Revista espirita 130

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EDITORIAL

Só se morre uma vez? Ao escrever a epístola aos hebreus, no capítulo 9, versículo 27, o apóstolo Paulo realmente afirma que só se morre uma vez. Com base nesta informação, religiosos de outras crenças contestam a reencarnação. É óbvio que se trata de uma falácia, de uma inverdade, o sentido que esses religiosos tentam passar, para confundir e negar a reencarnação. Paulo não se referia à morte do corpo, mas à morte espiritual pelo pecado. Enquanto o espírito se mantém pecador, ele está morrendo para Deus. Quando este mesmo espírito, ao evangelizar-se, encontra a luz, não morre mais. Morreu uma vez e não morrerá mais! Viverá para sempre! Basta estudar a referida epístola para se verificar, com extrema facilidade, que o apóstolo advertia os judeus para não pecarem. O convertido de Damasco avança no assunto, mais claramente, em outra carta enviada aos romanos, quando diz, no capítulo 7, versículos representativa da conversão de 9 e 10: “Eu vivia sem lei, mas vindo Pintura Paulo na estrada para Damasco o mandamento, revivi o pecado, e eu morri”. No versículo 11, acrescenta: “Porque o pecado me enganou e me matou”. Não fica a menor dúvida quanto aos verdadeiros propósitos do evangelizador dos gentios. Como se observa, em nenhum momento, em nenhuma epístola, o apóstolo se refere à morte da matéria, negando a multiplicidade das vidas físicas. Paulo jamais negaria os ensinamentos de Jesus, fiel e destemido como o era, por saber que o Cristo em muitas passagens fez alusão direta à reencarnação. A reencarnação está impressa nos ensinamentos de Jesus, como Continua no verso... Set/dezembro - 2009


nas passagens de Mateus (16:13-15) e Marcos (8:27-29) que descrevem o retorno a Cesaréia de Filipe, no norte da Palestina, quando Jesus interroga seus discípulos: “Quem dizem que eu sou? Uns, és João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou algum dos profetas”. Vê-se, claramente, que os judeus acreditavam na reencarnação ao admitirem a volta ao corpo por um dos profetas. Jesus não os repreendeu, não os corrigiu, não negou, apenas passou a pergunta para Pedro. Marcos (6:14-16) e Lucas (9:7-9) relatam que um dos profetas ressuscitara, o que levou Herodes, o tetrarca, a cortar a cabeça de João Batista. A ressurreição para os judeus é a reencarnação. Em Mateus (17:1013) e Marcos (9:11-13), Jesus afirma que João Batista era Elias. João (3:1-7) traz-nos a precisa lição que Jesus deu a Nicodemos, dizendo que “Ninguém verá o reino dos céus sem nascer de novo”. Nicodemos, confuso, insiste: “Como pode um homem já velho tornar a entrar no ventre de sua mãe?”. Jesus então afirma: “Se um homem não renascer da água e do espírito não pode entrar no reino de Deus”. A água, através dos séculos, simboliza o corpo humano, que contém aproximadamente 70% de líquidos. O espírito é o ser inteligente. Vê-se que não se trata do batismo, como muitos deturpam. A pergunta de Nicodemos é de caráter físico. Em se tratando de batismo, ele não perguntaria, pois o batismo era conhecido de todos, principalmente por Nicodemos, que era um dos mais sábios sacerdotes do Sinédrio hebraico. Jesus ainda clareia (João, 3:8): “O espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai”. Aí está a prova de que o espírito já existia antes do corpo na afirmação do Mestre “não sabes donde vem ele [...]”. Como negar a reencarnação, se só ela explica tantas aparentes injustiças? Como justificar a morte, a dor, os cegos, deficientes físicos e mentais, sem qualquer chance de recuperação numa única existência? Como explicar contrastes imensos, como a pobreza e a riqueza, a doença e a saúde, a feiúra e a beleza, a loucura e a genialidade, o sucesso e o fracasso, em uma só vida? Onde está a justiça do Deus perfeito que construiu esse Universo de extrema beleza e perfeição? Ele é capaz de criar o Universo infinito com leis perfeitas que hoje deslumbram a ciência e não é capaz de dar chance de reabilitação às suas criaturas. Seria uma tremenda crueldade dEste que chamamos misericordioso.

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Imagem da entrada do site

O ESPÍRITA na internet www.oespirita.com.br

Em dezembro de 2007, no artigo “Compromisso com a divulgação”, foi registrado: “Precisamos de atitude exata, fé operosa e humildade vigilante para mantermos a Doutrina indene ao cárcere do dogmatismo e da elitização preconceituosa. Portanto, a divulgação fiel dos preceitos baseados nos eternos dons da verdade, respaldados nas magnas lições do Mestre, torna-se imprescindível para a repercussão dos anseios divinos na ampliação das percepções humanas e na libertação das consciências”. Assim, imbuídos neste nobre ideal, disponibilizaremos, em janeiro de 2010, o site da revista O ESPÍRITA (www.oespirita.com.br) como mais uma ferramenta de disseminação da verdade. Vivemos na era da comunicação e da informatização global e, motivados por solicitações e pela crescente aceitação da revista, inserimos no mundo digital mais uma colaboração séria e aderente aos princípios da Doutrina Espírita codificada por Kardec. Atualmente, grande número de sites “espíritas” está disponível para acesso e muitos não são totalmente seguros, mormente para o iniciante no espiritismo que ainda não possui os conhecimentos necessários para discernir sobre o que é certo ou errado com base na Codificação. Muitos desses sites apresentam artigos pobres e, às vezes, com erros grosseiros, além de se prenderem à divulgação de médiuns não confiáveis e de livros duvidosos. Dessa forma, a exemplo do que faz a FEB em seu site, a seleta difusão das idéias espíritas será uma busca incessante, no intuito de oferecer o conhecimento mais puro da Doutrina, longe do personalismo e da mistificação. A revista O ESPÍRITA, mesmo com dificuldades financeiras, disponibilizará em seu site, gratuitamente, artigos, biografias, mensagens, livros e edições anteriores da revista para download além de outros serviços. Temos a convicção plena de que o nosso modesto site será mais um elo entre as pessoas e a verdade sob a bandeira da fraternidade. Set/dezembro - 2009


Bezerra de Menezes

Pensamentos Doutrinários XIII Da série publicada no jornal O PAIZ, no Rio de Janeiro, a partir de 1886.

