanentes e

anos. A Inatel tem de os acompanhar

essenciais. Eu já dizia há mais de

e melhorar as suas atividades. Como

30 anos – estive entre 1981 e 1984

se disse no espetáculo ‘Nham,

– que este organismo só tem dois

Nham’, o cliente tem sempre razão,

limites: a imaginação e o dinheiro. É

mesmo que não tenha.

fantástica a capacidade criativa dentro de um quadro orçamental que tem de se cumprir.

Garcez Palha (1990-1996)

Eduardo Graça (1996-2003) A Inatel tem uma característica muitíssimo interessante que é a de ter sobrevivido ao 25 de Abril. Julgo

A [revista] Tempo Livre começou no

que deve ter sido a única

meu tempo. Foi um marco que

organização do período anterior ao

lançou o Inatel – digo o Inatel porque

25 de Abril que sobreviveu,

ainda sou do tempo do instituto –,

mantendo no essencial as mesmas

dando a conhecer às pessoas as

linhas enquanto estrutura

muitas atividades que desenvolvia. O

organizacional. A sua vocação

Inatel tem muita importância para as

deverá ser sempre a mesma que é

pessoas que têm mais dificuldades

a de proporcionar ao maior número

económicas. É uma instituição que

possível de cidadãos o acesso ao

as ajuda na parte cultural, desportiva

lazer e ao tempo livre. Esta é a sua

e turística. Penso que é tão

vocação que tem mantido com as

importante como no meu tempo. O

diversas cambiantes ao longo do

Inatel contribuiu e contribui para que

tempo.

roduzido no âmbito das comemorações dos 80 anos da Fundação Inatel, o espetáculo “Noite de luz e fogo” conta a história da instituição desde 1935, ano em que foi fundada com a designação de FNAT – Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho –, até aos dias de hoje. Ao longo do espetáculo serão recriados alguns momentos marcantes da história da instituição, como a primeira viagem de autocarro rumo às férias de verão, as paradas de ginástica, os serões para trabalhadores ou a inesquecível comemoração do 1.º de Maio de 1974. Com participação de centenas de figurantes e com a atuação de 400 artistas, entre outros, Anabela, Fernando Pereira, João Só e Simone de Oliveira, a “Noite de Luz e Fogo” irá surpreender pela dimensão e originalidade. Trata-se de uma produção que vai envolver milhares de pessoas e que dará origem ao filme evocativo dos 80 anos da Inatel. A estrutura do espetáculo contará com um palco de 40 metros de comprimento, encimado por um ecrã de 400 metros quadrados e de uma roda de fogo gigante de 20 metros de diâmetro: “Surgirão efeitos fosforescentes e de luz negra, entre outros, que garantidamente não deixarão de surpreender o público. Sendo a praça muito grande, a per-

ceção dos efeitos especiais ocorrerá com mais acuidade junto do palco”, conta Rui Calarrão, organizador da iniciativa. “Haverá uma roda gigante que, suspensa sobre o ecrã, será a componente principal do espetáculo pirotécnico, em sincronia com a banda sonora que se ouvirá na praça. A Noite de Luz e Fogo vai surpreender o espectador a cada passo, já que, do ecrã vão sair vários objetos que se tornam reais e, no sentido inverso, figurantes e atores, entrarão no mesmo, durante alguns dos quadros”, conclui. Quadros do espetáculo

1935 – Criação da FNAT Serões para trabalhadores

A FNAT promoveu, desde Maio de 1941, os “Serões para Trabalhadores” em colaboração com a Emissora Nacional. Em palco será recriado um destes serões com Simone de Oliveira, acompanhada pela Banda Sinfónica do Exército, interpretando “A Desfolhada”. Ginastas em Parada

Desde a sua criação, a instituição incentiva a prática regular de desporto entre os trabalhadores, particularmente, nas modalidades de futebol, atletismo, natação e ginástica. Evocação no palco, com desfi-


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TL Julho/Agosto 2015 // TEMA DE CAPA // 23

nos 80 anos da INATEL stória da Fundação

le de ginastas, numa intervenção sincronizada. Companhia Portuguesa de Ópera

Em 1966 é fundada a “Companhia Portuguesa de Ópera”, que valoriza o trabalho artístico dos cantores líricos portugueses e proporciona espetáculos a preços módicos ao grande público. O palco transformase num grande teatro, onde Fernando Pereira homenageia o tenor português, Tomás Alcaide, interpretando, “La Donna è Mobile”. Bandas fosforescentes em desfile

No dia 25 de Abril de 1974, um golpe de estado põe fim ao regime ditatorial do país. Em palco a Revolução dos Cravos é assinalada pelo rufar de instrumentos musicais e uma grande projeção de multimédia transportará os espectadores para a noite da revolução, marchando pelas ruas de Lisboa com as figuras de Abril, pela liberdade. 1.º de Maio no Parque de Jogos 1.º de Maio

Na sequência da operação “fim de regime”, desencadeia-se uma grande manifestação no dia 1 de Maio, no campo de jogos da FNAT, hoje Parque de Jogos 1.º de Maio. Em representação desta data trazem-se testemunhos reais, transformando-

se o Terreiro do Paço no Estádio 1.º de Maio, onde manifestantes em palco erguem bandeiras e recriam uma das mais históricas manifestações nacionais.

1975 – Criação do INATEL O Circo voltou à Cidade

A Fundação promoveu várias edições da “Festa do Circo”, espetáculos com performers de “Circo Tradicional” e de “Novo Circo”. Palhaços, malabaristas, cuspidores de fogo, ilusionistas invadem o palco e o grupo The ArtGym Company, vencedor do Got Talent, traz à cena um número de acrobacia, mostrando toda a sua habilidade e perícia.

Correia, com uma interpretação do fado “A Minha Rua”, vai recriar o ambiente próprio e característico das tradicionais casas de fado de Lisboa. Recordar Amália no Trindade

A aquisição do Teatro da Trindade, na década de 60, foi um dos marcos históricos do INATEL. Trazendo a emblemática sala de espetáculos ao Terreiro do Paço, a cantora Anabela interpretará o fado “Casa Portuguesa”, assinalando a última atuação de Amália Rodrigues no Trindade, no VII Festival de Música do Inatel.

A Inatel dinamiza eventos de promoção do talento nacional através da organização de festivais para o apoio das expressões artísticas não profissionais. Em palco, Tomás

Tempos livres de futuro – fantasia

A Fundação Inatel privilegia a proximidade com os seus associados, testemunhos dos seus fortes alicerces e capacidade de adaptação ao longo dos anos. Em vídeo mapping, abrem-se portas à fantasia, convidam-se os espectadores a viajarem no tempo, e a conhecerem a Fundação daqui a 80 anos, com as diferentes atividades das famílias portuguesas. Peças de Fogo

2008 – Criação da Fundação INATEL Sons da noite

Fado Vadio

interpretará, “Até ao fim”, num ambiente de sarau cultural.

“Sons da Noite”, em Cascais, foi um dos primeiros Festivais de Música que estabeleceu um forte espaço de comunicação com o público jovem. Em representação destes espetáculos, o artista João Só

Comemorando as iniciativas da Inatel no âmbito dos Festivais de Teatro de Fogo, trazem-se ao espetáculo manipuladores de fogo, cuja poesia visual, em diálogo com o cenário envolvente, transportará os espectadores, de todas as idades, para imaginários de luz e expressão artística. Dança de Fogo em Roda Gigante

Em jeito de encerramento das comemorações dos 80 anos da Fundação Inatel, um espetáculo de fogo-de-artifício em roda gigante ilumina a praça, numa dança de fogo e música em perfeita sincronia. Uma explosão de cores convida a regressarem ao palco todos os artistas intervenientes no espetáculo para um forte aplauso.


