ESPECIAL EXPOCRATO

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Especial

REGIÃO DO CARIRI, DE 10 A 17 DE JULHO DE 2011

O periódico do Cariri independente

Julho -2011

Um panorama histórico A diversidade cultural do evento Perspectivas de negócios O futuro da festa e do Parque Pedro Felício Atrações musicais Serviços e orientação turística

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• 1 a Exposição do Crato - 1944

Da grandeza de uma ideia ao sabor do café de “Izabel Virgínia” Saiba como um jovem advogado então prefeito e seu cunhado decidiram, ao sabor de goles de café e colheradas de doce de leite, melhorar o plantel das fazendas do Crato. A ideia prosperou tanto sob medida na agropecuária local como para feira de negócios com influência regional, que hoje chegamos a 60ª edição da ExpoCrato. Por Raquel Paris

Após cumprimentar a todos e pedir um café bem quente, Wilson Gonçalves dispara: “Pedro, nós precisamos fazer um evento para desenvolver nossa agropecuária”. E Pedro Felício indaga: “E qual seria?”. “Uma exposição agropecuária do Crato para melhorar a qualidade do rebanho e nossa agropecuária”. A ideia é acatada de pronto e para quem está nas mesas próximas, a conversa parece inacreditável. Era 1° de maio de 1944 e dali a sete meses, o Crato veria sua primeira Exposição Agropecuária acontecer.

E

ra uma segunda-feira ensolarada, aquela. A feira livre tomava todo o centro da cidade do Crato. O vai e vem das pessoas carregando cestas, sacolas, balaios, na labuta semanal para abastecer suas despensas lembra ligeiramente um formigueiro na faina de abastecer seus caseiros. Tida como a mais importante feira da região, numa época em que não se contavam com mercantis e centros de abastecimento, ela aglomerava comerciantes de todos Praça Siqueira Campos, no centro do Crato: aspecto das décadas de 40 e 50

Wilson Gonçalves, o idealizador

os estados do Nordeste. Naquele dia, o Café Isabel Virgínia, não cabia de tanta gente. Ponto de encontro de políticos e intelectuais, o Café recebia a mais fina-flor da sociedade cratense. Ali, se debatiam as notícias que chegavam pelos jornais, rádio e telégrafo; conversas de bastidores políticos tinham sempre seu lugar; em bate-papos que se estendiam por toda manhã eram resolvidos os problemas do Crato e criados outros tantos; falava-se e comentava-se de tudo. Por volta de nove horas da manhã,

como era hábito, o jovem advogado e então prefeito Wilson Gonçalves entra no Café Virgínia e logo é saldado por todos. Seu cunhado, Pedro Felício Cavalcante abre espaço para que este sente em sua mesa, onde já estavam alguns amigos. O prefeito vinha animado, tinha um assunto de urgência para tratar com o cunhado. Não lhe saía da cabeça a ideia de criar na cidade, uma exposição agropecuária e juntar por fim, suas duas paixões: a de ser prefeito e criador de gado. E assim fez.

Pedro Felício, privilegiado interlocutor

Governo duvidou da estrutura do Crato para bancar o evento

Rumar para Fortaleza e fechar acordos financeiros com o Governo do Estado era o caminho lógico a fazer. Mas naquela tarde, em fins de maio, sentado em frente à grande mesa do então secretário de Agricultura e Pecuária do Estado, Rui Monte, o prefeito Wilson Gonçalves não parecia estar muito à vontade, e apelar para a lógica não estava sendo nada fácil. A conversa que, de início, animada e parecia apontar para um acordo tranquilo, só piorava. O secretário duvidava que o Crato pudesse arcar com infra-estrutura e animais suficientes para criação de uma exposição agropecuária. Sem falar, dos custos orçamentários que uma cidade pequena não estava preparada para enfrentar. Após apresentar os balanços municipais, descrever a quantidade de pecuaristas e expectativas de público e renda, Wilson Gonçalves recebeu o aval e as benesses do governo para enfim, tocar seu

projeto. Por isso, não foi de estranhar que tenha retornado ao Crato como um herói. Ao desembarcar na estação ferroviária, uma comitiva o esperava com direito à Banda de Música municipal. Foi em seu gabinete, na prefeitura, que deu a notícia tão aguardada, o governo estadual havia dado garantias para a criação da I Exposição Agropecuária do estado do Ceará e do interior do Nordeste. (RP) Primeira Exposição Agropecuária realizada em 1944

Baias e área de leilão: primórdios da feira

Tradicional feira do Crato


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Saga de 2.200 km até Minas em busca do gado Zebu Não faltaram veículos de comunicação para repercutir a notícia. Todos se perguntavam aonde seria, quando e como seria realizada a Exposição. Para ordenar os trabalhos foi composta uma comissão organizadora, que tinha Pedro Felício como presidente. Definido os trâmites burocráticos, ficava faltando apenas uma coisa: animais de raça que pudessem cruzar e melhorar o gado dos criadores da região. Foi aí que Pedro Felício teve a ideia de fazer uma viagem até a cidade de Uberaba, Minas Gerais, para conhecer a Exposição de Gado Zebu. Tida como a maior do mundo em rebanho dessa raça, tornou-se modelo a ser seguido e copiado. Assim, Pedro Felício chama os amigos e também pecuaristas Paulo Botelho, José Pinheiro Esmeraldo e Edson Olegário para a empreitada. O plano era

percorrer os mais de 2.200 km de Jeep, lá passar uma semana aprendendo com os organizadores de Uberaba, a melhor maneira de organizar e gerir um evento dessa natureza. A viagem que durou uma semana, feita nas piores condições, gerou frutos. Além de fazer contatos e aprender preciosas lições em administração de feira de criadores, a comitiva havia adquirido um vagão com seis animais de alta linhagem para garantir o melhoramento genético das raças no Cariri. Após a compra do gado, faltava o local ser definido. O que atualmente é a sede da reitoria da Universidade Regional do Cariri – URCA, servia de sítio onde moravam beatas que trabalhavam na Casa de Caridade, fundada por Padre Ibiapina. Foi feito um pedido ao então bispo Diocesano da época, Dom Francisco de Assis Pires,

O café esfriou na xícara

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uase ninguém no Crato, uma cidade do sul do Ceará onde nasceu o Padre Cícero, lembra quem foi Izabel Virgínia. O nome dessa senhora e os acontecimentos que faziam do Crato a cidade mais importante depois da capital Fortaleza, dormem sob camadas de esquecimento, como os peixes fósseis sob camadas de calcário, prova de que a cidade foi um oceano no período cretáceo. A memória já não possui tanto prestígio como na antiguidade e é preferível armazená-la nos computadores. Izabel Virgínia, uma senhora preta e gorda, que parecia estacionada nos sessenta anos, era dona de um café frequentado por políticos e intelectuais da cidade. É claro que o estabelecimento cratense nem se comparava ao Café Savoy de Praga, onde Franz Kafka costumava passar os finais de tarde. Nenhum dos nossos intelectuais se destacou no cenário mundial e os políticos não ficaram conhecidos além das fronteiras do Cariri. Mas Izabel Virgínia, para glória dos homens, fazia um doce de leite divino e uma pamonha cozida em folha de bananeira que era um supremo invento da culinária. O café ficava numa das ruas principais da cidade, próxima ao cinema Moderno e Cassino, numa casa que servia de morada e ponto comercial, com duas águas, um pé direito acima dos oito metros, no estilo porta e janelas com sacadas, piso de tijoleiras e um corredor comprido que atravessava da sala de visitas até a sala de jantar. As mesas eram toscas, com bancos ou cadeiras de assento de couro de boi. Tudo modesto e sem brilho, despojado como a sábia cozinheira, que na maioria das vezes nem cobrava dos seus fregueses importantes.

que prontamente desalojou as beatas, cedendo o terreno à prefeitura. Em 4 de dezembro de 1944, Wilson Gonçalves e Pedro Felício davam as boas vindas à Iª Exposição Agropecuária do Crato, primeira do Ceará e do interior do Nordeste.

