Sesc PR : 70 anos

Expediente

SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

Sesc – Serviço Social do Comércio

Departamento Regional do Paraná

Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR Darci Piana

Diretor Regional do Sesc PR Emerson Sextos

Diretor da Divisão de Esportes, Lazer e Saúde Marcus Vinicius de Mello

Diretor da Divisão de Educação, Cultura e Ação Social Maristela Massaro Carrara Bruneri

Diretor da Divisão de Suprimentos e Patrimônio Paulo Roberto Falcão

Diretor da Divisão Administrativa e Financeira Tadeu Litwin

Diretor da Divisão de Recursos Humanos Ulisses Fernando de Moraes Rodrigues

NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING DO SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR

Coordenador Geral Cesar Luiz Gonçalves

Coordenador de Jornalismo Ernani Buchmann

Assessora de Comunicação e Marketing Rosane Guarise

Catalogação na Fonte: Sesc Paraná - Gerência de Cultura

S491 Sesc. Departamento Regional do Paraná

Sesc PR : 70 anos / [texto de] Georgeana França, Márcio Norberto e Renato Gomes - Curitiba : Sesc PR, 2018. 177 p.: il. color.

ISBN 978-85-60587-10-0

1. Sesc Pr - História. 2. Comércio- Paraná. 3. I. Sesc PR. II. França, Georgeana. III. Norberto, Márcio. IV. Gomes, Renato. IV. Título.

CDD – 360.62

SESC PR

SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO

Rua Visconde do Rio Branco, 931 –

CEP 80.410-001 – Curitiba – PR

41 3304-2266

NCM

NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO

E MARKETING

jornalismo@fecomerciopr.com.br

www.fecomerciopr.com.br

www.sescpr.com.br

Pesquisa e Redação

Georgeana França, Márcio Norberto e Renato Bittencourt Gomes

Revisão

Sônia Censi do Amaral

Projeto Gráfico e Diagramação

Vera Andrion DRT-PR 10260

Fotos

Ivo Lima, Bruno Tadashi, Arquivo Sesc e Banco de Imagens

Impressão

Lunagraf Gráfica e Editora –Curitiba PR

Tiragem 1.500 exemplares

Mundo do futuro

Fui

apresentado ao mundo do futuro por um comerciante, um vendedor que foi chegando aos poucos em nossa casa, em Carazinho, interior do Rio Grande do Sul. Era 1954 e – os mais novos talvez nem saibam – livros eram oferecidos de porta em porta. Eram publicações variadas, ainda antes da moda das enciclopédias, cujos divulgadores também utilizavam esse tipo de abordagem.

Nosso pai comprou logo uma coleção, para ver se os filhos iriam gostar. Caçula de nove irmãos, determinado e curioso, interessei-me bem mais que os outros, entreguei-me à leitura.

E o livro de que mais gostei se chamava Omundodofuturo , com histórias de aviões, helicópteros e outras novidades.

Isso me encantou e já percebia por que, pois já vinha aprendendo sobre negociações e viagens, já gostava disso. Ainda pequeno, com sete ou oito anos, por toda parte já acompanhava o pai, que era

madeireiro, e ia me acostumando às constantes viagens a Passo Fundo, Porto Alegre e Lagoa Vermelha. O pai contava comigo, o guri mais novo, para os cálculos nas serrarias.

E também me levava de companheiro nas churrascadas e galinhadas entre amigos, tão habituais na nossa região naquele tempo.

Darci Piana, presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR Foto Gilson Abreu

O livro me impressionou e na escola, quando a professora pediu uma redação sobre o que gostaríamos de ser depois de crescidos, não titubeei: iria ser “motorista industrial”, para viajar por toda parte e me relacionar com as pessoas, fazer negócios. Esse desejo de criança vem me acompanhando vida afora.

Hoje, na presidência do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, vou lembrando dos planos da infância, do carinho da família, dos vastos pinheirais, daquelas viagens. Mais que meramente me acompanhar, como um devaneio, essa memória constrói a postura que tenho agora. Vou lembrando de Palmas, no sul do Paraná, que meu recebeu ainda guri, quando me tornei independente, pelos 13 anos de idade. A viagem era longa, entrecortada: de Carazinho a Palmas era preciso pegar um ônibus até Piratuba, em Santa Catarina, dormir no hotel e no dia seguinte tomar o trem para Caçador, Joaçaba ou União da Vitória, cidades em que podia embarcar no ônibus que finalmente levava a Palmas. Viajava com uma daquelas malas de papelão, transportadas no teto do ônibus.

Morei na casa de minha irmã Irma por alguns meses e depois me estabeleci no hotel de Palmas: quando a família de Irma se mudou para Coronel Vivida, passei a residir e trabalhar no hotel. Mas também trabalhava na rodoviária, estudava à noite e, incentivado pelo Sr. Humberto, dono do hotel, para entregar os pacotes e encomendas que chegavam na rodoviária comprei uma bicicleta, meu primeiro bem. Dela ainda me recordo com carinho. Com essas atividades variadas, fui aprendendo a negociar ainda mais, já era um jovem comerciante.

E foi em Curitiba que o Sesc entrou em minha vida, em 1964, apresentado por amigos gaúchos em um campeonato de futebol de salão. Era o Sesc da Rua José Loureiro, um evento grande, com muita repercussão, todos conheciam e queriam participar, várias empresas. Gostei do que fui vendo por ali.

Por essa época, trabalhava na Fornecedora de Autopeças S.A. (Fasa), já era bem-sucedido como comprador. Permaneci nessa empresa por quatro anos, até montar meu próprio escritório de representação para fornecimento de serviços.

Assim, já estava definido pelas autopeças, e continuava negociando e viajando, realizando meus desejos de criança. Pude conhecer todo o Paraná, suas estradas, suas cidades, seus detalhes. E também pude, ao longo dos anos, expandir minha empresa e meus relacionamentos no setor de autopeças.

No início da década de 1990, já como empresário, o Sesc PR tomou outra dimensão em minha vida: eleito presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Veículos, Peças e Acessórios para Veículos no Estado do Paraná (Sincopeças), passei a frequentar a Fecomércio, participar. A cada dia me apropriava de uma nova nuance da amplitude e do alcance da Federação e de seus braços – Sesc e Senac. Observava a força das Casas, como elas chegam para o contribuinte e o comerciário, e para toda a sociedade paranaense.

Em 2004, à frente da Fecomércio, pude trazer um novo olhar para a gestão, uma visão empreendedora e de inovação percebida em cada uma das 30 Unidades de Serviço e quatro Núcleos de

Atendimento do Sesc PR, além das futuras Unidades, que já se encontram em obras. Mas ainda há mais a se fazer. E sempre procuramos modernizar as ações no Sesc e no Senac, atualizar a Instituição, para melhor atender aos interesses do empresariado e dos nossos comerciários. É para isso que existimos: para aproximar entidades e comunidade.

Porque hoje sei que o mundo do futuro está nos olhos das crianças e dos adultos, pessoas de várias épocas, e também na viagem que leva dias, no sorriso de uma memória que nos reconduz ao passado, e também no entusiasmo pela capilaridade e modernização do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR. O mundo do futuro cabe em muitos livros e muitas obras. Cabe a todos nós. f

Nossos primeiros 70 anos

Nos seus 70 anos no Paraná, o Serviço Social do Comércio testemunhou e protagonizou transformações. Em 1948, o Brasil já vivia o seu processo de industrialização, ainda antes da arrancada desenvolvimentista da segunda metade dos anos 1950, levada a efeito com o significativo slogan “50 anos em 5”. E se o Brasil se industrializava, substituindo o quase exclusivo modelo agrário-exportador, no contexto paranaense o sistema agrícola e extrativista

continuava com força total. A população do estado, naquela época, estava concentrada na região rural. A atividade comercial nesse período se restringia a poucos estabelecimentos. O comércio de alimentos, por exemplo, disponibilizava à freguesia um sem-número de artigos de secos e molhados.

De lá para cá, nessas sete décadas, seria quase imensurável cercar as mudanças ocorridas no mundo, aí incluídos o Brasil e o Paraná. Nossa agricultura

Emerson Sextos, diretor regional do Sesc PR Foto Bruno Tadashi

foi se mecanizando e grandes contingentes populacionais foram se transferindo para as cidades, ampliando a presença e a importância do comércio como locomotiva da economia; comércio que foi se segmentando de modo a atender a novas e específicas demandas.

O Sesc participa dessa história, construindo uma rede com forte capilaridade no estado do Paraná, mostrando-se presente em todas as regiões e proporcionando ao comerciário, empresários e comunidade ações para o desenvolvimento social nas áreas de Lazer, Saúde e Ação Social, Educação e Cultura.

E é essa a história contada neste livro por meio de alguns dos seus muitos protagonistas, pessoas que estiveram e/ou estão em trechos dessa jornada –afinal, ninguém individualmente é dono de uma narrativa que já conta 70 anos e se espraia por todas as regiões do Paraná.

Trata-se de um livro vivo, pois nas suas páginas se encontram vidas, muitas delas estruturadas pela frequência à Unidade Sesc, onde são oferecidas opções de lazer, educação e convívio social. Em algumas localidades, quase apenas o Sesc

promove esse tipo de atividade. E muitas vezes são famílias inteiras que frequentam as ações promovidas pelo Sesc, incorporando nossa Instituição como um legado familiar de geração para geração. Porque aqui conjugamos tradição e modernidade, atentos que estamos ao novo panorama que mais e mais se descortina, com a crescente presença das tecnologias digitais em nosso dia a dia e, mais recentemente, a inversão da composição etária em nossa pirâmide populacional. No Sesc, aos mais experientes é proporcionado o novo e aos novos o patrimônio de saberes consolidado pelos que vieram antes.

Este é o nosso Sesc, construído pela contribuição do empresariado, a ação dos funcionários e a participação efetiva do público.

Vimos crises se avizinharem e serem solucionadas. E assim seguimos, firmes em nossa missão de “prover soluções para a qualidade de vida do comerciário e seus dependentes por meio de educação, cultura, saúde, lazer e ação social”.

Estes foram os nossos primeiros 70 anos. Muito mais está por vir. f

Troca e pertencimento

Há 70 anos, o Sesc PR começou a escrever sua história e também a fazer parte das histórias de vida dos paranaenses. Em cada região do estado onde está presente com estrutura física e naquelas cidades em que chega com seus equipamentos móveis e através de ações descentralizadas, a história do Sesc e das pessoas se entrelaça numa constante relação de troca e pertencimento.

O Sesc, cotidianamente, faz parte da vida de milhares de paranaenses representados por comerciários, empresários do comércio e população em geral através de uma gama de serviços e atividades que oferece. O público que frequenta as programações e usufrui dos serviços, ajuda a escrever diariamente a história da Instituição.

Neste livro, elaborado a seis mãos, escrevemos as histórias contadas pelas vozes de 34 personagens, que permeiam os 70 anos da Instituição. São memórias do Sesc e construídas com o Sesc, coletadas por todo o Paraná. A essas

lembranças, tão valiosas e detalhadas, cabe nosso respeito e responsabilidade. Nesta publicação, veremos apenas uma pequena amostra deste rico universo, tão diverso quanto a Instituição que nos orgulhamos de fazer parte.

O Sesc PR conta sua história dia após dia, narrada por diferentes gerações ao longo destas sete décadas. A história do Sesc é sua também. f

Renato Bittencourt Gomes, Georgeana Barbosa de França e Márcio Norberto, autores

Foto Ivo Lima

O futuro agora

Com Darci

Piana,

o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR tem se tornado o mundo do futuro outrora sonhado por aquele garoto. Assim como o menino é pai do homem, conforme narrou o poeta inglês William Wordsworth (1770-1850) – em uma belíssima assertiva apropriada pelo nosso Machado de Assis (1839-1908) em um dos seus romances –, também já é corrente a ideia de que tudo o que existe no mundo concreto já existiu primeiramente na imaginação.

Com a chegada de Darci Piana à presidência do Sistema, o que se viu foi o encontro de uma personalidade progressista com uma Instituição aberta à modernidade e à expansão. Há muito trabalho a ser feito, uma população de comerciários e seus dependentes a serem atendidos, juntamente com a população em geral, e a crescente capilarização da rede Sesc permite ampliar esses atendimentos.

Por isso, neste século 21, que segue avançando, há um

intenso empenho para revitalizar as Unidades de Serviço já existentes e instalar novos espaços, levando a Instituição para municípios que ainda não contavam com instalações fixas. Dessa maneira, o Sesc já está por todo o Paraná, de uma ponta a outra: de Paranaguá (Leste) a Marechal Cândido Rondon (Oeste), de União da Vitória (Sul) a Jacarezinho (Norte). Com tamanha presença, deslocar-se entre as Unidades Sesc PR é transitar pelo estado, percorrer o nosso chão.

Afinal, com o novo presidente, a marcha para o futuro veio a ser também um programa de instalação de novas Unidades, interiorizando a Instituição, ampliando sua capilaridade, fazendo-a sempre mais perto do seu público.

O primeiro movimento nesse sentido foi no extremo Oeste, com o início das obras do Sesc Foz de Iguaçu (aproximadamente 7 mil m² construídos em uma área de 22.477,59 m²), em 2005. Em rápida sucessão, em

2006, foi inaugurado o Centro de Atividades em Ivaiporã; em 2007, foram iniciadas as obras de revitalização da Colônia de Férias, em Caiobá, e foi inaugurada a Unidade Foz do Iguaçu; em 2008, foram inaugurados os Núcleos Palmas, Santo Antônio da Platina e União da Vitória.

O ano de 2009 foi particularmente marcante, com o começo da implantação do Programa de Comprometimento e

Gratuidade (PCG), criado em decorrência de uma demanda federal. Essa nova normativa veio ao encontro da busca de maior dinamização por parte do Sesc, potencializando a área de Educação, dando-lhe uma nova dimensão, ou antes reconectando a Entidade com a sua origem, pois a Carta da Paz Social, que é um dos documentos de fundação do Sesc, já indica a realização de uma obra educativa.

Em 29 de março de 2009,

aniversário de Curitiba, foi inaugurado o Sesc Paço da Liberdade, instalado em um prédio histórico que já sediou o Museu Paranaense e, antes disso, a prefeitura da cidade. Em si mesmo esse prédio já é um bem cultural e o Paço da Liberdade se direciona fortemente para as ações de cultura, em um movimento do Sesc para devolver à cidade um dos seus símbolos, revitalizado. No mesmo ano, o Paço começou a realizar o programa de Educação Patrimonial, que leva alunos de escolas públicas em uma visita guiada pelo prédio, compondo assim uma programação cultural em que, além da circulação pelos ambientes, são ministrados conteúdos que levam ao

conhecimento da história e do significado dessa edificação na cultura curitibana e paranaense e à compreensão do que vem a ser o patrimônio histórico e artístico.

Prêmios

Sesc Foz do Iguaçu

Logo no início da administração Piana, já houve uma premiação para o Sesc PR: o projeto Educação e Cidadania, programa social para alfabetização de adultos, realizado em várias Unidades de Serviço, recebeu o Prêmio de Responsabilidade Social da Associação Comercial do Paraná em 2005. Alguns anos depois, em 2011, o programa de Educação Patrimonial, realizado pelo Paço da Liberdade, foi agraciado na etapa estadual do 24.º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan).

Ainda em 2009, houve a inauguração do Sesc Pato Branco, no extremo Sul do estado, e o início das atividades do Colégio Sesc São José (CSSJ), na capital, em uma parceria com o tradicional e centenário Grupo Educacional Bom Jesus, para oferecer Ensino Médio gratuito e de qualidade para

adolescentes curitibanos –moças e rapazes de famílias de baixa renda. Neste primeiro ano, foram 172 alunos no CSSJ; no ano seguinte, já com duas séries em funcionamento, passaram a ser 475; e 684 em 2011, já com o ciclo completo das três séries do Ensino Médio. E em 2016, foram 835.

Colégio Sesc São José

Futuro Integral

Em 2009, dentro do programa Sesc Educação como Referência (SER), em 15 Unidades de Serviço, foi realizado o reforço escolar, principalmente nas disciplinas de português e matemática. Em 2010, essas ações em contraturno foram proporcionadas a alunos em escolas públicas, em 17 municípios. Em 2011, a atividade já se chamava Contraturno, funcionando em um convênio de parceria com a Secretaria de Estado da Educação, para atendimento a alunos de escolas estaduais, com oficinas de letramento e raciocínio lógico – de modo a não se restringir aos conteúdos curriculares do português e da matemática. De lá para cá, o programa vem se expandindo ao incorporar outros segmentos de público e estabelecer convênios com prefeituras e secretarias municipais de educação, e ainda outras instituições sociais de educação, assim como por também realizar oficinas de arte-educação. Em 2013, já com sua denominação definitiva – Futuro Integral –, a atividade atendeu a mais de 10 mil alunos por todo o estado. E a partir das boas práticas das Unidades de Serviço surgiram dois eventos corporativos realizados no bojo do Futuro Integral: o Sarau Literário e o Dia da Matemática. No Sarau Literário, os alunos apresentam sua própria produção e o evento também funciona como uma ação prévia para a Semana Literária, enquanto o Dia da Matemática, implantado pelo Sesc PR ainda antes da lei federal que o institui oficialmente, traz ações de matemática divertida para toda a comunidade educativa – e tamanha é a sua receptividade que inclusive levou o Sesc a participar do Biênio da Matemática.

Futuro Integral

311 383

1.596 1.800

10.846

9.901

11.174

12.176

Semana Literária Sesc & Feira do Livro

A Semana Literária Sesc & Feira do livro é realizada desde 1981, promovendo expansão cultural e educativa, estimulando o contato com a leitura e a formação de leitores.

Até 2005, seu nome era Feira de Livros Sesc; em 2006 e 2007, foi realizada como Folia Literária do Paraná; e em 2008, recebeu a denominação definitiva, juntamente com um tema geral para debates – um tema novo a cada edição. E já a partir de 2006, passou a acontecer simultaneamente onde o Sesc está presente no estado, em um formato único em todo o país. Em Curitiba, por meio de uma parceria com a Universidade Federal do Paraná, o evento ainda se mescla com a Feira do Livro Editora UFPR, ocupando com estandes e auditórios a Praça Santos Andrade, delimitada pelo Teatro Guaíra e o prédio histórico da UFPR, dois espaços simbólicos da cultura e do pensamento paranaenses.

Semana Literária Sesc PR

Em 2011, após concluída a reforma e a construção de uma nova área na antiga Colônia de Férias, foi inaugurado o Hotel Sesc Caiobá – Centro de Turismo e Lazer, que em seus 23 mil m² de área oferece completo serviço de hotelaria, com 137 acomodações para hóspedes, centro de eventos com capacidade para 600 pessoas, dois restaurantes, café-escola Senac e lanchonete, sala de cinema e sala de

home theater, sala de leitura, brinquedoteca e playground, capela ecumênica, ginásio de esportes, campo de futebol, cancha de bolão, parque aquático e o Espaço Bem-estar, com equipamentos de ginástica. E não é tudo: na verdade, o Sesc Caiobá é um complexo composto pelo Hotel e por uma Unidade de Serviço, que oferece à população local nossos programas sociais de todas as áreas Sesc PR. f

1 – Mesa-redonda com as escritoras Ana Paula Maia (à esquerda) e Marina Colasanti (à direita), com mediação de Julie Fank na 35ª Semana Literária e Feira do Livro. Curitiba, 2016

Ivo Lima

2 – Público participa da 35ª Semana Literária e Feira do Livro. Curitiba, 2016

Ivo Lima

3 – Hotel Sesc Caiobá, em Matinhos

Ivo Lima

Em 2013, aconteceu no Paraná algo inédito em nível nacional: a inauguração, em Ivaiporã, de uma Unidade Integrada Sesc/Senac, um complexo com área de 4.621 m² que literalmente concretiza, na solidez do tijolo

e do cimento, um sonho do presidente Piana: unir cada vez mais as duas casas. À primeira se seguiram mais duas Unidades Integradas em 2014, em Jacarezinho (mais de 4.700 m² de área total) e Medianeira (área total de 3.787 m2).

Vivência Autoral

Já em 2011, ano da inauguração do Hotel, o Sesc Caiobá sediou o 1.º Fórum Social de Educação do Sesc PR, que no início congregava apenas profissionais ligados ao Futuro Integral, tanto do Sesc como de instituições parceiras, e a cada nova realização foi tendo sua abrangência ampliada para acolher pessoas envolvidas em todos os nossos programas sociais de educação, e ainda passou a se denominar Vivência Autoral. Nesse evento anual, além de autoridades públicas parceiras do Sesc PR, já estiveram como palestrantes grandes nomes da educação e da cultura, como os educadores José Pacheco e Tião Rocha, o educador popular e músico/agitador cultural Alemberg Quindins, o contador de histórias Roberto Carlos Ramos, a filósofa Márcia Tiburi, o escritor e cineasta Tabajara Ruas e o poeta Sérgio Vaz.

Palestrantes, oficineiros e participantes são hospedados no Hotel e as ações são realizadas no Centro de Convenções e outros espaços do Sesc Caiobá.

Música

Em 2012, em Maringá, a cidade-canção, começou a funcionar o Centro de Difusão Musical – CDM, que juntamente com a realização anual do Femucic –Festival de Música Cidade Canção, veio consagrar o Sesc Maringá como uma Unidade vocacionada para a música. Nas suas variadas modalidades, que conforme a procura pelo público podem variar ligeiramente de ano a ano e desde 2012 incluem turmas de Musicalização e Coro Infantil em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Seduc), o CDM acolhe crianças e adolescentes de famílias de baixa renda, proporcionando-lhes acesso à educação em música para que se tornem cantores e instrumentistas. Muitos deles, a partir dessa base sólida, seguem em frente em uma formação universitária na área.

Mas não apenas em Maringá. Em 2006, em uma promoção conjunta do Sesc PR e da prefeitura, passou a ser realizado o Festival Jacarezinhense da Canção – Fejacan.

2

Festival Poético

Realizado desde 1985 pelo Sesc, com o apoio de vários parceiros (Rotary Club; Lions Club; Academia de Letras, Artes e Ciências de Cornélio Procópio –Alaccop; Prefeitura de Cornélio Procópio e Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Cornélio Procópio – UTFPR-CCP), o Festival Poético de Cornélio Procópio é mais que um concurso literário, pois além da seleção de poemas e produção de uma coletânea há, na cerimônia de entrega dos prêmios, a declamação dos textos agraciados. E o projeto tem alcance nacional, recebendo versos de poetas de todo o país.

E ainda em 2013, foi inaugurado o Sesc Cadeião Cultural, em Londrina, recuperando e devolvendo à comunidade, como já havia sido com o Paço da

Liberdade, um prédio histórico, uma das edificações simbólicas da cidade, revitalizada como Unidade Sesc direcionada para ações na área da cultura.

1 – Apresentação dos alunos do Centro de Difusão Musical (CDM) no evento Vivência Autoral no Hotel Sesc Caiobá. Matinhos, 2016

2 – Trabalho de restauro realizado durante processo de revitalização do Sesc Paço da Liberdade, em Curitiba

Ivo Lima

Nilson Santana

Prédios Históricos

Pouco a pouco, cada Unidade Sesc vai compondo a vida das pessoas da cidade onde se instalou. Há casos de mais de uma geração da mesma família frequentar as ações e eventos ali realizados. Assim, o prédio Sesc vai entrando na memória afetiva dessas pessoas e na história do lugar.

E temos um caso especial quando a Instituição toma a seus cuidados uma edificação que já era histórica, que já vem marcada pela passagem de sucessivas gerações, porventura atendendo a mais de uma função na continuidade do tempo, concretizado em pedra, madeira, ferro e vidro que viram a lenta sucessão dos anos. Tornando-se uma Unidade Sesc, um prédio com essa natureza demanda, ao lado das necessárias adaptações que permitem o atendimento e o bem-estar de nosso público, o respeito e a preservação de sua arquitetura – o que pode implicar até mesmo o uso de produtos de limpeza alternativos, de modo a não agredir materiais de construção de outras épocas. Tem sido assim nas duas Unidades já instaladas em prédios históricos – Paço da Liberdade e Sesc Cadeião Cultural –, começa a ser naquelas que serão abertas ao público em breve, e também será em quantas mais forem abertas com as mesmas características, configurando o empenho e o cuidado do Sesc PR com a história, a preservação da memória social e de seus espaços.

Em 2016, veio mais uma Unidade Integrada, mais um prédio moderno especialmente construído para a Instituição, em São José dos Pinhais, com 7 mil m² de área construída e mais um bosque de 23 mil m², nas imediações do Aeroporto Afonso Pena. Neste mesmo ano foi comemorado o centenário do prédio do Paço da Liberdade. E, em 2017, no dia 29 de março, por um dia, o Paço voltou a ser a sede do município, com o prefeito da capital paranaense cumprindo seu expediente e despachando com seu secretariado neste espaço histórico.

Também em 2017, foi a inauguração da Unidade Londrina Norte (4.119,68 m2 de área construída), no coração dos Cinco Conjuntos, na Zona Norte do município, área com grande presença da população trabalhadora, assim levando os serviços Sesc para pessoas que estão distantes do Centro da cidade, configurando uma das formas de a Instituição manter seu empenho para estar sempre mais perto de seu público preferencial – o trabalhador do comércio e seus dependentes.

Mas não só a modernidade: outra face marcante da administração Piana é a compreensão de que o progresso não precisa anular a tradição, ou mesmo não a anula, pois antes se conjuga com ela. Há em Darci Piana um empenho para que se mantenha o vínculo com nossas origens culturais, as manifestações regionais, as expressões que hão de ser a nossa marca no panorama mais amplo formado pelo conjunto das regiões. Porque vamos para o futuro justamente a partir de nossa origem, nossa base. Aquele guri sonhava com o futuro, mas fazia isso

no seu torrão natal. Essa seria outra forma de resumir a trajetória do menino de Carazinho (RS) que veio a ser dirigente de empresas e figura destacada em organismos de representatividade estadual e mesmo federal. A participação de Darci Piana em outros espaços, além da Fecomércio PR e do Sesc, tem aproximado a Instituição de parceiros na sua missão de prover soluções para a qualidade de vida do comerciário por meio de educação, cultura, saúde, lazer e ação social.