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24 // HOTELARIA // TL Julho/Agosto 2015

INATEL Palace | S. Pedro do Sul Hotel

História, natureza e bem-estar de mãos dadas Há lugares que nos transportam para outras épocas. Que atravessam a História. Que remetem para o sonho. Que fazem a imaginação criar ambientes com o fausto e o brilho de outros tempos

N

o Inatel Palace S. Pedro do Sul há uma aura sentida que é indizível. As palavras não são emoções. E não trazem as sensações que por ali se vivem. Neste edifício apalaçado, a tradição e a modernidade, de mãos dadas, convivem pacificamente. Adélio Duarte (na foto), 56 anos, o nosso anfitrião conta orgulhoso: “O Palace Hotel foi criado nos anos 20 do século passado. Todas as estâncias termais tinham o seu Palace: Buçaco, Curia, Pedras Salgadas...” O Inatel Palace está situado a cerca de 100 metros dos dois complexos termais e “em linha reta”, enfatiza o diretor do hotel. A estância termal de S. Pedro do Sul é considerada uma das mais modernas da Europa. A água sulfúrea que brota a 68,7ºC, com benefícios comprovados para a saúde, faz deste destino um dos mais procurados no mercado termal. Por ali se diz que são curadas ou atenuadas as doenças do foro reumatismal e das vias respiratórias. Os dias em São Pedro do Sul trazem mais oxigénio à vida dos que precisam respirar novos ares. Naquela cidade beirã, que se situa em pleno vale de Lafões, os maciços das serras da Arada, Gralheira e S. Macário parecem querer passar a mensagem de que este é um dos paraísos da Terra. As paisagens verdejantes, os riachos de água fria e límpida clareiam os

pensamentos e refrescam o ânimo. Das aldeias típicas nos vales e nas montanhas reencontramo-nos com o lado genuíno da vida. Apetece descansar. Sem culpas por estarmos a tirar tempo que poderia ser utilizado para qualquer outra coisa. Voltamos ao Inatel Palace. E o espetáculo natural continua. Há janelas viradas para o rio Vouga e outras para a quinta do hotel com uma extensa área ajardinada e uma exploração agrícola. Aqui também se produz vinho, que se degusta nos eventos que se realizam neste espaço. Os clientes são convidados a participar também

nas vindimas e a provar o néctar dos deuses. Mas até lá, durante o verão, outras atrações piscam o olho, em especial, às famílias. “A construção do complexo de piscinais completa a nossa oferta para sermos verdadeiramente um destino para pais e filhos, avós e netos”, realça Adélio Duarte. A piscina é inaugurada em julho. Uma passagem de modelos com um estilista local vai colorir a festa que marca esta novidade no Inatel Palace. Mas há mais: um Bike Center para pôr as famílias a pedalarem juntas, um espaço Fitness para complementar os tratamentos

// INATEL Palace S. Pedro Sul Hotel**** > 77 quartos

S. Pedro Sul durante os meses

> Bar

de julho e agosto:

> Restaurante

Julho: partidas de Lisboa e

> Sala de reuniões

Leiria, dia 12 (Turismo); partidas

> Sala jogos

de Évora, Setúbal, Lisboa e

> Biblioteca

Leiria (Turismo), dia 19; partidas

> Wi-fi

de Faro (Turismo), dia 26.

> Sala para crianças

Agosto: partidas de Beja, Évora

> Parque de estacionamento

e Portalegre (Turismo), dia 2;

Contactos:

partidas de V. Castelo, Braga,

Tel. 232 720 200/

Guimarães e Porto (Turismo);

inatel.spsul@inatel.pt

dia 9; partidas de Lisboa, Leiria e Coimbra (Turismo); dia 16;

Coordenadas GPS:

partidas de Portalegre e Covilhã

40º 44’ 20’’ N | 08º 05’ 23’’ O

(Turismo); dia 23; partidas de V. Castelo, Braga e Porto

Viagens INATEL com destino a

(Turismo), dia 30.

termais, um Kids Club com jogos e filmes didáticos para as crianças. Os mais crescidos, por sua vez, podem participar em tertúlias sobre temas diversos. Adélio Duarte, que trabalha há 41 anos nesta instituição, está visivelmente feliz com a oferta que tem para os clientes. É por isso que desempenha o seu trabalho “com paixão”. Para os que ali vão, o responsável pelo Inatel Palace disponibiliza um diretório com informações sobre a história do hotel e os lugares a visitar na região, o que comprar e o que comer. A gastronomia na Beira Alta é pesada, mas até parece que o espírito fica mais leve depois de se saborear uma vitela assada à moda de Lafões. Os mais gulosos vão gostar de provar o Pão de ló de Sul e os Vouguinhas. Para queimar as muitas calorias ingeridas numa só refeição, há experiências que o hotel proporciona e que vão ao encontro de novas exigências: “Procuramos fazer caminhadas pelas serras, visitar as aldeias ainda preservadas e almoçamos por lá com produtos típicos. Já levámos os nossos hóspedes para viverem, por exemplo, uma experiência no meio do rebanho de cabras. Hoje, o que pode diferenciar um hotel é a fruição de experiências únicas. É algo que está a crescer e pretende-se que seja um complemento às termas”, vaticina. I Sílvia Júlio


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TL Julho/Agosto 2015 // VIAGENS // 25

Tailândia, o fabuloso reino de Sião Devido ao seu clima tropical, a melhor época para conhecer a Tailândia – onde os portugueses chegaram pela primeira vez em 1511 – é entre novembro e fevereiro

É

por isso que este grande circuito de 13 dias, em pensão completa e hotéis de quatro estrelas, organizado para novembro, permite uma viagem incrível, incluindo visita às tribos do Norte e aos monumentos mais emblemáticos do país, terminando na fantástica e relaxante praia de Phuket. Ayutthaya, antiga capital, foi uma das maiores e mais ricas cidades da Ásia, devido, em grande parte, ao seu concorrido porto marítimo. Com uma cozinha de requintados sabores e reconhecida fama, a Tailândia tem no budismo a religião predominante o que explica o seu lema da vida “Sanuk, Sabai e Saduak” que, traduzido, significa “sê feliz, fica tranquilo, contenta-te com aquilo que a vida te oferece”. A viagem começa em Banguecoque, uma das cidades mais impressionantes do mundo, conhecida como a “Cidade dos Anjos”. Durante o saque de Ayutthaya por parte dos birmaneses, os generais Taksin e Chakri organizaram o desmantelamento da cidade, incluindo dos templos, das casas e das muralhas, mandando-os transportar para Banguecoque, onde se reconstruiu a cidade com as dimensões da antiga capital. Atualmente, Banguecoque é uma metrópole fascinante de dez milhões de habitantes e com duas fisionomias muito diferentes: a cidade velha, com os palácios e templos do século XVIII, e a cidade moderna, com os seus centros comerciais e as zonas mais recentes banhadas pelo rio. Destaque para o grande complexo monumental do “Grande Palácio”, para a boa cozinha servida ao longo dos canais da cidade ou para o templo ‘Wat Trimir’ (Buda de Ouro) e o Templo ‘Wat Po’ (Buda Deitado). Destaque ainda para Damnoen Saduak e para o seu mercado flutuante com inúmeras embarcações

