Revista Desbravadores

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Revista

Desbravadores Ano I - Edição I Janeiro 2014

FICOU MARCAD O Confira como foi o maior Campori da História da Divisão Sul-Americana.

Trunfos - A nova onda entre os Desbravadores

Liderança - Como ser mais participativo no clube.

Confira uma entrevista com o Líder Mundial dos Desbravadores




Revista

Desbravadores Apresentação Olá, bem vindos a primeira edição da Revista Desbravadores. Aqui você encontra conteúdo para ser aplicado diretamente no seu clube. Instruções de especialidades, eventos, artigos, entrevistas, tudo para melhorar e complementar seu conhecimento para ser ensinado a seus Desbravadores. E a primeira edição está pra lá de especial, que traz como tema principal o IV Campori Sul-Americano de Desbravadores. Confira uma galeria de fotos exclusivas e relembre como foi bom participar do Campori. Foi muita ralação, mas também muita diversão. Foi muitos momentos difíceis, mas também muitos momentos que irão ficar pra sempre. Foi difícil, mas também foi muito bom. Ficou uma lição de tudo isso muito importante, que nós temos um ENCONTRO MARCADO NA ETERNIDADE, para lá fazermos o maior Campori de todos os tempos e que nenhum pecado, nenhum deslize é mais importante do que esse encontro. E isso prova realmente que FICOU MARCADO em nossa memória. A Revista Desbravadores, está recheada de surpresas e emoções. Confira as seções, preparadas especialmente para você. Boa Leitura!

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A Revista Desbravadores é um projeto de Trabalho de Conclusão de Curso. Toda a arte, diagramação foram feitas pelo o aluno Filipe Alves Parreiras, do curso Técnico em Cominicação Visual do SENAI. As fotografias também foram registradas e/ou escolhidas pelo aluno. O conteúdo jornalístico foi desenvolvido pela Revista Desbravar, revista existente no mercado. A Revista Desbravar é uma publicação da Seven Editora, preparada especialmente para o público Desbravador. O Conteúdo dos artigos não representam necessariamente a opinião da revista, cujo espaço preza pela liberdade de expressão e pluralidade de ideias.


Sumário

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Especialidade

Veja como ficou distribuída a especialidade de ordem unida no novo manual.

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Pr. Oliveiros Junior fala sobre a geração da volta de Jesus.

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Capa

Confira uma galeria de fotos exclusivas do #CamporiDSA

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Artigo

Revista

Desbravadores Ano I - Edição I - Janeiro 2014

Conheça a história do Clube JOASI, que completou 35 anos de atividades em 2013.

Trunfos

Mania de Colecionar - veja a nova sensação entre os Desbravadores.

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Liderança Liderança

Veja como ser um Líder participativo em seu clube.

Clubão

Entrevista

Entrevista exclusiva com Pr Jonatan Tejel Líder Mundial dos Desbravadores

Diagramação: Filipe Alves Arte: Filipe Alves Reportagens: Revista Desbravar Fotografias: Filipe Alves, Anne Seixas e IASD - Brasil Edição de conteúdo: Filipe Alves Instrução Projeto: Daniel Maciel Colaboração: Frederico Leite, Luciana Trezza, Davi Riveiro, Isabela Borges, Geovani Alves. Revista

