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Interdisciplinar
SAÚDE E SEGURANÇA NA INDÚSTRIA EXTRATIVA BRASILEIRA: UMA BREVE ANÁLISE DE RESULTADOS ENTRE BRASIL E AUSTRÁLIA Por Romeu Ferreira Emydio e Luiza Helena Pernambuco de Fraga Rodrigues
Resumo: As indústrias de extração mineral e de petróleo e gás têm um papel de destaque na economia do Brasil e da Austrália. Enquanto estes dois países apresentam formas de governo, estruturas organizacionais, heranças culturais e sociais diversas; ambos têm em comum a indústria mineral e de petróleo como fatores imprescindíveis para alavancarem o bom desempenho de suas economias e para a manutenção de suas respectivas matrizes energéticas. Entretanto, em contraste com a boa performance em termos gerais do setor, quando são observados os índices em Saúde e Segurança Ocupacionais (SSO) das operações da indústria extrativa, pode-se observar que se trata de um setor de alto risco com grande suscetibilidade a fatalidades – como já foi evidenciado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). Neste recorte temático, apesar do desenvolvimento deste setor industrial em ambos os países, percebe-se um contraste entre os resultados obtidos pela Austrália e pelo Brasil no setor mineral, especialmente nas duas últimas décadas. Nesse estudo de caráter exploratório, foi realizada uma análise comparativa do desempenho ocupacional australiano e seus resultados visando contribuir para metas de redução das taxas de fatalidade e incidentes no setor extrativo brasileiro. Acreditase que o futuro intercâmbio de conhecimento e experiências intra-setoriais possa ser produtivo para a melhoria de desempenho da indústria extrativa em termos de Saúde e Segurança Ocupacionais (SSO) no Brasil. Palavras-chave: Saúde e segurança ocupacionais (SSO); fatalidades; indústria extrativa; indústria mineral; indústria petrolífera
1.
Introdução
A
(IBRAM/ICMM, 2013, p.78) mesmo o Brasil tendo
indústria extrativa mineral tem um papel
de destaque na economia do Brasil e da
apenas
30%
do
seu
território
mapeado
geologicamente (IBRAM, 2011, p.7).
Austrália. A mineração é responsável por
A Austrália, por sua vez, tem um histórico de
8% do GDP australiano (ABS, 2014); no Brasil, ela
exploração dos recursos minerais intensivo, tendo
responde por 4% do GDP e por sua vez compõe 33%
investido maciçamente em pesquisa e mapeamento
das exportações brasileiras (IBRAM/ICMM, 2013,
de suas reservas. E apesar dos gastos com exploração
p.34 e p.6). O “setor mineral tem sido um elemento
de novos depósitos minerais, o ritmo de descobertas
verdadeiramente indispensável da impressionante
de potenciais sítios extrativos de larga escala na
recuperação
Austrália tem declinado nos últimos anos (GUJ &
macroeconômica”
do
Brasil
Gnarus Revista de História - VOLUME VIII - Nº 8 - SETEMBRO - 2017