Senhoras e Senhores, A Academia Paraense de Jornalismo me elegeu para a Cadeira nº 13, cuja patrona é Helena Cardoso, na vaga deixada pelo saudoso jornalista Manoel Bulcão. Agradeço, muito honrada, a todos os acadêmicos que tão generosamente me acolheram, em votação expressiva. De modo especial, aos que, impossibilitados de comparecer, enviaram seus votos. Ao Álvaro Jorge que, mesmo fisicamente debilitado, fez questão de ir pessoalmente votar. Ao Bernardino Santos que, viajando e envolto na dor imensa da perda de seu querido irmão, declarou seu voto. Gestos emocionantes que guardarei eternamente em meu coração. É uma responsabilidade muito grande ocupar a vaga do jornalista Manoel Bulcão, que se foi de nosso convívio em 28 de setembro de 2015, aos 82 anos. Manoel Bulcão começou a carreira na Folha do Norte em 1953, e lá permaneceu até 1968, quando passou a integrar a lista de inimigos do regime militar. Foram dez anos de silêncio até que ele retornasse à imprensa, em 1978, na extinta 'A Província do Pará'. Bulcão foi alvo preferencial da ditadura no nosso Estado. Considerado subversivo, foi preso seis vezes e respondeu a três processos. Nem sabia o porquê, mas era só um general presidente da República vir ao Pará, lá ele ia preso.