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PARÓQUIA SÃO JOÃO EVANGELISTA REALIZA O XIV CERCO DE JERICÓ E neste domingo (25/08) a Comunidade Evangelista e visitantes se reuniram para celebrarem o Encerramento do XIV Cerco de Jericó. Com o tema: Venha a nós o Teu Reino e lema: Seja Feita a Tua Vontade (Mateus 6:10) o Cerco de Jericó reacendeu as chamas da Fé a a devoção à Eucaristia em muitos corações paroquianos. E que as palavras do Padre Saint Clair na celebração de encerramento de que a participação ativa da comunidade durante essa semana de orações não se esfrie a espera do próximo Cer-

co de Jericó, mas que possa ter nos transformado para assumirmos de fato a nossa missão e compromisso com a comunidade. Agradecemos a Deus por mais essa semana abençoada. A cada irmão e irmã que atendeu ao convite de Deus e foi ao seu encontro na Eucaristia. E que estejamos sempre atentos e dispostos a O adorá-lo e amá-lo na Eucaristia e na pessoa do nosso próximo. Deus nos proteja! Amém. Adenil Borges da Silva – Dedé Paróquia São João Evangelista

Juventude se prepara para acolher o DNJ em Divinolândia de Minas A paróquia Nossa Senhora da Glória, em Divinolândia de Minas, promoveu na tarde do sábado, 6, um animado encontro com os membros do Grupo de Jovens Renovados para Amar e os jovens que se preparam para receber o Sacramento da Crisma. Num clima de alegria, cerca de 120 jovens se encontraram no salão paroquial para renovar as motivações e planejar as atividades em torno da realização do Dia Nacional da Juventude, no próximo dia 19 de outubro. O encontro teve início com uma acolhida calorosa aos participantes com músicas de entrosamento e louvor. Em seguida foi realizado um momento de oração coordenado pelo seminarista André, a partir da iluminação bíblica de Dt 8. Em sua partilha, André destacou a presença amorosa de Deus em todos os momentos da história humana e a importância de se ter um coração jovem

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FOLHA

IOCESANA INFORMATIVO DA DIOCESE DE GUANHÃES | MG | ANO XVIII | Nº 219 | Setembro de 2014

Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração (Jer 3, 15).

cheio gratidão a Deus pelas bênçãos de cada dia. Após a oração inicial, André ainda direcionou os participantes para escolhas de coordenadores das equipes de trabalhos tendo em vista a realização do DNJ. Foram indicados coordenadores para as equipes de acolhida, alimentação, liturgia, ornamentação e limpeza. Os demais participantes serão indicados para se juntarem aos coordenadores dessas equipes, trabalhando para que DNJ seja celebrado de forma bem animada e organizada. A juventude contará com o apoio e orientações do padre José Martins, administrador paroquial, e do seminarista André, que faz estágio pastoral. Realizados esses encaminhamentos, o encontro seguiu com muita animação e louvor, encerrando-se com um lanche de confraternização. Nos dias atuais, é impossível não perceber a importância e a centralidade que os meios de comunicação conquistaram em nossa sociedade, sobretudo quando associados à comunicação entre a juventude e aos demais de suas realidades. "E com a afirmação do Papa Francisco de que 'o melhor instrumento para evangelizar o jovem é outro jovem' a juventude da Diocese de Guanhães dispõe de um novo canal de comunicação e diálogo.

O #Programa Nova Geração vai ao ar aos sábados às 15:00 horas na Rádio Vida Nova Fm 91,5 Mhz ou pela internet em www.vidanovafm.com.br. #Programa Nova Geração. Um canal de comunicação com a juventude. Curta e acompanhe a nossa página no facebook e nos dê sua opinião e sugestão! Pastoral da Juventude Diocese de Guanhães/MG

O novo site da Diocese de Guanhães já está na net www.diocesedeguanhaes.com.br Faça-nos uma visita! Divulguem!

Padre Salomão

Padre Ivani

Padre José Geraldo

“Basta-te a minha graça”

“Em atenção a tua “Sim, Pai, porque assim palavra, lançarei as redes” foi do teu agrado”

(2Cor 12,9)

( Lc 5,5 )

(Mt 11,26) | PÁGINAS 4 E 5 |

“A ignorância das Escrituras é ignorância

“O que fostes ver em Santa Maria

de Cristo.”

do Suaçuí?”

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“O silêncio e a omissão também são responsáveis | 5| pela deterioração PÁGINA

da democracia” | PÁGINA 8 |


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Editorial

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Em setembro a esperança se refaz

DAREDAÇÃO Aniversário de Falecimento do Servo de Deus Cônego Lafayette da Costa Coelho Vem ai o 53º Aniversário de Falecimento do Servo de Deus Cônego Lafayette da Costa Coelho, de 12 á 21 de setembro, com novenas e missas no Santuário São Miguel em Santa Maria Do Suaçuí, Minas Gerais. Venha participar da Missa do Cônego Lafayette. Organize sua caravana.

Calendário Diocesano

A igreja no Brasil, no mês de setembro, chama a atenção para a Sagrada Escritura, já que sempre veneramos as divinas Escrituras como veneramos o próprio Corpo do Senhor (Dei Verbum, 21). Aliás, a 48ª Assembleia dos Bispos (Assembleia Geral em Brasília de 2010) lança o apelo “para que, em nossas dioceses, paróquias e comunidades, se ofereça e se facilite o acesso à Bíblia, ao estudo bíblico e à vivência da mensagem revelada”. Os Roteiros para grupos de reflexão buscam atender este apelo, juntamente com sua equipe formada e a Pascom. No mês da primavera nossa Igreja particular tem a alegria de saudar três novos padres para o serviço do povo de Deus. Depois de um longo período de estudos, alegrias e sofrimento, esses neossacerdotes são enviados para a messe do Senhor como operários que irradiam vitalidade e ânimo de quem muito esperou. Poderemos conhecer um pouco mais do percurso de cada um através da entrevista. Eles – os neossacerdotes – serão líderes nas comunidades eclesiais. No entanto, não se lidera por meio de terceiros; da mesma forma, não se lidera estando mentalmente e espiritualmente afastado do público alvo da mensagem. Esta é a proposta do texto “Liderança e Comunicação” do jornalista Juliano Nunes. Lembrando que estamos num período de escolha dos líderes políticos em nosso país. Celebramos ainda o dia do padroeiro de nossa Diocese, São Miguel Arcanjo, e também o 53º aniversário de falecimento do Cônego Lafayette. Que São Miguel nos defenda nas nossas labutas e que o Cônego, com fama de santo, seja modelo e exemplo para os nossos novos padres. Boa leitura.

SETEMBRO 07 Grito dos Excluídos 9 Coordenação de Pastoral (14hs.) 9 Colégio dos Consultores (9hs.) 9 PASCOM 12 a 14 Assembléia eletiva - da Pastoral da Criança 13 a 14 Pastoral da Juventude 13 Escola de Teologia: Mariologia (Pe. Valter) 13-21 Novena e Festa do Servo de Deus Cônego Lafayette em Santa Maria do Suaçuí 13 CRB em Carmésia 18 a 20 Tríduo Servo de Deus Côn. Lafayette em todas as Paróquias da Diocese 23 Reunião dos Padres 29 às 10hs. Missa com todos os padres na festa do padroeiro da Diocese e almoço na Paróquia São Miguel

expediente

OUTUBRO 5 Eleições para Presidente 18 e 19 Espiritualidade da RCC 12 Jubileu de N. S. Aparecida em Divinolândia 12 Presença da Equipe Causa do Côn. Divinolândia 14 PASCOM 18 Escola Teologia: Escatologia (Pe. Wanderlei Fonseca) 18 Encontro Diocesano da P. Carcerária em Guanhães 19 DNJ em Divinolândia 21 a 23 Atualização dos Agentes (De 9 às 12hs.) Tema: Revitalização das Paróquias em Guanhães 25 Encontro da Pastoral da Saúde na Área S. Maria 27 Encontro de convivência mensal dos padres em Joanésia e Encontro dos padres de 0 a 10 anos após as 14hs. 28 e 29 de Outubro: Encontro com a dinâmica do “eneagrama” com o Diácono Ruy de Juiz de Fora.

