172 NORMANDA
Ah! Orestes! Eu não acredito nisso! É mais fácil aquele idiota do doutor Ny-ê, como você mesmo diz, te processar por injúria e difamação, do que se preocupar em falar com o Duarte. O doutor Nye blefa. Desde o começo. Eu fico até na dúvida se aquele homem é real, de verdade...
ORESTES
Já decidi. Vou trabalhar. (tira do bolso uma cartela) Pra você, minha cordilheira. O teu ópio de cada dia.
NORMANDA
(contente, abraça-o) Hoje eu aceito você me chamar de cordilheira, mas não se acostuma muito ouviu? (afetando sensualidade) E mais tarde eu te espero com aquele baby-doll que dona Normanda me trouxe da boutique dela. Vou te deixar louco, meu cascão! (beija-o sedutora, O.T) Mas vai agora, Orestes. E não se preocupe mais.
ORESTES
O emprego me chama, senhora. Hasta la vista... (E sai)
De outro lado, entra Luana, feliz, e com os “peitos sob medida”. Ela está visivelmente espontânea e vistosa.
LUANA
Cadê o papai, mãe?
NORMANDA
Seu pai é um bosta, minha filha. Não liga pra ele, não.
LUANA
(vindo até a mesa) E o bolo, cadê mãe?
NORMANDA
Ih! É verdade, Luana! Já tava me esquecendo dele. (sai rapidamente, acompanhada por Luana)