Algumas considerações sobre o amor Na Terra, não podemos ir Amor é o laço divino, que o Criador pôs entre as almas além, porque a Terra é mundo para uni-las em uma única fa- de provas e expiações, o que mília, de que Ele é o Amoroso vale por dizer: mundo habitado por espíritos mais ou mePai. Não há, no infinito turbi- nos atrasados. Em mundos superiores, lhão humano, um único indivíduo, que não sinta a influência porém, a que todos devemos, mais cedo ou mais da sublime lei. tarde, ascender, o A diferença é amor é tanto mais que uns, por seu essencializado, atraso, amam besquanto mais fino tialmente, domié o toque da elenados pela concuvação de cada um piscência e outros, deles. por seu adiantaAli, o amor é mento, amam espiescoimado de todo ritualmente. À meo apetite carnal, de dida, porém, que Bezerra de Menezes fluido suavíssimo, os primeiros forem progredindo, desmaterializan- que embebe a todos os espírido-se, chegarão a emparelhar tos e funde-os por assim dizer com os segundos. O círculo vai em um único. Podemos fazer ideia de que sempre alargando. Começamos por amar é ele acima da Terra, pelo que a mulher, amamos a família, nos revelou o puríssimo Jesus amamos a pátria, chegamos a em Sua vida, em Sua missão, em Sua Doutrina, e principalamar a Humanidade.

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mente nestas palavras preceituais impossíveis à natureza humana: “Ama o teu inimigo e faze bem ao que te odeia”. Se Deus pôs à Humanidade uma lei tão sublime, que a razão, que o coração, que a consciência abraçam, embora os cegos escarneçam e esconjurem, o Espiritismo, que veio revelá-la, como descer-se des-

sas alturas na lei repugnante da separação das almas em bemaventuranças e preceitos, na lei da transformação do amor em repulsão e em ódio? Não. O fim da Humanidade é a perfeição pelo saber e pela virtude, para ser ligada, em amor celeste, numa única família – e com Deus, seu Criador e Pai.

NA HORA DA IRRITAÇÃO

Na hora da irritação que te ocorra: não grites; não escrevas; não prometas; não te ausentes; não compres; não vendas; não te agites; não opines; não gracejes; e não reclames.

Recolhe-te ao silêncio por alguns minutos, e entrega-te à oração, rogando o auxílio da Providência Divina. Sentirás, então, que a crise te haverá deixado e retomarás a normalidade da própria vida, para reger com segurança as próprias decisões. Autor: Emmanuel Médium: Francisco Cândido Xavier (foto) Livro: Luz e Vida Set/dezembro - 2009


Os caminhos do Senhor Ao deixar o fulgor das estrelas, para tomar nossas dores e abraçar nossa indigência, o Senhor Jesus sabia dos sofrimentos e humilhações que enfrentaria, ao mergulhar no báratro da ignorância humana. Para despertar nossa sensibilidade, profetas notáveis reencarnaram, na fieira dos séculos, desde Moisés até os portais dos tempos novos, traçando o perfil do Sublime Salvador. O Antigo Testamento fez-se um hinário de esperanças, cantarolando a chegada do Messias no conturbado cenário da Terra. Dele, disseram os enviados do Céu, na emocionante narrativa de Isaías: “Em terra seca surgirá como um arbusto verde, embora mirrado. Será desprezado, o mais rejeitado entre todos, dele não faremos caso. Será oprimido, desrespeitado, mas não soltará um único lamento, de nada reclamará. Como cordeiro será levado ao matadouro, perdoando sempre. Quando der Sua vida por amor, os interesses de Deus prosperarão em Suas mãos”. Vinha para combater os erros da conduta humana e limpar nossas almas, como bem fixou Malaquias, o último profeta: “Ele é como o fogo do ourives e a potassa dos lavandeiros”, por ser “o Sol da justiça, o Portador da salvação”. Compulsando os quatro Evangelhos, constata-se que Mateus escreveu o mais longo texto, Marcos o mais curto. Lucas fez-se o mais didático e histórico, enquanto João, mais místico e profético, abordaria questões que escaparam aos demais como, no capítulo 14, ao exaltar a vinda do Consolador. Mas, em todas as narrações, vê-se patente a imagem do Cristo na descrição dos profetas, ressalvando-se as peculiaridades de cada evangelista. A epopéia cristã é verdadeiramente uma maratona de amor nas estradas da dor. O “Sol de justiça” apagaria a própria

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luz para movimentar-se nas trevas de uma época de barbáries. Ignorou grandezas terrenas, desde o Seu nascimento. No desconforto da estrebaria, cercado de animais, tinha apenas o carinho dos pais, Maria e José, ali na minúscula Belém, que o Cristo imortalizaria, como bem antecipou a visão de Miquéias, ao decantar: “E tu Belém de Judá não és tão pequena assim, porque de ti sairá o Salvador da Humanidade, cujas origens se perdem nos dias da eternidade”. Belém, na Judéia, era a “Casa de Davi”. José, o pai de Jesus, descendia de Davi. Por isso o Senhor era também chamado de “filho de Davi”. Logo após a natividade, José é aconselhado em sonho a fugir para o Egito, escapando da fúria de Herodes, que temia a chegada de um outro “rei de Israel”, usurpador do seu poder. Passado o risco, retornam a Nazaré, na Galiléia, onde moravam. Percorreram, no trajeto de ida e volta, cerca de duzentos e cinqüenta quilômetros. Foi um ato de disciplina e dever cívico, típico das grandes almas. Obedeceram a um decreto de César Augusto, imperador de Roma, que determinava o recenseamento de todos os habitantes das colônias romanas, como registrou Lucas, no seu capítulo 2. À época, as pessoas eram recenseadas nas cidades dos seus ascendentes. José descendia de Davi, originário de Belém. Somente aos doze anos Jesus reapareceria em Jerusalém, na festa da Páscoa hebraica, no célebre episódio do encontro com os doutores no Templo de Salomão. Não se tem conhecimento das passagens do Cristo dos doze aos trinta anos, quando se deixou batizar por João, próximo a Betânia, no rio Jordão. Sua primeira aparição pública dar-se-ia nas bodas de Caná, logradouro próximo à cidade de Cafarnaum, onde o Senhor fixaria a base de suas ações iniciais.


