Fleet Magazine 53 - Junho 2022

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Opinião Pedro Miranda D E P U T Y C O M M E R C I A L D I R EC T O R – B U S I N ES S D E V E LO P M E N T | L E A S E P L A N P O R T U GA L

Acelerar a transição para a mobilidade elétrica

N

a última edição desta revista dei nota de algumas das perspetivas para 2022, enfatizando os desafios que se colocariam aos gestores de frotas empresariais nacionais, designadamente os que resultariam da insuficiência de oferta de veículos no mercado nacional e do aumento generalizado dos preços que já se verificava nessa data. Passados alguns meses de experiência vivida diariamente no mercado em que operamos, o cenário não melhorou. Pelo contrário, recebemos sinais regulares de que o desequilíbrio entre oferta e procura se agrava, com diversos fabricantes a confirmar a impossibilidade de alguns fornecimentos e com informação de que, para novas encomendas efetuadas hoje, só conseguirão entregar veículos em 2023. Por seu lado, assistimos a incrementos nos preços dos veículos com uma frequência nunca antes observada e a reduções nos descontos com uma materialidade significativa. As empresas de renting, em conjunto com os seus clientes, têm implementado diversos mecanismos de mitigação do impacto desta nova realidade absolutamente invulgar, recorrendo ao prolongamento de contratos em vigor ou por via do recurso ao realuguer de veículos usados. Todas estas medidas são circunstanciais e com uma aplicabilidade limitada no tempo e, mesmo que admissíveis de forma mais estruturante e prolongada, estarão sempre circunscritas a algumas necessidades específicas dos frotistas nacionais. Apesar de não haver sinais evidentes que o justifiquem, a perceção de muitas das em-

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presas que contactamos diariamente ainda é a de que a conjuntura que vivemos terá uma duração reduzida. Não é, contudo, essa a nossa visão. A realidade é que, em função dos elementos que vamos recolhendo nos contactos que mantemos com as mais diversas fontes, nos próximos dois a três anos, dificilmente retornaremos ao equilíbrio de mercado que conhecemos antes do eclodir da pandemia. Eletrificação das grelhas de atribuição de viatura Por este motivo, é determinante que todas as empresas frotistas completem esta fase de tomada de consciência de uma nova realidade, e de que vivemos um novo ciclo, com novos desafios para a gestão de frotas, os quais, dado o seu cariz estruturante e complexo, não poderão demorar demasiado tempo a solucionar. E o futuro é elétrico. Se dúvidas e receios existem quanto à necessidade de acelerar a transição das frotas para veículos eletrificados, estamos a viver um período que representa uma oportunidade e um acelerador dessa mudança de paradigma. O prazo de entrega de uma encomenda de um veículo elétrico é tendencialmente mais reduzido, em parte, como resultado da necessidade de os fabricantes cumprirem os limites a que estão vinculados no que se refere às emissões de CO2 dos veículos que produzem. A diversidade na oferta é cada vez mais vasta e a qualidade e estética dos veículos disponíveis é cada vez mais consensual. Além da gama mais alargada dos fabricantes mais comuns no mercado nacional, assistimos complementarmente a um movimento de entrada de fabricantes chineses no mercado europeu,

com ofertas tecnologicamente interessantes e com preços muito competitivos. Condições que ajudarão a convencer os mais céticos a testar a fiabilidade destas novas opções, cuja imagem de marca terá necessariamente de ser ainda construída ao longo dos próximos anos. Empresas com políticas de seleção de veículos com base em grelhas de referência com algumas marcas e modelos a combustão e com plafonds de renda mensal, deverão acelerar o processo de conversão dessas grelhas no sentido de considerar novas opções elétricas e eletrificadas e sustentar a sua seleção no custo total de utilização de cada modelo, refletindo as poupanças do recurso a outro tipo de “combustível” e os benefícios fiscais existentes em sede de IVA e IRC. 46% das empresas ainda não tem um veículo eletrificado De acordo com elementos recolhidos recentemente pela LeasePlan, que resultarão na edição de 2022 do estudo Car Policy Benchmark a publicar em breve, existe ainda um longo caminho a percorrer no sentido da mobilidade elétrica. Apesar da consciência sobre a temática da eletrificação, segundo o referido estudo, ainda existem cerca de 46% de empresas sem qualquer veículo eletrificado na sua frota. Sendo que as empresas de menor dimensão são as que apresentam um menor avanço no seu estado de transição, ao contrário de alguns grandes frotistas que, na sua maioria, já iniciaram o processo de eletrificação da sua frota. Em diversos casos, até já instalaram uma infraestrutura de carregamentos, tanto nos seus escritórios como no domicílio de alguns dos seus colaboradores.


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Opinião, Pedro Miranda

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