Pós-Guerra, nove anos sem feira

Terminada a Segunda Guerra Mundial, ficou o horror das vítimas, a crise do pós-guerra e o medo de que outra tragédia como aquela pudesse se repetir. A Exposição do Crato foi interrompida após sua primeira edição e só seria resgatada nove anos depois, no governo do prefeito Décio Teles Cartaxo. A ideia era reativar o evento quando o Crato comemorasse seu Centenário, em 1953. O local escolhido é hoje a Praça Alexandre Arraes ou Quadra Bicentenário. Naquela época, o lugar não

A subespécie zebuína foi introduzida no Brasil no século XIX. A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu é a entidade que controla a constituição genética da raça entre os criadores, sendo ainda responsável pela realização, em Uberaba, Capital Mundial do Zebu, da Expozebu. Este evento, considerado uma das maiores feiras agropecuárias do mundo, acontece entre 1 e 10 de maio, e movimenta mais de 150 milhões de Reais.

passava de um bosque e lá foram realizadas quatro edições da Exposição. Foi só em 1957, no governo do prefeito Ossian Araripe, que a exposição se instalou no que até hoje é o Parque de Exposição. Toda a área era um imenso bosque de frutas, que foi desapropriado para o evento. (RP)

Por Ronaldo Correia de Brito Do Recife (PE) * Este artigo foi publicado pelo site terramagazine.terra.com.br *

Quem passava na calçada ouvia as discussões dos coronéis e políticos, homens de roupa de linho e chapéu, fumando cigarro ou charuto. Não lembro de uma única mulher sentada em volta daquelas mesas em que se decidia o destino local. Bares e cafés, no nordeste do Brasil, ainda não eram locais recomendáveis às mulheres de respeito. Izabel Virgínia, uma preta que certamente guardava memória de um avô escravo, sentia prazer em servir à clientela ilustre que quase sempre deixava a conta no pendura. Talvez por isso fosse sempre pobre e endividada, com fama de caloteira por não pagar o açúcar e o leite que comprava para os doces, engordando os ricos mal pagadores. Quando Izabel Virgínia morreu, uma sobrinha assumiu o negócio dos doces, mas parou de servir café aos fregueses, que certamente também morreram. Pouco tempo depois ela também desapareceu da cena culinária. A região ganhou universidades, mas fecharam-se os cinemas e pontos de encontro de intelectuais. O lugar ostenta o epíteto de Cidade da Cultura, embora seja quase impossível definir a cultura a que se referem. A cultura agrária entrou em decadência; apagaram-se as fornalhas de algumas centenas de engenhos de rapadura. A cultura arquitetônica, com

casarios revestidos de azulejos portugueses e ruas calçadas de paralelepípedos e pedras lavradas, deu lugar às fachadas cerâmicas e metálicas, de gosto suspeito, com enormes letreiros e placas, numa poluição visual escandalosa. As ruas asfaltadas e invadidas por carros e motos, tornaram-se barulhentas e feias, como em quase todas as cidades dos interiores pobres do Brasil. A cultura musical é a das bandas de forró brega, um massacre aos ouvidos sensíveis. E a culinária das doceiras e quituteiras como Izabel Virgínia, envergonhada dos sabores locais, imita o que de pior se produz nas mac donald's do mundo afora. Quando Gilberto Freyre retornou ao Brasil, depois de temporada numa Universidade Americana, deu de cara com o manifesto modernista e atacou-o por sentir que nele faltava respeito à tradição. Acusado de conservador, Gilberto cobrava atenção pela cultura que nos forma e que de tão desenraizada e amorfa nos fragiliza e empobrece. Do Manifesto Regionalista para cá, as coisas pioraram. Não foi apenas o café e o doce de leite de Izabel Virgínia que deixou de existir. Foi também nosso gosto de ser brasileiros.

Biografia do autor

Ronaldo Correia de Brito nasceu em Saboeiro, região dos Inhamuns, no Ceará, em 1951. É dramaturgo, contista, documentarista, médico e psicanalista. Aos seis anos, mudou-se com a família para Crato. Foi alfabetizado através da Bíblia, com seu pai. Interessou-se pela literatura e pelas narrativas orais de sua região. Em 1969, passou a morar no Recife onde ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco UFPE, no ano seguinte. Lá, entrou em contato com o Movimento Armorial no Departamento de Extensão Cultural - DEC da UFPE, dirigido pelo escritor Ariano Suassuna (1927). Fez especialização em clínica médica e psicanálise. Depois do lançamento do volume de contos Faca, em 2003, é convidado para o cargo de escritorresidente da Universidade de Berkeley, California - EUA. Atua também na área educacional e de curadoria, além de colaborar com vários periódicos.


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Eu vi a ExpoCrato nascer Era 1944, já distante! Fazia eu o 2o ginasial no conceituado e histórico Ginásio do Crato. Certo dia, estando no patamar da Matriz de Nossa Senhora da Penha, vi passar um carro Ford preto na direção ao Pimenta. Naquele tempo, carro era fruta rara no Crato e a simples presença de um já era sinal de fato

inusitado. Assim, de relance, notei que o passageiro da frente do carro era o interventor do Ceará, Francisco de Menezes Pimentel, e os ocupantes do banco traseiro eram o prefeito municipal, Dr. Wilson Gonçalves e o professor Pedro Felício Cavalcanti. Nisto passou o Zezinho de Abdon dizendo: “Vão inaugurar a Exposição de gado do Crato” (hoje conhecida por ExpoCrato). Com alguns colegas do Ginásio subi a pés para o Pimenta e ali vi a 1ª Exposição de Gado do Crato. Fiquei maravilhado com o que vi: muito gado zebu bonito, sobretudo os dos grandes criadores: Coronel Filemon Teles, Dr. Fernandes Teles, Professor Pedro Felício e Dr. Wilson Gonçalves. O local da 1º Feira de Gado do Crato era mais ou menos onde hoje fica a Rádio Educadora do Cariri. Naquela amostra não se via mulheres bonitas como nas exposições de hoje, mas somente gado e vaqueiros arranchados em barracas de palha. Também não havia serviço de som. O Crato era uma cidadezinha de dez mil habitantes. A atual Praça da Sé era apenas o Largo da Sé, atapetado de capim de burro somente.

Por: Napoleão Tavares Neves (*) Texto publicado pelo site blogdocrato.blogspot.com

Portanto, ali era a hoje pujante ExpoCrato que dormitava no seu berço no deserto sítio Pimenta, uma lonjura do centro do Crato! Pois bem, o menino daquele tempo já é quase o oitentão de hoje! Tudo cresceu, tudo mudou, mas me ficou na lembrança tudo o que vi naquele já saudoso dia. Portanto, repito, eu vi a ExpoCrato nascer, inicialmente apenas como Exposição de Gado Crato e há 49 anos realmente como a pujante ExpoCrato de hoje... (*) Napoleão Tavares Neves é médico, escritor, historiador, memorialista e cronista. Reside em Barbalha (CE)

BREVES HISTÓRICAS Foi a Expocrato que trouxe para a região, há mais de 40 anos, o processo de inseminação artificial.

