Suplemento Especial Frotas & Renting

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Frotas Renting ESPECIAL

ESTE SUPLEMENTO É DA INTEIRA RESPONSABILIDADE DA FLEET MAGAZINE

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Preciso do logo da Conferência tal como estava na orelha da pag 1 do Suplemento de Julho 2020

OUTUBRO2021

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11 DE NOVEMBRO DE 2021 Fleet Magazine

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SOLUÇÕES FLEXÍVEIS

ALUGUER DE COMERCIAIS

FROTAS ELÉTRICAS

A mobilidade quando realmente é precisa e sem compromisso de tempo

Uma atividade em expansão nas empresas de rent-a-car

Frota do grupo Nestlé está a renovar-se só com elétricos e plug-in

I MPAC TO DA E S CA S S E Z DE SEMI CONDUTORES É G L OBAL

Um grão eletrónico na engrenagem da retoma Após viverem períodos de interrupção por causa da pandemia, a generalidade dos construtores de automóveis está a ser forçada a parar novamente ou abrandar o ritmo da produção de determinados modelos. A razão é a escassez no mercado de um pequeno componente eletrónico, vital para o bom funcionamento de diversos sistemas de um veículo. Até quando a situação poderá manter-se e que consequências tem para os sectores diretamente relacionados com o mercado automóvel?

A

s dúvidas e os desafios multiplicam-se com o continuar dos meses, avolumando um problema que está a ameaçar seriamente a retoma da economia mundial pós-pandemia: quando é que os construtores automóveis vão poder voltar a laborar sem restrições, ultrapassando os constrangimentos provocados com a falta de semicondutores e de microprocessadores disponíveis no mercado?

Uma primeira resposta a esta pergunta surgiu em março deste ano, em carta enviada por Eric-Mark Huitema, diretor-geral da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), dirigida ao Comissário Europeu para o Mercado Interno: “tudo indica que a carência persistirá por muitos meses, possivelmente até o terceiro trimestre deste ano. Como resultado, os volumes de produção na Europa provavelmente serão con-

sideravelmente menores do que o esperado este ano. Isso implica que a utilização da capacidade instalada e o emprego cairão, pelo menos, temporariamente. Uma vez que as entregas de veículos precisarão ser adiadas, os volumes totais de vendas para 2021 também podem acabar abaixo das expectativas.” Não foram precisos muitos meses para este cenário, apesar de tudo otimista, ganhar proporções mais críticas.

Pouco antes do verão, Pat Gelsinger, CEO da Intel, um dos maiores fabricantes mundiais de semicondutores, alertava que a situação “poderia demorar vários anos” a resolver-se, na linha de um outro comentário produzido por Jim Whitehurst, presidente da IBM. Os semicondutores são essenciais para a indústria eletrónica de consumo e para os equipamentos que deles dependem para o seu correto funcionamento, como a maioria dos

eletrodomésticos atuais. No caso de um automóvel, são fundamentais para os processadores que comandam desde a abertura/fecho das portas, até aos cada vez mais complexos dispositivos de tratamento de emissões ou sistemas de segurança ativa e passiva, por exemplo, que dependem deste pequeno componente eletrónico, capaz de controlar ou operar diversas funções, em simultâneo, com rapidez e precisão.  PUB


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Frotas Renting ESPECIAL

O Especial Frotas & Renting é produzido e comercializado pela Fleet Magazine e da total responsabilidade dessa entidade DIREÇÃO Hugo Jorge REDAÇÃO Rogério Lopes

(rl@fleetmagazine.pt), David Santos (ds@fleetmagazine.pt) COMERCIAL Carina Dinis PAGINAÇÃO Pedro Marques

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Menos complexas de entender são as razões que desenharam o atual quadro complicado para a indústria mundial: falta de capacidade de entrega das poucas fábricas que os produzem (a maioria localizadas em países do sudeste asiático, que ainda estão sob a ameaça da pandemia e com a vacinação atrasada, por isso sob risco de enfrentarem novas vagas da COVID-19), dificuldades de transporte para as fábricas do Ocidente (maioritariamente efetuado por barco e algumas empresas mercantis não sobreviveram à inatividade provocada pela pandemia) e ainda as dificuldades de fazer chegar às fábricas matéria prima necessária para os produzir. Como seria de esperar, uma procura elevada face à oferta resulta também num aumento do custo de aquisção.