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Especialidade

Ordem Unida Uma paixão irresistível Por André Marujo


No dia dos Desbravadores temos muitas ativida-

des. Mas, quando se fala em ordem unida, alguma coisa diferente acontece. Muitas vezes, o ritmo cardíaco é acelerado, e infelizmente, os ânimos se exaltam demais. Enquanto alguns líderes sabem utilizar este meio para incentivar os jovens s dedicarem-se as atividades do Clube, outros acabam se perdendo no caminho e levam a rivalidade tão a sério, que brigam mais do que as próprias crianças, por detalhes, competições, campeonatos, etc. Porém, isso não ofusca o brilho desta, que é, sem dúvida, uma das atividades preferidas de muitos Desbravadores. “Enche os olhos” ver uma boa apresentação de ordem unida. Quer cartão de visita melhor para autoridades cívicas do que uma boa evolução em frente a um palanque de um desfile? Por que gostamos tanto de ordem unida? O que ela tem de tão especial? Existem muitas coisas que propiciam isso, somos realmente fascinados por uma boa apresentação de ordem unida. Amamos ver os movimentos das mãos e o barulho dos pés batendo fortemente no chão. Esperamos ser surpreendidos a cada nova apresentação de Clube. A ordem unida é uma das atividades mais fáceis de fazer no Clube. Você não precisa de material algum, apenas de Desbravadores, um bom espaço e um instrutor. Isso já é garantia de atividades positivas. Mas, quero te encorajar a ir além do comum. Hoje estamos vivendo momentos em que nossos juvenis e adolescentes querem ser desafiados. Tenho notado que os Clubes que têm um bom planejamento em ordem unida tendem a ter maior frequência em relação àqueles que não o possuem. Todos os Clubes de Desbravadores praticam ordem unida, mas superficialmente. Eu poderia dividi-los em dois tipos. Veja quais são e de que forma cada um pode agir: 1

básica” para passar o tempo. Os comandos geralmente são os mesmos, sempre. “Direita, volver”, “sentido”, “descansar”, “ordinário, marche”, entre outros. Quando querem algo diferente, aplicam o famoso “rachão”, prática em que aquela pessoa que erra a execução de um comando deve sair de forma, até ficar apenas o vencedor. Uma breve análise sobre esse grupo: Eles são bons, mas nunca serão ótimos. Conhecem os comandos básicos, mas dificilmente farão algo mais avançado. Se um dia participarem de um campeonato de ordem unida, terão dificuldades em destacar-se. Se um garoto entrar no Clube com 10 anos, aos 12 ou 13 provavelmente já estará cansado de fazer sempre a mesma coisa. O “rachão” gera certo desafio naqueles poucos minutos, mas não é algo duradouro. 2

Clubes que têm bom planejamento

Seu instrutor geralmente é especializado em ordem unida. Dedica-se a estar atualizado, participa dos cursos promovidos pelos campos e sempre está por dentro do assunto. Geralmente, existem grupos separados em iniciantes, intermediários e avançados. Trabalham especificamente em cada estágio, corrigem, cobram e orientam de acordo com o grau de habilidade de cada um. Para avançados, ou quando algo não vai bem com os iniciantes, marcam treinos em horários específicos fora do momento de reunião normal, para melhorar os resultados. Esses líderes confeccionam um plano de ensino para o ano inteiro e um de evolução para toda a vida do Desbravador. Ou seja, juntamente com o planejamento anual do Clube, o instrutor cria uma prospecção de

Clubes que não se planejam:

Eles têm um instrutor e Desbravadores dispostos a fazer ordem unida. Geralmente, dedicam entre 30 a 50 minutos para essa atividade, durante as reuniões semanais. Quando sobra um tempo vago ou algum instrutor falta, fazem “uma ordem unida Revista

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todas as suas instruções ao longo do ano. Sabem onde estão e aonde querem chegar, em cada um dos três grupos, além de saber o que esperar deles. Também sabe quais comandos querem aprender a cada mês, trimestre e ao longo do ano. Assim, deduzem quanto tempo de instrução os Desbravadores terão em cada reunião. Avaliar constantemente o indivíduo para saber se ele pode passar para o próximo grupo é uma tática interessante, pois cria um espírito de desafio e de buscar sempre melhorar, o que cabe exatamente nas necessidades de desafio para o desenvolvimento de cada adolescente e juvenil. Uma breve análise sobre esse grupo: Tende a se destacar ao longo dos anos entre os Clubes de sua região. Seus Desbravadores mais experientes, especialmente, executam, comandos básicos com maior precisão, pois sabem o fundamento e conhecem comandos mais avançados, afinal, foram treinados para isso. Ao participarem de um campeonato, eles já tem uma boa bagagem adquirida ao longo do tempo, devido ao plano de desenvolvimento que tiveram. Ao longo de todo o tempo em que fica no Clube, ano a ano, o Desbravador sempre terá algo novo para aprender

ao algo ainda mais desafiador que antes. Isso é um fator que ajuda a gerar maior permanência no Clube, e ao mesmo tempo, gera mais frequência nas reuniões, pois em cada uma delas, o jovem será desafiado a aprender algo novo e não o mesmo de sempre. Promove gincanas ou eventos, em que os próprios Desbravadores criem evoluções ou apresentações em que eles mesmos possam comandar ou dar opiniões. Isso prepara novos instrutores e gera o espírito de liderança.