Conselho Editorial: Padre Adão Soares de Souza, padre Saint-Clair Ferreira Filho, Taisson dos Santos Bicalho Revisão: Mariza da Consolação Pimenta Dupim Jornalista Responsável: Luiz Eduardo Braga - SJPMG 3883 Endereço para correspondência: Rua Amável Nunes, 55 - Centro Guanhães-MG - CEP: 39740-000 Fone:(33) 3421-3331 folhadiocesana@gmail.com

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A FOLHA DIOCESANA PRECISA DE VOCÊ

COMEMORAÇÃO - SETEMBRO DE 2014 Padres, religiosas, consagradas e seminaristas da diocese de Guanhães Lista dos Aniversários do Clero da Diocese de Guanhães 01 Pe. Mário Gomes da Silva Pe. João Carlos Sousa 06 08 Dom Marcello Romano 16 Dom Marcello Romano 22 Dom José Maria Pires 24 Pe. José de Brito Filho 27 Pe. Elair Sales Diniz

Nascimento Nascimento Ordenação Episcopal Posse Canônica Araçuaí Ordenação Episcopal Nascimento Nascimento

Lista dos Aniversários das Religiosas e Consagradas da Diocese de Guanhães 02 Ir. Regina Vieira (Conc. M. Dentro – Clarissa Franciscana) Nascimento 07 Maria Raquel M. Duarte (Guanhães – Coop. Família) Nascimento 19 Gracíula Gonzaga (Guanhães – Coop. Família) Nascimento

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A devoção a São Miguel e Almas A Sagrada Escritura indica a existência de seres denominados “anjos”. Alguns trechos fazem menção ao Arcanjo Miguel, conforme podemos constatar (Dn 12, 1-3; Is 28, 17; Jó 31, 6-7; Ex 23, 20-21; Ap 12, 78). Dos trechos encontrados, o mais importante, sem dúvida, é a luta de Miguel e seus anjos contra o Lúcifer (Ap 12, 7-8), perpetuado na tradição iconográfica (imagens) de São Miguel. Conforme podemos conferir no texto bíblico, Lúcifer tentou se equiparar a Deus e, reprimido por Miguel, foi banido do céu e condenado à escuridão das profundezas dos abismos (Ap 20, 1-3). O nome Miguel vem do hebraico Mi-câ-el, em latim Quis ut Deus, que quer dizer: Quem (é) como Deus. Faz referência ao livro do Êxodo 23,20-21. É por isso que no escudo encontramos a inscrição Quis ut Deus ou então, apenas as iniciais “Q”, “U”, “D”. A balança na mão do anjo é o que difere a imagem – ou título – de “São Miguel Arcanjo” do “São Miguel e Almas” e refere-se ao “julgamento das almas”. Conforme o contexto da época era ali (na balança) que se avaliavam as almas justas e pecadoras e se comparava o peso dos atos e das obrigações: “pese-me Deus em sua balança justa, e conhecerá a minha simplicidade” (cf. Jó 31,6). Esta função, de avaliar as almas, cabia a São Miguel (veja na figura disposta) já que, conforme

CNBB: eleições 2014 A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal para o Laicato, lançou a cartilha Seu voto tem consequências: Um novo mundo, uma nova sociedade. O documento pretende servir de instrumento aos eleitores na hora da escolha de um candidato para as próximas eleições no Brasil, marcadas para outubro. Dom Severino Clasen, presidente da Comissão e bispo de Caçador (SC), ressalta o protagonismo do leigo nesta iniciativa, que também é inspirada na

as escrituras, ele é tido como príncipe e defensor dos povos e ainda aquele soldado que luta contra o Anticristo (Dn 10, 13 e 21; Dn 12, 1; Ap 20, 1-3, Ex 23, 2021). A devoção a “São Miguel e Almas”, em Minas Gerais, se refere a um período onde a evangelização não acontecia através de missionários (da Santa Sé ou do Padroado), então os leigos reagem com as práticas religiosas e a organização no âmbito laical, atuando de forma inovadora – na Terra de Santa Cruz – através da atividade religiosa popular. A religiosidade popular nós a entendemos a partir das Associações de Leigos (irmandade, confrarias) como tentativa de manter a fé na ausência dos padres. Além de terem sido a primeira forma de evangelização em terras mineiras e caracterizado pelo inédito protagonismo do leigo, sua importância se dá ainda por terem sido um espaço de se estar em comunidade. Tinham, também, uma função social, pois era um

exortação apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco. “Devemos ser sal da terra também nessas realidades, na construção de um mundo novo”, exorta. Elaborada pelo Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara, a cartilha é dividida em três partes: ver, julgar e agir. Na primeira parte, são tratadas as questões enfrentadas na política nacional, lembrando as manifestações ocorridas no ano passado durante e após a realização da Copa das Confederações. Na segunda parte, a cartilha dá des-

ambiente de solidariedade onde seus membros se ajudavam mutuamente e, mais importante para os fiéis da época, tinha um enterro digno. Construíam suas próprias igrejas e mantinham cemitério próprio. Esta devoção – a São Miguel e Almas – está ligada à prática das “obras de misericórdia corporal” de enterrar os mortos, e “espiritual” de rezar a Deus por vivos e defuntos, conforme o Catecismo de São Pio X (Capítulo IV. “Das obras de misericórdia”). Geralmente era os pobres, a maioria negra e parda, quem necessitava do socorro das confrarias para enterros. Conforme o livro dos Macabeus “É um santo e salutar pensamento este de orar pelos mortos” (Cf. 2Mc 12,42-45) – prática esta que foi muito estimulada pelas confrarias de São Miguel e Almas – e aos que “estão se purificando” é louvável oferecer sufrágios (Cf. Lumen Gentium ,50). Oração a São Miguel: São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém. São Miguel Arcanjo, defendei-nos.

taque à desigualdade social e à particular situação de tomada de decisões no país, que pode acarretar uma reforma do sistema político brasileiro. Já na última parte, são traçados caminhos de responsabilidade social e cristã no meio público. Esta iniciativa da Conferência não é nova. Nas eleições municipais de 2012, 70 mil cartilhas foram distribuídas para as (arqui)dioceses de todo o Brasil. Trechos da mensagem “Pensando o Brasil”: “O eleitor consciente deve conhecer o passado de seu candidato e averiguar se o discurso e a prática por ele apresentados se conformam aos valores da

ética e do bem comum”. “É preciso também exercer a missão profética de todo cristão e manter uma atitude de fiscalização e vigilância. Diante de irregularidades, é necessário denunciar. O silencio e a omissão também são responsáveis pela deterioração da democracia”. “É indispensável o acompanhamento dos candidatos eleitos e o engajamento em prol de uma efetiva reforma política. A fé não pode ser vivida isoladamente, mas em comunidade e no exercício da caridade, de modo que não sobre na mesa de poucos aquilo que falta na mesa de muitos”. Fonte: http://www.zenit.org/


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Fé & Política

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ARTIGOS

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não se lidera por meio de terceiros, da mesma forma, não se lidera estando mentalmente e espiritualmente afastado do público alvo da mensagem.

Juliano Nunes Jornalista -nunesjuliano@outlook.com

LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO A comunicação eficiente é uma das ferramentas mais importantes para qualquer liderança. Ela deve ser direta, clara e objetiva. Não temos tempo para rodeios; mensagens obscuras não transmitem conteúdo; o excesso de informações impossibilita o receptor de chegar ao entendimento, finalidade do ato de comunicar. Em tempos de internet – chegando mais longe – e informações na palma da mão, a um toque, fica uma dúvida, aparentemente contraditória: está havendo comunicação eficiente? Estamos nos beneficiando da enxurrada de notícias exibidas no celular, PC, rádio, jornais

e TV? Economia, política, cultura, esportes, cotidiano, policial; o volume aumenta em quantidade e velocidade, contudo não em qualidade. A liderança ganha importância, entretanto, se afasta das pessoas e as conversas olho no olho ficam raras. Não se lidera por meio de terceiros, da mesma forma, não se lidera estando mentalmente e espiritualmente afastado do público alvo da mensagem. O líder não deve desprezar os meios de comunicação, contudo, não os pode priorizar ou se res-

tringir a eles. Imaginemos pais ausentes da vida em família, comunicando-se virtualmente; pensemos em um pastor presente na vida de sua comunidade apenas na rádio, na internet ou na TV; um empresário, isolado em sua sala, que ordena aos colaboradores por meio dos gerentes e supervisores (estes não são meros “garotos de recados”). O celular pode até transmitir mensagens de amor e união, toda-

via, ele não substitui o calor humano, a força do abraço, a energia da união. Muitos anos atrás, as gerações e a Igreja não conviveram com a tecnologia; até pouco tempo atrás, as famílias e as comunidades não tinham acesso ao aparato eletrônico tal qual o conhecemos hoje, nem por isso havia tanta desunião e transtornos como agora. Os pais não concorriam com a TV e as redes sociais na convivência com os filhos; os padres eram próximos às famílias; as grandes empresas, geradoras de emprego e bons produtos, passaram a usar computadores há cerca de 20 anos. Nós nos en-

tregamos demais às telas e ainda não percebemos que elas não têm braços. Precisamos voltar àquele tempo quando pais e filhos, sem TV, tinham prazer em se sentar para conversar ou, com TV, sabiam qual era o momento para dialogar e parar o aparelho. Estamos carentes de pastores atentos às nossas fraquezas, líderes espirituais firmes sim, porém, amigos, disponíveis, abertos. Queremos empresas onde, mesmo com crescimento – bem-vindo –, o proprietário ou sócio dialogue com os colaboradores, ainda que a organização tenha gerentes e supervisores.

