Tempo Livre Abril 2015

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N.º 23 | Abril 2015

Turismo Júnior

Férias à maneira

Carlos Calado “INATEL é uma grande escola

pela forma saudável como encara o desporto” Cultura Fundação Inatel distingue jovens talentos musicais

Hotelaria Inatel Foz do Arelho, a Oeste tudo de novo

Desporto Laboral para todos

O exemplo de Telma Mendes

Viagens Conhecer a China imensa e milenar


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TL Abril 2015 // FUNDAÇÃO INATEL // 3 // SUMÁRIO

// EDITORIAL

4 Notícias

8

O melhor do mundo são as crianças

Entrevista Carlos Calado

10 Cultura Visita guiada aos edifícios Inatel em Lisboa

13 Inovação Social Aldeia dos Sonhos

14/15 Tema de capa Turismo Júnior

18 Hotelaria Inatel Foz do Arelho Hotel

20 Viagens China Milenar

A

primavera 2015 tem significado simbólico ainda mais impressivo que outras precedentes. O país parece recuperar, lentamente é certo mas sem soluços, a confiança em si próprio e no futuro. E interpela-nos, desafiando a nossa criatividade e requerendo mais inovação e ousadia nas soluções coletivas e nos projetos individuais. Na Inatel, sentimos igualmente a interpelação e, na medida das nossas possibilidades, e no domínio que nos é próprio, vamos construindo o nosso caminho vendo o futuro como a nossa verdadeira tradição. Desde 1935 a valorizar o tempo livre para todos, a nossa Fundação desenvolve com alegria a comemoração do 80.º aniversário, que este ano estamos a celebrar. A Comissão de Honra das comemorações é presidida por S. Exa. o Presidente da República, integrando igualmente outros titulares de órgãos de soberania, ex-governantes que exerceram a tutela desta instituição, anteriores presidentes da mesma, bem como grandes personalidades do desporto e da cultura com fortes ligações à Inatel. A festa é sobretudo dos Associados. Pessoas que, ao longo de décadas, têm usufruído dos nos-

sos serviços e, por isso, teceram cumplicidades e formaram afetos connosco; associações que aqui encontraram o apoio necessário, na hora certa, para desenvolverem a sua ação no desporto amador e na cultura popular; a todos nos dirigimos para a celebração conjunta da efeméride tão carregada de significado histórico e cultural para todos, e para o país, e que a partir do 25 de abril próximo viverá os momentos de maior impacto nacional. Mas o melhor do mundo são as crianças, que, por isso, merecem as melhores memórias futuras da infância, a que a boa e instrutiva recreação proporcionada pelo Turismo Júnior da Inatel vem dando contributo de reconhecida excelência. Os programas de férias para jovens são um must da nossa programação de verão, a que dedicamos o nosso tema de capa pensando nas famílias que, dentro de poucos meses, terão os seus jovens sem escola carentes de atividades de lazer que, sendo recreativas, jamais esqueçam a vertente educativa para a cidadania.

Presidente da Fundação INATEL

21 Os Contos do Zambujal

22 Em cena no Trindade//

// TOME NOTA

Arquitetura dos Tempos Livres

INATEL na “Feira das Viagens”

24

A Fundação Inatel vai participar na “Feira das Viagens”,

Língua Nossa// Tempo Digital

cujo objetivo é ajudar as famílias a encontrarem soluções interessantes e variadas para as férias de

25

verão, onde apresentará novidades e promoções de

Ecrãs: novos filmes em cartaz

destinos turísticos nacionais e internacionais. A feira decorre na Praça de Touros do Campo Pequeno,

26

em Lisboa, de 8 a 10 de maio, e no Palácio da Bolsa,

Motor// Palavras Cruzadas//

no Porto, de 15 a 17 de maio, às sextas e sábados, das

Sugestões

10h às 22h, e aos domingos, das 10h às 20h, com entrada gratuita.

Jornal Mensal e-mail: tl@inatel.pt | Propriedade da Fundação INATEL Presidente do Conselho de Administração: Fernando Ribeiro Mendes Vice-Presidente: José Manuel Soares; Vogais: Jacinta Oliveira e Álvaro Carneiro Sede da Fundação: Calçada de Sant’Ana, 180, 1169-062 LISBOA, Tel. 210027000 Nº Pessoa Colectiva: 500122237 Diretor: Fernando Ribeiro Mendes Coordenação editorial: Teresa Joel Logótipo:Fernanda Soares Design: José Souto Fotografia: José Frade, Isabel Santiago Henriques (colaboradora) Redação: Calçada de Sant’Ana, 180 – 1169-062 LISBOA, Telef. 210027000 Colaboradores: Carlos Blanco, Ernesto Martins, Eugénio Alves, Gil Montalverne, João Cachado, José Baptista de Sousa, Joaquim Diabinho, José Lattas, Mário Zambujal, Sílvia Júlio Publicidade: Comunicação e Marketing/Vanda Gaspar Tel. 210072392; Impressão: Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA., Rua Consiglieri Pedroso, n.º 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Tel. 214345400 Dep. Legal: 41725/90. Registo de propriedade na D.G.C.S. nº 114484 Preço: 1,00 euro Tiragem deste número: 92.648 exemplares


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4 // NOTÍCIAS // TL Abril 2015

Golfe Solidário

Candidaturas via internet

Fundo de Inovação Social INATEL O Fundo de Inovação Social, apresentado no 1.º Congresso Nacional de Centros de Cultura e Desporto, realizado em novembro de 2014, destina-se a apoiar as atividades desenvolvidas pelos Centros de Cultura e Desporto (CCD), enquanto entidades coletivas associadas à Fundação Inatel, que, através das suas ações, dinamizem e potenciem o bem-estar geral e a coesão social. Através do apoio financeiro a projetos inovadores no domínio social, a organização do Fundo de Inovação Social tem como principais objetivos promover e contribuir para uma melhoria das condições de vida de pessoas em situação de maior vulnerabilidade social; potenciar o envolvimento da sociedade civil no encontro de

A

Fundação Inatel realizou, no dia 6 de março, o I Torneio de Golfe Solidário, no Centro Nacional de Formação de Golfe do Jamor, com o objetivo de angariar fundos para a associação Novas Olimpíadas Especiais – Special Olympics Portugal através do Mealheiro Solidário, um novo projeto da Fundação que visa apoiar determinados cidadãos, entidades ou causas. Foram angariados 195 euros através do Mealheiro Solidário, tendo a Fundação Inatel contribuído com um cheque de 200 euros. O Torneio registou a participação de 36 jogadores de vários CCD Inatel (Clube de Golfe da Costa do Estoril, Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), Santander Totta, Caixa Geral de Depósitos (CGD), Millennium BCP, PT e EDP, e de uma equipa Sénior da Federação Portuguesa de Golfe. No final da prova teve lugar um almoço de confraternização para os jogadores, com a presença do Presidente da Novas Olimpíadas Especiais – Special Olympics Portugal, José Dias Ferreira, do

Presidente e administrador da Fundação Inatel, Fernando Ribeiro Mendes e Álvaro Carneiro, e Presidente da Novas Olimpíadas Especiais, José Dias Ferreira na assinatura do protocolo

membro da direção, Regina Peyroteo, do Presidente da Federação Portuguesa de Golfe, Manuel Agrellos, acompanhado pelo secretário-geral, Miguel Sousa Franco, bem como o Presidente e o Vogal do Conselho de Administração da Fundação Inatel, Fernando Ribeiro Mendes e Álvaro Carneiro. Troféus e protocolo O convívio incluiu a entrega de prémios aos participantes, e a assinatura do protocolo de cooperação entre a Fundação Inatel e a Novas Olimpíadas Especiais – Special Olympics Portugal. Além das placas comemorativas do evento para todos os participantes, foram ainda entregues os seguintes prémios: troféu para a 1.ª equipa (4 elementos) classificada com o melhor score total da soma dos 3 melhores resultados GROSS – Equipa CGD (Manuel Rosado

Frade, Elsa Farto, Ilídio Antunes, António Domingues Almeida); troféu para a 1.ª equipa (4 elementos) classificada com melhor score total da soma dos três melhores resultados Net - Equipa Grupo Santander Totta (João Sequeira, Bráulio Silva, Noé Fontes, Ângelo Fontes); prémio especial (experiência Inatel) no buraco N. 6, Longest Drive - Nuno Henriques, equipa Clube de Golfe da Costa do Estoril; Prémio especial (experiência Inatel) no buraco N. 2, Nearest the Pin Ângelo Freitas, equipa GD Santander Totta. De assinalar, ainda, que a Novas Olimpíadas Especiais – Special Olympics Portugal (NOE) tem como missão criar oportunidades para que todos os jovens e adultos com deficiência intelectual tenham acesso à atividade física e ao desporto, de forma contínua, a fim de permitir o desenvolvimento das suas capacidades, mostrar coragem, viver momentos de alegria partilhando os seus dons, competências e amizades com as suas famílias, outros atletas do Special Olympics e a comunidade em geral.

instrumentos para a melhoria do bem-estar social; e contribuir para o incremento do espírito de solidariedade e responsabilidade social. As atividades desenvolvidas deverão encontrar-se integradas na ação mais vasta das coletividades, podendo, assim, envolver outros campos de atuação como o desporto e a cultura. Às candidaturas vencedoras serão atribuídas apoios no limite máximo de cinco mil euros por projeto. Cada CCD poderá candidatar-se uma única vez, com um único projeto. As candidaturas devem ser formalizadas através do portal Inatel na internet, pelo preenchimento de formulário próprio e pelo envio da documentação de apresentação obrigatória. Com a organização do Fundo de Inovação Social, a Fundação Inatel propõe-se estender aos seus associados coletivos a promoção e a participação no desenvolvimento de ações em benefício das comunidades.


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TL Abril 2015 // NOTÍCIAS // 5

CTT assinalam 80 anos da INATEL

O

s Correios de Portugal associaram-se à comemoração dos 80 anos da Fundação Inatel com o lançamento de um inteiro postal. A peça filatélica, com porte para o correio doméstico, com uma tiragem de nove mil exemplares, reproduz o logótipo das comemorações. À FNAT – Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, fundada em 1935, sucedeu a Fundação Inatel, tutelada pelo Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, instituição esta que, com profundas preocupações de humanismo e de qualidade, desenvolve atividade nas áreas do turismo social e sénior, do termalismo, da organização dos tempos livres, da cultura e do desporto populares. O relacionamento entre os CTT e a INATEL é antigo e de muito boa memória. Trata-se de entidades que partilham o mesmo ponto de vista sobre a moderna sociedade do conhecimento e das comunicações, atentas à prática de uma política de sustentabilidade ambiental, assumindo ambas um compromisso de adotar princípios

Manuel Camacho provedor.inatel@inatel.pt

orientados para o desenvolvimento sustentável, visando não só a criação de valor, mas também para a sociedade em geral. O protocolo assinado entre a Fundação e o Clube de Desporto Cultura e Recreio do Pessoal dos CTT ofereceu o acesso dos colaboradores dos Correios de Portugal às suas unidades hoteleiras, o que contribuiu ainda mais para estreitar os laços de convivência institucional. A Fundação Inatel disponibilizará, no dia 13 de junho, data que marca os 80 anos de existência, às

10h30, no Parque de Jogos 1.º de Maio, um carimbo postal personalizado comemorativo do aniversário criado pela Direção de Filatelia dos Correios de Portugal. Nesta ocasião, realizar-se-á uma cerimónia pública com a presença das respetivas administrações, durante a qual decorrerá a aposição do carimbo dos 80 anos da INATEL. A Fundação Inatel convida todos os interessados a se associarem a este acontecimento seja pela sua ligação à INATEL, como ao seu interesse filatélico.