Vencendo Desafios É preciso entender que cada clube tem a sua realidade, estrutura e desafios particulares. Por isso, sempre haverá facilidade em algumas áreas e dificuldades em outras. Sendo assim, é importante entender que cada Desbravador passará pela mesma experiência. Não faça as mesmas cobranças para todos. Também faz-se necessário entender e conhecer seus Desbravadores. Incentive e comemore cada vitória com ele. Isso com certeza fará muita diferença.

Níveis Atualmente, foram corrigidas e revisadas as especialidades da área de Ordem Unida e acrescentadas duas novas. Vamos apresentá-las de maneira resumida. Conheça-as:

Instrutor

Ordem Unida

Saber o que é cadência e as definições de diversos termos; Executar corretamente diversos comandos a pé firme e em marcha.

Avançado Saber como e quando usar as posições básicas do banderim de unidade; Ter participado de pelo menos duas apresentações de ordem unida no último ano.

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Comandar um grupo por pelo menos 30 minutos; Criar uma brincadeira usando o conhecimento em ordem unida.

Evolução Definir o termo “evolução”; Mostrar em uma apresentação cinco evoluções criativas ainda não realizadas.


GERAÇÃO Em todos os tempos, Deus teve pessoas certas no

lugar adequado, e as usou para fazer o que era direito, do jeito certo. Não é de se estranhar que a Bíblia seja cheia de biografias incríveis e histórias de personagens únicos. Em cada geração, gente de bem foi usada para alterar os rumos da história da sua época. É extraordinário pensar como Deus conduziu o mundo até aqui, usando meros seres humanos como fatores de transformação. Mais incrível ainda á pensar no que Deus tem guardado para os últimos 100 metros desta maratona santa. Não poderíamos esperar que Ele agisse de forma menos poderosa nestes últimos dias. O céu levantará um povo para fazer a mais solene obra de proclamação já vista na terra e mudar os rumos da sua trajetória para sempre. Que privilégio pertencer à geração que vai ver Jesus voltar! Heróis bíblicos gostariam de ter vivido essa época para conferir com seus próprios olhos o desfecho de todas as promessas feitas por Deus. Adão soube dos lábios do criador que um dia uma geração iria proclamar a vinda dAquele que esmagaria a cabeça da serpente. No entanto, Deus não o escolheu para fazer parte de tal povo. Noé teve um vislumbre dos últimos dias e foi até mencionado por Jesus como exemplo do que aconteceria quando o tempo chegasse, mas ele mesmo não fio incluído no elenco final. Daniel viu tudo, mas não entendeu quase nada. Mesmo assim, Deus o consolou dizendo: “Sela este livro, e esquece o assunto. Um dia o conhecimento se multiplicará e a geração certa entenderá o sentido daquilo que você escreveu”. Assim, Daniel foi escalado para outro tempo, mas não o do fim. Davi também relatou sobre os últimos dias, mas Deus pediu para que ele se concentrasse em sua geração. E assim, muitos

Artigo

A última

“Deus nos escolheu para vivermos a última mensagem, sermos a última testemunha e levarmos adiante a tocha do evangelho.” Oliveiros Junior é pastor e líder de Desbravadores da Associação Paulista do Vale.

outros também viram, ouviram, escreveram, e quiseram um dia fazer parte desse povo tão especial, anunciando aguardando, gente de bem que estaria viva para o tempo do fim. Que incrível, não?! Deus nos escolheu para vivermos a última mensagem, servimos a última testemunha e levarmos adiante a tocha do evangelho. Chegou a hora de nos unirmos sob o mesmo propósito e sentimento e, juntos, trabalharmos pelo levantamento da última geração. Essa geração tem como referência a pessoa e ministério de Cristo, por isso é “Gente como Jesus” (faz aquilo que Ele fez, do jeito que Ele fez). Desafio você a integrar o movimento de Deus para o tempo do fim. Disponha-se, leve a sério, priorize, engaje-se, faça as alterações necessárias na sua agenda, ame, lute, e vá até as últimas consequências pelo Reino de Deus. #SejaUsado #SejaOusado