53 anos de memória do Cônego Lafayette paróquia Santa Maria Eterna, em Santa Maria do Suaçuí, vai comemorar, dia 21 de setembro, o 53º aniversário de falecimento do Cônego Lafayette da Costa Coelho, que ali trabalhou durante 44 anos, de 1917 a 1961, deixando grande fama de santidade. A comemoração do primeiro aniversário de falecimento, em 1962, foi marcada com três missas: uma em Glucínio (Cristais), outra em Folha Larga, atual José Raydan, e a terceira na matriz de Santa Maria. Segundo o então pároco, padre João Motta, mais de seiscentas pessoas comungaram durante aquela missa. A cada ano era maior o número de pessoas participantes daquela eucaristia. A missa do 10º aniversário, em 1971, com a presença de milhares de fiéis, foi presidida por Dom Geraldo Sigaud, arcebispo de Diamantina. No ano seguinte, por iniciativa dos próprios paroquianos, com a aprovação do pároco, padre Luiz Barroso, houve um tríduo vocacional preparatório para a data festiva. Em 1994 já eram celebradas quatro missas: às, 5h, às 7h, às 10h e às 19h, sendo a terceira a mais concorrida de todas. Nesse ano começou também outra atividade festiva: uma cavalgada, em 10 de novembro, pa-

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ra comemorar o aniversário natalício do Cônego Lafayette. Desde 2002 o povo faz uma novena em louvor à Santíssima Trindade pela beatificação do Servo de Deus, o que perdura até hoje. Em 2009 foi concluída a primeira fase do processo de canonização que levará o Servo de Deus à honra dos altares. Ano após ano aumenta o número das

pessoas que vão a Santa Maria agradecer a Deus as bênçãos recebidas d’Ele por intermédio de seu Servo Cônego. Incontáveis padres e bispos já participaram da celebração; dentre eles Dom Geraldo Magela Reis, Dom José Pedro Costa, Dom Antônio Felippe da Cunha, Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, Dom Emanuel Messias de Oliveira, e o atual bispo de Guanhães, Dom

Jeremias Antônio de Jesus. Parafraseando o evangelho de Mateus (11, 7-15), podemos perguntar: “O que fostes ver em Santa Maria do Suaçuí? Um sacerdote que abençoa o povo? O que foram ver? Pessoas relatando milagres? Eis que a Escritura diz: Eis que envio o meu mensageiro à tua frente, ele vai preparar o caminho diante de ti”. O povo vai a Santa Maria para se enriquecer com o exemplo sincero de um humilde servidor do Evangelho; vai agradecer a Deus as graças conquistadas por intermédio de um sacerdote que viveu a grandeza cristã na simplicidade humana; e cada pessoa que participa da celebração sai contando aos demais as maravilhas que Deus realiza através de seus servos fiéis, esperando o dia memorável em que o Servo de Deus – Côn. Lafayette – conquistará a honra dos altares, com a declaração oficial da Igreja. Pe. Ismar Dias de Matos, biógrafo do Servo de Deus Cônego Lafayette.

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A ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo Antes do Concílio Vaticano II a Bíblia era tida como tão sagrada a ponto de ser inacessível, hoje está nas mãos da grande maioria dos cristãos; isto graças à constituição “Dei Verbum” que estimulou e tornou possível esta realidade. No entanto, para aqueles que tentam lê-la sem nenhuma orientação, a confusão é certa. O resultado é uma “leitura ao pé da letra”, com consequências desastrosas, visto que a Palavra de Deus está contida na Sagrada Escritura, mas revestida da cultura semita (cultura judaica). É preciso, ainda, considerar os estilos literários, com suas distintas chaves de interpretação, pois “A verdade é apresentada e expressa de maneiras bem diferentes nos textos de um modo ou outro históricos, ou proféticos, ou poéticos, bem como em outras modalidades de expressão. Ora, é preciso que o intérprete pesquise o sentido que, em determinadas circunstâncias, o hagiógrafo, conforme a situação de seu tempo e sua cultura, quis exprimir e exprimiu por meio de gêneros literários então em uso” (DV 12). A Bíblia é, portanto, veículo da Palavra de Deus. No entanto os textos bíblicos são frutos das suas respectivas épocas, histórias e contextos sociais e econômicos. Precisam ser interpretados a fim de que se tenha condição necessária para uma boa interpretação da mensagem. Seja qual for nos-

so conhecimento da Escritura, somos sempre questionados pelo texto. Do contrário, caímos no fundamentalismo. A leitura fundamentalista parte do princípio de que a Bíblia, sendo Palavra de Deus inspirada é isenta de erro, deve ser lida e interpretada literalmente em todos os seus detalhes. Ela se opõe à utilização de qualquer método para a interpretação da Escritura. Esse tipo de leitura faz com que a Bíblia deixe de ser “veículo” da Palavra de Deus e passa a ser instrumento supersticioso. Ao buscarmos a palavra de Deus na Bíblia precisamos entender que “A Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo Espírito com que foi escrita” (DV,12); ou seja: o mesmo Espírito que inspirou os livros santos deve iluminar os que, docilmente e com espírito de fé, se dedicam a interpretá-los. A interpretação deve ser feita a partir da fé e não contra a fé. E assim fazer a experiência do profeta que diz: “Quando encontrei tuas palavras, alimentei-me; elas se tornaram para mim uma delícia e a alegria do coração” (Jr 15,16). Uma das formas mais apropriadas para se ter contato com a Palavra de Deus é a prática da Lectio Divina. Essa “leitura orante da Bíblia” foi exortada pelos Padres da Igreja e tem sido cultivada através dos séculos no coração da vida monástica. Atualmente se redescobriu, com grande entusiasmo entre os leigos, fruto do movimento bíblico e do Concilio Vaticano II. A partir da exortação apostólica Dei Verbum (n 25) reconheceu vivamente esta prática e, desde então, os documentos da Igreja não têm deixado de recomendá-lo. A Lectio Divina é, basicamente, o exercício dum coração disposto ao encontro com Deus através da Sagrada Escritura. É um exercício de leitura, mas é tam-

bém uma oração. Seus frutos não vêm tanto pelo acúmulo de saber sobre a Bíblia, mas da audição da voz de Jesus que, depois da sua morte e ressurreição, se realiza, se dá de forma semelhante à dos discípulos de Emaús: “E, então, abriu suas inteligências para que compreendessem as Escrituras”( Lc. 24, 45). Este método de leitura da Sagrada Escritura realiza-se através de passos bem definidos, que podem se expressar didaticamente não só para compreendê-los melhor, mas também para praticá-los e ensiná-los. Foi o monge Guigo, em aproximadamente 1150, quem propôs estes quatro passos: leitura, meditação, oração e contemplação. Percebemos, assim, a Lectio Divina como uma escada, onde cada etapa do processo é um degrau. O papa emérito Bento XVI, na Verbum Domini, nos propõe: Começa com a leitura (lectio) do texto, que suscita a interrogação sobre um autêntico conhecimento do seu conteúdo: o que diz o texto bíblico em si? Sem este momento, corre-se o risco que o texto se torne somente um pretexto para nunca ultrapassar os nossos pensamentos. Segue-se depois a meditação (meditatio), durante a qual nos perguntamos: que nos diz o texto bíblico? Aqui cada um, pessoalmente, mas também como realidade comunitária, deve deixarse sensibilizar e pôr em questão, porque não se trata de considerar palavras pronunciadas no passado, mas no presente. Sucessivamente chegase ao momento da oração (oratio), que supõe a pergunta: que dizemos ao Senhor, em resposta à sua Palavra? A oração enquanto pedido, intercessão, ação de