A 1a Exposição Agropecuária do Crato foi lançada no dia 21 de junho de 1944, pela portaria 100/1944, nomeando como patrono e presidente o professor Pedro Felício Cavalcanti, e criando a primeira Comissão Central Organizadora do evento.

Palanque oficial - década de 70

Novo plantel e prêmios - década de 60

Em meados de setembro de 1944, foi distribuído entre os criadores da Um comboio de animais foi trazido pelos primeiros organizadores. região do Cariri o regulamento da I Exposição Agropecuária do Nordeste, A Comissão comprou um vagão de animais de raça em Uberaba, Minas apenas dois meses antes da realização do primeiro evento no Crato. Gerais, que saiu de trem para o Rio de Janeiro. De lá veio de navio até Fortaleza e chegou ao Crato de trem. O ex-prefeito do Crato, Ariovaldo Carvalho, um dos remanescentes das primeiras exposições, lembra que somente no ano de 1950, três anos antes do centenário da cidade, o prefeito em exercício, Décio Teles Cartaxo (foto), reativou a Exposição Agropecuária. No antigo bosque, onde hoje fica a Praça Alexandre Arraes e foram realizadas a segunda, a terceira e a quarta edições. Ariovaldo Carvalho (foto), também ex-presidente da Comissão organizadora em diversas oportunidades e único criador do Crato a ser premiado com o “Boi de Ouro”, lembra ainda que, em 1960, a Exposição foi promovida à categoria de Centro Nordestina. E por unanimidade de votos, pelos dez secretários de Agricultura e Pecuária do Nordeste, inclusive com o referendo de Minas Gerais, devido ao seu crescimento. Pecuaristas e familiares reunidos - década de 70

De lá para cá, são 60 edições da maior feira agropecuária e de agronegócios do Nordeste brasileiro. Hoje é a ExpoCrato, evento grandioso que congrega pessoas e negócio de todo o país. Que impulsiona e dinamiza a economia de todo Cariri. Lugar de encontro de famílias e de quem chega pela primeira vez. São milhares de

empregos diretos e indiretos; centenas de negócios fechados; uma programação variada que congrega negócios e entretenimento. A ExpoCrato é mais uma prova da força do homem e mulher do interior que através de muito trabalho e criatividade constroem um lugar de oportunidades e desenvolvimento.

EXPEDIENTE:

Reencontros, negócios e lazer em 60ª edição

Especial

Diretor-presidente: Luzenor de Oliveira - Diretor de Conteúdo: Donizete Arruda Chefe de Redação: Jaqueline Freitas - Editor Caderno Especial: Wilton Bezerra Jr Reportagem e textos: Raquel Paris - Projeto Gráfico e diagramação: Flávio Marques Fotografias: Cícero Valério - Colaborações: Huberto Cabral, Dihelson Mendonça, Wilson Bernardo, Océlio Teixeira, Pachelly Jamacaru e Museu da ExpoCrato

Contatos:

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• Vocações

A “Princesa do Cariri”

exibida em sua cultura

Tradição do Crato como pólo multicultural impulsionou o crescimento da ExpoCrato. Aspectos culturais e artísticos que caracterizam o evento, a cada ano, ganham nova dinâmica de influências. A festa é a que reúne maior número de artistas na região do Cariri. Pachelly Jamacaru

N

ão é de hoje que a cidade do Crato coleciona epítetos. Ao longo de sua história o Crato foi chamado de “Princesa do Cariri”, por ser, no início do século passado, a cidade mais desenvolvida do Cariri cearense. A feira-livre, que até hoje acontece todas as segundas-feiras, era a maior fonte de negócios da região. Para se ter uma ideia de sua importância, encontramos no Almanaque do Ceará, de 1953, uma descrição sobre ela: “O município do Crato fica situado na zona sul do Estado, no ubérrimo Vale do Cariri e é talvez, a cidade mais importante do estado, no ponto de vista intelectual, social e econômico. A sua maior fonte é a agricultura, em virtude da fertilidade do solo. O produto principal é a rapadura e produz ainda farinha, goma, aguardente, algodão, mamona, fumo e grande variedade de frutas. É por isso o mercado mais abundante e de melhores preços do ceará, dando margem a uma larga exportação para fora do Estado.” “Cratinho de Açúcar” é outro apelido que a cidade até hoje carrega. As

centenas de fontes de água, a natureza exuberante e o acolhimento carinhoso de sua população, tornam a cidade um lugar aprazível, de clima ameno, difícil de resistir. A famosa frase “quem toma

da água do Crato, jamais esquece”, é sempre proferida pelos seus habitantes com um sorriso matreiro no canto da boca. Mais nenhum epíteto é tão conhecido quanto “Capital da Cultura”.

No Crato, ficava concentrado o maior número de colégios, educandários, seminários diocesanos, círculos de escritores, centros literários, institutos de cultura, academia de cordelistas, bibliotecas, museus e cinemas de toda região do Cariri. A cidade sempre respirou cultura e não é de se estranhar que os principais festivais de cultura do Estado, ainda aconteçam em seu solo. Exemplo disso foi o Festival de Música da Chapada do Araripe – CHAMA. O evento que acontecia uma vez ao ano, reunia artistas de todo o Brasil e tinha já no final da década de 80, o formato do que hoje se acostumou a chamar de “circuito fora do eixo”. Outras promoções regionais seguem aglomerando artistas em início de carreira, oportunizando negócios e produção de cultura para aqueles que normalmente não tem espaço na indústria fonográfica. Portanto, a ExpoCrato segue a perpetuar vocações regionais, abrigando a maior reunião de artistas em um evento realizado no Cariri. (RP)

monia do Samba, e cantores como Ivete Sangalo, Zezé di Camargo e Luciano, Victor e Léo e Amado Batista, já movimentaram uma programação que se encontra cada vez mais segmentada. Bandas e cantores de estilos semelhantes são selecionados em uma mesma noite com o intuito de agregar um público que cada vez mais pede diversidade e quantidade. Artistas como Ivete Sangalo, causam frisson e tem os ingressos esgotados em poucas horas nos pontos de venda.

Segundo o empresário, em 2008, Zezé di Camargo e Luciano, foram responsáveis pelo maior número de pagantes em uma noite, 32 mil pagantes. “Assumimos a produção de shows na ExpoCrato em 2007 e

de lá para cá melhoramos o espaço físico instalando camarotes, stands, tendas e palcos. Fizemos também um investimento imenso em mídia para todo o país, além de trazermos artistas de peso”. (RP)

Apresentação de reisados é uma das atrações da festa do Parque

Dihelson Mendonça

Primeiro evento a reunir agronegócio e festa

Segundo o memorialista Huberto Cabral (foto), a ExpoCrato foi a primeira exposição de agronegócios do Brasil a ter uma programação cultural junto à exposição de animais e produtos derivados. “Seguramente, foi a Exposição do Crato que inovou ao misturar cultura e negócios. Foi mestre Elói Teles, radialista e também cordelista, que teve a ideia de reunir artistas populares no Parque de Exposição para assim termos uma programação cultural que desse destaque aos músicos e artistas da terra”, afirma Cabral. Hoje, a ExpoCrato se tornou o maior pólo de entretenimento da região, reunindo milhares de turistas que vêem ao Cariri em busca de diversão e muita festa. Bandas como Aviões do Forró, Biquini Cavadão, Chiclete com Banana, Har-

Nomes famosos e mídia nacional

Rafael Branco, sócio da RBA Promoções e Eventos, escritório que produz os grandes shows, conta que em 2010 foram vendidos cerca de 134 mil ingressos nos oito dias de evento. “A arrecadação em bilhete ria, stands e camarotes gira em torno de dois milhões de reais”.