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Clubão

O Nascimento do Clube

Lá pelos finais do ano de 1978, como decorrência de um namoro e do incentivo do clube “Os Vigilantes ”.... Sobe a direção do irmão Antonio de Oliveira e sua equipe o clube “Os Vigilantes”, fizeram um lindo programa J.A. com muita animação, alegria e novidades, onde foi lançado o desafio: “Quem será o diretor do clube de desbravadores que acabara de nascer?” Surgiu o nome de Luiz Fernando (o Dinho), depois Geraldo Mangela, logo irmão Ângelo Cicarine se animou, mais como era novo na fé...Além disso, quem representaria as meninas? Sugeriram o nome da Rani (sobrinha da irmã Norita Sampaio). Diante da comissão da igreja, o irmão Ângelo caiu fora, o Luiz Fernando não aceitou ser diretor, então “sobrou” para o irmão Geraldo Mangela. Ficando assim a direção: Diretor Geraldo Mangela, Diretores Associados: Luiz Fernando e Rani. O clube começou com um grande desafio, mostrar pra o Pr. Francisco Caetano que teríamos muitos benefícios com a implantação do clube na igreja. Mais a história do nosso clube estava só começando... O Pr. junto com alguns irmãos eram totalmente contra, e alegavam que poderia ser um caos para igreja se eles não fossem muitíssimos organizados.

Fotos: Acervo do JOASI

JOASI

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Então a direção se propôs a dar o seu melhor e assim venceram as barreiras sobre o poder e direcionamento de Deus.. Depois de algum tempo, este mesmo pastor vendo a força de vontade e ânimo do grupo, decidiu ajudar, virando assim um grande amigo de todos; propôs-se então a ir para São Paulo junto com Geraldo Mangela para comprar as primeiras barracas do clube, e foram logo 10 barracas. Mais o nosso clube ainda não tinha nome... Depois de muitas reuniões, propostas, sugestões, campanha na igreja, surgiu dentro da própria diretoria o nosso nome...

“Juvenis Organizados Adventistas de Santa Inês” (JOASI) Hoje, o Clube de Desbravadores JOASI, tem contribuído na formação do caráter de crianças e adolescentes para serem pessoas melhores na sociedade, tendo sempre Jesus como melhor amigo. O clube faz trabalhos sociais, atividades que trabalham os Desbravadores no sentido físico, mental e espiritual como tem que ser um Clube de Desbravadores de verdade. É certo que tem detalhes para ser ajustados como todo clube, mas está no caminho certo rumo á Canaã Celestial.

Fotos: Filipe Alves

35 anos

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Capa

Galeria de F Campori Sul-Am

Fotos: Filipe Alves

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Fotos mericano

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Trunfos

Mania de Colecionar Pessoas comuns colecionam selos, cartões e moedas antigas. Desbravadores vão além. Trunfos é a nova sensação de quem usa o famoso lenço amarelo. Por Va