“Um dia na Terra – Fotografias do Quotidiano do Planeta”

O

50

na Anos EL INAT

umprem-se este mês 41 anos sobre o dia a que se convencionou chamar “da Liberdade” – o 25 de Abril. E foi realmente o que a grande maioria dos Portugueses sentiu nesse dia – um sentimento de liberdade. Ainda não tinha passado uma semana e no dia 1 de maio de 1974 viveu-se um momento, a nível nacional, que ainda hoje eu diria que foi “único”. A liberdade saiu à rua pela mão de todas e todos que festejavam a Democracia e o País coloriu-se de cravos. Cantaram-se todas as canções até então proibidas e transbordou uma alegria natural e genuína durante tantos anos contida. O logo batizado Estádio 1.º de Maio – antes FNAT, hoje INATEL – foi palco de momentos inesquecíveis. Nessa altura tudo era espontâneo, natural e autêntico. A grande maioria não era politizada, mas em liberdade sentiu fazer parte daquela festa. Porque era a nossa festa, porque cheirava a mudança e a isto chama-se verdadeiramente LIBERDADE. A mesma Liberdade que após 41 anos continua a darnos o direito de decidir por um futuro melhor.

C

Gonçalo Cadilhe no Museu Oriente

Museu do Oriente, em Lisboa, inaugura no próximo dia 14 de maio a Exposição “Um dia na Terra — Fotografias do Quotidiano do Planeta”, da autoria de Gonçalo Cadilhe, com 56 fotografias, em diferentes formatos, tiradas em meia centena de países ao longo de

// COLUNA DO PROVEDOR

duas décadas de viagens. Gonçalo Cadilhe, atualmente a colaborar com a Fundação Inatel

como consultor, é natural da Figueira da Foz e vive há 20 anos a viajar e escrever sobre as suas viagens. O autor fará visitas guiadas nos dias 16 e 30 de maio, às 16h, sendo necessária inscrição prévia. Os associados da Fundação Inatel têm direito a desconto.

Completam, no mês de abril, 50 anos de ligação à Fundação INATEL os associados: Aldina Milheiras Oliveira, do Redondo; Abel Paiva Guimarães, José Cardoso Oliveira, de Lisboa; Carlos Carrilho Morita, de Cascais; Cristóvão Martins Lucas, de Setúbal; Gaspar Ferreira Sousa, de Viana do Castelo; José Pereira Pinto, da Covilhã; José Gomes Pestana, de Oeiras; José Ferreira Salgado, de Santo Tirso; Manuel Chaves Silva, de Vila Nova de Gaia.


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6 // ESPAÇO DO ASSOCIADO // TL Abril 2015 // À CONVERSA COM...

Dos Açores com simpatia e sugestões… organização pensada para oferecer aos trabalhadores ativos, desempregados, reformados ou aposentados, e às suas instituições representativas, um amplo conjunto de ofertas próprias de ocupação de tempos

.

Apoio Apoio

Nesta edição, o TL conversou

livres, com vista ao

com Maria Leonilde Laureano,

desenvolvimento saudável e

71 anos, inscrita desde 1992, na

harmonioso das pessoas. “Deve

Inatel de Angra do Heroísmo,

ser, assim, uma organização

interessada pelas “viagens de

global de proximidade à pessoa

Turismo Sénior”. Mais

trabalhadora… O facto de

recentemente, conheceu os

vivermos numa ilha com uma

programas de Turismo Para

população de cerca de 56.000

Todos, pelos quais tem optado

habitantes, numa área de 402

para viajar, considerando que as

km2, geograficamente confinados,

unidades hoteleiras Inatel “são

logo se percebe que as

muito boas, enquadradas em

oportunidades oferecidas pela

espaços muito agradáveis, com

Inatel para proporcionar o

paisagens variadas. O pessoal é

contacto com outras gentes e

muito simpático e prestativo”.

outros lugares, quer deslocando

Além das viagens e hotelaria,

os residentes, quer trazendo

agradam-lhe igualmente as

forasteiros, são as atividades

vantagens de diversos protocolos,

mais apreciadas pelos ilhéus”.

o acesso às piscinas, o Plano de

Satisfeito com a maioria das

Saúde, “sobre este último, estou –

atividades e serviços, na sua

sublinha – satisfeita, de um modo

opinião, outro tipo de eventos,

geral, porém julgo que o leque de

“mais económicos, mas

especialidades médicas poderia

igualmente necessários e

ser alargado na ilha Terceira”.

envolventes”, poderiam ser

Para esta associada, Inatel

oferecidos, “como a valorização

“significa um nome credível e

profissional e pessoal, através de

prestigiante, promovendo

cursos, de maior ou menor

atividades que privilegiam o

duração, adequados inclusive à

convívio”, contudo, considera que

demanda do mercado de

“faltam campanhas de incentivo

trabalho. Outro campo a explorar

para os açorianos” e apresenta

– acrescenta – será a divulgação

sugestões de “viagens entre ilhas,

e aproveitamento dos recursos

a preços acessíveis, com

endógenos, de índole

programas de animação cultural,

paisagístico-ambiental ou

pois seria uma forma das

sociológico-cultural, desde logo

pessoas conviverem mais”.

pelos residentes, proporcionando-

Antero Fernandes Rolo, 56

lhes mais-valias económicas e

anos, “apesar de ser associado

culturais”.

somente há quatro anos, há muito considerava fazê-lo”, fundamentalmente, porque “as atividades variadas e vantagens .

decorrentes de protocolos” o interessavam por trazerem “maisvalias no dia a dia”. A Fundação é, considera, uma


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TL Abril 2015 // ESPAÇO DO ASSOCIADO // 7 // XIX CONCURSO “TEMPO LIVRE” DE FOTOGRAFIA

Menção honrosa Clara Rosário, Lisboa Associado n.º 233 162

Prémio Fausto Lima, Oeiras

Prémio: duas noites, para duas pessoas, numa das unidades hoteleiras INATEL, durante a época baixa,

Associado n.º 198 088

em regime APA (alojamento e pequeno almoço). O prémio tem a validade de um ano.

Mais informações sobre o Regulamento: www.inatel.pt (Fundação/“Tempo Livre”/edição de abril 2013) T. 210027000/ tl@inatel.pt

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8 // ENTREVISTA // TL Abril 2015

Carlos Calado “INATEL é uma grande escola pela forma saudável como encara o desporto” Carlos Nuno Tavares Calado, 39 anos, é considerado um dos melhores atletas da sua geração. Deu nas vistas no salto em comprimento e no atletismo. Saltos e velocidade era com ele. Em 2016 faz vinte anos que bateu o recorde nacional do Salto em Comprimento e do Triplo Salto ítulos há muitos! Foi recordista nacional do salto em comprimento, dos 100 metros e do triplo salto, e representou Portugal ao mais alto nível. Destaque para uma medalha de ouro, duas de prata e duas de bronze. O atleta olímpico, que chegou a competir com o seu ídolo, o norteamericano Carl Lewis, deixa umas palavras para a nova geração: “Temos de fazer o nosso trabalho e acreditar que estamos a fazer as coisas em prol de um resultado. Quando dermos por nós, estamos no meio deles. Um dia vamos lá estar a lutar de igual para igual”. Começou no atletismo num cortamato escolar, depois passou para a Inatel… O clube que havia em Alcanena estava filiado na Inatel – a Casa do Povo de Alcanena, o único clube que tinha a modalidade de atletismo. Foi a partir daí que as coisas começaram. Eu participava em todas as competições que havia no distrito de Santarém organizadas pela Inatel, depois passei às fases nacionais… e os resultados começaram a aparecer. A Inatel foi a rampa de lançamento para o que faria a seguir? A Inatel marcou o início da minha carreira desportiva. Comecei a ter acesso às pistas de atletismo. Onde fiz pela primeira vez milhas para um Campeonato da Europa de

T

Juniores foi nos campeonatos Inatel. Mais tarde, como não podia participar nos Campeonatos da Europa sendo filiado, tive de fazer a passagem para o desporto federado para poder participar. Foi aí que deixei de estar ligado à Inatel. Mas deixe-me dizer isto: que os associados não deixem morrer esta instituição. O desporto federado ainda não chega a todo o lado. E a Inatel proporciona boas condições para fazer estágios. Voltando ainda um pouco atrás, LUSA

“Nós, portugueses, somos incultos a nível desportivo. Tudo o que sai na comunicação social é só futebol – não há diversidade.”

que memórias guarda desses tempos na Inatel? Guardo memórias fantásticas. Os finais das competições Inatel eram uma festa. Havia competição, mas também espírito de entreajuda, camaradagem… Era um ambiente tão saudável que um miúdo como eu achava que aquilo era uma festa. Competia com essa alegria. Todos os fins de semana havia uma competição – não falhava quase nenhuma, porque, lá está, era uma festa. Tinha amizades com pessoas mais velhas e outras experiências… Que conselhos é que ouvia dessas pessoas mais velhas? Tudo aquilo que me veio a servir mais tarde, aprendi com pessoas ligadas à Inatel. O professor Jorge Favas, que era das Caldas da Rainha, tinha uma experiência muito grande de competição internacional, reparou que eu era um jovem com algum talento. Ele trocava muitas impressões com o meu treinador na altura, Paulo Constantino, e ambos motivaramme para levar as coisas mais a sério, porque poderia ter futuro. A primeira vez que fui internacional pela Inatel foi em 1992, em Itália. A partir daí decidi que queria estar presente em todas as competições internacionais. No ano seguinte fui à Suíça noutra competição internacional. Foi em 1993 que se deu a passagem. Tinha de optar: ou ficava no desporto da Inatel ou passava para o desporto federado

para ir para o Campeonato da Europa do meu escalão. Mas a Inatel foi, sem dúvida, uma grande escola pela forma muito saudável como encarava o desporto. É considerado um dos melhores atletas do seu tempo. Que palavras gostaria de deixar aos jovens que lhe queiram seguir as pisadas? Que tenham ambição e determinação. Sou convidado muitas vezes a estar com jovens e vejo que eles têm uma grande ambição, mas falta-lhes determinação para seguirem aquilo que realmente querem. Há 20 anos eu não tinha tantas escolhas em termos de convívio – e o desporto era uma forma de podermos conviver e viajar por esse Portugal fora e pelo estrangeiro, fazendo uma coisa que gostávamos de fazer. Hoje, o que falta é essa determinação de lutar pelo sonho que querem realizar. Falta aos jovens terem conversações para lá do chat e não estarem tão ligados às novas tecnologias. Há tempo para tudo, mas temos de nos educar a nós próprios… E o desporto ajuda a educar os jovens… Educa os jovens, porque o tempo em que estão a praticar desporto estão a conviver com os outros de uma forma saudável. Estão a fazer bem para eles em todos os aspetos, quer física quer


