Comentário à Regra da Militia Sanctae Mariae - 14 de abril de 2016

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2 – Compreender e esforçarmo-nos por viver com o lema que o Cardeal Danielou disse em “A oração um problema político”: “o cristão é um pagão em conversão permanente”; 3 – Que a nossa conversão tem de ser a força para a saída;

4 – Que a saída para o mundo, não é para fazermos o que o mundo faz! Por isso, exige-se uma formação permanente, não para nos auto-satisfazer-nos como fazendo parte de um clube recreativo e cultural, de obesos de intelectualidade! Caros freires e amigos: não somos nem devemos querer ser um grupo assim, mas temos a obrigação total de sermos e estarmos preocupados com a nossa formação permanente. O mundo em que vivemos assim o exige. Nunca podemos nem devemos esquecer que não somos resquícios decadentes de uma mentalidade há muito ultrapassada. Vivemos hoje. Neste tempo e nesta cultura pagã que cultua o hedonismo e o relativismo e todos os dias somos “bombardeados” por imagens e mensagens que muitas vezes vemos e ouvimos acriticamente ou então, o que vai dar ao mesmo, respondemos ressabiados e sem consistência, com argumentos frágeis e nem sempre bem fundamentados. Nunca podemos esquecer que A MILITIA é o conjunto dos MILES (combatentes!). Daí a urgência de estarmos sempre em formação para sempre estarmos em saída. Como dizia recentemente o Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino (10.IV. 2016): “Constatamos que o Corpo Místico de Cristo, a sua Esposa santíssima, está ferida pelo egoísmo e pelas fraquezas dos seus membros, pastores e fiéis (…) além disso, a unidade da Igreja e consequentemente a sua dignidade não podem ficar abandonadas ao julgamento sumário da opinião pública espalhada por tantos media. (…) Além disso, a catolicidade exige multiplicidade de línguas, pôr em comunhão e harmonia as riquezas da humanidade no amor do Crucificado. (…) devemos acreditar com a Igreja de sempre, de todos os continentes, de todas as culturas, de todas as línguas.” E a minha pergunta, para mim e para cada de nós, é: em que medida é que por causa do nosso egoísmo e da nossa fragilidade, também em termos de formação, não estamos a contribuir para uma Igreja ferida? 5 – Que sejamos capazes de sermos verdadeiros construtores de uma comunidade. E todos podemos e devemos comprometer-nos neste esforço.

Há um longo e difícil caminho a percorrer! A MSM, na sua Regra, que temos a obrigação, assim nos comprometemos, de ler semanalmente um a passagem, para melhor a conhecermos, logo no Prólogo nos lança o repto: “Se temes o esforço e procuras a tua própria tranquilidade, se aceitas sem revolta o reino da mediocridade, da hipocrisia e do vício, este livro não é para ti: fecha-o e continua na tua falsa paz”. Neste Ano Santo da Misericórdia a Igreja lança-nos o desafio de sermos misericordiosos como o é o nosso Pai do Céu. Como escreveu o Cardeal Poupard (“Onde está o teu Deus?”, Ed da MSM): um desafio não é um obstáculo! Seja-me permitida a boleia do Cardeal Poupard deixando-me e deixando-vos o desafio: sejamos construtores, já, de uma MSM que seja, de facto, uma verdadeira COMUNIDADE plena de Misericórdia e irradiante dessa mesma Misericórdia. __

Carlos Aguiar Gomes, Mestre da MSM

Braga, 14 de abril de 2016

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