Cultura popular e variedade fora da área de shows Fora do circuito de grandes shows, na Praça do Folclore, artistas populares apresentam legítimas manifestações culturais. São artistas regionais, violeiros, maneiro-pau, coco, repentistas, reisados, danças regionais, bandas cabaçais, forró pé de serra e diversas atrações culturais. Também a Universidade Regional do Cariri – URCA, monta um palco em frente ao seu pavilhão para a apresentação de artistas regionais que estão ligados às vertentes musicais de contracultura como o rock’n

roll, rap, hip hop e MPB. Para Gilles Albert, jovem empresário que vem todos os anos à ExpoCrato, os shows são o principal motivo de percorrer ao mais de 700 quilômetros que separam Campina Grande, na Paraíba, do Crato. “Venho sempre que posso, tento não perder uma ExpoCrato. O que mais gosto são os shows à noite. Compro o pacote de ingressos para não ter perigo de perder a festa se eles esgotarem. Curtir os shows e rever os amigos não tem preço”. (RP)


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• Curiosidades

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Luiz Gonzaga, o “Cratim de açúcar” e a Exposição • O REI DO BAIÃO participou da inauguração da Rádio Araripe, juntamente com seu pai, Januário, e seu irmão, Zé Gonzaga, bem como da Rádio Educadora do Cariri e do restaurante Gaibu Avenida. Sempre foi uma das maiores atrações artísticas da Expocrato, além de grande divulgador do evento. • A MÚSICA "EU VOU PRO CRATO", interpretada por ele e composta pelo cratense José Jataí, foi lançada em 1961 no Auditório da Rádio Educadora, no Crato. A obra ainda hoje emociona os cratenses de todas as

MÚSICA Eu vou pro Crato (José Jataí e Luiz Gonzaga) Eu vou pro Crato Vou matar minha saudade Ver minha morena Reviver nossa amizade Eu vou pro Crato Tomar banho na nascente Na subida do lameiro Tomo uns tragos de aguardente Eu vou pro Crato Comer arroz com piquí Feijão com rapadura Farinha do Carirí Eu vou pro Crato Vou matar minha saudade Ver minha morena Reviver nossa amizade Eu vou pro Crato Pois a coisa melhorou A luz de Paulo Afonso Cariri valorizou Eu vou pro Crato Já não fico mais aqui Cratinho de açúcar Coração do Cariri Eu vou pro Crato Vou matar minha saudade Ver minha morena Reviver nossa amizade Eu vou pro Crato Vou pra casa de se Pedro Seu Felício é véio macho Tou com Pedro, tou sem medo Eu vou pro Crato Vou viver no Cariri Cratinho de açúcar Tijolo de buriti

gerações. Foi gravada dois anos depois pelo Rei do Baião e consta na faixa 9, do LP Pisa no Pilão (Festa do Milho) de 1963. • DESDE DE CRIANÇA, Luiz Gonzaga freqüentava a feira semanal de Crato, junto com seu pai Severino Januário e de seus irmãos. Embarcou para Fortaleza, aos 18 anos, pegando o trem no Crato para servir ao Exército, no quartel do 23º BC, ao lado de João Correia Vilar e seu primo José Ferreira Lima, que foi por muito tempo vigilante do Parque de Exposição do Crato. • CANTOR E SANFONEIRO, veio visitar sua terra natal Exu, quando também realizou show no Crato, em 1946, no antigo Cine Rádio. Em outubro do mesmo ano, a convite dos seus amigos Manelito Parente, Padre Antônio Vieira, Monsenhor Pedro Rocha e Pedro Norões, animou leilões da Festa de São Francisco, em favor da construção da Igreja e do Hospital São Francisco. • EM 1953, Luís Gonzaga abrilhantou a Festa do Centenário do Crato, com grande show na Feira de Amostra, instalada na Praça da Sé, trazido pela Rádio Araripe, sob o comando de Wilson Machado. Em 1974, tornou-se cidadão cratense, título outorgado pela Câmara Municipal, em solenidade realizada no auditório do SESI. • EM 1975, Luís Gonzaga levou o Coral da Sociedade de Cultural artística do Crato (SCAC) para cantar a Quinta Missa do Vaqueiro, criada por ele, Padre João Câncio e Pedro Bandeira, em Lajes, município de Serrita (PE), em homenagem ao vaqueiro Raimundo Jacó. Falado: É! O caminho é de açúcar! O cratinho é doce! Cratinho é terra boa! Todo mundo quer ir pra lá... Eh! Eh! Mas ninguém quer ir pro hoté... todo mundo que se arrumar na casa de um parente. Um, diz que vai pra casa do Alencar... Ah! Ah! Outro diz que vai pra casa do parente. Outro diz que vai pra casa de Seu Pedro... É... mas eu num gosto muito disso não! Só se fizerem como eu, né? Eu quando vou me hospedar na casa de um parente, eu levo um saco de farinha, levo um bode seco, uma dúzia de abacaxi, um capãozinho, um saco de piquí, uma cachacinha boa... Ah! Ah! Faça como eu, viu? O parente fica satisfeito. Depois você pode dizer que o Cratinho é de açúcar... Pode passear... pode se divertir no Crato, mas faça como eu...Ah! ah!

Luiz Gonzaga já frequentava a tradicional feira semanal no centro do Crato • QUANDO INAUGUROU o Parque Asa Branca (que abriga hoje o Museu do Gonzagão e o Mausoléu da Família Gonzaga) - Luís Gonzaga levou o Coral da SCAC para cantar a missa de ação de graças e fazer uma apresentação artística, seguida de grande show de famosos artistas nacionais. Como prova de seu amor ao Crato, Luís Gonzaga gravou a musica “Eu Vou pro Crato”, de José Jataí e “Vovô do Baião”, em homenagem ao seu Pai Januário, ao

Januário, pai do rei do baião

médico Humberto Macário de Brito e ao Hospital São Francisco. • EM 1986, Luís Gonzaga participou da maior festa folclórica da Expocrato, em homenagem aos Quatros Heróis do Ciclo do Jumento, promovida pelo saudoso Padre Antônio Vieira, que reuniu no palanque do parque os maiores defensores do jumento: Padre Antônio Vieira, Luís Gonzaga, Patativa do Assaré e José Clementino, que foram saudados pelo poeta Pedro Bandeira, com o apoio da Comissão Central da Exposição do Centro Nordestina. Presidida por Henrique Costa, Luís Gonzaga recebeu homenagem do Crato Tênis Clube, AABB e Clube Recreativo Granjeiro, que lhe outorgaram o título de sóciohonorário e também da Loja Maçônica Acácia do Cariri, cuja construção teve o apoio do “Rei do Baião”. • EM 12 DE MAIO DE 1989, Luís Gonzaga fez sua última visita ao Crato e ao Exu, sua terra natal. Foi festivamente recebido no Aeroporto Regional do Cariri pelo Clube Mirim de Ecologia, do Colégio Diocesano, e recebeu do seu presidente, estudante Paulo Ernesto Nascimento, hoje repórter da TV Verdes Mares e filho do jornalista Antônio Vicelmo, o Diploma de sócio-honorário, ao som do Xote Ecológico — um dos seus últimos sucessos musicais, com cobertura da Rádio Educadora, TV Verdes Mares e Diário do Nordeste. (Com colaborações de Antõnio Vicelmo, Huberto Cabral e do site sertao9.blogspot.com - por Antônio Ribeiro )


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• R$ 65 milhões

Negócios milionários dentro e fora do parque

Quando os portões do Parque da ExpoCrato se abrem, por lá não passam só as multidões esperadas por dia no evento. O volume de negócios também impressiona, movimenta e aquece a economia do Cariri.