1 – Unidade Integrada Sesc Senac São José dos Pinhais

2 – Sesc Londrina Norte Ivo Lima

Congresso do Idoso

A primeira edição do Congresso Estadual do Idoso foi em 2012, no Sesc Caiobá, inaugurando a série de eventos anuais que são um ponto alto do Trabalho Social com Idosos, atividade Sesc que mobiliza idosos em muitas Unidades de Serviço. Assim como no Vivência Autoral, os participantes do Congresso do Idoso se hospedam no Hotel Sesc e se integram a ações realizadas no Centro de Convenções e outros espaços do Sesc Caiobá.

Congresso do Idoso

Palco Giratório e Paraná Junino

Em 2011, o Sesc PR promoveu o 1.º Festival Palco Giratório, ampliando sua participação no projeto nacional, que percorre o país com espetáculos teatrais e ações formativas ligadas a artes cênicas, sendo realizado por vários Departamentos Regionais do Sesc, incluindo o Paraná, desde 1998.

Mesa Brasil

Em 2003, antes da administração Piana, o Sesc PR começou a operacionalizar no estado o Mesa Brasil, que é o programa Sesc de segurança alimentar e nutricional sustentável, realizado em todo o país para redistribuir alimentos excedentes próprios para o consumo ou sem valor comercial, funcionando como uma ponte, angariando onde há sobras e entregando onde falta, contribuindo para diminuir o abismo da desigualdade social no país. Nesse ano inaugural, o programa já recebeu o Prêmio Zilda Arns de Responsabilidade Social. E agora já são sete bancos de alimentos no Paraná, nas cidades de Campo Mourão, Cascavel, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina, Maringá e em Curitiba, com o recém-inaugurado Núcleo Parolin. Com essa estrutura, são atendidos mais de 71 municípios em áreas de abrangência. A nova instalação na capital dispõe de quatro docas, uma câmara destinada ao congelamento de alimentos, câmaras frias e espaço para itens secos, formando um conjunto para armazenar até 120 toneladas de produtos, e ainda conta com área administrativa setorizada, sala para treinamentos e estacionamento.

1 – Congresso do Idoso. Hotel Sesc Caiobá, 2017

Ivo Lima

2 – Apresentação do Palco Giratório. Curitiba, 2017

Ivo Lima

3 – Centro de distribuição Mesa Brasil Sesc. Parolin, Curitiba

Bruno Tadashi

Mesa Brasil

Sesc Triathlon, etapa Caiobá. Matinhos, 2017

Ivo Lima

Jogos TriathlonComerciários e

Maratona

Em 2005, ocorreu a primeira edição dos Jogos Comerciários do Paraná e o Sesc Triathlon Caiobá passou a integrar, como etapa regional do Paraná, o Sesc Triathlon Circuito Nacional. E em 2007 foi realizada a 1.ª Maratona Internacional das Águas, em Foz do Iguaçu, hoje com o nome Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR.

Sesc Triathlon Caiobá

Jogos Comerciários do Paraná

Fio da memória

Lá pelos

idos da década de 1960, com seus 14 ou 15 anos, ele entrou pela primeira vez numa unidade do Sesc e Senac. Foi na Rua José Loureiro, Centro de Curitiba, perto de sua casa. Ali ele chegava e no pátio mesmo fazia o seu lanche, depois seguia para suas atividades. O comércio dava forte impulso à economia paranaense e Alberto Samways era aprendiz no Prosdócimo, tradicional grupo familiar que, em 1963, estava completando 50 anos no comércio varejista de Curitiba. Essa foi apenas a primeira colocação do jovem Alberto no mercado de trabalho, pois, um pouco mais tarde, em 1966, ele iria se fixar na Federação do Comércio do estado do Paraná. Naquela época não teria como imaginar que meio século depois estaria relembrando essa trajetória. No fio da memória e rodeado por documentos históricos guardados por décadas, ele trouxe para o presente o ano de 1948, momento em que o Sesc passou a fazer parte da história do Estado do Paraná e dos paranaenses.

No Brasil, a história do Sesc começou um pouco antes. Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e do Estado Novo, amainada a ameaça totalitária sobre o mundo ocidental, novas e urgentes questões estavam colocadas para a sociedade. A cada dia, empresários de todo o país constatavam que a paz social e o desenvolvimento econômico precisavam caminhar lado a lado com a melhoria das condições de vida dos trabalhadores. Assim, surgia e ganhava força uma ideia nova: a implantação, pelas classes patronais, de serviços sociais de qualidade para os trabalhadores.

Cartões de matrícula utilizados no Sesc PR na década de 1950

Acervo Museu Fecomércio

1948

Em maio de 1945, a 1.ª Conferência das Classes Produtoras (I Conclap), em Teresópolis, Estado do Rio de Janeiro, reuniu empresários da agricultura, da indústria e do comércio para debater questões relacionadas à qualidade de vida dos trabalhadores urbanos, salário real, participação sindical, inflação e combate à pobreza. Como resultado, o empresariado reunido nessa conferência elaborou a Carta Econômica de Teresópolis, ou meramente Carta de Teresópolis, expondo princípios sociais, objetivos a serem atingidos por um planejamento econômico e propostas concretas para esse planejamento nas diferentes áreas da economia. Já no ano seguinte, esse empresariado que se empenhava no desenvolvimento nacional e no estabelecimento de uma democracia econômica, com bem-estar e prosperidade para todos, elaborou a Carta da Paz Social, documento que formaliza sua atenção ao bem-estar social, com assistência social e qualificação para os trabalhadores, ampliando sua qualidade de vida.

A partir da Carta da Paz Social, por meio do Decreto-lei 853/1946, assinado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra,

foi criado o Serviço Social do Comércio, entidade de direito privado voltada para serviços de ação social e destinados preferencialmente aos trabalhadores do comércio.

No Paraná, o Sesc foi instituído em 10 de janeiro de 1948, como Delegacia Regional, com sede em Curitiba. Essa nova casa aberta aos paranaenses era e continua sendo administrada por empresários do comércio de bens, serviços e turismo, estando sempre pronta a receber comerciários e seus familiares com ações e serviços nos campos da educação,

• Instalação da Delegacia Estadual do Sesc no Paraná (10 jan.).

Independência do Estado de Israel (14 maio).

• Início da Campanha do Petróleo (21 abr.), que resultou na criação da Petrobras.

da cultura, da saúde, do lazer e da ação social. E quem realiza no estado a gestão do Sesc, assim como da Instituição irmã, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac, é a Federação do Comércio do Estado do Paraná – Fecomércio.

Fundada em 19 de janeiro de 1948, a Federação se constituiu pela articulação de cinco organismos patronais: Sindicato do Comércio Atacadista de Madeiras no Paraná, Sindicato dos Representantes Comerciais no Estado do Paraná, Sindicato do Comércio de Carnes Frescas no Estado do Paraná, Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Curitiba e Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios no Estado do Paraná.

E em 1959, outros grupos sindicais constituíram a Federação do Comércio Varejista do Estado do Paraná, que passou a administrar o Senac Paraná, ao passo que a Federação fundada em 1948 era ligada ao comércio atacadista e realizava a gestão do Sesc. Logo o Paraná contava com duas Federações do Comércio, enquanto outros

estados tinham até cinco organismos com essa natureza. Até que, em 1998, em uma grande assembleia composta por 51 dirigentes sindicais do comércio atacadista, varejista e de serviços, foi realizada a fusão das entidades paranaenses na Federação do Comércio do Paraná tal como a conhecemos hoje.

Não é possível desvincular as casas-irmãs Sesc e Senac da Federação do Comércio do Estado Paraná. Como diz Dieter Lengning, que integrou a Fecomércio por muitos anos e foi diretor regional do Sesc PR entre 2014 e 2016: “é um trinômio com ações muito próximas, embora diferentes”. A Federação é voltada a políticas para atender o empresariado, fornecer mecanismos que auxiliem o empresário a gerir melhor seu negócio, a entender as novidades que surgem em termos de legislação, dentre outros aspectos.

O Sesc foi criado com a finalidade de prover soluções à qualidade de vida do comerciário e seus dependentes. São inúmeras as transformações de vidas encadeadas por suas ações. Pode ser apenas uma pessoa, que sozinha vem utilizar um dos serviços da

Ata constitutiva da Delegacia Estadual do Sesc PR, realizada em 10 de janeiro de 1948 Arquivo Sesc PR

1949

• Início do trabalho social do Sesc na área da Saúde (16 mar.).

Criação da Administração Regional do Sesc no Paraná (11 set.).

Início do atendimento na Clínica Odontológica .

• Primeiro Natal do Comerciário.

Fundação da República Federal da Alemanha – Alemanha Ocidental (7 set.) e da República Democrática Alemã – Alemanha Oriental (12 out.).

Fundação da República Popular da China, a China Continental (1.º out.).

Fundação do jornal Tribuna da Imprensa , por Carlos Lacerda (27 dez.).

Instituição, ou comunidades, atendidas por programas sociais, ou mais ainda, atender as pessoas que estão dentro das empresas com os serviços de melhoria de qualidade de vida.

Disso bem sabe Alberto, com seus 50 anos de trabalho na Federação do Comércio do Paraná. Quando conheceu o Sesc, lá nos anos de 1960, Alberto era um jovem interessado em esporte e turismo, tornando-se assíduo frequentador do Centro de Atividades na Rua José Loureiro. A construção do edifício de cinco pavimentos ficou pronta em dois anos, obra do Sesc e do Senac, sendo inaugurada em 28 de novembro de 1959. Denominado Centro Sesc Senac de Curitiba, o prédio destinava os dois primeiros

andares ao Sesc e os outros três ao Senac. Na época, também foram inaugurados, no mesmo complexo, o Auditório Camillo Stellfeld e o Ginásio Anacleto Theógenes Carli.

O espaço, que mais tarde foi denominado Sesc Centro, sempre esteve repleto de atividades: abrigou temporariamente o Grupo de Escoteiros do Ar Santos Dumont e foi palco de solenidades e competições esportivas, como os famosos Jogos Comerciários. Alberto relembra:

- Pratiquei muito esporte no Sesc Centro. Tinha aquele ginásio maravilhoso, equipes de futebol de salão, fazíamos campeonato dos comerciários. Participação de empresas do

comércio em campeonatos na área de futebol de salão, por exemplo, de basquete, que tinha ali times fortes, competições com o calor da torcida, a cidade ficava motivada, tanto nos torneios de futebol de salão como de basquete, de vôlei. Era fortíssimo o Sesc.

Este relato relembra os anos 1960, mas as atividades no Sesc PR começaram muito antes. Em Curitiba, as ações tiveram início já no ano da inauguração, em 1948, com forte atuação no campo da saúde.

1 – Crianças da Recreação Infantil nos anos 1970

Arquivo Sesc PR

2 – Inauguração do Centro de Atividades da Rua José Loureiro (atual Sesc Centro) pelo presidente da Federação do Comércio do Estado do Paraná, gestão 1954-1962, José Luiz Guerra Rêgo, Curitiba, 1959

Arquivo Sesc PR

3 – Cartaz de divulgação de atividades de recreação no Sesc Centro. Curitiba, 1981

AcervoFecomércio

1950

• Projeto Férias Coletivas –primeira atividade na área do Turismo.

Instalação de agências em Irati, Jacarezinho, Londrina, Paranaguá e Ponta Grossa.

• Início da Guerra da Coreia (1950-53), que resultou na divisão Coreia do Norte e Coreia do Sul (25 jun.).

Final da Copa do Mundo do Brasil, com vitória do Uruguai (16 jul.) .

Fundação da TV Tupi, por Francisco de Assis Chateaubriand (18 set.).

1951

Eleição de Getúlio Vargas para seu segundo mandato na presidência do Brasil, desta vez por voto direto (31 jan.).

Fundação do jornal ÚltimaHora por Samuel Wainer (12 jun.).

No ano de sua inauguração, a Delegacia Regional do Sesc estava instalada no Edifício Prosdócimo, na Praça Tiradentes, no centro

da capital, sendo que no ano seguinte foi transferida para algumas salas do Edifício Garcez, junto da praça Osório.

Em 1950, as agências Sesc foram instaladas em Paranaguá, Ponta Grossa, Jacarezinho, Londrina e Irati. Essas eram instalações que ofereciam atendimento na área da saúde e desenvolviam cursos de habilidades domésticas, ações de recreação e comemorações. Aos poucos, as agências revelaram a vocação para o trabalho social com grupos.

Foi assim que surgiram os Centros de Atividades. O primeiro deles foi inaugurado em 1955. Era um prédio adaptado, na Rua Pedro Ivo, em Curitiba, e em 1957 ele foi transferido para um novo endereço, na Rua Brigadeiro Franco.

Já em Maringá, Cornélio Procópio e Apucarana a

atua ção do Sesc iniciou em 1956, com a instalação de Centros nessas localidades. No ano seguinte, a Instituição assumiu um perfil mais educativo e preventivo e ainda implantou o serviço de biblioteca ambulante.

A década seguinte foi marcada por mais novidades. Em 1964, em Curitiba, o Centro Brigadeiro Franco foi transferido para a Unidade Água Verde, prédio que recebeu o nome de João Daudt d´Oliveira, em homenagem ao líder empresarial fundador do Sesc. E em 1966, o Sesc PR inaugurou oficialmente a Colônia de Férias em Caiobá, proporcionando aos comerciários e seus dependentes uma programação turística de qualidade no litoral do estado.

1 – Edifício Garcez. Curitiba

Arquivo Sesc PR

2 – Inauguração da Colônia de Férias Sesc PR (atual Hotel Sesc Caiobá). Matinhos, 1966

Arquivo Sesc PR

Edifício Edifício

Prosdócimo Moreira Garcez

Hoje abriga uma faculdade e tem grande importância histórica para o comércio paranaense porque foi a primeira sede da Delegacia Regional do Sesc PR (1948).

Ícone arquitetônico da Curitiba dos anos 1920, foi o primeiro arranha-céu da cidade e seus oito andares foram um empreendimento audacioso.

Foi a segunda sede do Sesc PR, ainda no fim da década de 1940.

1952

• Posse da rainha Elizabeth II no Reino Unido (6 fev.).

Tomada do poder em Cuba pelo general Fulgêncio Batista.

1953

• Primeiro Campeonato de Futebol.

Posse de Dwight Eisenhower na presidência dos Estados Unidos (20 jan.).

• Nomeação de Nikita Khrushchev como chefe do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética (7 set.).

1954

• Aquisição de terreno na praia de Caiobá, município de Matinhos.

Suicídio do presidente Getúlio Vargas (24 ago.).

Essa expansão continuou pela década de 1970, com cursos de corte e costura, culinária, recreação infantil, atividades esportivas, turismo e tantas

ações diretamente conectadas às demandas do público comerciário daquele momento.

outras

Nos anos 1980, ocorreu a mudança da Administração Regional, até então localizada no edifício do Sesc Centro, para o Sesc da Esquina, inaugurado em 1985. Esse foi um período marcado pela instalação de Unidades por todo o Paraná, tendo continuidade até os dias atuais.

Em março de 2000, houve a transferência das atividades administrativas da Instituição para o prédio ao lado do Sesc da Esquina, o edifício Rubens Brustolin, construído especialmente para abrigar a Fecomércio e a Administração Regional do Sesc PR.

Ao longo desses 70 anos, o Sesc não parou de se desenvolver e proporcionar soluções para a qualidade de vida do comerciário e de seus familiares por meio de educação, cultura, saúde, lazer e ação social. São sete décadas de uma história longa, que continua no dia a dia de mais de 1.600 funcionários, em 30 Unidades de Serviço e quatro Núcleos de Atendimento espalhados por 26 municípios do estado.

E é bem por isso que o caminho de vida de muitos comerciários paranaenses que frequentam os serviços do Sesc

é um bom retrato da dinâmica socioeconômica que perpassa o estado desde meados do século passado.

As memórias de Paulo Dombeck, comerciário de longa data das Casas Pernambucanas, rede em que trabalhou desde a juventude até a aposentadoria, é um convite ao Paraná de outros tempos.

Com foco na venda de tecidos, nos anos 1960 as Casas Pernambucanas eram a maior empresa contribuinte do Imposto de Vendas e Consignações (IVC) no estado. Criado pela Lei 4.625/1922 e referendado pela Constituição Federal de 1934, esse imposto era uma arrecadação de competência estadual, criado para atender a uma solicitação do comércio. Posteriormente, o tributo se transformou no Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias – ICM, que fora instituído pela reforma tributária, em uma emenda constitucional de 1965, e ainda em vigor. Em 1988, passou a ser designado como Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços –ICMS, pois também veio a abarcar a tributação sobre

1 – Alunas do Curso de Bordado na década de 1970

Arquivo Sesc PR

2 – Sesc da Esquina, Curitiba

Nilson Santana

1955

• Primeiro Centro Social do Sesc no Paraná (4 out.).

Início da Guerra do Vietnã (1.º nov.).

1956

Instalação de agências em Apucarana, Cornélio Procópio e Maringá.

• Independência do Marrocos (2 mar.) e da Tunísia (20 mar.), que eram colônias francesas.

Posse de Juscelino Kubitschek na presidência do Brasil (31 jan.).

serviços, sendo responsável por parte da arrecadação dos estados.

Como a implantação do ICMS e a consequente geração de notas fiscais demandou treinamento por seus operadores, foi organizada uma capacitação de grande porte que lotou o Auditório Bento Mossurunga, do Colégio Estadual do Paraná,

com seus mil assentos. Afinal, o ICMS é o principal tributo brasileiro, incidindo sobre bens produzidos, importados ou consumidos dentro do estado. Alberto Samways estava lá e se lembra de todos os momentos que foram significativos para o comércio e tiveram a participação do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR. Foram vários momentos marcantes como esse.

A inauguração da telefonia direta foi outro desses momentos. Até então, ligações interurbanas eram intermediadas por telefonistas. O interessado ligava para a central telefônica, solicitava a ligação para o número desejado e depositava o fone no gancho para esperar por um “trimmm” que deveria vir em seguida. Essa situação mudou com os códigos para ligações diretas à distância. O Sistema Fecomércio Paraná também participou desse processo, pois mantinha representantes do Conselho na companhia telefônica paranaense.

A história do comércio do Paraná e do Sesc é toda perpassada por esses momentos de representatividade da Instituição na vida pública

do estado. Seu trabalho no âmbito da ação social teve tamanho reconhecimento pela sociedade que, logo após deixar a presidência da Federação do Comércio do Estado do Paraná, Sesc e Senac, Osmário Zilli, que esteve no cargo de 1962 a 1971, foi convidado a assumir a Secretaria de Estado do Trabalho e Assistência Social pelo governador Pedro Viriato Parigot de Souza.

E além das memórias de quem viveu essa história, a presença do Sesc na esfera política e econômica do estado, bem como na vida dos comerciários, pode ser vista nas páginas da revista Paraná Econômico , editada pela Federação do Comércio do Estado do Paraná entre 1953 e 1972, refletindo

1 – Conferência realizada no Colégio Estadual do Paraná sobre Imposto de Circulação de Mercadorias (ICM). Curitiba, 1967

2 – A platéia da conferência sobre ICM, no auditório Bento Mossurunga, Curitiba, 1967

Colégio Estadual do Paraná

Fundado em 1846, ainda antes de a Província do Paraná se desmembrar de São Paulo (isso aconteceria em 1853), as primeiras instalações do CEP foram no largo da Matriz, atual Praça Tiradentes, em uma casa alugada. Um prédio próprio só viria em 1854, na rua da Assembleia (atual Alameda Dr. Muricy) e, depois de vários endereços no Centro da Capital, a sede definitiva, na Rua João Gualberto, Alto da Glória, foi inaugurada em 1950.

Arquivo Fecomércio PR

Acervo Museu Fecomércio

1957

• Início da construção do prédio Sesc Senac, na Rua José Loureiro, Curitiba.

A Instituição assume caráter mais educativo e preventivo. Implantação do serviço de Biblioteca Ambulante.

Inauguração da Rede Ferroviária Federal S.A. (16 mar.).

1958

• Inauguração de Centro de Atividades em Jacarezinho.

Fundação da Nasa (29 jul.).

Final da Copa do Mundo da Suécia, com vitória do Brasil (29 jun.).

a atuação da classe patronal paranaense, as tendências e posturas do empresariado do comércio do estado.

A atuação do Sesc junto ao empresariado do comércio também se concretizou de outras formas, como por exemplo no auxílio à organização da atividade de arrecadação compulsória.

O advogado Carlos Alberto de Sotti Lopes, funcionário que está há mais tempo em atividade no Sesc PR, lembra que muito se deslocou pelas estradas do interior paranaense. Nos seus primeiros tempos na Casa, em 1972, seu trabalho foi o de acompanhamento da contribuição compulsória do empresariado, visitando empresas e contadores. Sua chegada ao Sesc foi no momento de implantação desse serviço:

- Entrei e fui trabalhar em um convênio do Sesc com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), antecessor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), justamente para aprender a sistemática de arrecadação compulsória, que até então no Paraná ninguém tinha conhecimento de como é essa mecânica.

Como ele bem lembra, havia um cadastro rudimentar das empresas contribuintes,

realizado manualmente, a partir das guias de recolhimento do INSS. Tudo de modo mais ou menos empírico. A partir disso, eram feitas visitas às empresas. Muitas vezes, ao chegar à empresa, o comerciante indicava que a documentação estava com o contador. Aos poucos, as visitas passaram a ser direcionadas aos contadores, de modo a alcançar várias empresas com um mesmo deslocamento. Mas havia resistência. Por vezes, os comerciantes não entendiam que se tratava de uma visita de orientação, não seria aplicada uma multa. Por três anos, Sotti fez essas visitas, na capital e no interior.

A partir daí, coordenou a implantação do serviço de acompanhamento da arrecadação nos três estados do Sul, à vinda de colegas do Sesc São Paulo para capacitação nesse serviço, a organização do plano de cargos e salários, a criação de manuais de

práticas trabalhistas, o 1.º Plano Nacional de Ação do Sesc –Planesc e até mesmo a comunicação social. E nos anos 1980, com a eleição de Rubens Brustolin para a presidência da Federação do Comércio do Paraná, foi criado o cargo de diretor regional adjunto no Sesc PR, e Carlos Sotti assumiu a função, acompanhando o diretor Natal Durigan.

Múltiplo em sua essência, desde cedo o Sesc PR compôs seu quadro com profissionais versáteis dentro de suas áreas de atuação. Como resultado constante, temos o comprometimento, o exercício de direitos e obrigações e o espírito de colaboração, lembra Carlos Sotti. E as ações do Sesc por todo o Paraná, conduzidas por seus funcionários, são a maior prova desse comprometimento e dedicação. f

1 e 3 – Blocos de Notas

Acervo bibliográfico Sesc PR

2 – Capa da revista Paraná Econômico , publicação da Federação do Comércio do Estado do Paraná.

Curitiba, 1955

Acervo bibliográfico Sesc PR

1 – Baile da Rainha do Comércio, década de 1980

Arquivo Sesc PR

2 – Quinta edição dos Jogos de Integração dos Comerciários, na Colônia de Férias Sesc PR. Matinhos, 1978

Arquivo Sesc PR

Tempo de lembranças

Costuma-se dizer que o Sesc dificilmente se assemelha a outras entidades. O trabalho desta Instituição de 70 anos é singular. A atuação profissional pode ser vista já no atendimento direto ao público. O Sesc PR é feito por funcionários que compartilham ideais e, juntos, são capazes de olhar para os anseios da comunidade e a melhor forma de atendê-la.

Ao entrar em nossas Unidades, o comerciário se sente bem, pois ali encontra pessoas que, independentemente de sua função, procuram oferecer o melhor nas áreas de cultura, esporte, educação, saúde, lazer e ação social. É assim por todo o Paraná.

Com seu amplo alcance social, o Sesc é uma Instituição com serviços fundamentais para os trabalhadores do comércio. Seja uma criança ou adolescente do Futuro Integral, um apreciador de teatro, um cliente do restaurante ou do serviço odontológico, dentre tantos outros perfis, o público consegue perceber como os serviços

ofertados contribuem para sua qualidade de vida.

Esse rol de atividade é a ponta de todo o trabalho, sendo construído dia após dia, com dedicação e envolvimento de todas as áreas, tanto na Administração Regional como nas Unidades de Serviço. Bem por isso, o Sesc não apenas transforma vidas, mas também se articula na história de vida das pessoas, seja cliente, seja funcionário. As histórias se cruzam.

Unidades Móveis Sesc PR em ação, 1983

Arquivo Sesc PR

1959

• Inauguração do prédio Sesc-Senac em Curitiba (28 nov.)

Inauguração do Centro de Atividades em Cornélio Procópio. Destituição do ditador Fulgêncio Batista, de Cuba, pelo movimento guerrilheiro de Fidel Castro (1.º jan.).

1960

Criação do Coral do Comércio – Sesc Londrina.

Eleição de John Kennedy para a presidência dos Estados Unidos (8 nov.).

• Inauguração de Brasília (21 abr.)

• Inauguração da TV Cultura (20 set.).

Eleição de Jânio Quadros para a presidência do Brasil, com João Goulart na vice-presidência (3 out.).

A década de 1970 marca o entrelaçamento de muitas histórias no Sesc. Era o tempo das Unidades Móveis de Orientação Social – Unimos, que percorriam as mais diversas regiões paranaenses, atendendo à população em localidades ainda sem uma presença fixa do Sesc. Audaciosa para a época, a ideia desse tipo de atendimento veio de São Paulo, mas logo se aclimatou por aqui, espalhando-se por todo o Paraná. As Unimos eram formadas por equipes de três a quatro funcionários que num carro de passeio levavam o necessário para os serviços Sesc nas áreas de cultura, recreação e esporte.

Formou-se assim a geração Unimos, com início no Paraná em 1973. Antônio Vieira, de Maringá, fez parte dessa

geração. Ele e outros colegas fizeram parte da equipe Unimos como orientadores sociais. Sempre intensas, as atividades eram desenvolvidas nas áreas de abrangência dos municípios de Guarapuava, Cascavel, Apucarana, Umuarama, Curitiba e, posteriormente, em Paranavaí.