nessa Moraes

Que Desbravador não gosta de ganhar trunfo? Em cada evento oficial que o Desbravador participa, ganha. É uma espécie de lembrança que pode ser confeccionado em tecido, plástico ou metal, sendo pintado ou bordado. Cada trunfo recebido, deve ser fixado na faixa, usada com o uniforme de gala. Existem Desbravadores tão apaixonados por trunfos que acabam tornando-se colecionadores. Além de adquirir o material através de participações em eventos, quando não podem ir a algum, compram e trocam. Neste caso, não há problemas em possuir trunfos de um programa que ele não participou, afinal, o objetivo é colecionar. De acordo com o regulamento de uniformes, na seção Desbravadores, página 32, o item i diz: “O uso de trunfos de eventos em que o Desbravador ou Líder não participou, somente poderão ser usados no colete. “ Ou seja, trunfos trocados ou comprados não podem ser usados na faixa principal e sim no Colete Funcional, conhecido como colete vermelho. Desbravador há sete anos, Alyson Santos coleciona trunfos desde 2010. A ideia surgiu no campori “Fé em Fogo”, promovido pela União Norte Brasileira (UNB). Ao reparar um rapaz, Alyson descobriu que ele tinha dois coletes. “Como ele conseguiu tudo isso?”, perguntou-se. A partir de então, ele quis fazer o mesmo e já é dono de 78 trunfos. “Hoje eu sei que cada item tem uma história. Coleciono porque gosto dos temas e da variedade de estilo. Quero um dia poder mostrar o colete para meus netos e contar como fiz para conquistar cada trunfo.”, diz Alyson, que também coleciona distintivos de classe, os conhecidos pins. Em 2004, Thiago Chiovatto tornou-se Desbravador e no ano seguinte, iniciou a coleção de trunfos, no Campori “Fiel a Toda Prova” organizado pela Associação Paulistana (AP). “Fiquei apaixonado pelos trunfos desde que vi o primeiro. Imaginar 18

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quantas pessoas foram tocadas por Deus naquele evento é tão cativante quanto as próprias programações”, destaca. A coleção dele beira 50 itens. E o sonho de Thiago vai ainda mais longe: ele quer montar uma exposição de trunfos no Museu dos Desbravadores, com a intenção de relatar a história dos Camporis. Enquanto a realização não chega, existe outra finalidade: “Contagiar a criançada do clube com o meu colete. Quando eles veem e ficam sabendo que também podem ter um, a vontade de participar das atividades aumenta. É bem gratificante”, revela. Outra paixão do rapaz são os selos de correio. Sua coleção tem cerca de cinco mil. Marcos Meira usa a mesma estratégia de Thiago. Desbravador há 34 anos, ele coleciona trunfos desde 1978. Começou a coleção por satisfação, mas em 1983, ao participar do Campori Internacional da Divisão Sul-Americana (DSA), seu propósito mudou. “O objetivo foi mesmo para entusiasmar os novos Desbravadores a conhecerem a nossa história”, afirma. Ele já reúne quase 300 trunfos e pretende continuar juntando até Jesus voltar. “Nesse evento mundial estaremos todos reunidos no maior campori de todos os tempos. Nem posso imaginar de que forma será esse último trunfo da minha coleção”, anseia. Esses três colecionadores possuem algo em comum: a troca de trunfos. Para aumentar o número de itens, eles entram em contato com outros colecionadores para fazer trocas de trunfos repetidos.

Trunfos trocados ou comprados não podem ser usados na faixa principal e sim no Colete Funcional ou colete vermelho.

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Liderança

Liderança

Participativa

“A unidade é o reflexo de seu capitão. Ele precisa ser o Desbravador mais exemplar do clube.” André Marújo é ancião de Clube e Líder Master Avançado.

Família, igreja e comunidade são fortes pilares na vida do Desbravador e podem ser pontos-chave para que o sucesso do Clube seja alcançado. Como é difícil ser diretor de Desbravadores, não é mesmo? Creio que este é um dos maiores desafios que a igreja tem para os seus membros. Claro que os oficiais têm enormes responsabilidades, pois, ser ancião, líder de departamento ou qualquer outro cargo requer muita comunhão e horas de dedicação à obra do evangelho. O chamado para ser um diretor de Clube de Desbravadores parece ser difícil, mas na verdade é que torna-se algo prazeroso e recompensador. Não há nada melhor que, ao longo de meses de 20