Nas bodas de Caná, a pedido de Maria, Sua mãe, o Mestre transformaria seis bilhas d’água em vinho. Ali, em Cafarnaum, às margens do mar da Galiléia, mais precisamente um lago de aproximadamente duzentos quilômetros quadrados, Jesus seleciona Seus apóstolos. Judas Iscariotes, era o único judeu do colégio apostólico, após trair seus compromissos e se enforcar, foi substituído por Matias. Nessa região, ocorreria um dos fatos mais marcantes do Evangelho: o Sermão da Montanha. No Sermão estão as “bem-aventuranças”, a “ansiosa solicitude pela vida”, a “advertência sobre os falsos profetas”, a “oração dominical”, conhecida como “Pai Nosso” entre outros inesquecíveis ensinamentos. Seis dias após deixar Cesaréia de Filipe, junto à fronteira com a Síria, onde se deu o conhecido diálogo de Jesus com os Seus seguidores, patenteando a reencarnação, o Enviado dos Céus dirigiu-se ao Monte Tabor. Estava acompanhado de Pedro, João e Tiago, que ficaram extasiados com as materializações de Elias e Moisés. Ao longo de três anos, Ele peregrinou por dezenas de cidades, em toda a Palestina, formada por uma tetrarquia: Judéia, Samaria, Peréia e Galiléia. Esteve em Tiro, Sídon, Gadara, Betsaida, Corazin, Dalmanuta, Jericó, Decápolis entre outras. Depois da famosa entrada triunfal em Jerusalém, o mais trágico acontecimento da história do Planeta começaria a desdobrar-se. Por trinta moedas de prata, Judas Iscariotes O entrega aos sacerdotes do Sinédrio, Anás e Caifás, que, mancomunados com Herodes e Pôncio Pilatos, O levariam à crucificação. Sua prisão deu-se no Jardim do Get-

sêmani, junto ao Monte das Oliveiras, logo depois de lavar os pés dos discípulos na última ceia e prometer o Consolador. Trocado por um criminoso confesso, Barrabás, pela imensa massa de judeus revoltados, percorreria a “via crucis”, da Torre Antônia até o Gólgota. Sob bofetões, cusparadas, imprecações e chicotadas, carregou a pesada cruz por cerca de quinhentos metros. Jamais se viu tanta covardia e violência contra alguém que só fez amar. A tudo enfrentou com divina serenidade e ainda nos perdoou. Passados três dias, o Mensageiro da Luz ressurge ante os olhos atônitos de Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e Joana de Cusa. Mais tarde, reaparece no caminho de Emaús a dois de Seus discípulos. Posteriormente, apresentou-se aos apóstolos em Jerusalém e a outros discípulos no Mar da Galiléia. No quadragésimo dia, retornou aos campos dourados da vida eterna despedindo-se na pobre e abandonada cidade de Betânia. Suas parábolas, cheias de encantamento, inundam nossos corações de verdades libertadoras. Sua presença celeste dividiu a história dos homens em antes e depois. Sua misericórdia, somente agora podemos melhor compreender. Seu sofrimento ainda nos comove. Sua crença, no futuro da Humanidade, fez vir até nós as bênçãos do Consolador. A Doutrina Espírita é o seu retorno ao campo atormentado da vida planetária. Ficará eternamente conosco, como um perfume inextinguível, a embalar nossas esperanças na construção do mundo novo. Publicado no Jornal Mundo Espírita da FEP – Federação Espírita do Paraná, em dez /2008. Set/dezembro - 2009


Drogas I - Juventude O jovem, desprovido de religiosidade, de maturidade emocional, vivendo a complexidade da vida, o medo de enfrentar as dificuldades, as frustrações e o modismo, na maioria das vezes sem suporte familiar, é um forte candidato ao uso de drogas legais ou não. É consenso que o jovem consome drogas para reduzir a ansiedade, socializar-se, fugir dos problemas, para atingir o prazer imediato etc. Dessa forma, é comum os encontrarmos usando drogas legais (bebidas e cigarro) e ilegais nos shows e festinhas, sem se considerarem dependentes. “Brincam com fogo” e desprezam toda informação sobre os perigos da dependência química e psíquica. A experiência internacional constata a existência de três fatores que, juntos, favorecem o desenvolvimento da toxicomania no jovem, são eles: a droga, a personalidade e o momento dele dentro da família e da sociedade. A droga, não podemos deixar de considerar, apresenta atrativos na sustentação artificial da euforia, na expansão de algumas sensações e no escape da realidade, percepções que promovem certo prazer a um custo altíssimo. A personalidade juvenil apresenta, frequentemente, a “onipotência” que alimenta a crença que nada de negativo irá acontecer, além do fascínio pela transgressão, a contestação da família, da sociedade e seus valores. Em relação à família, os pais exercem ou pelo menos deveriam exercer uma influência marcante no equilíbrio da sua prole. O exemplo, a afetividade, a educação com rigor cristão evitam, em boa parte das vezes, que a sociedade doente defina os contornos na formação da nossa juventude. Entretanto, em uma visão espiritualizada, a ausência da religiosidade é fator preponderante para explicar essa lamentável chaga que assola a Humanidade. Assim, o Espiritismo possui relevante papel na prevenção e no efetivo tratamento. A fé, a crença na vida futura, o conhecimentos das repercussões perispirituais, a necessidade de manter a mente vibrando em níveis elevados, o poder da prece, o bom uso do livre arbítrio entre outros, são “ferramentas” abençoadas que a Doutrina nos oferece. Não podemos, na condição de espíritas conscientes, deixar de considerar a importância das terapias tradicionais, das clínicas de tratamento, do uso adequado de medicamentos etc. Neste contexto, lembramos que o Narcóticos Anôminos (NA), um dos mais antigos e eficientes programas de recuperação do usuário de drogas, pode ser um grande aliado das famílias e dos dependentes. O NA surgiu em 1953 e está presente, mantendo a mesma proposta e princípios, em 130 países. É uma organização sem fins lucrativos que não se vincula a nenhum grupo político ou religioso. Na leitura atenta das premissas, conceitos e dos métodos adotados pelo programa, verificamos a aderência de muitos pontos com a religiosidade e conduta defendidas pela Doutrina Espírita. O reconhecimento do erro, a crença em Deus, a auto-análise, a humildade, a reparação das faltas, o perdão, a necessidade da prece e da meditação, são alguns dos princípios do referido programa que denotam a sua grandeza espiritual. Assim, o tratamento do jovem usuário não prescinde da psicoterapia, dos medicamentos, da ressocialização, até mesmo das internações e, principalmente, do apoio familiar e da educação religiosa, de preferência com base nos postulados espíritas.

