GNARUS - 128
Coluna
THE WALKING DEAD: a morte do progresso em alerta Por Rafael Garcia Madalen Eiras
RESUMO: Este artigo tem como objetivo analisar o seriado de terror apocalíptico The walking Dead que se mescla com diversas tendências e estéticas da atualidade, mas que também traz uma clara mensagem de crise neoliberal, e por tanto, revela o fim do progresso histórico, o fim da sociedade ocidental, como o próprio fim do mundo. Como se a única forma de se vivenciar as experiências materiais fossem voltadas para as lógicas ocidentais, centradas no sujeito moderno, em que se baseia todo o desenvolvimento do capitalismo. Uma lógica fixa que nos dias de hoje parece ser uma mentira. Palavras-chave: História, cinema, progresso.
Introdução
D
e repente, o mundo é tomado por “mortos que andam” (walking dead), mas o planeta Terra ainda está lá, o sol
ainda brilha, os animais ainda vivem, os mares e paisagens diversas estam intactos, mas a humanidade não teria mais um futuro. Esse é basicamente o enredo do seriado de televisão
The Walking Dead (EUA, 2010), uma narrativa de sobrevivência, da continuidade de uma humanidade que não pode mais progredir. Seria, então, o principal tema da narrativa, mais do que uma ficção científica distópica, o fim do progresso histórico em um momento em que não se pode mais seguir uma perspectiva de mundo baseada em uma dinâmica linear e universal? Como se a impossibilidade de erguer uma nova civilização
Gnarus Revista de História - VOLUME XII - Nº 12 - DEZEMBRO - 2021