// Viagens INATEL Tailândia Partida: Lisboa Data: 21 novembro a 3 dezembro Preço por pessoa desde: 3.298 € Mais informações: Tel. 211155779/ Lojas INATEL turismo@inatel.pt www.inatel.pt

de vendedores, que lado a lado, formam um autêntico mundo flutuante. Visitaremos também Nakorn Pathom, onde se encontra o mais alto “Chedi” (Pagode) da Tailândia, os artísticos jardins de Sampran Riverside entre outras atrações de arte efémera. Visitar a Tailândia é visitar também o seu famoso “Triângulo Dourado”, onde se encontram as fronteiras da Tailândia, de Myanmar (Birmânia) e do Laos. É aqui que se encontra Chiang Saen, a antiga capital do primeiro Reino Tailandês. No extremo norte da Tailândia,

na magnífica paisagem sobre territórios da Tailândia, de Myanmar e do vale do Rio Mekong, visitaremos as tribos de montanha Akha, Yao e Muser, uma experiência inesquecível não só pela exuberância da natureza como pela peculiaridade destes povos. Viajando pelo rio (Kok) e por terra visitaremos Chiang Rai, Chiang Mai, a região de Wiang Pa Pao, com uma paragem para visita de Wat Rong Khun, conhecido por Templo Branco, as termas de Mae Ka Chan e Sankamphaeng. Outro do ex-libris da Tailândia são os seus campos de elefantes como o de Mae Teang, que visitaremos e onde poderemos realizar um passeio em dorso de elefante durante cerca de uma hora. No fim desta longa e exótica viagem paragem de uns dias na maior ilha da Tailândia, Phuket. Esta pérola do mar, ilha formada por uma infinita cadeia de magníficas baías com praias e palmeiras, onde a vista se estende até às pequenas ilhas disseminadas no mar, é também história e hospitalidade. Este é um sítio completamente

orientado para a felicidade e para a satisfação dos seus visitantes. Relações seculares O primeiro contacto de portugueses com a Tailândia, então Reino de Sião, aconteceu em 1511 e Vasco da Gama ou Afonso de Albuquerque são figuras da nossa História que os tailandeses conhecem. Com a conquista de Malaca, cidade vassala de Sião, em agosto desse ano, Afonso de Albuquerque enviou um emissário, Duarte Fernandes à cidade de Ayutthaya, então a capital siamesa, com uma carta dirigida ao rei Ramathibodi II, que o recebeu amistosamente. Em 1516, um outro emissário de Afonso de Albuquerque, chamado Duarte Coelho, estabeleceu com o mesmo soberano uma aliança, segundo a qual o Reino de Sião daria o seu apoio aos portugueses no seu comércio de especiarias e de outras riquezas, em troca do fornecimento de armas e de munições ao exército siamês. Em anos posteriores, forças militares portuguesas chegaram a combater em defesa de Sião contra a vizinha Birmânia. I


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26 // MEMÓRIA // TL Julho/Agosto 2015

O regresso do árbitro pródigo

Jorge Coroado: a nostalgia do apito

Este texto, sobre o árbitro internacional, Jorge Coroado, que iniciou a carreira nos jogos da Inatel, foi publicado na Tempo Livre nº 177, dezembro de 2006.

Quando, ao segundo sábado de Novembro [2006], as equipas do Fonte de Maio e da Associação Popular de Paço de Arcos entraram nas quatro linhas do Campo da Ribeira da Laje, junto a Oeiras, respirava-se uma inexplicável atmosfera de jogo grande – daqueles que se vêem na televisão, apesar das bancadas seminuas e da terra batida

A

o centro do terreno, com pontualidade e aprumo britânicos, Jorge Coroado e auxiliares esperavam os intervenientes, e a postura não deixava dúvidas: aquela manhã solarenga não era para brincadeiras, mas para jogar futebol. Foi em conversa com dois amigos de longa data – um dos quais Vítor Soromenho, do departamento de desporto do Inatel – que, por brincadeira, Jorge Coroado disse ainda ser “capaz de acabar a arbitrar no Inatel”: “Eles pensavam que eu dizia por dizer, mas sou um homem de palavra”, afirma Jorge com seriedade característica, confirmado o acordo com a instituição, pela qual irá apitar aos domingos. Porque o bom filho à casa torna, o árbitro internacional português regressou “com grande satisfação, para matar o bichinho”. “Se pudesse, arbitrava de manhã à noite”, desabafa, para recordar com a Tempo Livre, já nos balneários, depois de arbitrar um primeiro jogo e auxiliar um segundo, aquele outro sábado de manhã de há quase 30 anos: “Tinha tirado o curso de árbitro na Associação de Futebol de Lisboa (AFL) e, quando estava no Estádio Nacional a treinar, foi necessário um árbitro para apitar um jogo do Inatel. Fui desafiado e acabei por ficar.” A AFL pagava pouco e com muitos meses de atraso... “Os árbitros arbitravam para o Inatel, ao sábado, para não terem de investir dinheiro da sua algibeira nas deslocações da AFL. Além disso, o Inatel pagava na hora e, em muitas circunstâncias, melhor do que a própria Associação”, lembra o bancário, agora comentador des-

portivo em Imprensa, rádio e televisão. O miúdo Coroado, ainda a estudar e trabalhar, aproveitou para juntar uns tostões e ganhar experiência. Em 1982, por decisão da Federação Portuguesa de Futebol, foi forçado a afastar-se da arbitragem no Inatel, mas sublinha nunca ter perdido o contacto com a instituição, uma vez que é “sócio e frequentador desde muito novo”. Três vezes por semana, antes de dar entrada no banco, levanta-se às sete horas da manhã e sai para fazer exercício físico. Se não se sentisse em boa condição, não voltava ao activo: “Há três anos, quando parei, engordei muito. Não era capaz de vestir uma das camisolas que utilizei hoje. Arrastar-me e andar a passear o apito no campo não é para mim.” Hoje, o mesmo árbitro que apitou importantes partidas internacionais e que, ao longo dos últimos 11 anos de carreira, ostentou, até 2001, as insígnias da FIFA, não se sente “menosprezado nem descre-

dibilizado” por arbitrar estes jogos, até porque, “inserido nesta competição e estrutura organizativa, o sabor é distinto de arbitrar solteiros e casados”: “Nunca me julguei uma estrela. Sou mais um a tentar que a competição decorra nos parâmetros exigíveis do fair play. Poderei ter relevância em termos de opinião pública, e os jogadores podem tributar-me um reconhecimento diferente, também fruto de uma carreira de 30 anos...” Na verdade, no decorrer do primeiro embate da manhã, após uma entrada dura e algumas palavras ríspidas, bastou um olhar fulminante de Coroado para sanar totalmente a contenda que se adivinhava. Dado o respeito de que usufrui, não houve quem lhe lançasse o mais pequeno impropério das bancadas, mesmo não estando a mãe entre a assistência... Recuando a outros tempos, o árbitro relembra o dia em que, no Estádio de Alvalade, num dos primeiros jogos grandes que arbi-