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Vianna de Carvalho responde ATUALIDADE DO PENSAMENTO ESPÍRITA Médium: Divaldo Pereira Franco

Tema: Questões atuais Pergunta: Entre os espiritistas, muitos há que ainda não entenderam os conteúdos doutrinários mais importantes. O que estaria faltando ao movimento espírita para corrigir essa falta? Resposta: A Lei do Progresso cumpre-se de forma inexorável. Todos avançam para a Grande Luz de onde se deriva todo o conhecimento. Quando um ideal de grande envergadura, qual ocorre com o Espiritismo, cresce em superfície, perde um pouco em profundidade. Não sendo o Espiritismo uma Doutrina dogmática, não se pode exigir que os seus adeptos se submetam às suas diretrizes sob penalidades de quaisquer natureza. Assim sendo, a aprendizagem dos seus postulados, com a sua correspondente vivência, dá-se paulatinamente. A conquista da consciência espírita ocorre quando o profitente da causa pode discernir o comportamento que deve ser aplicado ao seu cotidiano, portanto, quando se encontra esclarecido a respeito das responsabilidades que lhe dizem respeito. Os espíritas sinceros têm-se dedicado com afinco à Doutrina, buscando equacionar as dificuldades que repontam nas diferentes áreas de ação humana. Programas didáticos bem elaborados, cursos de divulgação e trabalhos de fácil aplicação multiplicam-se sob cuidados especiais. Necessário que se mantenham a constância no trabalho, o estudo sistematizado da Doutrina, a tolerância que não convive com o erro, porém compreende as dificuldades naturais que ocorrem, para um correto crescimento do movimento e a vivência de cada espírita de forma coerente com o que lhe ensina o Espiritismo. Set/dezembro - 2009


O álcool e o fumo Jorge Hessen - DF

Para o principiante, fumar ou beber são simbólicos. “Eu não sou mais o filhinho da mamãe”, “eu sou durão”, “sou um aventureiro, não sou quadrado”. À medida que o simbolismo psicológico perde a força, o efeito farmacológico assume o comando para manter o hábito. Para o adepto do Espiritismo, o vício de fumar ou de beber tem consequências muito sérias, sobretudo, por causa das reiteradas advertências dos benfeitores espirituais, esclarecendo sobre os malefícios que causam não só ao corpo físico. O viciado no fumo consubstancia-se integralmente em “cachimbo” ou “piteira”, nas amarras dos inveterados fumantes do além, e o viciado em alcoólicos torna-se alvo de obsessão dos alcoolistas do alémtúmulo. O viciado fica preso nas garras insaciáveis do parasitismo ou do vampirismo. Vidas que poderiam ser nobres, dignas, proveitosas, tornamse vergonhosas, estimulantes de capitulações desastrosas. Famílias inteiras são, às vezes, afetadas por esses desastres morais de profunda repercussão. Na verdade, o vampirismo é um fenômeno de simbiose, que tanto ocorre entre os encarnados, quanto entre os desencarnados, ou seja, o vício não termina com a morte 10 Set/dezembro - 2009

do corpo físico. O vício açoita as bases da consciência evangélica, desarmoniza a estrutura fisiopsíquica e as estruturas funcionais do perispírito, que se impregna de toxinas. O álcool e o fumo afetam os trilhões de células repletas de vitalidade que compõem o psicossoma, deixando sequelas específicas. Em verdade, o tabagismo e o alcoolismo atormentam os desencarnados viciados que se angustiam ante a vontade de beber e fumar, irresistivelmente potencializada. Em face disso, os “fantasmas” tabagistas e alcoolistas, para materializarem suas tragadas, tornamse protagonistas da subjugação, transformando-se em artífices da vampirização sobre os encarnados fracos de vontade, que ainda se locupletam nos vapores etílicos e nas deletérias baforadas do malcheiroso cigarro. Essas são razões suficientes para nos precatar contra tóxicos, narcóticos, alcoólicos, e contra o uso demasiado de quaisquer drogas, mesmo legais, que viciem a composição fisiológica natural do organismo, até porque, disciplina, critério e moderação garantem o equilíbrio e o bem-estar da nossa mente e por conseguinte do corpo.