Impacto global Consultoras e analistas no mercado apontam as razões para a indústria automóvel ser uma das primeiras afetadas pela escassez de semicondutores: políticas de compra demasiado restritivas e menos competitivas para quem produz este componente (fazendo os fabricantes privilegiarem outros compradores), e a utilização de uma multiplicidade de microprocessadores diferentes para cada função, alguns dos quais novos e que ainda se encontravam em fase de desenvolvimento e testes no início da pandemia, nomeadamente os destinados a assegurarem o funcionamento de novos sistemas de ajuda à condução e de segurança. Para contrariar a tendência de dispersão da indústria automóvel, a Bosch está a desenvolver novas arquiteturas eletrónicas destinadas a

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concentrar, reduzir a complexidade e harmonizar diferentes sistemas de software automóvel e eletrónico. Estes “computadores para veículos” vão substituir a multiplicidade de unidades de controlo individuais atualmente utilizadas, vão ser mais baratos de produzir, com mais capacidade de adaptação/atualização/compatibilidade com sistemas operativos de cada construtor, prometem ser mais rápidos e ter maior capacidade de processamento de dados, além de serem mais eficientes no que toca a consumo de energia. Precavendo que a situação atual se repita ou se prolongue, juntamente com a Bosch ou em parceria com outros desenvolvedores de sistemas, alguns grupos automóveis estão também a desenvolver plataformas próprias integradas e mais simples, como as utilizadas pela Tesla, com intenção de as produzirem localmente. A Intel anunciou também a intenção de começar a produzir na Europa, contando poder fazê-lo a partir de 2025 e com oferta direcionada para a indústria automóvel. Uma boa notícia para a tecnologia europeia, porém um processo que vai demorar alguns anos até ficar implementado. Além dos construtores automóveis, a escassez de semicondutores está também a afetar todos os sectores relacionados com este mercado: concessões retalhistas (incluindo vendedores, já que parte substancial do ordenado provém de comissões), gestoras de frota e, em geral, os vários tipos de empresas que atuam na área do aluguer automóvel. O consumidor final sofre igualmente dos efeitos da falta de oferta por parte de algumas marcas: particulares

e empresas com uma demora de vários meses até à chegada do modelo encomendado, as segundas com um custo de aquisição do veículo mais elevado, devido à redução das margens de desconto. Ou mesmo com a indisponibilidade imediata de determinado modelo, particularmente grave no caso de veículos com uso intensivo e que representam a ferramenta de trabalho da empresa, como é o caso de sectores que operam na indústria e na construção, no transporte de pessoas e bens ou na prestação de serviços técnicos, por exemplo.

Reflexos indiretos, incluindo no comércio de usados Como está a acontecer com alguns fabricantes de smartphones e de equipamento de entretenimento, obrigados a adiar lançamentos previstos para a época festiva do ano melhor em termos de vendas, também alguns construtores automóveis estão a ser obrigados a calendarizar para mais tarde a comercialização de alguns novos modelos. O encerramento temporário das fábricas automóveis (algumas com reabertura anunciada apenas em 2022) e a consequente redução da produção está a ter reflexos sobre áreas de negócio que alimentam a produção automóvel – pneus, vidros, plásticos, etc. –, bem como para o comércio e serviços que gravitam em redor da indústria automóvel, como empresas de construção e manutenção de edifícios, logística, higiene e restauração, por exemplo. A melhor dimensão de grandeza deste mercado está no mais recente relatório da ACEA: a indústria au-