Os veículos transportavam bolas e redes, materiais para campanhas de ação social e ações culturais, equipamento de som, máquina de escrever e tantos outros itens. Era a presença Sesc nas localidades. O orientador social conversava com as lideranças locais, organizava eventos, gincanas e ações educativas, promovia torneios esportivos e, sobretudo, formava multiplicadores capazes de replicar as ações conduzidas em prol da

população. As Unimos mexiam com as cidades por onde passavam.

Por vezes, o carro atolava nas estradas de terra, ou ficava avariado em momento inesperado, mas seus tripulantes, jovens na casa dos 20 anos, sabiam lidar muito bem com o inusitado. Em comum, além da disposição para o trabalho social em localidades muitas vezes distantes, as equipes tinham a importante

responsabilidade de lidar com grupos heterogêneos e articular projetos com as lideranças políticas locais, levando os serviços e o nome Sesc para os comerciários de todo o Paraná. Sidail César, também da geração Unimos, recorda:

- Eu estava com 20 e poucos anos. Romântico, acreditava em mudanças na comunidade. Você mexia com a cidade. Elas não tinham condições e nós íamos lá.

1 – Veículo utilizado nas ações pelo interior do estado e bairros da capital

Arquivo Sesc PR

2 – Ação comunitária realizada pelo Centro de Atividades João Daudt d’Oliveira (atual Sesc Água Verde) no estádio Erondi Silvério. Curitiba, 1981

Arquivo Sesc PR

1961

• Rompimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba (3 jan.).

Viagem do cosmonauta russo Yuri Gagarin, o primeiro homem no espaço (12 abr.)

Início da construção do Muro de Berlim, separando as áreas ocidental e oriental da cidade (13 ago.).

Fundação da Eletrobras (25 abr.). Renúncia do presidente Jânio Quadros (25 ago.).

• Instauração do parlamentarismo (2 set.).

Posse de João Goulart na presidência do Brasil (7 set.).

1962

Assinatura de pacto de comércio entre Cuba e União Soviética (9 jan.).

Aprovação do “embargo total” a Cuba pelo presidente Kennedy (3 fev.).

Independência da Argélia (5 jul.), que era colônia francesa.

Final da Copa do Mundo do Chile, com vitória do Brasil, que se torna bicampeão (17 jun.).

E não só pelas estradas: quando estava em sua cidade-base, a equipe Unimos atuava em empresas, no local de trabalho do comerciário. Sidail tem boas lembranças do projeto Hora do Almoço, colocado em prática naquela época:

- Músicos levavam alegria e descontração para os trabalhadores no seu momento de descanso. Havia também exibição de filmes e os orientadores ajudavam a organizar eventos como festas juninas.

Muitos anos mais tarde, já em 2013, o projeto corporativo Comércio em Movimento renovou a proposta de atendimento ao público prioritário do Sesc, o comerciário, em seu local de trabalho.

Naquele primeiro momento, nos anos 1970, as Unimos foram um modo de o Sesc estar presente em cidades de maior porte, mas ainda sem Unidade fixa. Na sua itinerância, a unidade móvel estacionava em uma dessas cidades para atender a ela e todos os municípios da área de abrangência, tendo como filosofia de trabalho a ação comunitária. Nas palavras de Antônio Vieira:

- Você vai até a comunidade, a toca com realizações, treinamentos e ferramentas para que ela possa, ao você ir embora, fazer utilidade daquele trabalho por si só, autonomamente, sem sua intervenção direta, a não ser em intervenções pontuais, sazonais, para realimentar o grupo. Você vai lá, executa a tarefa, treina as pessoas para que depois elas deem continuidade.

São lembranças de um trabalho bonito, ações em saúde pública, lazer e esporte, cultura

e muito mais, envolvendo efetivamente a comunidade.

Leonir Vicenzi também fez parte dessa história, desde o começo da Unimos, em 1973, e indica como esse princípio se vincula com o que realiza atualmente:

- Minha trajetória no Sesc me encaminhou para o Turismo porque sempre houve deslocamentos. No início, em uma Unidade Móvel de Orientação Social. Ontem revi umas fotos, uma Veraneio azul com todos os equipamentos, bolas, material de escritório. Lembro-me do transporte: não havia asfalto, ficávamos com o carro atolado – em tempo seco, no areião, e quando chovia, na lama.

Assim como grande parte dos colegas da Unimos, Leonir foi seminarista antes de ingressar no Sesc. Lá aprendeu a trabalhar com pessoas e a organizar ações para a comunidade. Também é o caso de Antônio Vieira e vários outros que no Sesc encontraram o canal perfeito para aplicar como filosofia de trabalho o que já estava incorporado como filosofia de vida: o trabalho com grupos e a ação social.

Unidades Móveis

Atualmente, o Sesc PR opera com três tipos de Unidade Móvel, levando seus serviços a localidades sem unidade fixa, assim alcançando vários municípios do Paraná

O BiblioSesc é uma Unidade Móvel de Biblioteca instalada em caminhão baú, com acervo bibliográfico voltado para a área de literatura. Nos municípios por onde passa, atende a escolas e comunidade, com empréstimo de livros e atendimento no próprio caminhão. São três as Unidades BiblioSesc no Paraná.

O OdontoSesc vai a municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e população com dificuldade de acesso a atendimento odontológico, assim promovendo ações de educação em saúde bucal e atendimento odontológico de excelência. São duas as Unidades OdontoSesc no Paraná.

O Sesc Saúde da Mulher é uma unidade móvel dotada de equipamento de ponta para a realização gratuita de exames para prevenção do câncer de mama e do colo do útero, além de ações educativas e de capacitação para agentes de saúde por meio de palestras, atividades e oficinas.

1, 2 e 3 – Registros da ação “Hora do Almoço” em atendimento na empresa Savana. Curitiba, 1981 Arquivo Sesc PR

1963

• Assassinato do presidente John Kennedy (22 nov.).

1964

Inauguração da Unidade Água Verde.

Destituição do presidente João Goulart por um movimento militar (1.º abr.).

Posse do marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, eleito indiretamente para a presidência do Brasil (15 abr.).

As Unidades Móveis – tanto as Unimos como as que operam nos dias de hoje – são demonstração de como os serviços Sesc ao comerciário são tão diversos quanto envolventes, sendo direcionados desde a uma criança até ao público mais idoso, em um leque que inclui saúde, esporte, lazer, cultura,

educação e ação social, consideradas as atividades finalísticas da Instituição.

Esse envolvimento empolga tanto os clientes como os profissionais Sesc em um sentimento percebido por muitos.

Dieter Lengning lembra suas impressões iniciais:

1, 2 e 3 – Unidades Móveis: OdontoSesc, Sesc Saúde Mulher e BiblioSesc

Ivo Lima

4 e 5 – Instantâneos na hora da Recreação Infantil, década de 1960

Arquivo Sesc PR

1965

• Ingresso dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã (9 fev.).

Assassinato de Malcolm X, ativista afro-americano pelos direitos dos negros (21 fev.).

Invasão da República Dominicana pelos Estados Unidos (29 abr.).

• Alemanha e Israel restabelecem relações diplomáticas (12 maio).

Golpe militar na República Dominicana (1.º jun.).

Final do 1.º Festival de Música

Popular Brasileira da TV Excelsior – vitória de Elis Regina com “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes (6 abr.).

Inauguração da Rede Globo de Televisão (26 abr.).

• Fundação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido político de oposição (26 nov.).

Fundação da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido político da situação (27 dez.).

- O que sempre me chamou a atenção, desde o início, quando comecei a me relacionar com o Sesc, trabalhando na Fecomércio, foi a paixão que estas pessoas têm em desenvolver o seu trabalho. É paixão mesmo. A dedicação de um grupo de pessoas, não importa se é um grande evento como uma Maratona ou o Triathlon, ou o simples fato de conduzir um grupo de crianças na faixa de três, quatro anos de idade, para dentro de uma sala de aula, e a paixão com que se faz aquelas crianças se desenvolverem. Realmente é bonito.

Para chegar à ponta e estar disponível ao cliente, as atividades do Sesc passam ainda

pelas áreas que são chamadas de área-meio. É um longo caminho até ganhar vida numa sala de teatro, numa tela de cinema, na mesa do restaurante ou numa excursão pelo Brasil.

Apesar de discretas para os clientes, as áreas-meio, que envolvem recursos humanos, atividades administrativas e financeiras, de tecnologia da informação, compras, contratos e patrimônio, manutenção e limpeza, além da comunicação social, têm fôlego e energia para ajudar a construir as ações do Sesc.

Nestas áreas atuam funcionários que vivem o Sesc e contam histórias que deixaram saudades, como as de Raquel

Ricardo, que relembrou acontecimentos marcantes. Já se passou mais de um ano depois de deixar o Sesc, após 30 anos e oito meses dedicados à Instituição, trabalhando sempre na capital paranaense.

– Entrei aqui no dia 2 de setembro de 1985. Tinha 18 anos, vi um anúncio no jornal com a oferta da vaga e resolvi fazer o processo seletivo. Deu certo.

Naquela época estava sendo inaugurada a Unidade Sesc da Esquina, que também receberia a sede regional do Sesc PR, que até então funcionava no Sesc Centro.

Toda a trajetória profissional de Raquel se deu no Sesc, começando como auxiliar administrativo na Divisão de Material (DMA), atual Divisão de Suprimentos e Patrimônio (DSP), mas ali ela não se demorou: com pouco mais de um ano, já estava participando de outro processo seletivo, desta vez para o setor responsável pela arrecadação, na Divisão Contábil Financeira (DCF), atual Divisão Administrativa e Financeira (DAF). A partir daí, ocupou funções em vários setores da divisão: contabilidade, secretaria e tesouraria.

– Trabalhei somente no Sesc, praticamente tudo que aprendi foi aqui.

Assim, ela pôde acompanhar diversos aspectos de como a Instituição veio evoluindo, mas enfatiza aqueles que mais vivenciou.

– Sou da época do Memorando Interno. Antes do e-mail, o Memorando Interno (MI) era utilizado institucionalmente para as comunicações internas do Sesc. Orientações, documentos, projetos etc. circulavam anexos ao MI.

E Raquel também recorda da implantação de vários sistemas de informática que modernizaram a gestão administrativa, em uma época que ainda não havia computador para todos:

– Por um bom tempo, trabalhávamos revezando os computadores.

Como o Sesc sempre buscou integrar seus colaboradores, a eles possibilitando experiência nas suas diversas áreas de atuação, Raquel teve oportunidade de participar de projetos como o Sesc Praia, realizado por muitos verões em Matinhos, no litoral paranaense, e também do Sesc Triathlon.

Atividade “Um Dia em Vila Velha”, realizada na década de 1990 em Ponta Grossa Arquivo Sesc PR

1966

• Inauguração da Colônia de Férias, em Caiobá (29 out.).

Eleição indireta do marechal Artur da Costa e Silva, da Arena, para a presidência do Brasil (3 out.).

• Inauguração da Unicamp (5 out.).

1967

Captura e execução do líder guerrilheiro Ernesto Che Guevara (8-9 out.).

A República dos Estados Unidos do Brasil passa a se denominar República Federativa do Brasil (15 mar.).

• Criação da Fundação Nacional do Índio – Funai (5 dez.).

– Participei desses projetos por anos seguidos e também fiz parte do Líder Cidadão. Idealizado e colocado em prática pela área de Recursos Humanos o projeto Líder Cidadão criava grupos para debater temas, gerar ideias e compartilhar práticas sustentáveis.

E nas suas três décadas de Sesc – quase a metade da história da Instituição – Raquel também viveu momentos inusitados, chegando a ser protagonista de um deles, quando existia o Código Zero, que tinha a finalidade de prestar os primeiros socorros no caso de uma emergência. Mas Raquel não fazia parte do grupo, até que:

– Certo dia, a Dr.ª Marília me chamou e disse que precisava fazer uma simulação para saber como as pessoas agiriam diante de uma situação mais crítica e como os integrantes do grupo Código Zero seguiriam o protocolo de emergência. Como eu tinha bom tempo de casa e conhecia praticamente todos os funcionários, ela me pediu para ajudar.

Tanto tempo depois, Raquel ainda conta essa situação com emoção:

– Disse a ela que não daria certo, pois no meu setor só tinha homem e a primeira reação deles seria me pegar no colo e levar para o hospital.

Passou alguns dias treinando sua encenação e, naquela semana, foi várias vezes ao serviço médico, para dar a impressão de que não estava bem de saúde. Por sua vez, Dr.ª Marília avisou à enfermeira Rute:

– Você precisa ficar de olho na Raquel. Nesta semana, ela veio várias vezes aqui. Não anda bem.

Até que chegou o dia, uma sexta-feira muito fria do mês de julho. Raquel se levantou da cadeira, retirou seu casaco pesado e, olhando para os colegas próximos, apenas sussurrou:

– Estou me sentindo mal.

Em seguida, desabou no chão. E foi um corre-corre no andar. Depois de poucos minutos, ela escutou a voz da Dr.ª Marília:

– Muito bem. Pode levantar agora, Raquel.

Ao abrir os olhos, viu vários colegas ao seu redor, chorando.

- Não sei como consegui fazer aquilo. Não ri, fiquei calma, fiz tudo o que tinha de fazer.

E o acontecimento se espalhou pelo prédio. Naquela tarde, o telefone de Raquel não parou de tocar.

Essa simulação aconteceu no Sesc da Esquina, onde funcionava a Administração Regional naquela época. E o integrante do Código Zero que era responsável pelo andar cumpriu o protocolo, acionando rapidamente o serviço médico da Unidade. Para Raquel, ficou a lembrança emocionada:

– Fui atriz por um dia São histórias e lembranças do Sesc que se cruzam com as histórias de vida de seus personagens. É assim em Curitiba, Maringá, Toledo, Londrina e tantos outros lugares. É a forma de ver – e viver – o Sesc.

Aos 24 anos de idade, Cilas Fonseca Vianna já frequentava o Sesc como cliente, mas foi um anúncio na Folha de Londrina , o mais importante jornal do Norte do Paraná, recrutando pessoas para a nova

Código Zero

Iniciativa pioneira do Sesc PR, o Código Zero foi criado em meados da década de 1980, conforme nos conta a Dr.ª Marília Cristina Milano Campos, que por muitos anos foi médica da Instituição: “Há mais de 20 anos, percebemos a dificuldade para médico e enfermeiro atenderem sozinhos as emergências de uma estrutura que já era muito grande. Optamos por selecionar pessoas e treiná-las para ajudar nessas situações. Eles não tomariam a iniciativa de um eventual procedimento, mas informariam, saberiam agir. É o que hoje se chama brigadistas e socorristas. Na época, capacitamos socorristas, em um trabalho de meses de treinamento muito intensivo.”

1968

• Implantação da Biblioteca Central.

Criação da Seção de Férias e Fins de Semana, que organizava o encaminhamento de comerciários para a Colônia de Férias.

Assassinato do reverendo Martin Luther King Jr., líder do movimento pelos direitos dos negros (4 abr.).

Início da rebelião estudantil de Maio de 68 na França (2 maio).

Assassinato do senador Robert Kennedy, candidato à presidência dos Estados Unidos (5 jun.). Invasão da Checoslováquia pela União Soviética (21 ago.).

• Realização do primeiro transplante de coração no Brasil, pelo Dr. Euryclides de Jesus Zerbini (26 maio).

Realização da Passeata dos 100 Mil no Rio de Janeiro, contra a violência do governo (26 jun.).

Começo da circulação da revista Veja (11 set.).

Aprovação do Ato Institucional n.º 5 (AI-5), fechando o Congresso Nacional (13 dez.).

Unidade a ser inaugurada na cidade, que selou seu vínculo definitivo com a Instituição. Era a Unidade Londrina Centro, em que assumiu como almoxarife, e apenas seis meses depois foi conduzido ao cargo de secretário do diretor da Unidade, desempenhando atividades administrativas e de tesouraria.

Cilas permaneceu por 17 anos nessa função, até que em 1990 se tornou gerente do Londrina Centro e, no início de 2017, foi transferido para a gerência da Unidade Londrina Norte, que acabara de ser inaugurada.

Como cliente, Cilas sempre gostou de participar de cursos e campeonatos de futebol de

salão, mas é como membro do quadro de funcionários que suas memórias se tornam mais vívidas e emocionadas:

– O Sesc é a maior realização que eu poderia experimentar na minha vida. Conheci a minha esposa, estou indo para 38 anos de Instituição, fiz a minha vida pessoal, profissional e familiar toda aqui dentro. O Sesc é para mim uma paixão pessoal.

E neste caso o “aqui dentro” é literal, pois os 38 anos de Instituição foram vividos no Sesc Londrina Centro, onde Cilas ofereceu seu depoimento, no mesmo prédio da Rua Fernando de Noronha que

estava sendo inaugurado em 1979. Como seu ingresso no Sesc foi pouco mais de uma semana antes da inauguração, quando ainda se estava recebendo mobiliário, e não havia elevador, o novo funcionário ajudou no transporte de móveis escada acima.

Assim como as pessoas buscam a Instituição, o Sesc PR entra e permanece em suas vidas, de várias maneiras. Para alguns, em memórias de

infância, acionadas por fotos antigas, da década de 1960, tempo da inauguração da Colônia de Férias na praia de Matinhos, atual Sesc Caiobá, enquanto para outros as recordações são de viagens pelo interior na década de 1970. E todos têm lembranças divertidas do dia a dia com os colegas do Sesc, além das realizações pessoais e profissionais que vieram desse convívio em que muito se aprende e muito se ensina.

1 e 2 – Times de vôlei feminino e de futebol masculino “Palmas de Ouro”, da década de 1970, Sesc Londrina

Arquivo Sesc PR

1969

• Criação da Biblioteca Técnica, para atendimento aos funcionários.

Inauguração do Centro de Atividades Jonathas Nunes Pereira Filho (19 abr.) – atual Núcleo Sesc Londrina Aeroporto.

Posse de Richard Nixon na presidência dos Estados Unidos (20 jan.).

Viagem espacial do cosmonauta norte-americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua – evento transmitido ao vivo para mais de 500 milhões de telespectadores (20 jul.).

Realização da Woodstock Music & Art Fair, o maior festival de rock da história (15-16 ago.).

• Envio da primeira mensagem pela Arpanet, rede militar de computadores, precursora da internet (29 out.).

• Posse do general Emílio Garrastazu Médici na presidência do Brasil, após eleição indireta (30 out.)

Coral Sesc PR

O Sesc PR já teve um coral de funcionários, e dos bons, que participava da abertura de solenidades, do Festival de Corais, e também era convidado para cantar em eventos da Cipa em empresas. O antigo funcionário Sidail César compôs sua canção-tema: “Tributo aos Festivais”. Formado em 1998, o Coral cantou na comemoração dos 50 anos da Instituição. E se o grupo se dissolveu, sua memória continua muito viva.

1 – Evento realizado na Colônia de Férias Sesc PR, Caiobá, nos anos 1990

Arquivo Sesc PR

2 – Desfile de comemoração ao Jubileu de Prata do Sesc nacional. Cornélio Procópio, 1971

Arquivo Sesc PR

3 – Apresentação do Coral do Sesc PR em comemoração aos 50 anos da Instituição. Curitiba, 1993

Arquivo pessoal Marília Cristina M. Campos

Lambrequins da memória

Londrina sempre teve uma relação muito forte com o teatro. Lá acontece anualmente – desde 1968 – o Festival Internacional de Londrina, o Filo. E a unidade do Sesc Londrina Centro, com seu característico envolvimento nas atividades promovidas pelo município, formou um grupo de teatro para idosos.

O grupo de teatro deu tão certo que acabou ganhando o mundo e levou junto o nome do Sesc Londrina para fora do Brasil. Certa vez o Instituto Reich, da Alemanha, fez uma produção em Londrina e

convidou os integrantes do grupo de teatro do Sesc. Foram dispostas cadeiras na fachada de edifícios pelo Centro de Londrina, a vários metros do chão, e lá no alto ficaram instaladas as atrizes, escrevendo ou fazendo crochê. A performance chamou a atenção e o trabalho foi tão bem sucedido que o grupo cruzou o oceano para se apresentar em Colônia, na Alemanha. Isso aconteceu em 1999. A peça apresentada na cidade europeia, escolhida especialmente para a ocasião, contava a história de Londrina.

O Festival Internacional de Londrina – Filo – completa em breve seu quinquagésimo aniversário, mas mantém o espírito jovem da época de sua fundação, ainda em 1968. Em seu início, esse festival de teatro era aberto também para poesia, música e fotografia, mas aos poucos o evento foi direcionado apenas para as artes cênicas. O Festival tornouse internacional em 1988, sendo nomeado Filo em 1990.

Apresentação de grupo teatral Sesc Londrina Centro

1970

• Inauguração do Centro de Atividades em Maringá.

Anúncio da dissolução dos Beatles (10 abr.).

Final da Copa do Mundo do México, com vitória do Brasil, que se torna tricampeão (21 jun.).

1971

• Inauguração do Centro de Atividades em Ponta Grossa.

Marcha de 500 mil pessoas, em Washington, contra a Guerra do Vietnã (24 abr.).

• Admissão da República Popular da China (China Continental) na Assembleia Geral das Nações Unidas e desligamento da República da China (Taiwan) (25 out.)

• Lançamento do Intel 4004, primeiro microprocessador da história (15 nov.).

O grupo de teatro do Sesc figurou ao lado de companhias africanas, chinesas e americanas.

A dona Sandra, nome artístico de Alexandrina Freire Prestes Lessa, hoje com seus oitenta e poucos anos, era uma das integrantes do elenco que foi à Alemanha. O nome artístico lembra os requintes que os artistas têm.

– Fomos em uma época de inverno, todas nós de casacão, mantô, com muita satisfação por estar representando Londrina e o Sesc de Londrina.

Ela conheceu o Sesc por intermédio de amigos que frequentavam as mesmas rodas e lá descobriu que era possível passar tardes agradáveis fazendo atividades que, como ela bem lembra, faziam muito bem à alma. Além do grupo de teatro, também participava de outras ações do Sesc, como o trabalho de assistência no Hospital do Câncer.

Era tão envolvida com as atividades, que depois de um tempo acabou trazendo o esposo para dentro do Sesc. Ele era vendedor viajante, tinha uma firma de representações. O casal adorava um baile. Ele era pé-de-valsa e dançava tango figurado.

- E assim vivemos 25 anos de Sesc, de atividades, com muita alegria, muita satisfação. Eu e meu marido envelhecemos participando das reuniões, das atividades. Me sinto feliz porque, na minha idade, encontro periodicamente essas companheiras, que sempre me trataram com o maior carinho, dedicação e sentimento de amizade.

O tempo passou e mesmo com a idade Sandra não parou com seu amor pelo teatro. Há pouco tempo, ela encenou uma nova peça em Londrina. Subiu ao palco mais uma vez.

Londrina

Fundada em 1934 e distante 381 km da capital paranaense, Londrina é a segunda cidade mais populosa do estado e quarta do Sul do Brasil, com seus mais de 553 mil habitantes. Importante centro de influência econômica estadual e regional, Londrina apresenta grande crescimento populacional e econômico ao longo das décadas, sobretudo diante do promissor cultivo e comercialização de café, além de sua representatividade nas atividades comerciais e industriais.

1 – Grupo de teatro de idosos do Sesc Londrina Centro em viagem para apresentação em Colônia, na Alemanha, em 1999

Arquivo pessoal Alexandrina F. P. Lessa

2 – Grupo de dança de idosos em apresentação no Sesc Londrina Centro, em 1989

Arquivo Sesc PR

3 – Vista aérea da cidade de Londrina

Banco de imagens

1972

• A Colônia de Férias passou a receber comerciários de outros estados.

Atentado contra a delegação de Israel nos Jogos Olímpicos de Munique (5 set.).

1973

Começam a operar as Unidades Móveis de Orientação Social – Unimos.

• Realização da primeira ligação com telefone móvel, no modelo DynaTAC, da Motorola, criado pelo engenheiro Martin Cooper, considerado o pai do celular (3 abr.).

• Inauguração do World Trade Center, em Nova York (4 abr.). Deposição do presidente Salvador Allende, do Chile, por golpe liderado pelo general Augusto Pinochet (11 set.).

O Sesc proporciona às pessoas a convivência e são os laços de amizade que as unem por toda a vida. São espaços de saberes. São vidas. São grupos de amigos. Em cada unidade do Sesc espalhada pelo Paraná há uma bela história de amizade e convivência que começou nesta casa de 70 anos.

Do Norte Pioneiro para o Centro-Sul do estado, aportamos em Guarapuava, localizada no Terceiro Planalto do Paraná. Era uma tarde muito quente, já no fim da primavera. Nuvens negras e espessas encobriam o céu e prenunciavam muita água. Lá mora o casal João Martins de Oliveira e Roseli Martins de Oliveira.

Muito simpática e sorridente, a Rose – como é chamada por todos – vem me receber no portão.

Estamos no fim da primavera e este calor, mas hoje em dia as estações do ano não são mais definidas, aqui em Guarapuava faz muito calor ou muito frio, sempre os extremos, e não demora muito vai chover.

Um pouco atrás, parado numa grande porta de vidro, pela qual se chega à sala e também

se vê o movimento da rua, está o João. Aparentemente ele se mostra mais tímido, mas é só até a conversa engatar e ele se solta.

Ele tem 85 anos, bem vividos como gosta de enfatizar, com voz doce e que ressoa baixinho. O João é contador aposentado e também trabalhou como professor. A Rose, sua companheira há 54 anos, tem 73 anos de idade e esbanja vitalidade. Ela foi professora, mas se aposentou como funcionária pública federal. Está sempre conectada às redes sociais. Sim, ela usa Facebook, posta fotos e por lá se comunica com um dos netos – são cinco – que estuda no Canadá. O casal tem três filhos.

A conversa já fluía quando o céu desabou! Rose rapidamente se levantou, fechou a porta de vidro e alinhou a cortina para amenizar os clarões dos relâmpagos lá de fora. Na sala, em meio a muitos objetos decorativos, como fotografias da família e quadros, uma tela em especial chama a atenção: a pintura de uma casa com telhado vermelho e uma espécie de recorte nas extremidades. Eram lambrequins.

– Este foi o primeiro quadro que pintei, é de 1998. É a memória que tenho da casa da minha avó. Foi lá no Sesc que pintei esta tela. São tantos quadros, todos especiais pra mim e ajudam a contar momentos da minha vida, no Sesc e também fora.