graças e louvor é o primeiro modo como a Palavra nos transforma. Finalmente, a lectio divina conclui-se com a contemplação (contemplatio), durante a qual assumimos como dom de Deus o seu próprio olhar, ao julgar a realidade, e interrogamonos: qual é a conversão da mente, do coração e da vida que o Senhor nos pede? – Para Bento XVI, a Lectio Divina tem suas consequências – Há que recordar ainda que a lectio divina não está concluída, na sua dinâmica, enquanto não chegar à ação (actio), que impele a existência do fiel a doar-se aos outros na caridade (VD, 87). A Bíblia é um livro complexo porque composto de vários textos contraditórios e uma leitura que não seja sistemática e crítica poderá levar o leitor a uma visão passiva da vida. Para compreender bem

um texto é preciso compreender o mundo do autor. Esse trabalho se chama exegese. Doutro modo caímos no fundamentalismo. Sendo assim é necessário buscar as fontes, retornar, compreendendo e superando ideologias até chegar à verdadeira intenção exercendo uma leitura espiritual da Bíblia iluminando a própria realidade. Conforme o apóstolo Paulo “A letra mata, o Espírito dá vida” (2 Cor 3,6). “Por isso é necessário prover também a uma preparação adequada dos sacerdotes e dos leigos, para poderem instruir o Povo de Deus na genuína abordagem das Escrituras”(VD 73). De modo que cultivem a oração e a meditação da Palavra de Deus e desenvolvam uma espiritualidade centrada na Palavra e encontrem nela motivações para vivência da fé. E assim superem o alerta de São Jerônimo: “a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo”. A Escritura é antes de tudo Palavra de Deus. Mas não uma palavra aprisionada no passado, mas sim palavra viva que se dirige ao homem de hoje. Bruno Costa Ribeiro


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ORDENAÇÕES

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“Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração”

5 (Jer 3, 15).

Três novos sacerdotes para a diocese de Guanhães om suas mãos ungidas, o sacerdote tem a missão de plasmar o mundo com o amor, graças a sua capacidade de doação, de criatividade, mas, sobretudo graças ao auxílio do Espírito Santo. Portanto, se a vida de oração definhar, então se corre o risco de cair no ativismo frenético do mundo, perdendo a orientação, a identidade. Deixa de ser “amigo” para ser um “servo”. Na verdade, não é o mundo que deve influenciar a vida do sacerdote, mas a vida do sacerdote é que deve influenciar a vida do mundo conduzindo a Deus. Isto porque a amizade com Jesus é amizade com os seus, de modo que só podemos ser amigos de Jesus na comunhão com Cristo inteiro. É Cristo, que através do sacerdote, vem ao mundo para transformá-lo. As palavras de Bento XVI nos ajudam, ainda, a entender o compromisso dos sacerdotes na vida da comunidade cristã “são duas as tarefas que definem a essência do ministério sacerdotal: em primeiro lugar o ‘estar diante do Senhor’” – afirma o santo padre – “uma vida na presença de Deus e com isto também um ministério em representação dos ou-

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Entrevista com neossacerdote Ivani Folha Diocesana: Como você se sentiu chamado e como se desenvolveu sua vocação? Padre Ivani: Acredito que só é possível ouvir o chamado de Deus a partir de uma resposta humana e solidária. Minha vocação foi desenvolvendo a partir da minha experiência de fé que não é virtude minha, mas dom de Deus. Folha Diocesana: Como sua família o ajudou a cultivar esta caminhada vocacional? Padre Ivani: O incentivo que sempre tive da minha família no desenvolvimento da vocação foi seu exemplo de fé e honestidade. Eles sempre respeitaram minha liberdade. Minha eterna gratidão. Folha Diocesana: O que guarda como lição de vida do tempo de seminário? Padre Ivani: Guardo no coração como lição de vida do tempo de seminário três dimensões que a equipe de formação sempre insistiu: Oração, trabalho e estudo. Folha Diocesana: Quais são os seus sonhos como sacerdote, em breve, na diocese de Guanhães? Padre Ivani: Como presbítero da Igreja na diocese de Guanhães, meu ideal é ser um sinal da graça de Deus na vida do povo de Deus a quem o bispo me confiar. Folha Diocesana: O que tem a dizer às pessoas que foram companheiras em sua caminhada vocacional, no seminário, em sua paróquia, nas comunidades por onde passou e nas experiências pastorais? Padre Ivani: Aos meus colegas e companheiros de curso, à equipe de formação do seminário, à diocese de Caratinga e Guanhães, minha paróquia de origem, meus familiares, deixo aqui registrada minha palavra de gratidão. Deus lhes pague. Folha Diocesana: Quais desafios acreditam que terá no exercício do ministério presbiteral? Padre Ivani: Os desafios são muitos, é impossível de enumerar. Acredito que os maiores desafios que podemos encontrar no exercício do ministério presbiteral talvez seja adaptar uma linguagem que possa provocar no mundo o encantamento pela pessoa de Jesus Cristo. Folha Diocesana: Fale sobre as esperanças que enchem seu coração neste tempo feliz de sua ordenação presbiteral. Padre Ivani: Estou muito feliz, está aproximando o grande dia da minha ordenação: momento único. Não estou chegando só, porque não comecei a caminhada sozinho, muitas pessoas conhecidas e não conhecidas estiveram junto comigo no caminho.Peço a Deus perseverança e fidelidade no ministério.E um tempo de deixar ser envolvido por Deus. Folha Diocesana: O que a Igreja pode esperar de você como sacerdote, aqui na diocese de Guanhães, para o seu crescimento pastoral? Padre Ivani: A Igreja pode contar com minha disponibilidade, com meu serviço. Na medida das minhas capacidades e possibilidades estarei junto fazendo caminho e construindo história. Folha Diocesana: Como se sente ao fazer parte do presbitério da Diocese de Guanhães? Padre Ivani: Sinto-me acolhido. No presbitério exige fraternidade, comunhão e ajuda mútua. Os padres da nossa diocese são marcados pelo trabalho quero somar com eles.

Entrevista com neossacerdote José Geraldo Folha Diocesana: Como você se sentiu chamado e como se desenvolveu sua vocação? Padre José Geraldo: Percebi algo diferente em mim quando estava com oito anos de idade e passei a me interessar mais pelo ambiente de igreja. Eu gostava de estar ali, mesmo sem saber explicar o porquê. Minha vocação se desenvolveu a partir da participação nas atividades da igreja e também vendo o zelo e o testemunho do padre Antônio Alves. Folha Diocesana: Como sua família o ajudou a cultivar sua caminhada vocacional? Padre José Geraldo: Primeiramente me apoiando e respeitando minha decisão. Somente a minha mãe no início não aceitava bem, pois queria que eu tivesse uma família. Mas com as orações de tantas pessoas e constantes conversas, ela e outras coisas foram se ajustando. Folha Diocesana: O que guarda como lição de vida do tempo de seminário? Padre José Geraldo: Sentia o esforço de grande parte para viver o lado comunitário e também os valores para o bem viver. Folha Diocesana: Quais são os seus sonhos como sacerdote, em breve, na diocese de Guanhães? Padre José Geraldo: Acho que uma resposta assim tão rápida, em pouco tempo de ordenado, é difícil de responder. Mas sonho ter um ministério frutuoso, onde eu possa ter prazer em minha resposta a Deus nas pessoas de meus irmãos e irmãs, em especial, os mais carentes espiritualmente. Folha Diocesana: O que tem a dizer às pessoas que foram companheiras em sua caminhada vocacional, no seminário, em sua paróquia, nas comunidades por onde passou e nas experiências pastorais? Padre José Geraldo: A estas pessoas digo: Que Deus os abençoe, pela força, incentivo, apoio e as tantas orações que a mim, neste período, chegaram. Tenho certeza que sem isso eu jamais teria chegado aonde cheguei. Folha Diocesana: Quais desafios e temores acredita que terá no exercício do ministério presbiteral? Padre José Geraldo: Ser presença viva de Deus às pessoas que precisarem de mim. Enfrentar as situações atuais que tentam sufocar a vida dos irmãos e irmãs... Folha Diocesana: Fale sobre as esperanças que enchem seu coração neste tempo feliz de sua ordenação presbiteral. Padre José Geraldo: Tenho procurado fortalecer minha esperança através das Palavras de Jesus, onde elas têm me confortado e amparado em situações em que cheguei ao meu limite e muitas das vezes pensei que não daria conta de dar tão precioso passo em minha vida. A Deus, eu agradeço e peço muitas forças para superar os medos e desafios que virão diante das minhas noites traiçoeiras. Folha Diocesana: O que a Igreja pode esperar de você como sacerdote, aqui na diocese de Guanhães, para o seu crescimento pastoral? Padre José Geraldo: Pode esperar de mim um bom empenho. O que eu puder fazer, apesar do cansaço e das fadigas para zelar pela missão da Igreja aqui na diocese de Guanhães, eu irei fazer. Pois amo a Igreja em que estou e com ela lutarei contra tudo que destrói a vida humana. Folha Diocesana: Como se sente ao fazer parte do presbitério da Diocese de Guanhães? Padre José Geraldo: Muita alegria por saber que estou sendo acolhido nesta família. Aos meus irmãos presbíteros, desejo de fato ser irmão e companheiro nos momentos em que teremos que enfrentar juntos situações desafiadoras.

