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Artigo
ENSINO DA HISTÓRIA: TEORIA E PRÁTICAS Por Rennan de Azevedo Ramos
Resumo: O presente artigo tem como proposta elucidar os usos realizados pelo presente sobre a memória e a identidade, bem como entender a relação existente entre essa tríade na pratica de ensino da história, na formação do processo de consciência histórica e suas aplicações no ensino da história local. Palavras-chaves: Memória; Identidade; Ensino de História; História Local; Regimes de Historicidade; Consciência Histórica; História Oral. reflexão sobre a melhor forma de compreender a 1. Regime de Historicidade, Memória e
futuro, relacionando, segundo suas palavras, a
Identidade
V
relação existente entre a tríade passado, presente e
ivemos o consumo do imediato; há uma valorização cada vez mais significativa de datas comemorativas e do patrimônio. O foco está em um
presente contínuo, único, marcado pela “tirania do instante e a estagnação de um presente perpétuo” (HARTOG, 2013, p. 11). O culto ao presente apresentado por Hartog marca uma ruptura com uma visão progressista da história que entende o futuro, com sua ampliação do horizonte de expectativa e seu afastamento do campo de experiência, como a melhor forma do homem lidar e representar seu tempo. O conceito de regime de historicidade proposto pelo autor supracitado aborda justamente uma
“memória (presente do passado), a atenção (presente do presente) e a expectativa (presente do futuro)” (Ibidem, p12. ) com a forma com a qual o homem lida com o tempo e o representa. O próprio termo regime de historicidade é passivo de análise na medida em que falar de “regime de temporalidade em vez de historicidade teria o inconveniente de convocar o padrão de um tempo exterior” (KOSELLECK, 2006, apud HARTOG, 2013) e não aquele construído pela observação do historiador que busca uma naturalização e instrumentalização do tempo. Sendo assim, entendemos que a forma como o homem se relaciona com o tempo apresenta duas fases concluídas: história magistra vitae e história