Foi através da pintura que ela conheceu o Sesc Guarapuava, inaugurado em 1988. O curso de pintura em tela foi a porta de entrada para outras atividades. A pintura é uma forma de materializar a memória afetiva com o lugar, e no Sesc o casal Oliveira viveu boas histórias. Rose continua com as lembranças:

– Nossa, como fizemos ótimas amizades no Sesc, nos grupos que frequentamos, amigos que estão presentes nas nossas vidas até hoje.

O Sesc é uma Instituição conhecida por criar vínculos entre as pessoas que participam das atividades. Seja num curso de pintura, nas tardes dançantes, nas viagens ou nos grupos de teatro, o Sesc cria espaços de convivência que fortalecem as relações interpessoais.

E por falar em tarde dançante, o João chega à conversa. Com

os olhos distantes e parecendo voltar no tempo, ele rememora:

– Eu gostava muito era dos bailes e das aulas de dança, como dançava.

Pelo jeito ele era pé-de-valsa. Na outra ponta do sofá a Rose confirma:

– Não gostava de perder um baile.

As excursões para a Colônia de Férias – isso mesmo, era assim que se chamava o atual Sesc Caiobá Centro de Turismo e Lazer – também estão muito presentes na memória e na fala do casal.

– Ah, estou lembrando aqui de um baile à fantasia inspirado nas personagens da novela Roque Santeiro. Foi lá no Sesc Caiobá. A novela foi exibida na televisão nos idos de 1985.

Viagens são mesmo momentos marcantes na vida das pessoas. Falou em viajar e o casal Oliveira estava de malas prontas para conhecer diferentes lugares através das excursões organizadas pelo Sesc. Além do lazer, em algumas viagens também eram debatidos temas importantes.

Lambrequim

Tradicional ornamento de antigas casas de madeira paranaenses, os lambrequins surgiram no fim do século 19 pela influência da imigração polonesa neste estado. Mais do que decoração, no início os adornos nasceram como “pingadeiras” para escoar água da chuva. Ao longo do tempo, esses tradicionais enfeites de madeira pintados com tinta a óleo não apenas decoram as casas mas também contam parte da história dos paranaenses.

1974

• Inauguração da Clínica Odontológica no Centro de Atividade (1.º jul.)

Deposição do governo ditatorial português pela Revolução dos Cravos (25 abr.).

Morte do presidente Juan Domingo Perón, da Argentina, e posse de sua viúva, Isabel Perón, que exercia a vice-presidência (1.º jul.).

Renúncia do presidente Nixon, dos Estados Unidos, após escândalo de espionagem – Caso Watergate (9 ago.).

Reconhecimento da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) pela Conferência de Rabat (29 out.).

• Posse do general Ernesto Geisel na presidência do Brasil, após eleição indireta (15 mar.).

Rose lembra que numa das viagens que participou aconteceu uma conferência sobre o Estatuto do Idoso.

– O Sesc é lazer e também espaço para se debater importantes temas, especialmente em relação ao idoso. f

Ação social do Sesc PR

O Sesc sempre foi pioneiro em relação a temas que envolvem o idoso. Atento às mudanças demográficas no país, como as relações intergeracionais e a longevidade das pessoas, no decorrer desses anos o Sesc mantém-se comprometido, em todas as unidades do Paraná, com o desenvolvimento de ações concretas e efetivas para participação do idoso na sociedade. O trabalho de ação social na Instituição é bastante amplo e vai além das atividades voltadas para idosos. São também desenvolvidas campanhas – como as do Brinquedo e do Agasalho – que beneficiam crianças e adultos atendidos por instituições sociais de todo o Paraná. Outra atividade de destaque é o Sesc Cidadão – Justiça no Bairro, com ações que proporcionam acesso ao poder judiciário para a população. Periodicamente são também executadas atividades de ação social nos municípios, sempre com caráter educativo, voltadas para informação e capacitação de multiplicadores locais. São muitas ações, todas com o objetivo de trazer mais qualidade de vida para os comerciários, seus familiares e para a comunidade.

1 – Encerramento da Campanha do Brinquedo. Curitiba, 2015

Bruno Tadashi

2 – Campanha do Agasalho. Curitiba, 2016

Bruno Tadashi

3 – 3.º Encontro Regional da 3ª Idade do Norte do Paraná. Londrina, 1989

Arquivo Sesc PR

4 – Bocha no Centro de Idosos, atual Sesc Água Verde. Curitiba, de 1983

Arquivo Sesc PR

5 – Grupo de participantes do Centro de Idosos. Curitiba, setembro de 1983

Arquivo Sesc PR

6 – Presidente da Federação do Comércio do Estado do Paraná, Renê Gomes Napoli (1983-1986) durante discurso de abertura do Centro de Idosos. Curitiba, setembro de 1983

Arquivo Sesc PR

7 – Carnaval dos Idosos no Centro de Atividades João Daudt d’Oliveira, que posteriormente viria a se tornar Centro de Idosos, hoje Sesc Água Verde. Curitiba, 1981

Arquivo Sesc PR

Hora de brincar e aprender

Tudo muda

e a educação transforma pessoas e comunidades. No Sesc PR, cotidianamente, o Programa Educação realiza mudanças junto aos pequenos da Educação Infantil, aos adolescentes do Futuro Integral e do Colégio Sesc São José, aos jovens e adultos da EJA, ao público dos cursos livres como idiomas e informática, entre outros. É uma atuação que se volta para diferentes faixas etárias. Há transformação para todos.

Ao longo dos anos, Maristela Massaro Carrara Bruneri presenciou várias transformações na vida das pessoas e que foram possibilitadas pelo Sesc, desde que chegou à Instituição, quase adolescente, para estagiar na Recreação Infantil do Sesc Londrina Centro. Em seguida, passou a recreadora e, mais tarde a técnica de atividades. Após longa trajetória na casa e muita experiência acumulada, em 2009, tornou-se gerente executiva da Unidade Sesc em Ponta Grossa e do Núcleo Sesc em União da Vitória. Em 2015,

tornou-se diretora da Divisão de Educação, Cultura e Ação Social (DEC), transferindo-se para Curitiba.

Por onde tem passado, ela vem testemunhando o poder que a educação tem na vida das pessoas. Sua atuação como gestora se alicerça justamente na experiência junto ao cliente. Entre outros ambientes, lá no começo da carreira, ela trabalhou na biblioteca da Unidade, rodeada por crianças, livros e contação de histórias, além de ter sido técnica de apresentações artísticas e levar a Ação Social Sesc a municípios da área de abrangência da Unidade Londrina Centro.

Alunos participam de atividade no Espaço Conexão

1975

• Inauguração do Centro de Atividades de Paranavaí.

Início da atuação em Apucarana, pela Unimos, em espaço cedido pela Prefeitura Municipal.

Fundação da Microsoft, por Bill Gates e Paul Allen (4 abr.).

Formação da República Socialista do Vietnã, após vitória do Vietnã do Norte sobre Vietnã do Sul e Estados Unidos (30 abr.).

Independência de Moçambique (25 jun.), Cabo Verde (6 jul.), São Tomé e Príncipe (12 jul.), Angola (22 nov.) e Timor-Leste (28 nov.), que eram colônias portuguesas.

1976

Deposição da presidente Isabelita Perón, da Argentina, por um golpe militar (24 mar.).

Fundação da Apple, por Steve Jobs e Steve Wozniac (1.º abr.).

• Eleição de Jimmy Carter para a presidência dos Estados Unidos (2 nov.).

Quando conta das jornadas já vividas, Maristela lembra a alegria da comunidade quando chegava a equipe Sesc para realizar as ações em cada uma dessas localidades. Na variedade dos serviços gratuitos ofertados

pelo Sesc naqueles municípios, também havia capacitações e treinamentos, assim permitindo que pessoas do lugar se tornassem multiplicadores. A cada visita, era mais forte a valorização da comunidade.

Isso porque o trabalho em educação é um modo de envolver e mesmo de empolgar a todos, indo além dos alunos propriamente ditos, abrangendo pais, outros familiares, pessoas da comunidade, que também são tocadas, transformadas. Em alguns casos, a abordagem dos pais, por exemplo, encontrava certa

resistência, observa Maristela, recordando uma situação vivida na Recreação Infantil, nos anos 1980:

- Uma criança vinha caindo de mau jeito logo depois do lanche, repetidas vezes. Os pais foram alertados, houve várias conversas com eles e continuavam os tombos,

1, 2 e 4 – Alunos da Recreação Infantil da década de 1980. Na foto 3, crianças da Recreação Infantil do Sesc Jacarezinho desfilam na Rua Paraná, em evento do Sete de Setembro

1977

• Ampliação

chegando a provocar ferimentos. Até que a família pôde perceber a gravidade do que vinha acontecendo e aceitou a orientação. Os pais do garoto vivenciaram então uma necessária transformação, passaram a estar atentos e comprometidos com um tratamento médico para o pequeno.

A jovem recreadora, muito presente com sua turma, identificou que não apenas a Instituição, mas também a família precisava ser mobilizada, e a ação educativa transcendeu os limites da sala de aula – afinal, como entidade educativa, o Sesc também atua na orientação dos pais.

Ao relembrar o que viveu junto aos alunos e a outras pessoas da comunidade, Maristela conta como, no início de 2017, uma de suas histórias a reencontrou na pessoa de uma ex-aluna: na inauguração do Sesc Londrina Norte, quando foi surpreendida pelo forte abraço de Francinne Calegari de Souza, que frequentava a Recreação Infantil e agora é orientadora de atividades de letramento no Futuro Integral da nova Unidade de Serviço.

Maior programa social de educação do Sesc PR, o Futuro

Integral compõe o Programa de Comprometimento e Gratuidade (PCG), criado por meio de um acordo entre Governo Federal e Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ratificado pelo Decreto 6.632/2008, o qual determina a aplicação de “um terço da Receita de Contribuição Compulsória

Líquida do Sesc em educação básica e continuada ou ações educativas relacionadas com os demais programas, sendo que 50% desse total farão parte da oferta de gratuidade destinada aos comerciários e seus dependentes e aos estudantes da educação básica de baixa renda”.

À primeira vista um redirecionamento, o PCG veio justamente como oportunidade para o Sesc retomar sua origem, se levarmos em conta que um dos documentos fundadores do Serviço Social do Comércio, a Carta da Paz Social, de janeiro de 1946, já consagra que “uma sólida paz social [...] há de resultar precipuamente de uma obra educativa”.

Assim, se o discurso sobre a necessidade da educação perpassa todo o corpo da sociedade, o Sesc pratica a

da Clínica Odontológica no Centro de Atividade, tornando-se Unidade Executiva.

Criação da Divisão de Esportes e Recreação (27 abr.).

Primeiro FemuSesc, mais tarde denominado Femucic.

Criação do estado de Mato Grosso do Sul (11 out.).

1 e 2 – Atividade da Semana da Matemática, do projeto Futuro Integral no Sesc Apucarana, 2017 Arquivo Sesc PR

1978

• 1.ª Prova Pedestre XV de Fevereiro, evento que passa a integrar as comemorações de aniversário de Cornélio Procópio. Primeiro grupo de idosos –Sesc Centro.

• Morte do papa Paulo VI (6 ago.) e posse do cardeal Albino Luciani como o papa João Paulo (26 ago.), que morre 33 dias depois (28 set.) e é sucedido pelo cardeal polonês Karol Wojtyła, eleito como o papa João Paulo II (16 out.) .

educação – que, de modo crescente, vai assumindo centralidade na sua atuação, como bem assinala Dieter Lengning, diretor regional do Sesc PR entre o final de 2014 e o final de 2016, com a visão de futuro que revelou em seu depoimento:

–Vejo o Sesc cada vez mais desenvolvendo pessoas no aspecto educacional e cultural, sem competir com o Senac, que atende à capacitação profissional: falo desenvolvimento de pessoas mesmo. [...] Vejo no futuro o Sesc muito mais presente como Entidade educadora. E educação não é somente bancos escolares, mas também educação alimentar, a própria educação física.

Ensino Fundamental e Médio em horário de contraturno escolar. Os alunos interessados se inscrevem voluntariamente para tais ações, que podem ser realizadas na escola ou em espaços da Unidade Sesc – conforme negociação estabelecida com cada escola parceira. Os eixos em torno dos quais se organizam as atividades são o letramento, o raciocínio lógico e, em algumas Unidades de Serviço, a arte-educação.

1979

• Inauguração do Centro de Atividades Manoel Francisco Lopes Meirelles (27 abr.) – atualmente, Sesc Londrina Centro.

Posse de Margaret Thatcher como primeira-ministra do Reino Unido (4 maio).

Posse do general João Baptista

Figueiredo na presidência do Brasil, após eleição indireta (15. mar.).

E o futuro já chegou para a educação do Sesc PR, até mesmo no nome de uma de suas atividades. Criado como forma de atender à demanda de ações educativas a partir do desenvolvimento do Programa de Comprometimento e Gratuidade, o Futuro Integral é levado a efeito em parceria com escolas públicas e algumas organizações não governamentais (ONGs), oferecendo educação complementar para crianças e adolescentes de baixa renda por meio de oficinas educativas para alunos do

A atual estrutura da área de educação do Sesc PR foi se constituindo a partir de como se configurou o Futuro Integral e da transformação da Recreação em Educação Infantil. Presente em todos os municípios paranaenses em que o Sesc tem Unidades de Serviço, o Futuro Integral é uma atividade de educação que não se atém ao currículo formal e seus conteúdos preestabelecidos, pois vai ao encontro das necessidades e interesses dos alunos, valendo-se da curiosidade natural da juventude e despertando para a alegria de aprender, conduzindo o educando por campos que ele pouco trilhava. Foi assim com Peterson Carlos de Oliveira, que foi aluno do Futuro Integral quando frequentava o ensino médio em

uma escola estadual e hoje, graduado em matemática, é orientador de raciocínio lógico no Sesc Ivaiporã.

Conforme o relato de Peterson, foi boa a divulgação do programa nas escolas públicas e ali ele viu a oportunidade de ver suprida uma necessidade de apoio na área de letramento – ele buscava aulas de reforço e, sem saber, estava adentrando um programa educativo diferenciado, com outra articulação. Sua permanência como aluno do Futuro Integral não foi de muitos meses, mas o curto período já lhe fez perceber como a proposta Sesc se somava à grade da escola e a metodologia dinâmica dos profissionais da Instituição permitia trabalhar conteúdos tão ou mais ricos que os da escola regular, com a absorção de tópicos efetivamente relacionados com a sua vivência. Dito de outro modo, ali ele iniciou um percurso do já conhecido para o desconhecido, foi se aprofundando em uma área para a qual até então não havia despertado. Por isso, hoje, como profissional do Futuro Integral, sabe da sua importância para a comunidade, pela maneira diferenciada de se trabalhar e pelas oficinas atrativas, fazendo o aluno

gostar de aprender e garantindo que esse aprendizado seja mais eficaz.

Como os alunos chegam ao programa por vários motivos, incluindo dificuldades escolares e a possibilidade de aproveitamento de um tempo livre, é preciso adaptar-se às motivações de cada turma. E olhando seus alunos de agora, Peterson vê a si mesmo, sua própria inserção nesse aprendizado pelo lúdico. Não eram aulas de reforço e não era apenas uma brincadeira: eram as oficinas educativas que de várias maneiras contribuíram para o profissional de hoje. A contribuição se deu por vários aspectos: pela dinâmica dos orientadores, pela ampliação da capacidade de expressão, pelo trabalho em grupo com pessoas com que não tinha contato até aquele momento, pela ampliação da capacidade para a tão necessária escrita –que era uma dificuldade, mas as oficinas de letramento permitiram superá-la. Uma vida se transformou e hoje transforma outras vidas.

Sendo uma das grandes forças transformadoras da Instituição, a educação opera a partir de algumas convicções fundamentais: educação integral,

1980

• Início das atividades do Ensino Supletivo de 1.º grau em Londrina (14 jan.) – precursor do Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos.

Lançamento da CNN (Cable News Network), canal de notícias norte-americano da televisão a cabo.

Fundação do Partido dos Trabalhadores – PT (7 fev.).

• Primeira vista do papa João Paulo II ao Brasil (30 jun.-12 jul.).

Última transmissão da Rede Tupi de Televisão (18 jul.).

que propõe não apenas mais tempo do educando no espaço educativo, mas que esse tempo seja de qualidade; uma pedagogia de projetos, que vai além do conteúdo curricular formal, construindo conhecimentos a partir de interesses e necessidades do educando; a ludopedagogia, que se vale de jogos, brincadeira e do aprendizado pelo lúdico para educar sem aborrecer; um ensino contextualizado, proporcionando uma aprendizagem significativa; e o protagonismo do educando, que permite o despertar do sujeito. Trata-se

de uma educação que inspira e incentiva a autonomia de seus alunos. Bem por isso a Educação Infantil não abriu mão do legado de sua antecessora, a Recreação Infantil, promovendo a espontaneidade e a criatividade ao realizar ações que permitem às crianças segurança para agirem por si mesmas, sem projetar autoridade em outrem, com a convicção das próprias ideias e compreensão do próprio inacabamento, percebendo que as ideias ganham sentido e se aprofundam na interação com os demais. Assim, mais

que um aprendizado escolar, temos aqui uma educação para a vida.

São muitos os espaços Sesc marcados pela educação e um deles é a Unidade Londrina Centro, com seu forte perfil educacional evidenciado no grande número de salas de aula e na multiplicidade dos alunos – ali já houve Recreação Infantil, mas também Idiomas, Futuro Integral e a Educação de Jovens e Adultos (EJA), que veio se destacando enquanto o trabalho com as crianças passou a se concentrar no Sesc Londrina Aeroporto, Unidade inaugurada em 1968 e que em dada altura passou a ser a única da cidade a operar a Educação Infantil Sesc.

Foi lá, no início dos anos 1990, que a estudante de pedagogia

1 – Atividade da Educação Infantil no Sesc Cascavel, 2017

Arquivo Sesc PR

2 e 3 – Atividades da Educação Infantil no Sesc Campo Mourão, 2017

Arquivo Sesc PR

1981

• Inauguração do prédio próprio da Unidade Sesc Apucarana.

1.ª Feira do Livro Sesc.

Posse de Ronald Reagan na presidência dos Estados Unidos (20 jan.).

• Primeira transmissão da Musical Television Video (MTV), canal norte-americano de tevê a cabo especializado em música (1.º ago.).

Assassinato do presidente Anwar Sadat, do Egito (6 out.).

Abolição da escravatura na Mauritânia, último país escravocrata do mundo (9 nov.).

Primeira transmissão do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), com discurso de Silvio Santos, seu proprietário (19 ago.).

Pontuação de Nelson Piquet no GP de Las Vegas, tornando-se campeão mundial de Fórmula 1 (17 out.).

• Criação do estado de Rondônia (22 dez.).

Renata Moratto Soares fez seu estágio acadêmico no que ainda era a Recreação Infantil, em um tempo que recorda com carinho:

- Sou a irmã caçula e morava perto do Sesc, meus irmãos sempre vinham para as atividades, bailes, jogos.

Depois do estágio, Renata permaneceu no Sesc e se tornou a técnica de educação da Unidade de Serviço, tendo vivido a transição da Recreação para Educação Infantil, em 2000.

Entre 2001 e 2003, juntamente com seu colega Alexandre Simioni – gerente executivo da Unidade Londrina Cadeião –, ela esteve à frente do projeto de rádio Carretel de Invenções, desenvolvido com adolescentes de 12 a 15 anos que haviam sido seus alunos na Recreação Infantil quando tinham de 3 a 5 anos. Esses egressos elaboravam pautas para gravação em uma emissora local, sendo que isso possibilitou acompanhar sua trajetória depois do período como alunos Sesc, bem como a importância da sua passagem pela Instituição, quais raízes ficaram e se de fato foi desenvolvida sua autonomia – o que é uma das propostas fundamentais da Educação Infantil Sesc. E, na verdade, a ideia de que o

grupinho apenas passou pelo Sesc não é correta, uma vez que, naquela altura e já no ensino médio, aqueles antigos alunos continuavam a frequentar a Unidade. E, mais que isso, conforme assinala Renata: profissionais formados e com família constituída, hoje eles trazem seus filhos para estudar na Educação Infantil do Sesc Londrina Aeroporto.

Tamanho entusiasmo é vivido pelos clientes e também pela técnica da Unidade: Renata matriculou seus filhos na Educação Infantil Sesc assim que seu casal de gêmeos completou três anos, dia que nunca vai esquecer:

– A gente sente muita segurança no trabalho desenvolvido. Sabemos que lá fora não é assim e se pudesse deixava meus filhos mais tempo no Sesc. Desde que estou aqui escuto dos pais que o Sesc deveria ter um ensino de nove anos, que se sentiriam muito mais seguros. É um espaço que prioriza muito a infância, com atividades, com autonomia.

Todavia, se ainda não oferece a continuidade no ensino formal para os alunos que concluem a Educação Infantil,

1 – Aula inaugural do Supletivo 1.º grau (atual Ensino Fundamental), no Sesc Londrina Centro em 5 de março de 1980

Arquivo Sesc PR

2 e 3 – Formatura do curso de Supletivo no Sesc Londrina Centro, 1980

Arquivo Sesc PR

1982

isso não significa que o Sesc PR se ausente dessas crianças. Muitos dos egressos continuam frequentando a Unidade para participar de programas sociais de educação como o Aprender & Jogar, da área de esporte e lazer, que proporciona ações educativas de esporte em ambientes não formais, entre tantas outras atividades desenvolvidas pela Instituição.

E esse envolvimento, essa efetiva participação, são propiciados por se trabalhar uma educação que não se conforma à estreiteza do conteúdo curricular formal:

pequenos da Educação Infantil, mas também com pessoas que não tiveram oportunidade de realizar seus estudos na época indicada e, mais tarde –porventura muito mais tarde –foram acolhidas em um Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos, o Cebja. Temos uma escola destas na Unidade Londrina Centro, na qual trabalha Hermes Vieira dos Santos.

1983

Com nossas crianças, que agora já estão no mercado de trabalho, e em encontros com os pais, formamos opinião sobre o que seja ambiente alfabetizador. Tem toda a proposta da Educação Infantil Sesc, todos esses princípios, que são mais importantes que a mecânica de saber ler e escrever.

Porque a educação, para além dos conteúdos, saberes e habilidades desenvolvidos, só é efetiva se for uma educação para a vida. E é esta educação de vida que acontece no Sesc. Ali mesmo, em Londrina, isso se dá não apenas com os

Ele começou no Sesc como professor de informática terceirizado. Na época, estava concluindo a graduação em geografia e a oportunidade de se tornar efetivo na Instituição surgiu a partir de uma vaga no Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) da Unidade. Alguns anos depois, já estava na secretaria do Cebja e a sua trajetória de funcionário Sesc foi despertando e desenvolvendo um crescente interesse pelo trabalho educativo. Hermes buscou uma especialização em EJA, depois outra em gestão escolar, coordenação e orientação, até que se decidiu por mais uma graduação – em pedagogia. E mais recentemente, Hermes Santos ainda participou de processo seletivo, aprovado passou a trabalhar com Educação de Jovens e Adultos no Sesc Londrina Centro.

• Criação da Seção de Férias e Fins de Semana.

1.º Festival Poético de Cornélio Procópio.

Primeira excursão aérea do Turismo Social Sesc PR, com destino a Salvador – BA.

• 1.º Encontro Estadual de Idosos – Sesc Ponta Grossa.

• Inauguração da Unidade Portão.

Inauguração do Sesc Terceira Idade, onde hoje funciona o Sesc Água Verde.

Invasão das Ilhas Malvinas pela Argentina, dando início à Guerra das Malvinas (2 abr.).

Criação do estado de Mato Grosso do Sul (11 out.).

Com essa crescente identificação com a atividade e os vários anos de contato diário com o público, Hermes pode afirmar com toda a segurança que a EJA é um celeiro de histórias de transformação de pessoas que permanecem conosco por algum tempo, complementando o Ensino Fundamental e Médio. Para essas histórias de sucesso, que são verdadeiras mudanças de vida, muito contribuem o programa de gratuidade e o empenho da equipe docente, que acolhe essas trajetórias de grandes dificuldades e grandes superações, em caminhos marcados tanto por interrupções como por retomadas.

Há relatos como o de uma menina vinda do pequeno município de Sertanópolis/PR, onde perdeu o avô e por isso deixou a vida no sítio, acompanhando a família na busca por melhores condições.

Seu novo mundo passou a ser a cidade de Londrina; lá continuou os estudos até a 6.ª série do ensino fundamental. Não era tanta a disponibilidade para os livros e cadernos, sua dedicação maior estava nas linhas e agulhas, contribuindo com o orçamento doméstico. Foram mais de cinco anos

como auxiliar de costura. A família contava com o seu salário e a moça abandonou qualquer ideia de continuidade dos estudos. Aos 23 anos, casou-se, teve filhos e a escola ficou ainda mais distante.

Já com 56 anos de idade, veio a decisão: era o ano de 2012 e, desejando uma vida melhor, ela retomou do ponto em que havia parado. Para isso, foi ao Sesc e sua Educação de Jovens e Adultos, completando as séries que faltavam, concluindo o Ensino Médio em 2014.

Não foi fácil: nesse período, ela não deixou de ser empregada doméstica em uma casa de família, levantando todo dia às 5h e cuidando de tudo até às 18h, quando tomava uma condução para o Sesc e a escola pela qual esperou por quase toda a vida.

Mas a história ainda não terminou: a nossa ex-aluna está se mobilizando para frequentar um curso técnico de manipulação de alimentos. Seu grande sonho ainda é o curso de gastronomia, pois ama a cozinha e até já foi aprovada no vestibular da Universidade do Norte do Paraná (Unopar), mas precisou suspender esse acalentado projeto para investir

1984

• Lançamento do Macintosh pela Apple (24 jan.).

Realização de comício pelas eleições diretas para presidente – movimento das Diretas Já (25 jan.).

• Rejeição, pelo Congresso Nacional, da Emenda Dante de Oliveira, que previa o restabelecimento de eleições diretas para presidente do Brasil (25 abr.).

na formação educacional da filha caçula. Hoje já tem gente formada na família, e a vida segue em frente. A menina de Sertanópolis não abandonou a sua estrada.