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TL Abril 2015 // ENTREVISTA // 9 DR

“…que os associados não deixem morrer esta instituição. O desporto federado ainda não chega a todo o lado. E a Inatel proporciona boas condições para fazer estágios.”

psicologicamente. Estão a crescer como indivíduos para viverem em sociedade. Os jovens hoje não sabem viver em sociedade porque estão habituados a viver num mundo paralelo – é o mundo da tecnologia. O tempo que poderão passar a fazer desporto é um tempo de convívio salutar. Quando olha para trás, o que vê em si? Vejo as coisas que consegui alcançar e que tinha sonhado alcançar. Eu queria estar no topo do mundo, porque tinha os meus

ídolos – e fiz todo o trabalho para chegar perto deles. É curioso que eu seguia todas as competições e entrevistas do meu ídolo, Carl Lewis [um dos melhores saltadores e velocistas mundiais], e cheguei a competir com ele. Idolatrava o Carl Lewis e estive com ele em 1996 nos Jogos Olímpicos pela primeira vez. Depois fizemos uma série de meetings juntos e íamos no mesmo elevador… Eu falava com Carl Lewis, troquei uma camisola com ele. Tenho um equipamento da seleção americana que era dele. Estive em contacto com o meu ídolo, porque acreditei sempre que iria conseguir, mas para isso tinha de trabalhar muito. Não podemos ter tudo – abdiquei muito da vida como jovem… Arrependeu-se? Em nada, porque tive uma experiência de vida que um jovem normal pode unicamente sonhar. Viajei por todo o mundo, conheci outras culturas, tive novas experiências e consegui ouvir o hino de Portugal fora do nosso país, para ser premiado por uma coisa pela qual trabalhei para alcançar. Qual foi o título mais saboroso? Todos eles… Na década de 1990, os atletas como a Rosa Mota, Manuela Machado, Fernanda Ribeiro eram fundistas. Nós éramos um país de fundistas. Fazer uma disciplina técnica e estar um português numa grande competição a correr 100 metros era quase impensável. Chegar lá com resultados dados e estar a discutir com os melhores do mundo fez acreditar toda esta nova geração. Tornou-se possível acreditar que um português podia estar no meio dos melhores. Considera que não temos de ter complexos de inferioridade relativamente aos melhores de outras nacionalidades? Temos de fazer o nosso trabalho e acreditar que estamos a fazer as coisas em prol de um resultado. Quando dermos por nós, estamos no meio deles. Um dia vamos lá estar a lutar de igual para igual.

E o nosso país respeita os antigos atletas que trouxeram bons resultados para Portugal fora do mundo futebolístico? Nós temos o caso do Carlos Lopes que passou as passas do Algarve – não é desprestígio nenhum, mas andou a vender aspiradores de porta a porta e foi atleta olímpico. Deram-lhe um pavilhão e estão a deixá-lo cair… Se perguntar ainda a qualquer jovem de 13,14 ou 15 anos quem foi a Fernanda Ribeiro, ninguém sabe… O que nos faz falta? Nós, portugueses, somos incultos a nível desportivo. Tudo o que sai na comunicação social é só futebol – não há diversidade. Ligamos a televisão num domingo e dão cinquenta vezes o mesmo jogo, depois passa em rodapé que tivemos um atleta que foi medalha de ouro num Campeonato da Europa na Canoagem… Por onde anda agora o Carlos Calado? Neste momento vivo em Coimbra. Tenho a minha empresa no ramo imobiliário, e tento fazer pela vida. Vou vivendo o dia a dia, trabalhando com a confiança de que isto vai dar a volta, porque não quero sair do meu país. Tenho aqui as minhas raízes. Como atleta fui tentado a nacionalizar-me por outro país, o Qatar, em 1999, e recusei. E agora também me recuso a fazer a minha vida lá fora. Tenho um filho e quero que ele acredite que vivemos num país, muito bem localizado à beiramar e com um clima fantástico, que lhe pode dar oportunidades para ter boas condições de vida. Como quer ser recordado no desporto português? Nunca pensei nisso. Quando passo no corredor da minha casa e vejo as medalhas principais e as condecorações do Estado, como a Medalha de Honra de Mérito Desportivo e o grau de Cavaleiro da Ordem do Infante, sinto orgulho. Motivam-me, todos os dias, a sair de casa e a procurar novos desafios. Sílvia Júlio


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TL Abril 2015 // CULTURA // 11

INATEL distingue jovens talentos musicais

Póvoa do Lanhoso acolheu o XI Concurso Nacional de Teatro O Theatro Club da Póvoa do

O

flautista Carlos Miguel Lopes de Araújo foi o vencedor, em de 2014, do galardão anual promovido pela Fundação Inatel, pela sua interpretação do 3.º Andamento do Concerto para Flauta de Jacques Ibert. O jovem vencedor iniciou os seus estudos musicais aos nove anos na Academia de Música de Vila Verde e é aluno no Curso de Instrumentista (flauta) da Academia Nacional Superior de Orquestra (ANSO). Participa assiduamente em programas da Orquestra Académica da Metropolitana, da Orquestra Sinfónica da Metropolitana e da Orquestra Metropolitana de Lisboa. O galardoado apresentar-se-á como solista na presente temporada da Orquestra Académica Metropolitana, em concertos a decorrer nas cidades de Lisboa, Setúbal e Leiria, nos próximos dias 22, 23 e 24 de maio. Os prémios Fundação Inatel constituem uma forte aposta da instituição, no que respeita à formação e apoio ao movimento associativo na área da música através de parceiras estratégicas com entidades formadoras de reconhecido mérito. Com início em 2011, estes prémios têm promovido e motivado novos talentos da música nacional em princípio de carreira, que na sua maioria iniciaram os estudos em associações amadoras filiadas como Centros de Cultura e Desporto da Inatel.

Parcerias Inatel A já consagrada parceria com a Orquestra Metropolitana de Lisboa impulsionou a criação do Prémio Inatel – Solistas com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, que visa dar apoio à formação dos melhores alunos ao nível de estudos superiores tendo objetivo estimular e premiar a excelência artística dos alunos da Academia Superior de Orquestra.

Lanhoso acolheu a XI edição do Concurso Nacional de Teatro, organizado pela

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios

Visita guiada aos edifícios INATEL em Lisboa

Federação Portuguesa de Teatro Amador, em parceria com a Câmara Municipal da Póvoa do Lanhoso e a Fundação Inatel. De 7 de fevereiro a 14 de março passaram pelo palco do Theatro Club nove produções teatrais, provenientes de diversos pontos do país. O espetáculo “Óculos de Sol”, texto e encenação de Laura Ferreira, pelo Grupo Dramático

Ao nível de estudos profissionais, a Fundação Inatel mantém uma parceria com a Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN) proporcionando a frequência do Curso Profissional de música que visa preparar os alunos para o ingresso no ensino superior de música. O prémio Inatel destinado a estes alunos, cujo valor é aplicado em material pedagógico ou em investimento formativo na área da música, encontra-se em fase de avaliação e apreciação no contexto de audições, sendo brevemente anunciada a respetiva cerimónia oficial de atribuição. A parceria entre a Fundação Inatel e a Academia de Música de Alcobaça (AMA), iniciada em 2011, abrange a organização do Concurso Internacional de Música de Alcobaça, promovido bienalmente com o objetivo de divulgar a música de câmara, premiando o esforço, o talento e a criatividade dos participantes. Este concurso, de repercussão e impacto além-fronteiras, constitui uma oportunidade de projeção de jovens músicos de todo o mundo, nomeadamente, Brasil, Estados Unidos, Espanha, Polónia, França, Rússia e Portugal. Este ano, o prémio Inatel foi atribuído na categoria 2.º Prémio Júnior.

e Recreativo da Retorta, Valongo, foi o grande vencedor, com um total de 5 prémios em 8 nomeações (Prémio “Orlando Worm” para desenho de luz, ambiente sonoro, guarda-roupa, interpretação feminina secundária e a melhor encenação). “O Coração do Pugilista” pelo Theatron venceu os prémios para as melhores interpretações masculinas (principal e secundária). O Prémio da Melhor interpretação Feminina foi atribuído a Isabel Ganilho do Espelho Mágico e a melhor cenografia ao grupo de Teatro Amador de Cristelo. O Prémio do Público foi para o espetáculo “1514 Comédia Quinhentista” da Associação Social e Cultural dos Funcionários da autarquia de Póvoa do Lanhoso. A Fundação, representada na cerimónia de encerramento pelo Diretor de Cultura, Rui Sérgio, entregou o Prémio Prestígio e Personalidade “Fundação Inatel” ao conhecido ator e encenador Leandro Vale pelo seu longo percurso e carreira no Teatro português.

A

Fundação Inatel integra a programação do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, a 18 de abril, promovido pela Direção Geral do Património Cultural, em colaboração com a ICOMOS, organismo internacional dedicado à promoção da conservação, proteção, uso e valorização de monumentos, centros urbanos e sítios. Esta data será marcada pela realização de uma visita guiada aos edifícios da Fundação Inatel, na Baixa de Lisboa, nomeadamente ao Edifício do Amparo, sito na Rua da Mouraria, e ao edifício da Sede, sito na Calçada de Sant’ Ana, ao longo de um percurso que inclui a Calçada do Colégio, o Hospital de São José e o Convento dos Capuchos. A visita, orientada pelo jornalista e crítico literário Rui Lagartinho, constitui uma oportunidade única para abordar a história da Colina de Sant’Ana e seu papel no desenvolvimento da cidade, assim como dos vários hospitais, sem esquecer a presença da Fundação Inatel no bairro. O destaque será dado aos importantes painéis de azulejos do Edifício do Amparo e do Edifício da Sede. Na prossecução da sua missão, a Fundação Inatel associa-se a esta iniciativa, com o objetivo de sensibilizar os cidadãos para a diversidade e vulnerabilidade do património e para o esforço desenvolvido na sua proteção e valorização. Paralelamente é uma oportunidade de abertura da Fundação Inatel à cidade e à comunidade, no âmbito de um evento já habitual do calendário cultural nacional.