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trabalho, vê-los conquistando classes, especialidades e outras metas. Há algo mágico em ser um líder de Desbravadores. Apenas quem já é ou foi consegue compreender. Não quero dar a entender que as conquistas são as coisas mais importantes dentro do Clube. Claro que ao final de um longo trabalho, ir ao Campori e ter boa pontuação no evento é muito bom. Certamente, depois de tantas campanhas e muito esforço, ver os juvenis receberem o lenço e o devido à falta de recursos financeiros, é uma das


melhores visões que se pode ter. Não quero falar de conquistas e sim do caminho percorrido para alcançá-las. Digo isso porque muitos trabalham o ano inteiro pensando em como será o Campori, a investidura de final de ano e todo o encerramento do processo, mas esquecem dos pequenos momentos, como vivenciar os lindos detalhes que se escondem através de pequenas conquistas de cada Desbravador. Nestes detalhes estão as maiores dádivas em ser um diretor ou líder. Enquanto se esquecem de vivenciar os detalhes do percurso, muitos de perdem por não construir uma base sólida de relacionamentos. Esquecem que as grandes conquistas necessitam ser compartilhadas e que, para alcançar o sucesso, precisam sonhar em conjunto. Há ótimos líderes especialistas em ordem unida, amarras e atividades de campo, mas que ainda não aprenderam a construir sua rede de relacionamentos. Isso os torna isolados em seus próprios mundos. Seus sonhos e objetivos para o Clube ficam apenas para si ou são divididos com um número muito reduzido de pessoas. Esse tipo de liderança tende ao fracasso. A quantidade de membros da diretoria é cada vez menor e logo decidem, ainda que inconscientemente, ser menos participativos. Ouço muitos diretores dizerem que não têm o apoio de sua igreja, que estão sozinhos na direção do Clube e que nenhum pai se interessa em ajudar. Confesso que eu mesmo já disse isso em alguns momentos em que experimentei ser diretor de Clube. Porém, hoje entendo que eu nunca teria o apoio almejado se não desenvolvesse certas características de liderança, entre elas, de incentivar o espírito colaborativo e participativo entre os líderes do Clube e pessoas-chave que poderiam me ajudar muito. Veja algumas características que podem te auxiliar no processo. O campo de atuação pode ser dividido em três áreas:

1. Família Ela é fundamental e sempre dá a palavra final quando se trata de seus filhos. A família sabe que o Clube de Desbravadores é importante e bom para a vida de seus juvenis e adolescentes. Entretanto, muitas vezes não se envolve, não se dedica e nem apoia o Clube. O que fazer? Envolva-os. Não apenas os convide para as reuniões de pais do Clube. Teste a possibilidade de que eles realizem a reunião. Divida entre eles, previamente, a meditação, oração e assuntos cotidianos, financeiros e do Campori. Inicialmente, isso vai te dar um pouco de trabalho, pois você precisará conversar individualmente com cada um antes da reunião para explicar os detalhes de cada tarefa. Você vai se surpreender com a mudança em termos de presença nessas reuniões. Planeje-se pensando neles. Sempre que fazemos o planejamento anual do Clube, a tendência é esquecê-los. Que tal fazer um acampamento em que pais e filhos possam estar juntos? Melhor ainda, porque não deixá-los organizar o acampamento? Um pode dar instrução de alguma técnica que domina, outro pode ensinar a fazer pipas e um terceiro ainda pode fazer o fogo do conselho, coordenar um campeonato de corrida, e por aí vai. Quando fiz isso com o Clube Soldados da Alvorada, tive a melhor surpresa que você pode imaginar. Foi incrível! Os pais assumiram, desse evento em diante, um papel imprescindível no Clube. Seja honesto com eles. Quando o Clube não estiver bom ou estruturado, conte-lhes. Quando cometer um erro, peça desculpas. Jogue limpo. Eles são a maior ajuda, mas nunca vão te auxiliar se você for autossuficiente.

2. Igreja Ela é a sua casa. Não querer atingir a comunidade e trabalhar com projetos especiais se você não tiver a igreja ao seu lado. Gaste tempo para planejar o envolvimento de todos, desde o campo até a sua igreja local. Associação e regional: Participe e os deixe participar. Muitos diretores não participam dos planos de sua associação. É claro que não podemos generalizar, afinal, existem Clubes recém formados que ainda não tiveram tempo de participar de alguns eventos do campo, mas não há como encontrar benefícios no ato de um Clube estruturado deixar de lado todas Revista

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as propostas de sua associação. Deixe regional e departamental terem acesso ao seu espaço. Pastor: Um apoiador sem igual. É o líder de sua igreja. Muitas vezes o deixamos de lado em nosso planejamento. Ele não tem muito tempo livre e está sempre trabalhando, mas o Clube de sua igreja faz parte do trabalho. Ele pode ajudar bastante, desde que você dê oportunidade. Membros da igreja: Conheça-os. Imagine que em sua igreja pode existir profissionais, como médicos, psicólogos e advogados e você nem sabia de sua existência. Dedique tempo em olhar para eles e perguntar se há algo que eles possam fazer para ajudar o Clube. As pessoas ajudam naquilo em que acreditam em que estejam envolvidos. Crie estratégias constantes para isso.