1985

• Inauguração do prédio da Administração Regional e Sesc da Esquina, incluindo o Teatro Sesc da Esquina (13 set.).

1.º Concurso de Poesia de Cornélio Procópio.

Eleição indireta de Tancredo Neves para a presidência do Brasil, marcando a volta dos governos civis (15 jan.).

Vitória de Ayrton Senna no GP de Portugal – seu primeiro triunfo na Fórmula 1 (21 abr.).

E não apenas em Londrina: por todo o Estado vemos meninos e meninas se manterem na estrada da transformação. Em Umuarama, uma menina de cinco anos gostava muito de brincar com a prima Poliana, alguns meses mais velha, e as duas já eram muito participativas na Unidade. Se o pai de uma delas ia ao futebol de salão no Sesc, as meninas o acompanhavam para ficar na torcida. Poliana frequentava também a Recreação Infantil. Naqueles anos de 1990, Barbara Martineli Polzonoff já gostava tanto do Sesc que volta e meia dizia aos seus pais que queria estudar lá. Um dia ela foi e a partir daí muita coisa aconteceu – a Recreação se transformou em Educação Infantil e, depois de 25 anos de passeios ciclísticos, aulas de dança, competições de fantasia e estudos, e até mesmo um estágio na Instituição, Barbara se tornou técnica da Educação Infantil no Sesc Umuarama. Agora ela é uma profissional no lugar que sempre sentiu como sua casa.

O tio Nene, que trabalhava em uma emissora de rádio local, foi figura-chave nesta história: ele informava a família de tudo que acontecia no Sesc, e também participava dos concorridos campeonatos e torneios, dos passeios ciclísticos percorrendo a avenida Paraná, principal via de comércio da cidade, com ciclistas de todas as idades confraternizando com familiares e amigos. E ao final era sorteada uma bicicleta – era dessa parte que mais gostava, recorda-se Barbara.

E se no começo a menina ia ao Sesc para brincar, hoje a profissional sabe a seriedade e a necessidade do lúdico na educação, pois seriedade não é dureza, ausência de flexibilidade: com leveza, a partir de jogos e brincadeiras, as crianças vão sendo instigadas a entender o mundo e construir seu conhecimento na interação com os demais. Com os alunos e também seus dois filhos pequenos, a Barbara de hoje vai somando aprendizados àqueles vividos na infância.

Um deles, muito marcante, foi com sua primeira professora, a Cidinha, que depois se tornou sua colega de trabalho:

– Tem uma frase que ela

sempre usava quando via uma criança batendo com a mão em outra criança, e isso é uma coisa que eu trouxe para a minha vida: ela mostrava a mão, colocava a mão da criança em cima e falava “Olha o tamanho da minha mão, olha o tamanho da sua. Nossas mãos servem para fazer carinho nas pessoas, não é para bater”.

Além de Barbara, Maria Aparecida Anuto, a tia Cidinha, teve muitos outros alunos em 28 anos de Sesc. Em 1989, quando começou na Recreação Infantil, na Rua Flórida, o Sesc Umuarama atendia duas turmas, somando 43 alunos de três a cinco anos, e desde então foram muitas as transformações. A Unidade mudou de endereço, recebendo quadra de esportes, cancha, lanchonete e muitas salas para diversas atividades, a partir das quais o Sesc, dia após dia, vem influenciando a cidade com ações para a qualidade de vida do comerciário, de seus familiares e de toda a comunidade.

De lá para cá, tem acontecido muitos bailes para os grupos de idosos, torneios esportivos, ações educativas e em saúde, sempre muito concorridos.

Vem sendo assim não apenas

em Umuarama: as ações educativas do Sesc têm se fortalecido por todo o Paraná em programas que transformam vidas nos municípios em que atua, tocando pessoas, influenciando políticas sociais e educacionais. O caminho da qualidade de vida está na essência da Instituição, em ações que envolvem tanto a comunidade como os funcionários da casa. Cidinha revela como o que seria apenas profissional se torna um movimento pessoal, também transformando a vida do funcionário Sesc:

– Aqui você sempre busca alguma coisa a mais. No Sesc, as pessoas te fazem querer isso, porque sempre tem um evento social, um evento cultural, um evento voltado para a educação, uma formação. Você está ali, se envolvendo, participando ativamente. E se não participa ativamente você está envolvido com todo o processo, como nas corridas, no Dia do Desafio. Você sempre está ali, motivando e buscando, para o outro e para si mesmo, porque para se mobilizar alguém você também precisa estar mobilizado.

Trata-se de uma mobilização cotidiana e que em alguns momentos é ainda maior. Para

1986 1987

os analistas da Gerência de

entre outros momentos do ano em que tudo se intensifica, o período das entrevistas do processo admissional da Escola Sesc de Ensino Médio (Esem) traz dias mais céleres. Mantida pelo Departamento Nacional do Sesc, no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, a Esem é uma escola residência gratuita que recebe alunos de todo o Brasil. Com uma educação de tempo integral, a Esem tem aulas para turmas com até 15 alunos pela manhã e oficinas interdisciplinares à tarde, nas quais o aluno pode expandir seus interesses pessoais em artes, meio ambiente, iniciação científica, estudos de campo, línguas estrangeiras, qualificação profissional e educação financeira, entre outros saberes e habilidades. Na vila residencial, junto a colegas de todo o Brasil, os estudantes têm uma convivência em que a interculturalidade é uma realidade cotidiana. Lá eles aprenderem a administrar o próprio tempo para usufruírem da variedade de oportunidades oferecidas e ainda cuidarem de seus próprios pertences no alojamento – manejando a lavadora de

roupas e mantendo organizado o quarto que compartilham com dois colegas de outros estados.

A cada ano, o Sesc PR encaminha dez alunos para a Esem, selecionados em um processo admissional que inclui inscrição, análise dos dados e documentação apresentadas, prova escrita e entrevista, em procedimentos padronizados que são operacionalizados pelo Departamento Regional e coordenados pelo Departamento Nacional.

Mas onde quer que ocorra, em qualquer das Unidades de Serviço, que já somam três dezenas, a educação no Sesc PR começa transformando o colaborador, que se apropria dessa proposta educativa dinâmica, incorporando saberes, atitudes e habilidades afinadas com o que há de melhor na educação contemporânea, no Brasil e no mundo. E então, transformado, o colaborador dá sua contribuição para a tão necessária transformação do mundo em que vivemos. f

• O Sesc da Esquina apresenta o ciclo de conferências Os Sentidos da Paixão – o primeiro curso de uma série que já dura três décadas, organizada pelo filósofo Adauto Novaes em várias capitais brasileiras.

A Seção de Férias e Fins de Semana é reformulada como Seção de Turismo Social.

Acidente de Chernobil, na Ucrânia, o pior desastre nuclear da história (26 abr.).

• Vitória de Ayrton Senna no GP de Mônaco (31 maio).

Educação,

1 – Evento de encerramento da Educação Infantil no Sesc Paranaguá, 2016

Arquivo Sesc PR

2 – Evento do projeto Comércio em Movimento no Sesc Francisco Beltrão, 2017

Arquivo Sesc PR

Amigos do esporte

Nadar

, pedalar e correr são modalidades esportivas que se realizadas individualmente já exigem muito preparo físico. Praticá-las numa sequência é para poucos. Assim é o triathlon, um esporte que mistura resistência, força e superação, tanto física quanto mental.

A superação é ainda maior numa prova em que o atleta precisa nadar 750 metros puxando um bote inflável amarrado à cintura e com uma pessoa dentro; depois subir

numa bicicleta e pedalar 20 km com um carrinho acoplado e um passageiro junto e para finalizar o circuito correr mais 5 km empurrando uma cadeirinha adaptada também com passageiro. Essa é uma história que parece sair das páginas de um livro ou se movimentar na tela do cinema, mas é vida real. José Rosa das Neves e seu filho Elkier das Neves são os protagonistas do enredo, que se tornou conhecido no Brasil inteiro através do Sesc Triathlon.

José Rosa das Neves e seu filho Elkier no Sesc Triathlon no Paraná, etapa Caiobá. 2015

Bruno Tadashi

1988

• Inauguração das unidades de Cascavel, Guarapuava, Toledo e Umuarama.

Eleição de George H. W. Bush para a presidência dos Estados Unidos (8 nov.).

Fundação do Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB (25 jun.).

Promulgação da Constituição

Brasileira de 1988 (5 out.).

• Vitória de Ayrton Senna no GP do Japão, tornando-se campeão mundial de Fórmula 1 (30 out.).

Desde 1989, em Matinhos, litoral paranaense, o Sesc PR realiza uma das mais tradicionais provas de triathlon do país. O evento está recheado de belas histórias, escritas com suor e força. Nas últimas edições, os personagens da vida real, Neves, 49 anos, e Elkier, 25 anos, mostraram que limites estão aí para serem ultrapassados.

Elkier nasceu com mielomeningocele, um problema congênito que afeta a coluna vertebral. A doença traz severas consequências físicas e mentais, deixando o jovem dependente de cuidados da família. Elkier tem mais dois irmãos, Ildyne e Luís Iran, respectivamente com 24 e 18 anos. O caçula seguiu os passos do pai e também se tornou triatleta. Aliás, seu nome é uma homenagem ao paranaense Luiz Iran Guimarães, praticante desta mesma modalidade. O pai, Neves, é técnico em hidráulica e praticante deste esporte há mais de 13 anos. A família mora em Piraquara, região metropolitana de Curitiba.

A história de Neves com o Sesc começa antes mesmo de se tornar triatleta. Foi no fim dos anos de 1980.

–

Eu passava ali em frente ao Sesc da Esquina e queria saber o que era aquele prédio, ficava curioso. Eu sempre ouvia falar do Sesc. Quando comecei a praticar esportes e quis fazer triathlon me disseram: você tem que procurar o Sesc.

Foi no ano de 1993 que Neves esteve pela primeira vez no Sesc Triathlon e de lá pra cá foram dez edições participando sozinho. Neves gosta tanto do evento que mesmo não tendo participado em algumas edições como atleta teve a experiência de trabalhar na organização. Por quatro anos, contribuiu na fiscalização das bikes.

Depois de um período afastado do esporte, em 2014, Neves resolveu voltar, só que desta vez acompanhado do filho Elkier. Com os olhos marejados e voz embargada Neves conta:

– O Elkier ficou internado por cinco dias. Foi então que disse pra mim mesmo: se ele sair dessa vamos fazer algo diferente. A primeira vez que fiz o Sesc Triathlon junto com o Elkier, em 2014, participamos das modalidades de natação e de corrida.

Voltamos em 2015 para completar a prova, agora incluindo a modalidade de ciclismo. Cravamos o tempo em 1h46min23seg. Repetimos a dose em 2016, prova completa em 1h47min3seg. O Elkier adora participar, pra ele é uma aventura! Ele entende tudo, sabe tudo. Faz muito bem a ele participar, ele gosta do barulho, dos aplausos, das pessoas que assistem à prova. Ele não tem medo de nada.

Porém, o desafio de Neves começou antes mesmo de nadar, pedalar e correr. Para participar da prova, teve de convencer a equipe do Sesc PR, que organiza o evento.

– Tive de mostrar que tudo iria acontecer com segurança, estava preparado para aquilo e o Sesc acreditou na gente. É natural a preocupação dos organizadores, afinal a prova é feita com excelência! O Sesc tem um respeito muito grande pelas pessoas.

Depois das participações no Sesc Triathlon, em Caiobá, a família foi convidada para etapas do circuito Sesc em outros estados e assim essa bela história de superação e vontade ganhou o Brasil.

Marcus Vinícius de Mello, diretor da Divisão de Esportes, Lazer e Saúde do Sesc PR, se recorda dessas e de outras participações memoráveis ao longo dos anos. Vinícius começou a trabalhar no Sesc em 1986, na área de esporte. Não apenas permaneceu nessa área como também ajudou a construir o Triathlon no Sesc PR, evento de referência para os atletas e que também fomenta o turismo e o comércio do litoral paranaense há quase três décadas.

Tudo começou com o Festival Global de Praias, promovido pelo Sesc PR e a antiga TV Paranaense, atualmente RPC TV. Nesse mesmo ano, em 1986, Vinícius foi para o litoral para coordenar o projeto, que iniciava no primeiro dia de janeiro e se estendia até o carnaval. Era pelo menos um mês de atividade intensa nas areias de Caiobá, Matinhos e Guaratuba. Lá a equipe realizava diversas modalidades esportivas, recreativas e culturais, com muita atividade circense e de teatro, montagens de esquetes e exposições, além da prática esportiva. Não faltavam opções: travessia a nado, corrida, passeio ciclístico, torneio de vôlei, futebol, pesca, surfe. O Projeto seguiu até 1998 neste formato.

1989

• 1.º Sesc Short Triathlon de Caiobá.

Entrada em vigor do Protocolo de Montreal, para proteção da camada de ozônio. (1.º jan.).

Criação da World Wide Web (www) por Tim Berners-Lee, nos laboratórios da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (25 abr.).

Queda do Muro de Berlim (9 nov.). Encontro dos presidentes

George H. W. Bush, dos Estados Unidos, e Mikhail Gorbachev, da Rússia, considerado um anúncio do fim da Guerra Fria. (3 dez.).

Eleição de Fernando Collor de Mello para a presidência do Brasil. (17 dez.).

1990

Criação do Sesc Recreação

Infantil, mais tarde denominado Sesc Educação Infantil.

Retirada da homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças pela Organização

Mundial da Saúde – OMS (17 maio).

• Reunificação da Alemanha (3 out.).

Lançamento do videogame

Super Nintendo (21 nov.).

Estreia de Pantanal, maior sucesso da Rede Manchete e marco da teledramaturgia

brasileira (27 mar.).

Foi em Guaratuba, em 1987, que o triathlon realmente chamou a atenção do Vinícius. Além do espetáculo, era marcante o esforço dos atletas na diversidade de modalidades.

Ele se recorda que a corrida, o ciclismo e a natação já eram desenvolvidos no Festival Global, mas sempre como eventos separados. Era hora de uni-los. Dois anos depois, em

1989, foi implantado o primeiro Triathlon, fechando o Festival Global de Praias. Na época, a equipe do esporte buscou dois atletas já experientes na modalidade triathlon para facilitar

a compreensão de questões vinculadas ao regulamento e a outras particularidades da prova.

1 e 2 – Atividade do Sesc Praia, em Caiobá.

1994

Arquivo Sesc PR

3 e 4 – Atividades do Sesc Praia, em Caiobá.

1998

Arquivo Sesc PR

O início do projeto foi com a realização do Short Triathlon –eram 750 metros de natação, 10 km de bicicleta e 5 km de corrida – e foram 220 atletas inscritos. A equipe organizadora realizou essa modalidade por dez anos, até que, em 1999, incluíram também a modalidade olímpica, que corresponde ao dobro do percurso. Na época, o Sesc Triathlon já atraía grandes atletas de elite como: Fernanda Keller, Leandro Macedo, Armando Barcelos, Cristina de Carvalho, Eliane Bereta, a paranaense Dália Ziping, Vanessa Cabrini, entre outros. Eram nomes nacionais e internacionais.

Além da segurança de organização, o evento atraía a mídia com a presença de atletas de ponta e movimentava toda a cadeia produtiva de Matinhos. Com o passar dos anos, o Sesc

Triathlon não parou de crescer. Atualmente é estimada a presença de 12 mil pessoas que assistem ao evento, além dos 1.200 atletas participantes. O evento também contribui para movimentar o município e fomentar o comércio local.

O interesse dos atletas pelo Sesc Triathlon é tão grande que as vagas evaporam em exatos seis minutos, tempo que leva para as inscrições se esgotarem no site do evento. Para se ter uma ideia da dimensão, há uma fila de espera de aproximadamente 700 atletas. No dia do evento, a organização mobiliza o trabalho de cerca de 600 pessoas, entre funcionários do Sesc PR das mais variadas áreas de atuação e regiões do estado, acadêmicos do litoral contratados para atividades de apoio,

• Assinatura do Tratado de Assunção, entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, estabelecendo o Mercosul. (26 mar.).

• Inauguração da Unidade Francisco Beltrão.

Início do Projeto Sopa e Pão, no Sesc Centro, primeiro programa de segurança alimentar do Sesc em todo o Brasil.

policiais rodoviários e militares, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, além de empresas e Instituições. Mas o trabalho intenso começa antes, bem antes. Precisamente com um ano de antecedência a equipe de esporte do Sesc PR faz um

balanço geral do evento que passou e parte para a organização do próximo triathlon. Além disso, no pré-evento, mais equipes contribuem, como as áreas-meio da Administração Regional e a equipe do Sesc Caiobá.

1 – Os atletas Fernanda Keller e Leandro Macedo, primeiros lugares do Short Triathlon etapa Caiobá, 1993

Arquivo Sesc PR

2 – Largada do Sesc Triathlon, etapa Caiobá. 2015

A largada

O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, entre 1986 e 2004, Rubens Armando Brustolin gostava muito de usar as buzinas para as largadas do torneio. Em um determinado evento, choveu muito, o que fez com que um funcionário saísse às pressas para pegar guarda-sóis no Hotel de Caiobá para proteger as autoridades, com as buzinas dentro do carro. Quando retornou, voltou rapidamente para o espaço da largada da prova, carregando as ditas buzinas, que já contavam com alguma pressão por estarem sendo sacudidas com a corrida. Quando Vinícius foi atarraxá-las, a buzina, por si só, deu a largada do evento. Foi uma correria! E naquele ano o presidente perdeu a primeira largada da prova. Mas foi também um grande aprendizado para os anos futuros! Em tempo, o famoso instrumento é utilizado até hoje nas provas do Sesc Triathlon, com acionamento sem sobressaltos.

Bruno Tadashi

1992

• Assinatura do Tratado de Maastricht, estabelecendo a União Europeia (7 fev.).

Reconhecimento, pelo papa João Paulo II, de que a condenação de Galileu Galilei (1564-1642) pela Igreja Católica foi injusta (31 out.).

Eleição de Bill Clinton para a presidência dos Estados Unidos (3 nov.).

Envio da primeira mensagem pelo Serviço de Mensagens Curtas ou Short Message Service –SMS, no Reino Unido (3 dez.).

O presidente Carlos Salinas de Gortari, do México, assina o Tratado de Livre Comércio entre México, Estados Unidos e Canadá – Nafta (17 dez.).

Realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – ECO-92, no Rio de Janeiro (3-14 jun.).

• Afastamento do presidente Fernando Collor de Mello (29 set.).

Renúncia à presidência do Brasil por Fernando Collor, porém o Senado decide prosseguir com o seu processo de impeachment (29 dez.).

SOS Triatleta

Foi também pelo Sesc Triathlon que surgiu um novo serviço médico para atendimento aos atletas: o SOS Triatleta. A missão era clara, a de permitir o acompanhamento dos participantes e oferecer maior segurança durante o percurso. O começo do serviço, que surgiu durante o fim da década de 1980, foi um desafio. A Dra. Marília Campos, médica responsável pela implantação do serviço, lembra bem: “Era manual, feito na véspera, de madrugada, com as informações e numerações dos atletas. Não existia um protocolo específico, foi adaptado para atender a demanda do triathlon, foi feito um estudo baseado na demanda específica pelo Sesc PR, que posteriormente inclusive interessou a Confederação Nacional do Comércio (CNC)”. Pela primeira vez houve um cruzamento de informações entre o número do atleta e o histórico médico dos participantes. As informações ficavam em quadros, separados por grupos, de acordo com o histórico dos atletas e com a possibilidade de acompanhar situações de risco durante o percurso. A fase manual já acabou, mas a ideia do serviço continua. Posteriormente foi desenvolvido um software pela própria equipe de informática do Sesc PR para acompanhar esse processo.

O Sesc PR tornou-se referência na realização de eventos esportivos. A Maratona Internacional de Foz do Iguaçu é outro exemplo. É uma prova de grande visibilidade, que a cada ano atrai mais público e participação de atletas vindos de países mais distantes, como Reino Unido e Espanha. É uma prova que já saiu dos domínios continentais, diz Luiz Langoski, gerente executivo da Unidade Sesc Foz do Iguaçu, que já foi atleta de alto rendimento na modalidade atletismo quando mais jovem. Mais ainda, ele ressalta o elo da maratona com o turismo local e a economia. O evento movimenta a cidade e beneficia o comerciário.

- Nós recebemos três mil atletas. Muitos desses atletas vêm com famílias. Sempre que é feita a entrega dos kits no sábado a gente passa o dia todo conversando com eles. E aí é interessante porque, principalmente para os atletas de fora, é muito difícil alguém vir sozinho. Ele procura agregar a participação em uma prova de rua com o turismo. Porque ele vem para uma cidade que é turística e aí traz esposa e filhos. E a gente, com um evento desses, consegue movimentar sete, oito mil pessoas. São

pessoas que estão utilizando os serviços de hotéis, a área gastronômica, postos de combustíveis, farmácias, enfim, aí você movimenta toda uma cadeia.

Os eventos e as ações do Sesc, nas mais variadas áreas, movimentam toda uma cadeia produtiva que não apenas fomenta o comércio nos lugares em que acontece, mas também envolve fornecedores, parceiros e clientes. Mais ainda, também envolve grupos de amigos. A relação entre turismo e lazer sempre esteve fortalecida nas ações da Instituição. O Sesc atua sempre na busca daquilo que é melhor para o comerciário e para a comunidade.

Sesc Triathlon

Atendimento realizado no SOS Triatleta, em Caiobá. Jornal interno Sesc Brasil, nov. 2006

Acervo Marília Cristina Milano Campos.

Realizado desde 1989, em Caiobá, o Sesc Triathlon engloba natação, ciclismo e corrida em uma prova festiva, de elevada qualidade técnica e grande repercussão nacional, estimulando a participação em atividades físicas. Ao longo desses anos, a estrutura do evento foi se aperfeiçoando. Desde 2005, o Sesc Triathlon de Caiobá faz parte do Sesc Triathlon Circuito Nacional. E desde 2013 a distância short (750 m de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de corrida) é reservada aos amadores e a distância olímpica (1,5 km de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida) acolhe atletas de elite e também a categoria amadora olímpica. A participação no evento é grande e as inscrições se encerram em poucos minutos.

• Inauguração das unidades

Marechal Cândido Rondon (02/04) e Campo Mourão.

Lançamento do primeiro processador Pentium pela Intel (22 mar.).

• Mútuo reconhecimento oficial entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina – OLP (10 set.).

Realização da primeira clonagem de embriões humanos, na Universidade George Washington (25 out.).

Plebiscito define que o Brasil continuará sendo uma república presidencialista (21 abr.).

• Fernando Henrique Cardoso assume o Ministério da Fazenda (19 maio).

Entrada em circulação do Cruzeiro Real, substituindo o Cruzeiro (1.º ago).

• Anunciado o programa de estabilização econômica que ficou conhecido como Plano FHC (7 dez.).

Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR

Considerada por seus participantes como uma das maiores provas esportivas do Brasil, a Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR mobiliza a população da cidade e atrai, a cada ano, cerca de três mil atletas. São 42 km de percurso total, tendo como local de largada a Itaipu Binacional e ponto de chegada o Parque Nacional do Iguaçu. Os atletas podem se inscrever nas modalidades: Maratona Individual, Maratona de Revezamento e Corrida dos 11,5 km. A Maratona, que completa dez anos em 2017, é mais do que somente uma prova esportiva, pois valoriza o trabalho de preparação dos atletas, incentiva a participação de corredores comerciários, fortalece o intercâmbio cultural e fomenta o setor de comércio e turismo local.

Ao longo das últimas três décadas, a área de esporte mudou muito no Sesc PR. Novas atividades e a utilização da tecnologia para o desenvolvimento da prática esportiva tornaram-se cada vez mais constantes. A modernidade tem dessas coisas. Essa dinâmica acontece também nos relacionamentos interpessoais, em que o contato virtual, cada vez mais intenso, é amplificado por mensagens e redes sociais. Grupos formados por amigos com afinidades são criados a todo instante. Melhor ainda quando esses grupos promovem encontros reais e incentivam a qualidade de vida, como aqueles formados no Sesc. É o caso do “Bóra Correr”, de Foz do Iguaçu. O esporte faz isso, e é inspirador.

O Rogério e a Ângela, fundadores do grupo, são frequentadores assíduos dos serviços da Instituição. Tudo começou nos almoços no restaurante do Sesc Foz do Iguaçu, pertinho da casa e da empresa de sistemas da informação da qual são proprietários. Ele rapidamente interessou-se pela academia de musculação, que posteriormente foi estruturada como Academia de Ginástica Multifuncional, a GMF. Ela, por sua vez, acostumada a

caminhadas por conta própria no parque da cidade, percebeu o potencial dos serviços do Sesc para atendimento de crianças e jovens.

Logo matriculou a filha mais velha, Luana, no vôlei. Aos poucos, Rogério de Oliveira Lins, que na época se considerava sedentário, passou a participar da caminhada do Circuito Sesc de 5 km. Ficou animado e repetiu a dose no ano seguinte, agora acompanhado de toda a família. Desde então, o Sesc entrou em suas vidas para não mais sair.

Ao longo desses últimos sete anos, as atividades se multiplicaram. Do restaurante para a GMF, intercalados com caminhadas no Circuito Sesc de

1 – Maratona Internacional de Foz do Iguaçu Sesc PR. 2015

Ivo Lima

2 – Rogério e Ângela Lins, participantes das atividades do Sesc Foz do Iguaçu

Arquivo pessoal Rogério de Oliveira Lins

1994

• Início dos Jogos de Beltrão. Inauguração do Centro Esportivo do Sesc Ponta Grossa.

O presidente Bill Clinton, dos Estados Unidos, encerra o embargo imposto ao Vietnã desde 1975 (3 fev.).

Primeiras eleições multirraciais para a presidência da África do Sul, com vitória do líder negro Nelson Mandela (26-28 abr.).

Primeira conferência exclusiva sobre comércio eletrônico, em São Francisco, Estados Unidos (4 nov.).

Morte de Ayrton Senna, em acidente no GP de San Marino (1.º maio).

• Entrada em circulação do Real (1.º jul.).

Final da Copa do Mundo de Futebol dos Estados Unidos, com vitória do Brasil, que se torna tetracampeão. (17 jun.).