Bênção de Deus Presença de Emmanuel/Chico Xavier

Muitas vezes criticamos o dinheiro, malsinando-lhe a existência. No entanto, é lícito observá-lo através da justiça. O dinheiro não compra a harmonia, contudo, nas mãos da caridade restaura o equilíbrio do pai de família, onerado em dívidas escabrosas. Não compra o Sol, mas nas mãos da caridade, obtém o cobertor, destinado a aquecer o corpo enregelado dos que tremem de frio. Não compra saúde, entretanto, nas mãos da caridade, assegura proteção ao enfermo desamparado. Não compra a visão, todavia, nas mãos da caridade, oferece óculos aos olhos deficientes do trabalhador de parcos recursos. Não compra a euforia, contudo, nas mãos da caridade, propaga a página edificante que reajusta o pensamento a tresmalhar-se nas sombras. Não compra a fé, entretanto, nas mãos da caridade, ergue a esperança, junto de corações tombados em sofrimento e penúria. Não compra a alegria, no entanto, nas mãos da caridade, garante a consolação para aqueles que choram, suspirando por migalhas de reconforto. Dinheiro em si e por si é moeda seca ou papel insensível que, nas garras da sovinice ou da crueldade, é capaz de criar o infortúnio ou acobertar o vício. Mas o dinheiro do trabalho Emmanuel e da honestidade, da paz e da beneficência, que pode ser creditado no banco da consciência tranquila, toda vez que surja unido ao serviço e à caridade, será sempre bênção de Deus, fazendo prodígios. Set/dezembro - 2009

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?

Verificação

de Conhecimentos

Doutrinários

Baseada na literatura espírita consagrada por Allan Kardec, Léon Denis, Bezerra de Menezes, Bittencourt Sampaio, Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, Joanna de Ângelis, Yvonne A. Pereira, Cairbar Schutel, Vianna de Carvalho entre outros.

Assinale a opção correta e confira o resultado na página 22: 1. Ao formular o questionamento “Quem é minha mãe, quem são os meus irmãos?” Jesus pretendia evidenciar:

a parentela material. a desnecessidade da família. a parentela espiritual. a indiferença para com seus parentes encarnados.

2. Por que Jesus Cristo era chamado de “filho de Davi”?

Davi nascera em Belém Davi fora o primeiro rei de Israel Davi o profetizou nos Salmos José, seu pai, descendia de Davi

Vista panorâmica e atual de Belém

3. Qual personalidade Jesus nomeia como “zelador dos patrimônios imortais que constituem a Terra do Cruzeiro”, na obra de Humberto de Campos, “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, psicografia de Chico Xavier?

Bezerra de Menezes Ismael Emmanuel Bittencourt Sampaio

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4. De acordo com “O Livro dos Espíritos”, o perispírito é o envoltório semimaterial do espírito que se forma do:

fluido físio-psíquico da mente. fluido magnético do ambiente em que vive. fluido universal de cada globo. princípio vital da natureza.

5. João Huss, o vigoroso pregador da Universidade de Praga (Tchecoslováquia), tomado de ardor pela pureza do Evangelho, declarou-se contra o clero e o Papa. Morreu queimado em 1415. Após 389 anos renascia na extraordinária figura de:

Camille Flammarion. Allan Kardec.

Léon Denis. Émile Charles Baudin.

6. De acordo com Kardec, há três ordens de espíritos, segundo a sua evolução:

espíritos puros, bons e imperfeitos. espíritos superiores, medianos e inferiores. espíritos puros, imperfeitos e levianos. espíritos perfeitos, bons e maus.

7. Qual obra da Codificação é divida em três partes, sendo analisada na primeira a origem da Terra, abordada na segunda, a questão dos milagres e na terceira o enfoque das predições do Evangelho, os sinais dos tempos e a geração nova?

O Evangelho segundo o Espiritismo O Livro dos Espíritos

A Gênese Obras Póstumas

8. Joana de Cusa, dama da alta sociedade de Cafarnaum, achava-se sempre entre a multidão que acompanhava Jesus, morreu queimada viva ao lado do filho. Em suas reencarnações tem sido colaboradora do Mestre, atualmente realiza, em espírito, uma experiência evangélica de altíssimo valor. Estamos falando de: Meimei. Joana D’arc. Joanna de Ângelis. Anália Franco. 9. Qual personalidade bíblica afirmou: “Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse eu faço” (Romanos, 7:19)? Pedro João Paulo Judas Set/dezembro - 2009

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A adúltera de

Jerusalém João, 8:1-11 Um episódio muito famoso De que faremos menção É o da adúltera perdoada por Jesus Mencionada no evangelho de João:

Estaria contrariando a lei de Moisés Se Jesus mandasse libertá-la. Seria acusado de impiedoso Se Ele mandasse apedrejá-la.

Jesus estava no templo, em Jerusalém, Cumprindo com o seu ministério Quando os fariseus lhe apresentaram Uma mulher surpreendida em adultério.

Por conta da insistência dos fariseus Jesus ergueu-se e deu seu recado: - Aquele entre vocês Que estiver sem pecado

Depois de colocarem-na no centro, Fizeram a Jesus um questionamento: - Mestre, esta mulher foi pega, Exatamente no momento

Que atire a primeira pedra! E retornou à mesma posição, Recomeçando a escrever Sobre o pó daquele chão.

Em que praticava o adultério. A lei de Moisés, consequentemente, Ordena que esta senhora seja Apedrejada imediatamente.

Os homens que ali estavam Ficaram totalmente paralisados. Depois, pouco a pouco, um a um, Deixaram o local sisudos e calados.

O que nos tem a dizer? João nos diz que os fariseus Faziam isso para preparar Uma armadilha para o Filho de Deus,

Quando o templo estava vazio, Jesus à mulher adúltera perguntou: - Onde estão os seus acusadores? Ninguém te condenou?

Mas como o Mestre Jesus Não era de fugir a uma incitação, Pôs-se de cócoras a rabiscar Algo sobre a areia do chão,

- Ninguém, Senhor - disse ela. E completou Jesus no instante: - Tampouco eu lhe condeno. Vai, e de agora em diante

Permanecendo em silêncio. A situação era delicada E o Meigo Rabi da Galiléia sabia Que tinham Lhe armado uma cilada.

Não volte a pecar mais. E naquele momento Aquela senhora foi embora Aliviada de seu tormento.