3. Comunidade

Esteja aberto a novas possibilidades e pesquise entidades que poderiam trabalhar junto com você, desde que não haja choques de princípios. Autoridades Regionais: Conte com a sua ajuda. É muito comum do brasileiro não saber quem são seus representantes eleitos. Faça diferente! Descubra quem são os vereadores e deputados que defendam causas nobres e ofereça ajuda. Não faça como alguns Clubes que vão mendigar pequenas doações em época de campanha em troca de votos. Além de ilegal, isso é imoral e não está de acordo com os nossos princípios. Por outro lado, não viva isolado do mundo real. Ajude em causas como o plantio de árvores, conservação de praças, etc. Existirão momentos em que vocês serão reconhecidos.

CONCLUSÃO Quero compartilhar três conselhos para que você possa colocar em tudo que viu:

Seja relevante. Existem diversas cidades que dispõem de projetos especiais para o incentivo de iniciativas culturais, sociais e esportivas. Em seu bairro, certamente há praças e locais públicos onde você pode fazer atividades. Existe a possibilidade de utilizá-los ou ter o apoio dos projetos para realizar reuniões externas ou participar de eventos ou feiras para tornar seu Clube mais conhecido. Quando algo é relevante para a sociedade, as pessoas valorizam e indicam. Busque o calendário de atividades de sua prefeitura, ofereça ajuda e faça com que isso se torne constante. Assim, os resultados e retornos positivos também serão constantes. ONGs: Identifique-se com elas. Organizações não governamentais passam pelas mesmas dificuldades que o Clube de Desbravadores. Falta de recursos, escassez de voluntários e dificuldades de se manter são alguns exemplos, o que faz que algumas ONGs se identifiquem com os Desbravadores. Quem sabe você pode ajudá-los ou vice-versa. 22

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1- Dedique-se a primeira hora do dia a Deus: Apresente planos, necessidades e fraquezas a Ele. Tenha uma lista dos membros de sua diretoria e dos Desbravadores e os apresente a Deus em oração. 2- Seja constante: Muitos projetos e grandes ideias começam, mas não são concluídos. Tenha claro em sua mente que chegar a ser um Clube estruturado leva alguns anos. 3- Leia bastante: A leitura do seu planejamento anual ajuda a manter vivos em sua mente os objetivos traçados. Livros de liderança podem te ajudar a adquirir sabedoria em diversas situações. A literatura especializada em Desbravadores vai te auxiliar a ser cada vez mais um líder mais completo.



Entrevista

A Importância de cada Desbravador A organização nos clubes e as necessidades de manter a diversão, mas sem perder a chance de formação de caráter e conhecer melhor a Cristo.

O pastor Jonathan Tejel Subirada é espanhol. Iniciou seu ministério como pastor jovem para a Igreja de Barcelona, onde ficou por quatro anos. Dali, foi para outra cidade espanhola, Valência, onde conciliava a atividade como pastor da Igreja e diretor associado de jovens na associação local. Depois, foi eleito diretor de jovens na União Espanhola. Hoje, é diretor associado do Ministério Jovem na Associação Geral. Sua função é trabalhar junto com os desbravadores. Pastor, como surgiu o seu amor e envolvimento pelo Cube de Desbravadores? Minha mãe sempre esteve envolvida com o trabalho na escola sabatina e no Clube. Acho que essa paixão foi uma espécie de herança. Faço isso com muito prazer, faz parte de mim. Qual a contribuição que um Clube pode oferecer à comunidade local? Depende de como o Clube funciona e qual a missão que o diretor deseja para esse trabalho. Espero que os Clubes de Desbravadores estejam 100% envolvidos com a comunidade, porque ele é uma das ferramentas evangelísticas mais poderosas que temos na Igreja. Os desbravadores são capazes de levarem seus pais para o convívio da Igreja? Claro. Certa vez, conheci um menino de dez anos, no Panamá, durante um Campori. Sua mãe o deixou a igreja quando se casou. Mas, quando o pequeno nasceu, ela lembrou seu passado desbravador e não pensou duas vezes para levar o menino ao clube. Em casa, ele estava sempre cantando hinos, e a mãe, ouvindo o filho louvar, se comoveu tanto que decidiu voltar para igreja. Tempos depois, seu pai foi batizado.