Entrevista com neossacerdote Salomão Folha Diocesana: Como você se sentiu chamado e como se desenvolveu sua vocação ? Padre Salomão: Penso que Deus foi muito "metodológico" ao me chamar; Seu chamamento foi devagarzinho, e quando eu percebi já tinha dito o meu SIM. Acredito que fui dando a resposta a esse chamamento dentro da comunidade, onde a vocação se desenvolveu. O exemplo de vida de muitos leigos e das irmãs Clarissas-Franciscana, que moravam em minha cidade na época, foi fundamental para esse desenvolvimento. Folha Diocesana: Como sua família o ajudou a cultivar sua caminhada vocacional? Padre Salomão: Como bons mineiros que são, meus familiares sempre foram bem católicos. Minha mãe sempre com exemplos mais engajados na comunidade; meu pai sempre fiel ao terço e à missa aos domingos; minha irmã mais velha foi minha primeira catequista; os outros irmãos e parentes, com suas particularidades, também expressavam sua fé. Então penso que a maior ajuda que eles me deram foi os seus exemplos. Folha Diocesana: Como os trabalhos pastorais na paróquia de São José (Paulistas) neste tempo têm ajudado em sua preparação para o sacerdócio? Padre Salomão: Quando criança não me lembro de padre morando em nossa paróquia; os trabalhos pastorais eram desenvolvidos pelas irmãs e os leigos. A paróquia São José, em Paulistas, sempre teve leigos atuantes. O engajamento dos leigos coordenados pelas irmãs foi um grande incentivo para mim. O que o Documento de Aparecida nos pede hoje, eu acredito que em muito a paróquia de São José já realizava há muito tempo. Também me lembro muito bem do esforço que os padres, que vinham de outras cidades, tinham para não deixarem nossa paróquia sem missa e outros sacramentos. Foram grandes guerreiros! Desde 2007 voltamos a ter um padre residente, era o grande desejo do povo. Tudo isso contribuiu para que Paulistas se tornasse uma paróquia peculiar; pelos trabalhos pastorais transpirava-se amor e fé. Assim pude perceber que era isso mesmo que eu queria e quero. Folha Diocesana: O que guarda como lição de vida do tempo de seminário? Padre Salomão: Toda a vivência no seminário se torna lição: As amizades construídas, a vida de oração e estudos, as experiências na pastoral, a disciplina adquirida, as decepções sofridas, as angústias ... enfim, acredito que tudo que vivi lá me ajuda a ser e viver melhor hoje. E tenho certeza que sempre me ajudará a ser um padre mais conectado com a realidade, e assim desenvolver um trabalho pastoral mais adequado à vida do povo e do mundo atual. Folha Diocesana: Quais são os seus sonhos como sacerdote, em breve, na diocese de Guanhães? Padre Salomão: Meu sonho último é o Reino de Deus. E "meus sonhos como presbítero" é um meio para se chegar à concretização desse Reino inaugurado por Jesus. Estar na diocese de Guanhães é um grande presente que Deus me deu. Quero somar e ajudar no que for possível. Folha Diocesana: O que tem a dizer às pessoas que foram companheiras em sua caminhada vocacional, no seminário, em sua paróquia, nas comunidades por onde passou e nas experiências pastorais? Padre Salomão: Só tenho a agradecer. Sei que tudo que eu disser será aquém do agradecimento que merecem. Muitas pessoas sonharam comigo esse momento, investiram sonhos e incentivos; lágrimas e sorrisos; incontáveis e valiosas orações e preciosas ajudas materiais também. Acredito que minha ordenação não é só minha e sim de todos que, direta ou indiretamente, contribuíram durante todo esse período de preparação. Digo a todos que quero fazer de meu ministério meu maior ato de agradecimento a Deus, à Igreja e a todos. Folha Diocesana: Quais desafios e temores acredita que terá no exercício do ministério presbiteral? Padre Salomão: Desafios e temores são normais, mas com Deus eles se tornam menores, é o que penso. Meu maior medo e desafio é deixar de acreditar nisso. Folha Diocesana: Fale sobre as esperanças que enchem seu coração neste tempo feliz de sua ordenação presbiteral. Padre Salomão: Vi nossas comunidades paroquiais, e até mesmo diocesanas, se envolverem de forma tão bela em nossas ordenações (de nós três diáconos). Vi que coisas maravilhosas essas comunidades fizeram. Minha grande esperança é que consigamos canalizar toda essa energia de nossas comunidades para fortalecer ainda mais a nossa fé e realizar o que Jesus sempre nos propôs: um outro mundo possível. Folha Diocesana: O que a Igreja pode esperar de você como sacerdote, aqui na diocese de Guanhães, para o seu crescimento pastoral? Padre Salomão: A Igreja pode esperar uma pessoa que está de mente e coração abertos para acolher a suas orientações e disposto a trabalhar. Alguém que chega para somar sem preconceitos e ideias fixas. Um homem da Palavra, de palavra, e que veio para dar a Palavra. Folha Diocesana: Como se sente ao fazer parte do presbitério da Diocese de Guanhães? Padre Salomão: Sinto-me muito feliz por fazer parte de um presbitério tão abençoado, tão simples e tão trabalhador. Muitos que vi e vejo como ícones da evangelização desta nossa região agora me acolhem, e sei que é de coração. Tudo isso é motivo de grande alegria para mim.

tros” (BENTO XVI. Homilia de Quinta-feira Santa, 20 de Março de 2008). Dessa forma o sacerdote deve ser alguém que vigia, que mantém o mundo desperto para Deus. Deve ser alguém que está firme no compromisso pelo bem. Deve ocupar-se de Cristo, da sua palavra, da sua verdade, do seu amor. E também ocupar-se dos homens junto do Senhor que, por sua vez, se ocupa de todos nós junto do Pai. O sacerdote celebra levando sobre os ombros o povo que lhe é confiado. Na comunhão com Jesus Cristo, homens de paz, são chamados a opor-se à violência e a confiar no poder maior do amor. Acompanhemos as entrevistas com os neossacerdotes José Geraldo, Ivani e Salomão apresentando suas trajetórias, esperanças e desejos:


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Fé & Política

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ARTIGOS

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não se lidera por meio de terceiros, da mesma forma, não se lidera estando mentalmente e espiritualmente afastado do público alvo da mensagem.

Juliano Nunes Jornalista -nunesjuliano@outlook.com

LIDERANÇA E COMUNICAÇÃO A comunicação eficiente é uma das ferramentas mais importantes para qualquer liderança. Ela deve ser direta, clara e objetiva. Não temos tempo para rodeios; mensagens obscuras não transmitem conteúdo; o excesso de informações impossibilita o receptor de chegar ao entendimento, finalidade do ato de comunicar. Em tempos de internet – chegando mais longe – e informações na palma da mão, a um toque, fica uma dúvida, aparentemente contraditória: está havendo comunicação eficiente? Estamos nos beneficiando da enxurrada de notícias exibidas no celular, PC, rádio, jornais

e TV? Economia, política, cultura, esportes, cotidiano, policial; o volume aumenta em quantidade e velocidade, contudo não em qualidade. A liderança ganha importância, entretanto, se afasta das pessoas e as conversas olho no olho ficam raras. Não se lidera por meio de terceiros, da mesma forma, não se lidera estando mentalmente e espiritualmente afastado do público alvo da mensagem. O líder não deve desprezar os meios de comunicação, contudo, não os pode priorizar ou se res-

tringir a eles. Imaginemos pais ausentes da vida em família, comunicando-se virtualmente; pensemos em um pastor presente na vida de sua comunidade apenas na rádio, na internet ou na TV; um empresário, isolado em sua sala, que ordena aos colaboradores por meio dos gerentes e supervisores (estes não são meros “garotos de recados”). O celular pode até transmitir mensagens de amor e união, toda-

via, ele não substitui o calor humano, a força do abraço, a energia da união. Muitos anos atrás, as gerações e a Igreja não conviveram com a tecnologia; até pouco tempo atrás, as famílias e as comunidades não tinham acesso ao aparato eletrônico tal qual o conhecemos hoje, nem por isso havia tanta desunião e transtornos como agora. Os pais não concorriam com a TV e as redes sociais na convivência com os filhos; os padres eram próximos às famílias; as grandes empresas, geradoras de emprego e bons produtos, passaram a usar computadores há cerca de 20 anos. Nós nos en-

tregamos demais às telas e ainda não percebemos que elas não têm braços. Precisamos voltar àquele tempo quando pais e filhos, sem TV, tinham prazer em se sentar para conversar ou, com TV, sabiam qual era o momento para dialogar e parar o aparelho. Estamos carentes de pastores atentos às nossas fraquezas, líderes espirituais firmes sim, porém, amigos, disponíveis, abertos. Queremos empresas onde, mesmo com crescimento – bem-vindo –, o proprietário ou sócio dialogue com os colaboradores, ainda que a organização tenha gerentes e supervisores.