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12 // ARQUIVO HISTÓRICO // TL Abril 2015

As fabulosas irmãs Meireles

R

eferi no último número do «Tempo Livre», a propósito de uma opereta de Augusto Machado, o papel desempenhado pela F.N.A.T./INATEL na descoberta e promoção de novos talentos. Essa aposta não se limitou apenas às artes dramáticas, estendendo-se, também, a outras áreas da cultura e do espectáculo, nomeadamente à música ligeira. Foi o caso das Irmãs «Meireles» e «Remartinez», presença quase obrigatória nos Serões Culturais para trabalhadores, realizados na década de quarenta em parceria com a Emissora Nacional. Constituído em 1943, o trio «Irmãs Meireles» era composto por Cidália, Maria e Emília (Milita), três jovens talentosas oriundas do Porto, apadrinhadas pela poetiza Fernanda de Castro, mulher de António Ferro. Apesar da influência que as norte-americanas «Andrew Sisters» exerceram no trio, sobretudo ao nível coreográfico, as «Irmãs Meireles» foram inovadoras ao introduzir elementos da música tradicional portuguesa nas suas canções, com arranjos do maestro Tavares Belo, que interpretavam acompanhadas por orquestra ou ‘à capela’. Apesar do sucesso alcançado – não apenas em Portugal, mas além-fronteiras –, o trio dissolveu-se em 1951, após o casamento e fixação de Cidália Meireles no Brasil. Além do seu contributo para a música ligeira, as irmãs Meireles participaram, ainda, em diversos

Em cima: Serão Cultural n.º 204 realizado no Liceu Camões em 19.10.1946, dedicado ao pessoal da Fábrica Locitay. Em baixo: Serão Cultural n.º 208 realizado em 30.11.1946, dedicado aos moradores do actual Bairro do Alvito

filmes portugueses, em conjunto ou separadamente, nomeadamente em «O amor de perdição» (1943), «Um homem às direitas» (1945), «Aqui, Portugal» (1947), «Os vizinhos do rés-do-chão» (1947) e «Bola ao centro» (1947). José Baptista de Sousa [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia] Fotografias: Avis. - Fundação INATEL | Arquivo Fotográfico


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TL Abril 2015 // INOVAÇÃO SOCIAL // 13

Candidaturas a partir de abril

Abrir Portas à Diferença

A

nova edição do programa Abrir Portas à Diferença está de regresso nos meses de junho e setembro. Este programa é dirigido a todos os cidadãos portugueses, independentemente das suas idades, portadores de deficiências ou incapacidades permanentes em grau igual ou superior a 60%. Com o objetivo de minimizar o risco de isolamento e exclusão social entre esta população, a Fundação Inatel dá continuidade ao programa, com o intuito de promover e possibilitar a realização de férias e períodos de lazer aos seus participantes. Tendo em vista o seu bem-estar e o pleno aproveitamento dos seus

períodos de férias, o Abrir Portas à Diferença inclui um programa rico em atividades de caráter lúdico, turístico e cultural, devidamente ajustado ao perfil de cada grupo de participantes. As candidaturas podem ser efetuadas a título coletivo ou individual, a partir de 1 de abril, junto dos serviços regionais ou centrais Inatel. Quando os participantes não são autónomos no desenvolvimento da sua rotina diária, deverão fazer-se acompanhar por um acompanhante. No caso específico das candidaturas coletivas, a instituição responsável poderá inscrever um ou mais técnicos assistentes, até ao máximo de um acompanhante por cada participante inscrito.

Candidaturas a partir de maio

Aldeia dos Sonhos

A

Fundação Inatel dá, em 2015, continuidade ao projeto “Aldeia dos Sonhos”. Na 2ª edição, os sonhos serão realizados em outubro e o período de apresentação de candidaturas decorre durante o mês de maio. Mantendo os princípios e objetivos anteriores esta edição é dirigida a todos os habitantes de aldeias ou lugares em Portugal, com cem ou menos residentes permanentes. Com a organização desta iniciativa pretende-se mais um contributo para o desenvolvimento pessoal e social dos beneficiários, dandolhes a oportunidade para conhecerem experiências de cariz turístico, cultural e desportivo, que, de uma outra forma, não poderiam experienciar. Simultaneamente pretende-se que os beneficiários possam viver momentos únicos de alegria, de

amizade, de aprendizagem e de convívio, visando desta forma a diminuição dos fenómenos de exclusão geográfica e social, que caracterizam muitas das nossas aldeias. Na 1.ª edição Ouguela (na foto) foi eleita como a Aldeia dos Sonhos, tendo ainda sido atribuídas duas menções honrosas, às aldeias de Pombares e Pereiros. Para mais informações, contacte a Direção de Inovação Social através do endereço inatelsocial@inatel.pt ou do contacto 210 027 142.


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14 // TEMA DE CAPA // TL Abril 2015

Férias à maneira O Turismo Júnior está de volta este verão. A Fundação Inatel proporciona campos de férias para crianças e jovens, entre os seis e os 17 anos, que queiram ter dias inesquecíveis de grande diversão. Todos têm aqui oportunidade de viver momentos únicos de alegria, partilha, amizade e aprendizagem

O

s pais podem ficar descansados. Há razões de sobra para os progenitores ficarem aliviados das dores de cabeça que trazem as férias de verão dos miúdos, enquanto os graúdos têm de trabalhar. Este programa, pensado e planeado com rigor pedagógico e segurança, permite aos pais trabalharem sossegados, sabendo que os seus filhos se encontram num espaço seguro onde se estão a divertir e a aprender coisas novas. Nos dias de hoje é preocupação de todos o convívio virtual dos jovens através das novas tecnologias. Não é preciso ser psicólogo para saber a importância do convívio real. É no mundo real que se aprende a socializar e a ter consciência cívica. Os campos de férias Turismo Júnior promovem várias competências dos mais novos que serão recordadas pela vida fora. E as experiências que se vivenciam durante as férias, já se sabe, ficam guardadas na memória e… no coração. Há duas vertentes neste programa: campos de férias não-residenciais e residenciais. Na vertente não-residencial, os participantes desenvolvem atividades durante o período diurno. Os campos de férias não-residenciais vão ter lugar em Lisboa e decorrem entre 22 de junho e 4 de setembro. De segunda

a sexta-feira, das 8h30 às 19h, no Parque de Jogos 1.º de Maio (Alvalade), os jovens participam em diversas atividades de carácter lúdico, cultural, ambiental e desportivo. Destaque para as provas de orientação, caça ao tesouro, gincanas, torneios desportivos, jogos

aquáticos e oficinas sobre temas variados. Cada semana terá um tema específico, para que os participantes que acompanham o programa durante várias semanas consecutivas possam beneficiar de experiências diferentes. As inscrições têm início a 19 de

maio. Todos os serviços (refeições, acompanhamento por monitores especializados, seguro de acidentes pessoas e acesso a todas as atividades) estão incluídos. Eis alguns exemplos de atividades que podem ser desenvolvidas pelos participantes: piscina/jogos aquáticos, mini-

Programa Turismo Júnior // CAMPOS DE FÉRIAS NÃO-RESIDENCIAIS Dos 6 aos 17 anos | 22 junho a 4 setembro | 2ª a 6ª feira | 8h30 às 19h | Lisboa | Parque de Jogos 1.º de Maio

Desporto

Piscina

Orientação

Movimento e convívio

O prazer da água

Aventura e mistério

Faz parte de uma equipa e

Aproveita a piscina do Parque 1.º

Participa no percurso de

participa nos campeonatos de

de Maio e participa nos diversos

orientação e caça ao tesouro

diversas modalidades: natação,

jogos aquáticos.

decifrando pistas e enigmas.

futebol, basquete, andebol, minigolfe, voleibol e muitos mais. Associados: €110 e €130 / não associados: €130 e €150, dependendo do escalão de rendimentos. O preço inclui todos os serviços: refeições, acompanhamento por monitores especializados, seguro de acidentes pessoais e acesso a todas as atividades. Inscrições: a partir de 19 de maio. Mais informações: 210 027 142

tjunior@inatel.pt / www.inatel.pt /

turismo.junior


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TL Abril 2015 // TEMA DE CAPA // 15

Por sua vez, as colónias de férias residenciais da Inatel contemplam o alojamento em regime de pensão completa em programas de seis dias, de domingo a sexta-feira, com acompanhamento de monitores e com a garantia Inatel, em Entre-osRios, Luso e Foz do Arelho. Há

golfe, torneios desportivos (futebol, futsal, andebol, basquetebol, atletismo, entre outros), tiro com arco, zarabatana, oficinas de artes (pintura, teatro, fotografia), artes manuais, educação ambiental, horta biológica, educação cívica e… muito, muito mais.

vários períodos disponíveis, entre 28 de junho e 4 de setembro. Durante os seis dias, o programa não vai desapontar as crianças e os jovens ansiosos para viver coisas muito diferentes do seu dia a dia, como fazer vela, canoagem, geocaching, cicloturismo, workshops e

// COLÓNIAS DE FÉRIAS RESIDENCIAIS Dos 6 aos 16 anos | 6 Dias | Domingo a 6ª-feira

INATEL Luso

INATEL Entre-os-Rios

INATEL Foz do Arelho Hotel

6 aos 16 anos

6 aos 16 anos

8 aos 15 anos

Exploração da Mata do Buçaco/

Cicloturismo/ Piscina/ Canoagem/

Passeio pedestre pelos trilhos/

Workshops/ Piscina/ Discoteca/

Geocaching

Praia/ Catamaran/ Vela/ Atividades

Karaoke

Datas: 2, 9, 16, 23 e 30 de agosto

de natureza na Lagoa de Óbidos/

Datas: 12, 19, 26 de julho e 9, 23

Associados: €233 / não associado:

Canoagem/ Discoteca

e 30 de agosto

€253

Datas: 28 de junho, 5 de julho, 2 e

Associados: €210 / não associado:

16 de agosto

€ 230

Associados: €247 / não associados: €267

Mais informações: 210 027 384

tjunior@inatel.pt / www.inatel.pt /

turismo.junior

muitas outras atividades (que dependem das potencialidades das unidades hoteleiras escolhidas). Durante este período, os jovens são incentivados a praticar atividade física, a despertar o espírito de equipa, da ação comunitária, da liderança, e o espírito desportivo com visão ecológica, estando sempre em contacto direto com a natureza. O TL conversou com os pais de Alice, uma criança que participou pela primeira nos campos de férias em Lisboa no ano passado. Os progenitores justificam a razão que os levou a depositar a confiança na Fundação Inatel: “As condições são boas. Os monitores exibem uma maior maturidade, quando comparados com outros espaços. Esse foi um dos critérios mais importantes na altura de escolher uma opção para confiar a nossa filha.” A menina de nove anos considera o Turismo Júnior como “um bom campo de férias, porque é divertido e tem atividades de grupo em que temos de puxar pela cabeça”. Já a sua opinião sobre os monitores tem uma ressalva: “São uns queridos, mas um bocado exigentes”. Gostou das atividades, quer ao ar livre quer no interior, e espera que o programa continue. Perguntamos-lhe se tem vontade de voltar no próximo verão, responde sem hesitações: “Sim, estou ansiosa.”