• Eleição de Fernando Henrique Cardoso para a presidência do Brasil (3 out.).

Rua, o casal foi para a turma do Desafio 5 km, atividade do Comércio em Movimento que prepara e proporciona condicionamento físico aos interessados no exercício de corrida. Durante o ano de 2015, duas vezes por semana e para uma turma com cerca de 15 pessoas, o professor Ivo – portando um apito e fôlego forte – ensinava e motivava o grupo. “Bóra Correr”.

Eles correram. Primeiro, cumpriram o desafio dos 5 km. Foi um divisor de águas. Nessa hora, Rogério viu que era, efetivamente, um corredor. O segundo foi quando eles participaram da

Maratona Internacional de Foz do Iguaçu em 2016, seis meses após o primeiro desafio. Foram 11,5 km. Neste momento muita coisa mudou.

O grupo de corrida se fortaleceu cada vez mais. Hoje são 22 corredores permanentes, que combinam seus encontros e percursos pelo Whatsapp. Batizaram a equipe de “Bóra Correr” e agora caminham para a institucionalização formal do grupo, inclusive com estatuto. Os interessados não param de aparecer. – É a rotina. Tanto é que nossa vida mudou. A gente

conheceu pessoas da corrida e montou nosso grupo. Com eles a gente tem uma relação semanal, treina com eles duas vezes por semana, nos nossos domingos se não tem corrida (organizada pelo Sesc), corremos nós. Levantamos cedo e vamos. Levamos a família, as crianças, às vezes fazemos piquenique. Pessoas que encontramos aqui, com a mesma vontade que nós. E aí um incentiva o outro. Às vezes um não está com vontade, mas então no grupo (de Whatsapp) a gente comenta, cada um chama o outro e quando vê já está ali correndo.

Eles correm a seu próprio ritmo. Rogério diz que são como tartarugas. Não é bem assim. O ritmo deles é constante e cada vez mais intenso. Tanto que estipularam como pré-requisito para ingresso no time a participação no Desafio 5 km do Sesc. Tem que aprender a correr para participar do grupo. Para aqueles que não podem frequentar as aulas do Desafio 5 km – neste caso específicas para comerciários –o grupo de corrida achou uma alternativa: a formação de um grupo para iniciantes chamado “Tortuguitas”.

Os treinadores são eles mesmos, os veteranos da corrida no Sesc Foz, que se revezam para orientar os treinos no parque Gramadão e seguem o mesmo método que aprenderam no Sesc. No momento, são sete iniciantes que se exercitam duas vezes por semana para integrar o grupo “Bóra Correr”.

Enquanto isso, a filha caçula Aline frequenta a Educação Infantil no Sesc e também participa do Aprender e Jogar. São muitas atividades, para toda a família. Ela também gosta de corrida. Diz o pai que às vezes a menina fica atraída pelo agito do grupo e também quer sair para correr.

Para Rogério, é gratificante essa relação com o Sesc, que está bem além de receber um serviço da Instituição. São laços de amizade que se formam, cada vez mais fortes:

– Eu faço isso porque o Sesc fez isso comigo. O Sesc me deu o norte, um rumo para a gente. Aqui é uma segunda casa nossa, a gente conhece todos que trabalham aqui, a gente tem uma relação que está além de vir aqui e receber um serviço. São amigos. São pessoas que a gente tem uma convivência extra Sesc.

Caminhada corporativa no Parque da Ponte Molhada, Cascavel. Evento do projeto Comércio em Movimento

Comércio em Movimento

O projeto Comércio em Movimento, lançado pelo Sesc PR em outubro de 2013, busca promover a qualidade de vida e ampliar o repertório educacional e sociocultural dos empresários e trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo. Em 2016, foram atendidos 413 estabelecimentos comerciais em 25 Unidades de Serviço e três Núcleos de Atendimento do Sesc PR, beneficiando os comerciários com o desenvolvimento de ações educativas, culturais, esportivas, de saúde e de lazer.

1995

• Criação do site de pesquisas Yahoo! (1.º mar.).

1996

Inauguração da Unidade de Paranaguá.

Enquanto ele fala sobre isso, entra na sala o Adriano, da casa irmã Senac, que vem trazer um bolinho produzido pelas crianças da Educação Infantil. Adriano é companheiro de corrida. Assim como o Fábio, que estava sendo atendido no SAC da Unidade durante o momento da entrevista. E assim segue a família Lins, com os amigos, agora rumo à próxima Maratona Internacional de Foz do Iguaçu.

Era fim dos anos 1970. Ronaldo, ainda guri, foi morar com a avó na Rua Tibagi, região central de Curitiba. Ali fez amigos, que cultiva até hoje, e começou a usar a cancha de futebol do Sesc Centro.

1997

• O Sesc passa a coordenar, sempre na última quarta-feira de maio, o Dia do Desafio no Paraná

O esporte é um agente transformador de vidas, e transformar vidas, por meio do esporte, é a filosofia de trabalho do Sesc. Do litoral do Paraná, viajando para o oeste do estado e de volta à capital paranaense, conhecemos um pouco da história do Ronaldo Miranda, fortemente influenciada pelo esporte.

Hoje em dia, ele é apresentador de programas de esportes radicais em televisão e rádio. Também trabalha com projetos sociais e tem o esporte como ferramenta. Na sua adolescência, teve passagem pelo Sesc.

– Comecei jogando futebol de salão, mas tinha também as áreas de recreação. Participava de tudo, tinha medalha de futebol de salão, de pingue-pongue. Depois começamos a jogar minibasquete, um dos primeiros times de Curitiba foi o do Sesc.

Ele tinha seus 12 anos. Passou boa parte de sua adolescência no Sesc. Ele chegava da escola e corria para lá, ficando às vezes até fechar. Ele cruzava os corredores da Unidade de ponta a ponta, entrando pela Rua José Loureiro até sair na Rua Pedro Ivo. Por onde o garoto andava, cumprimentava todos. O skate foi paixão de criança e é da vida adulta. Depois, o “carrinho de quatro rodas”, como brinca, virou ferramenta de trabalho. Ele faz o que gosta. Por sinal, até trouxe um skate escondido para o Sesc da José Loureiro. Traquinagens de guri.

• Lançamento dos primeiros jogos da série Pokémon pela Nintendo (27 fev.).

– As melhores memórias que tenho são de dentro do Sesc, éramos muito bem tratados lá. Minha base esportiva toda começou dentro do Sesc, não quis fazer outra coisa senão praticar esporte. No Sesc, éramos cuidados. A maioria dos meus amigos é ali de dentro.

E sorrindo ele acrescenta que ali era o quintal de casa, revelando um sentimento de pertencimento que perdura até hoje.

Ronaldo lembra que não apenas se divertiu, mas que também aprendeu no Sesc, com impacto na sua formação. Ele se recorda da educação e do respeito pelas pessoas mais velhas, constantes na Instituição. São valores que agora ele retorna às crianças e jovens através de ações sociais na comunidade.

O esporte, no Sesc PR, é compreendido como elemento cultural e campo significativo de práticas que difundem valores, como integração, respeito à diversidade, à inclusão e à sociabilidade de pessoas e grupos de todas as idades. f

Dia da baleia

Ali, no começo dos anos 1950, muita coisa era diferente no Sesc PR. A Instituição, ainda muita nova, já mostrava sua força e conquistava clientes através de eventos e ações voltadas para o bem-estar do comerciário e de suas famílias, nas áreas de educação, cultura, saúde, lazer e ação social.

Alguns clientes acompanharam a trajetória do Sesc praticamente desde o início, é o caso do Paulo Dombeck. Ele chegou a Curitiba ainda jovem e logo foi contratado pelas Casas Pernambucanas, que na época liderava a comercialização de tecidos no Paraná. Precisamente, foi em dois de

maio de 1953 que Paulo entrou para o mundo das vendas e, no ano seguinte, teve seu primeiro contato com o Sesc. Não saiu mais dali. Nem das Casas Pernambucanas, por onde permaneceu até se aposentar, nem do Sesc, tornando-se um cliente assíduo da Unidade Centro, em Curitiba.

Foi nas viagens que fez pelo Sesc que Paulo viu o mar pela primeira vez nas ondas agitadas da praia de Matinhos, Paraná; empurrou o carro atolado na praia de Piçarras e se deparou com uma baleia encalhada nas areias de Barra Velha, ambas as praias em Santa Catarina.

Excursão do Sesc PR da década de 1950

Arquivo Sesc PR

1998

• Início do Projeto Sonora Brasil.

• 1.ª Quinzinha, realizada pelo Sesc Cornélio Procópio em conjunto com a Prova Pedestre XV de Fevereiro e destinada às faixas etárias de 7 a 9, 10 a 12 e 13 a 15 anos.

Lançamento do computador iMac pela Apple (7 maio).

Fundação da empresa Google (4 set.).

1999

• Transferência da soberania de Macau, a última colônia europeia da Ásia, para a República Popular da China, encerrando oficialmente o Império Português (20 dez.).

• Renúncia do presidente Bóris Yeltsin, da Rússia (31 dez.).

Antigamente, quando tinha alguma excursão, o Sesc me telefonava. Era ali entre 55 e 58. Mas vou contar uma coisa que foi interessante para mim. Pelo Sesc fui para Barra Velha. Naquela época, devia ter umas dez casas por lá. [...] Bem cedo, coloquei o calção e fui dar uma passeada na praia. Olhei e tinha um tumulto de gente. Era por causa de uma baleia morta que tinha sido flechada, grandona, devia ter uns doze metros. O pessoal já estava tentando remover a baleia, cortando em pedaços, para liberar a passagem. Bem no local tinha também uma caminhonete, eu lembro, era uma Willis, tipo jipão. Com uma serra compridona, eu já havia utilizado este tipo de ferramenta quando era pequeno, fui ajudar. Tinha um cabo comprido e uma espécie de rastelo, com três garfos. E veio um cara meio forte e disse para mim “venha aqui, pega lá e joga no Willis!”. Cortei uns quatro, cinco pedaços e, quando eu parei, tava todo mundo só olhando. Eu falei “façam vocês!”, afinal eles

eram os maiores interessados em tirar a baleia de lá. Quando voltei a Curitiba escrevi sobre a baleia e contei esta história na escola onde estudava, era na De Plácido e Silva. Mostrei para o professor, ele leu e disse que achava que era mentira minha. Pois sabe que depois ligaram para o Sesc perguntando se era verdade aquilo que eu tinha escrito? Confirmaram e falaram que era verdade.

Por muitos anos, Paulo frequentou, além das excursões, outras atividades oferecidas pelo Sesc. O comerciário gostava também dos almoços e bailes promovidos pela Instituição.

As excursões promovidas pelo Sesc PR sempre trouxeram boas histórias e memórias para quem as frequentou. Os excursionistas não perdiam tempo e aproveitavam intensamente o período de descanso. No Sesc Caiobá, por exemplo, nunca faltaram hóspedes. Nos seus mais de cinquenta anos, considerando sua inauguração em 1966, já foi Colônia de Férias para depois transformar-se em hotel, em 2007. O Sesc sempre

esteve à frente de seu tempo, antecipando as tendências e os anseios da sociedade.

Clientes como o Paulo vivem o Sesc de muitas formas. E é pela presença destes clientes, os comerciários, que a Instituição se renova ao longo das décadas e em todas as suas áreas de atuação. O turismo social é um exemplo desta transformação. Envolve os sonhos dos outros. E isso faz a atividade tão especial.

Escola Técnica de Comércio De Plácido e Silva

Fundada pelo jornalista e advogado Oscar Joseph De Plácido e Silva (18921963), a Escola Técnica de Comércio De Plácido e Silva funcionava na rua Voluntários da Pátria, entre Carlos de Carvalho e Cândido Lopes, no centro de Curitiba, em um prédio construído em 1934 e que por mais de meio século abrigou instituições de ensino, pois a antiga Escola Técnica se transformaria na Faculdade de Ciências Econômicas de Plácido e Silva.

1 – Excursionistas do Sesc PR dos anos 1960

Arquivo Sesc PR

2 – Fachada da Colônia de Férias Sesc PR no balneário de Caiobá. Matinhos, 1966

Arquivo Sesc PR

2000

• A Administração Regional passa a ocupar cinco andares do edifício Rubens Brustolin. A Seção de Turismo Social é reformulada como Unidade Executiva Sesc Turismo Social.

• Pedido de perdão do papa João Paulo II por erros da Igreja Católica, incluindo a Inquisição, as Cruzadas, o desrespeito às outras religiões e culturas na catequização, e a hostilização aos judeus (7 mar.). Anúncio, por cientistas de Estados Unidos e Grã-Bretanha, do primeiro rascunho da sequência completa do genoma humano (26 jun.).

• Lançamento do Website de artes DeviantART (7 ago.). Eleição de George Bush para a presidência dos Estados Unidos (13 dez.).

Leonir Vicenzi iniciou sua carreira no Sesc PR em 1973 e após dois anos foi coordenar a recreação de todo o Paraná. Pouco depois, ele participou de um curso de pós-graduação em recreação e lazer em Porto Alegre. Lá, foi aluno de Joffre Dumazedier, sociólogo francês estudioso do turismo. Nas suas aulas, esse pesquisador sempre ressaltava que uma das principais ocupações do tempo livre, do lazer e da aposentadoria, são o turismo e as viagens. Isso marcou Leonir, atualmente gerente de Turismo Social do Sesc PR.

Ao terminar o curso no início dos anos 1970, Leonir precisava saber como os comerciários de Curitiba desejavam aproveitar seu tempo livre. Lá foi ele, de loja em loja, na Rua XV de Novembro, perguntando:

– Você iria para Foz do Iguaçu, Florianópolis, Vila Velha, Caiobá?

A adesão foi total. O que o Sesc oferecia, na época, não eram excursões com roteiros organizados em um formato de turismo social.

A primeira viagem de Leonir, para se desenvolver ainda mais na atividade, foi em 7 de setembro de 1981, para Poços de Caldas (MG). Foi como guia. Depois, esteve em Vila Velha (ES), que na época estava no auge, e em Caiobá (PR). Foram umas cinco ou seis excursões seguidas. Em novembro do mesmo ano, estava novamente em Poços de Caldas. Foi uma adesão muito grande. O próprio comerciário incentivava. Lembra ele de dona Lurdinha, que não queria que se

cancelasse uma viagem para a qual não havia o mínimo de passageiros, e então ela conseguiu divulgação em uma rádio. Em três dias, lotou.

Nesta época, outros regionais –como Minas Gerais e São Paulo – estavam fazendo turismo social nesse formato e, tempo depois, Leonir foi até Minas conversar com o pessoal de lá e pegar algumas dicas de como fazer. Em um ano, com a demanda muito grande, o Sesc PR já estava com excursionistas em Salvador (BA). Foi um sucesso.

No início, a divulgação era boca a boca, pelo contato direto com o cliente. Era uma interação muito grande.

– Para mim foi uma realização pessoal, muito gratificante realizar os sonhos do pessoal que começa a viajar e conhecer o Brasil. Uma interação muito grande do guia, do funcionário Sesc com os participantes. Por conta de características da época, era uma aventura – o ônibus, as paradas, as chegadas. Se comparar com o dia de hoje, é muito diferente.

E em setembro de 1982, um ano depois, fez-se uma

excursão aérea para Salvador, o que era inédito. Mais do que isso, foi arrojado. No Sesc PR, do início dos anos 1980, não se viajava de avião.

Poços de Caldas

Um dos destinos preferidos dos turistas, o município de Poços de Caldas, localizado no sul de Minas Gerais, reúne lazer para jovens e idosos. Com uma população estimada de 164 mil habitantes, essa cidade estância termal já recebeu até mesmo a visita ilustre do Imperador Dom Pedro II, em 1886.

Salvador

Capital da Bahia, fundada em 29 de março de 1549, Salvador é um destino turístico que atrai todos os tipos de viajantes. Cidade litorânea conhecida tanto por suas belas praias quanto por sua riqueza cultural e histórica, Salvador possui uma população estimada de três milhões de habitantes, sendo considerada a maior cidade do Nordeste brasileiro.

1 – Ônibus de excursão com destino à Colônia de Férias Sesc PR nos anos 1970

Arquivo Sesc PR

2 – Fonte dos Amores, Poços de Caldas (MG)

Banco de Imagens

3 – Elevador Lacerda, Salvador (BA)

Banco de Imagens

2001

• Compra do conglomerado Time Warner pelo provedor AOL, na maior fusão de mídia da história (10 jan.).

Lançamento da Wikipédia (15 jan.).

Lançamento da Wikipédia em língua portuguesa (11 maio). Destruição das torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e ataque ao Pentágono, em Washington, no maior ato terrorista da história (11 set.).

• Divulgação, em Massachusetts, Estados Unidos, de que foi criado o primeiro clone humano (25 nov.).

Aprovação do novo Código Civil (15 ago.).

• Lançamento da cédula de 2 reais (13 dez.).

Nesta mesma época, foi criada a Gerência de Turismo Social, que também fazia as reservas para Caiobá, para períodos de dez dias. A prioridade era para famílias com filhos em idade escolar, com o maior número de filhos. O pagamento era conforme a renda familiar. Aos poucos, já no ano seguinte, os critérios começaram a mudar frente à demanda dos comerciários. Naquele tempo, encostavam cerca de doze ônibus com destino a Caiobá. Paravam todos na Rua Pedro Ivo, Centro de Curitiba.

Ele lembra que os hotéis do Sesc eram poucos e, para atender os grupos, eram utilizados alojamentos e banheiros coletivos – homens para cá, mulheres para lá. Em Poços de Caldas, por exemplo, os casais eram separados porque eram apartamentos para oito ou dez pessoas. Organizavam deste modo porque as famílias eram grandes. Retrato de uma época.

Como regra, não se usava telefone. As reservas eram feitas por correspondência e entregues pelos Correios. Demorava no mínimo uma semana para chegar uma carta, e mais uma semana para voltar. Telefonema interurbano,

quando necessário, dependia de três autorizações – do chefe imediato, do diretor de área e até mesmo do diretor regional. Depois, por volta de 1987, veio o telex e mais tarde o fax. Antes da fotocópia, os roteiros eram reproduzidos por mimeógrafos. Outros tempos.

O turismo não exige espaço físico do Sesc para o desenvolvimento de suas atividades. Mais ainda, também não requer que o comerciário resida na cidade onde está localizada a Unidade de Serviço para participar das excursões, especialmente hoje, com as facilidades da comunicação.

O turismo é uma atividade facilitadora da participação do comerciário no Sesc PR, lembra Leonir. Ao sair de sua cidade em viagem turística, vem o desenvolvimento pessoal, pois se está conhecendo locais diferentes, pessoas diferentes, história, arquitetura, cultura, folclore. É uma bagagem que vai sendo adquirida e é levada para o lugar onde a pessoa vive. Quanta história uma pessoa que viajou tem para compartilhar com os demais. Essa é a grande contribuição do turismo.

Havia o próprio empenho pessoal de Leonir para conhecer os lugares. Para muitos

roteiros, depois colocados em prática no Sesc PR, ele foi antes para conhecer. Depois começaram as visitas técnicas. A primeira foi para o Nordeste, em Fortaleza, depois Fernando de Noronha e então Belém, Santarém e Manaus, que eram lugares mais distantes. A dedicação era intensa:

– Fiz muitas fotografias, depois comprei uma filmadora durante uma excursão a

Manaus. E assim fiz sucesso nas viagens porque filmava. Depois nos reuníamos para ver o filme.

Mostra a foto da excursão aérea a Salvador e comenta a fidelidade dos clientes: ele sabe indicar uma pessoa na foto que está viajando até hoje com Turismo Social Sesc PR.

Primeira excursão aérea do Sesc PR, com destino a Salvador (BA), em 1982 Arquivo Pessoal Leonir José Vicenzi

2002

• Desenvolvimento do Projeto Eco-Existir e mostras itinerantes de Saúde Bucal.

Implantação do Programa de Alimentos Seguros (PAS).

Canonização de Madre Paulina, a primeira santa brasileira (13 maio).

Lançamento da cédula de 20 reais (27 jun.).

Final da Copa do Mundo de Futebol do Japão e da Coreia, com vitória do Brasil, que se torna pentacampeão (30 jun.).

Eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência do Brasil (27 out.).

Posse de Paulo Coelho, campeão de vendas, na cadeira

21 da Academia Brasileira de Letras (29 out.).

As viagens pelo Sesc PR fazem parte da vida de muita gente. Como também faz parte das memórias de Luiz Langoski, gerente executivo do Sesc Toledo. A relação dele com a Instituição é antiga, surgiu com sua família. Em 1966, seus pais estavam na Colônia de Férias, ano de inauguração do Sesc Caiobá.

Era a lua de mel de Tadeu e Mercedes. Alguns anos depois, a família voltava, agora trazendo Luiz, na época com seus seis anos. Era a primeira vez que o garoto via o mar.

Eles vinham de Irati (PR), onde o pai era funcionário de uma concessionária Ford. Na época, o Sesc mantinha uma agência neste município, oferecendo uma série de serviços na área de serviço social, saúde e lazer. A família já frequentava o Sesc e assim também o foi quando o pai, neste mesmo ano

de 1966, foi transferido para Cascavel, acompanhado por toda a família.

De lá para cá, mais de 45 anos se passaram, mas a memória da praia foi marcante. Luiz lembra bem da foto que tirou sentado na âncora, que ficava ao lado do salão social da Colônia. Ele também se lembra do clima de festa e das brincadeiras.

– Tem algo que não saiu das minhas lembranças, de um trabalho que uma recreadora fez. Lembro que tinha várias crianças em um espaço com uma mesinha e ela deu uma folha para a gente e nessa folha tinha o desenho de um peixinho. E ela colocou várias sementes, feijão, arroz, milho e mais algumas para a gente preencher aquele peixinho. Então, na simplicidade daquele desenho, eu fui colando todas aquelas sementinhas. A gente sabe que aquilo lá não

era só um desenho, teve todo um trabalho de coordenação motora, toda uma questão de sensibilidade, de como distribuir essas sementinhas e essas cores. Todo o cuidado que o Sesc já tinha, naquela época, de proporcionar momentos para a criança, para o adulto, para o idoso. Aquilo lá me marcou muito. Eu vivi muito intensamente.

São também recordações de Matinhos, litoral do Paraná. O calendário datava 1975. A praia de Caiobá já fazia sucesso, com seus morros arborizados e mar para todos os gostos de veranistas, de águas mansas a bravas. Lá chegava Sérgio Tavares, na casa dos 20 anos, para trabalhar no Sesc Colônia de Férias. Inaugurada em 1966, a Colônia era agito em seu melhor sentido. Agitava-se com as excursões ininterruptas vindas de todo o Brasil, com as visitas de veranistas, com os bailes e festas na temporada e nas solenidades políticas do município. O Sesc também abriu possibilidades de trabalho aos moradores, em uma cidade litorânea que ainda não havia completado dez mil habitantes.

As alegrias eram das mais variadas e, no Sesc, apareciam nas crianças batendo bola, nas senhoras que conversavam animadamente, nos banhos de mar e nos passeios no fim da tarde. Lá também, vez ou outra, era celebrado um casamento. Inclusive o de Sérgio com Iazethe, que estreou a capela da Colônia. Foi bonito, bem bonito. E depois deles, outros casais se encantaram e casaram na capelinha. Por sinal, durante alguns anos, o espaço era tão requisitado que praticamente lotava a agenda dos finais de semana.

Depois do casamento, Sérgio continuou morando ali, em uma casa bem em frente ao Sesc e lá ficou, ao lado de sua família, por mais de 30 anos. Lá nasceram e cresceram os filhos, tanto brincando pelo terreno da Colônia, como também circulando pelos torneios de futebol, sempre tão frequentes.

1 – Material de divulgação da Colônia de Férias do Sesc PR, década de 1990

Arquivo Sesc PR

2 – Registro do casamento de Sérgio e Iazethe Tavares

Arquivo pessoal Sérgio Tavares

2003

• Início do Programa Mesa Brasil.

• O Programa Mesa Brasil e o Projeto de Alfabetização de Jovens e Adultos Sesc PR recebem o prêmio Zilda Arns de Responsabilidade Social.

• Início da Invasão do Iraque, sob liderança dos Estados Unidos (19 mar.).

Finalização do Projeto Genoma Humano, com 99% do DNA sequenciado a uma precisão de 99,99% (14 abr.).

2004

Criação da Seção de Cultura do Sesc PR.

• Criação da rede social Orkut (24 jan.).

Criação da rede social Facebook. (4 fev.).

Lançamento do navegador Mozilla Firefox 1.0 (9 nov.).

Mas a vida na Colônia era mais que isso. A equipe do Sesc era como um grande relógio, sempre organizado para o bem-estar dos clientes. A turma chegava da excursão, vinda de todo o Brasil. Fazia amizade, que começava logo cedo, na reunião de apresentação na data da entrada. Lembra Sérgio que na ocasião sempre estavam os funcionários, o diretor, o secretário, os responsáveis pela recepção, manutenção e alimentação, além dos recreadores de crianças e de adultos.

Lá tudo era apresentado, desde como funcionava a Colônia, os horários das refeições, a quem os hóspedes deveriam procurar em caso de necessidade, além das mais variadas precauções com o mar. A ênfase no mar era

tamanha que depois de alguns anos o Sesc PR acabou construindo uma robusta guarita na frente da praia. Era preciso. Também tinha brincadeira entre os grupos na apresentação coletiva. Depois desse momento, a equipe da Colônia ficava a postos, contribuindo para dar vida às férias dos excursionistas.

Era também gratificante. Os grupos de excursionistas, na época da Colônia, chegavam juntos, todos no mesmo dia. E saíam todos no mesmo dia também. O intervalo entre um grupo e outro era chamado de “entre-turmas”. Era o tempo –curto – para a equipe da limpeza, da manutenção, da organização. Apenas um ou dois dias, não mais que isso, para tudo ser preparado.

Vez por outra algum helicóptero inesperado pousava no descampado, procurando cobertura frente às tempestades litorâneas paranaenses. Essas não eram fracas. Os personagens eram os mais variados, desde oficiais da Força Aérea Brasileira a políticos de destaque nacional. Em comum, estava a busca pela segurança em um local confiável.