trou, a mãe assistiu ao vivo, pela primeira e última vez, a um jogo ajuizado pelo filho: “Houve alguém que entendeu chamar-me um daqueles nomes que visam a família. A minha mãe reagiu intempestivamente. Aquilo deu uma caldeirada muito grande porque o fulano sofreu um vexame terrível. Apesar da idade avançada, a minha mãe não se eximia de enfrentar fisicamente ninguém, e ele, envergonhado, abandonou as bancadas do estádio.” Finda a nostalgia do apito que viveu durante os três anos que se seguiram ao abandono da arbitragem, revela que as lágrimas lhe chegavam aos olhos quando não podia fazer mais do que ver futebol. O presente proporciona-lhe um regresso não apenas à arbitragem, mas a um projecto no qual é um dos principais actores pela credibilização da arbitragem do futebol do Inatel. “Se entenderem que sou útil, é evidente que se poderão fazer coisas interessantes. Não se pode entender a arbitragem como um mal necessário. Os responsáveis compreenderam que, sendo o Inatel olhado como o parente pobre do futebol, pode e deve fazer-se uma tentativa de melhoria dessa imagem.” Recordando o livro biográfico “O último cartão”, que o árbitro de Carnaxide escreveu com o jornalista Jorge Baptista, é caso para dizer “nunca digas nunca”. Afinal, Coroado tem ainda muitos cartões por mostrar... E fê-lo, com efeito imediato, logo naquele segundo sábado de Novembro. I Hugo Simões [texto] José Frade [fotos]


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TL Julho/Agosto 2015 // MEMÓRIA // 27

Ribeirinho: O conservatório dos actores Foi o actor Curado Ribeiro quem, na hora da morte de Ribeirinho, disse que ele tinha sido "o conservatório da maioria dos actores da sua geração". Na verdade, ele foi decisivo na formação de actores, na revelação de grandes dramaturgos, na qualidade dos espectáculos que dirigiu. Francisco Carlos Lopes Ribeiro, o Ribeirinho da nossa saudade, pode dizer-se, foi o grande renovador do teatro português

R

ibeirinho, no entanto, não foi só um homem do teatro. Ele foi também actor, realizador, autor de diálogos do cinema português dos anos 40 e 50. O público talvez não o conheça bem do teatro, onde foi rei e senhor, mas conheceo sobretudo do cinema. Basta lembrar o Chico, aquele caixeiro humilde do "Pai Tirano" (1941), apaixonado pela Tatão (Leonor Maia), ou o Rufino Fino Filho, dono de uma leitaria, tutor de um Vasco Santana sempre bêbado com quem fazia a famosa "ginástica cueca" no êxito de bilheteira que foi "O Pátio das Cantigas" (1942). Curiosamente, Ribeirinho foi também o realizador do filme e autor, com seu irmão António Lopes Ribeiro, dos diálogos engraçadíssimos que hoje se ouvem na Televisão quando a RTP resolve exibir a comédia. Ao tempo, a crítica elogiou o trabalho de Ribeirinho no filme "O Pai Tirano". No "Diário de Lisboa", Tavares da Silva escreveu: "Não se pode representar melhor nem com mais perfeição. Para nós, ele é a grande figura do filme."

Um alfacinha da Estrela Francisco Carlos Lopes Ribeiro nasceu em Lisboa, no terceiro andar de um prédio da Calçada da Estrela. Era o dia 21 de Setembro de 1911 e viera juntar-se a outro rapaz de 3 anos chamado António Lopes Ribeiro. Os dois irmãos, nascidos numa família dada às artes, logo mostraram ser verdadeiro o ditado popular "filho és, pai serás, assim como fizeres, assim acharás".

Francisco e António aprenderam línguas ainda muito pequenos, familiarizaram-se desde cedo com escritores, jornalistas, pintores e muita da intelectualidade que frequentava a casa dos pais. António conta na sua biografia que para os dois irmãos foi muito importante um presente chamado "Teatro de los Niños" que permitia "armar um palco de meio metro, com pano de boca, proscénio e urdimento, de onde se suspendiam lindíssimos cenários". Nesse "Teatro de los Niños", conta António Lopes Ribeiro, puderam montar duas peças de Shakespeare, "O Mercador de Veneza" e "A Fera Amansada". Não se estranhe, portanto, que o grande sonho de Francisco tivesse sido, desde muito pequeno, ser actor. Para isso muito contribuiu o actor Chaby Pinheiro, amigo do pai, tendo sido até na sua Companhia que Francisco Ribeiro

(ainda não o Ribeirinho) se estreou na peça "A Maluquinha de Arroios", onde interpretava o galã cómico da peça de André Brun. Tinha 18 anos e era o início de uma carreira de mais de cinquenta anos no teatro e no cinema português.

Teatro do Povo Convidado por António Ferro aceitou dirigir o Teatro do Povo, nome que, por ordem de Salazar, foi mudado para Teatro Nacional Popular…E é assim que o público português conhece dramaturgos como Tchekov, Tolstoi, Bernard Shaw, Giraudoux e outros. Ribeirinho não fazia por menos. Nos Comediantes de Lisboa, companhia de que o irmão era empresário, conseguiu reunir um grupo de actores dos mais prestigiados Alves da Cunha, João Villaret, António Silva, Lucília Simões, Maria Lalande, (que viria a ser sua mulher) e outros. Como encenador ou como actor, foi sempre o melhor dando razão aos críticos e historiadores que o consideram "uma personalidade decisiva na evolução do Teatro português". A propósito vale a pena lembrar a teimosia do encenador que, no final dos anos cinquenta, quis levar à cena a peça "O Lodo", de Alfredo Cortez, proibida pela Censura. E uma vez mais foi proibida. Quando aceitou dirigir o Actor de “O Grande Elias”, filme de Arthur Duarte

Este texto, sobre o notável homem de teatro, Ribeirinho, que evoca uma encenação de “À espera de Godot”, no Trindade, em 1961, foi publicado na Tempo Livre nº 237, maio de 2012.

D. Maria II, na época 79/80, foi precisamente "O Lodo" a abrir a temporada. Era desta fibra o nosso Ribeirinho. No cinema, já vimos atrás, Ribeirinho ficou conhecido principalmente pelos personagens criados em "O Pai Tirano" e "O Pátio das Cantigas". “À espera de Godot” Quem em 1961 viu, no Trindade, "À espera de Godot", de Samuel Beckett, nunca mais esqueceu a fabulosa encenação de Ribeirinho. Teatro moderno, interventivo, chamado teatro do absurdo, ficará bem aqui uma frase da crítica quando escreveu que Ribeirinho pegou no Samuel Beckett e deu ao nosso telúrico provincianismo um ar de capital do espírito. Homem de antes quebrar que torcer, Ribeirinho, em certa altura da vida prometeu que nunca mais falaria à Imprensa e cumpriu a promessa. Quando faleceu, em 7 de Fevereiro de 1984, há 22 anos que não dava entrevistas nem falava com jornalistas, mas nem por isso a sua morte foi menos sentida e falada em toda a Imprensa. Ao funeral de Ribeirinho compareceram centenas de pessoas, artistas, gente do teatro, do cinema e da televisão. Com a morte de Ribeirinho findavam também 55 anos de trabalho que talvez tivessem começado quando, criança, representava com o irmão no "Teatro de los Niños" as peças de Skakespeare. Uma grande figura este Ribeirinho. I

Maria João Duarte


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28 // LAZER // TL Julho/Agosto 2015 // OS CONTOS DO ZAMBUJAL