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16 // DESPORTO // TL Abril 2015

“EstrelAçor UltraTrail” em setembro

Novo desafio para os amantes do Trail Running

D

epois de três edições do INATEL Piódão UltraTrail (2013, 2014 e 2015), a Fundação Inatel e o CCD O Mundo da Corrida, apresentam um novo projeto para setembro próximo, com a organização de um grande evento de Trail Running. O “EstrelAçor UltraTrail” será uma nova prova do calendário nacional que desafiará os participantes a percorrerem duas serras (Serra da Estrela e Serra do Açor) ao longo de quatro distâncias: 180km, 42km, 21km e 15km (caminhada). Agendado para os dias 4, 5 e 6 de setembro, este evento tem como grande destaque a prova de 180km que desafiará os seus participantes a realizarem uma verdadeira travessia pelas Serras da Estrela e do Açor. Com partida e chegada em Linhares da Beira, esta prova irá passar em vários pontos emblemáticos destas duas serras, fazendo no Piódão o seu ponto de retorno. Após essa viragem, os participantes

terão a passagem pela Torre e Manteigas antes de finalizarem a sua prova no local onde partiram para esta grande aventura: Inatel Linhares. Este evento terá a particularidade de ter uma duração de três dias, com os participantes da prova de 180km a terem ao longo do percurso vários pontos de apoio denominados de Bases de Vida e onde poderão, para além de se alimentar, ter acesso a um espaço de descanso, apoio médio e higiene pessoal. Duas das bases de vida existentes no percurso serão as Unidades Hoteleiras de Manteigas e Piódão que, juntamente com a Unidade de Linhares (partida e chegada) e com a Unidade de Vila Ruiva (apoio e local de estadia para atletas e acompanhantes) fará com que todas estas Unidades Inatel estejam envolvidas com este grandioso desafio. As inscrições para este evento já se encontram abertas e todos os interessados podem fazer a sua inscrição em http://ultraestrelacor.com/.

INATEL Business Cup

Sete equipas na fase decisiva

O

Campeonato da INATEL Business Cup | Futebol de 7, organizada pela Fundação no Parque de Jogos 1.º de Maio, em Lisboa, entrou no passado mês de março na sua fase decisiva. Depois de uma primeira fase onde as 13 equipas participantes disputaram, entre si, cerca de 80 jogos, foram apuradas as sete primeiras classificadas para a Série A que irá determinar a equipa campeão em 2014/15. As sete equipas apuradas para esta série foram, e na ordem classificativa: SOFEX, Ventalaca, CCD ADCR Polícia Judiciária, CFA/Quiosque Tivoli, CCD Sociedade Portuguesa de Autores, Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil. As restantes 6 equipas irão disputar a Série B, denominada de Taça Reconhecimento, e que irá

apurar o vendedor desta Taça contará com as seguintes equipas participantes: Naturodiet, CCD Metro de Lisboa, CCD Casa do Pessoal da RTP, Lactimonte, CCD Clube BBVA Portugal e CCD INATEL. A INATEL Business Cup, que vai na sua terceira edição, depois de se ter estreado no final da época 2012/13, tem, paralelamente, outra prova que envolve as mesmas 13 equipas: a Taça INATEL Business Cup. Esta prova, que é disputada num sistema de eliminatórias, teve, no passado dia 6 de março, a realização dos jogos relativos às meiasfinais com a equipa da SOFEX a eliminar o CCD Sociedade Portuguesa de Autores por 2-1 e o CCD ADCR Polícia Judiciária a vencer, por 5-3, a equipa do CCD Casa do Pessoal da RTP. A grande final será disputada no próximo dia 24 de abril no Parque de Jogos 1.º de Maio pelas 20h00.


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TL Abril 2015 // DESPORTO // 17

Jogos Mundiais da CSIT: a comitiva portuguesa

Desporto Laboral para todos O exemplo de Telma Mendes

Realizam-se em Lignano Sabbiadoro, Itália, os próximos Jogos Mundiais da CSIT (Confederação de Desporto Internacional para Trabalhadores). Competição para trabalhadores que em muito se assemelha com os Jogos Olímpicos e que faz parte do programa de participações desportivas internacionais da Direção de Desporto da Fundação Inatel. Estes jogos decorrem entre 7 e 14 de junho e a Fundação far-se-á representar em seis modalidades, entre um total de vinte modalidades oficiais a concurso e mais onze experimentais no programa da CSIT: Basquetebol, Voleibol, Voleibol de Praia, Natação e Futebol 11. O principal objetivo da participação portuguesa, da responsabilidade da Fundação Inatel, é a divulgação da prática desportiva para trabalhadores sócios da Fundação, associada ao reconhecimento pelo esforço que atletas e os CCD desenvolvem ao longo de uma época, num momento onde os recursos são escassos, para levar a bom porto a prática desportiva. Em ação no Futebol 11, representando a Fundação Inatel, estará o CCD Pigeirense, proveniente do distrito de Aveiro, campeão nacional na respetiva modalidade. De Coimbra partirá a equipa de voleibol masculino, o CCD Condeixa, que se estreará nesta competição internacional. Em competição na modalidade de Basquetebol Masculino estará o CCD CDCR CTT, proveniente de Lisboa. Ainda da capital sairá a representação na natação e no voleibol de praia feminino, com atletas e equipas do CCD Clube PT. A comitiva portuguesa, constituída por cerca de 60 pessoas, representará a Fundação Inatel e Portugal nesta quarta edição dos Jogos Mundiais da CSIT.

O

Projeto Desporto Laboral, iniciativa da Direção de Desporto da INATEL, está acessível para todos os interessados, mesmo para quem tem mobilidade reduzida. Exemplo significativo é o de Telma Mendes, colaboradora na REN (Rede Elétrica Nacional) que, assim que ouviu falar em aulas de Yoga no local de trabalho, no horário do almoço, decidiu experimentar. Dada a sua limitação física, tratou-se de um grande desafio para si e para a própria professora, a técnica que, todas as semanas, conduz as aulas de yoga para os colaboradores da REN. Deslocando-se em cadeira de rodas há 16 anos devido a uma compressão na medula, Telma, do gabinete de Relações com o Investidor, confessa-nos ser uma “pessoa muito ativa e com muitos interesses na vida”, apaixonada por “técnicas novas, viajar e ler”. Conta ser esta a primeira experiência com Yoga e revela que até ficar em cadeira de rodas praticou bastante desporto, casos de basquetebol, vela e natação. Quando soube que iam realizarse aulas de Yoga em contexto laboral a sua primeira reação foi “ir, para ver qual seria a reação da professora perante uma interessada em cadeira de rodas.” Telma Mendes sublinha-nos que foi “excelente” a sua adaptação ao projeto Yoga Laboral da Fundação Inatel nas instalações da REN. Sobre as maiores diferenças que tem sentido a nível físico e psicológico, sempre que pratica o yoga, diznos: “adoro, faço muitos alongamentos que me ajudam imenso, especialmente nos ombros, braços devido ao movimento constante e psicologicamente é fabuloso. Aprender a controlar a respiração e fazer alguma introspeção, faz-me muito bem!” Quanto às maiores dificuldades de praticar Yoga neste contexto,

refere não ter sentido grandes dificuldades pois a professora “está lá para me ajudar a adaptar os exercícios às minhas necessidades” e aconselha “vivamente” esta atividade física a quem pratica já algum desporto. “É – diz – um complemento, ou a quem nunca o praticou. É um novo mundo.” Eloquente é, também, o testemunho da sua professora: “A prestação da Telma é fantástica, além de ser um excelente exemplo de força de vontade para todos os praticantes. No decorrer da prática a Telma não pára de se movimentar, ela rea-

liza todos os asanas (posturas) que realizamos, sendo os mesmos adaptados à posição em que se encontra, sentada. Além desta questão é gratificante ouvi-la dizer que por ela fazia todos os dias yoga, pois sente-se muito bem após cada prática.” Os benefícios do Yoga Laboral são muitos e estão acessíveis a todos os interessados. Gostaria de ter Yoga na sua empresa? Contacte a Direção de Desporto: Tel. 210027133 | desporto@inatel.pt


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18 // HOTELARIA // TL Abril 2015

Inatel Foz do Arelho A Oeste tudo de novo Sopra uma brisa que nos desperta os sentidos. Olhamos em volta e tudo nos acorda para os pequenos grandes prazeres da vida. Vale a pena (re)descobrir o que há de novo no Oeste

P

odemos já lá ter ido vezes sem conta, mas há sempre detalhes que são vistos com novos olhos. É como um livro a que voltamos uma e outra vez para lembrar pensamentos, palavras, atos e emoções que já estavam distantes de nós. Refrescamos a memória e, bem vistas as coisas, apreendemos detalhes que antes nem tínhamos reparado. É como se estivéssemos ali pela primeira vez. Há lugares que nos inspiram a ver e a chegar mais longe. O fio do horizonte não traça nenhuma finitude. E fazemo-nos ao caminho. Atrás de um azul que nos desassossega. O mar só acalma depois de provocar o caos dentro de nós. É aí que construímos tudo de novo. E é aí que tudo começa a fazer sentido. Mesmo que algumas ondas dentro de nós pareçam maiores que o nosso tamanho.

Um lugar ideal São muitos os que procuram a zona Oeste para superarem aquilo que pensavam ser os seus limites e descobrem não ter medo de andar na crista da onda da vida. Ali é o lugar ideal para fazer surf, windsurf, vela e outras atividades náuticas – afiança João Ramos, 59 anos, diretor do Inatel Foz do Arelho Hotel (na foto). Esta unidade hoteleira, que tem 27 colaboradores, está num sítio privilegiado, onde se avista um magnífico areal situado na confluência da Lagoa de Óbidos com o mar. À volta há também uma zona verdejante com seis hectares de mata onde se fazem caminhadas e passeios de bicicleta. Tudo o que vemos parece não caber dentro do olhar.

outros. Os adultos sentem-se bem ali depois de provarem todas as iguarias da região do Oeste: o ensopado de enguias, as caldeiradas, o pão de ló de Alfeizeirão, as trouxas das Caldas e as famosas cavacas, e toda a doçaria conventual da zona de Alcobaça… Depois de comer (e repetir, claro!), pode-se fazer as pazes de novo com o corpo a levantar pesos, a fazer musculação, passadeira ou bicicleta hidráulica. Vale tudo para queimar calorias, para se chegar ao verão em forma. Do ginásio, podemos contemplar todo aquele luxo visual. Enquanto se exercita o corpo, o espírito fica descansado porque se olha pelas crianças mesmo em frente no parque infantil. Pais e filhos a gastar energias em espaços diferentes, mas a verem os esforços de uns e de

Sol e mar Quando o calor apertar, nos meses de julho e agosto, chega a contradição do exercício físico. O Inatel Foz do Arelho Hotel disponibiliza gratuitamente, várias vezes por dia, uma carrinha que desloca os

INATEL Foz do Arelho Hotel*** > 95 quartos

Foz do Arelho durante o mês de

> Bar

maio:

> Restaurante

Dia 3

> Salas de reuniões

Partida do Porto (Turismo Sénior)

> Wi-fi > Parque infantil

Dia 10

> Ginásio

Partida de Braga (Turismo

> Parque estacionamento

Sénior) Partida de Faro (Turismo Sénior)

Contactos: T. 262 975 100 /

Dia 17

inatel.foz@inatel.pt

Partida de Aveiro (Turismo Sénior)

Coordenadas GPS:

Partida de Viana do Castelo

39º 25’ 46’’ N

(Turismo Sénior)