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Lucidez universal Rogério Coelho - MG

“Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos.” - Jesus (João, 20:27) Os terríveis acontecimentos do hediondo drama do Calvário permaneciam ainda vivos e indeléveis nas mentes dos aterrorizados apóstolos do Cristo. Narra o “Discípulo Amado”1 que chegada a tarde daquele dia, o primeiro da semana após os tristes fatos do Gólgota, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, tinham-se ajuntado, chegou Jesus, e pôs-Se no meio deles e disselhes: “A paz esteja convosco!”. E dizendo isto, mostrou-lhes Suas mãos e o lado; de sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes pois Jesus outra vez: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”. Ora, Tomé não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe pois os outros discípulos: “Vimos o Senhor!” Mas ele disse-lhes: “Se não vir o sinal dos cravos em Suas mãos e não meter o dedo no lugar dos cravos, e não meter a minha mão no Seu lado, de maneira alguma o crerei”. E oito dias depois estavam outra vez os Seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-Se no meio, e disse: “A paz esteja convosco!”. Em seguida disse a Tomé: “Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado”. Ora, se Jesus não estava presente durante a conversa em que o céptico Tomé manifestou a incredulidade no Seu retorno, como Ele pôde dirigir-lhe a palavra como se já soubesse do diálogo anterior? Kardec2 explica: “[...] No Espírito há uma espécie de lucidez universal que se estende a tudo, que abrange simultaneamente o espaço, os tempos e as coisas, lucidez para a qual não há trevas, nem obstáculos materiais.”

Nos níveis superiores da evolução, todos nós teremos essa lucidez universal tal como existe em Jesus, e com ela poderemos ajuizar com isenção, imparcialidade e plena consciência acerca de tudo que nos venha cair sob as vistas. Foi graças à lucidez universal que Jesus pôde, por exemplo, vislumbrar todo o drama da pobre mulher flagrada em adultério e prestes a ser lapidada pela turbamulta ignara; Ele “viu” o longo e angustioso período em que o esposo a maltratara e negligenciara; “viu” o assédio envolvente do sedutor; “viu” sua longa, valente e pertinaz resistência que antecedeu à queda infeliz, podendo, assim, contabilizar as atenuantes da sua “débâcle” moral e, consequentemente, agir com eficiência e presteza em sua defesa. Em inúmeros outros episódios da vida do Mestre podemos observar o farto e útil uso que Ele fazia de Sua infalível e portentosa lucidez universal. Allan Kardec desenvolve ainda um aprofundado e substancioso estudo dessa lucidez quando trata dos fenômenos da “dupla vista” em “O Livro dos Espíritos”, a partir da questão 447 até a 455. Nós, os espiritistas, ainda estamos longe de compreender o quanto a abençoada Doutrina Espírita pode contribuir para o esclarecimento de toda a fenomenologia que vem desafiando os sábios através dos séculos, uma vez que ela e só ela pode oferecer o conhecimento inequívoco de todas as coisas, ao mesmo tempo que vem nos relembrar os incomparáveis ditos do Senhor dos Espíritos, nosso amado Mestre Jesus, que até hoje continua chamando os “Tomés” para as realidades transcendentais da vida.

João, 20:19-29. Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”, questão 247. 1

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Frases que merecem

meditação

Extraídas da obra “Conduta Espírita”, autoria de André Luiz e psicografia de Waldo Vieira. “A imprudência constrói o desajuste, o desajuste cria o extremismo e o extremismo gera a perturbação.” “Em injunção alguma, considerar ultrapassadas ou ridículas as práticas religiosas naturais do Espiritismo, como meditar, orar ou pregar.” “Mais vale um sentimento puro que centenas de manifestações exteriores.” “Em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade.” “Oferecer a tribuna doutrinária apenas a pessoas conhecidas dos irmãos dirigentes da Casa, para não acumpliciar-se, inadvertidamente, com pregações de princípios estranhos aos postulados espíritas.” “O retorno à condição de desencarnado significa retorno à consciência profunda.” “Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciência individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de votos ou solidariedade a partidos e candidatos.” “Fé espírita no clima da família, fonte do Espiritismo no campo social.” “Sabendo que todo sofrimento orgânico é uma prova espiritual, dentro das leis cármicas, jamais recear a dor, mas aceitá-la e compreendê-la com desassombro e conformação.” “A educação da alma é a alma da educação.”

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Tribuna Livre Pergunta: Como se dá a geração das doenças chamadas psicossomáticas? O bem tem poder de curálas? Resposta: As doenças psicossomáticas são aquelas que se originam nas perturbações da mente e se exteriorizam no corpo físico (soma). Quando alimentamos, sistematicamente, emoções doentias, impulsos desequilibrantes e intensamente negativos, geram-se ondas psíquicas de baixo teor vibratório que, em forma de descargas eletromagnéticas, vão atingir determinadas regiões orgânicas que estão mais diretamente associadas ao tipo de forma-pensamento que emitimos. Tomemos, por exemplo, as mentalizações diárias de desequilíbrio sexual. Elas vão paulatinamente atingindo as regiões sob a influência do centro genésico. Roubando-lhe as resistências e minando a saúde do respectivo conglomerado celular, cria-se campo propício para o aparecimento de doenças como o câncer, impotência, esterilidade, inflamações crônicas, tumores diversos, frigidez... Sentimentos destrutivos ope-

O ESPÍRITA responde ram a desarmonia do corpo físico, estabelecendo a gênese de males persistentes. A cura deve percorrer o caminho inverso. Assim como o exercício físico disciplina a ação muscular, propiciando vigor físico e aumentando a capacidade respiratória, é necessário que se proceda a ginástica espiritual, com exercícios diários no bem. Quando cremos, conscientes e firmes, no poder do pensamento positivo, já estamos nos medicando. A vitalidade psíquica eleva a qualidade das descargas energéticas que percorrem o universo orgânico, distribuindo mensagens de renovação celular, produzindo melhores condições de vida. Emmanuel, sempre sábio, diz: “A saúde é assim como a posição de uma residência que denuncia as condições do morador”. É preciso entender, no entanto, que não basta a ação maquinal no bem, é preciso sentir o prazer de se fazê-lo. Quando fazemos o bem sem sentir, há apenas o crédito de tê-lo feito; quando o sentimos, dáse a interiorização. Além do crédito, alteram-se nossas condições íntimas, proporcionando vibrações medicamentosas, que vão irrigar o nosso copo físico, contribuindo na cura dos males que nos afligem. Set/dezembro - 2009

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Pequeno roteiro de vigilância doutrinária -1-

Estude seriamente a Doutrina Espírita. Uma leitura indiferente das obras básicas do Espiritismo não lhe dará a fortaleza que nasce da convicção racional, a fim de manter um padrão de equilíbrio compatível com as necessidades evolutivas.

