GNARUS - 32
Artigo
DUAS FACES DA LÚXURIA: PROSTITUIÇÃO E ALCOVITAGEM NA BAIXA IDADE MÉDIA CASTELHANA Por Pâmela Viegas
RESUMO: Este artigo científico propõe o estudo da prostituição e da alcovitagem castelhana.Analisando a prostituição como prática marginal,porém não criminosa.Já a alcovitagem constituía um prática marginal e criminosa. Palavras Chaves: História, Idade Média, Prostituição, Alcovitagem
Introdução
O
presente trabalho tem por objetivo analisar a questão da prostituição e da alcovitagem na Baixa Idade Média em Castela.1 Contudo, im-
O termo “Idade Média” foi empregados pelo humanistas, a partir do século XIV. Os homens do Renascimento tinham a ideia que a Idade Média teria sido um período de escuridão. Intermediário entre a Antiguidade e a época em que viviam; época esta que teria renascido as artes, o culto das letras (LE GOFF, 2011, p.27). Os homens das luzes, do século XVIII irão intensificar essa “desvalorização” da Idade Média, pelo fator de que neste período reinava a ignorância religiosa e intelectual. Será Chateaubriand, Lessing, Victor Hugo e Balzac que deram uma reviravolta neste quadro, transformando a Idade das trevas na do Ouro. Le Goff diz que a Idade Média teria se estendido até o século XIX. O ensino e a pesquisa nos mostra que a Idade Média teria delimitado a construção do Império Romano, século V até o triunfo do humanismo, fim do século XV. Para ele isto é um monstro cronológico (LE GOFF, 2011, p.29). 1
porta ressaltar que a temática da prostituição e da alcovitagem neste período, nem sempre foi palco de interesse dos historiadores. Tal abordagem começou a ser mais largamente discutida a partir dos anos 60/70, quando a 3° geração da Escola dos Annales interessou-se por pesquisar os grupos/indivíduos que eram representados como marginais na sociedade medieval. Desde então muitos estudos dedicaram-se a tal temática. A prostituição nunca foi constituída um crime, embora sendo vista como algo impuro pela sociedade, era considerada algo necessário. Pois poderia proteger as “boas moças” da
Gnarus Revista de História - VOLUME X - Nº 10 - SETEMBRO - 2019