09º 13’ 23’’ O Dia 24 Outras informações

Partida de Lisboa (Turismo

Viagens INATEL com destino à

Sénior)

clientes para a praia. Evita-se o problema do estacionamento e as famílias escusam de andar carregadas, acima e abaixo, com o lanche das crianças, as toalhas e o chapéude-sol. Uf, que alívio! Haverá tempo e outras alturas para se caminhar. Oportunidades não faltam. “A partir da Foz do Arelho, para além do sol e da praia, há um vasto património histórico à volta da unidade”, diz João Ramos. “Estações arqueológicas, grutas pré-históricas, castros da Idade do Cobre ou povoados e cidades romanas…”, pisca o olho aos visitantes. A dez minutos de automóvel, encontramos as Caldas da Rainha. A loiça de Bordalo Pinheiro não faz vergar o humor e sempre ajuda a visitar outros luga-


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TL Abril 2015 // HOTELARIA // 19

res com outra disposição. Temos a famigerada vila histórica de Óbidos, a Lourinhã e o seu espólio do período jurássico. As crianças vão gostar de saber que ali está concentrada uma das maiores coleções de ovos de dinossauros do mundo. Um espaço com História Depois de tanto passeio, é bom regressar e relaxar no Inatel Foz do Arelho Hotel, um espaço onde se fez história. O conjunto de nove edifícios foi um palácio de Francisco Almeida Grandella (quem criou os Armazéns Grandella, no Chiado). No antigo torreão (onde se situa o edifício Foz 7) foi redigida a Lei da Separação da Igreja e do Estado por Afonso Costa durante a 1.ª República. Agora a história é feita,

sobretudo, pelas pessoas comuns. A vista deslumbrante e o espaço ajudam a cativar os clientes para diferentes momentos das suas vidas: casamentos, batizados, reuniões de negócio, congressos e seminários. “Escolhem esta unidade para fazerem formações por causa da nossa localização. Quando saem para o coffee break deparam-se com esta maravilhosa paisagem.” Há quem goste sempre de regressar. Alguns ainda são do tempo das colónias de férias. Hoje trazem os filhos e os netos. Não só para recordar, mas também para viver os dias do presente com uma nova expressão no rosto. Os mais novos quando ouvem os mais velhos sentem vontade de repetir: “A Oeste tudo de novo!” Sílvia Júlio


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20 // VIAGENS // TL Abril 2015

Conhecer a China imensa e milenar Visitar o Império do Meio – era assim que os próprios chineses denominavam o seu país até à revolução de Mao Tsé Tung e que refletia a visão sinocêntrica do mundo – é visitar o maior país da Ásia Oriental, o mais populoso do mundo, onde vive quase um quinto da população da Terra

U

m país do tamanho de um continente e uma das mais antigas civilizações do mundo é obviamente variado em todos os aspetos sendo possível atravessar desertos no norte, florestas subtropicais no sul, sistemas montanhosos como os himalaias ou terrenos mais planos em quase todo o litoral. A INATEL Turismo preparou uma viagem à República Popular da China que permite ficar a conhecer alguns dos seus mais emblemáticos monumentos, cidades e regiões dada a impossibilidade de conhecer todo o Império do Meio de uma única vez. Em Pequim, será obrigatório visitar o Palácio de Verão, o jardim de veraneio dos membros da casa imperial da Dinastia Qing, com uma sumptuosidade de cortar a respiração, o Palácio Imperial, conhecido mundialmente como a

“Cidade Proibida” e que na prática é um conjunto de palácios de imperadores chineses construído no século XV, com cerca de 10 mil salas cujo acesso era proibido ao cidadão comum, e que hoje é considerado pela UNESCO Património Cultural da Humanidade; a Praça de Tiananmen, uma das maiores do mundo; e o Templo do Céu, onde os imperadores das Dinastias Ming e Qing ofereciam sacrifícios ao céu e rezavam pelas boas culturas. Ir à China é também conhecer a

// Viagens INATEL China Milenar com Hong Kong e Macau De 3 a 13 julho Partida de Lisboa Preço por pessoa desde: 3.295€

Grande Muralha da China, espetacular e grandiosa obra arquitetónica com mais de 2000 anos que desde sempre surpreendeu os europeus, e visitar o Caminho Sagrado dos 13 túmulos da Dinastia Ming, famoso pelas suas estátuas de soldados. Outra cidade imprescindível é Xian, a antiga capital da China. Com 3000 anos de existência, Xian é a única capital muralhada e o ponto de partida da famosa “Rota da Seda”. É também nesta zona que se encontra o famoso Museu dos Guerreiros de Terracota, onde se encontram mais de 6000 figuras de tamanho real, um grande exército de guerreiros, cavalos e carros de guerra que zela pelo túmulo do imperador Qin. Xangai, cidade portuária com mais de 16 milhões de habitantes, é o maior porto, centro comercial e a metrópole mais internacional da

China pelo que merece sempre uma visita. Entre arranha-céus e néons é também possível visitar o magnífico Jardim Yuyuan, construído em 1557 por um oficial da cidade chamado Yu; o templo do Buda de Jade; e Pontão da Cidade, onde se encontram as construções mais emblemáticas da cidade. Hong-Kong e Macau A visita que propomos termina em Hong-Kong e Macau, a última cidade portuguesa da Ásia, onde é possível ir à Gruta de Camões, ruínas de S. Paulo, Portas do Cerco, entre outras memórias do Império. Em Hong Kong, além da cidade extraordinária destacamos a estância turística de Repulse Bay Aberdeen, o bairro de pescadores, uma autêntica cidade flutuante e o Pico Vitória, que nos permite uma magnífica vista panorâmica da baía de Hong Kong.


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TL Abril 2015 // LAZER // 21 // OS CONTOS DO ZAMBUJAL

Paixão fatal

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unca Gregório Gil tinha imaginado que o seu insuperável romance de amor com Tininha Benzadeus pudesse rebentar como um foguete de lágrimas. Tinham-se conhecido, três anos antes, na festa de aniversário de um amigo comum. A conversa de circunstância logo gerou uma simpatia recíproca, simpatia tal que combinaram encontrar-se no dia seguinte, para um café e mais conversa. Nesse segundo encontro nasceu a vontade do terceiro, e do terceiro brotou o desejo do quarto, palavra aqui utilizada no seu sentido numérico, depois o quinto, cada vez ela admirava mais as qualidades e modos dele, ele mais se entusiasmava com os encantos dela, não só físicos mas também. Só à segunda quinzena de encontros, cada um mais saboroso que o anterior, Greg, diminutivo que lhe colaram na adolescência e que Tininha achou o máximo, só passado esse tempo todo, ele ousou estender-lhe a mão. E ela estendeu a mão para a mão dele, Depois a segunda mão dela estendeu-se para a segunda mão dele. Abreviando, passou outra quinzena até se estenderem de corpo inteiro no T1 do namorado. Esse contacto de manifesta importância acendeu a paixão a calores que nem ele nem ela se julgavam capazes de atingir, Tininha já só quis sair do T1 de Greg quando ambos, como sempre em perfeito acordo, se mudaram para um T2. O tempo corria, animado e feliz. Segredavam mesmo que tinham atingido o topo da felicidade, mais era impossível. Engano, nos dias seguintes iriam descobrir que essa felicidade não parava de aumentar. Mesmo quando Tininha passou a bocejar durante declarações de amor eterno com que Greg não se cansava de a mimose-

ar, esse insignificante gesto não se podia confundir com farrapo de nuvem na claridade do céu. Foi com sorridente estranheza que Greg a observou, numa manhã de sábado, a acomodar os trapinhos na mala. – Vamos viajar, amorzinho? – quis saber, sem desmanchar o sorriso E ela explicou: – Tu ficas, querido. Contigo fica a minha gratidão por todo este tempo de plena felicidade que me deste mas talvez tudo seja demasiado perfeito, não sei, preciso de partir para etapa nova na minha vida. – Tininha, Tininha, vais deixarme? – gritou ele, entre incrédulo e assustado. Ela passou-lhe pelo rosto as duas palmas das mãos que ele tanto apreciava e disse:

– Não, Greg, eu não vou deixarte, vamos deixar-nos, o que é diferente. O nosso romance chegou ao fim. Em alta. Beijou-o nas duas orelhas e saiu, com a mala e o sorriso meigo de todos os dias. Mesmo conhecedora de como era intenso o amor que o agora dispensado lhe votava, Tininha Benzadeus não terá avaliado os estragos. Homem de alta emotividade, Greg perdeu a cabeça, não posso viver sem ela, dizia-se a si mesmo. Não posso viver sem ela e não quero viver sem ela. Logo, o que eu realmente quero é morrer. Esta ideia horrível dominavalhe qualquer esboço de serenidade e decidiu, irrevogavelmente, pôr fim aos seus dias. A dúvida estava em como. Receou que lhe faltasse a coragem para meter o pescoço no laço de uma corda, nem pistola José Frade

tinha para um tiro em que fosse ele o alvo. Mais simples seria se o matassem, concluiu. E assim concluindo, dirigiu-se de madrugada a um arrabalde da cidade que, diziase nos jornais, era palco frequente de assaltos e homicídios. Por ali andavam criminosos do piorio. Lá foi e, corajosamente, desafiou os malfeitores a que o matassem. Eles riram-se muito, tiraram-lhe a carteira, o relógio e o telemóvel, mas quanto a violência não lhe deram mais que pontapés no rabo. E ninguém morre com pontapés no rabo. Desolado, pensou noutra forma de morte, o que ele não suportava era a estranha forma de vida, sem a Tininha. Optou, então, pelos venenos. Correu a comprar raticidas, insecticidas e tudo quanto encontrasse de apropriado e sem necessidade de receita médica. Inclusive produtos usados na agricultura para liquidar ervas daninhas e bichos. De todos os venenos deitou boa porção em copos separados mas, em todas as provas, ao primeiro contacto das beberragens com o seu paladar apurado, vomitava convulsivamente. Tomado pelo desespero foi à varanda do seu quinto andar dispostíssimo a dar o salto para o além. Mas sofria de vertigens. Mal se debruçara deu um salto à retaguarda e insultou-se com todos os nomes que lhe ocorreram: cobarde, medricas, medroso, merdoso, caguinchas. Sentou-se no chão, cabisbaixo, só levantou os olhos quando sentiu a porta a abrir-se. – Voltei, Greg! Voltei para ti, amor da minha vida! Ele olhou-a, quis falar mas as palavras não saíam, quis correr na direcção dela mas as pernas não se moveram, sentiu a comoção da felicidade absoluta, levou as mãos ao peito como para uma mensagem de amor, e morreu.