E assim o foi, ano após ano, década após década, que já ultrapassam 50 temporadas. Muita coisa mudou desde então. A Colônia agora é um hotel de destaque no litoral paranaense. O descampado deu espaço a piscinas e quiosques à beira-mar, que encantam

os veranistas. As atividades desenvolvidas pela Unidade foram ampliadas, tanto para beneficiar os hóspedes como a comunidade. O espírito de alegria e companheirismo, porém, continua o mesmo.

Atividades educativas, de ação social, esporte, saúde, cultura e lazer sempre foram motores de mudança. O Sesc Caiobá, mais do que um polo turístico, é um centro articulador de cidadania, que beneficia tanto veranistas como comunidade. O Sesc PR, em suas áreas de atuação, mostra toda sua diversidade e abrangência. f

1 – Excursionistas em Caiobá nos anos 1970

Arquivo Sesc PR

2 – Colônia de Férias Sesc PR, final da década de 1980

Arquivo Sesc PR

Poesia cantada

É assim

também na área de cultura do Sesc PR. A história é recente e aconteceu há pouco. A narradora também é nova, só tem 16 anos. Mas Giulia Vitória Proença Felix corre para lá e para cá carregando um violoncelo nas costas e acumulando experiências por onde passa.

Na maior parte do tempo, a história se passa em Maringá, sua cidade natal. Mas os contos já se espalhavam pelos municípios paranaenses de Matinhos, Califórnia, Curitiba e tantos outros. Parte deste desdobramento cabe ao Sesc, ou melhor, à música no Sesc.

Faz cinco anos que a jovem, com logos cabelos azuis, conheceu a música pelo Centro de Difusão Musical da Unidade Sesc Maringá, o CDM. Ela participa desde o início. O projeto, gratuito, leva música para mais de 150 crianças de escolas públicas do município com aulas de canto, coral e musicalização. Assim, o CDM trabalha com pessoas, tratando a música como ferramenta de socialização e desenvolvimento dos jovens.

Quando começou com as aulas de viola clássica, que depois se bifurcaram por outros instrumentos até escolher o violoncelo, a menina não sabia que iria chegar na Orquestra Filarmônica Unicesumar, a OFUC. Por sinal, os pais também não imaginavam esse desfecho, nem o restante da família. Ela começou aos poucos, pensando que como tinha tempo livre podia aproveitar para

1 e 2 – Apresentações dos alunos do Centro de Difusão Musical (CDM), do Sesc Maringá

Arquivo Sesc PR

2005

• Início ao projeto Pedalada Noturna – Sesc Paranaguá. Início do Projeto Sesc Cidadão – Sesc Portão. Início das obras da Unidade Foz do Iguaçu.

• O Projeto Educação e Cidadania recebe o Prêmio de Responsabilidade Social da Associação Comercial do Paraná.

O Sesc Triathlon Caiobá passa a integrar, como etapa regional do Paraná, o Circuito Nacional Sesc Triathlon.

Primeira realização dos Jogos Comerciários do Paraná –Jocom PR.

Fundação do site YouTube (14 fev.).

• Anúncio de parceria entre Google e Nasa para realização de pesquisa espacial (29 set.). Realização, no hospital de Amiens, na França, do primeiro transplante de rosto do mundo (30 nov.).

Denúncia do deputado Roberto Jefferson, em entrevista à Folha deS.Paulo , de um esquema de corrupção que ficou conhecido como Mensalão (6 jun.)

• Pedido de demissão do ministro José Dirceu, chefe da Casa Civil (16 jun.).

Decisão, em referendo, de que não haverá proibição da comercialização de armas de fogo e munição no Brasil (23 out.).

aprender algo novo. Agora a menina ajuda a ensinar. Não para e nem quer parar.

Ela tem seu próprio violoncelo, que carrega por toda parte, fazendo com que cada momento livre se transforme em momento de ensaio, inclusive em casa. No Sesc, está rodeada de colegas mais novos. Já na orquestra, ela é a caçula de um corpo de 65 músicos, sendo seis cellos. Se a entrada disputada na orquestra abriu uma nova visão da jovem para a música, o Sesc abriu seus olhos para o mundo. – No Sesc a gente aprende a viver em sociedade também, a gente tem mais cidadania, porque tinha muita gente que nem saía de casa antes de começar este projeto. E isso foi bom também. Quando a gente começou, tem uma convivência com pessoas da nossa idade. E agora na orquestra abriu uma visão nova [...] O Sesc abriu muitas portas para a gente. O pessoal que nunca imaginava que poderia fazer alguma coisa, o Sesc contribuiu para mudar isso. Não só a música faz isso, mas o Sesc deu um forte apoio para a gente continuar.

Em um dia típico, do colégio, ela segue para o Sesc, onde às vezes

assiste à aula com os alunos novos do CDM e em outras tantas auxilia as crianças. E eles ajudam também, é uma troca de saberes. Da Avenida Duque de Caxias, a menina segue para os ensaios da orquestra, em ritmo intenso que só se finaliza ali pelas oito da noite. Para quem começou a aprender música para ver como era, hoje a Giulia não consegue mais viver sem. Não vive mais sem música nem sem Sesc. Entre uma ida e outra para as apresentações do CDM, ensaios e estudos, a garota também participa de festivais. Como o Festival Tchaikovsky, que por dois dias lotou as fileiras do Teatro Calil Haddad, o maior da cidade de Maringá.

Não é exatamente uma surpresa. Maringá é conhecida como cidade-canção e o Sesc, neste município, transparece música, incentiva a formação musical e valoriza os instrumentistas.

O Centro de Difusão Musical é a base formativa, a atuação centrada em alunos de escolas públicas. É um projeto extenso, permitindo que os alunos conheçam, aprendam e se revezem nos instrumentos. Vale a pena. Giulia sabe disso, e os seus professores também.

Todos os choros são bonitos. Quem diz isso é Geraldo

Bitencourt, conhecido carinhosamente como Geraldinho do Cavaco. Ícone da música em Maringá, também é participante ativo do Femucic, o Festival de Música da Cidade Canção, promovido pelo Sesc Maringá desde 1977.

Prestes a completar sua 40ª edição, o Femucic atrai músicos e instrumentistas de todo o Brasil. Geraldinho já participou de várias edições. Ao longo dos anos, foram mais de dez músicas apenas de sua autoria, além daquelas outras tantas que integrou outros grupos. Suas canções estão em sete CDs do Festival. Os anos de dedicação à música aparecem aí. O amor à música é tamanho que até passou para o filho Juliano, que hoje segue os passos do pai.

Geraldinho é um paulista com alma maringaense. Quando chegou à cidade, ali pelos seus 12 anos, já gostava de tocar

cavaco. Tinha sensibilidade. É músico. E, brasileiro que é, foi ao mesmo tempo engraxate, colheu arrobas e arrobas de algodão em Assaí, foi balconista e pintor. E segue músico, inspirando gerações.

Inspirou o Juliano, que herdou o pandeiro de seu tio Zé, mas acompanha o pai no Femucic e pela vida. O filho, quatro décadas mais novo, é mais dado ao samba. Fez abertura do show do Soweto e até foi convidado para se mudar para o Rio de Janeiro e integrar a Mangueira. O pai, senhor que é, acompanhou Sílvio Caldas e Cauby Peixoto. A dupla é afinada, é samba e choro que não falta história.

O Sesc Maringá proporciona encontros de vida e parcerias entre músicos. Além do Festival, pai e filho já participam de rodas de choro pela Unidade, foram até os estudantes para apresentar o

Apresentação de Geraldinho do Cavaco e seu filho Juliano no Femucic. Maringá, 2016

Primeiro compositor russo a conquistar fama internacional, nascido em São Petersburgo, 6 de novembro de 1893, Tchaikovsky compôs sinfonias, concertos, óperas e balés, sendo que algumas das suas obras estão entre as mais populares do repertório erudito, como: “Lago dos Cisnes”, “Bela Adormecida” e “O Quebra Nozes”.

2006

• Inauguração do Centro de Atividades em Ivaiporã. O Sesc começa a promover, junto com a prefeitura municipal, o Festival Jacarezinhense da Canção (Fejacan).

• Anúncio, pela polícia norueguesa, da recuperação de obras do pintor Edvard Munch que haviam sido roubadas em 2004, incluindo a famosa tela Ogrito (31 ago.).

• Voo espacial do tenente-coronel Marcos Pontes, da Força Aérea Brasileira, o primeiro brasileiro a participar de uma missão aeroespacial (30 mar.).

• Aprovação da Lei Maria da Penha, aumentando o rigor na punição de agressões às mulheres (7 ago.).

Compra da canadense Inco pela Vale do Rio Doce, que se torna a segunda maior empresa mineradora do mundo (24 out.).

Femucic nas Escolas e, repetidamente, contribuem para a difusão da música brasileira.

Em tempo, Juliano costuma dar autógrafos para a criançada durante essas incursões e repara na atenção e respeito que os pequenos têm pela música instrumental. É a curiosidade, diz Geraldinho.

O Sesc, através de seus projetos, constantemente modifica a vida – e o olhar sobre a vida –daqueles que o integram. Seja no campo da cultura, do esporte, da saúde ou educação, a Instituição revela ao seu público a possibilidade de ir além ou de encontrar seus próprios caminhos.

Geraldinho entende que as rodas de choro são mais que música, são fontes de relacionamentos entre amigos. O Femucic expande suas fronteiras para além dos dias do

Festival, como um ambiente propício para trocas e intercâmbios profissionais.

Todos os choros são bonitos. Mas para Geraldinho, o mais bonito deles é “Entardecer em Maringá”, que compôs para participar da 25ª edição do Femucic, de 2003. Na época, o pessoal do Sesc palpitou o título da canção. O nome pegou.

O Vieira, do Sesc Maringá, foi o autor do palpite. Mais ainda, ele ajudou a construir o projeto Femucic há 40 anos.

Ele não é da área de cultura. Nem de música. Mas como gestor do Sesc, nesta Instituição tão múltipla como diversa, aprendeu muito. Nos caminhos do Paraná da década de 1970, soube da ação comunitária, a filosofia das Unidades Móveis de Orientação Social, as Unimos.

Antonio Vieira tinha seus

vinte anos. Já na Unidade de Maringá, alguns anos mais tarde, cresceu junto com o Femucic, o Festival de Música da Cidade Canção. Mais ainda, deu asas para o CDM, Centro de Difusão Musical, bem como para tantas outras ações. É inspirador.

A história, ele sabe de cor e salteado. O festival musical começou em 1977 e, apenas por aquele ano, chamou-se FemuSesc. Era um festival de música popular brasileira, cantada. Já começou bonito e antenado com a época em que o Brasil vivia, até com material censurado pelos militares. No ano seguinte, já como Femucic, o evento passa também a comportar música instrumental.

O festival, ano após ano, ganhava fôlego. No fim dos anos 1980, teve seus primeiros registros gravados em LPs. Foi um sucesso. Na época, era um festival de caráter competitivo e se cobrava ingresso da plateia. Também recebia grandes atrações para a abertura, como Toquinho e outros expoentes musicais. O público, ao prestigiar um grande nome da cena musical nacional, acabava por conhecer as músicas autorais dos demais artistas presentes. Naquele início, foi uma boa

1 – Atividade do Femucic nas escolas. Maringá, 2016

Ivo Lima

2 – Cartaz do evento Femucic em sua 1ª edição, ainda chamado de FemuSesc. Maringá, 1977

Arquivo Sesc PR

3 – Coral da Universidade Estadual de Maringá (UEM) participa do evento. Maringá, 1977

Arquivo Sesc PR

4 – Dorival Torrentes e Grupo. Maringá, 1977

Arquivo Sesc PR

5 – Grupo Pano de Boca. Maringá, 1977

Arquivo Sesc PR 3 4 5

2007

• Primeira Maratona Internacional das Águas.

Início das obras de revitalização da Colônia de Férias, em Caiobá.

Inauguração da Unidade Foz do Iguaçu (10 maio).

Lançamento do Google Street View (25 maio).

Início das operações do YouTube em outros idiomas além do inglês, incluindo o português (19 jun.).

• Lançamento do iPhone pela Apple (29 jun.).

Lançamento do Google Sky (23 ago.).

• Venda da Varig para a Gol Transportes Aéreos (9 abr.).

Início das transmissões da televisão digital em São Paulo e região, juntamente com a inauguração da TV Brasil (2 dez.).

forma de divulgar o projeto para a comunidade. A disputa entre as músicas – e músicos – era acirrada. Mas a competição não é, nem nunca foi, um dos objetivos do Sesc PR. Era preciso mudar.

No começo dos anos 1990, o festival entrou em um processo de mudança, deixando de ser competitivo e tendo caráter de mostra. Em 1993, foi a primeira experiência do festival como mostra musical. Era uma época de tentativas. Surgiu até, em um dado momento, a proposta de estilizar um novo Woodstock. A ideia não foi para frente, mas ampliou os horizontes. Era tempo de incluir dias temáticos, com gêneros musicais diferentes. Liberdade de escolha na mostra musical, que neste momento, em vez de premiações, oferecia ajuda de custo aos participantes.

A ideia de mostra musical não competitiva acabou sendo exportada para os outros Departamentos Regionais e, sendo incorporada pelo Sesc como um todo, tornou-se

nacional. A integração entre as diferentes culturas regionais e esse intercâmbio, manifestadas através da música, só pôde se beneficiar neste processo.

Mas a história não para aí. A partir de 2007, foi iniciado também o Femucic nas escolas, levando os músicos inscritos para o contato direto com as crianças. Lá ficam eles, com instrumentos musicais, deixando as crianças silenciosamente encantadas. É curiosidade.

Instrumento pequeno, elas acham que é de brinquedo. Vieira gosta da história, nós também. É poesia cantada.

A trajetória da área de cultura no Sesc PR, porém, percorre todo o estado. Passa pelas mostras de teatro de Paranavaí, pelo fomento à cultura popular na região litorânea, pela música, artes visuais e tantas outras linguagens.

Também pelos caminhos da Unimos na Lapa, Palmeira e Araucária, o Sidail César de Oliveira, que já era músico, enveredou para a área da Cultura do Sesc PR nos anos 1970. Lá

permaneceu por mais de três décadas. E de lá, das atividades culturais do Sesc Água Verde e do Sesc da Esquina – onde era responsável pelo som e luz do Teatro – que estão boa parte de suas memórias.

Uma de suas boas recordações é o lançamento do livro de poesias SangraCio , em 1981, com a presença do renomado poeta paranaense Paulo Leminski, além de outros artistas, no Centro de Atividades João Daudt d’Oliveira. Para divulgar os eventos, Sidail e os colegas colocavam o equipamento de som na capota da Brasília, que era o veículo da época, e rodavam o bairro Água Verde, atraindo

público variado. Eram tempos de aprendizado, do saber pela prática e também da descoberta dos anseios da população paranaense na área de cultura.

Também neste centro de atividades, nos meados da década de 1980, a equipe de cultura do Sesc PR projetava filmes para crianças e adultos. O projetor de 16 milímetros, que resiste ao tempo e à história, está hoje no acervo do Museu Fecomércio. As sessões, sempre marcantes, abarcavam desde a Mostra do Cinema Novo – com filmes como Arraial do Cabo e Chuvas de Verão – até películas voltadas para o público infantil e, por si

Grupo de Choro Época de Ouro em apresentação no Sesc Água Verde, Curitiba, anos 1980

Festival Woodstock

Conhecido como um dos momentos icônicos da história da música popular, o Festival, realizado em 1969, nos Estados Unidos, reuniu mais de trinta músicos reconhecidos da época que se revezaram em um final de semana de apresentações para um público estimado de 400 mil pessoas.

Arquivo pessoal Sidail Cesar

• Inauguração do Sesc Palmas (25 jun.), do Centro Esportivo em Paranavaí (26 jun.) e dos Núcleos de Atendimento em Santo Antônio da Platina e União da Vitória.

• Renúncia à presidência e ao comando das forças armadas de Cuba por Fidel Castro (19 fev.).

Disponibilização pública dos arquivos do Vaticano sobre a Inquisição no século XVI (26 fev.).

• Afastamento de Bill Gates, da Microsoft, para se dedicar à filantropia (27 jun.).

Lançamento do navegador Google Chrome (2 set.).

• Lançamento do sistema operacional Android, pela Google (28 set.).

Recuperação das pinturas

Retrato de Suzanne Bloch , de Pablo Picasso, e O lavrador de café , de Cândido Portinari, que haviam sido roubadas do Masp no final de dezembro (8 jan.).

Anúncio da fusão dos bancos Itaú e Unibanco (3 nov.).

só, também guardam memórias. Sidail lembra-se bem do dia em que a exibição do filme Memórias do Cárcere provocou um grande susto na equipe técnica, quando foi constatado que o rolo que recebia o filme era maior do que o outro. Particularidades da época, que hoje se perderam frente à tecnologia digital.

Mas o fortalecimento da tecnologia a partir dos anos 1990 também trouxe boas memórias, especialmente no campo da cultura paranaense. Nessa época, Sidail já andava animado pelas coxias do Teatro do Sesc da Esquina, também em Curitiba, contribuindo para a realização de shows musicais de artistas como Belchior, Os Cariocas, Diana Pequeno, Nando Reis e até mesmo Marisa Orth, até então não

muito famosa, na época em que ela cantava na Banda Luni. Além da música, ocorriam também encontros de corais – que incluíram gravação de CD –muito teatro e literatura como parte da programação.

Neste último campo, figuras literárias como Nélida Piñon, Afonso Romano Sant’Ana, Miguel Sanches Neto e José Castello já circulavam pela Feira do Livro, que posteriormente veio a ser chamada de Semana Literária e que em 2018 completa sua 37ª Edição. Por sinal, esse evento pode ser considerado o maior da literatura paranaense, pois ocorre simultaneamente em mais de 20 cidades do Paraná.

Para quem, como Sidail, era um músico formado na área de letras, não havia lugar melhor

para se estar. Se pessoalmente essa era uma atividade interessante, para a equipe da área de cultura era muito mais. Além de organizar e assistir a essas apresentações, quem trabalhava na montagem e produção dos espetáculos adquiria um conhecimento inestimável, que

preparava para o planejamento e a execução de eventos de todos os portes. Em tempo, na área de cultura, esporte, saúde, lazer e ação social, a habilidade para organização de grandes eventos é uma constante no trabalho do Sesc PR.. f

1 – Projeção de filmes em atividade do Sesc Água Verde, Curitiba, anos 1980

Arquivo pessoal Sidail Cesar

2 e 3 – Público prestigia apresentações do Teatro

Sesc da Esquina, Curitiba, na década 1980

Arquivo Sesc PR

2009

• Inauguração das Unidades

Paço da Liberdade (Curitiba – 29 mar.), Pato Branco (10 nov.) e do Núcleo Sesc/Senac Colombo. Início das atividades do Colégio Sesc São José.

• 1.ª Mostra Sesc de Artes Universitárias no Sesc da Esquina (20-22 nov.).

Começa a ser realizado o projeto Educação Patrimonial – Paço da Liberdade, que em 2011 é indicado para o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Posse de Barack Obama na presidência dos Estados Unidos (20 jan.).

Anúncio de fusão da Porsche com a Volkswagen (6 maio).

Compra da Marvel Entertainment, com seu catálogo de mais de 5.000 personagens, pela Walt Disney Company, por US$ 4 bilhões (31 ago.).

Fusão das empresas Sadia e Perdigão cria a gigante Brasil Foods S.A. (19 maio).

Histórias Cruzadas

Em diferentes momentos, a história do Sesc entrou na própria história daqueles que participam desta Instituição. Por vezes, fazendo jus às peculiaridades da vida, essas relações são percebidas apenas muito tempo depois. Quando, ainda guri, Carlos Alberto Sotti de Lopes seguia de trem de Irati para Ponta Grossa – cidade onde moravam sua avó e sua madrinha – ele não sabia que, décadas mais tarde, aquela estação continuaria fazendo parte de suas memórias. O tempo passou. A recordação, guardada dos momentos na estação ao lado da madrinha, do pipoqueiro e das demoradas férias escolares, deu espaço a novas lembranças. Décadas mais tarde, ele vê a Estação Saudade sendo transformada em Unidade Sesc em Ponta Grossa. Quando finalizada a revitalização, esse será mais um centro cultural da Instituição que une história e modernidade, ao lado do Paço da Liberdade e do Cadeião Cultural, respectivamente em Curitiba e Londrina. A população dos Campos Gerais terá um novo centro de referência na área de cultura.

No centro da cultura

O Paço da Liberdade, importante edificação que comemorou seu centenário em fevereiro de 2016, é um marco histórico da cidade de Curitiba e da valorização da identidade coletiva local. Projetado para abrigar a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores, sua finalidade por mais de 50 anos, o Paço também foi sede do Museu Paranaense por quase três décadas, mas com o passar do tempo, a edificação foi sendo deteriorada. Em 2006, o Sesc assumiu a responsabilidade por sua conservação,

restauro e revitalização, devolvendo o edifício para a população curitibana em 2009, em um processo constante de promoção de atividades e ações culturais.

Patrimônio cultural tombado nas três esferas – federal, estadual e municipal –, ao longo dos anos o Paço da Liberdade se constituiu como palco da história desta cidade e também da memória coletiva de seus moradores. O Paço, além de vasta programação musical, com shows e concertos,

promove também mostras de cinema, exposições, debates e palestras sobre os mais variados campos culturais, contando também com livraria, biblioteca e estúdio musical aberto para ensaio e gravações. Para comemorar seu centenário, foi publicado o livro Impressões:diáriosgráficosdoPaçodaLiberdade ,

produzido com desenhos de alunos do curso de arquitetura e design da Universidade Federal Tecnológica do Paraná ilustrando o edifício. O Sesc Paço da Liberdade faz parte de Curitiba e de todos nós.

O Sesc Cadeião Cultural, em Londrina, é outro exemplo de democratização da cultura

Ivo Lima

Ivo Lima

1 – Estação Saudade, em Ponta Grossa, em processo de revitalização pelo Sesc PR para abrigar nova unidade cultural da Instituição

2 – Sesc Paço da Liberdade, em Curitiba

• Começa a ser realizado o projeto Autores & Ideias.

Lançamento do iPad, pela Apple (27 jan.).

Eleição de Dilma Rousseff para a presidência do Brasil (31 out.). Divulgação dos primeiros dados definitivos do Censo 2010 pelo IBGE apontam que a população brasileira é 190.732.694 habitantes (29 nov.).

oferecido pela Instituição. Com uma programação extensa nas áreas de cinema, teatro, música, literatura e artes plásticas, além de palestras e debates voltados para temáticas locais, o Cadeião foi inaugurado em 2014 e já está consolidado como espaço cultural de referência no norte paranaense. Edificação construída na década de 1930 para abrigar a cadeia pública do município, função que cumpriu por mais de 50 anos, o Cadeião da Rua Sergipe, como era popularmente conhecido, ficou fechado por duas décadas antes do início do processo de revitalização proporcionado pelo Sesc PR.

Domingos Pellegrini, escritor londrinense, escreveu o livro A artedatransformação , relatando sua experiência como repórter policial na Folha de Londrina – inclusive entrevistando detentos nesta cadeia pública – e as transformações que aconteceram neste espaço. Nos anos 1990, o governo tentou demolir o prédio, após a transferência dos presos para outro local. Não conseguiu. Houve resistência liderada pelo arquiteto e professor da Universidade

Estadual de Londrina (UEL) Marcos Barnabé. Alunos e comunidade participaram. O escritor também. O livro, que conta sobre essas transformações, foi lançado na inauguração do Sesc Cadeião Cultural, no dia do aniversário de Londrina, 10 de dezembro.

O jornalista Walter Xavier, diretor de Relações Institucionais da Fecomércio, observa o processo de ocupação cultural das cidades de forma muito positiva. Natural de Ibaiti, interior do Paraná, sente-se orgulhoso de fazer parte do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR. Lembra ele que o Sesc é uma Instituição que olha para o passado, para realizar com mais qualidade no presente e enxerga no horizonte novos caminhos para continuar a escrever sua história. Com essa perspectiva, o Sesc observa as cidades, o seu desenvolvimento sustentável, as questões sociais emergentes e a importância de tornar (as cidades) mais humanas e convidativas para a apropriação cidadã.

Nas últimas décadas, as cidades evoluíram e se complexificaram, alterando as expectativas e necessidades das pessoas. É nas cidades que se configuram os tempos sociais, onde a vida ganha sentido diariamente. Transformar as cidades, esse é o sentimento, e o Sesc fez, faz e continuará a fazer. Basta olhar para a restauração e instalação de centros culturais

nos últimos anos. Comenta Xavier:

– Com a instalação do Paço da Liberdade, em Curitiba, e Cadeião Cultural em Londrina, edificações localizadas nas áreas centrais dessas cidades, certamente houve verdadeiras transformações e melhorias urbanas, criando ótimos locais para a cultura, lazer e entretenimento das pessoas.

1 – Sesc Cadeião Cultural, Londrina Ivo Lima

2 – Capa do livro A artedatransformação , de Domingos Pellegrini

Arquivo Sesc PR.

Redes solidárias

Na

década

de 1980, uma nova Unidade do Sesc começava a brotar em Curitiba, no encontro da Alameda Augusto Stellfeld com as Ruas Professor Fernando Moreira –também conhecida como Rua dos Chorões – e Visconde do Rio Branco. Nesse cruzamento, passa todos os dias o expresso, ou o biarticulado, ou ainda o vermelhão, como é conhecido o ônibus sanfonado que atravessa a cidade de Curitiba. Bem na esquina havia um canteiro de obras, que pouco tempo depois, em 1985, daria vida à Unidade Sesc da Esquina.

No período da construção, diariamente andava por ali Alex Jorge Nakoneszen, que na época tinha seus quase 40 anos. Ele trabalhava como encarregado de manutenção em uma escola

de idiomas e fazia esse caminho para almoçar na Unidade Sesc Centro, lá na Rua José Loureiro. O Alex sempre se perguntava: “quando ficará pronto”? Até que resolveu perguntar para um operário da obra:

Então, quando fica pronto?

Tão logo ficasse pronta a nova e moderna unidade, Alex teria uma opção mais próxima do trabalho para fazer as refeições. E por falar nisso, foi através do restaurante que ele conheceu o Sesc.