tomóvel é responsável por mais de 12,5 milhões de empregos, diretos e indiretos, na Europa. A falta de oferta de carros novos está a constituir uma oportunidade para os comerciantes de carros usados. O Observatório INDICATA, que faz uma análise mensal ao comportamento do mercado de venda online de automóveis usados na Europa, diz que Portugal é um dos países onde se verifica uma evolução de preço de veículos com até quatro anos de matrícula: em média, uma subida de 3% entre janeiro a agosto de 2021. E a comercialização de automóveis usados nos primeiros oito meses de 2021 é mesmo mais elevada do que em 2019, aponta o relatório. No entanto, a oferta de carros usados mais recentes também já dá sinais de escassez, o que está a pressionar o aumento do preço das unidades disponíveis. Duas causas colaboram na redução da oferta de usados: a diminuição acentuada das aquisições das empresas de rent-a-car em 2020 e o facto de, no ano passado, a renovação de algumas frotas empresariais ter sido adiada devido às moratórias, à incerteza quanto ao rumo do negócio, ou simplesmente porque a obrigação do teletrabalho permitiu estender o tempo previsto de utilização da viatura. Os comerciantes referem ainda um terceiro fator que está a contribuir para o aumento do preço médio dos carros usados transacionados: uma inversão dos hábitos dos consumidores, que agora dão primazia à aquisição de modelos com motor a gasolina, mas cuja oferta é mais reduzida em comparação com os automóveis a gasóleo disponíveis no mercado.



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SO LUÇ Õ E S D E A L U G U E R F L EXÍ VEL DE VI ATURA S

Mobilidade com menos compromissos As empresas começam a olhar para a locação flexível como uma solução para os seus problemas de mobilidade. A oferta já é vasta e, pelas mãos de gestoras de frota ou empresas de rent-a-car, garante a utilização do automóvel à medida de cada necessidade. A mobilidade é, assim, cada vez mais um serviço PAGAR O QUE SE PRECISA, QUANDO SE PRECISA Num mundo em constante mudança, também as necessidades do negócio podem variar. O aluguer flexível e com menos compromisso apresenta-se então como uma solução para quem precisa de preencher necessidades pontuais ou temporárias, com capacidade de resposta rápida e sem penalizações perante a exigência de aumentar ou reduzir a frota perante o rumo do negócio. Eis alguma da oferta disponível para o mercado português:

LEASEPLAN FLEXIPLAN: Uma solução de renting com prazos mais curtos, que inclui todos os serviços (incluindo impostos e seguros) numa única renda mensal. Permite contratos a partir de um mês, quilometragem ilimitada e rescisão antecipada sem penalização. O objetivo é proporcionar mobilidade pelo tempo que se precisa, por valores competitivos e centralizando processos num único fornecedor de mobilidade.

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lexível é a palavra de ordem do novo normal na mobilidade empresarial. O regime de trabalho híbrido ou a adoção do teletrabalho como norma, a realização de projetos sazonais e a colocação ou rotação temporária dos colaboradores, estão a orientar as empresas para soluções de mobilidade de curta duração. Perante uma nova realidade em perspetiva, a utilização/propriedade do automóvel ganha novos contornos e justifica o interesse de muitas empresas por soluções de aluguer flexíveis e sem compromisso, nomeadamente por produtos que eliminam, por exemplo, a ausência

de penalização em caso de devolução antecipada da viatura. Este tipo de oferta acarreta outras vantagens: • Flexibilidade dos períodos de utilização; • Redução da burocracia processual e financeira; • Rapidez na elaboração de propostas e realização do contrato; • Entrega mais rápida da viatura, uma vez que geralmente já se encontra matriculada e disponível para o cliente.

Atrasos na entrega de viaturas novas Também a Covid-19, a paralisação

parcial da economia e as incertezas quanto ao desempenho das respetivas atividades foram catalisadores na adoção deste tipo de soluções: muitas empresas, que se encontravam em processo de compra de viaturas, foram confrontadas com atrasos na entrega dos modelos encomendados, devido à redução da produção. Para esta mudança contou também a indefinição quanto à manutenção de postos de trabalho com viatura ou dúvidas quanto à política de frota futura, nomeadamente naquilo que se relaciona com decisões de downsizing de escalão do veículo atribuido ou tomadas de decisão para a transição para outras formas de mobilidade.