53 anos de memória do Cônego Lafayette paróquia Santa Maria Eterna, em Santa Maria do Suaçuí, vai comemorar, dia 21 de setembro, o 53º aniversário de falecimento do Cônego Lafayette da Costa Coelho, que ali trabalhou durante 44 anos, de 1917 a 1961, deixando grande fama de santidade. A comemoração do primeiro aniversário de falecimento, em 1962, foi marcada com três missas: uma em Glucínio (Cristais), outra em Folha Larga, atual José Raydan, e a terceira na matriz de Santa Maria. Segundo o então pároco, padre João Motta, mais de seiscentas pessoas comungaram durante aquela missa. A cada ano era maior o número de pessoas participantes daquela eucaristia. A missa do 10º aniversário, em 1971, com a presença de milhares de fiéis, foi presidida por Dom Geraldo Sigaud, arcebispo de Diamantina. No ano seguinte, por iniciativa dos próprios paroquianos, com a aprovação do pároco, padre Luiz Barroso, houve um tríduo vocacional preparatório para a data festiva. Em 1994 já eram celebradas quatro missas: às, 5h, às 7h, às 10h e às 19h, sendo a terceira a mais concorrida de todas. Nesse ano começou também outra atividade festiva: uma cavalgada, em 10 de novembro, pa-

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ra comemorar o aniversário natalício do Cônego Lafayette. Desde 2002 o povo faz uma novena em louvor à Santíssima Trindade pela beatificação do Servo de Deus, o que perdura até hoje. Em 2009 foi concluída a primeira fase do processo de canonização que levará o Servo de Deus à honra dos altares. Ano após ano aumenta o número das

pessoas que vão a Santa Maria agradecer a Deus as bênçãos recebidas d’Ele por intermédio de seu Servo Cônego. Incontáveis padres e bispos já participaram da celebração; dentre eles Dom Geraldo Magela Reis, Dom José Pedro Costa, Dom Antônio Felippe da Cunha, Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, Dom Emanuel Messias de Oliveira, e o atual bispo de Guanhães, Dom

Jeremias Antônio de Jesus. Parafraseando o evangelho de Mateus (11, 7-15), podemos perguntar: “O que fostes ver em Santa Maria do Suaçuí? Um sacerdote que abençoa o povo? O que foram ver? Pessoas relatando milagres? Eis que a Escritura diz: Eis que envio o meu mensageiro à tua frente, ele vai preparar o caminho diante de ti”. O povo vai a Santa Maria para se enriquecer com o exemplo sincero de um humilde servidor do Evangelho; vai agradecer a Deus as graças conquistadas por intermédio de um sacerdote que viveu a grandeza cristã na simplicidade humana; e cada pessoa que participa da celebração sai contando aos demais as maravilhas que Deus realiza através de seus servos fiéis, esperando o dia memorável em que o Servo de Deus – Côn. Lafayette – conquistará a honra dos altares, com a declaração oficial da Igreja. Pe. Ismar Dias de Matos, biógrafo do Servo de Deus Cônego Lafayette.

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A ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo Antes do Concílio Vaticano II a Bíblia era tida como tão sagrada a ponto de ser inacessível, hoje está nas mãos da grande maioria dos cristãos; isto graças à constituição “Dei Verbum” que estimulou e tornou possível esta realidade. No entanto, para aqueles que tentam lê-la sem nenhuma orientação, a confusão é certa. O resultado é uma “leitura ao pé da letra”, com consequências desastrosas, visto que a Palavra de Deus está contida na Sagrada Escritura, mas revestida da cultura semita (cultura judaica). É preciso, ainda, considerar os estilos literários, com suas distintas chaves de interpretação, pois “A verdade é apresentada e expressa de maneiras bem diferentes nos textos de um modo ou outro históricos, ou proféticos, ou poéticos, bem como em outras modalidades de expressão. Ora, é preciso que o intérprete pesquise o sentido que, em determinadas circunstâncias, o hagiógrafo, conforme a situação de seu tempo e sua cultura, quis exprimir e exprimiu por meio de gêneros literários então em uso” (DV 12). A Bíblia é, portanto, veículo da Palavra de Deus. No entanto os textos bíblicos são frutos das suas respectivas épocas, histórias e contextos sociais e econômicos. Precisam ser interpretados a fim de que se tenha condição necessária para uma boa interpretação da mensagem. Seja qual for nos-

so conhecimento da Escritura, somos sempre questionados pelo texto. Do contrário, caímos no fundamentalismo. A leitura fundamentalista parte do princípio de que a Bíblia, sendo Palavra de Deus inspirada é isenta de erro, deve ser lida e interpretada literalmente em todos os seus detalhes. Ela se opõe à utilização de qualquer método para a interpretação da Escritura. Esse tipo de leitura faz com que a Bíblia deixe de ser “veículo” da Palavra de Deus e passa a ser instrumento supersticioso. Ao buscarmos a palavra de Deus na Bíblia precisamos entender que “A Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo Espírito com que foi escrita” (DV,12); ou seja: o mesmo Espírito que inspirou os livros santos deve iluminar os que, docilmente e com espírito de fé, se dedicam a interpretá-los. A interpretação deve ser feita a partir da fé e não contra a fé. E assim fazer a experiência do profeta que diz: “Quando encontrei tuas palavras, alimentei-me; elas se tornaram para mim uma delícia e a alegria do coração” (Jr 15,16). Uma das formas mais apropriadas para se ter contato com a Palavra de Deus é a prática da Lectio Divina. Essa “leitura orante da Bíblia” foi exortada pelos Padres da Igreja e tem sido cultivada através dos séculos no coração da vida monástica. Atualmente se redescobriu, com grande entusiasmo entre os leigos, fruto do movimento bíblico e do Concilio Vaticano II. A partir da exortação apostólica Dei Verbum (n 25) reconheceu vivamente esta prática e, desde então, os documentos da Igreja não têm deixado de recomendá-lo. A Lectio Divina é, basicamente, o exercício dum coração disposto ao encontro com Deus através da Sagrada Escritura. É um exercício de leitura, mas é tam-

bém uma oração. Seus frutos não vêm tanto pelo acúmulo de saber sobre a Bíblia, mas da audição da voz de Jesus que, depois da sua morte e ressurreição, se realiza, se dá de forma semelhante à dos discípulos de Emaús: “E, então, abriu suas inteligências para que compreendessem as Escrituras”( Lc. 24, 45). Este método de leitura da Sagrada Escritura realiza-se através de passos bem definidos, que podem se expressar didaticamente não só para compreendê-los melhor, mas também para praticá-los e ensiná-los. Foi o monge Guigo, em aproximadamente 1150, quem propôs estes quatro passos: leitura, meditação, oração e contemplação. Percebemos, assim, a Lectio Divina como uma escada, onde cada etapa do processo é um degrau. O papa emérito Bento XVI, na Verbum Domini, nos propõe: Começa com a leitura (lectio) do texto, que suscita a interrogação sobre um autêntico conhecimento do seu conteúdo: o que diz o texto bíblico em si? Sem este momento, corre-se o risco que o texto se torne somente um pretexto para nunca ultrapassar os nossos pensamentos. Segue-se depois a meditação (meditatio), durante a qual nos perguntamos: que nos diz o texto bíblico? Aqui cada um, pessoalmente, mas também como realidade comunitária, deve deixarse sensibilizar e pôr em questão, porque não se trata de considerar palavras pronunciadas no passado, mas no presente. Sucessivamente chegase ao momento da oração (oratio), que supõe a pergunta: que dizemos ao Senhor, em resposta à sua Palavra? A oração enquanto pedido, intercessão, ação de