P

rognósticos dos organizadores apontam que é esperado para esse ano um volume de negócios a ultrapassar os R$ 65 milhões. Para se ter uma ideia da geração de renda, a região do Cariri viu saltar de R$ 67.990.220,00, em 2007, para inacreditáveis R$ 107.296.000,00, a quantia de negócios fechados em toda região no período. É sem dúvida uma butija de ouro que despeja todos os anos suas benesses. Todos sabem que naqueles 36 hectares, estão oportunidades únicas de negócios que vão desde a venda de maçãs-do-amor à leilões nacionais que alcançam milhões de reais. A ExpoCrato, se torna assim marca de negócios, dinheiro e, sobretudo, desenvolvimento econômico. São apenas oito dias. Uma semana em que o dinheiro corre farto pelas ruas da cidade do Crato. Segundo a Comissão Gestora o volume de negócios em 2010 superou os R$ 54 milhões. “Mais que os R$ 50 milhões de 2009 e 30%a mais que os números alcançados em 2008”, garantiu o presidente do Grupo Gestor, Francisco Leitão. (RP)

Interiorização Os números tornam a ExpoCrato uma vitrine chamariz para empresários de todo o país, que apostam na interiorização da economia. Segundo o empresário Germano Teles, o evento é imprescindível para a publicização do Cariri. “Hoje, os empresários acreditam na força do interior. A ExpoCrato é o símbolo de que variedade de negócios, parcerias entre público e privado e uma população que apóia e consome os produtos de sua terra são certeza de muitos e bons negócios”. Dihelson Mendonça

Comércio aquecido Engana-se quem pensa que a grandiosidade do evento está circunscrito aos muros do Parque de Exposição. Os dados comparativos do comércio entre junho e julho e os outros meses do ano, dão uma ideia da representatividade econômica da ExpoCrato para o comércio da cidade. Segundo a Câmara de Diretores Lojistas do Crato – CDL, o comparativo de consultas do comércio já demonstra um avanço significativo nas vendas a partir de junho. Em 2009, o mês de junho já apresentava 11.345 consultas feitas por comerciantes aos bancos de dados da CDL. Para se ter uma ideia, o mês anterior não ultrapassou os 10.000 acessos, para pular para 12.219 acessos em julho, ficando atrás apenas do mês de dezembro. Já em 2010, foram 10. 845 consultas em junho e 12. 669, em julho. LOJAS ESTENDEM HORÁRIO É evidente que a ExpoCrato se torna o carro-chefe de todos os setores de negócios na cidade. Segundo Ronaldo Cruz

(foto), gerente de uma grande loja de roupas, a segunda quinzena de junho já dá pistas do que será o mês precedente. “Quando chega julho, a loja não pára de receber mais e mais clientes. Para se ter uma ideia, nesse mês adotamos um horário especial. A loja fica aberta bem depois das 19 horas para atender o público que trabalha em horário comercial e não tem tempo de vir à loja no horário normal”.

15% é o incremento previsto em volume de vendas no comércio do Crato, segundo a CDL E a tendência é só aumentar o faturamento. “Este ano acreditamos que nossas vendas irão ultrapassar em 30%, as vendas de 2010. Qualquer loja que alcance um faturamento maior que 10% em relação ao mesmo mês do ano anterior já é motivo de comemoração. Só a Exposição nos proporciona o triplo”, afirma o comerciante. VENDAS MUDAM ESTRATÉGIA Geovana Coelho (foto), gerente de uma loja de acessórios, comemora e muito, a chegada da ExpoCrato. Segundo ela, desde abril os estoques da loja já recebem incremento de peças de bijuterias, apenas aguardando a exposição. “A ExpoCrato nos traz um faturamento três vezes maior que o normal”, informa Geovana. “Nós também participamos da feira com um stand e lá vendemos igual ou mais que na loja”. Outro setor que também não vê a hora de julho chegar, é o de produtos de beleza. Jóssia Érica, dona de

uma grande franquia de maquiagem e perfumaria, explica que a assume diversas estratégias de venda durante a exposição. “Costumamos fazer diversas promoções. Por exemplo, o cliente compra determinada quantia em produtos e leva um ingresso para os shows daquele dia. Com isso, aumentamos nosso faturamento em vinte por cento e é certeza de sucesso para a marca”. (RP)


Crato, Crato,

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O periódico do Cariri independente

cidade em exposições Por Dihelson Mendonça


REGIテグ DO CARIRI, DE 10 A 17 DE JULHO DE 2011 O periテウdico do Cariri independente

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Por Pachelly Jamacaru

Por Wilson Bernardo


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"Mudança de lugar da ExpoCrato é inevitável"

• Entrevista – Francisco Leitão, presidente do Grupo Gestor da ExpoCrato

O presidente do Grupo Gestor da ExpoCrato, Francisco Leitão, faz um balanço de seus quatro anos de gestão e afirma que a mudança de lugar do Parque de Exposição é algo “inevitável”. Confira entrevista exclusiva ao Jornal do Cariri.

JC - A partir de 2007 houve um grande crescimento nos negócios fechados dentro da ExpoCrato. Isso se deve a que iniciativas? FL – Nós tivemos até 2006, uma certa dificuldade em trazer animais, principalmente animais de qualidade e com uma genética boa. Isso só acontece se você visitar exposições, participar dos eventos de outros estados e outros criadores. para que você possa trazer também. Então, foi isso que nós fizemos. Inovando todo esse trabalho, trazendo o que tem de melhor para dentro do Crato. Nunca tinha sido feita uma exposição em nível nacional aqui no Crato, uma exposição pan-americana aqui dentro. Foi esse grupo gestor que puxou essas inovações fazendo contatos com as entidades nacionais, como a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos e Caprinos e conseqüentemente, a de Eqüinos. Isso fez essa Exposição crescer. JC - A ExpoCrato é hoje a maior feira do interior do Nordeste? FL - Eu acho que hoje, você bota a ExpoCrato para disputar o primeiro lugar com duas feiras: a da Bahia, em Salvador, e a de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, conhecida com a Festa do Boi. JC – O evento está se distinguindo por suas exposições de animais. Quais as principais? FL - A Expocrato cresceu por trazermos pra cá várias exposições nacionais, autorizadas pelas próprias entidades de nível nacional. Já trouxemos da raça Morada Nova, esse ano traremos a Bergamácia, que estava praticamente em extinção. Estamos fazendo uma espécie de resgate, trazendo também o somalis, uma raça nativa que se adapta bem ao semi-árido e, na parte de caprinos, traremos a nacional de savana, além de uma ranqueada de parte Suíço, onde a própria entidade a nível nacional trará um juiz da Itália para julgar esse gado aqui na Expocrato. Ano passado fizemos a ranqueada de Nelore, que nunca tinha sido feito aqui no Crato. Outras exposições pan-americanas e internacionais também foram realizadas e executadas com participação do México, Eestados Unidos, República Tcheca e outros países do exterior. JC - Como a ExpoCrato é vista dentro do cenário regional e nacional de feiras? FL - O próprio crescimento da ExpoCrato tem demonstrado a sua importância. Porque é uma exposição que nós procuramos trazer o que há de melhor na

Océlio Teixeira

de do Crato. E isso fez com que pudéssemos de forma muito simples e humilde implantarmos o museu da Expocrato para resgatar a história do evento. A saída desse parque vai ser necessária. Ou hoje, ou amanhã, ela vai ser necessária. É inevitável. Hoje, nós temos dificuldade de acesso, principalmente no horário de pico. Vai ter que sair daqui. Mas, jamais vai sair da cidade, nunca deixará de ser ExpoCrato, até pelo próprio nome. E hoje, a ExpoCrato é patenteada pelo Instituto Agropólos, faz parte do calendário da agropecuária do Estado e é daqui. Temos dificuldade de melhorar a parte de pecuária, de melhorar a acessibilidade para a população. A verdade é que precisamos de um parque novo.