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Consulte frequentemente a Codificação Kardequiana. Nos livros fundamentais você encontrará os recursos para conduzi-lo com valor em todas as situações.

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Revise os ensinos espíritas insertos em “O Livro dos Espíritos” sempre que deseje firmeza doutrinária. O Espiritismo, para ser melhor entendido e aplicado, deve ser detidamente examinado.

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Alargue os horizontes doutrinários com a literatura mediúnica. No entanto, recorde os fundamentos Kardecistas para logicar e sentir com discernimento.

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Faça dos livros espíritas seus melhores conselheiros. Selecione, todavia, os autores, mantendo a diretriz do “bom senso” e a independência de exame que norteou o eminente Missionário Lionês.

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Em qualquer dúvida doutrinária, procure as fontes autênticas da Terceira Revelação. As mais preciosas opiniões guardam as idéias daqueles de quem procedem. Nas obras básicas da Doutrina você encontrará sempre as respostas dos espíritos sábios e as ponderadas elucidações do Eminente Coligidor. 18 Set/dezembro - 2009


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Medite cada questão apresentada na Codificação e completea com o estudo das obras respeitáveis com que os espíritos de luz têm enriquecido a Terra, na atualidade. Um curso de Espiritismo não pode ser improvisado.

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Receba com cuidado as conclusões de pesquisadores apressados em matéria doutrinária e não se deixe seduzir pelas revelações do mundo espiritual. Zele pelo Espiritismo não propagando informes sem comprovação. Allan Kardec continua atual e irrepreensível. Recorde a austeridade e o discernimento com que ele examinava as informações que procediam de todo lugar.

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Não aceite as explicações simplistas sobre temas espíritas. Pesquise, sem cessar. O que hoje parece nebuloso, amanhã ressurgirá, após exame cuidadoso, com aspecto novo e claro. Por isso estude as obras do Codificador com espírito de indagação e sede de esclarecimento.

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Viva, cada dia, como um verdadeiro espírita, sendo hoje melhor que ontem e amanhã mais cristão do que hoje, porque o verdadeiro espírita, como esclarece Allan Kardec, é um verdadeiro cristão. Assim fazendo, você descobrirá que o Espiritismo que lhe aquece a vida é sol de abençoada luz, clareando-o por dentro.

Autor: Leopoldo Cirne (ex-presidente da FEB) Médium: Chico Xavier Set/dezembro - 2009

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Curiosidades doutrinárias A ideia de Paulo de Tarso escrever as epístolas surgiu na cidade de Corinto, na antiga Grécia, diante das volumosas solicitações que vinham de todas as partes. Diz-nos Emmanuel, em “Paulo e Estevão”, que o apóstolo orou profundamente e ouviu uma voz: “Não temas, prossegue ensinando a verdade e não te cales, porque estou contigo”. Mais adiante, o próprio Senhor prossegue: “Poderás resolver o problema escrevendo a todos em meu nome”. No auge das chamadas pinturas mediúnicas, perguntaram ao Chico Xavier se as pinturas eram válidas e as assinaturas autênticas. O médium exemplar respondeu: “É preciso ouvir os técnicos da arte da pintura. O parecer deles vale muito”. Ou seja, devemos colocar a razão acima do entusiasmo dos encantos e da vaidade dos “pintores”. Em 1937, com apenas 27 anos de idade, Chico Xavier psicografou mensagens em Braille, para dona Júlia de Amorim, que foi publicada na revista REFORMADOR, da FEB, em junho de 1938. A autora da mensagem, Engrácia Ferreira, pioneira da linguagem Braille no Brasil, escreveu, no final da mensagem, o alfabeto idealizado por Louis Braille, professor francês (1809 – 1852), facilitando a leitura do texto. Em sua obra “A Anti-História das Mensagens Co-Piadas”, o consagrado 20 Set/dezembro - 2009

jornalista e escritor espírita Luciano dos Anjos afirma que André Luiz foi o médico Faustino Monteiro Esposel. A afirmação veio dos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira, que psicografaram textos do lúcido autor espiritual. Segundo Luciano dos Anjos, Chico Xavier pedira segredo, até que surgisse o momento oportuno, o que ocorreu em 1º de julho de 2005, por meio da internet, caindo no domínio público. Faustino Monteiro Esposel (foto) viveu no Rio de Janeiro (1888-1931). Os demais dados a respeito do Dr. Esposel são coincidentes com as revelações feitas por André Luiz na obra “Nosso Lar”. Efigênio S. Vitor, um dos mais notáveis trabalhadores do Espiritismo em Minas Gerais, após a morte, retornou, pelas mãos de Chico Xavier, para nos advertir dizendo: “Para o espírita a surpresa da desencarnação pode ser muito grande, porque além-túmulo continuamos nas criações mentais que nos inspiravam a existência no mundo”. Está no livro “Instruções Psicofônicas”, capítulo 31. A revista ÉPOCA, de 15 de junho de 2009, publica o resultado de interessante pesquisa, conforme se constata na matéria “Deus é pop”, a respeito dos jovens brasileiros. 67% dos jovens entrevistados creem na reencarnação e 79% na importância da oração.