graças e louvor é o primeiro modo como a Palavra nos transforma. Finalmente, a lectio divina conclui-se com a contemplação (contemplatio), durante a qual assumimos como dom de Deus o seu próprio olhar, ao julgar a realidade, e interrogamonos: qual é a conversão da mente, do coração e da vida que o Senhor nos pede? – Para Bento XVI, a Lectio Divina tem suas consequências – Há que recordar ainda que a lectio divina não está concluída, na sua dinâmica, enquanto não chegar à ação (actio), que impele a existência do fiel a doar-se aos outros na caridade (VD, 87). A Bíblia é um livro complexo porque composto de vários textos contraditórios e uma leitura que não seja sistemática e crítica poderá levar o leitor a uma visão passiva da vida. Para compreender bem

um texto é preciso compreender o mundo do autor. Esse trabalho se chama exegese. Doutro modo caímos no fundamentalismo. Sendo assim é necessário buscar as fontes, retornar, compreendendo e superando ideologias até chegar à verdadeira intenção exercendo uma leitura espiritual da Bíblia iluminando a própria realidade. Conforme o apóstolo Paulo “A letra mata, o Espírito dá vida” (2 Cor 3,6). “Por isso é necessário prover também a uma preparação adequada dos sacerdotes e dos leigos, para poderem instruir o Povo de Deus na genuína abordagem das Escrituras”(VD 73). De modo que cultivem a oração e a meditação da Palavra de Deus e desenvolvam uma espiritualidade centrada na Palavra e encontrem nela motivações para vivência da fé. E assim superem o alerta de São Jerônimo: “a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo”. A Escritura é antes de tudo Palavra de Deus. Mas não uma palavra aprisionada no passado, mas sim palavra viva que se dirige ao homem de hoje. Bruno Costa Ribeiro


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Editorial

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Em setembro a esperança se refaz

DAREDAÇÃO Aniversário de Falecimento do Servo de Deus Cônego Lafayette da Costa Coelho Vem ai o 53º Aniversário de Falecimento do Servo de Deus Cônego Lafayette da Costa Coelho, de 12 á 21 de setembro, com novenas e missas no Santuário São Miguel em Santa Maria Do Suaçuí, Minas Gerais. Venha participar da Missa do Cônego Lafayette. Organize sua caravana.

Calendário Diocesano

A igreja no Brasil, no mês de setembro, chama a atenção para a Sagrada Escritura, já que sempre veneramos as divinas Escrituras como veneramos o próprio Corpo do Senhor (Dei Verbum, 21). Aliás, a 48ª Assembleia dos Bispos (Assembleia Geral em Brasília de 2010) lança o apelo “para que, em nossas dioceses, paróquias e comunidades, se ofereça e se facilite o acesso à Bíblia, ao estudo bíblico e à vivência da mensagem revelada”. Os Roteiros para grupos de reflexão buscam atender este apelo, juntamente com sua equipe formada e a Pascom. No mês da primavera nossa Igreja particular tem a alegria de saudar três novos padres para o serviço do povo de Deus. Depois de um longo período de estudos, alegrias e sofrimento, esses neossacerdotes são enviados para a messe do Senhor como operários que irradiam vitalidade e ânimo de quem muito esperou. Poderemos conhecer um pouco mais do percurso de cada um através da entrevista. Eles – os neossacerdotes – serão líderes nas comunidades eclesiais. No entanto, não se lidera por meio de terceiros; da mesma forma, não se lidera estando mentalmente e espiritualmente afastado do público alvo da mensagem. Esta é a proposta do texto “Liderança e Comunicação” do jornalista Juliano Nunes. Lembrando que estamos num período de escolha dos líderes políticos em nosso país. Celebramos ainda o dia do padroeiro de nossa Diocese, São Miguel Arcanjo, e também o 53º aniversário de falecimento do Cônego Lafayette. Que São Miguel nos defenda nas nossas labutas e que o Cônego, com fama de santo, seja modelo e exemplo para os nossos novos padres. Boa leitura.

SETEMBRO 07 Grito dos Excluídos 9 Coordenação de Pastoral (14hs.) 9 Colégio dos Consultores (9hs.) 9 PASCOM 12 a 14 Assembléia eletiva - da Pastoral da Criança 13 a 14 Pastoral da Juventude 13 Escola de Teologia: Mariologia (Pe. Valter) 13-21 Novena e Festa do Servo de Deus Cônego Lafayette em Santa Maria do Suaçuí 13 CRB em Carmésia 18 a 20 Tríduo Servo de Deus Côn. Lafayette em todas as Paróquias da Diocese 23 Reunião dos Padres 29 às 10hs. Missa com todos os padres na festa do padroeiro da Diocese e almoço na Paróquia São Miguel

expediente

OUTUBRO 5 Eleições para Presidente 18 e 19 Espiritualidade da RCC 12 Jubileu de N. S. Aparecida em Divinolândia 12 Presença da Equipe Causa do Côn. Divinolândia 14 PASCOM 18 Escola Teologia: Escatologia (Pe. Wanderlei Fonseca) 18 Encontro Diocesano da P. Carcerária em Guanhães 19 DNJ em Divinolândia 21 a 23 Atualização dos Agentes (De 9 às 12hs.) Tema: Revitalização das Paróquias em Guanhães 25 Encontro da Pastoral da Saúde na Área S. Maria 27 Encontro de convivência mensal dos padres em Joanésia e Encontro dos padres de 0 a 10 anos após as 14hs. 28 e 29 de Outubro: Encontro com a dinâmica do “eneagrama” com o Diácono Ruy de Juiz de Fora.

Conselho Editorial: Padre Adão Soares de Souza, padre Saint-Clair Ferreira Filho, Taisson dos Santos Bicalho Revisão: Mariza da Consolação Pimenta Dupim Jornalista Responsável: Luiz Eduardo Braga - SJPMG 3883 Endereço para correspondência: Rua Amável Nunes, 55 - Centro Guanhães-MG - CEP: 39740-000 Fone:(33) 3421-3331 folhadiocesana@gmail.com

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A FOLHA DIOCESANA PRECISA DE VOCÊ

COMEMORAÇÃO - SETEMBRO DE 2014 Padres, religiosas, consagradas e seminaristas da diocese de Guanhães Lista dos Aniversários do Clero da Diocese de Guanhães 01 Pe. Mário Gomes da Silva Pe. João Carlos Sousa 06 08 Dom Marcello Romano 16 Dom Marcello Romano 22 Dom José Maria Pires 24 Pe. José de Brito Filho 27 Pe. Elair Sales Diniz

Nascimento Nascimento Ordenação Episcopal Posse Canônica Araçuaí Ordenação Episcopal Nascimento Nascimento

Lista dos Aniversários das Religiosas e Consagradas da Diocese de Guanhães 02 Ir. Regina Vieira (Conc. M. Dentro – Clarissa Franciscana) Nascimento 07 Maria Raquel M. Duarte (Guanhães – Coop. Família) Nascimento 19 Gracíula Gonzaga (Guanhães – Coop. Família) Nascimento

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A devoção a São Miguel e Almas A Sagrada Escritura indica a existência de seres denominados “anjos”. Alguns trechos fazem menção ao Arcanjo Miguel, conforme podemos constatar (Dn 12, 1-3; Is 28, 17; Jó 31, 6-7; Ex 23, 20-21; Ap 12, 78). Dos trechos encontrados, o mais importante, sem dúvida, é a luta de Miguel e seus anjos contra o Lúcifer (Ap 12, 7-8), perpetuado na tradição iconográfica (imagens) de São Miguel. Conforme podemos conferir no texto bíblico, Lúcifer tentou se equiparar a Deus e, reprimido por Miguel, foi banido do céu e condenado à escuridão das profundezas dos abismos (Ap 20, 1-3). O nome Miguel vem do hebraico Mi-câ-el, em latim Quis ut Deus, que quer dizer: Quem (é) como Deus. Faz referência ao livro do Êxodo 23,20-21. É por isso que no escudo encontramos a inscrição Quis ut Deus ou então, apenas as iniciais “Q”, “U”, “D”. A balança na mão do anjo é o que difere a imagem – ou título – de “São Miguel Arcanjo” do “São Miguel e Almas” e refere-se ao “julgamento das almas”. Conforme o contexto da época era ali (na balança) que se avaliavam as almas justas e pecadoras e se comparava o peso dos atos e das obrigações: “pese-me Deus em sua balança justa, e conhecerá a minha simplicidade” (cf. Jó 31,6). Esta função, de avaliar as almas, cabia a São Miguel (veja na figura disposta) já que, conforme