Francisco Leitão, do Grupo Gestor: inovação e projeção da feira parte de pecuária, de debates com as entidades nacionais. Os comentários que nós sentimos, ouvimos e sabemos é que se tornou uma grande exposição. Em que nós procuramos trazer julgadores tanto da parte caprina, ovina, bovina e eqüina da melhor qualidade. Juízes que tem o melhor conhecimento e pessoas que são extremamente bem conceituadas no meio. Então, hoje, ela tem uma respeitabilidade muito grande, fora daqui do Ceará. Se você chegar na feira internacional de caprinos e ovinos, que é em São Paulo, e perguntar o que é a Expocrato, muita gente sabe, já viu ou tem informações do que é esse evento aqui. JC - O que mudou na infraestrutura do Parque desde que essa comissão gestora assumiu em 2007? FL - Isso é um fato notório. Quando se terminava a exposição, a preocupação da comissão gestora era de fazer uma retirada rápida dos aparelhos sanitários, lâmpadas, fiação, de caibros e de ripas de alguns locais, porque o pessoal furtava. O parque tinha um evento que sempre se destacou que é a Expocrato, mas quando dava segunda-feira se corria para tentar se preservar alguma coisa de material do próprio parque, o patrimônio público. Hoje, se alguém andar nos pavilhões tem lâmpada, se entrar nos banheiros vai encontrar os sanitários, as pias, as torneiras. Porque isso? Porque a comissão gestora também se preocupou com a segurança, inclusive na preservação da integridade do patrimônio público. Não se vê mais depredações. Hoje, temos aqui dentro uma cavalaria da Polícia Militar, segurança armada e um sistema de câmeras que faz o monitoramento. Sempre

tivemos cuidado foi com a parte de meio-ambiente, inclusive com a arborização. A maior que se vê dentro do parque foi feita por essa comissão gestora. Plantadas mais de 1000 mudas. No ano passado, foram plantadas 200 mudas de ipê roxo e ipê amarelo. À tarde, há sempre um numero significativo de pessoas caminhando por causa da segurança e se observa que o parque está sempre limpo, pronto para se ter o evento que for necessário.

JC - O senhor acha que a ExpoCrato ainda cabe dentro do Parque de Exposições? FL - Hoje a procura é grandiosa, inclusive de criadores. Por exemplo, estamos trazendo a primeira exposição ranqueada de eqüino pônei do Estado do Ceará. Serão em torno de 120 pôneis, com provas de tambor, de baliza, de bota e de cadeira. Com essa quantidade de animais, estamos impossibilitados de realizar leilão de eqüino porque nós não temos espaço suficiente para colocar esses cavalos aqui dentro do parque. Então, ele se torna pequeno. A acessibilidade ao parque hoje dificulta o engrandecimento do próprio evento. JC - Como o senhor vê a proposta do Governo do Estado em retirar o Parque de Exposição desse local? FL - Primeiro, o fato de se dizer que a ExpoCrato iria para Juazeiro não tem o menor fundamento, por uma razão muito simples. A logomarca e o nome ExpoCrato, não tinham até esse período, em 69 anos de existência, sido patenteados. As pessoas estavam usando o nome indevidamente. Então, jamais ela sairia daqui, porque faz parte do patrimônio da cida-

JC - Qual o panorama que o senhor faz desses quatro anos de gestão? FL - O que nós pudemos ver nesses quatro anos foram exposições de qualidade. O cuidado com o parque que está sempre limpo, bem capinado e zelado. E hoje tem um sistema de segurança relativamente bom. É um parque que se procurou inovar até com coisas que pessoas que moram nas capitais não tem oportunidade de ver. É o caso da fazendinha, que dá oportunidade a quem sempre viveu em capital conhecer de perto o manejo de uma fazenda e ter se aberto o espaço para a ampliação da casa de farinha. Fazer com que o próprio pessoal da agricultura familiar pudesse ampliar os seus negócios e mostrar o seu produto à pessoas que fazem visita ao parque. Antes, o corredor da agricultura familiar que era acanhado e de taipa. Agora, tem uma visibilidade melhor. O padrão racial dos animais cresceu muito, a participação de criadores que nunca haviam estado aqui. JC - E o que se planeja para o futuro da ExpoCrato? FL - Acho que a minha parte eu já cumpri. O que eu planejo é fazer com que outra pessoa que venha para esse lugar toque isso aqui para frente, coloque para caminhar melhor. Lógico que já tem exposições nacionais planejadas, diferentes da que fizemos até aqui, assuntos para se colocar em pauta na parte de reprodução animal. Aprofundaremos as discussões na parte de inseminação artificial, de transferência de embriões. Então, acho que isso vai ser o diferencial em 2012 e eu espero que esteja uma outra pessoa fazendo esse trabalho e engrandecendo essa exposição. (RP)


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• Futuro da ExpoCrato em debate

Modernização e mudança do parque geram polêmica

Tudo começou em 2009. O então secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado, Camilo Santana, alinhado com o discurso do governador Cid Gomes, lançou a ideia para toda a comunidade cratense, de uma mudança de lugar e modernização do Parque de Exposição Pedro Felício. Wilson Bernardo

A

ideia era simples. Dada a incapacidade física do atual parque em comportar o número de pessoas e negócios que o visitam durante a ExpoCrato, o governo estadual estaria disposto a investir R$ 25 milhões em sua modernização. A reforma, que se igualaria à que foi feita no Parque de Exposições de Sobral, triplicaria a área do parque, com instalação de salas de

Comissão convocada Dado o tamanho da polêmica que se formou, uma comissão foi convocada para debater o assunto. Esta era composta pelo prefeito do Crato, Samuel Araripe, os três deputados estaduais mais votados no Crato, os dois deputados federais mais votados, o presidente da Câmara Municipal e o jornalista Antônio Vicelmo. Em setembro do mesmo ano, uma audiência pública solicitada ao Ministério Público pelo Governo do Estado, realizada nas dependências do Serviço Social do Comércio, no Crato, tentou esclarecer e encontrar uma proposta viável para o assunto. Na ocasião, o que pautou o primeiro momento das discussões foram as diversas colocações de representantes das associações de criadores que recorreram aos dados técnicos para defenderem a proposta do governo estadual. Já o prefeito do Crato, Samuel Araripe, no intuito de auxiliar a ideia de permanência do Parque local, apresentou um projeto de ampliação e modernização, dentro do Plano de Requalificação Urbana (PRU) da cidade, coordenado pelo arquiteto José Sales. O projeto inclui a construção de quatro avenidas para qualificar o entorno, arborização, construção de um lago, área de leilão, auditório, restaurantes, pista de cooper. O Governo do Estado se fez representar pelo então secretário de Desenvolvimento Agrário, Camilo Santana. Este utilizou a experiência da Exponorte, feira agropecuária realizada em Sobral, para embasar a proposta do governo estadual. (RP)

Dom Panico (e), Samuel Araripe (d) e o gestor Leitão (c), em 2010: mudanças em vista inseminação artificial, laboratórios para 10 mil veículos, museu e uma para melhoramento genético, centro área de shows completamente isolada de manejo, auditório, dois restau- numa área estimada em 400 mil merantes permanentes, estacionamento tros quadrados.

