Límbica acorda todo dia questionando se hoje é ontem, amanhã, ou mês que vem. Na verdade, tanto faz.
Não há muito o que se fazer. Se esfumaça ao longo do dia entediada com sua própria presença.
Afinal, não é.
Desesperançosa quanto ao que vem ou deixou de vir, Límbica vive no quarto, que podia muito bem ser um porão, um contêiner, uma sala de espera,... Um cômodo qualquer sem janelas.
Mas não se engane, a luta de Límbica é diária. Apesar da espera que parece eterna, também sabe se de-morar nela; apreciando a sincronicidade da suspensão, as potências da incerteza, os devires que nascem do caos.
São as folhas caídas do outono, que nutrem o solo para distantes primaveras