Unidos de facto

G

ina Márcia gastou sucessivos namorados sem aprovar nenhum. De início todos pareciam satisfatórios, possuidores de virtudes por ela consideradas indispensáveis para chegarem ao estatuto de marido. Por três vezes, no mínimo, pensou aproximar-se o momento de se apresentar diante do altar gloriosamente vestida de noiva, ombro a ombro com o príncipe encantado, de casaca e orgulhoso por receber tão exigente esposa. Exigência talvez demasiada, quem sabe, o certo é que, decorridos meses de entusiástico namoro, Gina Márcia ia descobrindo pequenas mas graves imperfeições em cada um dos indigitados. Ou por falar de mais ou de menos, por apreciar noitadas ou não descolar de casa, por desacertarem no gosto quanto a filmes e leituras, Gina Márcia enjoava-se e dava por falecido o namoro. Um dia conheceu o jovem brasileiro Teodorico e logo lhe pareceu que, esse sim, era merecedor de paixão plena, a selar em cerimónia de igreja, padrinhos, madrinhas, o padre a fazer as perguntinhas do costume e os noivos respondendo apressadamente “sim”, numerosos convidados esmeradamente vestidos. Mas isso aconteceria no devido tempo, nada de precipitações, importante agora era confirmar o palpite inicial e as provas seguintes. Assim ia sucedendo e Gina Márcia vivia encantada, todavia ainda de pé atrás, mesmo quando entenderia ser altura de coabitarem num apartamento com vista para o mar. Inclusive nas intimidades pareciam ter nascido um para o outro, ou seja, ele para ela e vice-versa. Gina saboreava a união de facto, Teodorico correspondia em todos os capítulos ao seu ideal de companhia para a vida. As conversas

eram docinhas como se fossem namorados de fresco, estilo assim: – Sabes que dia é hoje, Teodorico? – 5 de Novembro, meu bem. – Exacto. E 5 de Novembro não te lembra nada? – Como não? Foi num 5 de Novembro que nos conhecemos. Ela já tinha abrasileirado o modo de falar e disse: – Que bom você lembrar. Mas talvez você tenha esquecido como foi nosso primeiro beijo. – Posso até descrever o segundo e o terceiro, minha flor, o primeiro foi com você encostada ao frigorífico na cozinha do casal Mendes, precisamente no bendito 5 de Novembro. O casal Mendes convidou-me para jantar, convidou-a para jantar, fomos apresentados, gostei, você parece ter gostado, o engenheiro Mendes pediu “Teodorico pode trazer gelo aí da cozinha.” E você disse “eu ajudo”. Fomos e aí eu dei o beijo. – Atrevidão. Mas ainda bem: agora, já passados três 5 de Novembro, certos do nosso amor absoluto, acho, Teodorico, que é tempo de dar o passo. – O passo, Gina Márcia? Que passo?

Ela envolveu nos braços o pescoço do homem em quem, finalmente, encontrara a perfeição e segredou: – Casamento, meu bem. Casamento com tudo de bom. Teodorico remexeu-se, afastou os bracinhos dela, demorou, por fim disse: – Não vejo necessidade. Surpreendida, porquanto pensava que a ideia seria festivamente acolhida, quiçá ele levantando-a e passeando-a ao colo pela sala, Gina Mércia deixou esmorecer o sorriso: – Não vê necessidade, tonto? Seríamos apresentados como marido e mulher e não só companheiros de união de facto! – Ginita, minha taça de mel, acho errado você dizer a palavra ”só” quando, na verdade, não nos falta nada. Ou estarei eu faltando em algum aspecto que você se acanha de dizer? Ela tornou a abraça-lo e apressou-se: – Nada, meu príncipe, não me falta com coisíssima nenhuma. O que está faltando são os papéis. – Papéis, doçura? Você dá importância a papéis quando, de facto, temos uma união sem falhas? Não só dita união de facto mas, de José Frade

facto, união. Casamento não ia adiantar, talvez até acabasse mal. – E porque havia de acabar, Teodorico? Ainda por cima, mal. Ele meteu os dedos pelo cabelo preto, tossiu, falou: – Ternura, eu serei tudo de seu mas marido não dá. Meio atordoada, ela gemeu: – E o que leva você, torrãozinho, a ser tão avesso ao casamento? – O passado. – O passado? O que se passou no passado, Teodorico? Quis falar mas engasgou-se, ela socorreu-o com palmadas nas costas, uma vez recuperado ele desatou novidades espantosas. Seis anos antes, tinha então vinte e dois, casara-se na mais bela igreja de S. Salvador da Baía mas, de facto, o casal não conseguiu união. Três semanas azedas e separação mas o pai dela algemara-o a contrato nupcial impiedoso, quem pedisse o divórcio teria de pagar ao outro uma soma medonha, impossível chegar lá. De modo que pedia a Gina Márcia, amor da sua vida, mil perdões pela omissão. Devia compreender: se fosse casar com ela, como tanto gostava, caía-lhe em cima a acusação de bígamo, é crime, dá cadeia. Pasmada, Gina levou tempo a replicar: – Teodorico, e se agora eu me divorciar de você? – Não pode, bombom. Nós temos união. – De facto – acrescentou ela, voltando a sorrir, e então Teodorico puxou-a pelos braços até à cozinha, e entregaram-se num beijo tão longo como o do primeiro 5 de Novembro. Quando as bocas se afastaram, Gina Márcia murmurou: – Nunca pensei fazer isto com um homem casado. E repetiram. I


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TL Julho/Agosto 2015 // LAZER // 29

// CULTURANDO

Em busca dos novos espaços públicos DR

a sua diversidade de desenhos, funções e representações – praça medieval, praça religiosa, praça de mercado, praça-cais, praça-política/administrativa – as praças públicas condensam em si não apenas a memória da cidade, mas também a possibilidade de recuperação de um antigo papel simbólico e funcional. Pelas suas características de estruturas urbanas tradicionais, as praças concentram e convocam encontros, memórias, narrativas da experiência e da vivência quotidiana: constituem-se como a materialização, por excelência, do espaço público, na sua tipologia urbana sobrevivente da ágora e génese da polis, e oferecem pontos de observação privilegiados sobre a qualidade da democracia de cada cidade. Fruto dessa herança

N

comunitária, as praças são hoje um dos territórios privilegiados das práticas de cultura, assumindo-se, inesperadamente, como espaço cénico não especializado e como ponto de convívio e de assembleia, eliminando, ainda que temporariamente, barreiras sociais e geográficas, restrições e segmentações de acesso, regras de “etiqueta cultural”, atribuições unívocas de gosto. É a partir destes estímulos que se revela a forma mais ou menos democrática como ocupamos a nossa cidade, enquanto acto político e enquanto expressão colectiva de cidadania e de participação, transformado as praças em locais que convidam a estar ou em sítios por onde se atravessa, zonas de passagem e de trânsito, não-lugares. I Sofia Tomaz [A autora escreve de acordo com a antiga ortografia]


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30 // LAZER // TL Julho/Agosto 2015

// EM CENA Dias de Cultura no Trindade

Entre o País e o Mundo Em julho o Teatro da Trindade cruza aquilo que é a marca identitária da Fundação Inatel, as várias expressões das práticas artísticas nascidas no associativismo cultural que nos chegam através de Dias da Cultura, com o Festival de Almada que mais uma vez nos traz um espetáculo de referência da cena internacional

D

ias de Cultura, que durante sete dias trazem o teatro, a música, o cinema, a arte e a cultura tradicional ao palco principal do Teatro da Trindade, é um acontecimento que consagra e dá reconhecimento público à atividade dos CCD Inatel, que demonstra a riqueza e a importância das produções culturais das estruturas associativas nas várias áreas de atividade de teatro, música, cinema, arte e cultura tradicional.

