Fleet Magazine 52 Mar 2022

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ENSAIO

ŠKODA ENYAQ IV 80

Lisboa/Algarve em modo elétrico Os automóveis elétricos não servem para fazer grandes viagens e demora muito tempo recarregar a bateria? Esta versão do Enyaq dissipa qualquer receio e mostra como é possível conduzir com classe, economia, silêncio e conforto

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á marcas automóveis de onde se espera que nos transmitam estatuto, mostrem qualidade e permitam uma condução que resulte numa experiência agradável à chegada ao destino. Invariavelmente, a generalidade dos condutores associa estas sensações a automóveis de marcas premium, com preço menos acessível; por isso é tão bom descobrir carros que conseguem reunir todos estes atributos e acrescentar-lhes um habitáculo espaçoso e um custo por quilómetro bastante mais reduzido, como só um automóvel 100% elétrico consegue proporcionar. Depois de construir uma reputação assente sobretudo em modelos familiares, que foram progredindo na qualidade mantendo um preço mais acessível do que outras marcas do grupo Volkswagen (ao ponto de hoje ser a segunda marca do grupo em termos de vendas), a Škoda faz uma entrada em grande no mundo dos automóveis eléctricos. Em grande, não só porque o ENYAQ

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é um SUV de dimensões generosas, mas também porque está bem construído, é bastante homogéneo, proporciona o conforto dos melhores estradistas e, na versão que estamos a tratar, oferece uma autonomia e permite uma velocidade de carregamento que ajuda a ultrapassar a ansiedade habitual de quem ainda não está familiarizado com a mobilidade elétrica.

Sinergias

Naturalmente, o ponto de partida do Škoda ENYAQ é outro modelo do construtor: o Volkswagen ID.4. Utiliza a mesma plataforma e a mesma solução mecânica, no caso da versão “iV 80”, uma bateria com 82 kWh de capacidade bruta (77 kWh úteis) para alimentar um motor elétrico de 204 cv. Com motor e tração traseira e bateria distribuída ao longo da plataforma, os cinco lugares espaçosos do ENYAQ são complementados por uma bagageira bem esquadrada, com 585 litros de capacidade.

Ora se as linhas exteriores chamam à atenção pela volumetria e pela forma muito bem equilibrada e luminosa como se desenham tridimensionalmente, o painel de bordo surge mais sóbrio e quiçá demasiado discreto; atrás do volante existe apenas um pequeno painel digital com ar introvertido e poucas funções configuráveis (embora parte delas possam ser projetadas no vidro), transportando a visibilidade e o controlo da maioria das informações e das operações para o ecrã tátil central. Pequenos botões sob este painel central permitem aceder mais rapidamente aos menus de alguns destes comandos digitais. Uma vez que a transmissão é comandada por um igualmente discreto manípulo entre os bancos, isto resulta num proveito importante para quem gosta de viajar: condutor e acompanhante dianteiro contam com muitos espaços para guardar objetos pequenos e de média dimensão.

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No que toca à condução, o ENYAQ testado na versão mais “pacífica” de motor (204 cv) não se revelou um carro impulsivo. Embora houvesse a possibilidade de escolher um modo mais dinâmico, a batida tranquila da


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