Esp12-GnarusUFAM-ATIVIDADES INTELECTUAIS DE ANGOLA

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GNARUS-UFAM - 94

Artigo

AS ATIVIDADES INTELECTUAIS DE ANGOLA (1950) Por Alexandre da Silva Santos

RESUMO: Este trabalho tem como tema “As atividades intelectuais de Angola em 1950”. Visa apresentar como os movimentos culturais neste país refletem um período marcado por tensões e rupturas sociais mediante a ampliação das críticas ao colonialismo português em território angolano, na medida em que os membros integrantes desses grupos obtiveram contato e colaboração de outras nações que vivenciaram a experiência colonial. Logo, delimita-se este estudo no movimento cultural conhecido por “Novos Intelectuais de Angola”. Grupo formado por jovens jornalistas, escritores e políticos que divulgaram suas ideias de libertação através da revista Mensagem, no início da década de 1950. Isto expõe que desse tempo houveram projetos políticos e culturais diversificados que tiveram no propósito de suas ações a construção de uma nova nação africana. Sendo assim, este estudo objetiva também promover uma reflexão sobre os grupos que tencionaram conquistar a liberdade política de Angola, à luz de uma leitura Pós-Colonial. Para tanto, as reflexões realizadas possuem o intuito de compreender como este evento do processo de descolonização angolana ocorreu e contribuiu para o fomento de uma identidade angolana nos anos de 1950.. Palavras Chaves: Angola, Movimentos Culturais, Pós-Colonialismo.

História e Literatura em Angola

O

escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho, em entrevista à Rita Chaves, pesquisadora com amplos estudos a respeito da relação História e Literatura, principalmente às literaturas africanas de expressão portuguesa, realiza algumas considerações a respeito da interdisciplinaridade entre essas duas áreas do conhecimento humano. Para ele: [...] a história está sujeita ao paradigma da verdade, procura ser mais objectiva, ao

Gnarus Revista de História - UFAM - FEVEREIRO - 2020

passo que a literatura está mais próxima da imaginação e da intuição. Certamente que a imaginação também joga um papel fundamental da prática historiográfica, mas trata-se de uma responsabilidade, assombrada apenas por uma coisa que ainda não sei bem o que é e se chama verossimilhança [...]1

Mediante a exposição deste escritor moçambicano, a imaginação é uma forma de tratar e retratar a realidade, e desse modo, projetar no texto como a existência poderia ser ou como ocorreu. Sendo assim, mediante as representações que o tecido textual da 1 CHAVES, 2019, apud COELHO, 2009, p. 153


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