Notícias comentadas Perguntas que a ciência não consegue responder

Quando a vida começa? A polêmica sobre a questão é tão intensa que até hoje a ciência não conseguiu chegar a uma única resposta. São diversas as teses a respeito do exato momento em que se inicia a vida humana. [...] As mais aceitas – e discutidas – pela comunidade científica afirmam que a vida começa com a fecundação (entre 12 e 48 horas após); com o início da atividade cardíaca (por volta da quarta semana); com a formação do sistema nervoso central (na quinta semana); com o início da atividade cerebral (oitava semana); com a nidação (próxima aos 50 dias); com o surgimento do feto (nona semana de gestação). ISTO É de 2/12/2009. Na questão n.º 344, de “O Livro dos Espíritos”, foi indagado aos espíritos superiores: “Em que momento a alma se une ao corpo?” A resposta foi simples e direta: “A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para Representação do mohabitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, mento da fecundação que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus”. A vida biológica começa com a fecundação, momento em que também se inicia a encarnação — a ligação do perispírito com o corpo. Os vários estágios, conforme a ciência já o explica, apenas assinalam que o corpo vai se formando aos poucos até alcançar a conformação do feto. A ligação do perispírito com o corpo em formação também acompanha esse desenvolvimento. Mas é no nascimento, com a primeira respiração, que passamos a ser contados como espíritos encarnados. E a vida humana, desde a fecundação, tem o seu valor reconhecido pela Doutrina. Por isso a advertência contida na resposta à questão n.º 358 da supracitada obra: “Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação? Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando”. Set/dezembro - 2009

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A alma existe? Em 1907, o médico americano Duncan MacDougall não apenas concluiu sobre a existência da alma como afirmou que ela tem peso específico: 21 gramas, diferença do peso do corpo no momento exato da morte. Mas grande parte da comunidade científica internacional não aceita como verdadeiras essas conclusões. Para o neurologista Gilberto Fernando Xavier, a “alma nada mais é do que os bilhões de neurônios do cérebro alimentados pela formação cultural e toda sorte de informação que um indivíduo recebe durante a vida”. ISTO É de 2/12/2009. Para nós que estudamos a Doutrina Espírita; para os espiritualistas; para a maioria das religiões e um número crescente de cientistas, com respaldo nos registros de EQM (Experiência de Quase Morte), formamos uma compreensão diametralmente oposta aos que pensam que a alma é o próprio cérebro: ela pré-existe ao nascimento do corpo; existe no corpo e sobreexiste à sua morte. E a alma de que estamos falando é aquela da questão n.º 134 de “O Livro dos Espíritos”: “Que é a alma? Um Espírito encarnado. a) - Que era a alma antes de se unir ao corpo? Espírito. b) - As almas e os Espíritos são, portanto, idênticos, a mesma coisa? Sim, as almas não são senão os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente revestem um invólucro carnal para se purificarem e esclarecerem”. E mais, espíritos criados por Deus, conforme resposta à questão n.º 81 de “O Livro dos Espíritos”: “Deus os cria, como a todas as outras criaturas, pela Sua vontade. Mas, repito ainda uma vez, a origem deles é mistério”. O mistério é da origem e não da existência.

Respostas

Verificação de conhecimentos doutrinários - Páginas 12 e 13 Q.1 - a parentela espiritual. Q.2 - José, seu pai, descendia de Davi Q.3 - Ismael Q.4 - fluido universal de cada globo. Q.5 - Allan Kardec. Q.6 - espíritos puros, bons e imperfeitos. Q.7 - A Gênese Q.8 - Joanna de Ângelis. Q.9 - Paulo 22 Set/dezembro - 2009


Carta ao atual e futuro ASSINANTE MANTENEDOR Querido(a) irmão(ã), A revista O ESPÍRITA, fundada em 3 de outubro de 1978, jamais deixou de circular em seus 31 anos de existência. Sempre com muito sacrifício, levou para todo o Brasil a mensagem consoladora do Espiritismo Cristão, com a pureza e a beleza propostas por nossos benfeitores sob a égide de Jesus Cristo. Cabe colocar, que muitas casas espíritas carentes, mormente no interior, onde há enorme falta de material de divulgação, estão recebendo gratuitamente O ESPÍRITA. Por esta razão, solicitamos à sua nobre consciência, que contribua anualmente com um valor sugerido de R$ 15,00 (quinze reais), ou mediante colaboração espontânea acima deste valor, para que possamos custear as três edições da revista (abril/ agosto/dezembro), as postagens dos exemplares que serão remetidos em seu nome e a distribuição gratuita para centenas de instituições espíritas. Ao enviar sua parcela de contribuição, você estará viabilizando a continuação deste trabalho e apoiando os redatores, que lutam com denodo para manterem erguida a bandeira da Nova Fé, e que arcam com os custos desta produção, sem nada receberem pelos serviços prestados. Que não nos falte a sensibilidade espiritualizada, entendendo que a luta pela vitória do bem é da responsabilidade de todos.

Contribua com a divulgação da Doutrina Espírita. Preencha o formulário no verso. Set/dezembro - 2009

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Formulário de adesão Assinale a opção desejada:

R$ 15,00 - Valor da colaboração anual. R$ ................ - Valor da colaboração espontânea. Assinale a opção de pagamento:

Depósito bancário na conta 431.430-1, ag. 1003-0, Banco do Brasil.

(Favor anexar cópia do comprovante de pagamento.)

Cheque nominal ao Centro Espírita Fonte de Esperança. Nome: Endereço: Complemento: Bairro: Cidade: CEP: E-mail:

Estado: Tel:

Assinatura anual - Periodicidade quadrimestral

ce e Centro Espírita

Fonte de Esperança

24 Set/dezembro - 2009

CLRN 205 Bl. C Loja 24-Asa Norte-Brasília/DF Cep: 70.843-530 Site: www.oespirita.com.br E-mail: oespirita@oespirita.com.br Caixa postal 6227, CEP 70740-971, Brasília/DF

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Revista


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