EUROPCAR FLEX: Esta solução de aluguer flexível dirigida para empresas permite obter uma viatura a partir de um mês de aluguer. Por uma renda mensal, o cliente pode gerir o contra-

Este tipo de solução passou a fazer parte da oferta das próprias gestoras de frota, até aqui quase exclusivamente orientadas para contratos de renting de viaturas novas com prazos geralmente superiores a 24/36 meses. Do leque de oferta de produtos passaram a fazer parte soluções de aluguer flexível de curto prazo, respondendo à vontade dos seus clientes e permitindo rentabilizar o próprio parque automóvel das

to consoante as necessidades, sem compromisso, sem pré-pagamento e sem taxas de cancelamento. Caso a empresa comece por um aluguer mensal e depois altere a decisão, além de poder fazê-lo, não lhe serão cobrados mais dias além dos realizados. A frota 100% elétrica da Europcar inclui modelos Lexus UX 300e, Nissan LEAF e Renault ZOE.

ALD FLEX: Produto renting para empresas com necessidades pontuais de veículo (para um colaborador temporário ou à experiência, por exemplo) ou que estejam a reestruturar ou rever a sua política automóvel. Inclui manutenção, linha de apoio ao condutor, assistência em viagem, pneus, viatura de substituição e seguro. Disponibiliza veículos de passageiros de cinco e sete lugares, híbridos e híbridos plug-in. KINTO FLEX: Permite a subscrição de uma viatura desde um a doze meses, de acordo com as necessidades. Com renda ajustável de acordo com a duração do contrato, tem todos os serviços incluídos. O cliente pode escolher o local onde pretende a entrega da sua viatura e o processo de devolução quer-se igualmente simples e rápido.

locadoras, sobretudo numa altura em que escasseia a oferta de alguns veículos novos. Por fim, pode ajudar as empresas a fazerem uma entrada suave de viaturas elétricas na frota, com a vantagem de algumas propostas combinarem mais do que um tipo de viatura.



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ALUGUE R D E V E Í CU L O S DE MERCA DORI A S

Uma área de negócio em expansão O recurso à modalidade do aluguer é a forma mais prática das empresas conseguirem responder à necessidade inesperada de uma viatura no decurso da sua atividade. Uma área de negócio que sofreu um impulso com a pandemia, para a qual as empresas de rent-a-car estão a trabalhar soluções específicas e moldáveis, com prazos e condições de contratação bastante variáveis

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aumento das compras através da internet em 2020, sobretudo durante os períodos de confinamento, bem como a tendência para o crescimento do comércio eletrónico, originou uma pressão intensa para a atividade de distribuição urbana, nomeadamente aquela que tem como destino o consumidor final. Além de incrementar o tráfego de veículos de duas rodas, fez também disparar a circulação de veículos de transporte de mercadorias, nomeadamente furgões de maior dimensão, utilizados para a entrega de encomendas mais volumosas, como mobílias ou eletrodomésticos, assim como de viaturas refrigeradas, para a distribuição de bens alimentares, por exemplo. A alteração dos hábitos de trabalho e de ensino e a necessidade de dispor das melhores condições para laborar, ou estudar, a partir de casa, fez crescer também o número de operações de assistência técnica ao domicílio, nomeadamente a destinada a garantir o bom funcionamento dos equipamentos e dos serviços de conetividade. Em muitas empresas de distribuição e de assistência técnica, quando ultrapassados os recursos da frota própria, a solução para colmatar as necessidades geradas com este aumento repentino e

inesperado de serviços, gerados durante a pandemia, foi o aluguer de viaturas através de empresas de rent-a-car. Na Sixt, o aumento da procura por viaturas comerciais traduziu-se em cerca de 25 a 30%, refere Raquel

Fins, diretora de comunicação desta companhia de rent-a-car. Também Jorge Pires, gestor de desenvolvimento empresarial da Sadorent avança com valores idênticos: “mais 21% no número de contratos de aluguer emitidos