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// EM CENA NO TRINDADE

Esperar por Godot Um dos mais emblemáticos textos do teatro de Samuel Beckett é a personagem principal da programação de abril no Teatro da Trindade. Há ainda a Sala Estúdio, onde Pedro Tochas se associa a um outro comediante, Telmo Ramalho, para testarem o seu novo espetáculo, e o programa “Ouvir e Falar” que traz ao Trindade o maestro António Victorino d’Almeida

A

peça em dois atos “À Espera de Godot” foi escrita em francês por Samuel Beckett em 1948 e representada pela primeira vez em 1952, em Paris, no Teatro Babylone, sendo a partir desta data um dos textos mais significativos da literatura dramática ocidental. O título da peça entrou na cultura e na linguagem de uma forma muito própria sendo muitas vezes utilizado para expressar um vazio existencial, uma espera indefinida, por ninguém. Samuel Beckett, nascido na Irlanda, foi laureado com o Nobel da Literatura em 1969. A peça coloca-nos perante uma feição tragicómica da realidade humana. Ao fazer este texto a ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, diz que pretende falar das nefastas consequências que tiveram, e continuam a ter, nas nossas vidas, as práticas violentas, imorais, terroristas e oportunistas de certas instituições financeiras. A encenação é de Luís Vicente, que também interpreta com Pedro Laginha, Pedro Lima, René barbosa e Tânia Silva. A conceção plástica é de Jean-Guy Lecat, que, como diretor técnico, foi durante muitos

anos parceiro indispensável do trabalho de Peter Brook, um dos grandes nomes do teatro do nosso tempo. Como curiosidade, registe-se que Lecat tem uma ligação muito especial ao Teatro da Trindade já que colaborou num projeto para a reestruturação do espaço do teatro. “À Espera de Godot” em cena de 17 abril a 3 maio, de 4ª a sábado, às 21h30, domingo às 18h. Para maiores de 16 anos. Tochas e Telmo A Sala Estúdio abre as suas portas à comédia, com Pedro Tochas, cuja carreira está muito relacionada com o Teatro da Trindade, já que foi aqui que começou a afirmar-se

como que um dos nossos mais destacados especialistas do género stand-up comedy. Do Teatro Bar à Sala Principal, passando pela Sala Estúdio (que ultimamente tem utilizado para testar os seus espetáculos), Tochas conhece bem e tem um carinho muito especial pelo Trindade. Desta vez traz um outro comediante, Telmo Ramalho, para o seu espetáculo. Sketches, jogos, interação com o público e muita boa disposição é o ponto de partida para “(A)Variado”, onde os dois comediantes criam um mundo caótico num espetáculo que ainda está em fase de testes. Conceção e interpretação Pedro Tochas e Telmo Ramalho. Consultoria de ence-

nação, fotografia e design de Raquel Viegas. Abrir o pano à música com António Victorino d’Almeida Já tínhamos aqui anunciado este espetáculo que agora chega às terças-feiras, marcando o regresso ao Teatro da Trindade do maestro António Victorino d’Almeida, consagrado junto do grande público pelo seu trabalho de divulgador de música na televisão. “Ouvir e Falar” é um ciclo de conversas com música, em que os anfitriões são António Victorino d’Almeida e Miguel Leite, professor e divulgador musical, natural de Braga, com um intenso trabalho desenvolvido no norte do país. Para além de apresentação de aspetos da vida e obra do convidado, haverá uma conversa com este sobre diversos excertos de música, que poderá em alguns momentos ser tocada ao vivo. O primeiro espetáculo, 28 de abril, às 18h30, terá como convidado o pianista e compositor Luiz Avellar. No dia 25 de maio é a vez do Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e dia 23 de junho, será a vez do popular ator e realizador Nicolau Breyner.


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// ARQUITETURA DOS TEMPOS LIVRES

Recobro e bem-estar www.cm-evora.pt

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esde a antiguidade clássica que é dada importância à necessidade de recuperar o corpo e o espírito. O recobro e o bem-estar dos banhos termais, alternados entre água quente e fria, de modelo grego, foram reativados pelos Romanos [1]. A necessidade de acolher e recuperar da fadiga os viajantes das rotas comerciais, levou os romanos a instalar alojamentos e estâncias hidrominerais na Britânia (Inglaterra), na Helvécia (Suíça) e no Médio Oriente e em Portugal onde, no século passado, escavações realizadas em 1987, em Évora, puseram a descoberto ruínas de termas romanas, dos finais do século I d.C. As (Thermae/Balnea) espraiam-se por uma área de 200m2 e integram uma sala circular com 9m de diâmetro para banhos quentes e vapor (Laconicum) e uma fornalha (Praefurnium) [2]. No século XVIII, o iluminismo estigmatiza o “tempo de lazer” que passa a ser considerado como ociosidade e preguiça por todas as classes sociais e para igreja é um pecado mortal. “A inatividade, e mais ainda os devaneios que ela provoca induzem tentação, facilitam as obras do demónio.” [3].

Tempo de lazer A Revolução Industrial conduz o Homem a uma série de invenções técnicas que modificam condições, ritmos de produção e as relações entre empregados e empregadores. Esta reformulação culmina num novo modelo de organização social, onde a redistribuição dos tempos sociais evidencia, pela primeira vez, o paradigma trabalho-lazer [4]. Os rigores inóspitos da classe operária contrastam com o tempo da nobreza e da classe burguesa que, aos poucos, começa a despertar para os prazeres de uma vilegiatura, até então, austera. A nobreza britânica transforma o sacrifício médico da cura das termas no prazer da vilegiatura.

O regresso aos paraísos perdidos alimenta sonhos: a evocação de uma estética de vida junto da natureza que se oferece ao olhar e convida ao devaneio. São criadas as fontes do prazer, as estâncias termais de SPA, as quintas nos arredores das cidades para desfrutar após o trabalho. As lutas laborais do Século XIX dão direito ao tempo livre, à revitalização do corpo e espírito, no final do dia (por redução do horário de trabalho) e ao domingo (por redução do período de trabalho para 7 dias). Nos últimos 150 anos a duração média do horário semanal passou de 70 horas, em meados do século XIX para as 40 horas na última década do século XX por ação das lutas operárias. O horário semanal foi reduzido em cerca de 30 horas. Em 1936, a Organização Internacional de Trabalho estabelece o princípio das férias pagas, depois reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos do Homem e instituído em França. Nesta altura, o tempo de lazer, apoiado também pelo desenvolvimento científico da medicina, é considerado fundamental para o bom desempenho do corpo e performance laboral. [4] Ernesto Martins Bibliografia [1] Pinto, Helena Gonçalves e Mangorrinha, Jorge – O Desenho das Termas; História da Arquitetura Termal Portuguesa, 2009. [2] Martins, António Ernesto de Deus Reabilitação do Edifício da Torre do Centro de Férias do INATEL de Entre-os-Rios, 2007. [3] Gustavo, Nuno Silva – Os novos espaços de lazer, turismo e saúde em Portugal: O caso dos SPA, 2010. [4] Valente, José Carlos – Para a História dos Tempos Livres em Portugal da FNAT a INATEL (1935-2010), 2010.


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// TEMPO DIGITAL

// LÍNGUA NOSSA

Soluções confortáveis

Algumas confusões… João Cachado* mbora esta rubrica não tenha as precisas características de consultório linguístico, acontece que os leitores me contactam amiúde no sentido do esclarecimento de dúvidas, maioritariamente suscitadas por expressões usadas pelos meios da comunicação social. É nesse contexto que, desta vez, com o objectivo de não acumular razões de queixa, Língua Nossa responde a algumas das questões mais frequentes. Em primeiro lugar, o caso da confusão entre acessibilidade e acesso. Desde já afirmando que se trata de incorrecção, eis uma frase muito frequente: "O socorro chegou tardiamente devido à falta de acessibilidades ao local do sinistro." Ora bem, acessibilidade é a qualidade ou carácter do que é acessível e, mais explicitamente, a facilidade ou possibilidade de aproximação. De maneira alguma se trata de sinónimo de acesso, cujo significado remete para o acto de ingressar, entrada, ingresso. Portanto, corrigindo: “O socorro chegou tardiamente devido à falta de acesso ao local do sinistro”. Mais um exemplo inequívoco, utilizando ambos os termos: “O hospital tem muito boa acessibilidade. Não faltam acessos, tanto pela via rápida como por estrada nacional”. Seguidamente, estada e estadia. Apesar de utilizados indistintamente, como sinónimos, a verdade é que se trata de termos com significados totalmente distintos. A estada remete para

E

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abemos como é prático estar sentado num maple e trabalhar no portátil sobre o colo. Mas o calor que a sua base transmite pode e deve ser evitado tanto pelo desconforto nos meses mais quentes de verão como pelo excesso criado que o aquece demasiado, ao estar sobre uma manta que nos protege os joelhos durante o inverno. Se o ar não circula devidamente, o computador pode vir a ter problemas associados à má ventilação. Para solucionar qualquer dos dois casos, existem dissipadores de calor, como o Lap Chill Mat da Targus, uma confortável base de trabalho com 2 ventiladores alimentados através de ligação por cabo à porta USB do computador. A inclinação ergonómica que esta espécie de tapete possui proporciona uma escrita mais fácil, elevando ligeiramente a parte posterior do portátil e consequentemente o seu monitor. O material macio utilizado na construção equipara-se ao conforto de uma almofada no colo, mas possui na base superior quatro pequenas borrachas para não permitir que o portátil escorregue.

E se de repente ficarmos sem carga na bateria de um dos nossos dispositivos digitais? Claro que podemos trazer connosco mais baterias para cada um deles. Mas não será cómodo. A solução reside num carregador como o UNIPAL Extra da Hahnel, distribuído pela ComercialFoto, com bateria interna ou Power Bank carregada totalmente através da porta USB dum computador ou do dispositivo de 12 volts para o carro. A carga total é de 3 horas e indica num LCD a que se encontra disponível. É compatível para mais de 300 baterias de Lithium, pois apesar de compacto, leve e facilmente transportável no bolso, possui um sistema de dois pequenos cursores que fazemos deslizar para se adaptarem aos contactos positivo e negativo da bateria, reconhecendo automaticamente cada um deles e começando de imediato a carga. Nessa mesma janela deslizante carrega também pilhas AA recarregáveis e através da porta USB fornece carga a uma grande variedade de dispositivos digitais USB, desde iPods, iPhones e grande número dos actuais smartphones e tablets. É a solução ideal e confortável para recarregar quase tudo isso se estivermos longe de acesso a corrente eléctrica. Gil Montalverne [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]

o acto de estar, de permanecer num determinado lugar, enquanto que estadia se refere ao período de tempo em que um navio mercante está autorizado para carga e descarga num determinado porto. São palavras muito distantes no tempo. No Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, José Pedro Machado regista o ano de 1269 como primeira utilização para estada e 1873 em relação a estadia. A propósito, passo a partilhar um episódio deveras sintomático. Há anos, numa reunião em que estavam presentes quase três dezenas de licenciados de todos os ramos, foi preciso registar, em Acta, a estada de vários participantes em determinada cidade do Norte do país, onde tinham participado numa acção de formação. Quando percebi que se estava prestes a cometer o erro em causa, cheguei à conclusão de que nenhum conhecia a correcta acepção de estadia… Contem os meus leitores que, pelo menos, na próxima edição, continuarei a tentativa de desfazer outras confusões congéneres.