Teatro No teatro, destaque para dois espetáculos. “Judite”, da ACADE – Associação Cultural de Aradas, Aveiro, que no dia 18 de julho abre a iniciativa e “No dia em que te foste, arranquei o meu coração e dei-o a comer aos porcos”, pelo Teatro de Carnide, no dia 25 de julho. “Judite” é uma criação de Bruno dos Reis (argumento e direção) para uma só actriz, Andreia Silva, e que

tem música original de Hugo Correia. Na ficha técnica encontramos o nome de Vítor Correia, da Efémero – Companhia de Teatro de Aveiro, o que nos dá nota de uma interessante ligação entre práticas associativas de amadores e estruturas profissionais. “No dia em que te foste, arranquei o meu coração e dei-o a comer aos porcos”, de Paulo Freitas pelo Teatro de Carnide, grupo que venceu a décima edição do Concurso Nacional de Teatro 2014 e por isso foi convidado a apresentar este texto que venceu o Concurso de Teatro Novos Textos, dá destaque também à forma como a Fundação Inatel encontrou uma forma de promover a dramaturgia nacional incentivando a montagem dos textos vencedores do seu concurso, implicando nesse seu objetivo os grupos de teatro de amador.

Música Na área da música de expressão tradicional e filarmónica, destacam-se as presenças de Pedro Mestre e o CCD convidado “Os Cardadores” de Castro Verde (19 de julho), com o espetáculo “Campaniça do Despique”, o Grupo Cultural Orquestra de Harmónicas de Ponte de Sor, que tem por missão a recolha, adaptação instrumental e execução de melodias tradicionais em harmónica de boca e a Sociedade Musical Gouveense (26 de julho), herdeira do ideário republicano, como exemplo de excelência da longevidade e atualidade das bandas filarmónicas. Cinema Dando expressão também à implicação da Fundação Inatel na atividade cinematográfica e no apoio a atividade dos cineclubes, na área de criação audiovisual, destacamos no dia 22 de julho a presença da Ao

Norte – Associação de Produção e Animação Audiovisual, de Viana do Castelo, dedicada à divulgação do cinema, à produção de documentários e à formação na área do cinema. Trindade acolhe “O Ginjal” A presença do Festival de Almada em 2015 faz-se através do espetáculo “O Ginjal”, de Anton Tchekov, pelo Teatro Nacional de Cluj-Napoca, da Roménia, com encenação do italiano Roberto Bacci, fundador do Centro para a Experimentação e pesquisa Teatral de Pontedera e que atualmente dirige o Festival Fabbrica Europa, em Florença. Desde 1997 que a parceria com o Festival de Almada inscreve o Teatro da Trindade na rede de espaços nacionais que complementam a apresentação do Festival em Lisboa, festival que tem hoje uma grande projeção internacional. I

“Nham Nham” abre portas do musical para jovens Isabel Santiago Henriques

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bordámos várias vezes este espetáculo musical saído do primeiro curso de Teatro Musical da Academia Inatel. Razões não faltam para darmos relevo a este ponto alto na vida da Academia. Na conversa com o público, que se realizou após o espetáculo de 25 de junho, no Trindade, percebemos que há outro motivo que merece a nossa atenção: a experiência marcou de forma decisiva aqueles que nela participaram e muitos, sobretudo os mais novos, planeiam dar continuidade aos estudos em teatro musical no estrangeiro. É o

caso de Ana Rita Franco, 22 anos, que vai estudar em Londres, Flávio Jovchelevitch, 21 anos, e Margarida Silva, 20 anos, que vão para Barcelona. Muitos pretendem seguir o teatro musical por cá, entre outros, destaca-se Soraia Tavares, 21 anos, que já entrou em vários musicais. Nesta equipa tão heterogénea é de destacar a presença de um realizador de televisão, Teotónio Bernardo, o decano do grupo, com 52 anos, que se foi inscrever num curso de natação e acabou a nadar nas águas profundas do primeiro musical da Academia Inatel. I


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TL Julho/Agosto 2015 // LAZER // 31

// ARQUITETURA DOS TEMPOS LIVRES

Coliseu do Porto Coliseu do Porto, tal como o Eden referido no anterior TL, foi concebido para o bem-estar dos indivíduos, na ocupação dos seus tempos livres, pelos arquitetos Cassiano Branco e Júlio de Brito ao estilo moderno e inaugurado em 1941. Durante a sua atividade passou por várias dificuldades. Em 1995 esteve prestes a ser vendido a um grupo religioso, tendo sido salvo pelo valioso empenho de um grupo de notáveis, que conseguiram manter a função. Em 1996 sofreu um incêndio do qual renasceu e foi classificado como Monumento de Interesse Público em 2012. O edifício do Coliseu do Porto denuncia o interesse do arquiteto Cassiano Branco pelo movimento e pela ideia cinematográfica de espaço, na forma como cumpre um programa festivo e no modo como encaixa este equipamento na rua e na cidade, adquirindo desde logo, o estatuto de referência urbana. Visando a expressão permanente de um espetáculo de formas arquitetónicas, o arquiteto articula um desenho assimétrico da fachada, que joga com a torre sobrepujada e a pala sobre a entrada. Interiormente, a sala de espetáculos, desenhada em forma de ferradura, reforça a ideia conceptual de dinâmica espacial patente na conceção do edifício1. A sala principal do Coliseu do Porto tem 3000 lugares sentados, entre plateia, tribunas, camarotes, frisas, galeria reservada e geral, para todo o tipo de espetáculos: música, bailado, teatro, ópera, circo, cinema, etc. Cassiano Branco projeta a ideia de movimento e cinematográfica do espaço no Porto, onde outros arquitetos contemporâneos marcam a sua afirmação na arquitetura nacional, no desenvolvimento do ensino e na reflexão teórica e histórica. Arquitetos que testemunham a

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Coliseu do Porto, Entrada principal. 2

herança do mestre Carlos Ramos cuja qualidade mais valorizada é o seu profundo sentido de equipa. Durante o seu mandato na Escola de Arquitetura do Porto, ele cria uma espécie de redoma protetora, contra os constrangimentos ideológicos impostos pelo Estado Novo, onde foi possível afirmar a consciência social e política próxima das novas tendências arquitetónicas das décadas de 50 e 60. Carlos Ramos era considerado um democrata em tempo de ditadura, pugnando por um princípio liberal, “Máxima liberdade, máxima responsabilidade” e procurando “abrir caminhos, mais do que indicar caminhos”. Direcionou o ensino para o desenvolvimento das competências metodológicas do aluno, estimulando a reflexão teórico-crítica, promovendo a experimentação sobre as opções de projeto e introduzindo os problemas reais da cidade nos exercícios académicos 3. Deste “cadinho” resultam diversas gerações que marcaram indelevelmente a Arquitetura Portuguesa e de que falaremos seguidamente. I Ernesto Martins 1) Portaria 637/2012, Diário da República, 2.ª série - N.º 212 de 2 de novembro de 2012 Classifica como monumento de interesse público o Coliseu do Porto, na Rua de Passos Manuel, 137, Porto. 2) Projeto do Coliseu do Porto / Cassiano Branco - Fot. Estúdio Mário Novais – FCG Biblioteca de Arte 3) Gonçalo Esteves de O. do Canto Moniz O Ensino Moderno da Arquitectura: A Reforma de 57 e as Escolas de Belas-Artes em Portugal (1931-69). Dissertação de Doutoramento em Arquitetura - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, 2011.