O único problema: a mudança de lugar do atual parque. Assim, uma proposta que aparentemente iria alavancar simpatia, gerando modernidade, emprego e renda, transformou-se em uma polêmica junto à população cratense. Muitos setores não suportam a simples ideia de ver o Parque de Exposições ser retirado de seu atual local. Nem mesmo com a proposta do terreno ser cedido à Universidade Regional do Cariri – URCA, para ampliação de suas instalações, surtiu efeito favorável. Após diversos artigos, abaixo-assinados da população e de autoridades abominando a ideia da mudança de local do Parque de Exposição, o secretário Camilo Santana, esclareceu que tudo não passou de uma especulação a ser debatida entre a população da cidade. (RP)

Governo aponta demandas, prefeito quer permanência Para Camilo Santana, deve se ter em mente o futuro da Expocrato não só imediato, mas a médio e longo prazo. Daí, a preocupação do governador Cid Gomes em propor à população do Crato um novo local para o evento, que segundo Santana, é hoje uma das maiores feiras agropecuárias do Brasil. O secretário destacou ainda, a conduta democrática do governador ao deixar para a população da cidade, a decisão de onde deverá ser o local para o novo parque. Segundo o chefe de Gabinete, Davi Araripe, o prefeito Samuel Araripe está sempre aberto a novas propostas, com o intuito de opinar para o engrandecimento do projeto. Entretanto, para a Prefeitura é de suma importância que a Expocrato permaneça no Parque de Exposições. “O prefeito defende a permanência do local por ser o Parque Pedro Felício um lugar tradicional para a cidade. Há também o fato de 60% da população deslocar-se a pé, contribuindo para que o parque nunca esteja vazio. Se este for transferido não sabemos o que pode acontecer”, finaliza Araripe.

JORNALISTA VÊ ESGOTAMENTO Para o jornalista Antônio Vicelmo, o parque deveria sair de onde está. “O parque deve sair de dentro da cidade porque caba obstruindo as ruas em seu entorno, acaba sendo um transtorno”. Mas, para o jornalista nada disso apaga o brilhantismo do evento. “A Exposição é para o Crato o que as romarias são para Juazeiro do Norte. A festa é um evento muito importante para todo o Cariri. Lá dentro é movimentado um capital de R$ 55 milhões, fora o que o comércio da cidade fica aquecido antes e depois da Expocrato, devido ao fluxo enorme de turistas”. TENDÊNCIA DO EVENTO É SÓ CRESCER Opiniões à parte, o fato é que a ExpoCrato constitui-se em um capital humano e de negócios inesgotável. Primeira feira de agronegócios do Ceará, seu pioneirismo a tornou famosa em todo o país. Os grandes shows, um diferencial de entretenimento que principiou na ExpoCrato, com bandas e cantores nacionalmente conhecidos, arrastam multidões de todo o Nordes-

te. As exposições de animais nacionais, pan-americanas e internacionais, a colocaram na dianteira do universo do agronegócio brasileiro, rendendo milhões em leilões que hoje são televisionados para todo o Brasil. A diversidade da arte popular que é mostrada em produtos, comidas e no trabalho dos artistas locais, demonstra a personalidade do povo caririense, sempre tão orgulhoso de sua cultura. (RP) Océlio Teixeira

Camilo Santana, secretário de Cidades


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• 140 mil visitantes no Crato

Novo recorde de público, hotéis lotados e shows A programação de shows da 60ª ExpoCrato começou no último domingo, dia 10 e vai até 17 de julho, com exposições gratuitas no Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcante. Shows de bandas locais e nacionais acontecem durante a noite. A organização do evento espera cerca de 140 mil visitantes. Hotéis da região esgotam reservas.

A

Expocrato traz shows de vários estilos musicais, como a banda ‘Pouca Vocal’, do vocalista do Engenheiros do Hawaii, Humberto Gessinger, a banda Calypso, Aviões do Forró, Asa de Águia, Bruno e Marrone, entre outros. Há três meses, hotéis da cidade lotaram suas reservas no período dos shows. No ano passado, as apresentações mobilizaram cerca de 135 mil pessoas boa parte dos oito dias de festa.

Expocães faz sucesso Afora o destaque para os leilões, há ainda a Expocães. Em 2009, a IIIª Exposição de cães recebeu 300 animais de mais de 50 raças, entre as quais poodle, boxer, pastor alemão, dobermann, labrador, pit-bull, schnauzer, yorkshire e rotweiller. O evento teve em sua programação três exposições panamericanas e três internacionais, ambas constando do calendário oficial da Confederação Brasileira de Cinofilia, onde estão em julgamento a beleza, padrões da raça e desenvoltura na pista. (RP)

Turismo de lazer e negócios comemora A enxurrada de visitantes na região mais que superaquece o setor de turismo. Aproveitando que julho é um mês de férias, os hotéis apresentam lotação máxima. Segundo Gláucia Barreto, gerente de um hotel da região, desde abril o hotel já se encontra com as reservas esgotadas para a ExpoCrato. “Nós já recebemos pedidos de um ano para o outro dos clientes que se hospedam no hotel”. E vem gente de todas as parte do país para conhecer a maior exposição do interior do Nordeste. “Há turistas de todo lugar. Observamos, por exemplo, que turistas de Pernambuco e de Alagoas vem mais por diversão. Já os de São Paulo, para fechar negócios”. Na trilha do faturamento, em 2010 o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas- Sebrae/Ce, inovou ao dar aos pequenos comerciantes a oportunidade de se capacitarem para enfrentar com estratégias modernas de vendas, o concorrido mercado da exposição. Com o nome de Empreendedor Individual ou EI, o projeto do Sebrae tinha como objetivo habilitar para o mercado de trabalho barraqueiros, pipoqueiros, vendedores ambulantes de cachorro-quente e crepe, de bebidas e autônomos em geral, no intuito de conhecerem de perto as vantagens da formalização. Só naquele ano foram mais de 300 atendimentos realizados pela instituição. (RP)

PREÇO DE INGRESSOS As vendas para o evento começaram no último dia 20, com pacotes para todos os dias de shows.