O ALUGUER DE VEÍCULOS DE MERCADORIAS EVOLUIU E DIGITALIZOU-SE A generalidade dos clientes, não apenas grandes empresas mas também PME com alguma dimensão, utilizam contas empresariais que têm na génese acordos de preço pré-negociados. O tipo de contrato e de viatura e a duração média do período de aluguer variam de acordo com o tipo de atividade. Ao aluguer de veículos comerciais recorrem também mais pequenos empresários das áreas da restauração e do pequeno comércio, nomeadamente aqueles que optaram por fazer entregas de refeições porta-a-porta ou transferiram parte da atividade do retalho para plataformas em redes sociais, por exemplo. A incerteza quanto à continuidade do negócio ou as dificuldades na aquisição direta de uma viatura estão entre as razões

que justificam tal decisão. Para dar resposta a um novo tipo de cliente profissional, algumas empresas de rent-a-car – e não só – desenvolveram soluções digitais que permitem, através de um smartphone, encontrar uma viatura comercial disponível para um determinado período, incluindo de apenas algumas horas. Como já acontece com veículos de passageiros, para estes pequenos empresários, esta pode ser uma forma rápida e ágil de contratar o aluguer de um veículo de mercadorias. A solução está também acessível a clientes particulares, que podem alugar uma viatura comercial diretamente, ou fazê-lo através de parcerias estabelecidas entre empresas de rent-a-car e lojas retalhistas, como a Makro, Leroy Merlin ou IKEA.

e 11% na faturação”. “O aumento da procura acontece tanto de PME como de empresas de média/grande dimensão. O crescimento das PME fez-se também com o aparecimento de novas empresas ligadas ao ramo da distribuição, precisamente devido ao aumento considerável do comércio eletrónico, que fez crescer as necessidades de veículos comerciais para distribuição”, confirma Raquel Fins. O incremento da procura levou naturalmente a uma aposta redobrada nesta área do negócio: “Aumentámos o foco no serviço Corporate expandindo a Sadorent a Car & Cargo, efetuámos melhorias operacionais e tecnológicas no centro de reservas e de apoio ao cliente, agilizámos o processo de entrega e de recolha, com a possibilidade de check-in online, para maior rapidez no levantamento de viaturas e minimização de contactos presenciais devido à pandemia”, diz Jorge Pires.

Tendência de crescimento Mas se a pandemia veio dar impulso ao negócio de aluguer de veículos comerciais, equilibrando as quebras sentidas com a redução do turismo em Portugal, a procura destes veículos

já vinha em rota de crescimento antes de 2020. E assim deverá continuar. “A Sixt desencadeou o aumento da sua frota comercial e desenhou um plano para um investimento nestas viaturas para os próximos três anos, de forma a diversificar a oferta e diminuir o risco à exposição ao turismo”, explica Raquel Fins. “Além das que já existem, estamos também a preparar novas soluções destinadas a este segmento.” Além da retoma da atividade económica, uma outra razão explica o continuado recurso ao aluguer de veículos de mercadorias: a fraca disponibilidade imediata de unidades novas. “Com o fim do período de confinamento e o retomar gradual da atividade económica, observámos um forte aumento na procura por viaturas comerciais, com um crescimento na ordem dos 50% face ao ano de 2020”, esclarece António Silva, diretor-geral da Hertz Portugal. “A procura aumentou de forma global, abrangendo todos os segmentos de empresas. Esta situação surge como consequência da diminuição da oferta de viaturas comerciais para aquisição ou AOV/leasing no mercado, motivando os empresários a procurarem outras alternativas dentro deste segmento”, conclui António Silva. Dificuldade que é naturalmente partilhada com as próprias empresas de aluguer de veículos, sendo cada vez mais escassa a disponibilidade imediata de determinadas tipologias de viaturas, nomeadamente furgões de maior dimensão. E como alguns destes modelos vão ter de suportar adaptações e transformações posteriores, de forma a preencherem os requisitos necessários para o transporte de bens refrigerados ou para uso em estaleiros de obras, por exemplo, o atraso será ainda maior. “Como outras RaC estamos a sentir dificuldades em conseguir aumentar a nossa frota nestes grupos, por não dispormos junto das marcas reforço imediato da frota. Nem estamos com boas previsões para, em 2022, conseguir fazer crescer a oferta desta tipologia de veículo na frota da Sixt”, refere Raquel Fins.