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// TEMPO DIGITAL

// LÍNGUA NOSSA

Inovação e funcionalidade Erros indesejáveis… oje em dia, ninguém se surpreende perante as enormes audiências que determinados comentadores conseguem alcançar através dos diferentes canais televisivos aos quais estão afectos. Nalguns casos, apenas uma vez por semana, noutros mais frequentemente, porque tais pessoas atingiram o estatuto de fenómeno comunicacional, os media aproveitam a circunstância ao milímetro e ao segundo, propondo as maiores cargas de publicidade naqueles que são os seus mais nobres horários. E, meus senhores, como verificarão, não me refiro à omnipresença dos comentadores desportivos… Assim acontecendo, esperar-se-ia que esses conhecidíssimos senhores tivessem extremo cuidado, assumindo a responsabilidade inerente ao facto de se terem transformado em emissores de um discurso cuja qualidade intrínseca é real, objectiva e implicitamente considerada como modelar pelos receptores destinatários das mensagens. No entanto, tal expectativa colide com a infeliz frequência de erros tão indesejáveis como evitáveis, na maior parte dos casos, devidos a falta de atenção. Consideremos apenas três recentes exemplos extraídos de um contexto de notícias relacionadas com famosos casos de cidadãos a contas com a Justiça. Dificilmente se aceita mas a verdade é que, há umas semanas, foi cometido o dominical pecado de dizer “(…) eles «detiam» o indivíduo (…)”. Obriguei-me a voltar atrás para confirmar e, não há qualquer dúvida. Falta de cuidado, já que

H s tablets são dos dispositivos que mais têm evoluído nos últimos anos, podendo até substituir um computador. Apesar de inovadores nas funcionalidades são naturalmente mais frágeis e pouco confortáveis para muitas horas de trabalho, principalmente devido à necessidade de utilizar o teclado digital que ocupa a parte inferior do ecrã. Para resolver o problema apareceram os híbridos com teclado que pode funcionar ligado ao tablet, virarse ao contrário e servir de tampa protectora ou simplesmente desligar-se. Mas os híbridos são caros e não resolveram o problema a quem possua um tablet normal. Pois acaba de ser criada uma solução com preço entre 40 e 50 Euros que protege o tablet e fornece um teclado normal. A Hama, distribuidora da Rapoo, um dos líderes em teclados e ratos sem fios, apresenta quatro capas com teclado para tablets da Samsung e Apple. Compatíveis com modelos de 8 e 10 polegadas e ainda os iPad Mini e Air, possuem teclas formato chiclete, incluindo as de acesso a funções

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como leitor multimédia ou controlo de volume de som. Ligadas por Bluetooth dispensam utilização de cabos e adaptadores e ao fechar-se sobre o tablet activam automaticamente o modo de suspensão. O carregamento de 2 horas da bateria integrada permite um mês de utilização. Também oferecendo inovação e funcionalidade, a marca Allocacoc que reinventou o design das extensões eléctricas com o PowerCube, aqui referido em Novembro 2014, apresenta agora 2 PowerBar, distribuídas pela Esotérico. Conseguindo a fusão entre design e funcionalidade que nos leva a perguntar porque é que nunca ninguém se lembrou disto antes, estas novas extensões eléctricas são vendidas com um suporte especial para instalar sob um tampo de secretária, onde as tomadas de energia ficam fora da vista mas perfeitamente acessíveis. Uma PowerBar possui quatro tomadas de corrente com protecção infantil e a PowerBar USB conjuga duas tomadas eléctricas com duas portas USB de 5 volts, variantes de elevada potência (2,1 Amperes), para carregar smartphones e leitores de música mas também tablets, câmaras e outros equipamentos que necessitem de mais energia. Pensadas especificamente para ligações sem terra apresentam-se com um desenho extremamente simples, fino e elegante. I Gil Montalverne [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]

deveria ter empregado a forma detinham, sendo impensável que não soubesse a terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito do indicativo do verbo deter cuja particularidade única, como derivado de ter, o obriga a conjugação análoga, aliás, como também acontece, por exemplo, com abster, conter, entreter, manter, obter ou reter. Outro caso: “(…) é preciso estar atento às «maningâncias» da defesa (…)” Não, de facto, a segunda sílaba não é nasalada, pelo que, corrigindo, deverá dizerse manigância. Trata-se de palavra de origem francesa cujo significado remete para pequena manobra secreta com o propósito de enganar alguém. Enfim, realidades que nada têm a ver connosco… Finalmente, cometido por outro comentador, um erro muito frequente: “(…) o arguido foi «presente» ao Juiz (…)”. De uma vez por todas, presente é um adjectivo, antónimo de ausente. Portanto, a expressão correcta seria o arguido foi apresentado ao Juiz, ou seja, tendo em conta que o verbo apresentar tem um só particípio passado: apresentado. I

João Cachado [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]

*Licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, actualmente aposentado, foi professor, técnico superior e dirigente, nos Ministérios da Educação e dos Negócios Estrangeiros. É autor de materiais didácticos para o Ensino de Português no estrangeiro.


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// ECRÃS

Imagens de ficção e real Uma mão cheia de sugestões para os dois meses de verão que aí vem de “recriação” com sucesso do filme de acção e espionagem, moderno e divertido, a que não falta humor, intriga e destruições espectaculares – como em James Bond, 007.

Cinema Exterminador: Genisys, de Alan Taylor | EUA, 2015, 1h59 Com: Arnold Schwarzenegger, Emilia Clarke, Jason Clarke. Estreia 2/7.

Neste novo “velho” episódio da “saga”, Sarah Connor e Kyle Reese descobrem um aliado improvável na luta contra os robots, pela salvação do futuro da humanidade.

Diário de Uma Criada de Quarto, de Benoît Jacquot | França, 2015, 1h36. Com: Léa Seydoux, Vincent Lindon, Clotilde Mollet. Estreia 20/8.

Revisitação do romance homónimo de Octave Mirbeau que o realizador Luís Buñuel já adaptara, em 1963, com forte carga enigmática e magistralmente interpretado por Jeanne Moreau.

Regresso a Casa, de Zhang Yimou | China, 2014, 1h49 Com: Gong Li, Chen Daoming, Zhang Huiwen. Estreia 9/7.

O tema da memória e do esquecimento a servir de “mote” para uma evocação, ousada e sensível, dos anos da revolução cultural e do maoísmo através de uma história de amor. Um filme de rara beleza e tocante humanismo.

Mínimos, de Kyle Balda, Pierre Coffin | EUA, 2015, 1h31 Animação. Vozes (versão portuguesa): Soraia Chaves, César Mourão, Herman José, Nicolau Breyner. Estreia a 23/7.

Um filmezinho para os mais pequenos que reúne três “organismos unicelulares amarelos” – numa aventura em busca de um novo “mestre” –, uma supermázinha e – tan-ta-ran! – a ameaça de aniquilação total da espécie dos “amarelos”… .

Táxi, de Jafar Panahi | Irão, 2014, 1h27. Documentário ficcionado.