R$ 90,00 - pista R$ 250,00 - área vip Individuais custarão entre R$ 10,00 e R$ 15,00

Programação de shows EXPOCRATO 2011 Dom

10

Leo Magalhães Amigos Sertanejos Geraldinho Lins Italo e Renno Sorriso Maroto Dorgival Dantas Mala Mansa

Ter

12 Qui

14 16

11

Pouca Vogal Axé Meu Rei

Exaltasamba Forró da Xêta Magníficos Forró de Luxo

Qua

13

Asa de Águia Furacão do Forró Forró da Curtição Forró di Taipa Aviões do Forró Forró do Muído Solteirões do Forró Kokitel do Forró

Sab

Seg

Garota Safada Banda Calypso Capim Cubano Ala Ursa

Dom

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Sex

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Bruno e Marrone Arreio de Ouro Forró da Pegação


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Dados Expocrato 2011

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0

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50 camar

138 criadores participam da 60 . edição da feira, representando a

todas as regiões do Estado, além de Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraiba, Pernambuco, Bahia, São Paulo e Minas Gerais

140 cavalos pôneis participam este ano da Ia Exposição Ranqueada do Crato

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“Essa vai ficar para a história” é o slogan publicitário da ExpoCrato 2011

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• Serviços ao turista

egional e

Aeroporto Regional do Cariri tem seis voos regulares Empresa Gol

Horário 3:55 3:25

Avianca

Avianca

Destino

Fortaleza, Rio de Janeiro (Galeão)

Frequência

Fortaleza, Rio de Janeiro (Galeão)

diária

13:00

Fortaleza, Rio de Janeiro (Galeão)

domingos

14:25

Fortaleza, Brasília

diária

15:40

Recife, Brasília

diária

16:20

Brasília, São Paulo (Guarulhos), Porto Alegre

diária

Onde ficar:

Aeroporto do Cariri Av. Virgílio Távora, 4000 - Juazeiro do Norte Fone: (88) 3572-0700 Empresa de Taxi Aéreo: Taf: (85) 3572-1397

diária

Agências de Viagens: Cariritur: (88) 3512-3399 L Univers Tur: (88) 3512-6502 Scarpiera: (88) 3571-2611

O que encontrar

O que conhecer Modernas técnicas de

Julgamento de animais bovinos, ovinos, caprinos e eqüinos

agropecuária

Informações com expositores de outros estados

Linhas de financiamento,

3 mil vagas para veículos Agências bancárias Sala de imprensa Internet Wireless Serviço de apoio ao expositor Postos: policial e médico Exposição de empresas Expoflores Feira de pequenos animais Exposição Internacional e Nacional de cães Feira de artesanato Leilões Estande da SDA dedicado ao produtor rural Exposição de máquinas e equipamentos Insumos e fertilizantes Exposição de animais bovinos, ovinos, caprinos e eqüinos Manifestações folclóricas e shows musicais Restaurantes regionais Casa de farinha e Engenho

bons negócios e diversão

Hotel Pasárgada Parque

Av. José Horacio Pequeno, 1600 - Lameiro Fone: (88) 521 - 7026

Hotel Crato

Rua Nelson Alencar, S/nº - Centro Fone: (88) 521 - 0276

Hotel Siqueira Campos

Rua Senador Pompeu, 373, As 01 Centro Fone: (88) 521 - 8807

Hotel Tabajara

Rua Sargento George Teles Sampaio, 1128 Independete Fone: (88) 521 - 1415

Hotel Vila Real

Rua Barbara Alencar, 694 - Centro Fone: (88) 521 - 7289

Onde ir?

dicas legais

» Conheça a Cascata, que tem uma queda d’água de cerca de 12 m de altura e está situada no rio Batateira, nas proximidades do Sítio Rosto. O local propicia excelente banho e uma paisagem pitoresca. » Vá à Toca do Pajé, localizada no Sítio Bucaina, a 1 km do Clube Serrano – lá você poderá tomar banhos de bica e piscinas de água corrente. » Não deixa de ir no Museu de História Natural da URCA (Universidade Reginal do Cariri). O Museu de Fósseis possui áreas de paleontologia, geologia, botânica, zoologia e ecomuseu. » Visite o Centro de Pesquisa Paleontológico da Chapada do Araripe. Dono de um acervo de mil peças, está abrigado no prédio mais antigo do Crato, onde funcionou a Câmara do Senado.

Feira de produtos regionais

Via terrestre - Principais Agências de ônibus: Empresa Viação Itapemirim S/A Tel: (88) 3571-1177 Av Pe Cícero, s/n KM8 SALESIANOS - Juazeiro do Norte Expresso Guanabara PABX: (88) 3571-2143 Rua Delmiro Gouveia, s/n bx 31 Centro - Juazeiro do Norte

Comércio

Pontos de comercialização de artesanato

Associação dos Artesãos do Crato Tel: (88) 3521.3882 Oficina de Artesãos do Crato Tel: (88) 3521.0008 Secretaria Turismo e Cultura Tel: (88) 3523.2055


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Acervo da feira

Memoria

O MUSEU DA EXPOCRATO foi instalado no Parque Pedro Felicio na 58o edicao do evento, realizada em 2OO9. O espaco e dedicado a mostra iconografica de toda a projecao da feira e sua trajetoria para se consolidar no calendario do Ceara e do Nordeste. O museu foi construido com doacoes feitas por empresarios da regiao e, especialmente, do Crato. Uma atracao a mais na Expocrato a resgatar seus principais momentos.

Capitão Ariovaldo Carvalho ao lado do coronel Adauto Bezerra e do ex-prefeito do crato Humberto Macário Reisado, década de 60 - Cultura popular sempre presente

Jornalista Huberto Cabral, Dom Vicente de Paulo Aquino, jornalista Nertan Macedo e o ex-prefeito Pedro Felício

O ex-governador Virgílio Távora, o ex-prefeito Ariovaldo Carvalho (e) e o radialista Elói Teles O ex-prefeito do Crato e deputado Ossian Araripe ladeado pelos ex-governadores Adauto Bezerra e Manoel de Castro

Nertan Macedo, ex-prefeito e ex-deputado estadual Filemon Fernandes Teles e Adauto Bezerra

Praça Siqueira Campos - Crato Urbano que a exposição ajudou a desenvolver

Primeira Exposição realizada em 1944, no sítio Caridade - 5.000 visitantes


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Pedro Felício faz entrega de troféu ao lado de Nertan Macêdo e Dom Vicente

Capitão Ariovaldo e Dom Vicente Castelo Branco, Pedro Felício Cavalcante e o fotógrafo Edilscon Rocha

Ariovaldo Carvalho, ex-governadores Adauto Bezerra e Cesar Cals com o exsenador Hermano Teles

Parque de Exposição Pedro Felício na década de 60

Pedro Felício, Adauto Bezerra, radialista Heron Aquino e Nertan Macêdo

BREVES HISTÓRICAS

Na quinta edição, o prefeito Ossian Araripe (foto), exdeputado federal e pai do atual prefeito, Samuel Araripe, em parceria com o Governo do Estado, transferiu o evento para o local onde hoje é a sede definitiva do Parque de Exposição Pedro Felício. O período do evento passou, então, de quatro para sete dias.

O nome Expocrato ficou popularizado a partir da primeira década deste século, quando o evento ganhou dimensão nacional de megaevento, com programação cultural e grandes artistas.

Estação Ferroviaria - década de 50 portão de entrada do Crato

A repercussão da notícia foi feita pela imprensa local, que divulgou a novidade na amplificadora local e na ediçã o dominical do jornal “A ação”. O período da 1ª Exposição foi de 4 a 7 de dezembro de 1944. Expostos 295 animais — cerca de 220 bovinos e o restante, eqüinos, muares, asininos, ovinos, caprinos e suínos, além de animais de menor porte, como coelho, galináceos etc. Huberto Cabral lembra que “a raça zebuína, a mais aconselhada para o nosso meio, começou a ser introduzida no Cariri, quando um genro do então presidente do Estado, Justiniano de Serpa, apareceu no Crato, por volta de 1922, com um lote de umas 100 rezes procedentes do Estado de Minas Gerais, via Fortaleza, e efetuou vendas aos criadores tradicionais. “Os visitantes foram na ordem de cinco mil. O êxito foi completo, desde o aspecto econômico (boa venda de gado) ao social. Isto se deveu ao clima de entusiasmo e boa vontade por parte de todos e, sobretudo, ao seu plano geral de preparação”, afirma o memorialista Huberto Cabral.

Estação Ferroviaria - década de 50 grande portão de entrada do Crato


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