[O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]

*Licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, actualmente aposentado, foi professor, técnico superior e dirigente, nos Ministérios da Educação e dos Negócios Estrangeiros. É autor de materiais didácticos para o Ensino de Português no estrangeiro.


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// ECRÃS

// LIVROS EDIÇÕES INATEL Manual de Dramaturgia Carlos Cabral, INATEL, 2011

Fábulas, metáforas e contos fantásticos

(178 pp.) Preço: 14 € (40% desconto p/ Associados) Neste

volume o

Neste Abril, há um “outro” cinema, porventura muito mais aliciante do que muitos dos rotineiros “blockbusters” e afins, que importa desde já promover

autor “aborda de uma forma prática questões referentes à dramaturgia e à evolução do seu conceito desde o Séc. V a.C., e ao percurso do texto dramático desde a escrita deste até à sua apresentação na cena”. À venda na Sede e lojas INATEL. Mais informações:

Cinema

Brasil / Portugal, 2014, 1h50.

mabreu@inatel.pt/ T. 210027182

Outubro, Novembro, de Götz

Documentário. Estreia a 9.

Spielmann | Áustria, 2013, 1h54

O realizador de “Paris, Texas” e “Asas do Desejo” presta tributo a um dos maiores fotógrafos de todos os tempos, Sebastião Salgado, conjuntamente com o filho deste. O resultado é um documentário assaz singular sobre alguém que ama a fotografia com a mesma força com que ama a humanidade e o planeta em que vivemos.

Com: Nora von Waldstätten, Ursula NOVIDADES EDITORIAIS

Strauss, Peter Simonischek. Estreia prevista a 2.

Dias Comuns VII – Rasto Cinzento José Gomes Ferreira, D. Quixote, 2015 (208 pp.) PVP: 17,90 € (à venda nas livrarias)

Drama familiar centrado numa actriz de sucesso que retorna à casa de família para visitar o pai, doente, e a irmã que a ele dedicou toda a sua vida. Um estudo assaz interessante sobre o isolamento emocional, espiritual e não só.

O diário

“Dias

Pela Rainha, de John Boorman |

Alemanha, 2014, 1h38

Grã-Bretanha, 2014, 1h45

Com: Nina Hoss, Ronald Zehrfeld,

José Gomes

Com: Callum Turner, Caleb Landry

Nina Kunzendorf. Estreia a 16.

Ferreira,

Jones e Pat Shortt. Estreia a 9.

começou a

Um dos cineastas britânicos da velha guarda mais considerados, dentro e “fora de casa” (“Point Blank / À Queima-Roupa”, “Fim de Semana Alucinante”, “Excalibur”, “A Floresta Esmeralda”), evocando de novo a sua infância sob os bombardeamentos nazis – lembram-se de “Esperança e Glória” (1987)? – e os anos (e sonhos) de juventude sob a batuta do serviço militar obrigatório em tempo de paz.

Na Alemanha do pós-guerra, uma mulher de rosto desfigurado que sobreviveu num campo de concentração recompõe-se e reata ligação com o seu marido o qual, todavia, não a reconhece. Um melodrama, já se vê, com evidentes intenções de comentário histórico-político.

publicado em 1990, cinco anos após a sua morte. Este sétimo volume, Rasto Cinzento, revela muito da vida do autor, da sua obra e pensamentos mais íntimos, mas também histórias e momentos do panorama literário e político português de finais da década de 60.

O Sal da Terra, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado | França /

Still the Water, de Naomi Kawase | Japão / França / Espanha, 2014, 1h58 Com: Nijirô Murakami, Jun Yoshinaga, Miyuki Matsuda. Estreia a 30.

Phoenix, de Christian Petzold |

Comuns”, de

ser

ninguém lhe ficará indiferente. O virtuosismo desta alegoria canina (a revolta dos cães de raças inferiores) não é de molde a ofuscar a admirável “mise en scène” que a envolve, antes pelo contrário…

Porventura um dos mais belos e poéticos cânticos à vida, ao amor e ao mundo feitos pelo cinema nos últimos anos. A reter: o esplendor visual que o contamina.

Deus Branco, de Kornél Mundruczó | Hungria, 2014, 2h01 Com: Zsófia Psotta, Sándor Zsótér, Lili Horváth. Estreia a 23.

Seja lá o que for – metáfora social, conto fantástico ou fábula politica – que “White Dog” é, o certo é que

Joaquim Diabinho [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]


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// MOTOR

// SUGESTÕES

Novo Nissan Pulsar: elegância e requinte

Elisa Pedro Vice-Presidente da SPAIC*

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esportiva e bela, elegante e esbelta, a silhueta fluida do novo Nissan Pulsar caracteriza-se pelo magnetismo. Tire tempo para refletir: nunca um hatchback proporcionou tanto espaço para respirar. Incrivelmente leve e arejado, com espaço generoso para a cabeça e para o corpo, tanto do condutor como dos passageiros, o habitáculo do novo Nissan Pulsar eleva o significado de generosidade a novos patamares. Graças ao maior espaço para as pernas da sua classe, os passageiros de trás podem esticar as pernas, durante qualquer viagem. No interior do novo Nissan Pulsar, tudo é elegância e requinte: matérias suaves ao toque, pormenores cromados, apoios de braços e grandes dimensões nas portas e uma visibilidade surpreendente em todas as direções. Com o conforto e a comodidade de equipamentos avançados como, por exemplo, a chave inteligente Nissan, o botão de arranque do motor, lava-faróis automáticos e o controlo de climatização dual zone, tornam o carro nipónico num modelo de qualidade e estilo contemporâneos. Uma câmara de visão de 360 graus, que recorre a quatro câmaras, apresenta uma vista panorâmica do veículo e, num ecrã dividido, uma imagem ampliada do espaço à frente e atrás do mesmo, tornam mais fáceis as manobras de estacionamento. Ao fazer marcha-atrás, o sistema de Deteção de Objetos em Movimento poupa-nos

Alergias de primavera (2) A alergia a pólenes por vezes associa-se a alergia a frutos ou vegetais, é o caso da alergia a pólenes de gramíneas e o pêssego no Sul da Europa ou pólenes de bétula e a maçã no Norte da Europa. Esta alergia devese à reatividade cruzada entre proteínas comuns aos pólenes e frutos. A manifestação

muitos dissabores, avisando-nos de quaisquer perigos invisíveis, tais como uma criança a passar de bicicleta ou um animal de estimação. Os pequenos e avançados motores turbocomprimidos aliam uma impressionante economia de combustível a um fantástico poder de resposta do binário. Podemos optar por um motor DIG-T, de 115 CV ou de 190 CV, turbo a gasolina, ou pela economia do motor dCi de 110 CV a gasóleo. A transmissão automática Xtronic aumenta o prazer de condução, proporcionando uma aceleração mais enérgica. De referir, também, o sistema Start/Stop automático que faz parte do equipamento de série de todos os modelos da marca. Para poupar mais combustível, pára o motor quando não é necessário, por exemplo nos semáforos, e volta a ligá-lo suave e rapidamente ao arrancar. Carlos Blanco

mais frequente é a síndrome de alergia oral que se caracteriza por edema (inchaço) e comichão nos lábios, língua e garganta, ao contacto do fruto com a mucosa oral do indivíduo alérgico. Em Portugal os pólenes mais frequentemente responsáveis por alergias são os pólenes de ervas, árvores e arbustos. Os pólenes das flores raramente estão implicados, porque têm grandes dimensões e peso relativo que impedem a sua dispersão aérea, é o seu odor ativo que desencadeia os sintomas interpretados como alergia. Os pólenes são transportados pelo vento, é por isso que os doentes alérgicos aos pólenes têm mais sintomas nos dias ventosos. Nos dias de chuva há uma redução do número e concentração de pólenes na atmosfera. Sabese que a poluição urbana fragmenta os pólenes facilitando a sua entrada nas vias

// PALAVRAS CRUZADAS // Por José Lattas

VERTICAIS: 1-Mordedura; Muitos. 2-Guias; Letra do alfabeto grego, que representa em física, a grandeza resistividade. 3Advérbio; Estilo de música que nasceu no seio da comunidade negra, no coração de Nova Iorque. 4-Abreviatura de Sua Alteza; Saia!; Furna. 5-Primeira pessoa do singular, de pronome possessivo; Agrupamento Complementar de Empresas (sigla); Rádio (s.q.). 6-Fruto da videira (pl); Desloca. 7-Embarcação; Elemento de composição que traduz a ideia de montanha; Sueste (sigla). 8-Símbolo da unidade electromagnética de indução ou gauss (abrev.); Transpiro; Apanha!. 9-Pronome possessivo, na segunda pessoa do singular, na forma feminina (invertido); Emprega-se na locução popular, que significa de lado a lado, de ponta a ponta. 10-Ajudar; Espádua. 11-Azia; Mofar.

aéreas e tornando-os mais alergénicos. Os 1

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pólenes das Gramíneas (polinizam de março a julho), Parietária (poliniza de abril a junho e setembro/outubro), Oliveira (poliniza de maio a

2

julho), Artemísia (poliniza de abril a setembro),

3

Cipreste (poliniza de dezembro a março) e

4

Plátano (poliniza de março a maio) são os

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mais frequentemente implicados nas doenças

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alérgicas. Em Portugal as gramíneas são a principal causa de polinose. Para além da estação do ano, a área geográfica também é importante para o tipo de pólenes existentes.

9 10 11

Soluções 1-RESMUNGAS. 2-PO; AIVAS; OP. 3-ITO; MAU; ACI. 4-CERA; S; SUOR. 5-AIALA; OUTRO. 6-DR; ÁCARO; RS. 7-AOR; E; O; LEE. 8-SAL; M; TER. 9-M; POROSOS; R. 10IR; CAVEM; PI. 11-LONA; E; ATAR.

HORIZONTAIS: 1-Rezingas. 2-Polónio (s.q.); Imprestáveis; Abreviatura musical, o mesmo que opus. 3-Sufixo diminutivo; Adverso; Elemento de origem grega, usado em composição, para indicar a ideia de agulha. 4-Mandriice; Fadiga. 5-Barco de pesca, usado na zona de Setúbal; Diferente. 6-Doutor (abrev.); Pequeno animal, por vezes microscópico, que se desenvolve no queijo, na farinha e outras substâncias alimentícias; Estrôncio (s.q. invertido). 7-Atormente (invertido); Apelido do político norteamericano (1732-94), que, quando presidente do Congresso Continental, redigiu a declaração de independência das colónias inglesas, na América do Norte. 8-Gosto; Dispor. 9-Permeáveis. 10-Irídio (s.q.); Fujam!; Letra do alfabeto grego, que representa a razão constante de uma circunferência para o seu diâmetro. 11Peta; Prender.

SPAIC – Fundada a 10 de Julho de 1950, como Sociedade Portuguesa de Alergia, a SPAIC (Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica) é a maior associação científica nacional que agrega especialistas médicos (Imunoalergologistas), investigadores e técnicos dedicados ao estudo da alergia, asma e imunologia clínica, organizando e patrocinando regularmente uma gama alargada de programas de formação e desenvolvimento profissional nestas áreas.


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