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FROTA G RU P O N E S T L É

Emissões reduzidas a metade até 2030 Até ao final de 2024, a Nestlé Portugal conta ter um parque de automóveis ligeiros de passageiros composto exclusivamente por modelos 100% elétricos ou híbridos plug-in. Um desafio para a concretização do objetivo pode ser a menor disponibilidade de viaturas, dado o atraso no lançamento de alguns modelos interessantes para a frota, diz a responsável da área de compras e negociação da frota da empresa

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linhado com a política internacional do grupo, a Nestlé Portugal está a eletrificar a sua frota automóvel a cada ciclo de renovação. Até ao final de 2024 comprometeu-se a substituir integralmente os veículos ligeiros de passageiros por modelos híbridos plug-in ou 100% elétricos, num percurso iniciado em 2020 e que vai abranger mais de 465 unidades. Em parque já há 19 automóveis exclusivamente elétricos e 34 híbridos plug-in. Mas antes de 2021 terminar ainda “está prevista a troca de 69 veículos”, esclarece Carla Pires, responsável da área de compras em Portugal. Para alimentar de energia estes modelos, além de poderem aceder

aos postos públicos através de cartão de carregamento elétrico fornecido pela empresa, os condutores vão ter ao dispor 72 carregadores de 7,4 kW instalados nas diferentes unidades da empresa em Portugal. Seis já se encontram a funcionar na sede da Nestlé Portugal em Linda-a-Velha, e o plano de instalação deste equipamento está alinhado com o número de veículos elétricos renovados a cada ano, sendo 2022 e 2023 o período mais relevante, com a troca prevista de 278 viaturas. A partilha de postos de energia é, por isso, uma necessidade óbvia. “Para os carros elétricos e híbridos plug-in, implementámos uma aplicação para telemóvel (EVIO), que permite a gestão dos carregamentos das viaturas

dentro das unidades da Nestlé”, refere Carla Pires.

Visão Verde Não foram razões fiscais que motivaram a Nestlé Portugal a encetar o processo de transição energética. O motivo reside no projeto “Green Fleet”, parte importante de uma estratégia global de sustentabilidade do grupo, designada “Green Vision”. “A ‘Green Vision’ significa que a sustentabilidade está sempre presente na forma como trabalhamos e como fazemos negócio. Em linha com essa visão e a par com os restantes projetos em curso (mobilidade integrada, 100% da eletricidade comprada proveniente de fontes renováveis certificadas, instalação de painéis solares, eficiência de

operações, transformação de materiais de embalagem, entre outros), o projeto ‘Green Fleet’ dará um relevante contributo para a redução para metade das emissões até 2030 e para o atingimento das zero emissões líquidas de gases com efeito de estufa até 2050.” Neste percurso há outras melhorias de eficiência em curso, como a partilha de veículos, praticada há alguns anos. “Temos uma pool de viaturas de empréstimo, sobretudo para colaboradores que não têm viatura definitiva assignada, para que possam utilizá-las em deslocações profissionais. Existe um procedimento interno definido que permite solicitá-las quando necessário”, refere Ana Fróis, responsável pela área da empresa que assegura a implementação de estratégias de me-

lhoria contínua. A iniciativa foi bem recebida e “no período pré-pandemia o grau de recetividade era muito elevado, com a pool toda quase sempre em utilização”, diz. Para as empresas que estejam a iniciar um projeto de eletrificação da frota deixam algumas recomendações: “É um processo de mudança com um forte impacto nos hábitos de condução. Um grande facilitador na implementação é ser um projeto patrocinado pela direção-geral, para que o processo de decisão seja célere. Depois, é crucial que seja um trabalho colaborativo entre várias áreas (Recursos Humanos, Finanças, Compras e Facilities). Finalmente, requer competências de resiliência e agilidade”.


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