CNBB: eleições 2014 A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal para o Laicato, lançou a cartilha Seu voto tem consequências: Um novo mundo, uma nova sociedade. O documento pretende servir de instrumento aos eleitores na hora da escolha de um candidato para as próximas eleições no Brasil, marcadas para outubro. Dom Severino Clasen, presidente da Comissão e bispo de Caçador (SC), ressalta o protagonismo do leigo nesta iniciativa, que também é inspirada na

as escrituras, ele é tido como príncipe e defensor dos povos e ainda aquele soldado que luta contra o Anticristo (Dn 10, 13 e 21; Dn 12, 1; Ap 20, 1-3, Ex 23, 2021). A devoção a “São Miguel e Almas”, em Minas Gerais, se refere a um período onde a evangelização não acontecia através de missionários (da Santa Sé ou do Padroado), então os leigos reagem com as práticas religiosas e a organização no âmbito laical, atuando de forma inovadora – na Terra de Santa Cruz – através da atividade religiosa popular. A religiosidade popular nós a entendemos a partir das Associações de Leigos (irmandade, confrarias) como tentativa de manter a fé na ausência dos padres. Além de terem sido a primeira forma de evangelização em terras mineiras e caracterizado pelo inédito protagonismo do leigo, sua importância se dá ainda por terem sido um espaço de se estar em comunidade. Tinham, também, uma função social, pois era um

exortação apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco. “Devemos ser sal da terra também nessas realidades, na construção de um mundo novo”, exorta. Elaborada pelo Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara, a cartilha é dividida em três partes: ver, julgar e agir. Na primeira parte, são tratadas as questões enfrentadas na política nacional, lembrando as manifestações ocorridas no ano passado durante e após a realização da Copa das Confederações. Na segunda parte, a cartilha dá des-

ambiente de solidariedade onde seus membros se ajudavam mutuamente e, mais importante para os fiéis da época, tinha um enterro digno. Construíam suas próprias igrejas e mantinham cemitério próprio. Esta devoção – a São Miguel e Almas – está ligada à prática das “obras de misericórdia corporal” de enterrar os mortos, e “espiritual” de rezar a Deus por vivos e defuntos, conforme o Catecismo de São Pio X (Capítulo IV. “Das obras de misericórdia”). Geralmente era os pobres, a maioria negra e parda, quem necessitava do socorro das confrarias para enterros. Conforme o livro dos Macabeus “É um santo e salutar pensamento este de orar pelos mortos” (Cf. 2Mc 12,42-45) – prática esta que foi muito estimulada pelas confrarias de São Miguel e Almas – e aos que “estão se purificando” é louvável oferecer sufrágios (Cf. Lumen Gentium ,50). Oração a São Miguel: São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém. São Miguel Arcanjo, defendei-nos.

taque à desigualdade social e à particular situação de tomada de decisões no país, que pode acarretar uma reforma do sistema político brasileiro. Já na última parte, são traçados caminhos de responsabilidade social e cristã no meio público. Esta iniciativa da Conferência não é nova. Nas eleições municipais de 2012, 70 mil cartilhas foram distribuídas para as (arqui)dioceses de todo o Brasil. Trechos da mensagem “Pensando o Brasil”: “O eleitor consciente deve conhecer o passado de seu candidato e averiguar se o discurso e a prática por ele apresentados se conformam aos valores da

ética e do bem comum”. “É preciso também exercer a missão profética de todo cristão e manter uma atitude de fiscalização e vigilância. Diante de irregularidades, é necessário denunciar. O silencio e a omissão também são responsáveis pela deterioração da democracia”. “É indispensável o acompanhamento dos candidatos eleitos e o engajamento em prol de uma efetiva reforma política. A fé não pode ser vivida isoladamente, mas em comunidade e no exercício da caridade, de modo que não sobre na mesa de poucos aquilo que falta na mesa de muitos”. Fonte: http://www.zenit.org/


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DIOCESEEMFOCO

SETEMBRO2014

PARÓQUIA SÃO JOÃO EVANGELISTA REALIZA O XIV CERCO DE JERICÓ E neste domingo (25/08) a Comunidade Evangelista e visitantes se reuniram para celebrarem o Encerramento do XIV Cerco de Jericó. Com o tema: Venha a nós o Teu Reino e lema: Seja Feita a Tua Vontade (Mateus 6:10) o Cerco de Jericó reacendeu as chamas da Fé a a devoção à Eucaristia em muitos corações paroquianos. E que as palavras do Padre Saint Clair na celebração de encerramento de que a participação ativa da comunidade durante essa semana de orações não se esfrie a espera do próximo Cer-

co de Jericó, mas que possa ter nos transformado para assumirmos de fato a nossa missão e compromisso com a comunidade. Agradecemos a Deus por mais essa semana abençoada. A cada irmão e irmã que atendeu ao convite de Deus e foi ao seu encontro na Eucaristia. E que estejamos sempre atentos e dispostos a O adorá-lo e amá-lo na Eucaristia e na pessoa do nosso próximo. Deus nos proteja! Amém. Adenil Borges da Silva – Dedé Paróquia São João Evangelista

Juventude se prepara para acolher o DNJ em Divinolândia de Minas A paróquia Nossa Senhora da Glória, em Divinolândia de Minas, promoveu na tarde do sábado, 6, um animado encontro com os membros do Grupo de Jovens Renovados para Amar e os jovens que se preparam para receber o Sacramento da Crisma. Num clima de alegria, cerca de 120 jovens se encontraram no salão paroquial para renovar as motivações e planejar as atividades em torno da realização do Dia Nacional da Juventude, no próximo dia 19 de outubro. O encontro teve início com uma acolhida calorosa aos participantes com músicas de entrosamento e louvor. Em seguida foi realizado um momento de oração coordenado pelo seminarista André, a partir da iluminação bíblica de Dt 8. Em sua partilha, André destacou a presença amorosa de Deus em todos os momentos da história humana e a importância de se ter um coração jovem

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FOLHA

IOCESANA INFORMATIVO DA DIOCESE DE GUANHÃES | MG | ANO XVIII | Nº 219 | Setembro de 2014

Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração (Jer 3, 15).

cheio gratidão a Deus pelas bênçãos de cada dia. Após a oração inicial, André ainda direcionou os participantes para escolhas de coordenadores das equipes de trabalhos tendo em vista a realização do DNJ. Foram indicados coordenadores para as equipes de acolhida, alimentação, liturgia, ornamentação e limpeza. Os demais participantes serão indicados para se juntarem aos coordenadores dessas equipes, trabalhando para que DNJ seja celebrado de forma bem animada e organizada. A juventude contará com o apoio e orientações do padre José Martins, administrador paroquial, e do seminarista André, que faz estágio pastoral. Realizados esses encaminhamentos, o encontro seguiu com muita animação e louvor, encerrando-se com um lanche de confraternização. Nos dias atuais, é impossível não perceber a importância e a centralidade que os meios de comunicação conquistaram em nossa sociedade, sobretudo quando associados à comunicação entre a juventude e aos demais de suas realidades. "E com a afirmação do Papa Francisco de que 'o melhor instrumento para evangelizar o jovem é outro jovem' a juventude da Diocese de Guanhães dispõe de um novo canal de comunicação e diálogo.

O #Programa Nova Geração vai ao ar aos sábados às 15:00 horas na Rádio Vida Nova Fm 91,5 Mhz ou pela internet em www.vidanovafm.com.br. #Programa Nova Geração. Um canal de comunicação com a juventude. Curta e acompanhe a nossa página no facebook e nos dê sua opinião e sugestão! Pastoral da Juventude Diocese de Guanhães/MG

O novo site da Diocese de Guanhães já está na net www.diocesedeguanhaes.com.br Faça-nos uma visita! Divulguem!

Padre Salomão

Padre Ivani

Padre José Geraldo

“Basta-te a minha graça”

“Em atenção a tua “Sim, Pai, porque assim palavra, lançarei as redes” foi do teu agrado”

(2Cor 12,9)

( Lc 5,5 )

(Mt 11,26) | PÁGINAS 4 E 5 |

“A ignorância das Escrituras é ignorância

“O que fostes ver em Santa Maria

de Cristo.”

do Suaçuí?”

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“O silêncio e a omissão também são responsáveis | 5| pela deterioração PÁGINA

da democracia” | PÁGINA 8 |


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