– Minha empresa oferecia

cesta básica ou almoço no

1 – Sesc da Esquina, em Curitiba Ivo Lima

2 – Restaurante do Sesc Centro, em Curitiba

Arquivo Sesc PR

2011

• Começa a ser realizado o programa Contraturno, mais tarde denominado Futuro Integral.

1.º Festival Palco Giratório –edição Paraná (2-27 ago.)

Realizado em Caiobá o 1.º Fórum Social de Educação do Sesc PR (25-26 out.) – evento que depois passou a se denominar Vivência Autoral.

Inauguração do Sesc Caiobá – Centro de Turismo e Lazer, antiga Colônia de Férias (16 dez.).

• Compra do Skype, pela Microsoft, por US$ 8,5 bilhões (10 maio).

Anúncio, pela Organização das Nações Unidas (ONU), de que há 7 bilhões de habitantes no planeta (31 out.).

Reconhecimento unânime, pelo Supremo Tribunal Federal, dos direitos dos casais homossexuais, permitindo legalizar sua união estável (5 maio).

Sesc, e pra mim era mais interessante ter o almoço pronto, com cardápio variado e comida muito boa!

Hoje, aos 72 anos e já aposentado, ele continua a almoçar no Sesc todos os dias. Por volta das 11 horas da manhã, de segunda a sexta-feira, no Sesc da Esquina, antes que se forme aquela fila para o almoço, ele já está à espera do restaurante abrir.

– O Sesc fornece quase tudo que as pessoas precisam, mas o restaurante é primordial! Olha, aqui no restaurante tudo é bom, é uma comida saudável, tem nutricionista e higiene, você não come a mesma coisa todos os dias. Eu não troco a comida do Sesc!

Alex sorri e, em seguida, tira uma história do fundo do baú:

- Ah, eu não contei uma boa! A primeira cozinheira aqui do Sesc da Esquina era uma alemã, a Gertrudes, a famosa Gertrudes. Famosa porque tinha fama de ser brava. Ela era uma excelente cozinheira, mas levava as coisas muito a sério. Um dia resolvi dizer

pra ela que faltou sal no feijão, mas ela pegou uma panela e saiu atrás de mim: Nesta cozinha mando eu, não aceito palpiteiro!

Em seguida, os dois se puseram a rir da situação e se tornaram bons amigos. Dizem que as refeições unem as pessoas e no Sesc PR não é diferente. Os 11 restaurantes distribuídos em todo o estado podem ser considerados locais de convivência. O programa de alimentação é um dos mais importantes serviços colocados diariamente à disposição dos comerciários e de seus dependentes. O serviço tem como premissa oferecer um cardápio variado, seguro, saudável e nutricionalmente equilibrado. Em 2016, foi servido mais de 1 milhão de refeições.

A preocupação do Sesc com a melhoria da qualidade de vida da população através da alimentação e saúde é contínua. É o caso do Mesa Brasil, que combate a fome e o desperdício através da estruturação de redes de distribuição e coleta de alimentos, voltadas para o atendimento da população em situação de vulnerabilidade social e econômica. São redes que valem a pena.

Carlos Beal, diretor comercial e um dos proprietários da Cia Beal de Alimentos, empreendimento familiar do segmento varejista com trajetória no Paraná há mais de 40 anos, relembra:

– Nosso relacionamento com o Sesc vem de longa data, começou na cidade de Cascavel, oeste do Paraná, e depois em Curitiba.

Na mesa redonda do escritório, Beal nos contou sobre o apreço e admiração que tem pelo trabalho que o Sesc desenvolve em todo o Paraná.

– O patrimônio que o Sesc oferece aos comerciários e à comunidade em geral não é apenas físico, com suas instalações, mas um patrimônio simbólico por meio

de conteúdos, informação, educação e cultura, contribuindo para o crescimento da sociedade. É um trabalho que merece ser aplaudido.

Os funcionários do grupo são incentivados a utilizar as estruturas e serviços ofertados pelo Sesc. Beal faz questão de enfatizar:

– Todos os nossos colaboradores têm a carteirinha, temos participado ativamente das atividades.

Atualmente, a empresa conta com cinco lojas em Cascavel e outras sete em Curitiba, com cerca de 2.300 colaboradores. Mesmo em um ano em que o Brasil passa por dificuldades econômicas, a rede varejista se expandiu e inaugurou duas novas lojas em Curitiba, gerando emprego e renda para muitas famílias. O crescimento e comprometimento do grupo com a sociedade vai além da abertura de lojas e geração de postos de trabalho. O empreendimento familiar, gerido por cinco irmãos, é também um grande incentivador e colaborador do programa social Sesc Mesa Brasil.

Almoço em restaurante do Sesc PR em época natalina. 1977

Arquivo Sesc PR

Este projeto fundamenta-se no princípio de que a alimentação

2012

• 1.º Encontro Sesc de Artes Visuais de Curitiba.

1.º Paraná Junino.

Reinauguração, após reforma, da capela ecumênica localizada no Sesc Caiobá.

Realização do 1.º Congresso Estadual do Idoso.

Início das ações do Centro de Difusão Musical (CDM) no Sesc Maringá.

Início do projeto Olhar Paraná, que conjuga exposições artísticas itinerantes e ações educativas.

é um direito fundamental de todo o cidadão. Trata-se de uma ação com grande envergadura que movimenta empresas e instituições paranaenses em torno da mesma causa: garantir a quem mais precisa o acesso à alimentação. O empresário demonstra conhecimento sobre o processo que envolve o programa que redistribui alimentos próprios para o consumo de quem necessita.

– O Mesa Brasil é um projeto que nós temos um carinho muito grande. O trabalho é realizado com compromisso e seriedade. [...] Nós cedemos os produtos e o Sesc faz todo o trabalho: coleta, transporte, separação, classificação, armazenagem e redistribuição

para entidades sérias que possam fazer bom proveito desses produtos.

É isso mesmo: os alimentos percorrem um processo bastante organizado para chegar ao prato de muitas pessoas. O empresário complementa que as duas novas lojas recém-inauguradas já são pontos de coleta, e também acrescenta:

– Nós temos conhecimento do quanto este trabalho é feito com compromisso e zelo, então o Mesa Brasil só tem que avançar, é um projeto bonito que cada vez mais precisa ser incentivado. O que o empresário precisa é de parceiros sérios, num país tão desigual como o Brasil, com tanta

injustiça. O Sesc demonstra como fazer um trabalho social com seriedade e compromisso.

Quando Euclides Nora chegou a Curitiba, ainda na década de 1960, trazia consigo mais do que os ensinamentos do seminário que frequentou e as técnicas do Serviço Social. Em sua bagagem, trouxe a memória viva de Iomerê, sua terra de origem no oeste catarinense, e muita disposição para o trabalho de ação social. Não é uma tarefa fácil. Assim como seus antepassados italianos, que adentraram o Sul do Brasil na época da Guerra do Contestado, Euclides também precisou desbravar caminhos novos para o trabalho com grupos em situação de vulnerabilidade social.

É no Patronato Santo Antônio, no município de São José dos Pinhais, que toda essa ação é colocada em prática

diariamente. Instituição filantrópica de assistência social, desde 1949 atende crianças e adolescentes em suas necessidades básicas, além de oferecer oportunidades de formação e desenvolvimento. Euclides integra esse grupo desde 1967. Para complementar a educação formal, lá são ofertadas atividades de música, teatro, dança, informática, artesanato, pintura, serviço social e reforço escolar, permeadas por cursos de aprendizagem voltados para o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. Atualmente, são 600 jovens com idades que variam de cinco a dezoito anos que integram a Instituição, administrada pela Congregação das Irmãs do Divino Salvador.

O Patronato Santo Antônio é uma das instituições receptoras atendidas pelo Mesa Brasil e que participa do programa desde seu início, em 2003. As

1 – Homenagem a doadores do Mesa Brasil no Sesc da Esquina. Curitiba, 2016

Arquivo Sesc PR

2 – Apresentação musical no Patronato Santo Antônio, em São José dos Pinhais, Instituição atendida pelo Mesa Brasil

Arquivo pessoal Euclides Nora

• Inauguração da Unidade Integrada Sesc/Senac Ivaiporã – a primeira unidade integrada do Brasil (10 maio).

Renúncia ao pontificado por Bento XVI (28 fev.), que é substituído pelo cardeal jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio, eleito como o papa Francisco (13 mar.).

Compra do jornal Washington Post o segundo mais importante dos Estados Unidos, por Jeff Bezos, presidente da Amazon (6 ago.).

Visita do papa Francisco ao Brasil, em sua primeira viagem apostólica internacional (22-28 jul.).

doações intermediadas pelo Sesc efetivamente contribuem para a manutenção deste programa de ação social, pois na medida em que o Sesc direciona os alimentos semanalmente para o Patronato, este proporciona refeições diárias e de qualidade para os jovens.

Para Euclides, a forma pela qual o Sesc participa na vida do Patronato Santo Antônio tem um caráter transformador por duas razões. Em vez de utilizar recursos financeiros para aquisição de alimentos, a Instituição assistencial pode investir na melhoria do padrão dos serviços destinados a essas crianças e atua também ao proporcionar uma alimentação diversificada e de qualidade aos jovens. Além de itens alimentícios, outros produtos também são disponibilizados, como aqueles de higiene e beleza.

Como foi importante aquilo para as crianças. Algumas nunca tinham usado pasta de dente e escova de dente. Aprenderam a usar e passaram a usar regularmente. E o ponto de partida foi aquela ajuda que o próprio Sesc propiciou.

Mesa Brasil

A articulação envolve 250 instituições doadoras cadastradas e 710 receptoras em sete municípios paranaenses: Curitiba, Francisco Beltrão, Cascavel, Londrina, Guarapuava, Campo Mourão e Maringá. É um compromisso social e institucional do Sesc para atender a população baseado em uma ideia simples: “busca onde sobra, entrega onde falta, agregando valor nutricional às refeições que são servidas em centenas de entidades assistenciais, não permitindo que alimentos ainda próprios para o consumo tenham como destino o lixo”. O projeto chegou por intermédio do Departamento Nacional e acontece no Paraná desde 2003.

O trabalho desenvolvido pelo Patronato tem um impacto grande na vida dos jovens que acolhe e atende, bem como nas próprias famílias, pois atua fortemente no processo de formação, de cuidado e desenvolvimento destas crianças e adolescentes. Quanto aos eixos familiares, a atuação também é reforçada:

– São as crianças que fazem as mensagens para os pais – explicam como deve ser a família, como deve ser o comportamento dos pais em relação aos filhos – através do teatro, coreografias, canto. Desse conjunto todo de atividades, as crianças mostram para os seus pais como as coisas são e como funcionam.

[...] O Sesc criou um espaço para o crescimento. Foi uma

das coisas mais bonitas que eu vi. Um gesto solidário de empresários, em uma teia de organizações empresariais que, graças à iniciativa do Sesc, está chegando às unidades que precisam de aporte e de apoio, não só para sobreviver, mas também para poder crescer, se expandir e melhorar o seu trabalho.

São parcerias de sucesso, sempre em prol de um objetivo comum: oferecer o melhor para a comunidade. O Mesa Brasil é, acima de tudo, uma rede de solidariedade. f

Representantes das empresas doadoras do Programa Mesa Brasil Sesc da Esquina, em Curitiba

Acervo Sesc PR

Pelos caminhos do Paraná

A relação

entre Sesc

PR e empresários do comércio de bens, serviços e turismo é construída de diversas formas. São 70 anos de relacionamento contínuo e próximo, expandindo horizontes, tendo em perspectiva, principalmente, o desenvolvimento humano e social dos paranaenses nas cidades onde o Sesc está presente e no movimento de expansão projetado para os próximos anos. Aliás, desde a sua criação, o Sesc PR fundamenta todas as suas ações no desenvolvimento de

pessoas, zelando pelo bem-estar social e pela qualidade de vida do seu público preferencial e da sociedade como um todo.

Esse investir no desenvolvimento de pessoas e cidades aproxima Sesc e empresários. A cada ano, a Instituição direciona recursos para a implantação de equipamentos socioculturais que possibilitem ao conjunto da sociedade se desenvolver com mais qualidade. Afinal, estamos em uma sociedade que muda a cada

Reunião do Conselho da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Paraná. Curitiba, agosto de 2017

Bruno Tadashi

• Inauguração da Unidade Integrada Sesc/Senac Jacarezinho (14 nov.).

Inauguração da Unidade Sesc Cadeião Cultural (10 dez.).

Inauguração da Unidade Integrada Sesc/Senac Medianeira (19 dez.).

Anúncio da compra do WhatsApp pela Facebook, por US$ 16 bilhões (19 fev.).

Incorporação da Nokia à Microsoft (25 abr.).

• Encerramento da rede social Orkut (30 set.).

Retomada das relações entre Estados Unidos e Cuba após cinco décadas (17 dez.).

• Início da Operação Lava Jato pela Polícia Federal (17 mar.). Exibição do último episódio da série Agrandefamília , da Rede Globo, apresentada por 13 anos (11 set.).

• Derrota do Brasil para a Alemanha, por 7 a 1, na semifinal da Copa do Mundo de Futebol do Brasil (8 jul.).

dia, inclusive em suas formas de circulação de experiências, sob o impacto da velocidade e da quantidade de informações que transitam cotidianamente por nossas vidas. Por isso, a parceria entre Sesc e empresários é fundamental, em busca de caminhos para integrar esse impacto da modernidade

em uma série de programas, projetos e serviços oferecidos diariamente nas suas instalações, na atuação direta nas empresas do comércio e no trabalho de ação social realizado nas cidades onde não está presente com equipamento físico.

O projeto BiblioSesc é um dos exemplos de atuação institucional, social e de relacionamento com empresários e poder público nas cidades onde o Sesc não mantém unidade instalada. Uma biblioteca móvel leva para esses municípios um acervo de três mil títulos, incentivando o hábito da leitura e consolidando a intenção conjunta de instituições públicas e privadas de contribuir no desenvolvimento da sociedade. Atualmente, são três bibliotecas móveis percorrendo o Paraná.

Nesta mesma linha de atuação, o OdontoSesc percorre cidades do interior do estado com duas unidades móveis, tripuladas por profissionais da área e equipadas com consultórios odontológicos para o atendimento do público. Esse projeto tem uma dimensão para além de procedimentos clínicos, como diagnóstico, prevenção e tratamento, também levando à população ações educativas concretizadas em campanhas, oficinas e outras atividades voltadas à saúde bucal.

A Unidade Móvel de Saúde da Mulher é outro projeto itinerante que oferece gratuitamente serviços de prevenção e orientações visando contribuir com

a qualidade de vida da mulher paranaense.

O programa Mesa Brasil é outra atividade Sesc PR que sedimenta o relacionamento com o empresário em torno de uma causa social: diminuir o desperdício de alimentos e garantir alimentação saudável a quem tem dificuldade de acesso a ela.

1 – Rodada de negócios da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios (CMEG).

Curitiba, abril de 2017

Bruno Tadashi

2 – Visita de comitiva de Bela Vista do Paraíso à Fecomércio PR para discutir a futura instalação de nova unidade cultural nesse município. Curitiba, agosto de 2017

Bruno Tadashi

3 – Carreta Móvel Sesc PR em ação: BiblioSesc

Ivo Lima

4 – Carreta Móvel Sesc PR em ação: OdontoSesc e Sesc Saúde Mulher

Ivo Lima

5 – Sala de exame preventivo, da Unidade Móvel de Saúde da Mulher

Ivo Lima

BiblioSesc, OdontoSesc, Unidade Móvel de Saúde da Mulher e Mesa Brasil estão

2015

• Realizado pela primeira vez o projeto Arte da Palavra: Programa Sesc de Criação Literária.

Acolhimento, pela Câmara dos Deputados do Brasil, de pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. (2 dez.).

2016

Comemoração do centenário do prédio histórico onde está instalado o Sesc Paço da Liberdade (24 fev.).

Inauguração da Unidade São José dos Pinhais (25 nov.).

• Visita histórica do presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, a Cuba. (21 mar.).

Aquisição da Linkedin pela Microsoft, por US$ 26,2 bilhões (13 jun.).

Referendo popular conhecido como Brexit decide que o Reino Unido se retire da União Europeia (24 jun.).

Canonização de Madre Teresa de Calcutá pelo papa Francisco (4 set.).

• Indicação do português António Guterres como novo secretário-geral das Nações Unidas – o primeiro lusófono no cargo (6 out.).

entre as realizações do Sesc PR que costuram um relacionamento cada vez mais firme com os empresários do estado no contexto de uma crescente atenção ao bem-estar dos colaboradores e ao desenvolvimento – deles e de sua família.

Trata-se de uma nova perspectiva de gestão, com ênfase no social, lembra o executivo

Dieter Lengning, que dirigiu a Instituição no período 20142016:

– Há uma preocupação do empresário com as pessoas e a oportunidade do Sesc de ajudar esse empresário a desenvolver essas pessoas. Seja por um programa de atividades dentro da empresa, seja por estimular os funcionários a participarem de alguma atividade na Unidade Sesc. Esta é uma nova visão empresarial. Tenho notado nestes últimos cinco anos que tem vindo uma classe nova para o mercado. Não necessariamente jovens ou ligados a este processo de evolução da tecnologia da informação, mas com raciocínio moderno. São empresários que se dão conta de que o mundo, o Brasil, está se transformando e isso exige a transformação do empresário.

– O que quero dizer com isso? Esses empresários começam a pensar mais em aspectos ligados à qualidade de vida das pessoas.

Esse é também o pensamento de Jeroslau Pauliki, fundador do grupo Mercado Móveis, empresa de varejo com 40 anos de existência. Com matriz em Ponta Grossa e mais de dois mil colaboradores, essa rede está presente em várias cidades do Sul do Brasil. Pauliki incentiva seus funcionários a participarem da programação e usufruir de serviços do Sesc PR:

– As ações do Sesc são desenvolvidas para funcionários na empresa e também fora dela, como os Jogos Comerciários, de que participamos desde 2006.

Aliás, o grupo MM possui uma vasta coleção de troféus de futebol de salão dos Jogos Comerciários na portaria da

empresa e o Sesc sempre esteve presente na vida do empreendedor Pauliki. Porém, engana-se quem pensa que seu conhecimento da Instituição é apenas como empregador. Com um sorriso no rosto, ele conta dos primeiros tempos em Ponta Grossa, vindo de Arapoti. Na década 1970, Pauliki passou sua lua de mel no Sesc Caiobá. E também guarda boas lembranças das excursões que saíam de Ponta Grossa e de que participava sempre acompanhado da esposa, que na época trabalhava nas Lojas Hermes Macedo. Nesses momentos, o casal fazia amigos, divertia-se. De volta à cidade, frequentava o restaurante Sesc. Alguns anos mais tarde, um de seus filhos participou da Recreação, que posteriormente se transformaria em Educação Infantil. O menino estava pelos seis anos de idade e foi aluno da professora Sandra, recorda-se o pai.

Assim, em vários momentos, a história da família Pauliki se entrelaçou com a do Sesc PR.

Para o empresariado, a parceria com o Sesc é muito positiva, pois o empresário pode usufruir pessoalmente de todos os serviços da Instituição e ao mesmo tempo contribuir para o desenvolvimento social e cultural dos colaboradores da sua empresa – e isso se reflete no dia a dia de trabalho. Há uma vasta agenda de programação nas áreas de turismo, cultura, lazer, cursos, entre outras. Ao acessar e participar dessa programação, o empresário e o comerciário se envolvem em uma rede de pertencimento, integração, diversidade e pensamento que leva à construção de um patrimônio simbólico para a vida toda.

O empresário Ciro Conte Chioquetta, do ramo de vestuário, também percebe esse potencial transformador do Sesc PR. Descendente de italianos que imigraram para o Rio Grande do Sul, Ciro se transferiu para Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, juntamente com a família. Foi ali que construiu sua história. Em 1992, iniciando sua participação na Federação do Comércio,

1 – Oficina culinária do Mesa Brasil promovida pelo Sesc Cascavel, em 2016

Arquivo Sesc PR

2 – Troféus dos Jogos Comerciários do Sesc PR

O prêmio Nobel de Literatura é atribuído ao cantor-compositor Bob Dylan (13 out.).

Eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos (8 nov.).

Entrada em vigor do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa em caráter obrigatório, encerrando período de transição (1.º jan.).

Início da transição do sinal televisivo do sistema analógico para o digital (15 fev.).

• Afastamento de Dilma Rousseff da presidência do Brasil (12 maio).

Atribuição do Prêmio Camões ao escritor brasileiro Raduan Nassar (30 maio).

• Renúncia à presidência da Câmara dos Deputados por Eduardo Cunha, já afastado por decisão do Supremo Tribunal Federal (7 jul.).

• Definitivo afastamento de Dilma Rousseff da presidência do Brasil, cargo assumido titularmente por Michel Temer (31 ago.).

2017

• Inauguração da Unidade Londrina Norte (3 fev.).

ele percebeu a importância de uma Instituição como o Sesc para o desenvolvimento das cidades, das pessoas, e por isso mesmo reuniu esforços para pleitear uma unidade no município de Pato Branco:

– O Sesc praticamente transforma as cidades ao oferecer atividades nas áreas de saúde, como odontologia, e esporte, além da área educacional, entre outras. O Sesc traz benefícios para todos: comerciários, comerciantes e crianças.

É com orgulho que Ciro fala de sua participação no processo de construção da Unidade Pato Branco, uma história de que participou desde o primeiro tijolo assentado, e ainda antes, desde a escolha do terreno para a obra. Também é um orgulho muito grande ter batalhado e hoje ver o projeto como uma realidade. Tão concreta foi sua participação, que o prédio do Sesc Pato Branco leva o nome de Ciro Chioquetta.

A abertura de uma Unidade faz parte do processo de expansão da Entidade, mas o Sesc PR também se empenha na transformação das cidades,

pois na medida em que a paisagem urbana se torna cada vez mais complexa, acompanhando a evolução dos tempos, as cidades precisam oferecer serviços e espaços que atendam a necessidades e expectativas de um público cada vez mais exigente. Dieter Lengning aposta na transformação que o Sesc pode provocar na cidade onde se instala:

– A proposta da nova unidade integrada Sesc/Senac em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, é transformar a área do entorno do aeroporto, as pessoas que moram, gravitam ou vivem em função do aeroporto. Este é um exemplo de como uma cidade pode se transformar.

E as transformações não se restringem aos grandes centros: cidades de pequeno e médio porte também estão conectadas com o mundo, exigem serviços de qualidade e espaços para o lazer cultural. É um anseio dos empresários dessas cidades que o Sesc esteja presente, oferecendo desenvolvimento social ao comerciário

local, seus familiares e à população em geral. Toda uma rede de demandas é criada:

– Quando você vai para o interior, em cidades de menor porte, estamos realizando mais do que a nossa missão, estamos injetando recursos na economia. Porque você contrata pessoas, e essas pessoas, de forma indireta, também acabam contribuindo para o comércio local e os serviços daquela região.

Assim, mesmo que sua inserção seja diferenciada, o Sesc também é uma empresa, integrando o panorama da economia local, em mais um traço da estreita proximidade entre a Instituição e o empresariado, pois Sesc e empresário são parceiros no fomento do progresso.

Com isso, o Sesc PR oportuniza maior integração entre as pessoas: comerciantes e comerciários se encontrando em nossas Unidades de Serviço, frequentando os mesmos horários da ginástica multifuncional, encontrando-se na sala de espera do serviço odontológico, indo à mesma sessão do CineSesc, sentando à mesma mesa no restaurante. Esse convívio concretiza uma das intenções da Carta da Paz Social, que é um dos documentos fundadores do Serviço Social do Comércio: “fraternizar os homens, fortalecendo neles os sentimentos de solidariedade e confiança”. Porque é justamente aqui, no campo dos sentimentos, que começam as efetivas transformações. Também por isso, nas Unidades de Serviço

do Sesc PR, já começamos a pôr em prática o mundo que queremos.

Desde 2005, o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR homenageia os empresários paranaenses de destaque com o troféu Guerreiro do Comércio. Esses representantes do comércio de bens, serviços e turismo homenageados recebem um troféu em bronze concebido pelo artista plástico Luiz Gagliastri, que retrata uma figura humana estilizada com os pés alados, representação de Mercúrio, o Deus do Comércio. Desde o início da década de 1970, Sesc PR reconhece os comerciantes paranaenses de sucesso com a solenidade do Dia do Comerciante, que perdurou por quase duas décadas. f

Dia do Comerciante

1972 – Abib Isfer, José Luiz Guerra

Rego e Osmário Zilli

1973 – Pedro João Nodari e Célio Pereira de Oliveira

1974 – Benedito Kubrusly, Nassib

Abagge, Veriano Pereira, Marcos José Olsen, Egídio

Pereira e Rudolf Richard

Petersohn

1975 – Jayme Canet Júnior, Jaime A.

Prosdócimo, Noel Lobo

Guimarães, Eros José Alves, Natalio Santos, Hermes

Macedo

1976 – Maurício Frischmann e José Luiz Demeterco

1977 – Célio Pereira de Oliveira

1978 – Pedro Stier

1979 – Nassib Abdo Abagge

Mercúrio

1980 – Aroldo Fedato

1981 – Arno Iwersen

1982 – Aroldo Afonso Cardoso

1983 – Douglas Horn Borcath

1984 – Rubens Jacob Teig

1985 – Miguel Zattar

1986 – Osmário Zilli

1987 – não houve

1988 – Romildo Ernesto Conte

1 – Troféus da 9ª edição do evento Guerreiro do Comércio. Curitiba, 2014

Nilson Santana

2 – Empresário Hermes Macedo, homenageado no Dia do Comerciante, em 1975

Acervo Museu do Comércio

3 – Escultura de Mercúrio

Acervo Museu Fecomércio

Mensageiro dos deuses da mitologia romana, Mercúrio é conhecido como o deus da venda, lucro e comércio, representando empresários e comerciários da atualidade. Mercúrio, que na mitologia grega é conhecido como Hermes, também simboliza a abundância e o sucesso comercial. Como sinais distintivos, além de seu capacete e sandálias, ambos com asas, essa figura mitológica porta uma bolsa e um caduceu, que é um bastão entrelaçado por duas serpentes, também enfeitado com asas.