Missão Impossível: Nação

Estreia a 9/7.

Secreta, de Christopher McQuarrie

A crítica elogia-lhe a subtileza, a inteligência e a narrativa. Se o cineasta de “Táxi” – retrato actual da sociedade iraniana – tem um compromisso qualquer é com a liberdade. “Urso de Ouro” Festival de Berlim.

| EUA, 2015 Com: Tom Cruise, Jeremy Renner, Simon Pegg, Alec Baldwin. Estreia 13/8.

Fora os atributos acrobáticos de Cruise, o que mais se espera do último “Mission: Impossible” é que continue a honrar as capacidades

DVD “Trilogia da Guerra”, filmes de Roberto Rossellini | Edição Leopardo Filmes, 19,99€.

Três obras fundamentais – Roma, Cidade Aberta, Paisá /Libertação e Alemanha, Ano Zero – da História do Cinema e realizadas pelo grande mestre do cinema italiano. Oportuno, agora que se assinala o 70.º aniversário do fim da segunda guerra mundial e da queda do nazi-fascismo.

Joaquim Diabinho [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]


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// MOTOR

// SUGESTÕES

Opel Karl: citadino prático, ágil e acessível

Filipa Rocha Páris Especialista em Dermatovenereologia

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novo Opel Karl, que chega este mês (julho) a Portugal, é um modelo muito acessível, com preço de 11.840 euros. O Karl é um "cinco portas" apelativo com 3,68 metros de comprimento e 1,46 metros de altura, espaço para cinco pessoas e um grande número de tecnologia de segurança e conforto sem paralelo no seu segmento. O mais acessível dos Opel estará também disponível em breve com a mais recente tecnologia de conectividade automóvel. A partir do oOutono deste ano será possível encomendar este modelo com o sistema de informação e entretenimento intelliLink de nova geração e o sistema de assistência e conectividade Opel OnStar, os quais tornam o Karl no automóvel com os melhores níveis de conectividade e apoio do seu segmento. Sob o capot surge um novo motor 1.0 atmosférico a gasolina, de três cilindros, com baixos níveis de consumos e de emissões - 4,3 l/100 km e 99 gramas de CO2 por quilómetro, respetivamente, em ciclo isto. Com o prático base-de-gama KARL, o campeão da personalização ADAM e o polivalente Corsa, a Opel passa a deter aquela que é a gama de automóveis pequenos mais completa de sempre da marca alemã, e a mais recente no mercado. O Opel KARL sobressai igualmente pela qualidade do desempenho dinâmico. A suspensão

Cuidados a ter com o sol O sol é fonte de luz, calor, alegria e energia. Se não tivermos cuidado, pode provocar queimadura, insolação, desidratação, envelhecimento e cancro cutâneo. Para se poder usufruir em segurança do sol, é essencial que se

dianteira possui molas com compensação de carga lateral, casquilhos de revestimento duplo e uma estrutura de ancoragem extremamente rígida, que permite melhorar o trabalho da suspensão e reduzir níveis de ruído e vibrações. Focada nas mesmas prioridades, a suspensão traseira é de eixo de torção de secção tubular, com apoios à frente das rodas. Os amortecedores, por seu turno, estão colocados em posição vertical, atrás das rodas. Esta articulação proporciona o melhor controlo de movimentos das rodas. O novo Opel KARL, dispõe de um motor oriundo da mais recente linha de motorizações da Opel. O 1.0 ECOTEC de 75 cavalos de potência - um ultramoderno motor de 1.0 a gasolina de três cilindros construído em alumínio - faz parte da mesma família do elogiado 1.0 Turbo disponível nos modernos modelos Corsa e Adam. I Carlos Blanco

tomem precauções! - Evitar a exposição solar entre as 11 e as 16 horas (incidência dos raios solares mais directa e intensa) - O protector solar (índice de protecção >30) deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição solar e deve ser renovado de 2 em 2 horas - As crianças com menos de 6 meses devem evitar o sol. A partir dos 6 meses, deve usar-se um protector de preferência físico (mineral), de índice de protecção elevado (50+), evitando a exposição directa ao sol até completarem 1 ano (t-shirt e sombra). Até aos 3 anos, a pele das crianças é mais susceptível às queimaduras solares e desidratação. Uma regra simples para ensinar às crianças é a regra da sombra: se a sombra é mais pequena que o nosso corpo, deve evitar-se o sol - A exposição deve ser feita de forma

// PALAVRAS CRUZADAS // Por José Lattas

VERTICAIS:1-Mar pertencente ao Oceano Atlântico, que banha as costas da Venezuela e da Colômbia, a Sul, e comunica com o Golfo do México, a Noroeste; Cério (s.q.). 2-Fruto da videira; Parir. 3-Capital da Bulgária; Térbio (s.q.); Deus do sol, na mitologia egípcia. 4-Forma antiga do artigo o; Fulgentes. 5-Poente; Túlio (s.q.). 6-Apelido da escritora portuguesa, pedagoga e professora, nascida em Lisboa (19212010); Grito. 7-Elemento de composição de palavras, que expressa a ideia de vida; Lado de onde vem o vento; Apelido de um cantor português. 8-Emblema da Alemanha hitleriana (pl.). 9-Rubídio (s.q.); Consoante dobrada; Desaparecimento do Sol, ou de qualquer outro astro, no horizonte. 10Vermelhão; Decreto-Lei (iniciais invertidas). 11-Rogo; Esmoncada.

gradual e progressiva. 1

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9 10 11

1

Os protectores solares deverão ser o último degrau na pirâmide da fotoprotecção, devendo começar-se pela mudança de

2

comportamento (evitar o sol entre as 11h e

3

as 16 horas), implementação de áreas de

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sombra (toldos, chapéus de sol,

5

esplanadas cobertas), e uso de vestuário

6 7

adequado (t-shirt, chapéu, óculos de sol). Sendo o sol essencial ao desenvolvimento e crescimento dos seres vivos, depende de

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nós a sua utilização de forma responsável

9

e moderada.

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[A autora escreve de acordo com a antiga ortografia]

Soluções 1-CUSTO; BARCO. 2-AVÓ; CAI; BAR. 3RAFEIROS; RO. 4-A; ILDA; ULM. 5-IDA; EULÁLIA. 6-BE; ANJOS; MS. 7-ASTUTO; TO; S. 8-SOBRE; CICLO. 9-V; E; PICADA. 10CARÓTIDAS; D. 11-ERASMO; SOJA.

HORIZONTAIS: 1-Monta; Casco. 2-Anciã; Abate; Taberna. 3Mastins; Letra grega. 4-Nome feminino; Cidade alemã, nas margens do Rio Danúbio. 5-Viagem; Santa Padroeira de Barcelona. 6-Belírio (s.q.); Simplórios; Samário (s.q. – inv.). 7Engenhoso; Interjeição que se usa para chamar animais, especialmente porcos. 8-Entre; Revolução. 9-Facada. 10-Dizse de cada uma das artérias que levam o sangue à cabeça. 11-Humanista holandês, autor de “Elogio da Loucura”; Leguminosa oriunda da Ásia, cujas sementes fornecem óleo e proteínas de alto valor nutritivo.

Assistente Hospitalar no Centro Hospitalar de Lisboa Central - Hospital Santo António Dos Capuchos. Especialidade de Dermatologia no Consultório Gestus em Lisboa



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