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É correto dizer que os desbravadores são uma extensão do Clube de Aventureiros?

Que diferença faz na vida de um adolescente ter participado de um Clube de Desbravadores?

Dependendo de como os trabalhos com os aventureiros, trabalharemos com os Desbravadores. Deveriam ser a continuidade dos aventureiros. Na verdade, o que queremos é oferecer educação integral para as crianças em seu crescimento. É uma continuidade.

Tive a honra de poder participar de Clube. Isso me serviu de alicerce para continuar na igreja. Estatísticas de diversas regiões do mundo mostram que quem participa de um Clube de Desbravadores tem de 80 a 85% de chances de permanecer na igreja. Afinal, cria-se uma conexão tão forte entre a criança e a igreja que é muito difícil de romper. Foca a dica aos pais.

Já existe o Campori internacional de Desbravadores. Existe intenção de algo assim para os Aventureiros? Acho difícil. Seria muito complicado organizar um evento assim. Além disso, para um acampamento de aventureiros não vão só as crianças, os pais também participam. Seria um encontro bastante complexo. É melhor que os clubes se desenvolvam em seus locais mesmo, e as crianças, quando estiverem nos Desbravadores, vão poder participar de muitos acampamentos. Se puderem participar do Campori Internacional, ótimo. E por falar nisso, o tema já foi definido: Encontro marcado na Eternidade. Qual sua opinião, pastor? É um tema muito bonito. N verdade, o que querem não é que o evento seja algo que fique marcado por um, dois ou três anos. O que a DSA realmente deseja é impactar o Desbravador. Queremos que os desbravadores venham, encontrem amigos, desfrutem, façam muitas atividades, mas, principalmente, que encontrem Cristo Jesus. De que maneira os Clubes podem se prevenir de possíveis acidentes? Algumas atividades têm um pouco de risco, e é inevitável que em algum momento possa ocorrer algo. Por isso, temos também o seguro que a igreja oferece. Todo Clube de Desbravadores deve ter esse seguro. Mas, para mim, o mais importante continua sendo a formação de bons líderes para evitar a maior parte dos riscos que podem surgir.

O clube tem algum reconhecimento governamental mundo afora? Isso depende do país, da região. Na Espanha, por exemplo, o governo não é dado à religião, em outros países europeus também não. Já na Jamaica, no Haiti e alguns países da África, e em lugares aqui da América, o Clube é tremendamente reconhecido pelo Estado e muito bem conceituado na sociedade. Então, depende muito da postura do governo. Que conselho você dá para um Clube ter sucesso? Eu acho que os líderes envolvidos têm grande participação para o Clube chegar ao sucesso. É importante que eles tenham comunhão com Deus. Pastor, deixe um recado final para desbravadores e também para quem também não é do Clube, mas está acompanhando a entrevista. Aos que são Desbravadores, tenho que dizer: sigam o caminho e não se desviem. Haverá momentos difíceis, mas não se afastem, olhem para Cristo e Ele dará forças para prosseguir. Aos que já não fazem mais parte e estão lendo isto, apoiem o Clube, ajudem a formar líderes com a experiência adquirida. Se puderem, participem de atividades com os desbravadores. Se não puderem, ajudem a igreja a abraçar o Clube e cuidar dos Desbravadores. Assim, eu não tenho dúvida de que a igreja crescerá.

“Diversão faz parte, mas as crianças devem encontrar ali um lugar para formar seu caráter”. Revista

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